Post on 29-Sep-2020
POTENCIAL E DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE INSUMOS ORGÂNICOS NO BRASIL
Engª Agrª Katia Goldschmidt Beltrame, M.Sc.
Jundiaí, 12 de novembro de 2014
A AGRICULTURA BRASILEIRA
A IMPORTANCIA DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL
PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO - PIB (em bilhões de US$)
ANOAGRONEGÓCIO
(Superávit)
OUTROS SETORES (Déficit)
2010 63,77 -12,00
2011 77,00 -47,00
2012 79,00 -60,00
2013 85,00 -79,00
Fonte: http://www.agrolink.com.br/colunistas/a-importancia-do-agronegocio-para-o-brasil_6077.html
A IMPORTANCIA DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL
AGRONEGÓCIO
22,8% do PIB nacional
(2013)
US$ 100 bilhões em
EXPORTAÇÕES 41,3% DO
TOTAL NACIONAL
Gera 34,8% das
emissões de CO2 no País
32% dos empregos no
País
Fonte: CNA, 2013
Projeção da produção de grãos, cana-de-açúcar e carnes, nos anos selecionados (em milhões de toneladas)
ANOS 2011 2012 2014 2016 2018 2020 2022Projeção % de aumento em 11 anos
Grãos* 161,6 158,9 167,8 178 187,8 198 208,6 29%
Cana de Açucar
656,4 725 778,5 871,6 965,2 104,1 1111,9 69%
Carnes** 26 27,2 28,6 29,9 30,9 31,9 32,9 26%
* Inclui soja, milho, (todas as safras), algodão (base pluma), arroz (base casca),feijão (todas as safras), trigo e cevada.** Carnes bovina, suína e de frango.Fonte: BLUM/OUTLOOK BRASIL. Elaboração: FIESP/DEAGRO e ICONE
ÁREA PLANTADA (SAFRAS DE VERÃO E INVERNO), CANA-DE-AÇÚCAR E PASTAGENS
DISPONIBILIDADE DE ÁREAS NO BRASIL
Fontes: IBGE (Pesq. Agrícola Municipal), CONAB (Levantamento Safra Cana) e ABRAF (2012), ICONE. Centro de Agronegócio da FGV - GV Agro
FONTES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NO BRASIL
AGROPECUÁRIAAGRICULTURA
PECUÁRIA
RSU
LODO DE ESGOTO
RSI
GERAÇÃO DE RESÍDUOS NA AGRICULTURA
Cultura Área Plantada (ha) Área Colhida (ha) Produção Total
(ton) Geração de
Resíduos (ton)
CANA DE ACUÇAR 8.756.576,00 8.523.415,00 671.394.957,00 973.522.687,65
SOJA 21.761.782,00 21.750.468,00 57.345.382,00 154.832.531,40
COCO DA BAHIA 284.951,00 284.058,00 141.696.430,00 85.017.858,00
MILHO 14.144.321,00 13.659.776,00 50.745.996,00 39.581.876,88
MANDIOCA 371.598,00 364.195,00 23.786.281,00 15.698.945,46
LARANJA 802.528,00 787.250,00 18.385.991,00 9.192.995,50
ARROZ 2.905.202,00 2.905.202,00 6.325.887,00 7.907.358,75
BANANA 483.562,00 479.931,00 6.642.739,00 3.321.369,50
TRIGO 2.438.778,00 2.430.253,00 5.055.525,00 3.033.315,00
FEIJÃO 4.277.674,00 4.099.991,00 3.486.763,00 1.847.984,39
CAFÉ 2.211.633,00 2.201.335,00 2.440.057,00 1.220.028,50
UVA 81.677,00 81.355,00 1.365.720,00 300.458,40
CACAU 672.435,00 535.718,00 218.487,00 109.243,50
TOTAL 59.192.717,00 58.102.947,00 988.890.215,00 1.295.586.652,93
Os dados referem ao ano de 2009
Fonte: Diagnóstico de Resíduos Agrosilvopastoril - IPEA 2011
GERAÇÃO DE RESÍDUOS NA PECUÁRIA
Fontes: Ortoloni e Brito (2001); MAPA.
AtividadeNúmeros
(Fonte MAPA, 2007; Hahn, 2004)Produção
média/cabeçaEstimativa da Produção de
Resíduos
Avicultura(1º Exp./3º Prod.)
3,82 bilhões de pintos de corte 2,6 kg/ciclo9,93 millões de ton de cama
de aviário/ano
Pecuária (Bovinos)1º Exp./2º Prod.)
213,4 milhões de cabeças 20,0 kg/dia 1,55 trilhões de ton/ano
Suinocultura(4º Exp./4º Prod.)
