Post on 11-Nov-2018
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
RAFAEL FLAVIO DIAS CAVALLIERI
AVALIAÇÃO ECONÔMICA E DE DESEMPENHO DE DUAS
LINHAGENS DE TILÁPIA-DO-NILO (Oreochromis niloticus),
ALIMENTADAS COM DUAS RAÇÕES COMERCIAIS, CRIADAS
EM GAIOLAS NO RIO IGUAÇU – RESERVATÓRIO DE SALTO
CAXIAS.
.
.
DISSERTAÇÃO
DOIS VIZINHOS 2016
RAFAEL FLAVIO DIAS CAVALLIERI
AVALIAÇÃO ECONÔMICA E DE DESEMPENHO DE DUAS
LINHAGENS DE TILÁPIA-DO-NILO (Oreochromis niloticus),
ALIMENTADAS COM DUAS RAÇÕES COMERCIAIS, CRIADAS EM
GAIOLAS NO RIO IGUAÇU – RESERVATÓRIO DE SALTO CAXIAS.
Dissertação apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Zootecnia, do programa de Pós-Graduação
em Zootecnia, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Área de concentração:
Produção e nutrição animal.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Yuji Sado
DOIS VIZINHOS
2016
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Dois Vizinhos Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
TERMO DE APROVAÇÃO
Título da Dissertação n° 058
Avaliação econômica e de desempenho de duas linhagens de tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus), alimentadas com duas rações comerciais, criadas em gaiolas
no Rio Iguaçu – Reservatório de Salto Caxias
Rafael Flavio Dias Cavallieri
Dissertação apresentada às oito horas e trinta minutos do dia dezoito de março de dois mil e dezesseis, como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, Linha de Pesquisa – Produção e Nutrição Animal, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (Área de Concentração: Produção animal), Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Banca examinadora:
Ricardo Yuji Sado UTFPR-DV
Marcos Weingartner UFFS
Maude Regina de Borba UFFS
Prof. Dr. Ricardo Yuji Sado Coordenador do PPGZO
*A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia.
À minha esposa Juliana, pelo carinho, paciência e
compreensão sobre a minha ausência nas horas
dedicadas a este trabalho. Às minhas filhas, as quais
são a motivação para cada dia e “noite” de trabalho e
dedicação.
AGRADECIMENTOS
À Deus pela motivação de cada amanhecer a mim oferecido.
À minha família pelo carinho, pelo sorriso, pela companhia e principalmente
pela existência destas pessoas lindas na minha vida.
Ao professor doutor Ricardo Yuji Sado, orientador, pela atenção a mim
prestada, à compreensão e ao auxílio nos momentos mais difíceis do trabalho, aos
ensinamentos acadêmicos e profissionais repassados.
Aos professores do Programa de pós-graduação em zootecnia da UTFPR,
campus Dois Vizinhos, os quais foram de fundamental importância no meu
crescimento profissional e pessoal.
À Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), pela disponibilidade
e possibilidade de realização do mestrado.
À Cooperativa de piscicultores de Nova Prata do Iguaçu pelo espaço cedido à
realização de todas as etapas do experimento, bem como disponibilização de mão-
de-obra e equipamentos essenciais ao trabalho.
Ao Instituto Emater pelo apoio e reconhecimento da importância do
crescimento profissional dos seus funcionários.
Aos colegas de mestrado, bolsistas, pelo fundamental auxílio neste trabalho
em todas suas etapas. Em especial ao Dr. Rodrigo Yukihiro Gimbo, pelo auxílio nos
trabalhos de laboratório e sugestões repassadas ao trabalho.
Aos meus pais pela força e apoio prestados em toda minha vida pessoal e
acadêmica.
“Dê um peixe a um homem faminto e você o
alimentará por um dia. Ensine-o a pescar que
você o alimentará pelo resto da vida.”
Provérbio Chinês
RESUMO
CAVALLIERI, Rafael Flavio Dias. Avaliação econômica e de desempenho de duas linhagens de tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus), alimentadas com duas rações comerciais, criadas em gaiolas no Rio Iguaçu – Reservatório de Salto Caxias. 2015. 88f. Dissertação. Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2015.
Neste trabalho objetivou-se avaliar o desempenho, a composição química do corpo inteiro, a integridade intestinal e a viabilidade econômica de duas linhagens (GIFT e Supreme) de tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus), alimentadas com duas rações comerciais. O experimento foi conduzido no reservatório da usina de Salto Caxias no Rio Iguaçu, com três repetições em 4 tratamentos. Foram alojados 8500 peixes, em cada gaiola de 18 m³, em novembro de 2014. Os peixes da linhagem Supreme® e GIFT apresentaram peso inicial de 1,27 g e 2,72 g, respectivamente. Aos 50, 101 e 147 dias foram realizadas classificação e biometria dos peixes. Para avaliação do desempenho foram calculados o ganho de peso (GP), a taxa de crescimento específico (TCE) e a conversão alimentar (CA). Ao final do experimento foram coletadas amostras de intestino e posteriormente analisadas sua integridade em microscopia eletrônica de varredura. Durante 147 dias foram anotadas despesas e receitas referentes a produção, para posterior avaliação econômica. Com relação ao GP somente houve diferença significativa entre os peixes que receberam a dieta inicial microextrudada e com prebióticos. A TCE foi maior para os peixes da linhagem SUPREME, nas duas rações. Na curva de crescimento entre as linhagens, foi possível observar que as curvas mantiveram o mesmo padrão sem diferenças acentuadas entre si, porém com maior ganho de peso para os peixes da linhagem GIFT. Na avaliação da composição corporal do peixe inteiro, realizada aos 40, 70 e 116 dias, os peixes não diferiram quanto ao teor de matéria seca, mas houve diferença para a proteína bruta (PB) aos 40 dias, extrato etéreo (EE) e matéria mineral (MM) aos 70 dias entre os peixes que receberam a dieta inicial microextrudada com prebióticos. Entre os peixes que receberam a ração inicial farelada sem prebióticos, houve diferença significativa na PB, no EE e na MM aos 116 dias e o EE também diferiu aos 70 dias. Na análise ultraestrutural do intestino dos peixes que receberam a ração inicial microextrudada com prebióticos foi observada melhor integridade tecidual da mucosa intestinal, entretanto, nos tratamentos com uso da ração inicial farelada sem prebióticos foram observados lesões na mucosa. Na avaliação econômica houve diferença nos custos e receitas. Os peixes da linhagem GIFT alimentados com a dieta microextrudada com prebióticos, apresentaram maior lucratividade, maior valor presente líquido e maior taxa interna de retorno. melhor desempenho econômico, foi possível concluir que a linhagem GIFT, criadas em gaiolas no Rio Iguaçu, foi melhor em relação à linhagem GenoMar Supreme nas duas rações testadas. Palavras-chave: TIR. Composição corporal. Integridade intestinal. Supreme. GIFT.
