Post on 05-Jun-2015
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Marcos Buckeridge Laboratório de Fisiologia Ecológica de Plantas
Departamento de Botânica, USP São Paulo, Brasil
Ciência e sociedade num cenário de Mudanças Climáticas Globais
Reporter do futuro, 2012
Ar nas amostras de gelo da
Antartida
A concentração de CO2 segue as mudanças climáticas em
nosso planeta
inter-
glacial
glacial
inter-
glacial
glacial
inter-
glacial glacial
inter-
glacial
glacial
inter-
glacial
Floresta Estacional Semidecidual Floresta Ombrófila Densa
Mata Atlântica – um
complexo de ecossistemas
Floresta
Temperada
Restinga
Mangue
Cerrado
Amazônia
Como funciona o ciclo do Carbono
no planeta ?
Ometto e colaboradores
Ruddiman, W.F. (2005) Scentific American n.35
ANTROPOCENO
Ruddiman, W.F. (2005) Scentific American n.35
Aspectos biológicos importantes
no contexto das mudanças
climáticas no Brasil?
• Teoria de redes (Network theory)
• Efeitos sobre a biodiversidade – No mar (the sea)
–Na terra (the land)
• Dimensão humana – Agricultura (agriculture)
– Saúde (health)
– Comunicação & Políticas Públicas
Teoria de Redes Network Theory
Aspectos biológicos importantes
no contexto das mudanças
climáticas no Brasil?
• Teoria de redes
• Efeitos sobre a biodiversidade – No mar
–Na terra
• Dimensão humana – Agricultura
– Saúde
– Comunicação & Políticas Públicas
O que acontece com o CO2 no mar ?
Berchez e colaboradores
Aumento na emissão de CO2
Perda de biodiversidade marinha
Berchez e colaboradores
Florestas
&
Biodiversidade
Global carbon stocks in vegetation and top 1 m of soils (based on WBGU, 1998).
Carbon Stocks (Gt C)Biome
Area(106 km2) Vegetation Soils Total
Tropical forests 17.6 212 216 428Temperate forests 10.4 59 100 159Boreal forests 13.7 88 471 559Tropical savannas 22.5 66 264 330Temperate grasslands 12.5 9 295 304Deserts and semideserts 45.5 8 191 199Tundra 9.5 6 121 127Wetlands 3.5 15 225 240Croplands 16.0 3 128 131
Total 151.2 466 2011 2477
Respostas das plantas às MCG
Luz, água
& nutrientes
CO2 FOTOSSÍNTESE
SACAROSE AMIDO
CELULOSE
CRESCIMENTO Mitigação das Emissões de C
Florestas e Serviços do Ecossistema
Agricultura e Biocombustíveis
Jatobá e açaí crescendo em alto CO2
e alta temperatura (+3oC)
Jatobá
Gramíneas, asteráceas Sesbania, embaúba, solanaceas
t = ano zero t = 10 anos
Sucessão ecológica – o processo que forma as florestas
t = 30 anos t = +40 anos
Guapuruvú, pau-jacaré, ipês, pau-brasil Jatobá, jacarandá, copaíba
Sesbania virgata
Schyzolobium parahyba
Piptadenia gonoacantha
Dalbergia nigra
Hymenaea courbaril
25-30 anos
25-30 anos
50-100 anos
>100 anos
5 a 10 anos
19 Kg per Ton (70 Kg of CO2 per ton)
137 Kg per Ton (487 Kg of CO2 per ton)
23 Kg per Ton (84 Kg of CO2 per ton)
14 Kg per Ton (51 Kg of CO2 per ton)
In prep
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 10 20 30 40 50
Tempo (anos)
Pote
ncia
l de s
equestr
o d
e C
Secundárias
Iniciais
Secundárias
Tardias
Respostas os animais às MCG
Espécies de sapinhos coloridos de chão de florestas de neblina. (A) Brachycephalus ephippium da Serra das Cabras,
Município de Campinas, São Paulo, que poderá ter sua área de distribuição bastante reduzida com a redução das florestas
altitudinais. Brachycephalus ferruginus do Pico Marumbi, Município de Morretes, Paraná, que poderá ser extinto pela grande
redução ou mesmo eliminação de florestas de altitude no Estado do Paraná, como conseqüência do aquecimento global.
Brachycephalus vertebralis e Brahycephalus sp. (espécie nova, ainda não descrita), pouco sofrerão com o aquecimento global....
• Modelos de entropia máxima (MAXENT) da distribuição geográfica de Brachycephalus spp. no sudeste e sul do Brasil: A) distribuição potencial de acordo com características bioclimáticas atuais (BIOCLIM v.1.4; Hijmans et al. 2005); B) distribuição de Brachycephalus spp. de acordo com mudanças bioclimáticas futuras resultantes da duplicação da concentração de CO2 na atmosfera prevista no ano de 2100 AD ([CO2]710ppm; cenário CCM3; Govindasamy et al. 2003).
A) Atual
B) Futuro = 2CO2
Haddad e colaboradores
Aspectos biológicos importantes
no contexto das mudanças
climáticas no Brasil?
• Teoria de redes
• Efeitos sobre a biodiversidade – No mar
–Na terra
• Dimensão humana – Agricultura
– Saúde
– Comunicação & Políticas Públicas
Culturas agrícolas podem se dar melhor
em regiões diferentes do que hoje em dia
• Café, algodão e milho – se dará melhor
mais ao sul, como o Paraná
• Cana – não mudará de região
• Soja – pode mudar de região, mas depende
da variedade
Isso tudo gerará grandes gastos para adaptar o nosso sistema
sócio-econômico
Aspectos biológicos importantes
no contexto das mudanças
climáticas no Brasil?
