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Programa de Iniciação Científica
RELATÓRIO FINAL
RELATO DA PESQUISA 1. Resumo
Dentro da área de Ensino de Ciências, diversos trabalhos propõem o uso de
materiais de baixo custo em atividades que priorizam o lúdico e a interação
sociocultural. Esta pesquisa de iniciação científica pretende contribuir com esses
trabalhos, investigando de que forma é possível desenvolver alternativas para o
ensino de Física, de forma que os seus conceitos sejam explorados de forma
contextualizada e lúdica. O objeto de estudo neste caso é o foguete à propulsão de
água.
O foguete de água virou uma “febre” em todo o mundo. Há competições de
foguetes, onde o ponto principal é a inovação. Neste estudo, estamos analisando
trabalhar três modelos básicos: foguete de paraquedas, foguete de altitude e
foguete de alcance. Esses dispositivos permitem ao educando verificar e refletir
sobre diversos conceitos relacionados à cinemática e à dinâmica. Além disso, esses
tipos de foguetes podem ser construídos com materiais de baixo custo, permitindo
ao estudante um processo de aprendizagem que privilegia tanto a interação entre
os seus parceiros quanto a possibilidade do educando construir dispositivos e
realizar experimentos de forma lúdica.
Esta pesquisa pretende construir protótipos desses foguetes e junto a softwares de
simulação de lançamento, relacionar as medidas empíricas com as previstas pelos
simuladores.
A partir disso elaboraremos propostas de atividades que integrem a atividade
experimental aos recursos computacionais de forma que priorizem os aspectos de
interação entre os estudantes, os dispositivos experimentais e os programas de
simulação. Como referencial metodológico, utilizaremos os referenciais
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socioculturais derivados da teoria de Lev Vigotski.
Palavras-chave: Lúdico, Materiais de Baixo Custo, Softwares de Simulação.
2. Abstract
Within the area of Science Education, several works propose the use of low cost
materials in activities that emphasize the playful interaction and sociocultural. This
research aims to contribute undergraduates with these studies, investigating how it
is possible to develop alternatives to the teaching of physics, so that their concepts
are explored in context and playful. The object of this case study is the water rocket
propulsion.
Water rocket turned a "fever" around the world. There are competitions rocket,
where the main point is innovation. In this study, we are analyzing working around
three basic models: parachute rocket, altitude rocket and range rocket. These
devices allow the student to check and reflect on various concepts related to
kinematics and dynamics. Furthermore, these types of rockets can be built with low
cost materials, allowing the student to a learning process that emphasizes the
interaction between both partners as the possibility of building devices and conduct
experiments in a playful manner.
This research aims to build prototypes of these rockets and along the simulation
software, relate the empirical measures with those provided by the simulators.
From this elaborate proposals for activities that integrate experimental activity to
computing resources so that prioritize aspects of interaction between students,
experimental devices and simulation programs. As a methodological framework, we
use the benchmarks derived from sociocultural theory of Lev Vygotsky.
Key word: Playful, Low cost material, Simulation software.
3. Introdução
O ensino de ciências tem um grande desafio nos dias de hoje, que é construir uma
ponte entre o conhecimento formal e o cotidiano, sendo que a ausência desta
conexão gera apatia e distanciamento que facilmente presenciamos nos alunos.
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Entendemos que o uso de atividades que privilegiam o lúdico e a experimentação
permitem estabelecer essa conexão. Sobre isso o pesquisador Alberto Gaspar
ressalta:
[...] se a estrutura cognitiva para o aprendizado de um novo
conceito não existe, a melhor estratégia pedagógica é apressar a
formação dessa estrutura antes de ensinar o conceito. Caso ela já
exista, é importante detectar e eliminar possíveis concepções
prévias que possam se tornar obstáculos cognitivos à aquisição do
novo conceito. Em ambos os casos, as atividades experimentais
são recursos pedagógicos essenciais (GASPAR, 2005, p. 21).
Diversos pesquisadores têm defendido o uso da atividade experimental, reforçando
a hipótese de que a experimentação: desperta um “forte interesse os alunos de
diferentes níveis de escolarização (GIORDAN, 1999, p. 43); permite “incentivar a
observação crítica de fenômenos” (SANTOS; PIASSI e FERREIRA, 2004, p. 6) e
permite a atividade lúdica no ensino de ciências (RAMOS, 2007, p. 8).