CAVALLIERI, Rafael Flavio Dias. Economic evaluation and performance of two strains of Nile tilapia (Oreochromis niloticus) fed two commercial diets kepted in cages in the Iguaçu River - Salto Caxias Reservoir. 2016. 88f. Dissertação. Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2016.
Abstract
This work aimed to evaluate the performance, the chemical composition of the whole body, intestinal integrity and economic viability of two strains (GIFT and Supreme) of Nile tilapia (Oreochromis niloticus) fed two commercial diets. The experiment was conducted in the reservoir of the Salto Caxias plant in the Iguaçu River, with three replicates in 4 treatments. 8500 fish were housed in each cage of 18 m³, a total of 12, in November 2014. The fishes of Supreme® and GIFT strains had initial weight of 1.27 g and 2.72 g, respectively. At 50, 101 and 147 days were carried out classification and fish biometrics. For performance evaluation were calculated weight gain (WG), specific growth rate (SGR) and feed conversion (FC). At the end of the experiment intestine samples were collected and analyzed their integrity in scanning electron microscopy. Throughout 147 days were recorded expenses and income related to production for further economic evaluation. Regarding the GP there was only significant difference between the fish that received the initial diet microextrudada and prebiotics.. The SGR was higher for fish SUPREME strain in the two diets. The growth curve between the strains, it was observed that the curves maintained the same pattern with no marked differences between them, but with greater weight gain for the fish of the GIFT strain. The assessment of body composition of whole fish, held on 40, 70 and 116 days, the fish did not differ for dry matter content, but there was difference for crude protein at 40 days, ether extract and mineral matter 70 days between the fish that received the initial microextruded diet with prebiotics. Among the fish that received the initial mash diet without prebiotics, there was significant difference in crude protein, ether extract and mineral content at 116 days and the ether extract also differed at 70 days. In ultrastructural analysis of the fish intestine that received the initial microextruded feed with prebiotics was observed better tissue integrity of the intestinal mucosa, however, the treatments with use of initial mash diet without prebiotics lesions were observed in the mucosa and the presence of large number of attached microorganisms to mucosa. In the economic assessment was no difference in costs and revenues. Fish of the GIFT strain fed microextrudada diet additives, showed higher profitability, higher net present value (NPV) and higher internal rate of return (IRR). Excelling in higher growth and better economic performance, it was concluded that the GIFT strain, caged in the Iguaçu River, was better about GenoMar Supreme strain on both diets studied. Keywords: Internal rate of return, body composition, intestinal integrity. Supreme. GIFT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Evolução da produção de peixes da aquicultura e da pesca de 1995 até 2012.............................................................................................................................................19 Figura 2– Curva de crescimento comparativa entre as linhagens Supreme (SF) e GIFT (GF) no período experimental alimentadas com ração farelada no início e sem prebióticos...........................47 Figura 3 – Curva de crescimento comparativa entre as linhagens Supreme (SF) e GIFT (GF) no período experimental alimentadas com ração inicial microextrudada e com prebióticos....................48 Figura 4 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta I (farelada e sem aditivos). Aumento de 1000 x............................................53
Figura 5 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta I (S1). Aumento de 3000 x.............................................................................54 Figura 6 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT, alimentadas com a dieta I (G1). Aumento de 131 x.............................................................................55 Figura 7 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT alimentadas com a dieta I (G1). Aumento de 1000 x............................................................................56 Figura 8 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta II (S2), (microextrudada e com prébioticos). Aumento de 131 x..................57 Figura 9 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta II (S2). Aumento de 1000 x...........................................................................58 Figura 10 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT alimentadas com a dieta II (G2). Aumento de 450 x.............................................................................59
Figura 11 – Micrografia das Vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT alimentadas com a dieta II (G2). Aumento de 3000 x..........................................................................60
Figura 12 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta microextrudada com aditivos (SM). Aumento de 3000 x...............................61
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Taxa (T.A.) e frequência de arraçoamento de tilápias-do-Nilo em função do peso............38 Tabela 2 - Composição química das rações sem prebióticos, inicial farelada e demais extrudadas. Níveis de garantia do fabricante (NG). ...........................................................................................39 Tabela 3 - Composição química das rações suplementadas com prebióticos, microextrudada inicial e extrudada. Níveis de garantia do fabricante (NG).................................................................................39 Tabela 4 - Variação semanal de temperatura da água do reservatório (T) e oxigênio dissolvido fora (ODF) e dentro (ODD) das gaiolas, durante o experimento..............................................................43 Tabela 5 - Taxa de mortalidade (%) em relação aos alevinos alojados nos 4 tratamentos..................44 Tabela 6 - Média do desempenho e desvio padrão nas três fases experimentais (50, 100 e 147 dias), para ganho de peso (GP), taxa de crescimento específico (TCE), conversão alimentar (CA) e peso médio (PM) dos peixes ao final de cada fase........................................................................................45 Tabela 7 - Resultado das análises bromatológicas laboratoriais das rações dos tratamentos, inicial farelada sem prebióticos (DF) e das rações inicial microextrudada com prebióticos (DM), nas diferentes fases de produção.........................................................................................................50 Tabela 8 - Composição corporal do peixe inteiro nos quatro tratamentos, aos 40, 70 e 116 dias de criação, com base na matéria natural....................................................................................................51 Tabela 9 - Infraestrutura disponível, data de aquisição (DA), valor venal (VV), vida útil (VU), valor residual (VR) e a porcentagem (%) destes usadas para cada tratamento avaliado no experimento...........................................................................................................................................74 Tabela 10 - Descrição das máquinas e equipamentos disponíveis, data de aquisição (DA), valor venal (VV), vida útil (VU), valor residual (VR) e a porcentagem (%) destes usadas para cada tratamento avaliado no experimento........................................................................................................................75 Tabela 11 - Valor inicial por alevino em novembro de 2014, numero de alevinos adquiridos e valor total de aquisição de alevinos para alojamento nos tanques para cada tratamento............................76
