Post on 17-Apr-2015
Prevenção e Promoção à Saúde
Geriatria e Gerontologia
Dra Silvana de Araújo
Geriatria/2006
Promoção # Prevenção• Promoção é mais amplo e visa desenvolvimento de
pessoas, melhor entendimento e controle de sua saúde e bem estar; visa à sociabilização e relação com o ambiente; é multidimencional, envolve não só o indivíduo, mas sua família e outros grupos. Intersetorial: educação, saneamento, habitação, renda, trabalho, alimentação, meio ambiente, lazer, acesso a bens e serviços essenciais, desemprego, estresse, pobreza, violência, isolamento social
• Prevenção: refere - se a doenças e pode ser a nível primário, secundário, ou terciário
Importância
• Grande aumento da população idosa
• Melhora da qualidade de vida
• Redução nos gastos com saúde pública
• Aumento da sobrevida
Limitações
• Cultura com relação ao idoso
• Acesso a multidisciplinaridade
• Acesso a exames complementares, terapêutica e reabilitação
• Cooperação familiar e da sociedade
Dificuldades
• No Brasil: a Medicina acabou enclausurada na prática individual, predominando visão por ótica curativa e acentuada divisão entre teoria e prática, entre psíquico e orgânico, entre indivíduo e sociedade (Torres, 2002)
Promoção de Saúde
• Desde o relatório Lalonde (1974): “Adicionar vida aos anos.”
• Qualidade de vida (OMS)• Envelhecimento saudável dá lugar ao
envelhecimento ativo (Kalache & kickbush, 1997)
• Manutenção da autonomia• Manutenção da independência funcional
Promoção à Saúde
• Fatores relacionados ao sistema de apoio: segurança financeira, combater o preconceito social, segurança pública para o idoso, formação de cuidadores qualificados
• Desenvolvimento pessoal: estilo de vida, auto - estima, adaptação a perdas, atividades físicas, sociais e culturais
• Tanatologia
Promoção à Saúde
• Promover a mobilidade do idoso, que é de extrema importância para a manutenção da independência funcional
• Combater os fatores de risco para quedas
• Promover a integração social do idoso, que pode ser reduzida por: aposentadoria, urbanização, depressão, solidão, incapacidade de se deslocar ...
Prevenção à Saúde - Primária• Primeiro nível: evitar os mecanismos e fatores
desencadeantes da doença antes que esta tenha se instalado ( ex. osteoporose, imunizações, programas educacionais, atividades físicas, grupos de convivência ),
• Segundo nível: requer o conhecimento epidemiológico com vistas a estruturar programas de rastreamento visando detectar a doença enquanto assintomática ou curável, e combatê - la. Ou ainda tentar reduzir o ritmo da evolução de uma doença crônica
• No idoso é de particular importância pelo efeito Iceberg.
Prevenção Primária (segundo nível)
• Reforço das ações dirigidas à detecção precoce de doenças crônico-degenerativas como HAS, DM, osteoporose
• Rastreio precoce de danos auditivos, visuais, proprioceptivos
• Utilização de protocolos próprios para situações comuns entre idosos, tais como risco de queda, alterações do humor e perdas cognitivas
Prevenção Primária – segundo nível
• Prevenção de perdas dentárias e de outras afecções da cavidade bucal
• Prevenção de deficiências nutricionais• Avaliação das capacidades e habilidades
funcionais no ambiente domiciliar, com vistas à prevenção da perda de independência e autonomia
• Prevenção do isolamento social
Prevenção Secundária
• Pressupõe o diagnóstico e tratamento precoces para idosos com capacidade funcional preservada (poderiam ser atendidos por clínicos bem treinados) e
• Limitação da invalidez para idosos frágeis, com múltiplas patologias (geriatria seria mais recomendada)
Leavell e Clarck, 1976
Prevenção Terciária
• Terciária: tratar precocemente as doenças sintomáticas estabelecidas e suas complicações, evitar perda funcional. – Reabilitar precocemente
• È a prevenção mais prevalente no idoso acima de 75 anos, devido às múltiplas comorbidades já instaladas, associadas a problemas sociais
Estratégias para Prevenção
• Diagnóstico e tratamento precoce das doenças
• Resolução dos processos agudos sociais
• Aperfeiçoar o estado funcional do idoso, nem sempre a cura é possível
• Prover adequação ambiental, social aos pacientes que estão deixando o hospital
Estratégias para Prevenção
• Cuidados adequados para pacientes terminais• Suporte e informação aos cuidadores• Identificar situações de risco• Multidisciplinaridade• Acesso à ajuda na comunidade local• Treinamento ao trabalhador da saúde para
cuidados com idoso
Prevenção à saúde
• Doenças mais prevalentes: cardiovasculares, pulmonares, neoplasias, injúrias, dçs. infecciosas, musculoesqueléticas, sensoriais e demência
Prevenção à saúde
• Dçs. Cardiovasculares:– H.A.S.: identificação e tratamento de H.A.S. é a
melhor forma de prevenção para dçs. CV, principalmente no idoso
– O tto da H.A.S. mostra redução da morbidade, de eventos cerebrovasculares
– Deve ser investigada H.A.S. a cada 1-2 anos (US Preventive Task Forces)
Prevenção à saúde
• Tabagismo:– Seu combate também tem benefícios em
idosos: reduz IAM, disfunção pulmonar e mortalidade
– Representa fator de risco claro para dçs. Cardiovasculares, pulmonar, gastrointestinal e neoplasias
Prevenção à saúde
• Sedentarismo:– Exercícios são válidos na prevenção primária
de dç. CV e de morte– Relação com longevidade– Prevenção secundária pós IAM– Estimular exercícios aeróbicos e de resistência
conforme tolerados
Prevenção à saúde
• Dislipidemias:– Forte relação com desenvolvimento de dç.
