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Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 1
Pró-Notícias[ PUBLICAÇÃO DO HOSPITAL PRÓ-CARDÍACO - ANO 12 | Nº 45 | mai-jul 2013 ]
In memoriamDr. Onaldo Pereira e Dr. Adherbal Maia
Teste de hipoxemia para voar com mais segurança
Os novos museus do Rio
Inova Pró: por um coração novo de novo
2 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
MÉXICO
Dr. Gaudencio Espinosa participou como conferencista do VIII
Congresso da Sociedade de Cirurgiões Endovasculares de Latino
América (CELA-2013), em Cancun, no México, de 10 a 14 de julho.
O cardiologista apresentou o trabalho “Técnicas de Debranching
paraTratamento das Doenças do Arco Aórtico”.
ESTADOS UNIDOS
Em maio, a gerente do Serviço de Enfermagem do Pró-Cardíaco,
Enfa. Maricy Fernandes, esteve no 3M Global I.V. Leadership Sum-
mit: Transformer leader, Transformer care, em Saint Paul, Minnesota
(EUA), onde apresentou o trabalho “Implementação de Estratégias que
Mudaram o Comportamento Humano sobre a Inserção, Manutenção
e Remoção do Acesso Vascular”.
RIO DE JANEIRO
No dia 28 de setembro, Dr. Ricardo Vivacqua será um dos deba-
tedores dos casos clínicos apresentados no Simpósio Internacional
do Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardíaca da Socie-
dade Brasileira de Cardiologia (Derc/SBC) durante o 68º Congresso
Brasileiro de Cardiologia do Rio de Janeiro, realizado pela instituição.
RIO DE JANEIRO 2
No mesmo dia 28 de setembro, também no Congresso da SBC, a
Enfa. Vania Cristina Figueiredo integra a mesa-redonda “Segurança
do Paciente: um Desafio para a Prática Assistencial” durante a Jornada
de Enfermagem do evento. O tema apresentado pela profissional da
Unidade de Emergência do Pró-Cardíaco será “Prevenção de Eventos
Adversos na Hemotransfusão”.
RIO DE JANEIRO 3
No dia 27 de maio foi realizado o Minissimpósio Duke/Pró-Cardíaco
com a presença do convidado internacional Dr. Salvador Borges-Neto,
brasileiro radicado nos Estados Unidos e professor de Medicina Nu-
clear e de Cardiologia da Duke University Medical Center, na Carolina
do Norte. O encontro abordou: “Multimodalidade em SPECT na Dor
Torácica”, “SPECT CT na Doença Arterial Coronariana (DAC) Crôni-
ca”, “PET CT em Cardiologia” e “O Papel da Cardiologia Nuclear na
Orientação Terapêutica”. Os Drs. Claudio Tinoco Mesquita, Gustavo
Barbirato, Paulo Dutra, André Volschan e Evandro Tinoco Mesquita
também participaram da apresentação.
Pílulas
EXPEDIENTE - Pró-NotíciasCONSELHO EDITORIAL: Evandro Tinoco Mesquita e Marcus Vinícius Martins. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Mônica Schettino - 17825-DRT.
REDAÇÃO E EDIÇÃO: Jaciara Rodrigues e Daniella Fernandes. COLABOROU NESTA EDIÇÃO: Cristiane Menezes. DESIGN GRÁFICO: Boris Garay. FOTOGRAFIA: Alessandro Mendes. REVISÃO: Andréa Drummond. Tiragem: 7.700 exemplares.
As informações prestadas pelas fontes são de sua responsabilidade. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DIRIGIDA.
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 3
2 PÍLULAS
4 SALA DOS MÉDICOSIn memoriam - Dr. Onaldo Pereira e Dr. Adherbal Maia
6EVENTOS Simpósio Satélite Pró-Cardíaco|30º Congresso Socerj II Simpósio Internacional de Cardiologia
8 ESPECIALIDADE Neurologia em expansão
10 DESTAQUERecertificação Accreditation Canada
11 QUALIDADE E SEGURANÇA Doação autóloga
12 CAPAInova Pró
18 EXCLUSIVIDADE Teste de hipoxemia
19 INFORME CEPRO
20 OUTROS ARESOs novos museus do Rio
22 OPINIÃOOverdiagnosis por Dr. André Volschan
23 PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Sumário
Paixão pelo que se faz é o principal ingrediente da inovação, e a inovação move o Pró-Cardíaco há mais de meio século. Nosso aprimoramento é constante e o reconhecimento de pacientes e familiares, e de colegas e instituições em nível nacional e internacio-nal, mostra que estamos no caminho certo.
A partir da análise do que observamos nos princi-pais congressos internacionais de Cardiologia e do benchmarking presencial em hospitais da Alemanha, Holanda e dos Estados Unidos, identificamos áreas estratégicas para investimentos mais vultosos nos próximos dois anos. Assim, uma série de novas tecnologias e de novos conceitos já estão em fase de implementação e farão do biênio 2013-2014 mais um marco na história do Hospital.
As novidades não se resumem apenas à compra de novos equipamentos, mas envolvem a mobilização e do aprimoramento de processos e de pessoas, inseri-das em contextos de “Serviço”. É esse conjunto que transforma a simples aquisição em implementação, que, por sua vez, traduz-se em atendimento humano, seguro e qualificado.
Muitas das maiores e mais bem-sucedidas experiên-cias no diagnóstico e tratamento do doente cardio-vascular no Brasil acontecem no Pró-Cardíaco. E a julgar pela nossa trajetória, teremos sempre motivos para comemorar. E inovar.
Editorial
A verdadeira inovação
Marcus Vinícius Martins
Diretor do Hospital Pró-Cardíaco
4 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
SALA DOS MÉDICOS
Uma homenagem do Pró-Cardíaco aos saudosos Drs. Onaldo Pereira e Adherbal Maia, ícones da medicina brasileira
In memoriam
O início de 2013 foi marcado pela triste perda de
dois ícones da medicina brasileira. O cardio-
logista Dr. Onaldo Pereira, sócio-fundador do
Hospital Pró-Cardíaco, e o neurocirurgião Dr. Adherbal
Maia, sócio-fundador do Hospital Samaritano, partiram
deixando como herança uma enorme contribuição para
a história da medicina hospitalar do Rio de Janeiro. Dois
médicos verdadeiramente visionários, donos de trajetó-
rias ímpares.
A amizade entre os dois nasceu nos corredores do
Pró-Cardíaco há 53 anos, no início do funcionamento
do Hospital. Dr. Adherbal foi o primeiro neurologista e
neurocirurgião referência do Pró, até 1972, quando saiu
para assumir a direção do Samaritano. Foi Dr. Onaldo,
inclusive, quem apresentou para o amigo a mulher que
viria a se tornar esposa de Dr Adherbal. Ambos tinham
muito em comum: o amor profundo pela profissão, o
respeito e a fidelidade aos colegas e às instituições que
lideraram até o fim de suas vidas. Nascido em Campinas, interior de São Paulo,
Dr. Adherbal estudou na mesma faculdade que o
amigo, formando-se alguns anos mais tarde, em
1962. Especializou-se em Neurocirurgia e integrou
a primeira equipe do Hospital de Ipanema, antigo
Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comer-
ciários (IAPC), onde trabalhou até se aposentar aos
70 anos.
O maior e mais importante passo de sua carreira
foi dado em 1972, ao fundar o Hospital Samaritano,
um dos mais respeitados centros de diagnóstico e
tratamento do Brasil. Dr. Adherbal, que permaneceu
41 anos à frente da instituição, sempre admirado
por médicos e funcionários, faleceu no dia 4 de
abril, aos 75 anos, deixando a mulher Priscila, dois
filhos e um neto.
Dr. Adherbal
Dr. Adherbal Maia: sempre admirado por médicos e funcionários em 41 anos à frente do Samaritano
“Dr. Adherbal era a
alma do Samaritano. Ele
tinha uma preocupação
constante em melhorar o
serviço e o atendimento
e conseguiu transformar
de forma extraordinária
um pequeno hospital
sem prestígio em uma casa de saúde
de referência nacional. Todos, médicos e fun-
cionários, adoravam seu jeito espontâneo de
ser e tinham por ele grande respeito”.