Tabela 12 - Custo de produção de duas linhagens de tilápias, Supreme (S) e GIFT (G), submetidas a duas dietas, farelada inicial sem aditivos (F) e microextrudada incial com aditivos (M).......................78 Tabela 13 - Demonstrativo econômico na criação de duas linhagens de tilápias-do-Nilo, Supreme (S) e GIFT alimentadas com duas dietas, farelada inicial sem aditivos (F) e microextrudada incial com aditivos (M).........................................................................................................................................79
Tabela 14 - Desempenho econômico na situação atual da cooperativa (100 tanques) e a projeção para o empreendimento em sua capacidade máxima instalada (500 tanques)...................................81
LISTA DE SIGLAS
CEME Centro de microscopia eletrônica
IBGE Instituto brasileiro de geografia e estatística
UFPR Universidade Federal do Paraná
UTFPR Universidade tecnológica federal do Paraná
LISTA DE ABREVIATURAS
GP Ganho de peso
TCE Taxa de crescimento específico
CA Conversão alimentar
AGI Ácidos Graxos Insaturados
MOS Mananoligossacarideo
LISTA DE ACRÔNIMOS
CEUA Comissão de ética no uso de animais
COOPRATA Cooperativa de piscicultores de Nova Prata do Iguaçu- PR
COPEL Companhia paranaense de energia
EMATER Instituto paranaense de assistência técnica e extensão rural
FAO Food and Agriculture Organization
GIFT Genetically Improved Farmed Tilapia
SEBRAE Serviço de apoio a micro e pequena empresa
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................ 10
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................. 15
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
3 OBJETIVOS E METAS........................................................................................... 18
3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................ ................ 18
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................. ................ 18
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 19
4.1 SITUAÇÃO ATUAL DA AQUICULTURA ........................................... ................ 19
4.2 TILÁPIAS ............................................................................................ ................ 20
4.3 PRODUÇAO EM GAIOLAS ................................................................ ................ 22
4.4 CURVA DE CRESCIMENTO ............................................................. ................ 23
4.5 COMPOSIÇAO CORPORAL .............................................................. ................ 24
4.6 AVALIAÇÃO ECONOMICA ................................................................ ................ 26
5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 28
CAPÍTULO 2- AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE DUAS LINHAGENS DE TILÁPIA-DO-NILO ALIMENTADAS COM DUAS RAÇÕES COMERCIAIS SUPLEMENTADAS OU NÃO COM PREBIÓTICOS, CRIADAS EM GAIOLAS NO RIO IGUAÇU - PR ..................................................................................................... 34
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 35
2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 37
2.1 MANEJO DE PRODUÇÃO ................................................................. ................ 37
2.2 DIETAS .............................................................................................. ................ 38
2.3 DESEMPENHO ZOOTÉCNICO ......................................................... ................ 40
2.4 CURVA DE CRESCIMENTO ............................................................. ................ 40
2.5 COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA DO PEIXE INTEIRO ................. ................ 41
2.6 CARACTERÍSTICAS TECIDUAIS E INTEGRIDADE DO INTESTINO................ 41
2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................... ................ 42
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 42
3.1 DESEMPENHO .................................................................................. ................ 44
3.2 CURVA DE CRESCIMENTO ............................................................. ................ 46
3.3 ANÁLISE DAS DIETAS ...................................................................... ................ 48
3.4 ANÁLISE DE COMPOSIÇÃO CORPORAL ........................................ ................ 50
3.5 INTEGRIDADE INTESTINAL ............................................................. ................ 52
4 CONCLUSAO ......................................................................................................... 63
5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 64
CAPITULO 3 - AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE DUAS LINHAGENS DE TILÁPIAS PRODUZIDAS EM GAIOLAS E ALIMENTADAS COM DUAS DIETAS COMERCIAIS. .......................................................................................................... 70
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 71
2 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 71
2.1 MANEJO DE PRODUÇÃO ................................................................. ................ 72
2.2 AVALIAÇÃO ECONÔMICA ................................................................ ................ 72
2.3 DIAGNÓSTICO .................................................................................. ................ 73
2.4 VIABILIDADE ECONÔMICA ............................................................. ................ 75
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 76
3.1 RESULTADOS FINANCEIROS .......................................................... ................ 76
4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 80
5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 81
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 84
15
CAPÍTULO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1 INTRODUÇÃO
O consumo de peixes cresce anualmente. Isto tem acontecido principalmente
pelo seu valor nutricional e pela associação com os benefícios à saúde do
consumidor (MENDONÇA, 2010).
Para atender este crescimento, a produção também tem aumentado na última
década. Seja ela em viveiros, em gaiolas instaladas em reservatórios de usinas
hidrelétricas ou em sistemas de raceways. Todas estas formas de criação se
tecnificaram em diversos aspectos, por exemplo, no uso racional de rações, na
produção de peixes melhorados geneticamente, no controle da qualidade da água e
no manejo reprodutivo (ZUNIGA; GOYCOLEA, 2014).