Este projeto de iniciação científica pretende investigar de que forma é possível
desenvolver alternativas para o ensino de Física, de forma que os seus conceitos
sejam explorados de forma contextualizada e lúdica, conforme defendem os
pesquisadores citados.
4. Objetivos da pesquisa (geral e específicos)
Objetivo Geral:
Esta pesquisa de iniciação científica pretende investigar a relação entre a atividade
experimental de baixo custo e o lúdico, tendo como objeto de estudo foguetes com
propulsão à água pressurizada. Diversos trabalhos (OLIVEIRA, 2009; SILVA,
SARTORI e RAMOS, 2007) têm investigado sobre a validade desses artefatos no
ensino de conceitos mecânicos.
A atividade quer mostrar uma alternativa para ensinar conceitos científicos de forma
significativa, de maneira a possibilitar ao aluno uma autonomia para usar esses
conceitos no desenvolvimento de tecnologias, isto é, atividades manuais na
construção do foguete, uso de diversos materiais de fácil acesso e associar a
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experimentos computacionais, como desenvolver ensaios no computador para
comparar com testes reais de lançamento do foguete, deixando de concentrar o
ensino de Física na simples memorizacao de formulas ou repetição automatizada
de procedimentos em situações artificiais ou extremamente abstratas para trabalhar
esses conteúdos buscando relacionar com contextos e problemas reais.
Objetivo Específico:
Neste trabalho, pretendemos construimos os foguetes (modelo figura 1,
representado abaixo com objetivo de melhor ilustrar as fases e cada etapa de
desenvolviimento), realizamos os lançamentos desses protótipos e comparamos
os resultados desses foguetes junto a softwares de simulação.
Figura 1
A partir disso elaboramos propostas de atividades que contemplem aspectos
socioculturais da atividade tendo como principal enfoque a interação do estudante
com o experimento propriamente dito e o uso software para aperfeiçoamento do
projeto. Dessa forma, encontramos na teoria sócio-histórica de Vigotski (2001) um
referencial que permite verificar as relações entre linguagem e pensamento, de
forma que medie as conexões socioculturais com os temas à Física.
5. Material e Métodos (ou Procedimentos Metodológicos)
Um dos grandes desafios atuais do ensino de ciências nas escolas é construir uma
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ponte entre o conhecimento ensinado e o mundo cotidiano dos alunos. Não raro, a
ausência deste vínculo gera apatia e distanciamento entre os alunos. Ao se
restringirem a uma abordagem estritamente formal, eles acabam não contemplando
as várias possibilidades que existem para tornar a ciência mais “palpável” e
associá-la com os avanços científicos e tecnológicos atuais que afetam diretamente
a sociedade.
A coleta dos materiais foi feita rapidamente, já que contava com materiais simples e
que fazem parte do nosso cotidiano, como a garrafa PET, rolha de borracha,
mangueiras, peças plásticas como aletas foram usadas para fazer o foguete e o
sistema de propulsão, já a plataforma, usamos uma placa de isopor plana e estável
que favore o lançamento, e para podermos estabilizar o foguete na plataforma
usamos as próprias aletas como suporte de sustenção da fuselagem do foguete,
conforme pode ser visto na Figura 2.
Figura 2
Com toda a estrutura pronta, realizamos um teste simples de estabilidade do
foguete , ressaltando a simplicidade do nosso modelo, uma vez que foguetes
complexos exigem calculos avançados de Centro de Gravidade e Centro de
Pressão.
Testes de estabilidade simplicado:
Preparamos o foguete para lançamento, mas sem o “combustível”, a água.
Amarramos um pedaço de cerca de 2,5m de barbante na fuselagem, na altura do
centro de gravidade e fixamos a volta do barbante com uma fita adesiva, para não
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deslizar.
Segure o foguete pelo barbante a 1m de distância, aponte o nariz do foguete para a
direção para onde você vai girar e comece um movimento giratório por cima de sua
cabeça.
À medida em que o foguete for aumentando a velocidade, vá liberando mais
barbante até que ele fique a uma distância de cerca de 2m de você. Se o nariz do
foguete continuar apontando para a direção do giro, sem virar ao contrário nem ficar
de lado, você pode ter certeza que seu foguete está estável e seguro para vôo.
Não se preocupe se no início ele estiver instável. A velocidade inicial do giro ainda é
muito menor do que a velocidade real de lançamento e as forças aerodinâmicas
ainda não estão atuando fortemente. Quanto mais rápido você conseguir girar, mais
próximo da situação real será o teste.