Dr. Amarino Carvalho de Oliveira, radiolo-
gista, chefe do Serviço de Radiologia e diretor
técnico médico do Hospital Samaritano.
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 5
SALA DOS MÉDICOS
Dr. Onaldo Pereira: amor profundo pela profissão, respeito e fidelidade aos colegas e ao Pró-Cardíaco
O jovem e determinado Dr. Onaldo saiu de Campos dos
Goytacazes, no interior fluminense, aos 23 anos, para estudar
na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Fez brilhante
carreira como cardiologista e diretor do antigo Hospital Nossa
Senhora das Vitórias, em Botafogo, atual Instituto Nacional de
Cardiologia. Em 1959 fundou o Hospital Pró-Cardíaco junto a
um grupo de médicos com o objetivo de oferecer o primeiro
serviço de pronto atendimento domiciliar cardiológico do Rio.
Dr. Onaldo foi protagonista de diversos episódios im-
portantes da medicina carioca como, por exemplo, a criação
do primeiro Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Rio de
Janeiro em 1968, no Pró. Sua dedicação foi decisiva para
a trajetória de sucesso da instituição, hoje acreditada pela
Organização Nacional de Acreditação (ONA) com o grau
máximo em excelência, e pela internacional Accreditation
Canada. Após uma vida dedicada à medicina, à cardiologia e
ao Hospital, Dr. Onaldo partiu em 20 de março de 2013, aos
99 anos, deixando a mulher Alba, quatro filhos, sete netos e
um bisneto.
In memoriam “Tive a honra de ser o médico
do Dr. Onaldo e cuidar dele até
sua partida. Uma das coisas que
mais me impressionavam era a
visão otimista que ele conser-
vava. Do alto dos seus 90 anos
ele às vezes me perguntava:
‘Mas vou ter que tomar esse
remédio pelo resto da minha
vida?’. Sou imensamente grato
aos ensinamentos e ao legado
que ele deixou”.
Dr. Rubens Costa Filho, médico intensivista e
coordenador do CTI do Hospital Pró-Cardíaco.
“Foi um privilégio ter sido
amigo de profissão e de vida de
ambos. Dr. Adherbal era muito
carismático, dono de uma perso-
nalidade forte e mantinha uma
relação de cofiança com todos
os s médicos, tanto do Pró, como
do Samaritano. Já Dr. Onaldo
era um grande conselheiro e pa-
cificador; profissional e, acima
de tudo, um amigo muito fiel.
A despeito de sua idade avançada, estava sempre à
frente de seu tempo, preocupado com o futuro”.
Dr. Francisco Eduardo Ferreira, cardiologista e um
dos sócios-fundadores do Pró-Cardíaco.
“Todas as qualidades que
um indivíduo pode ter estavam
concentradas na pessoa de Dr.
Onaldo, um homem muito leal,
honesto e paciente que não
aceitava forma alguma de injus-
tiça. Em 53 anos de convivência
na direção do Pró, nunca discu-
timos. Ele amava o que fazia e
jamais errou um diagnóstico.
Sou muito feliz por ter trabalha-
do e ter sido amigo de uma pessoa tão admirável, que
está fazendo enorme falta para todos nós”.
Dr. Moises Gamarski, cardiologista e um dos
sócios-fundadores do Pró-Cardíaco.
Dr. Onaldo
6 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
EVENTO
Atento aos temas mais emer-
gentes da saúde em todo
o mundo, o Pró-Cardíaco
elegeu a Insuficiência Cardíaca
(IC) Avançada como pauta do seu
Simpósio Satélite em abril, durante
o 30º Congresso da Sociedade de
Cardiologia do Estado do Rio de
Janeiro (Socerj). O aumento de ca-
sos da doença entre idosos, estágio
final de qualquer cardiopatia, é uma
realidade preocupante que exige a
adoção de novos conceitos e novas
tecnologias.
Renomados representantes do
corpo clínico do Hospital discutiram
novidades terapêuticas no Rio de
Janeiro; o resgate cardíaco e de ór-
gãos de paciente com o problema; e
o coração artificial no tratamento da
doença, além dos procedimentos
com o dispositivo já realizados no
Rio. O público pôde acompanhar
ainda as análises de casos clínicos
de IC crônica refratária e de choque
cardiogênico pós-infarto.
A abertura do Simpósio foi
feita pelo diretor executivo do
Pró-Cardíaco, Dr. Marcus Vinícius
Martins, que destacou a reco-
nhecida tradição do Hospital na
busca incessante pela excelência
na prática clínica. “Espero que
apreciem as exposições de hoje
sobre o que há de mais novo na
Cardiologia nos cenários nacional
e internacional”, disse.
Pró elege a enfermidade cujo número de casos cresce em todo o mundo como tema do seu Simpósio Satélite no evento anual da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro
IC avançada
Dr. Eduardo Nagib, presidente da 30ª edição do Congresso e mediador
da primeira discussão de caso clínico do evento, agradeceu ao Pró-Cardíaco
“pelo apoio que tem dado à Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro
durante todos esses anos, especialmente neste congresso, ao oferecer aos
participantes mais essa importante atividade científica”.
À tarde, o segundo módulo do Simpósio Satélite foi apresentado pelo
diretor clínico do Pró, Dr. Evandro Tinoco Mesquita. Antes dos debaates
científicos sobre a IC Aguda e choque cardiogênico, o público acompa-
nhou a palestra “Gestão médica inovadora: o desafio de incorporar novas
tecnologias”, de Dr. Marcus Vinícius J. dos Santos, que ocupou a direção
do Pró-Cardíaco até o início de 2013 e foi responsável pela reestruturação
do Hospital iniciada há três anos.
O Simpósio terminou com o colóquio “A abordagem da IC Avançada
na sala de Emergência”, abordando os benefícios da milrinona na IC com
betabloqueador; uma nova visão no uso do suporte inotrópico: o fluxo vs
pressão; a melhor estratégia terapêutica para o controle da congestão;
os benefícios da avaliação hemodinâmica não invasiva; os benefícios do
suporte ventilatório não invasivo; e quando considerar o tratamento com
suporte mecânico circulatório.
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 7 • 7
EVENTO
Um evento de
excelência,
com progra-
mação científica atual
e instigante apresen-
tada e debatida por
grandes expoentes da
Cleveland Clinic e da
Cardiologia do Rio de
Janeiro. Assim foi o II Simpósio Internacional de Cardiologia,
que em agosto reuniu no Rio de Janeiro profissionais da área
para discutir temas relacionados à prática diária do cardiologista
e os grandes avanços em diagnóstico e tratamento.
Realizado no Hotel Sofitel, em Copacabana, o encontro con-
tou com as presenças dos Drs. Murat Tuzcu, James Thomas e
Nader Moazami, da Cleveland Clinic. Os especialistas abordaram
a experiência da instituição no implante percutâneo da válvula
aórtica e a importância do ecocardiograma nesta intervenção.
O diagnóstico por imagem na avaliação da doença arterial
coronariana, o suporte circulatório mecânico para o choque
cardiogênico e o estado da arte dos suportes circulatórios de
longa permanência, os chamados corações artificiais, também
foram objeto das conferências.
A programação do Pró-Cardíaco teve como foco a assis-
tência de ultracomplexidade, com destaque para o resgate de
órgãos e o Heart Team (ver matéria de capa desta edição) do
Hospital, a oclusão do apêndice atrial esquerdo e medicina
nuclear quantificada.
Após as miniconferências, mesas-redondas e a sessão de
debates de casos clínicos, a organização sorteou duas visitas à
Cleveland Clinic, com todas as despesas pagas, para conheci-
mento das instalações em Ohio, nos Estados Unidos, além de
participação em um simpósio do Hospital.
Ultracomplexidade em focoPró-Cardíaco, TotalCor RJ e Cleveland Clinic reúnem seus
especialistas no II Simpósio Internacional de Cardiologia para debater os novos rumos da especialidade no Brasil e no mundo
“São os grandes avanços que a Cardiologia mundial tem vivido nos últimos anos e que já são uma realidade no TotalCor e no Pró-Cardíaco, por isso, a troca de experiências é muito interessante para todos”
Dr. Eduardo Nagib, coordena-dor médico da Cardiologia do To-talCor RJ e membro da Comissão Científica do Simpósio.