Produzir em gaiolas é uma realidade no Estado do Paraná. Pizaia et al. (2008)
afirmaram que neste estado, o Rio Paranapanema foi o mais explorado no sistema, o
qual é preferência dos moradores lindeiros aos reservatórios das usinas, localizadas
na divisa com o estado de São Paulo. Destacando-se neste ínterim a tilápia-do-Nilo
(Oreochromis niloticus), pela sua rusticidade, capacidade de desenvolvimento e
aceitação do mercado consumidor.
Porém, em outros rios paranaenses, como o Rio Iguaçu, a atividade aquícola
é mais recente, e isso tem ocorrido de forma mais ordenada, com atuação direta dos
órgãos ambientais e com foco na sustentabilidade da produção, passando por
audiências públicas com órgãos governamentais e não governamentais (INSTITUTO
AMBIENTAL DO PARANÁ, 2012).
Para produzir peixes em gaiolas, com vistas ao retorno econômico, são fatores
imprescindíveis ao sucesso, o uso de animais melhorados geneticamente, de dietas
adequadas e de colaboradores treinados no manejo da criação. Neste contexto,
testar diferentes linhagens e rações pode gerar respostas importantes aos
produtores. Além disso, as gaiolas utilizadas precisam ser sempre avaliadas e
receberem as manutenções necessárias ao seu pleno uso, por exemplo, substituição
de bóias e limpeza da tela após as despescas (BOSCOLO et al., 2010).
Sendo assim, a pesquisa, a assistência técnica, os produtores e suas
organizações, os fornecedores de insumos, os compradores e o varejo precisam
trabalhar sintonizados, sempre debatendo e avaliando fatores importantes para o
desenvolvimento da cadeia produtiva como um todo, entendendo o que preconiza o
16
consumidor, que geralmente é a qualidade do produto final, sendo este produzido de
forma sustentável, com um preço justo e acessível (MINISTERIO DA PESCA E
AQUICULTURA, 2015).
Atualmente, com o advento de pesquisas na nutrição de peixes, na automação
industrial, somadas a possibilidade de transporte de insumos em grande parte do
país, essas tecnologias podem chegar até a base produtiva. Neste processo
tecnológico, o uso de rações extrudadas, acrescidas de aditivos que melhoram a
palatabilidade e a digestibilidade estão disponíveis aos empresários das pisciculturas
de todo país (REIS, 2009).
Em feiras e exposições, empresas têm lançado produtos baseados em
resultados científicos com aditivos pré e probióticos. Estes aditivos melhoram a
digestibilidade dos nutrientes, como é o caso dos prebióticos, mananoligossacarídeo
e β-glucanas (DIMITROGLOU, et al., 2010). Eles podem ajudar a diminuir o estresse
dos peixes, criados em cativeiro e em altas densidades. A redução do estresse tende
a melhorar o desempenho e a sanidade dos peixes, por isso, produtores tem
procurado aliar a tecnologia aos melhores resultados nas propriedades (DAWOOD;
KOSHIO, 2016).
A importância de aumentar os estudos referentes ao uso de prebióticos na
nutrição animal é grande, pois com os avanços já obtidos, é possível a redução do
uso de antibióticos nas dietas utilizadas na produção animal, sem prejuízos no
desempenho zootécnico. O uso indiscriminado de antibióticos tem favorecido o
aumento das bactérias resistentes aos princípios ativos utilizados. A adição dos
prébioticos tem ação fisiológica, eles estimulam o crescimento de microorganismos
benéficos e tendem a reduzir a carga bacteriana patogênica (PETERSON;
BRAMBLE; MANNING, 2010; TAN, et al., 2013).
Contudo, a produção de tilápias não seria tão pujante se não fossem as
pesquisas de melhoramento genético. No Brasil, destacam-se algumas linhagens
melhoradas, como a Bouaké, chitralada, GenoMar Supreme e a GIFT (Genetically
Improved Farmed Tilapia). As duas primeiras foram as pioneiras nas décadas de
1980 e 1990, já na última década as linhagens que mais se destacaram na produção
comercial foram a GenoMar Supreme e a GIFT. Estas duas últimas linhagens tiveram
sua origem, no mesmo programa de melhoramento na Ásia, porém a companhia
GenoMar melhoramentos, situada na Noruega, adquiriu matrizes deste programa e à
partir destas, desenvolveu a linhagem Supreme. A linhagem GIFT, continuou sendo
melhorada em programas na Ásia, pelo centro de pesquisa World Fish Center.
17
Atualmente estas linhagens melhoradas proporcionam ciclos de produção mais
curtos, com ótimos índices de desempenho no ganho de peso e conversão alimentar,
proporcionando maior rentabilidade aos produtores e melhor rendimento à indústria
(FÜLBER et al., 2009).
Outro quesito muito importante para qualquer atividade econômica é a
avaliação financeira. Faz-se necessário o conhecimento dos custos de produção e
das receitas, que servem de base para o planejamento e execução do projeto,
investindo recursos com consciência para que a atividade realizada não gere
prejuízos e, consequentemente, deixe de existir em curto prazo (PERES et al., 2010).
Dentro da gestão empresarial, principalmente na atividade rural, é preciso
planejar, avaliar e monitorar a produção, já que nesta área o empreendedor está
muito mais propício a sofrer com perdas, sejam elas por intempéries, variação do
câmbio e barreiras sanitárias. Além disso, o empreendedor rural geralmente é
tomador de preço, tanto na compra dos insumos como na venda da produção, para
reduzir isto, a organização em cooperativas e associações, facilitam a barganha na
compra de insumos e na venda do produto final (MIYAZAKI et al., 2005).
Desta forma, o presente trabalho objetiva avaliar o desempenho produtivo e
econômico da criação de duas linhagens de tilápia-do-Nilo junto à cooperativa de
piscicultores de Nova Prata do Iguaçu-PR (COOPRATA), alimentadas com duas
rações comerciais, criadas em gaiolas, no Rio Iguaçu-PR.