Na verdade, o nosso “túnel de vento” pode até ser sensível demais, em decorrência
da baixa velocidade alcançada. Um foguete que consiga passar marginalmente no
teste de estabilidade muito provavelmente fará sempre vôos estáveis.Assim com o
resultado positivo obtido neste teste, passamos para a parte da adequação da
estética do foguete e plataforma, onde no foguete o mesmo foi pintado com tinta
color jet branca, Figura 3, e a plataforma é uma placa de isopor simples com único
objetivo de servir de sustenção a fuselagem do foguete, Figura 4.
Figuras 3 e 4
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Para podermos fazer o sistema que iria injetar ar na câmara de propulsão, foi usada
uma mangueira de 1,50 metros, com uma ponta acopladas ao bico no foguete e
outra extremidade na bomba de ar que responsável por injetar ar no sistema,
conforme Figura 5.
Figura 5
Dessa forma com tudo pronto foi feito o teste para o lançamento do foguete, que
ocorreu com sucesso, isto é, montagem do foguete propriamente dito conforme
descrição e fotos anteriores, preparação da plataforma de lançamento e
posicionamento adequado no solo de modo a mante-la nivelada e estabilizada, em
seguida foram feitos as conexões das mangueiras, uma extremidade na saida de
propulsão do foguete e a outra na bomba de pressão ( bomba de pneu de bicicleta),
uma vez preparada as condições de lançamento, podemo injetar 120 PSI de
pressão no corpo do foguete, a pressão vai subindo gradativamente até um ponto
de saturação onde a rolha de borracha é expulsa automaticamente (pressão
internar a garrafa maior que pressão externa) dessa forma liberando o “combustível”
de forma violenta projetando o foguete para cima, podemos acompanhar esta etapa
no link de vídeo logo abaixo, e na sequencia de fotos a seguir.
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RockSim 9.0
Entendendo tanto o software quanto os dispositivos de lançamentos como itens
essenciais para uma abordagem lúdica dos conceitos relacionados a lançamento de
projéteis, descreveremos quais instrumentos defendemos uso. É válido ressaltar
que sejam contemplados os aspectos relacionados às perspectivas socioculturais, é
essencial que as atividades sejam direcionadas para grupos de alunos.
Como parte do projeto, temos os aspectos computacionais com parte da atividade,
isto é, simulação de lançamento do foguete de garrafa PET , propomos o uso do
software “Rocksim”, produzido pela Apogee Components.
Apesar de ser um software pago, possui versões gratuitas na internet. Além disso,
temos como ferramenta gratuita na internet o portal “Water Rockett Simulation”.
Esta fase permite ao aluno buscar entendimento e compreensão da parte prática,
construção do modelo de foguete com uso de materiais do cotidiano, associação
com a teoria desenvolvida em sala de aula, conceitos da Física no contexto de
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foguetes e aderir tudo isso ao modelo de computacional, dessa forma fazendo uso
de alta tecnologia conforme o mesmo ja se encontra inserido no dias de hoje.
Simuladores de lançamento
O software “RockSim” permite a construção de um protótipo virtualmente. Dessa
forma os estudantes podem arranjar os componentes, de acordo com os modelos
de montagem com materiais de baixo custo. Observamos abaixo um modelo de
foguete construído com garrafa PET, de volume 2 litros, no simulador:
Figura 6: Foguete construído no software
O software permite ainda simular a instabilidade dos foguetes, ao adicionar água ao
dispositivo. Sendo assim, é válido os estudantes interagirem com os softwares, e
entre si, de modo a encontrarem uma possível estabilidade ao foguete. O software
solicita ainda de informações sobre o sistema de propulsão do foguete.
Já o “Water Rocket Simulation”, disponível numa página da internet
(http://cjh.polyplex.org/rockets/simulation/), conforme figura 7 abaixo, colocamos os
dados de como é nosso foguete PET, volume: garrafa de 2 L, diametro, quantidade
de “combustivel”, igual a 0.8 litros de água, pressão de lançamento, 120 PSI a ser
aplicada na bomba de pressão, diametro da valvula de escape irá determinal
máximo empuxo, dessa forma o simulador determina tanto o alcance horizontal e
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vertical quanto a velocidade e a aceleração do foguete, a partir das dimensões e
volume do foguete.