37,5 milhões de cabeças - 900,00 milhões de ton/ano
DADOS DE GERAÇÃO DE RSU/2013
CENÁRIO ATUAL E FUTURO DA GERAÇÃO DE LODO DE ESGOTO
País T ms/ano (estimada)
Destino em agricultura
População Referencia
Brasil151.724,00 (em
2001)15%
12.777.974 (referente ao
estudo)
Machado etal, 2004
Projeção Brasil –2014 (*se toda a
população do Brasil tivesse esgoto
tratado)
2,40 milhões ton(2014)
?202,7
milhões ha -IBGE
DADOS DE GERAÇÃO DE RSI
UF PERIGOSOS NÃO PERIGOSOS TOTAL
AC1 5.500,00 112.765,00 118.265,00
AP¹ 14.341,00 73.211,00 87.552,00
CE¹ 115.238,00 393.831,00 509.069,00
GO¹ 1.044.947,00 12.657.326,00 13.702.273,00
MT1¹ 46.298,00 3.448.856,00 3.495.154,00
MG¹ 828.183,00 14.337.011,00 15.165.194,00
PB¹ 657,00 6.128.750,00 6.129.407,00
PE¹ 81.583,00 7.267.930,00 7.349.513,00
PR² 634.543,00 15.106.393,00 15.740.936,00
RN¹ 3.363,00 1.543.450,00 1.546.813,00
RS¹ 182.170,00 946.900,00 1.129.070,00
RJ² 293.953,00 5.768.562,00 6.062.515,00
SP² 535.615,00 26.084.062,00 26.619.677,00
TOTAL 3.786.391,00 93.869.047,00 97.655.438,00
Fonte: AP (2007), CE (2004), MG (2010), PA, (2004), PE (2001), RN (2003), RS (2002) e ABRELPE (2007). NOTAS: 1 Os dados referentes a esses Estados foram extraídos de seus inventários estaduais de RSI. 2 Os dados referentes a esses Estados foram extraídos do Panorama das Estimativas de Geração de RSI (ABETRE, 2003).
Tabela 01. Dados da geração de RSI (t/ano)
4%
96%
TONELADAS/ANO
PERIGOSOS NÃO PERIGOSOS
Gráfico 02: Proporcionalidade entre a geração de resíduos perigosos e não perigosos.
FONTES GERADORAS x DEMANDA MÍNIMA DE MO NO BRASIL
Atividade t/ano
Agricultura 1.295.586.652,93
Pecuária 2.467.750.000,00
Resíduos industriais 97.655.438,00
RSU 76.387.200,00
Lodo de Esgoto 2.441.521,00
Total 3,93 bilhões
Destino para agricultura* 50% (1,96 bilhões de ton)
Rendimento da compostagem* 30% (590,97 milhões de ton)
Necessidade mínima de adubação com MO
10 ton/ha
Área Agriculturável 329,90 milhões de ha
Demanda mínima de MO no Brasil 3,29 bilhões de ton
Demanda reprimida 2,69 bilhões de ton
* ESTIMATIVA
POR QUE O BRASIL PRECISA DE MATÉRIA ORGÂNICA?
Figo. 2. Mapa dos estoques de carbono do solo (0-30 cm) de solos do Brasil sob
vegetação nativa. (Bernoux, et al. 2002)
POR QUE O BRASIL PRECISA DE MATÉRIA ORGÂNICA?
BENEFÍCIOS DA MATERIA ORGÂNICA• Favorece a estruturação dos solos e a estabilidade dos agregados;
• Reduz os efeitos da erosão e suas consequências;
• Aumenta a Capacidade de Retenção de Água dos solos (CRA%) e sua permeabilidade;
• Diminui a quantidade de água utilizada em irrigação;
• Aumenta a resistência das plantas aos períodos de veranico;
• Aumenta a Capacidade de Troca Catiônica dos solos (CTC);
• Atua na retenção de nitrogênio, fósforo e enxofre, que fazem parte de sua constituição química;
• Atua como fonte de cátions (cálcio, potássio, magnésio, etc.) e de micronutrientes, além de ânions (fosfatos, sulfatos, etc.);
• Exerce um efeito tampão no solo, ou seja, aumenta a resistência contra a modificação brusca do pH – fato importante para terras quimicamente adubadas;
• Aumenta a biodiversidade de vida dos microrganismos;
• Diversifica a atividade microbiana do solo, propiciando a produção de substâncias fungistáticas, como os fenóis e estimula a produção de antibióticos por bactérias;
Segundo Malavolta (1981), ao discorrer sobre adubação mineral e orgânica: “Em resumo: a matéria orgânica do solo funciona como reserva de nutrientes e melhora as suas propriedades físicas, químicas e biológicas. No primeiro papel não há dúvida que ela pode ser substituída, muitas vezes com vantagem, pelos adubos minerais. Entretanto os seus efeitos indiretos nas culturas não podem ser reproduzidos por nenhum produto da indústria de adubos.”
POR QUE O BRASIL PRECISA DE MATÉRIA ORGÂNICA?
