Post on 17-Apr-2015
PRECONCEITOS
DIFERENÇA
DIVERSIDADE
DESIGUALDADE
Profa. Dra. Celina Camargo Bartalotti
DEFICIÊNCIA
Aspectos históricos:
- Marginalização: marca da antiguidade e início da Idade Média
- Assistencialismo: final da Idade Média, Idade
Moderna
- Educação e Reabilitação: Final da Idade Moderna; Idade contemporânea
- Inclusão Social: atualidade
DEFICIÊNCIA
DEFINIÇÃO:
Segundo a Classificação Internacional de Incapacidade, Funcionalidade e saúde
(CIF – OMS 2001)
Deficiências são problemas na função ou estrutura do corpo como um desvio significativo ou perda.
http://www.fsp.usp.br/~cbcd/cifWeb.htm
TERMINOLOGIA
Pessoa Deficiente:
Pessoa Portadora de Deficiência:
Pessoa com Deficiência
- As deficiências representam um desvio de determinados padrões
populacionais.
- As deficiências podem ser temporárias ou permanentes, progressivas, regressivas ou estáticas, intermitentes ou
contínuas.
-As deficiências não têm uma relação causal com a etiologia ou com a forma como são
desenvolvidas. A presença de uma deficiência implica
necessariamente uma causa, no entanto, a causa pode não ser suficiente para explicar a
deficiência resultante.
- As deficiências podem ser parte ou uma expressão de um estado de saúde, mas não
necessariamente indicam a presença de uma doença ou que o indivíduo deva ser
considerado doente.
- As deficiências podem originar outras deficiências.
Deficiência Primária e Secundária
-Primária: refere-se aos aspectos de base,
orgânicos, que determinam a inclusão do sujeito na
categoria de pessoa com deficiência.
-Secundária: refere-se aos aspectos relacionados
ao desenvolvimento da pessoa com deficiência no
meio social – às oportunidades (ou falta delas), o
acesso, o preconceito.... podem ser geradores de
deficiências secundárias.
Portanto, a deficiência secundária não é inerente à deficiência em si, mas à leitura social
que dela é feita; às significações afetivas, emocionais, intelectuais, sociais que se atribui
à diferença.
O que impede, mais efetivamente, o desenvolvimento de uma vida plena é a
deficiência secundária, por aprisionar o sujeito em uma rede de barreiras físicas, ligadas à falta
de acessibilidade e atitudinais ligadas a preconceitos, estereótipos e estigmas.
BARREIRAS ATITUDINAIS
Segundo Amaral (1992; 1995):
A deficiência provoca estranheza, desorganiza, mobilizafoge do esperado provoca a hegemonia do emocional sobre o racional.
O diferente se apresenta a nós como uma ameaça, pois contraria aquilo que definimos como padrão de perfeito, belo, harmônico.
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AMARAL, Ligia Assumpção. Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo: Robe, 1995.
Para que possamos suportar as ameaças é preciso que tenhamos mecanismos de defesa:
estratégias psíquicas que utilizamos para manter nosso equilíbrio, eliminado ou minimizando fontes
de ansiedade, insegurança, tensão.
NO ENTANTO:
às vezes esses mecanismos de defesa se tornam tão rígidos e constantes que podem limitar ou alterar a dinâmica das relações interpessoais –
são esses os que nos interessam aqui.
Frente à ameaça da DIFERENÇA observam-se duas formas de
reação:Ataque:
enfrenta-se o inimigo atacando-o e, se possível, destruindo -o
Fuga: rejeição
1.Abandono
- Explícito
- Implícito: falta de investimento (amor, dedicação, oportunidade) – com o qual no
deparamos muitas vezes na vida profissional
2. Super-proteção
- transforma o afeto em seu contrário – o protagonista da situação é sempre o
protetor, destituindo o protegido do papel de sujeito.
3. Negação:
destitui o sujeito do direito de ser o que é, pois o que é, é visto como negativo. Pode aparecer de três formas:
* atenuação: nega-se a questão com a frase do tipo: poderia ser pior... não é tão grave...
A deficiência é muito ruim, mas como não quero olhá-la de frente, atenuo a condição
* compensação: “mas” – é uma pessoas com deficiência física, mas tão inteligente...