Um dado que é utilizado na interface entre esses dois softwares é a “curva de
impulso”, que relaciona a força em relação ao tempo, conforme observamos na
figura 7 a seguir, vemos que no momento de escape do combustível temos uma
força de aproximadamente 580 N impulsionando o foguete para cima e a mesma vai
decaindo no tempo, porque a pressão vai se esvaindo:
Figura 7: Exemplo de “curva de impulso” obtida no portal “Water Rocket
Simulation”
Das informações geradas pelo simulador online vamos destacar para uso no
RockSim somente o gráfico de curva de impulso ( borda espessa em azul) que
permite criar um arquivo de dados para ser utilizado no simulador “RockSim”. O
simulador utiliza esses dados para descrever a trajetória possível, em duas
dimensões do foguete. No entanto, para o que esse simulador leia corretamente os
dados, é necessário um outro software, o “TCtracer” http://www.thrustcurve.org/,
disponibilizado gratuitamente na internet. O “TCtracer” permite ao estudante traçar
uma curva clicando pontos no gráfico( marcação em vermelho na, figura 8), e ele irá
gerar um arquivo que fornecerá dados para a propulsão do foguete no simulador
“RockSim”..Observemos a seguir, a representação do gráfico a partir dos dados do
nosso teste de foguete:
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Figura 8: Exemplo de gráfico gerado pelo software “TCTracer”
Após fornecer os dados de propulsão ao software “RockSim”, será possível prever e
simular a trajetória dos foguetes a serem lançados pelos estudantes.
6. Resultados e discussão
Foi muito claro o sucesso da atividade como um todo, isto é, coleta do material de
forma simples rápida, montagem da peças e definição da forma do foguete e suas
caracteristicas, qualificando melhores resultados no momento do lançamento.
Para compreendermos a dinamica do funcionamento do foguete com propulsão a
água pressurizada, precisamos estudar vários conceitos importantes para o
sucesso da missão, digo, conceitos de Centro de Gravidade (CG) e Centro de
Pressao (CP) os mesmo sao de fundamental importancia para a estabilidade de voo
do foguete.
(CG), essa experiencia pode ser encontrada mais detalhadamente no site:
http://www.feiradeciencias.com.br/sala06/06_20.asp , depois discute-se qual a
melhor posição para o centro de massa de objetos no solo.
Discute-se CG e o CP do foguete como sugere (SOUZA, 2007) usando papelão e
régua, a partir dai temos importantes informações para aperfeicoar seu foguete,
estudando variar CG com uso de contrapeso, ou estudando mudar CP desenhando
varios formatos de aletas e fazendo várias pesquisas atuamos como pesquisadores
de verdade.
Discutimos até o momento a experiencia de montar o foguete e alguns conceitos
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básicos que nos permite entender e visualizar mentalmente o comportamento do
foguete durante o voo, nesta fase vamos analisar o quanto o aspecto computacional
pode auxiliar o trabalho de verificar os resultados antes mesmo do lançamento real.
Usamos o software RockSim 9.0, este fenomenal aplicativo permite que todos os
parametros básicos para lançamento de foguete PET possa ser testado
virtualmente, primeiro foi desenhado o foguete conforme figura 6.
Preparamos os dados de “combustível e pressão” conforme detalhado na sessão
“simuladores de lançamento”, todos estes dados uma vez colocados no sistema
permitiu testar o lançamento de forma extremamente eficiente.
Volume foguete
PET
2litros
Diametro do
foguete
110 mm
Carga de
combustível
0,8 litros
Pressão inserida 120 PSI
Diametro da
valvula de escape
22 mm
Massa do foguete 100 gramas
Empuxo máximo 580 N
Velocidade média
no empuxa
máximo
30,8 ms
Altura no empuxo
máximo
2,3165
Δt 0,075s
Altura máxima 56,3 m
O seguinte video gravado pela equipe, detalha esta fase e comportamento do
lancamento virtual.
http://www.youtube.com/watch?v=8FMGRtoHtC4&list=FLW0k5aIbO_xYQWBhyvX3
8Dg&index=2
Uma vez realizados os lançamentos virtuais, fomos para campo para validar e
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comparar comportamento, foram realizados 5 lançamentos onde tivemos o vento
como um fator que influenciou o angulo de ataque, isto é, causando um certo
deslocamento do foguete durante sua trajetória, na ausencia de vento forte
verificamos, o foguete se comportou de forma extremamente estável, concluimos
que a aerodinamica do nosso protótipo estava mais do que adequada.