18
3 OBJETIVOS E METAS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o desempenho e viabilidade econômica da produção em gaiolas de duas
linhagens de tilápia-do-Nilo, alimentadas com duas dietas comerciais, suplementadas
ou não com prebiótico.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar o desempenho zootécnico, (com base no ganho de peso, taxa de
crescimento específico e conversão alimentar), das linhagens GIFT e GenoMar
Supreme Tilapia®, alimentadas com duas dietas comerciais em três fases de
produção;
Elaborar e comparar curvas de crescimento das tilápias considerando as
dietas ofertadas e as linhagens avaliadas;
Analisar a composição corporal dos peixes em três fases de criação, nos
diferentes tratamentos;
Observar o efeito das dietas na integridade intestinal dos peixes avaliados.
Avaliar o desempenho econômico da produção em gaiolas de duas
linhagens de tilápias alimentadas com duas ditas comerciais suplementadas ou não
com prébiótico.
19
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 SITUAÇÃO ATUAL DA AQUICULTURA
A fonte de proteína animal com maior produção no mundo é a de pescados,
atingindo em 2014, 158 milhões de toneladas (t). A figura 1 compara a produção de
peixes provenientes da aquicultura com os da pesca artesanal nos anos de 1995
2004 e 2012 (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION, 2014).
Figura 1 – Evolução da produção de peixes da aquicultura e da pesca de 1995 até 2012.
Fonte: SEBRAE, 2015.
A partir destas informações é possível perceber o quanto a aquicultura tem se
desenvolvido nas últimas décadas. O país, onde a atividade tem maior importância, é
a China, que produziu 41.108 mil t, em 2012, que correspondeu a 61,69% produção
mundial (FOOD..., 2014).
O Brasil, em 2014, ocupou o 12º lugar no ranking mundial de produção
aquícola (FOOD..., 2014). Com relação às espécies produzidas no Brasil, a tilápia-
do-Nilo lidera o segmento e em 2014, atingiu a produção de 198 mil toneladas
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015).
91.6 94.6 91.3
31.2
54.566.6
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1995 2004 2012
aquicultura
pescaMilh
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lada
s
20
Segundo Kubitza (2015), a aquicultura cresceu no Brasil entre os anos de
2004 e 2014, 7,95% ao ano, já para peixes cultivados o crescimento anual foi de
9,85%. Com relação a produção de tilápia, o crescimento neste período foi 14,2%, ao
ano. Esse crescimento ainda é pequeno tendo em vista que o Brasil é o país com a
maior área de água doce do planeta, tendo a maior parte destes corpos d’água
capacidade para a aquicultura.
Avaliando o cenário de produção dos estados brasileiros, o Estado do Paraná
é o terceiro maior produtor de peixes do país, produzindo, aproximadamente 57 mil
toneladas e é o maior produtor de tilápias com 51 mil toneladas (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015). Para Muehlmann et al.
(2004) o potencial do estado em recursos hídricos é grande, sendo estes utilizados
para irrigação na agricultura e pecuária, na construção de tanques para produção de
peixes destinados a comercialização e ao consumo familiar. Recentemente tem
crescido a produção de peixes em gaiolas no estado, com destaque aos reservatórios
de usinas hidrelétricas construídas no Rio Paranapanema.
Outro rio de grande importância na geração de energia é o Iguaçu, onde estão
instaladas cinco usinas hidrelétricas, com reservatórios propícios à aquicultura. Em
2011, iniciou-se o processo de legalização do cultivo de tilápia em gaiolas no
reservatório de Salto Caxias, sendo concluído o processo em 2013, com a instalação
de empreendimentos, nos municípios de Boa Vista da Aparecida e Três Barras do
Paraná, à margem direita do Reservatório e à margem esquerda nos municípios de
Nova Prata do Iguaçu, Boa Esperança do Iguaçu e Cruzeiro do Iguaçu (INSITUTO
AMBIENTAL DO PARANÄ, 2014).
O reservatório de Salto Caxias armazena 3,5 bilhões de m³ de água e se
estende quando em sua cota máxima por 131 Km. O potencial para produção de
tilápias em gaiolas é grande, podendo chegar anualmente a 28.500 t (COMPANHIA
PARANAENSE DE ENERGIA, 2015).
4.2 TILÁPIAS
As tilápias são peixes de escamas, da família dos ciclídeos, de corpo
achatado, com a nadadeira dorsal longa e com raios duros na porção anterior
(MOREIRA et al., 2001) e é a segunda espécie mais cultivada no mundo, perdendo
21
apenas para as carpas, dentre elas a comum (Cyprinus carpio L.), a prateada
(Hypophtalmichthys molitrix) sendo a China o país com a maior produção (FOOD
AND AGRICULTURE ORGANIZATION, 2014).
A introdução da tilápia no Brasil aconteceu na década de 1950, por meio do
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), para peixamento dos
reservatórios da região nordeste. No início, foram importadas matrizes da espécie
Tilapia rendalli, porém, não houve evolução do programa, principalmente pelo baixo
desempenho destes peixes em sistemas de criação e o pouco conhecimento sobre
seu desenvolvimento (MOREIRA et al., 2007).
No Brasil, o avanço do cultivo da tilápia ocorreu nos anos 1990, pois nesta
época foram ampliadas pesquisas e importadas matrizes de tilápias-do-Nilo
(Oreochromis niloticus) da Ásia, tudo isso devido ao crescimento da demanda
mundial de pescados, sendo a tilápia um dos peixes mais demandados pelo
consumidor (OLIVEIRA, 2010).
Além da demanda, outros fatores estimularam o crescimento da tilapicultura,
com o uso da tilápia-do-Nilo, por exemplo, o seu hábito alimentar onívoro, a
capacidade e a facilidade reprodutiva e a adaptabilidade aos ambientes (tolerância a
baixos teores de oxigênio, variação de pH e temperatura) quando comparado as
demais espécies de peixes (HAYASHI, 1995). Somado a estes fatores, houve
também a introdução do processo de reversão sexual, produzindo peixes machos,
que apresentam maior crescimento e melhor conversão alimentar e permite maior
controle sobre o povoamento nos viveiros (SOTO-ZARAZÚA et al., 2012).