O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) mostra que para cada hectare cultivado nopaís perdem-se, em média, 25 toneladas de solo. Isso significa uma perda anual decerca de um bilhão de toneladas de solos, ou cerca de um centímetro da camadasuperficial do solo de todo o País.
Assim, um solo desprotegido, com pouca Matéria Orgânica, que a natureza demoroumilhares de anos para formar, é levado pela enxurrada em 10 a 15 minutos de chuvasintensas. Essa terra carregada vai para os rios e lagoas provocando seu assoreamento.Se considerarmos que junto com essa terra também são levados, a Matéria Orgânica,fertilizantes e defensivos agrícolas, concluí-se que o Brasil perde muito dinheiro, quedeveria se transformar em alimentos, fibra ou energia causando poluição edegradação.
POR QUE O BRASIL PRECISA DE MATÉRIA ORGÂNICA?
Um bom Fertilizante Orgânico ou Condicionador de Solos é capaz de reter cerca de 200a 400% de água. Quanto mais humificado um produto maior será sua CRA%, sendoque as substâncias húmicas puras podem alcançar cerca de 600 a 800% de capacidadede reter água, ou seja, de 6 a 8 vezes o seu peso. (Da Silva Filho, A. e Da Silva, M.I.V.,2002).
Cerca de 20% dos solos agriculturáveis do mundo estão no Brasil, que tem a enormeresponsabilidade de conservá-los produtivos, pois é um recurso estratégico, nãorenovável, de alta importância social, econômica e ambiental. (Batista Filho, 2007).
O QUE SÃO INSUMOS AGRÍCOLAS?
Na atividade agrícola os insumos são compreendidos como todos os produtos necessários à produção vegetal e animal: adubos, vacinas, tratores, sementes, entre outros.
DEFINIÇÕES
QUAIS OS TIPOS DE INSUMOS ORGÂNICOS NO BRASIL?
No Brasil temos os seguintes tipos
de insumos orgânicos agrícolas:
Fertilizante Orgânico
Fertilizante Organomineral
Condicionador de Solos
Substrato para Plantas
ESCOPO LEGISLATIVO DO MAPA
FERTILIZANTES ORGÂNICOS MISTOS E COMPOSTOS
ESPECIFICAÇÕES E GARANTIAS MÍNIMAS
IN 25/2009 – ANEXO III
CONDICIONADOR DE SOLOS
PRODUTO QUE PROMOVE A MELHORIA DAS PROPRIEDADES FÍSICAS, FÍSICO-QUÍMICAS OU ATIVIDADE BIOLÓGICA DO SOLO
IN SDA n°27/2006
ANEXO IVLIMITES MÁXIMOS DE CONTAMINANTES ADMITIDOS EM SUBSTRATO PARA PLANTAS E
CONDICIONADORES DE SOLO
IN SDA n°27/2006
ANEXO VLIMITES MÁXIMOS DE CONTAMINANTES ADMITIDOS EM FERTILIZANTES ORGÂNICOS
CONCLUSÕES
2. É preciso que os legisladores e autoridades competentes tenham um olhar menosmíope sobre a proteção dos solos agrícolas no Brasil e criem medidas efetivas para sua
proteção como a obrigatoriedade da reposição continua de MO de alta qualidade .
3. A compostagem de resíduos orgânicos é um assunto abrangente, que envolve temasrelacionados à proteção ambiental e à saúde, e deve ser amparada por um escopolegislativo, equitativo e válido para todo o território nacional, que cubra todos suasetapas, que vai desde o processo produtivo e sua condução, como também naqualidade e segurança do Composto Orgânico.
4. Para que a legislação seja aplicável é preciso abrir a discussão com todos os autoresenvolvidos no processo, ampara-la por uma forte base científica, que a valide para ascondições nacionais, tanto em aspectos tecnológicos, como perante o atual estágio dedesenvolvimento do País e, sobretudo, esteja em consonância com as metasestabelecidas, a nível nacional e estadual pelas Políticas de Resíduos Sólidos e deMudanças Climáticas.
1. Como temos um déficit, de produção de 2,69 bilhões de ton/ano, conclui-se que osetor não está atendendo à demanda nacional. Isso acontece porque existem barreirasa serem removidas para que a compostagem se torne uma prática respeitada no Brasile os produtores rurais possam ter acesso a um produto de qualidade.
Nº de empresas que produzem Fertilizantes Orgânicos no Brasil: 189
Nº de empresas que produzem Fertilizantes Orgânicos no Estado de São Paulo: 51
N° de empresas associadas à Abisolo que produzem Fertilizantes Orgânicos no Brasil: 33
Nº de empresas associadas à Abisolo que produzem Fertilizantes Orgânicos no Estado de São Paulo: 20
REPRESENTATIVIDADE
www.abisolo.com.br
OBRIGADA!
Engª Agrª Kátia G. Beltrame
katia@mk2r.com.br
katia.beltrame@grupoambipar.com.br