Através dos videos publicados no seguinte endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=fujV1c8PRAM&feature=youtu.be, voces podem
acompanhar os resultados obtidos, verificamos que no momento de lançamento
alcançamos o máximo de empuxo conforme simulação computacional elevando o
foguete em 54 metros de altura no intervalo de tempo de 2,9 segundos, no
momento que onde tinhamos menor interferência do vento no lançamento, dessa
forma podemos análisar principios Físicos propostos:
Hmax 54 m
Δt total de subida 2,90 m
H no empuxo máximo 2,2 m
Δt no empuxo máximo 0,085s
Velocidade média no empuxo máximo 2,2/0,085 = 25,8 m/s
Atraves do software RockSim podemos simular diferentes cenários, mas para os
testes deste trabalho procuramos o máximo de altura nos resultados.
7. Considerações finais e plano de atividades
Podemos perceber uma quantidade de fenomenos físicos que abordamos nesta
brincadeira bastante simples e eficiente e de baixíssimo custo que pode ser
conduzida em apenas um final de semana, com resultados incrivelmente divertidos e
surpreendentes.
Vemos que a Física quando entendida e bem manipulada pode ser muito poderosa
e divertida, o professor de Física nunca deve desprezar a simplicidade e a
importancia de um experimento, pois este pode despertar interesse de alunos que
podem contribuir muito para ciencia no meio academico ou na comunidade com
iniciativas de fomentação do conhecimento.
Por um ensino mais interativo e dialógico:
O nosso ponto de partida é a construção do conhecimento pelos alunos, onde o
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papel do professor seja de um facilitador do processo de aprendizagem. Queremos
estimular atraves da atividade um ambiente favorável ao trabalho em equipe e à
manifestação da criatividade dos alunos por intermédio de pequenos desafios que
permitam avanços graduais.
Trabalharmos com protótipos e experimentos simples será fator decisivo para
estimular os alunos a adotar uma atitude mais ativa e a romper com a passividade
que esta acostumado no dia dia. Este projeto prioriza utilizar materiais reciclados e
de baixo custo e soluções computacionais grátis da Internet.
Temos observado que quanto mais simples e conceitual é o experimento ou
protótipo, tanto mais instrutivo e atraente ele se torna, que verifiquei por experiencia
própria durante a execução deste trabalho.
Nesta linha de atuação, o professor pode e deve instigar seus alunos a simplificar os
experimentos e protótipos até reduzi-los a um mínimo em termos de materiais
empregados, minimizando custos e maximizando o valor educacional de cada
projeto específico, tudo isso em um ambiente favorável ao desenvolvimento social,
científico, tecnológico e pessoal dos alunos, onde sua experiencia e conhecimento é
desafiado e melhorado durante a execução do projeto.
Acredito que uma etapa fundamental desta proposta é a apresentação em sala de
aula dos trabalhos desenvolvidos pelas equipes de alunos. Com isso eles podem
aperfeiçoar a sua capacidade de se expressar de forma clara, sucinta e objetiva,
ressaltando o que é essencial, tendo à mão dispositivos que lhes permitem visualizar
as idéias e os conceitos subjacentes.
Um campeonato de lançamento de foguetes entre salas e ou escolas constituirá um
bom exemplo de atividades voltadas para aumentar a motivação dos alunos.
Oportunamente exposições interativas realizadas em locais públicos, como praças,
centros comerciais, parques e eventos sócio-culturais, proporcionam aos alunos e à
comunidade uma oportunidade única de popularizar a ciência e suas aplicações de
forma lúdica.
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8. Plano de Aula Proposto
1. Identificação:
Componente Curricular: Física.
Série / Ano / Turma / Turno: 3º Ano Ensino Médio
Curso: Ensino Médio.
Ano Letivo: 2013.
2. Tema:
A análise dos aspectos físicos e matemáticos do foguete de garrafa pet
Análise de Movimento Uniforme, Inércia, Empuxo, Centro de Grávidade e
Centro de Pressão.
Computação e sistemas.
3. Objetivo Geral:
Desenvolver nos educandos condições para a participação efetiva na
realidade social, percebendo a Física como parte do conhecimento
acumulado pelo gênero humano, com papel central na cultura contemporânea
e com aplicação em todas as áreas da atividade humana, ajudando-os a
pensar abstratamente, a argumentar e justificar procedimentos com
coerência, lógica e clareza.
4. Objetivos Específicos:
Este trabalho pode desenvolver habilidades do processo científico como da
observação, comunicação, medida e coleta de dados, inferência, previsão,
construção de modelos, interpretação de dados, controle de variáveis,
capacidade de definição operacional e investigação.