“Esse evento posiciona o Pró-Car-díaco na ponta da cardiologia de ultracomplexidade e reforça nossa visão de futuro, inovação e excelência de resultados, um modelo inspirado na Cleveland Clinic”
Dr. Evandro Tinoco Mesquita, diretor clínico do Pró e membro da Comissão Científica do evento.
8 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
ESPECIALIDADE
O alto padrão de qualidade da assistência neurológica do Pró-Cardí-
aco sempre fez parte de sua trajetória. Prova disso é o reconheci-
mento pela excelência do atendimento aos pacientes com Acidente
Vascular Cerebral (AVC) conquistado em 2011 com a Distinção Canadá,
concedida pela Accreditation Canada. Hoje, o Pró é referência no Estado
do Rio de Janeiro em equipamentos de neurofisiologia de última geração
e equipe multidisciplinar capacitada para o diagnóstico e tratamento de
pacientes com doenças neurológicas.
São muitos os investimentos. Desde o início do ano, o Hospital tem um
esquema de plantão de médicos neurologistas disponíveis 24 horas todos
os dias. Segundo Dr. Daniel Bezerra, coordenador da Neurologia Clínica
do Pró, nenhum outro hospital do Rio de Janeiro oferece essa estrutura.
“Conseguimos agilizar ainda mais o processo de atendimento. Quando o
paciente chega à Emergência com suspeita de AVC recebe avaliação ime-
diata de um profissional especializado, tem diagnóstico preciso e precoce
e intervenção em tempo recorde, diminuindo significativamente os riscos
de sequelas”. Os pacientes internados também têm a mesma assistência.
Outra novidade do setor, ainda em fase de implementação, é o Projeto
Telemedicina, para suporte de clínicos e plantonistas de outras instituições
através de vídeo-conferência. De acordo com Dr. Daniel, o uso de modernas
tecnologias de comunicação ajuda
na tomada de decisão de diagnósti-
cos de pacientes com AVC. A troca
de informações reduz não só o tem-
po de atendimento, minimizando
as complicações, como também
os custos com deslocamento de
pacientes ou profissionais.
Monitorização Cerebral
na Sala Híbrida
Os pacientes do Pró-Cardíaco
contam ainda com o que há de
mais moderno em diagnóstico não
invasivo por imagem, importante
diferencial para o tratamento de
doenças neurológicas. O Hospital
foi o primeiro do Estado a dispo-
nibilizar tecnologia SPECT-CT,
que une imagens de cintilografia e
tomografia computadorizadas num
único aparelho. O equipamento
permite exames com maior acu-
rácia anatômica na localização de
pequenas lesões.
Com a recém-inaugurada Sala
Híbrida, ambiente equipado para
realização de procedimentos de alta
complexidade, a técnica de Moni-
torização Cerebral também será
ampliada. O método, que antes da
inauguração na nova sala era pouco
usado por questões logísticas, tem
como finalidade identificar preco-
Neurologia em expansão
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 9
ESPECIALIDADE
cemente eventos isquêmicos encefálicos causados
por embolia ou trombose arterial durante cirurgias
cardíacas, e que podem causar sequelas neuroló-
gicas. “Com toda infraestrutura integrada em um só
lugar, é muito mais fácil fazer esse acompanhamen-
to, sem a necessidade de interromper ou esperar o
fim da intervenção. E muito mais seguro”, destaca o
neurointensivista Dr. Marcelo Magalhães.
Com a exceção de transplantes, a monitori-
zação é indicada para quase todos os tipos de
cirurgias cardíacas de alta complexidade, es-
pecialmente em casos de implante percutâneo
de válvula aórtica; é útil ainda para acompanhar
o quadro neurológico de pacientes inconscientes.
Estrutura para Epilepsia de Difícil Controle
Desde o fim do ano passado, o Pró também pas-
sou a dar atenção especial às pessoas com epilepsia -
transtorno neurológico crônico que se caracteriza por
crises epilépticas espontâneas recorrentes. De acordo
com o neurofisiologista da instituição, Dr. Eduardo
Serviço de Neurologia do Pró-Cardíaco conta com equipamentos de alta tecnologia para diagnóstico e tratamento e disponibiliza assistência 24 horas
Equipe da Neurologia do Pró, a partir da esquerda: Drs. Eduardo Faveret, Daniel Bezerra, Aquiles Manfrin e Marcelo Magalhães.
Faveret, estima-se que no Estado Rio de Janeiro cerca de
70 mil pessoas sofram da forma mais grave da doença,
chamada de Epilepsia de Difícil Controle. Nestes casos,
o diagnóstico é bastante complexo, exigindo equipe
especializada e equipamentos sofisticados.
A estrutura do Hospital tem métodos avançados
de diagnósticos realizados de forma integrada, como
é o caso da técnica de Superposição de Exames. Nela,
são cruzadas imagens de três diferentes exames –
cintilografia cerebral (SPECT-CT), durante a crise, e
vídeoeletroencefalograma - posteriormente fundidos à
ressonância magnética, de forma a permitir localizar mais
precisamente a área epileptogênica. “Assim conseguimos
um diagnóstico tridimensional sem a necessidade de
eletrodos profundos ou procedimentos mais invasivos”,
explica Faveret.
O tratamento da doença pode ser feito através de in-
tervenção neurocirúrgica e ainda por estimulação elétrica
ou magnética cerebral para inativação do foco gerador
da crise convulsiva. Outra técnica também usada é a da
Estimulação do Nervo Vago (Vagal Nerve Stimulation),
uma espécie de marca-passo cerebral que gradualmente
contribui para a redução das crises e melhora do humor.
Neurologia em expansão
Médicos da Medicina Nuclear e Neurologia avaliando resultados do exame de cintilografia cerebral
10 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
Recertificação canadense
DESTAQUE
Qualidade sempre em alta
Hospital recebe visitas de manutenção da Acreditação Canadense e Distinção Canadá de Atendimento ao Paciente com AVC e parte
para definição de novas estratégias
O Pró-Cardíaco é reconhecido mun-
dialmente pela excelência no aten-
dimento aos pacientes com Aciden-
te Vascular Cerebral (AVC). O Hospital foi
o primeiro fora do Canadá, e o terceiro no
mundo, a conquistar em 2011 a Distinção
Canadá de Atendimento ao Paciente com
AVC, certificação da Accreditation Canada
International. De lá para cá a instituição fez
importantes avanços, entre eles o aperfei-
çoamento de protocolos já existentes e a
criação de novos, e a integração ainda maior
da equipe multidisciplinar especialmente
preparada para atender esses pacientes, o
“Time do AVC”.
No início de abril, o Hospital recebeu a
segunda visita de manutenção periódica do
Instituto Qualisa de Gestão (IQG), responsá-
vel pela Distinção no Brasil. A inspeção é re-
alizada semestralmente e tem como objetivo
acompanhar os indicadores de qualidade e
resultados das práticas adotadas pelo Pró
após a certificação; um importante momen-
to para aprimorar as ações e estabelecer
novas estratégias.
Cuidado pós-internação: único no Brasil
Nessa fase, ganha destaque o projeto inovador realizado em
parceria com a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação
(ABBR). O desafio atual, segundo a coordenadora da Assessoria
de Qualidade do Pró, Stelmar Molas, é reforçar a importância do
programa no Hospital, que é o único do Brasil a disponibilizar
continuidade do tratamento para pacientes com AVC, após o pe-
ríodo de internação, na entidade de reabilitação mais respeitada
do Rio de Janeiro e uma das mais destacadas do país.
O protocolo de alta hospitalar, que envolve a educação
durante a internação, é outra iniciativa sempre em processo de
aperfeiçoamento. “As ações educativas para orientação não só
do paciente, mas dos familiares, são um ganho para todos nós”.