No mundo são cultivadas diversas espécies de tilápia, a mais produzida é a
tilápia-do-Nilo, que é objeto de programas de melhoramento genético, principalmente
na Ásia. No Brasil algumas linhagens merecem destaque na produção. Como a
Bouaké que foi a pioneira, importada da Costa do Marfim em 1977, por muitos anos
manteve-se como a principal linhagem criada e serviu de base para cruzamentos com
outras linhagens importadas da Ásia, como a Chitralada (VIEIRA et al., 2005).
A linhagem Chitralada, também conhecida como tailandesa, foi desenvolvida
na Tailândia em projetos de melhoramento genético, a partir de Oreochromis
niloticus, que já estavam sendo selecionadas por programas de melhoramento
genético no Japão. Esta linhagem foi introduzida no Brasil em 1996, e foi de grande
importância na expansão da piscicultura brasileira (BORGES et al., 2005).
Mais recentemente, duas linhagens advindas de projetos de melhoramento
genético na Ásia e Europa ganharam espaço no mercado nacional. A linhagem
22
GenoMar Supreme Tilapia®, melhorada pela companhia de melhoramento genético
de tilápias GenoMar, com sede na Noruega, foi importada por uma empresa
paranaense que hoje detém as matrizes descendentes dessa linhagem, conhecida
por Supreme, e fornece alevinos em todo país (FÜLBER et al., 2009).
As matrizes e reprodutores da linhagem GIFT (Genetically Improved Farmed
Tilapia), foram importados por um projeto de melhoramento genético em tilápia, pela
Universidade Estadual de Maringá em 2005, em parceria com o centro de pesquisa
World Fish Center, nas Filipinas (LUPCHINSKI et al., 2011). Hoje alguns produtores
detêm os descendentes e também comercializam alevinos e juvenis com a maior
parte do país.
Nas últimas décadas, a produção de tilápia tem evoluído no mundo todo,
inclusive no Brasil, contando hoje com rações especificas para cada fase e forma de
produção, seja ela intensiva, semi-intensiva ou extensiva (MUEHLLMAN et al. 2004).
Além da disponibilidade de rações, outras tecnologias e insumos têm se destacado
na produção, como a construção de gaiolas e tanques com recirculação de água,
construção de sistemas eficientes de escoamento e abastecimentos dos viveiros,
materiais para despesca, tratadores automáticos, aeradores, aferidores eletrônicos da
qualidade da água, classificadoras automáticas e até vacinadores robotizados.
Merecem destaques neste meio, o melhoramento genético das espécies e o uso de
linhagens altamente produtivas adaptadas às condições climáticas do Brasil
(FÜLBER, et al. 2009).
Esta evolução muito se deve às pesquisas realizadas nas universidades e
centros de pesquisas, como a Empresa brasileira de pesquisas agropecuárias
(Embrapa), Empresa de pesquisa agropecuária e extensão rural de Santa Catarina
(Epagri), Instituto paranaense de pesquisas agropecuárias (IAPAR), e aos trabalhos
de extensão realizados pelas empresas e institutos de assistência técnica e extensão
rural (Emater), nos diversos estados brasileiros (TAVARES-DIAS, 2009, p. 25).
4.3 PRODUÇAO EM GAIOLAS
A produção de peixes em gaiolas consiste no alojamento de muitos animais
por unidade de volume. Este sistema começou com o cultivo de trutas arco-íris
(Oncorhynchus mykiss), em tanques construídos de material resistente a corrosão,
23
com telas, para circulação da água e uso de alimentos peletizados, mais tarde
evoluídos à extrudados (CYRINO et al., 1998). A evolução nos processos de
confecção da ração permitiu o maior controle da produção e menores perdas por
lixiviação (MARENGONI, 2006)
Os tanques podem ser construídos com arame galvanizado revestido com
polietileno ou poliuretano, com aço inoxidável e com alumínio, porque hoje se busca
resistência, associada a anti-incrustração de moluscos, principalmente o mexilhão
dourado (Limnoperna fortunei), que atrapalham a produção, diminuindo a circulação
de água dentro dos tanques e favorecendo a hipóxia (WATANABE et al., 2002).
Os tanques são equipados com flutuadores maciços ou bóias, tampa com
lacre, ganchos para fixação e podem variar de tamanho e volume, os tanques até 6
m³ são considerados de pequeno volume e alta densidade, mantendo biomassa até
de 250 Kg/m³. Acima desta medida e até os 18 m³, são considerados de grande
volume e baixa densidade, com biomassa entre 20 e 80 Kg/m³ (SCHIMITOU, 1995).
As altas densidades conseguidas neste sistema de produção é devido a
renovação constante de água, associada a oxigenação provocada pela
movimentação dos peixes (MARENGONI, 2006).
4.4 CURVA DE CRESCIMENTO
O crescimento dos peixes acontece tanto no aumento do peso, como no seu
tamanho. Este é dinâmico em muitos aspectos, pois pode haver decréscimo de
alguns órgãos, enquanto há o aumento de outros (OLIVEIRA, 2013).
Fisiologicamente, o aumento de tamanho dos peixes depende de muitos
fatores, como a genética, os hormônios, o ambiente, a alimentação, a idade, o sexo e
a espécie. Todos estes interferem diretamente no aumento do número de células
musculares (hiperplasia), que ocorre mais intensivamente em indivíduos mais jovens,
e no crescimento do volume destas células (hipertrofia), fato mais presente conforme
a idade dos peixes avança (BALDISSEROTTO, 2013).
A genética influencia diretamente no crescimento de peixes, programas de
melhoramento têm avaliado o grau de herdabilidade e a correlação de parâmetros de
crescimento, como ganho de peso, comprimento e espessura corporal e estão
comprovando que é alto este grau de herdabilidade e a correlação entre os
24
parâmetros é positiva (FU et al., 2016). Da mesma forma existe correlação genética
positiva entre deformidades e queda de desempenho, confirmando que a genética é
muito importante aos estudos sobre desenvolvimento da produção de peixes
(CELDRÁN et al., 2015).