Interesse pelo uso de instrumentos tecnológicos que auxiliem na realização
de alguns trabalhos, sem anular o esforço da atividade compreensiva;
Utilizar conceitos físicos e matemáticos na resolução de situações – problema
(construção do foguete e testes de lançamentos e análise da Física
envolvida);
Utilizar da Física no cotidiano, envolvendo-os em fatos reais.
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5. Estratégias:
As aulas se desenvolverão nas salas de aula e as atividades extra-classe
ocorrerão, principalmente, na Biblioteca e no Laboratório de Física. Nas aulas
iremos utilizar retroprojetor, projetor multimídia e equipamentos do
Laboratório de Física, a fim de demonstrar suas aplicações práticas.
6. Avaliação:
Provas Dissertativas;
Provas Objetivas;
Trabalhos individuais ou em grupo na sala de aula;
Trabalhos de pesquisa;
Debates;
Observação do desempenho dos alunos na sala de aula e nas atividades
propostas de forma contínua;
Leitura de artigos específicos para cada conteúdo.
7. Considerações Finais:
As estratégias utilizadas buscam estimular a participação e o envolvimento do
aluno no processo de construção de seus conhecimentos, uma vez, que essa
construção de sentidos se dá por meio de processos de significação na
interação dos alunos entre eles e com o professor. Como organizador e
facilitador da aprendizagem, cabe ao professor o tempo todo instigar os
alunos, propondo desafios, solicitando que expliquem seus raciocínios e
defendam seus pontos de vista, levando também em consideração o
pensamento dos demais colegas.
Com relação ao material a ser utilizado e o modo como será apresentado,
devemos procurar estabelecer relações em cada módulo com aspectos e
conceitos do cotidiano (modo contextualizado de estudo), onde os alunos
terão que organizar procedimentos, testar conjecturas, buscar conclusões,
incorporar soluções alternativas e, sobretudo, trabalhar em cooperação,
evitando assim, a monotonia e a repetição provocada pela falta de aplicações
práticas e reais. Desse modo, procuraremos manter a atenção e a motivação
dos alunos durante as aulas expositivas e também práticas, com o objetivo de
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promover a aproximação deste de forma interativa ao que esta sendo
estudado. Já no caso de eventuais dificuldades apresentadas pelos
educandos, a estratégia adotada para tentar solucionar tal situação esteja no
processo de recuperação contínua e em casos mais específicos no emprego
do apoio pedagógico, através de sondagem e procedimentos que visem a
aprendizagem significativa e a superação das dificuldades.
9. Referências
GASPAR, A. Experiências de Ciências Para o Ensino Fundamental. São Paulo:
Ática, e GIORDAN, M. O papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In:
Química Nova Escola, n° 10, pp. 43-44, 1999.
MONTEIRO, I.C.C; GASPAR, A. Um estudo sobre as emoções no contexto das
interações sociais em sala de aula. In: Investigações em Ensino de Ciências. v.12, n.
1, p.71-84, 2007.
OLIVEIRA, M.A.S. Os Aspectos Físicos e Matemáticos do Lançamento do Foguete
da Garrafa de PET. Trabalho de Conclusão de Curso para Licenciatura em Física.
Universidade Católica de Brasília, 2008. Disponível em:
<http://www.ucb.br/sites/100/118/TCC/2%C2%BA2008/TCC05MarcoSodre.pdf>.
Acesso em 22 fev. 2012.
RAMOS, E. M. F. Experimentos didáticos ou brinquedos? Perspectivas de
professores e implicações para o ensino de física. In: Atas do XVII Simpósio
Nacional de Ensino de Física, 2007, São Luiz, MA. SP: SBF, 2007SANTOS, E. I. ;
PIASSI, L. P. C. ; FERREIRA, N. C. Atividades Experimentais de Baixo Custo como
Estratégia de Construção da Autonomia de Professores de Física: Uma Experiência
em Formação Continuada. In: Atas do IX EPEF- Encontro de Pesquisa em Ensino
de Física, 2004.
SANTOS, E. I. Física no ensino fundamental: Formação Continuada de Professores
de Ciências em uma Perspectiva Sócio-Histórica. Tese de Doutorado. Bauru:
UNESP, 2010.SILVA, D. A; SARTORI, A.F; RAMOS, E.M.F. Oficina de construção
de foguetes com material de baixo custo. Atas do XVII Simpósio Nacional de Ensino
de Física, 2007, São Luiz, MA, 2007.
VIGOTSKI. L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo. Editora
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