Trabalho em times que faz toda diferença
Também em abril, o Pró recebeu a visita de manutenção do selo
Accreditation Canada International, que certifica os procedimen-
tos do Hospital de acordo com padrões elevados de qualidade e
segurança. A avaliação atestou o andamento de práticas como a
otimização de leitos no processo de alta hospitalar, a adequação
do atendimento a pacientes obesos, e a integração das diferentes
áreas. Para a gerente de Qualidade, Roberta Torquato, a interação
das áreas tem sido um dos maiores benefícios para a instituição e
aos pacientes. “O trabalho em times foi uma evolução e faz toda
a diferença. Tudo isso só tem sido possível porque o Hospital
tem uma equipe sempre disposta a novos desafios”. Equipe do Núcleo de Qualidade do Pró-Cardíaco: Claudia Paiva, Roberta Torquato e Stelmar Molas
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 11
QUALIDADE E SEGURANÇA
A incompatibilidade entre diferentes tipos sanguíneos pode tornar a transfusão
de sangue uma prática vulnerá-vel. Assim, a doação autóloga ou autodoação - quando o paciente é seu próprio doador – surge como alternativa para realização de ci-rurgias programadas, com grande perda de sangue (acima de mil litros). Além de acabar com o risco de eventual contaminação, poupa o estoque para as situações nas quais o paciente está debilitado e não pode ser o autodoador.
No Pró-Cardíaco, a técnica tem sido cada vez mais adotada como parte do cuidado e da segurança no atendimento ao paciente. O Hospital é um dos poucos do Rio de Janeiro a disponibilizar a Má-quina Salvadora de Células, tam-bém conhecida como Cell Saver. O equipamento de recuperação
intraoperatória de sangue captura, filtra e recircula simultaneamente o sangue do paciente durante a cirurgia.
Outro método, mais comum, é o de pré-depósito, que consiste na coleta agendada e no armaze-namento antes da intervenção. O intervalo de cada doação não pode ser inferior a sete dias. Embora antiga, a prática ainda não é am-plamente usada no Brasil. Segundo o cirurgião cardíaco referência do Pró-Cardíaco Dr. Alexandre Sicilia-no, alguns desafios ainda dificultam sua difusão, como exemplos a seleção de pacientes que estejam em boas condições de saúde para serem seus próprios doadores e se locomoverem até o local de coleta.
Existem ainda dois outros ti-pos de autodoação: hemodiluição normovolêmica (coleta de até 500 mililitros de sangue momentos
antes da cirurgia), e recuperação pós-operatória (reutilização do san-gue coletado através de drenos até seis horas após a cirurgia), menos empregada pelas instituições.
Segundo a hematologista Dr.a Erika Tavora, sub-responsável técnica do Centro de Medicina Transfusional (CMT) do Pró, a do-ação autóloga é indicada, principal-mente, para cirurgias de alta com-plexidade como cardiovasculares, ortopédicas e abdominais, desde que o paciente atenda aos pré--requisitos. Ele precisa ser maior de 14 anos e estar em condições clínicas estáveis, com hematócri-to superior a 33% e ausência de infecção e doenças graves como diabetes e neoplasia. A técnica também é adotada por adeptos de grupos contrários à transfusão e por pacientes portadores de tipo raro de sangue.
Dr.a Erika Tavora, do Centro de Medicina Transfusional (CMT) do Pró, na geladeira onde o sangue é armazenado
Para salvara própria
vidaTécnicas de autodoação de sangue são cada vez mais adotadas pelo Pró-Cardíaco, um dos poucos hospitais no Rio a disponibilizar a “Máquina Salvadora de Células”
12 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
CAPA
Os destaques do cha-
mado “Projeto Inova
Pró”este ano são: o
Programa de Insuficiência Car-
díaca Cirúrgica; Heart Team; a
Sala Híbrida (matéria de capa
da edição anterior do Pró-Notí-
cias); os stents bioabsorvíveis;
o convênio com o Hospital
Charité, na Alemanha - maior
centro de diagnóstico da Euro-
pa e experiência mundial mais
significativa em biópsias en-
domiocárdicas e pericárdicas;
a ablaçao da artéria renal e a
cintilografia com uso do radio-
fármaco Scintimum.
Aliados a um time de pro-
fissionais qualificados e em
constante atualização, esses
avanços consolidam a assis-
tência humanizada e de ponta
prestada pela instituição há
mais de meio século e reco-
nhecida por médicos, equipes
multidisciplinares, pacientes e
familiares.
Inova Pró!
PROGRAMA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CIRÚRGICA
A Insuficiência Cardíaca (IC) tem acometido cada vez mais pessoas em
todo o mundo e é uma das consequências do crescente envelhecimento da
população, já que é a fase final de qualquer doença do coração. No Brasil,
segundo dados não-oficiais da II Diretriz de IC da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, mais de 6,4 milhões sofrem da síndrome.
Tratar desses pacientes de forma otimizada e recuperar-lhes a qualidade
de vida requer abordagem de ultracomplexidade, proporcionada hoje pelo
Programa de Insuficiência Cardíaca Cirúrgica do Pró-Cardíaco, coordenado
pelo cirurgião cardíaco referência da instituição, Dr. Alexandre Siciliano.
Com a adoção de protocolos da Cleveland Clinic e treinamento de equipes
nesta que é uma das instituições de saúde mais respeitadas do mundo, o Pró
disponibiliza uma estrutura de atendimento para o paciente com IC grave que
tem transformado taxas de mortalidade de 80% em taxas de sobrevida no
mesmo percentual. O Hospital já colocou 11 suportes circulatórios mecânicos
(ou bombas cardíacas), incluindo os de curta permanência (ECMO) e os de
prazo intermediário (CENTRIMAG), tornando-se pioneiro no país.
O sucesso dos procedimentos – todos os pacientes estão muito bem após
a cirurgia – estabelece uma novidade no tratamento de qualquer situação
que induza à IC avançada com sofrimento de órgãos, como infarto agudo do
miocárdio, miocardite fulminante e disfunção valvular. Fármacos tradicionais
e balão intra-aórtico perdem consideravelmente em resultados para medica-
mentos sofisticados e o suporte mecânico avançado.
O Pró-Cardíaco se equipara aos melhores centros mundiais de diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares e implementa uma série de novos conceitos e novas tecnologias no biênio 2013-2014
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 13
CAPA
Dr. Alexandre Siciliano
Inova Pró!
Uma paciente com 53 anos é um dos 11
beneficiados com o Programa de IC Cirúgica
do Pró e foi a primeira mulher a contar com o
coração artificial intracorpóreo. Há três meses,
ela começou a passar mal em casa depois
de um grande aborrecimento. Teve tonteiras,
diarreia, vômitos, foi ajudada por uma vizinha,
encaminhada para um hospital e diagnosticada
com choque cardiogênico (quando o coração,
após o infarto, fica tão comprometido que não
consegue mais gerar pressão nem fluxo para
os órgãos). Conduzida para outra instituição,
ela permaneceu internada e ficou inconsciente
por alguns dias, sobrevivendo com respirador e
diálise; rins, fígado, pulmões e coração pararam
de funcionar.
Foi quando a equipe do Programa foi acio-
nada para trazê-la ao Pró-Cardíaco. A situação
era tão complexa que foi necessário colocar o
suporte circulatório extracorpóreo provisório
para recuperar minimamente os órgaos antes
da mudança. Ela ficou 72 horas com o dispo-
sitivo, melhorou um pouco e pôde ser levada
pela ambulância: foi o primeiro “transporte em
suporte” feito no Brasil.
A segunda cirurgia veio logo em seguida
para a colocação de outro suporte, programado
para até dois meses de uso. A paciente, que a
partir daí conseguiu recuperar todos os órgãos,
com exceção do coração que tem uma grande
área de infarto, passou por uma terceira cirurgia
para implantação do suporte intracorpóreo que
substitui por completo a atividade do músculo
cardíaco. Ele irá permitir adquirir as condições
de saúde básicas para o transplante, já que a
paciente tornou-se candidata ao procedimento.
Segundo ela, antes do infarto sua vida era
normal e dinâmica. Mesmo sabendo que fará
o transplante assume que não será fácil se
adaptar ao novo hábito de carregar as baterias
durante o dia, dormir, tomar banho com elas.
Para Dr. Alexandre Siciliano, a paciente passou
por fases bem difíceis e realmente terá um
novo aprendizado pela frente. “Mas a evolução
dela tem sido ótima. Agora é prepará-la para o
transplante”, conclui.