Os peixes criados, tanto em viveiros como em gaiolas, precisam ser avaliados
constantemente, principalmente para que sejam feitos programas de melhoramento
com base no resultado das linhagens disponíveis para comercialização (POVH et al.,
2008).
Outros fatores muito importantes no crescimento dos peixes são os hormônios,
produzidos à partir de estímulos externos, como a alimentação, a idade, o sexo e o
ambiente. Alguns hormônios agem diretamente no metabolismo do crescimento,
principalmente o hormônio do crescimento (GH), o IGF1 e o IGF2. Alguns alimentos
estimulam a transcrição gênica destes hormônios como é o caso da cúrcuma, por
exemplo (MIDHUN et al., 2016).
Em relação a variação de temperaturas, a tilápia nilótica diminui o consumo de
alimentos conforme reduz-se a temperatura, a linhagem GIFT apresenta melhor
desempenho quando submetida a variação de temperatura em relação a chitralada e
bouaké e a variação à temperaturas abaixo de 22º C, afetam diretamente o ganho de
peso e crescimento, independentemente da linhagem (SANTOS; MARECO; SILVA,
2013).
Com o objetivo de avaliar o desempenho, a curva de crescimento dos animais
pode ser uma ferramenta bastante útil já que, por meio dela, pode-se medir a
velocidade de crescimento e pontos críticos no manejo (COSTA et al., 2009), com
destaque em sistemas de produção de peixes em gaiolas, onde os peixes passam
pelo processo de classificação e repicagem.
Para elaboração da curva é preciso fazer amostragens e com os dados de
biometria, elabora-se o gráfico do crescimento, que pode ser utilizado para vários
fatores, como ganho do peso, tamanho corporal, rendimento de carcaça e taxa de
crescimento (MASSAGO et al., 2010).
4.5 COMPOSIÇAO CORPORAL
25
A produção de proteína animal evolui rapidamente, graças à informação
gerada pela pesquisa, pelos investimentos no setor produtivo, na logística e
comercialização, visando atender as demandas crescentes de alimentos em todo o
planeta (ROSTAGNO, 2011).
Com relação à eficiência da produção é importante que os peixes produzidos
apresentem bom rendimento à indústria e características atraentes ao consumidor.
Para tanto, é importante avaliar a composição da carcaça dos animais submetidos a
diferentes dietas, principalmente para verificar se estas estão proporcionando maior
aumento na massa protéica do peixe, a qual proporcionalmente tende a aumentar o
rendimento do filé, produto preconizado pelo consumidor (VIEIRA et al., 2009).
A matéria seca, a proteína bruta, o extrato etéreo e as cinzas tendem a
aumentar com o crescimento dos peixes (VIEIRA et al., 2009). A deposição de
nutrientes na carcaça dos peixes depende de diversos fatores, tais como, qualidade
física e química da água, dieta, densidade de estocagem, genética, idade
(BALDISSEROTO, 2002).
Desta forma, relativo a qualidade química da água, o oxigênio dissolvido é um
parâmetro que merece atenção especial quanto ao crescimento dos peixes e a
consquente deposição de nutrientes. Pois, o peixe submetido a hipóxia, reduz a
ingestão de alimentos e a digestibildade do ingerido, além de reduzir a capacidade
imunológica, aumentando a susceptibilidade de doenças e consequentemente
depositando menos nutrientes em seu corpo (ABDEL-TAWWAB et al., 2015).
O efeito da dieta na composição corporal dos peixes pode ser referente aos
teores protéicos, de ácidos graxos, de vitaminas e de sais minerais. Com relação à
proteína, diferentes ingredientes proporcionam diferentes teores de nutrientes no
corpo dos peixes. Por exemplo, a substituição do farelo de soja, como fonte protéica,
pelo farelo de caroço de algodão ou farelo de girassol, na alimentação de juvenis de
carpa capim (Ctenopharyngodon idella) diminui os seus teores de proteína corporal
(KÖPRÜCÜ; SERTEL, 2012). Já no perfil de ácidos graxos, a substituição do óleo de
peixe por óleos vegetais, como o de cártamo, na alimentação do pregado (Psetta
máxima), aumenta a proporção de ácidos graxos insaturados na sua composição
corporal (ALTUNDAG; TIRIL; OZDEMIR, 2014).
Sendo assim, avaliar os componentes do corpo inteiro dos peixes pode
fornecer informações concretas em relação ao desempenho dos peixes criados e a
dieta ofertada.
26
4.6 AVALIAÇÃO ECONOMICA
Junto do aumento da produção de tilápias, crescem os investimentos e com
isso, a demanda por informações técnicas precisas sobre a produção se tornam
indispensáveis (TAVARES-DIAS, 2009, p.18 ). Pensando assim, é muito importante
que o produtor conheça a viabilidade econômica do seu trabalho, saber se o
investimento realizado será remunerado suficientemente para manutenção da
empresa, possibilitará realizar novos investimentos, cobrirá os custos de produção, e
estes fatores são importantes nas tomadas de decisões (CAMPOS et al., 2007).
Os custos de produção são compostos pelas despesas diretas e indiretas. As
diretas são formadas pelos custos fixos e variáveis. As despesas indiretas são
formadas principalmente por fatores que não envolvem gasto aparente, por exemplo,
taxa de câmbio e taxa de juros (COELHO; CYRINO, 2006). Os custos fixos são
aqueles que não variam com a produção, por exemplo, juros sobre o capital,
impostos fixos, seguros, despesas de arrendamento. São diluídos na avaliação
financeira de acordo com o cronograma estabelecido pela empresa (HOFFMANN,
1987).
Já os custos variáveis, dependem diretamente do volume de produção da
empresa, por exemplo, uso de ração, medicamentos, combustíveis, etc. Sendo que
estes se tornam mais importantes que os fixos na medida em que aumenta a
produtividade, pois estes se diluem (HOFFMANN, 1987). Todas estas informações
são fundamentais à administração da empresa rural. Onde se busca cada vez mais o
controle das atividades a serem gerenciadas, principalmente com o uso de
ferramentas de gestão (NEUKIRCHEN; ZANCHET; DE PAULA, 2005).