A deficiência é muito ruim, por isso preciso atribuir ao sujeito uma característica desejável
compensatória.
* simulação: como se: é cega mas é como se não fosse...
A deficiência é muito ruim, por isso preciso “fazer de conta” que ela não existe.
Os sentimentos são a força orientadora de inúmeras
situações, e são essencialmente a força propulsora das ações
relacionadas ao estranho, ao diferente
Atitude:
postura frente a um determinado fenômeno; exprime um
sentimento e prepara a ação; a atitude é, portanto, uma
disposição psíquica
Preconceito:
trata-se de uma atitude anterior ao conhecimento – o preconceito nos afasta do fenômeno em si, nos impede de olhar o sujeito a partir do que ele é e nos faz olhá-lo
a partir de suposições pré-concebidas.
CROCHIK, José Leon. Preconceito, indivíduo e cultura. 2ª edição. São Paulo: Robe, 1997.
“O preconceito diz respeito a um mecanismo desenvolvido pelo indivíduo para poder se defender de ameaças imaginárias, e assim é um falseamento
da realidade, a qual o indivíduo foi impedido de enxergar...”
Estereótipo:
julgamento qualitativo, baseado no preconceito; generalização indevida; tira o sujeito de seu lugar e o inclui em uma categoria. Quando negativo, é a base do
estigma.
Estigma:
Atributo avaliado como negativo por um grande número de pessoas.
“VALOR”O estigma se estabelece nas relações interpessoais, por isso é um atributo,
sempre desvalorizador, sempre depreciativo.
GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
Condições de estigmatização
Desacreditável – aquele que traz em si a potencialidade do estigma
Desacreditado – aquele que traz o estigma “estampado na face”
A pessoa com deficiência é o desacreditado, ou seja, aquele que traz exposta a marca que o coloca na
categoria de estigmatizado; por isso é socialmente olhado como alguém com menos valor – incapaz,
coitado, dependente...
podemos pensar no impacto da tecnologia assistiva e no cuidado necessário ao indicá-la.
concretização da incapacidade?
Aqui pode-se entender a ambigüidade que observamos em
nossa sociedade:
políticas de inclusão e ações de transformação movem-se no terreno
do racional (direito, valorização), enquanto as atitudes e
comportamentos movem-se no âmbito do emocional...
IMPLICAÇÕES
DISCURSOS E POLÍTICAS DESENCONTRADAS
DIREITO X ASSISTENCIALISMO
Inclusão/ Exclusão social
Segundo Martins (1997): não existe exclusão em si –
o que existem são inclusões precárias e instáveis, marginais. Todos estão incluídos em algum lugar, embora nem sempre esta
inclusão seja avaliada como socialmente desejável.
O discurso da exclusão é um discurso de fetichização –
a exclusão vista como uma palavra mágica que explicaria tudo – todos lutam pelos
excluídos, mas quem seriam eles de verdade? O que é estar excluído?
MARTINS, José de Souza. Exclusão Social e a Nova Desigualdade. São Paulo: Paulus, 1997.
Castel (2000):
Deve-se desconfiar do termo exclusão pela heterogeneidade de usos que o conceito
permite – designa um número imenso de situações
diferentes, encobrindo a especificidade de cada de cada uma.
Falar simplesmente em exclusão é rotular com uma qualificação negativa que indica falta,
sem explicitar falta do quê!
“De tanto repetir a ladainha da ausência, oculta-se a necessidade de
analisar positivamente no que consiste a ausência. Isto por uma
razão de fundo:
os traços constitutivos essenciais das situações de exclusão não se
encontram nas situações em si mesmas” CASTEL, Robert. As armadilhas da exclusão. In:
CASTEL, R., WANDERLEY, L. E. W. e BELFIORE-WANDERLEY, M. Desigualdade e a questão
social. São Paulo: EDUSC, 2000.
A exclusão se dá efetivamente pelo estado de todos que se encontram fora dos
circuitos regulares das trocas sociais.
O excluído é, na verdade aquele cuja cuja trajetória é feita de uma série de rupturas
em relação a estados anteriores ou condições esperadas
(por exemplo, uma criança com deficiência, cujo desenvolvimento vai rompendo as
expectativas do que é esperado).