PRIMEIRO TRANSPORTE EM SUPORTE NO BRASIL
14 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
CAPA
Os diversos tipos de suportes mecânicos são desenvolvi-dos para atender demandas
diferentes: há os extracorpóreos, que permitem suporte completo ou parcial do coração e funcionam para resgate emergencial do fíga-do, dos rins e do pulmão acome-tidos primeiro com uma disfunção grave do coração (ponte para recu-peração de órgãos); e outros que também mantêm o paciente vivo enquanto o médico analisa se con-tinua ou não com um extracorpó-reo (ponte para averiguação) ou se troca para o intracorpóreo/coração artificial (ponte para ponte). Depois de colocado, o ventrículo artificial, por sua vez, pode ser ponte para transplante ou transformar-se no coração permanente se o cardiopa-ta estiver muito doente com idade avançada e/ou com outras doenças que o incapacitem de ter um órgão transplantado.
A equipe multidisciplinar do Programa atua de ponta a ponta na assistência ao doente em todas es-sas situações, desde o momento do resgate com ambulância até a alta.
São mais de trinta profissionais treinados presentes no Centro de Medicina Transfusional do Pró (Banco de Sangue) e nos serviços de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Enfermagem e Farmácia, além dos médicos plantonistas, de rotina e da chefia do Pós-Operatório, unidade que tem o conhecimento para cuidar de um cardiopata de tamanha complexidade. Destaque ainda para os times de IC cirúrgico, pulmonar, imunológico e o quadro extra-hospitalar de enfermeiras monitoras, que vai à casa do paciente checar infraestrutura, segurança e higiene, garantindo que ele carregue as baterias dos aparelhos enquanto dorme, tome banho ade-quadamente, e comece a ter uma vida de fato com o coração artificial.
Para divulgar as ações do “Inova Pró”, o Hospital reuniu 60 médicos num fim de semana de junho no Hotel Village Le Canton, em Friburgo. O encontro de educação médico-continuada teve como foco a discussão de casos clínicos de insuficiência cardíaca avançada envolvendo suportes circulatório e elétrico, marcapassos, ressincronizadores e novos fármacos.
“Temos um Programa consistente, com respaldo da Cleveland Cli-nic, resultados destacados e podemos centralizar os procedimentos de ultracomplexidade, o que ainda é raro no país. É muito importante que os médicos tenham acesso a essas inovações”, diz Dr. Marcelo Montera, coordenador do Centro de Insuficiência Cardíaca do Pró e cardiologista do Programa de IC Cirúrgica. Segundo ele, o evento será replicado em 2013 em Volta Redonda, na Baixada Fluminense e na cidade de Petrópolis.
Time de
Dr. Marcus Vinícius Martins abre o evento na serra fluminense
IC cirúrgica
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 15
CAPA
DO PRÓ PARA ALEMANHA
Oferecer primeira e se-gunda opiniões em casos de doença cardiovascular com-plexa, de forma multidisciplinar e obedecendo ao conceito do cuidado centrado no paciente. Esta é a linha de atuação do recém-criado Heart Team do Pró-Cardíaco. A equipe organi-zada pelos Drs. Evandro Tinoco e Antônio Sérgio Cordeiro da Rocha, e sob a coordenação do Dr. Alexandre Siciliano, analisa os casos a partir das evidências científicas e da experiência do Hospital, mas também leva em conta desejos e preferên-cias do doente. A primeira e a segunda opiniões traduzem--se em opções de tratamento com equilíbrio entre riscos e benefícios e transmitidas numa linguagem clara ao paciente e ao médico assistente.
HEART TEAM
O Laborátorio de Hemo-dinâmica e Cardiologia In-tervencionista do Pró, sob a coordenação de Dr. Luiz Antonio Carvalho, responde hoje por uma das mais impor-tantes contribuições para o registro brasileiro de implante percutâneo da válvula aórtica. Em 2013, após quatro anos de procedimentos, o Setor comemora cem casos com resultados positivos em idosos que não tinham bom prog-nóstico, nem possibilidade de melhora, e que com o implante ganharam sobrevida de 65%.
Em 2014, a Hemodinâmi-ca vai incorporar mais uma nova tecnologia, a dos stents (ou suportes vasculares) bio-absorvíveis. Eles fazem o mesmo trabalho dos atuais, mas desaparecem do vaso em dois anos pois são feitos de polímero, em vez de metal; são totalmente inertes e não produzem qualquer malefício. “Isso permite, principalmente, que o paciente não fique com um dispositivo metálico para o resto da vida e, também, que toda a extensão do vaso recu-pere a função pulsátil, além do papel de sua camada interna, o endotélio vascular, cujo fun-cionamento sofre interferência do metal.
A chegada dos stents bioabsorvíveis muda a técni-ca tradicional de colocação e envolve outras novas tecnolo-gias, entre elas o tomógrafo de coerência óptica (OCT na sigla em inglês), disponível no Pró a partir do ano que vem para possibilitar a aferição da posi-ção perfeita do stent no vaso.
Dr. Luiz Antonio Carvalho Drs. Evandro Tinoco e Antônio Sérgio Cordeiro da Rocha
Em convênio com o Hos-pital Charité, da Alemanha, maior centro de diagnóstico da Europa e experiência mundial mais significativa em biópsias endomiocárdicas e pericárdicas, o Pró-Cardíaco passa a disponIbilizar o mais sofisticado método de análi-se dessas biópsias no Brasil. O Projeto de Miocardites do Pró tem a coordenação do Dr. Marcelo Montera e já re-alizou quase 250 biópsias em dez anos.
Os exames feitos no Pró são encaminhados via labo-ratório DASA para análise dos profissionais do Charité, chefiados pelo maior especia-lista mundial em miocardites Dr. Heinz Peter Schultheiss. A equipe do Dr. Schultheiss é capaz não só de detectar uma possível inflamação no múscu-lo cardíaco, como a presença de vírus e de seu potencial de multiplicação, o que permite ao cardiologista clínico personali-zar ainda mais o tratamento.
STENTS BIOABSORVÍVEIS
16 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
CAPA
Uma nova técnica começa a ser empregada nos Estados
Unidos e na Europa e, ainda em 2013, será oferecida
pelo Serviço de Arritmias do Pró-Cardíaco para o trata-
mento da hipertensão refratária ou resistente (HAS) - aquela que
necessita de pelo menos três medicamentos para ser controla-
da. “Estudos clínicos comprovam que para esses pacientes, que
representam de 10 a 15% dos hipertensos em todo o mundo,
a ablação da artéria renal pode finalmente equilibrar a pressão
evitando dilatação do coração e danos às artérias”, ressalta o
coordenador do Serviço, Dr. Eduardo Saad.
A HAR é é causada por fatores diversos, entre os quais se
destacam o aumento da atividade do sistema nervoso simpático
(que estimula as ações que nos permitem responder às situações
de estresse) e a retenção excessiva de sal pelo organismo. O
que a ablação faz é induzir uma lesão nos nervos responsáveis
pela hipertensão e que passam ao redor da artéria renal; isso
minimiza a atividade simpática e pode reduzir a retenção de
sal, auxiliando na ação dos remédios de controle da pressão.
“Além disso, a intervenção parece favorecer pacientes hi-
pertensos com diabetes ao diminuir os níveis de açúcar no san-
gue, e pessoas com apneia do sono”, afirma Dr. André d’Avila,
co-diretor do Serviço de Arritmia do Hospital Mount Sinai de
Nova York, que está de malas prontas para voltar a morar no
Brasil e traz a experiência do procedimento para hospitais de
excelência como o Pró-Cardíaco.
Segundo ele, convém salientar
que a Asssociação Médica Brasilei-
ra (AMB) ainda não aprova a abla-
ção da artéria renal para a maioria
da população. “Os procedimentos
realizados no Brasil, até agora,
foram em pacientes participantes
de protocolos de pesquisa. Nos Es-
tados Unidos, a conduta funciona
da mesma forma e há cerca de 800
estudos clínicos em andamento na
área. A Europa já realizou a abla-
ção, de forma clínica e segura, em
mais de três mil pacientes”.