aterosclerótica– Ideal: modificação do estilo de vida desde a
juventude– Investigação do colesterol a cada 5 anos
(adultos), em idosos indefinido tempo exato
Prevenção à saúde
• Os idosos só ultimamente têm sido envolvidos em estudos
• Uso de vastatinas tem sido relacionado a redução da morbimortalidade
• >75 anos assintomáticos: questiona - se sua investigação
Prevenção à saúde
• Aspirina:– Prevenção secundária de IAM, AVC isquêmico– Dose: 80 a 325 mg / dia
• Prevenção secundária rígida pós IAM e AVC: cessar tabagismo, controle lipídico, combate à obesidade, TRH, controle pressórico
Prevenção de neoplasias
câncer de mama: neoplasia muito prevalente em idosas– Redução da morbimortalidade com o
diagnóstico precoce– Mamografia a cada 1 ano ( dos 40 aos 50 anos )
e a cada 2 anos a partir dos 50 anos– Exame clínico anual (palpação)
Mamografia– Soc. Americana de câncer: mamografia anual > 50 a
ou a cada 1-2 a para 50-69a– US and Canadian Task Fource: anual dos 50 aos 69
anos e após 70 anos de acordo c/ clínica– American Geriatrics Society: Mamografia a cada 1 a
3 anos para 70-85 anos– Forum of Breast Cancer Screening in Older Women:
mamografia bianual até 75 anos e após se o estado geral de saúde for bom e a expectativa de vida longa
Câncer de mama
• Fatores de risco: história familiar positiva para parentes de primeiro grau, reposição estrogênica pós - menopausa, nuliparidade, radiação do tórax
Câncer colorretal
• Alta incidência entre 70 e 80 anos
• Fatores de risco: história de ca cólon anteriomente, história familiar de pólipos adenomatosos, dç. Crônica inflamatória do intestino
• Prevenção primária: dieta com fibras, emagrecimento
Câncer colorretal• Prevenção secundária: toque retal anual,
pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente após 50 anos, retossigmoidoscopia a cada 3 - 5 anos
• Colonoscopia a cada 5 anos se risco elevado
• Após 85 anos com o declínio da saúde, ou se pesquisa prévias negativas, cessar prevenção
Câncer de Pulmão
• Principal prevenção primária é cessar tabagismo
• Prevenção secundária com RxTx, exame de escarro não têm sido eficazes
• Fatores de risco: tabagismo ( risco elevado até 15 anos após cessar fumo ), exposição a asbesto, urânio e radiação
Câncer cervical • Fatores de risco: múltiplos parceiros sexuais,
infecções pelo HPV• Exame pélvico e Papanicolau anual, se 3 exames
consecutivos normais, passar 2 - 3 a• O Papanicolau em idosas não é bem definido (seu
uso pode diminuir ou descontinuar após 65-69 anos)• Na ausência de investigação anterior e naquelas
pacientes com grande expectativa de vida, manter prevenção
Câncer de próstata
• Maior prevalência nos homens idosos
• Mortalidade eleva com a idade
• Fatores de risco: história familiar positiva
• Toque retal anual após 40 anos
• PSA anual após 50 anos
• Ultrassonografia pélvica ou transretal, se sugestivo
Câncer de próstata
• Crescimento lento: questiona - se a prevenção e tto da dç. em pacientes > 80 anos, ou com múltiplas dçs. associadas
Prevenção à saúde
• Doenças infecciosas:– Prevenção primária: vacinação – Pneumocócica: polissacárides de pneumococos,
protege por 9 anos ou mais. Dose única após 65 anos, repetir se dose anterior antes dos 65 anos.
– Influenza: anualmente, sobretudo para dçs. crônicas, DPOC, institucionalizados. Proteção de 60 - 80%. Reduz morbimortalidade e complicações virais
Prevenção à saúde
• Doenças infecciosas:– Tétano - difteria: reforço a cada 10 anos
• Diabetes melitus: não há prevenção específica, mas deve - se orientar dieta, controle de peso, exercícios– Investigação periódica da glicemia
Prevenção à saúde
• Doença tireoidiana: – Realizar TSH periodicamente em
assintomáticos– Apresentação atípica na maior parte dos casos
• Osteoporose: prevenção primária: TRH logo após menopausa, exercícios físicos, cálcio na dieta, combater tabagismo
Prevenção à saúde
• Osteoporose: prevenção secundária: densitometria óssea para pacientes de risco, assintomáticas.– Prevenção de fraturas, combatendo - se os
fatores de risco para quedas
• Déficits sensoriais: após 65 anos avaliação a cada 1-2 anos para glaucoma, assim como audição
Prevenção à saúde
• Demências: prevenção das demências de causas reversíveis e demência vascular ( controle dos fatores de risco para aterosclerose e êmbolos )
• Prevenção nos asilos: normalmente a nível terciário, com atenção e combate à imobilidade, incontinência, perda funcional.