O que está em questão é
reconstruir o continuum de
posições que ligam os in e os
out,
e compreender a lógica a partir
da qual os in produzem os out
(Preconceito, Estereótipos,
Estigma...)
As ações em relação aos out podem ter caráter:
- Compensatório
- Transformador
Compensatório (OU DE REPARAÇÃO):
Luta contra a exclusão como um “pronto-socorro social”, intervenções pontuais
para tentar reparar as rupturas do tecido social.
Nas ações compensatórias delimitam-se as zonas de intervenção,
caracterizando populações-alvo a partir de um déficit preciso.
Assim, criam-se cuidados focados, que
não consideram a estrutura social – tratando o déficit como pessoal,
algo que torna o sujeito inapto para seguir o regime comum.
São os que Castel chama de “incapazes pela conjuntura”
-esse olhar gera ações de busca de reparação da incapacidade
pessoal ao invés de ações de transformação
social.
Parece mais fácil intervir sobre os efeitos de um
disfuncionamento social do que controlar os processos que o
acionam
agir de um modo técnico e não político
deslocar o problema do centro para a periferia.
Quando falamos de deficiência, no
âmbito do pensamento sobre
exclusão social, falamos de uma
categoria da população que se vê
obrigada a um status especial que
lhe permita coexistir na
comunidade, mas com privação de
certos direitos e da participação em
certas atividades sociais –
subcidadãos.
Às pessoas com deficiência, historicamente, tem se buscado a garantia do direito à participação social, a partir de certos
mecanismos institucionalizados de acesso, quais sejam, os programas de reabilitação, as
instituições especializadas, as classes especiais.
Com base nessa idéia, consolidada por uma prática socialmente instituída e por um
conhecimento científico academicamente aceito, legitima-se os
“lugares especiais para pessoas especiais”
A exclusão não é arbitrária ou
acidental, mas fruto de uma ordem social que a
justifica – no caso da deficiência, a valorização do perfeito, do belo, do “inteligente”, do rápido
etc.
Falar em Inclusão Social implica falar em democratização dos espaços sociais,
em crença na diversidade como valor,
na sociedade para todos.
Incluir não é apenas colocar junto, e, principalmente, não é negar a diferença, mas
respeitá-la como constitutiva do humano.
O valor – positivo ou negativo – que se atribui à diferença é algo construído nas relações
humanas.
O vetor da exclusão/inclusão não está, portanto, na diferença em si, mas no valor a ela atribuído.
INCLUSÃO SOCIAL
“As ações estão deixando de dar ênfase em reabilitar pessoas
para se ‘enquadrarem’ na sociedade e adotando uma
filosofia mundial de modificação da sociedade a fim de incluir e acomodar as necessidades de
todas as pessoas, inclusive das pessoas com deficiência.
As pessoas com deficiência estão exigindo oportunidades iguais e acesso a todos os recursos da sociedade, ou seja, educação
inclusiva, novas tecnologias, serviços sociais e de saúde, atividades esportivas e de lazer, bens
e serviços ao consumidor.”
(Declaração de Madri, aprovada em 2002, no Congresso Europeu de Pessoas com Deficiência.)
O movimento pela inclusão
social tem suas raízes nas
reivindicações das próprias
pessoas com deficiências, que
rejeitam, enfaticamente,
tutelas desnecessárias e
desvalorizadoras.
Conceitos pré-inclusivistas
“O modelo médico (tradicional) considera a deficiência como um problema da pessoa
diretamente causado por uma doença, trauma ou condição de saúde, que requer cuidados de
saúde prestados na forma de tratamento individual por profissionais.
O tratamento da deficiência tem como meta conseguir a cura, ou uma melhor adaptação da
pessoa e mudanças em sua conduta.”
(OMS/CIF, 2001)
Encarando-se a
deficiência como doença,
ou como defeito, as diferenças que este indivíduo apresenta, em relação a um
padrão considerado normal, são avaliadas como sintomas que precisam ser tratados para que a diferença seja
superada
Deste modelo deriva a maioria dos conhecidos trabalhos de reabilitação que, fundamentalmente, investem na tentativa de “minimizar” a diferença para que estas pessoas possam ser aceitas na sociedade.
Este processo se dá, geralmente, de maneira segregada, nas instituições
especializadas.