Dr. d’Avila destaca que exis-
tem diferentes maneiras e diver-
sos dispositivos em avaliação. No
Brasil, espera-se que o primeiro
aparelho específico para esse fim
seja aprovado para uso clínico no
final de 2013. No momento, a
ablação da artéria renal é reali-
zada com os mesmos cateteres
e fonte de energia usados para a
ablação cardíaca.
Dr. Eduardo Saad, coordenador do Serviço de Arritmias do Hospital, e Dr. André d´Avila, que traz a experiência do Mount Sinai ao Brasil
h i p e r t e n s ã oNova vitória contra a
Pacientes com hipertensão arterial resistente podem se beneficiar da ablação da artéria renal, técnica que será implementada pelo Pró ainda este ano
h i p e r t e n s ã o
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 17
CAPA
inovação no diagnóstico de inflamações e infecções
Desenvolvido há dez anos na
Europa, o diagnóstico de
processos inflamatórios e
infecciosos de origem desconheci-
da, através do exame de Cintilogra-
fia por Anticorpo Monoclonal com
Uso de Scintimum (radiofármaco),
ainda é novidade no Brasil. No Es-
tado do Rio de Janeiro, a técnica
que permite melhor qualidade na
imagem do exame e, consequente-
mente, maior precisão, segurança
e rapidez no diagnóstico, chega em
primeira mão ao Pró-Cardíaco. Des-
de a implementação da prática no
Hospital, em abril, quatro pacientes
já foram submetidos ao exame com
resultados satisfatórios que acele-
ram o tratamento e a recuperação.
O método é indicado, princi-
palmente, para casos de pacientes
com febre de origem obscura,
suspeitas de infecção em doentes
internados por períodos longos ou
em um processo pós-operatório
de difícil análise dos sintomas. Na
Cardiologia, é muito usado para
investigar possibilidades de infla-
mações ou infecções no coração,
as chamadas endocardites, decor-
rentes muitas vezes da implanta-
ção de próteses de marca-passos.
Também é recomendado o uso
para localizar quadros infecciosos
ou inflamatórios em próteses or-
topédicas.
Estudos mostram que a ação do
Scintimum impacta positivamente
as decisões terapêuticas em 55%
dos casos. O medicamento con-
tém anticorpos monoclonais que
atacam células específicas deno-
minadas granulócitos, cujo funcio-
namento é similar ao dos glóbulos
brancos no processo de inflamação
e infecção. “Os benefícios desse
radiotraçador são surpreendentes.
Ele é capaz de marcar não só os
leucócitos que estão na corrente
sanguínea, como também os que
migraram para o tecido”, explica
Dr. Cláudio Tinoco, coordenador
do Serviço de Medicina Nuclear
do Hospital.
Antes, o Pró fazia uso da técni-
ca tradicional de Cintilografia por
Leucócitos Marcados com Uso
de Tecnécio e Pirofosfato (outros
radiofármacos). O processo, que
durava cerca de duas horas, primei-
ro manipulava os medicamentos
em uma pequena quantidade de
sangue do paciente, para depois
reinjetá-lo no organismo. Agora,
com a nova técnica, o paciente
recebe uma dose intravenosa
de Scintimum e, em apenas 15
minutos, é realizada a marcação
dos granulócitos. A qualidade da
imagem gerada ajuda a identificar,
com mais precisão, a região com
alteração no organismo.
Hospital é o primeiro do Rio a usar o radiofármaco Scintimum,
que oferece resultados mais precisos e ágeis
18 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
ExCLUSIVIDADE
Voando com mais oxigênio
O Pró-Cardíaco é o único hos-pital no Rio de Janeiro a re-alizar o teste de hipoxemia,
que mimetiza as condições de voo em terra e no ambiente hospitalar e pode evitar o agravamento de algumas doenças provocado pela menor quantidade de oxigênio nas cabines dos aviões. O teste diagnostica se pessoas com Do-ença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Insuficiência Cardíaca (IC) e Acidente Vascular Cerebral (AVC) vão necessitar de oxigênio suple-mentar durante a viagem.
Drs. Fernando Chacur e Ricardo Dias, médicos responsáveis pelo Serviço de Pneumologia e Prova de Função Respiratória do Hospital, explicam que como a população em geral tem viajado de avião com mais frequência, o número de pessoas que se sente mal é expressivo. “A cada ano, dois bilhões de passa-geiros fazem viagens aéreas e 5% destes têm condições médicas pre-existentes significativas. Só nos Es-tados Unidos, são 17 mil chamadas de emergência anuais durante os voos, sendo 12% por complicação respiratória. Com a realização do teste de hipoxemia, problemas de saúde durante os voos seriam an-tecipados e os passageiros teriam uma viagem mais segura”, alerta Dr. Fernando.
A falta de espaço e o ar seco na cabine podem causar descon-forto durante viagens aéreas mais
longas, mas é a baixa pressão atmosférica dentro da aeronave o motivo de mal-estar . Isto porque o ar ambiente tem aproximadamente 21% de oxigênio e 79% de nitrogê-nio, já o ar da cabine de um avião comercial tem pressão menor e é como se todos respirassem com somente 15% de oxigênio.
Para a maioria das pessoas essa alteração pode acarretar, no máximo, um pouco de sonolência, cefaleia e irritabilidade. Mas, para portadores de DPOC, IC e AVC, por exemplo, pode levar às complica-ções clínicas durante o voo. Por isso, as sociedades de pneumo-logia e de cardiologia americana e europeia recomendam o teste de hipoxemia para pacientes com esses perfis.
Diagnóstico em 20 minutosO teste dura cerca de 20 minu-
tos. O paciente inala um gás com a mesma pressão do oxigênio que é respirado no avião. Enquanto isso, verifica-se a pressão arterial, as fre-quências cardíaca e respiratória e a oximetria de pulso (quantidade de oxigênio no sangue), além de arrit-mias cardíacas. Caso a saturação do oxigênio no organismo caia muito (menor que 89%), o exame é inter-rompido e reiniciado com suporte de oxigênio igual ao que poderá ser usado no voo. Dependendo da resposta, a pessoa é orientada a utilizar o gás durante a viagem.
“Recomendamos que o pacien-te entre em contato prévio com a companhia aérea e avise sobre a necessidade de oxigênio extra para a voo. O procedimento deve ser fei-to durante todo o trajeto, pois se a pessoa dormir muito e estiver sem o catéter nasal, o nível de oxigênio no sangue cairá e poderá passar mal”, orienta Dr. Fernando.
Dr. Fernando Chacur, um dos coordenadores do Serviço de Pneumologia e Prova de Função
Respiratória do Hospital
Teste de hipoxemia feito com exclusividade no Rio pelo Pró-Cardíaco simula condições da cabine do avião e pode evitar complicações para pessoas com insuficiência cardíaca, AVC e DPOC
O teste de hipoxemia em andamento
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 19
Denise Momesso
INFORME CEPRO
A partir da esquerda, Drs. Bruno Vaz de Mello, Flávio Nácul, Manu Malbrain, Ricardo Lima e Hélio Vieira
HosPital recebe Dr. Manu Malbrain
Fundador da Sociedade Internacional da Síndrome Compartimental Abdominal e chefe do CTI do Hospital ZNA Stuivenberg, na Bélgica, Prof. Dr. Manu Malbrain foi o convidado da conferência internacional “Atualização em Síndrome Compartimental Abdominal”, realizada pelo Cen-tro de Estudos do Pró-Cardíaco (Cepro). Dr. Malbrain é um dos principais especialistas no assunto do mundo e, com tradução simultânea, apresentou suas experiências e os avanços para o tratamento da doença de difícil diagnóstico. A síndrome provoca o aumento da pressão intra-abdominal dificultando o fluxo venoso e arterial nos órgãos abdominais e pode levar à disfunção de rins, coração, pulmão, fígado e trato gastrointestinal. A conferência teve a coordenação dos Drs. Flávio Nacul e Eduardo Kanaan e os debatedores Drs. Bruno Vaz, José Mauro Vieira Junior, Helio Vieira e Ricardo Lima.
coMo elaborar trabalHos científicos
Outra realização recente do Cepro foi o “I Curso de Bioestatística Básica do Pró-Cardíaco”, que tem como objetivo preparar profissionais da instituição na elaboração de trabalhos científicos. As aulas abordaram temas sobre como descrever, comparar e correlacionar dados e como avaliar testes diagnósticos. O curso anual é aberto aos profissionais do Hospital e membros do corpo clínico.
oficina Para Projetos De Pesquisa
O serviço de “Assessoria para Elaboração de Projetos de Pesqui-sa Científica” é mais uma novidade do Cepro e também se destina ao corpo clínico e aos demais colaboradores do Hospital. As reuniões individuais da “Oficina de Metodologia Científica”, realizadas sempre às quintas-feiras, das 14h às 17h, devem ser agendadas presencial-mente ou por telefone (2131-1584) na gerência de Pesquisa Clínica.