• Teoria de redes
• Efeitos sobre a biodiversidade – No mar
–Na terra
• Dimensão humana – Agricultura
– Saúde
– Comunicação & Políticas Públicas
O processo de
urbanização
intensa reduz
consideravelmente
a presença de áreas
verdes, o que
provoca as
“Ilhas de Calor”.
Segundo a NASA, a
chuva que poderia
amenizar este
fenômeno, acaba por
se deslocar para cair
no entorno arborizado,
dificultando a
“lavagem” da
atmosfera poluída
da cidade.
Efeito “ilha de calor” em Atibaia
Faixa de variação de temperatura em 2050
Faixa de variação de temperatura em 2005
Frio Quente
MO
RT
AL
IDA
DE
HU
MA
NA
Adaptado de Paulo Saldiva
Aspectos biológicos importantes
no contexto das mudanças
climáticas no Brasil?
• Teoria de redes
• Efeitos sobre a biodiversidade – No mar
–Na terra
• Dimensão humana – Agricultura
– Saúde
– Comunicação & Políticas Públicas
Tomadores de decisão: políticos,
parlamentos, partidos etc.
Conhecimento Científico
ONGs
Empresas
Igrejas
Tomadores de decisão: políticos,
parlamentos, partidos etc.
Conhecimento Científico
ONGs
Empresas Igrejas
Conexões de Fraca Intensidade e
Baixa Qualidade
Tomadores de decisão: políticos,
parlamentos, partidos etc.
Conhecimento Científico
ONGs
Empresas Igrejas
Conexôes de alta intensidade e
Alta Qualidade
A evolução da Ciência
• Para alguns autores, a ciência vem se alterando bem no coração de seu paradigma:
1)Ciência do Modo 1: ciência normal, como a conhecemos;
2)Ciência do Modo 2: transdisciplinar ou pós-normal
A ciência do Modo 2 é considerada uma ciência voltada para a sociedade e, portanto, acredita-se que seja “socialmente robusta”. O problema é que teremos que desenvover novos métodos para lidar com ela.
Origens e consequências da
transdisciplinaridade • O aumento da complexidade levou à
necessidade de novas abordagens e a ciência do Modo 2 está emergindo com base nelas;
• Em partes do mundo onde há sociedades civilizadas, existe a necessidade de melhora das conexões entre os vários setores da sociedade. O uso de ciência transdisciplinar parece ser um dos melhores meios de responder a isto e para encontrar soluções.
Inter X Multi X Transdisciplinar
Multidisciplinar: disciplinas correm em
paralelo, mas sem interação (nossas
universidades)
Interdisciplinar:Disciplinas correm em
paralelo com interação
Transdisciplinar: processo interdisciplinar
com participação da sociedade
Temas complexos exigem abordagens
inter e transdisciplinares
Ciências Naturais: Biologia ou Ciências da Vida, Química, Ciências da Terra, Matemática e Física
Ciências Sociais : Antropologia, Ciências Políticas, Psicologia e Sociologia
Ciências Humanas : Arte, História da Arte, História, Literatura, Música, Filosofia, Teologia
Profissões aplicadas: Economia, Comunicações, Educação, Engenharia, Direito, Trabalho Social, Enfermagem, Medicina
MU
DA
NÇ
AS
CL
IMÁ
TIC
AS
Allen F. Repko, 2008
CIÊNCIAS AMBIENTAIS
FÍSICA
BIOLOGIA
QUÍMICA 1
2
2
2
CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Física
Biologia Química 1
2 2
2
Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC)
Estrutura: 30 capítulos sobre diferentes
aspectos das MCG escrito em conjunto por
mais de 300 cientistas
WGI – O que são MCGs? Elas realmente
existem?
WGII – Quais os impactos das MCGs?
WGIII – Quais as possíveis soluções ou
medidas adaptativas
WGII – Impactos Regionais: Cap 27,
Americas do Sul e Central
•Bibliografia
•Uso de literatura científica versus “grey literature”
•Vários “drafts”, encontros regionais e mundiais para
entregar os capítulos em agosto de 2014
•Revisão pelos pares
•Revisão pelos governos
Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC)
CIÊNCIA versus POLÍTICA
Relatório completo
(ca.2000 pg em 30 capítulos)
Haverá um
Summary for policy makers
Para cada capítulo e para o relatório completo
Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC)
Chapter 27. Central and South America
Coordinating Lead Authors
Graciela Odilia Magrin (Argentina), Jose Marengo (Brazil)
Lead Authors
Jean-Phillipe Boulanger (France), Marcos Buckeridge
(Brazil), Edwin Castellanos (Guatemala), Germán Poveda
(Colombia), Carlos Nobre (Brazil), Fabio Scarano (Brazil),
Sebastian Vicuña (Chile)
Review Editors
Leonidas Osvaldo Girardin (Argentina), Jean Ometto
(Brazil)
Volunteer Chapter Scientist
Nina Becker (Germany)
IPCC
msbuck@usp.br
http://msbuckeridge.wordpress.br
Obrigado
Coluna NEOTRÓPICAS no site da Revista Pesquisa FAPESP
www.revistapesquisa.fapesp.br