Há uma nítida centralização na pessoa com deficiência, que se prepara para a
inserção social. Espera-se então que, após a reabilitação, o indivíduo (reabilitado)
esteja pronto para assumir seu lugar na sociedade.
“preparar para integrar”
Integração Social
O que a prática mostra é que raramente esta integração se efetiva, até porque as pessoas não deixam de ser pessoas com deficiência,
ou seja, não “saram”; a diferença permanece, embora muitas vezes mascarada
por desempenhos mais próximos ao considerado normal.
Assim, as pessoas com deficiência nunca estariam prontas para se adaptar totalmente
à sociedade (ou às exigências que esta apresenta) ou para nela competir em pé de
igualdade.
O princípio, então, é o de que, se não é possível integrar as pessoas à sociedade, “sociedades” parecidas,
o mais possível, com a sociedade real precisam ser criadas para que, nelas, as pessoas com deficiência
tenham experiências de vida o mais possível próxima das “normais” – temos aí as oficinas abrigadas, as
colônias-residência etc.
Estas propostas têm como base dois princípios fundamentais:
1.o de que as situações protegidas são, em termos de desenvolvimento, mais
adequadas para estas pessoas, na medida em que podem receber as intervenções
específicas necessárias.
2.o de que a situação segregada seria protetora para a própria pessoa com
deficiência, pois esta se sentiria infeliz em uma sociedade na qual não pode
competir em pé de igualdade.
Ou seja, esta postura trata a
deficiência não só como doença, mas
como algo que diminui o indivíduo e
de que ele deve se envergonhar.
Entre pares, todos iguais na
desigualdade, não haveria razão
para sofrimento: ninguém se
sentiria diminuído.
A tentativa de avançar no processo de construção de uma
sociedade que respeite a diversidade firma o movimento
de
Inclusão Social,
que busca suas bases no chamado
“modelo social de deficiência”
“O modelo social de deficiência considera o fenômeno fundamentalmente como um
problema de origem social e principalmente como um assunto
centrado na completa integração das pessoas na sociedade.
A deficiência não é um atributo da pessoa, mas um complexo conjunto de condições, muitas das quais são criadas
pelo contexto/entorno social.”
(OMS/CIF, 2001)
A inclusão é uma proposta de construção de cidadania.
A inclusão social é um processo de mão dupla, ou seja, tanto a pessoa com
deficiência como a sociedade precisam se modificar.
Cidadania das Pessoas com Deficiência
Cidadania:
Esse é um conceito associado à vida em
sociedade e pressupõe uma condição de igualdade política. Falar em cidadania é
falar em direitos e deveres.
Direito a ter direitos
Direitos sociais – aqueles assegurados pelo Estado (moradia, trabalho, saúde,
lazer, educação etc.
Direitos Civis – Dizem respeito à pessoa (liberdade de pensamento, expressão,
escolha, locomoção etc.)
Direitos Políticos – participação em associações políticas, religiosas, direito
a votar e ser votado etc.
BARCHIFONTAINE, C. P. Bioética, cidadania e controle social. O Mundo da Saúde. Ano 28, v.28, n. 3. Jul/set 2004.
“...ela inclui a invenção/criação de novos direitos,
que surgem de lutas específicas e de suas práticas concretas (...).
Essa redefinição inclui não somente o direito à igualdade, como também o
direito à diferença, que especifica, aprofunda e amplia o
direito à igualdade.”
DAGNINO, Evelina. ¿Sociedade civil, participação e cidadania: de que estamos falando? In: MATO, Daniel (org.) Políticas de
ciudadanía y sociedad civil em tiempos de globalización. Caracas: Faces/Universidad Central de Venezuela, 2004. pp 95-
110.
Cidadania, então, envolve e define o
direito de ser diferente,
por mais marcante que essa diferença possa ser
A construção da verdadeira cidadania passa também, e
fortemente, pelas relações que se estabelecem no interior da
sociedade, nas relações sociais que dentro dela se
desenvolvem.
São as transformações das relações sociais, mais do
que os decretos legais, que permitirão a real inclusão
das pessoas com deficiência.
