Post on 15-Jan-2016
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Casa-Grande & Senzala
Gilberto Freyre
Colonização portuguesa no Brasil: uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida.
• A tese culturalista e a ruptura com os determinismos (geográficos e raciais): a anterioridade dos elementos culturais sobre os raciais e climáticos.• O português: aptidão para o desenvolvimento estável:
comportamento flexível que possibilita mobilidade, miscibilidade e aclimatabilidade. • O português se sobressaiu pela sua adaptabilidade ao trópico.
Cultura se sobrepõe à geografia: altera hábitos alimentares, vestimentas e higiene.
• A família patriarcal: o grande fator de colonização do país. Assume funções sociais, econômicas, políticas: oligarquismo e nepotismo. •Monocultura canavieira: constitui economicamente a
sociedade, mas provoca subnutrição. A fraqueza e debilidade têm origem social. • Vida política: por razões culturais, o autoritarismo
(sinhozinho e moleque; senhor e escrava). Mais uma acomodação de opostos
Colonização portuguesa no Brasil: uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida.
O escravo negro e a formação da sociedade • Os traços psicossociais do negro e sua adaptabilidade ao trópico: não
inferioridade
• Forte presença africana na formação nacional, mais cultural que racial
• Colonizador, papel civilizador
• Assim, sociedade brasileira se caracteriza pela democracia racial.
• Teses racistas: nega superioridade racial, afirmando a primazia explicativa da cultura.
• Todo brasileiro é culturalmente negro.• A língua expressa interpenetração de culturas, a trama das
relações sociais. • O lugar do negro: parte da família, vivendo nas casas-grandes. • Todos seus traços lhe conferem papel colonizador. O sincretismo
religioso demonstra a aproximação entre as culturas. • Refuta a amoralidade dos negros. A corrupção sexual se deve ao
escravo, não ao negro. A superioridade do social sobre o racial.
O escravo negro e a formação da sociedade
Casas grandes e continuidade social• Reconstruir as bases sobre as quais se forma a híbrida sociedade
brasileira, composta de antagonismos acomodados.
• Influência de Boas: busca das raízes culturais, busca da diferença entre raça e cultura e reflexão sobre a miscigenação.
• A discriminação entre os efeitos da herança racial e os de influência social, cultural e de meio. O peso do sistema de produção econômica sobre a estrutura da sociedade.
Casas grandes e continuidade social• Casa grande & senzala: miscigenação como corretor da distância social.
Não se observou no Brasil uma estrutura social extremada entre senhores e escravos.
• Uma “confraternização” entre os desiguais, um modo de sociabilidade que institui formas peculiares de dominação, envolvendo contato, intercâmbio, “racialmente democrática”.
Considerações finais
• A cultura não é somatário do legado de cada uma das raças. Seus elementos se fundem, convivem; é uma sociedade híbrida
• O protagonismo do dominado: A cultura do dominado não sucumbiu, mas se fundiu. Para o autor, é uma figuração da democracia.
• Cultura da conciliação de conflitos: o amalgamento cultural, hierarquias que se estruturam e se velam (acomodação de antagonismos).
Considerações finais
• A questão racial e a tese da democracia racial
• Associação entre miscigenação e democratização. Ambos identificados como semelhantes, embora independentes. Permite que se ignore como se ordenou a população descendente de escravos
• O pioneirismo: contém propostas para superação de explicações sociobiológicas e fundadas em determinismo geográfico. Ruptura, avanço teórico.