MéDicos Do Pró ganHaM PrêMio no Deic 2013
“Uso da Distensibilidade da Artéria Pulmonar pela Ressonância Magné-tica Cardíaca na Identificação do Paciente Portador de Hipertensão Arterial Pulmonar Vasorreativo ao Óxido Nítrico” recebeu, em junho, o prêmio “Me-lhor Trabalho Clínico” no XII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (DEIC 2013), em Porto de Galinhas (CE). A pesquisa, apresentada por Dr. Marcelo Luiz da Silva Bandeira, da Unidade Coronariana, foi tema da tese de mestrado do Dr. Luiz Gustavo Pignataro Bessa, do CTI, e teve orientação de Dr. Marcelo Iorio Garcia, da Emergência.
20 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
OUTROS ARES
Um Rio de arteA cidade ganha dois novos espaços para exposições e se destaca ainda mais na cena cultural do país
O Rio de Janeiro,
capital cultural
do país, tem ins-
pirado ainda mais arte. E
não é apenas pela beleza
dos cenários naturais
que emolduram a vida
de quem mora ou está de
passagem pela cidade.
O Rio vive um momento
de resgate econômico
e social impulsionado
pela chegada de gran-
des eventos, entre eles
a Copa do Mundo e as
Olimpíadas, e os refle-
xos na área cultural são
cada vez maiores. Re-
centemente, dois novos
importantes espaços de
exposições foram inau-
gurados na capital flu-
minense: o Museu de
Arte do Rio (MAR), na
Zona Portuária, e a Casa
Daros, no bairro de Bo-
tafogo. E vem mais por
aí. A abertura do novo
Museu da Imagem e do
Som (MIS), em Copaca-
bana, está prevista para
o primeiro semestre de
2014; e a do Museu do
Amanhã, também na
Zona Portuária, para ju-
lho de 2014.
Instalada em um antigo casarão na
Rua General Severiano, em Botafogo,
a Casa Daros é, por si só, uma obra de
arte. O edifício de estilo neoclássico do
século 19, tombado pelo Patrimônio da
Cidade e que pertenceu à Santa Casa de
Misericórdia, passou por um cuidadoso
processo de restauro iniciado há seis
anos. Desde que foi aberto ao público,
em março, a Casa já recebeu cerca de
25 mil visitantes.
O lugar é mantido pela Daros Latiname-
rica, instituição com sede em Zurique,
na Suíça, que tem as mais abrangentes
coleções dedicadas à arte contemporâ-
nea latino-americana. “Para nós é uma
enorme felicidade saber que inaugura-
mos a Casa Daros em um momento de
transformação e crescimento do Rio.
A recuperação paciente e primorosa do
Casa da arte latino-americanaprédio centenário também soma a este
contexto positivo atual”, afirma Isabella
Rosado, diretora-geral da Casa Daros.
Além do imenso espaço reservado
para as exposições, a Casa oferece
uma biblioteca com mais de cinco mil
títulos para consulta e empréstimo.
Paralelamente, serão desenvolvidas
ações educativas com o intuito de
disseminar e fortalecer a arte contem-
porânea latino-americana, fazendo da
Casa Daros um importante ponto de
encontro e reflexão.
Anualmente serão realizadas duas
grandes exibições de obras da Daros
Latinamerica, com quase 1,2 mil tra-
balhos representativos de 117 artistas
nascidos ou que vivem na América
Latina (Confira no quadro a programa-
ção atual).
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 21
OUTROS ARES
Um Rio de arte
Também inaugurado em março, o
MAR, Museu de Arte do Rio, é dedica-
do à arte e à cultura visual e faz parte
do amplo projeto de revitalização da
Região Portuária, que já foi o maior e
mais importante porto de entrada de
escravos e imigrantes no Brasil.
Vizinho ao Morro da Conceição, Cais
do Valongo, Fortaleza de Santa Cruz,
Pedra do Sal e Cemitério dos Pretos
Novos, o Museu chega com a pro-
posta de integrar a cultura local. “O
MAR dialoga com as comunidades e
realidades que compõem a Região
Portuária, funciona como um lugar
importante no aspecto simbólico do
processo de renovação”, afirma o
diretor presidente da instituição, Car-
los Gradim. “Pretendemos promover
uma leitura transversal da história da
cidade, seu tecido social, sua vida
simbólica, conflitos, contradições,
desafios e expectativas sociais, com
mostras de longa e curta duração, de
âmbito nacional e internacional”.
Redescoberta da Região Portuária
PROGRAMAÇÃO
CASA DAROS
http://migre.me/eRbaa
Arte
“Caro não é Carioca” - Exposição do artista colombiano Antonio Caro
Até 6 de outubro
Exposição
“Cantos Cuentos Colombianos”
Até 8 de setembro 2013.
Rua General Severiano 159,
Botafogo - RJ. Quarta a sábado, das 12h às 20h; Domingo,
das 12h às 18h. Informações: (21) 2138-0850.
MAR
www.museudeartedorio.org.br
“ImagináRio” De 6 de agosto de 2013 Até 31
de março de 2014.
“Vontade Construtiva na Coleção Fadel” Até 20 de outubro.
“O CO-LE-CI-O-NA-DOR: arte
brasileira e internacional na Coleção Boghici” Até 1º de setembro.
Praça Mauá nº 5, Centro - RJ.
De terça a domingo, das 10h às 17h. Informações: (21) 2203-1235.
O Museu ocupa dois prédios vizinhos
unidos por uma praça, uma passarela
e uma cobertura em forma de onda,
num total de 15 mil m2. Um tem ar-
quitetura modernista e foi terminal
rodoviário no passado; o outro é o
Palacete Dom João VI, de estilo ec-
lético, erguido em 1916. O passeio
começa pelo último andar do prédio
mais novo, no qual visitantes são
surpreendidos por uma visão privi-
legiada de toda a região. Também
é por lá o acesso à rampa que leva
ao Palacete, onde são realizadas as
exposições. São oito salas em quatro
andares.
No edifício modernista é desen-
volvido o projeto Escola do Olhar,
destinado à formação de educadores
da rede pública de ensino em artes
e cultura visual. Às terças-feiras, o
MAR disponibiliza visita guiada e
gratuita por um circuito histórico da
região (Confira no quadro a progra-
mação atual).
22 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
OPINIãO
Os avanços tecnológicos e seu uso consciente
trouxeram, indiscutivelmente, enormes benefícios
aos pacientes, além de melhora no prognóstico
de várias doenças. No entanto, a seleção inadequada de
pessoas submetidas a exames tem contribuído de forma
preocupante para a ocorrência do chamado overdiagno-
sis, nome dado ao diagnóstico de doenças que nunca
causarão sintomas ou morte aos pacientes.
O tema, apesar de controverso, tem estimulado o
pensamento médico a avaliar suas práticas cotidianas.
A possibilidade de transformar pessoas em pacientes
com tratamentos sem benefício e, eventualmente, com
malefício é bastante inquietante para a medicina con-
temporânea. Os motivos deste fenômeno vêm sendo
estudados por alguns pesquisadores e, apesar de haver
especificidades entre situações distintas, alguns aspectos
são comuns.
Preceitos da medicina moderna, como o de que o
diagnóstico precoce pode significar o aumento da sobre-
vida, contribuem para este comportamento. Ao contrário
do que acontecia em um passado ainda recente, hoje é
cada vez mais comum a procura por consultórios para
realização de check-ups periódicos sem indício de sinto-
mas, principalmente na medicina privada.