As leis derrubam as barreiras
concretas,
as atitudes derrubam ou
fortalecem as invisíveis, essas
muitas vezes mais fortemente
lacradas.
o cidadão é mais do
que aquele que tem
direitos e deveres,
mas que tem
consciência destes.
A consciência é uma característica
eminentemente humana, construída através da
ação do homem sobre o mundo (humano ou material) e pela sua
reflexão sobre essa ação.
É esse processo contínuo de
agir refletir agir
leva à evolução da consciência, permitindo que nos tornemos cada vez mais donos de nossas ações, ou
seja,
autônomos.
Ter autonomia, portanto, é ser capaz de agir de maneira consciente e responsável
(respeitando direitos e deveres), ter capacidade de
tomar decisões apropriadas,
baseadas em nossos desejos, necessidades e na compreensão de
que a vida se dá em sociedade
Cidadania pressupõe autonomia e esta pressupõe
consciência.
Essas são questões fundamentais para a
discussão sobre inclusão social, uma vez que estar
incluído implica participação plena e cidadã.
Não é possível falar em cidadania
para as pessoas com deficiência como algo dado,
uma concessão da sociedade aos “desvalidos”.
Cidadania não é apenas uma concessão dos poderes instituídos –
que têm por obrigação garanti-la através de legislação que defina
direitos e de políticas públicas que os garantam.
É, também, uma conquista de cada membro da sociedade, que se faz
cidadão exercendo de maneira consciente e responsável seu papel
social.
Falar em cidadania das pessoas com deficiência
vai além, então, da garantia de direitos
civis, pois implica em ocupação, por essas pessoas, dos espaços
sociais
É fundamental que possamos compreender que
promover a inclusão é promover o desenvolvimento
de autonomia, a possibilidade e a capacidade
de fazer escolhas apropriadas.
A conquista da cidadania é um processo ativo, assim como o é a construção da
sociedade inclusiva.
ACESSO À INFORMAÇÃO
CONHECIMENTO SOBRE OS DIREITOS
(saber é poder...)
(RE)CONSTRUÇÃO DO
SENSO DE COMPETÊNCIA
qualidade de vida
Santos e colaboradores (2002)
Qualidade de vida não é um conceito simples de ser definido, pois implica muitos
elementos subjetivos.
SANTOS, Sérgio Ribeiro dos, SANTOS, Iolanda Beserra da Costa, FERNANDES, Maria das Graças M. et al. Calidad de vida del anciano en la comunidad: aplicación de la Escala de Flanagan. Rev. Latino-Am. Enfermagem. [online]. nov./dic. 2002, vol.10, no.6 [citado 21 Abril 2006], p.757-764. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692002000600002&lng=es&nrm=iso>. ISSN 0104-1169
a definição de qualidade de vida se baseia em três
princípios fundamentais:
1.a capacidade funcional, que é a capacidade da pessoa de
realizar suas atividades cotidianas,
2. o nível sócio econômico e
3. a satisfação pessoal.
O conceito de qualidade de vida proposto pela Organização Mundial
de Saúde (OMS), a define como
“a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações"
(WHOQOL GROUP, 1994).
Se pensarmos nos aspectos já discutidos – exclusão social,
preconceito, cidadania – podemos entender que a
construção de uma vida de qualidade passa por aspectos muito mais amplos do que o oferecimento de serviços de
qualidade, sem desconsiderar que essa oferta é uma
necessidade premente e inquestionável em nossa
sociedade
Ter qualidade de vida, portanto, é
ser cidadão, membro da
sociedade, ser autônomo,
consciente.
Uma sociedade que não provê aos seus membros a possibilidade de acesso a condições dignas de vida
e, fundamentalmente, à oportunidade de construir conhecimento, de receber
informações que lhes permitam refletir sobre a realidade, é uma sociedade geradora de situações
de exclusão social.
Essa será uma sociedade que, provavelmente, calcará suas ações
em políticas de reparação, cuja perpetuação é alimentada pela falta
de consciência que é, em última instância, a vitória da ideologia sobre
o conhecimento (lembrando que já definimos ideologia como um
mecanismo de ocultamento da realidade e de dominação).
Acesso à tecnologia? Quando indicar? Quanta tecnologia indicar? Que significado tem para a pessoa? Diminui ou aumenta a
vulnerabilidade social? É instrumento de inclusão?