A Oncologia tem estudado essa problemática em pro-
fundidade nos últimos anos, mostrando o risco de danos
ao paciente. A ampliação no uso do exame de mamografia
para diagnóstico do câncer de mama, por exemplo, tem
contribuído de maneira significativa para o aumento do
número de diagnósticos sem que se tenha observado um
impacto proporcional na mortalidade.
Dr. André Volschan*
Na Cardiologia também encontramos casos
semelhantes, motivados pela identificação de
alterações em exames cada vez mais sensíveis,
quando ainda não temos resposta sobre o
benefício de intervenções norteadas por estes
achados complementares.
O raciocínio clínico associado à prática basea-
da em evidências é uma das ações fundamentais
para minimizarmos a ocorrência do overdiagnosis
sem riscos para a população. No Pró-Cardíaco,
a discussão dos casos em rounds diários nas
unidades assistenciais, sessões clínicas, simpó-
sios, além de outras atividades científicas têm
contribuído para oferecermos o melhor e o mais
seguro cuidado ao paciente.
Overdiagnosis:os riscos do excesso
“A seleção inadequada de pacientes para exames contribui de forma preocupante para a ocorrência de overdiagnosis”
*Dr. André Volschan é Coordenador do Centro de
Estudos do Pró-Cardíaco (Cepro).
Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013 23
PROGRAMAÇãO CIENTÍFICA 2013SETEMBRO
10/09, 3ª feira | GRANDES TEMAS EM MEDICINA INTENSIVA
Hipertensão arterial pulmonar (hap) no paciente críticoCoordenação: Dr. Rubens Costa Filho Das 19h às 21h
OUTUBRO A NOVEMBRO
III CURSO DE TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA EM
CARDIOLOGIA
De 03/10 a 28/11, 5as feirasDas 17h às 19h
Coordenação: Dr. Alexandre BandeiraCoordenação Científica: Dr. André Volschan
11/10, 6a feira | SESSÃO CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGENS
Métodos de Imagens nas Doenças NeurológicasCoordenação: Drs. Cláudio Tinoco Mesquita e Carlos Eduardo Rochitte Das 12h às 13h30
25/10, 6ª feira | SESSÃO CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGENS
Métodos de Imagens na Doença RenovascularCoordenação: Drs. Cláudio Tinoco Mesquita e Carlos Eduardo Rochitte Das 12h às 13h30
OuTuBRO
Mais informações: www.procardiaco.com.br
tel. (21) 2131-1444
O Pró-Cardíaco tem realizado
a série “Sessão Clínica de
Nutrição e Comportamen-
to” para tratar de temas psicosso-
ciais que influenciam na saúde e
qualidade de vida da população
na atualidade, objeto de estudo da
chamada Medicina Comportamen-
tal. A proposta, pioneira no Rio de
Janeiro, conta com a participação
de uma equipe multidisciplinar for-
mada por profissionais de Nutrição,
Educação Física, Enfermagem, Psi-
cologia, Cardiologia Clínica, entre
outras áreas.
Segundo o idealizador e coor-
denador da série, Dr. Cláudio Do-
mênico, o objetivo é debater, infor-
mar e educar - não só profissionais
de saúde, como também o público
leigo - sobre a importância da pre-
Medicina Comportamental em pauta
venção de doenças que podem ser
causadas a partir de maus hábitos
e de um estilo de vida desregrado.
As próximas sessões abordarão
os temas “Nutrição e Esporte”,
“Nutrição do Idoso” e “Inquietudes
frente à Morte”. Acompanhe a pro-
gramação das reuniões futuras e os
áudios das sessões clínicas já rea-
lizadas pela página “Programação
Científica”, no site do Pró-Cardíaco
(http://migre.me/f4N7B).
Dr. Cláudio Domênico à esquerda, a psicanalista Marcia Neder (de vermelho), a nutricionista Maria Cláudia Soares, o psiquiatra Luiz Antonio Martins, a psicóloga Sara Kislanov e demais
participantes da sessão “Déspotas Mirins”, realizada em maio
HIL
TO
N J
UN
IOR
24 Pró-Notícias ANO 12 | Nº 45 | mai-jul/2013
EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES29/09, das 13h às 14h30
Síndrome coronariana agudaModerador: Dr. Roberto EsporcatteApresentador: Dr. Marcelo BandeiraDebatedores: Dr. Fernando Rangel, Dr. Jader Cunha de Azevedo, Dr. Luiz Antonio Carvalho, Dr. Marcelo Rivas
Acidente vascular cerebralModerador: Dr. Marcelo Iorio GarciaApresentador: Dr. Valério CarvalhoDebatedores: Dr. Daniel Bezerra, Dra. Daniela Cook, Dr. Eduardo Wajnberg, Dr. Aquiles Manfrim
DENERVAÇÃO SIMPÁTICA RENAL POR CATETER30/09, das 13h às 14h30
Uma nova fronteira no manejo da hipertensão arterialCoordenadores: Dr. Eduardo Saad e Dr. André d’Avila Moderadores: Dr. Paulo Dutra e Dr. Evandro Tinoco Mesquita O sistema nervoso autônomo como alvo terapêutico na hipertensão refratária: bases fisiopatológicasDr. Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega
Denervação simpática renal no tratamento da hipertensão refratária experimental ou baseado em dados concretos?Dr. André d’Avila Ablação de artéria renal por radiofrequência - para quem, quando e como realizar?Dr. Eduardo Saad
O futuro: possíveis outras aplicaçõesDr. André d’Avila
APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO30/09, das 15h às 16h30
Debate com a plateiaDr. Fernando Rangel, Dr. Cláudio Domênico, Dr. Luiz Eduardo Camanho, Dra. Maria Eliane Campos Magalhães
Paciente ultracomplexoModeradores: Drs. Antonio Sérgio Cordeiro da Rocha e André Volschan•Heart Team e o paciente ultracomplexo em cardiologia Dr. Evandro Tinoco Mesquita•Suporte mecânico e resgate de órgãos Dr. Marcelo MonteraResultados do ventrículo artificial e transplante cardíaco Dr. Alexandre Siciliano•Implante percutâneo de válvula aórtica Dr. Luiz Antonio Carvalho
UNIDADE CORONARIANA
•Qualidade assistencial, perfil clínico e mortalidade hospi-talar de uma população admitida em Unidade Coronariana de hospital terciário. Análise de 14 anos de assistência cardiointensiva
•Avaliação de risco de queda na busca da excelência da qualidade assistencial em uma Unidade Coronariana
UNIDADE DE EMERGÊNCIA
•Variações da apresentação clínica na unidade de dor torácica: Existe diferença no tipo de dor entre homens e mulheres?
UNIDADE CLÍNICA
•Efetividade clínica da cirurgia de troca valvar aórtica: o im-pacto do tempo de circulação extracorpórea na mortalidade
•Perfil dos pacientes que falecem na cirurgia de revasculari-zação miocárdica
MEDICINA NUCLEAR
•Quais os preditores de isquemia miocárdica em pacientes submetidos a cintilogra-fia de perfusão miocárdica?
•Gated Spect na avaliação do dissincronismo ventricular: comparação entre pa-cientes com BRE e pacientes com isquemia miocárdica
•SPECT CT Pulmonar para pesquisa de TEP
•Uso do BNP como marcador de isquemia miocárdica na Unidade de Dor Torácica
•Avaliação do BNP como preditor de óbito em pacientes com dor torácica na Emergência
SERVIÇO DE ARRITMIAS
•Fatores de risco relacionados à extração de eletrodos endocárdicos
• Isolamento completo da parede posterior do átrio esquerdo (BOX LESION) em ablação de fibrilação atrial persistente
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH)
•Perfil das infecções relacionadas ao implante de marca-passos e cardioversores--desfibriladores em um hospital privado do Rio de Janeiro
TRABALHOS APROVADOS
Simpósios
Dias: 29 e 30 de setembro de 2013 Local: Riocentro - Av. Salvador Allende, 6555 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro - RJ
Hospital Pró-Cardíaco68º Congresso SBC
Satélite