Para que o controle seja eficiente, o administrador rural deve possuir um plano
de contas organizado e este, precisa ser alimentado constantemente, facilitando a
busca de informações na formação dos custos de produção e avaliação dos lucros e
retornos financeiros das atividades (ANTUNES; ENGEL, 1999). Outro fator
importante a ser considerado são os ativos imobilizados, também chamados de
investimento, que devem ser cadastrados através de inventário, e destes, deverão
ser calculados as taxas de retorno e depreciação (PERES, 2010).
Além do fluxo de caixa e avaliações de custo e lucro é essencial o empresário
conhecer seu potencial a curto, médio e longo prazo, também conhecido por
27
avaliação de investimentos (REIS et al., 2002). Os meios mais utilizados para esta
avaliação são: o cálculo da taxa interna de retorno (TIR), que consiste em avaliar a
taxa de juros que iguala o valor presente, quando esta taxa é positiva indica que a
projeção é favorável ao investimento, caso seja negativa, o investimento no prazo
avaliado não será viável (NOGUEIRA, 2004) e o valor presente líquido (VPL), este
cálculo corresponde em trazer os valores do fluxo de caixa no período avaliado para
o período atual descontando-se uma taxa de juros proposta referente a remuneração
sobre o capital investido (SILVA; FONTES, 2005). Estes conhecimentos de gestão e
administração servirão de base à realização das avaliações econômicas e financeiras
deste projeto.
A seguir, serão apresentados dois capítulos, o primeiro versa a respeito do
desempenho produtivo de duas linhagens de tilápia-do-Nilo, Supreme e GIFT,
submetidas a duas dietas práticas comerciais. O segundo capítulo será apresentada
e discutida a avaliação econômica da produção de tilápias-do-Nilo, submetidas aos
tratamentos acima descritos.
28
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CAPÍTULO 2- AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE DUAS LINHAGENS DE
TILÁPIA-DO-NILO ALIMENTADAS COM DUAS RAÇÕES COMERCIAIS
SUPLEMENTADAS OU NÃO COM PREBIÓTICOS, CRIADAS EM GAIOLAS NO
RIO IGUAÇU - PR
Resumo: Neste trabalho foram avaliados o desempenho, a composição corporal do peixe inteiro e a integridade das vilosidades intestinais de duas linhagens de tilápia-do-Nilo, Supreme e GIFT, criadas em gaiolas e alimentadas com duas rações comerciais, sendo uma inicial farelada e sem aditivos e a outra microextrudada suplementada com os aditivos prebiótiocos mananoligossacarídeo e β-glucanas, alojadas em novembro de 2014 e os parâmetros de desempenho, ganho de peso (GP), taxa de crescimento específico (TCE) e conversão alimentar (CA) foram avaliados em três períodos aos 50, 101 e 147 dias de experimento. Aos 40, 70 e 116 dias, foram abatidos três peixes por tratamento, para análise da composição corporal dos peixes. No final do experimento, amostras de intestino foram coletadas para análise da integridade das vilosidades por meio de microscopia eletrônica de varredura. No desempenho aos 50 dias, os peixes da linhagem GIFT alimentados com a ração inicial microextrudada suplementada e com aditivos, apresentaram ganho de peso significativamente maior em relação aos demais tratamentos. O resultado da CA foi melhor para os peixes alimentados com a dieta baseada no uso de ração microextrudada associada aos prebióticos. A TCE foi maior para os peixes da linhagem SUPREME. Entre 51 e 100 dias o GP e a CA foram significativamente maiores para os peixes que receberam a dieta com aditivos. A TCE foi novamente maior para a linhagem SUPREME. Na última fase (101 a 147 dias), os resultados para GP e TCE foram semelhantes aos da segunda fase e a CA não diferiu entre os tratamentos. Avaliando de 1 a 147 dias, a linhagem GIFT submetida a dieta microextrudada e com aditivos apresentou o melhor GP. A CA e a TCE apresentou o melhor resultado nas tilápias da linhagem SUPREME submetidas a dieta microextrudada com aditivos. Na curva de crescimento foi possível perceber a diferença entre as dietas, com melhor desempenho às tilápias alimentadas com a ração microextrudada e com prebióticos, porém apresentou comportamento semelhante entre as linhagens. Na análise das carcaças foi possível observar o aumento na deposição de nutrientes conforme o crescimento dos peixes, portanto os peixes com maior ganho de peso também apresentaram maiores teores de proteína e matéria seca na carcaça. Já na avaliação da integridade intestinal, os tratamentos com melhor desempenho final, apresentaram vilosidades com maior integridade, já as com pior desempenho apresentaram várias rupturas no tecido intestinal, associadas à maior carga bacteriana. Baseado nestes resultados, foi possível concluir que a dieta, com uso de ração microextrudada associada aos aditivos prébioticos, em gaiolas no Rio Iguaçu, foi melhor em relação à ração farelada sem aditivos e o desempenho das linhagens não diferiram entre si.
Palavras-chaves: Oreochromis niloticus, desempenho, GIFT, Supreme, prébiotico.
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1 INTRODUÇÃO
O crescimento da demanda de proteínas de origem animal no Brasil e no
mundo é inevitável, isso devido ao aumento do consumo, ao aumento da população e
somado a busca de alimentos mais saudáveis, cresce também a procura pela carne
de peixe (FUCHS et al., 2015). O Brasil tem investido muito na produção de peixe em
cativeiro, com destaque para a tilápia-do-Nilo (O. niloticus) (KUBITZA, 2015).
Graças a grande disponibilidade de água doce, o Brasil é considerado o país
com grande potencial para desenvolver a piscicultura (CONTE et al., 2003). Este
potencial está associado à produção em viveiros escavados, gaiolas, raceways,
tanques de alvenaria, etc.
Entre os anos de 1990 e 2004, foram importadas linhagens de tilápias
oriundas de programas de melhoramento genético de diversas partes do mundo.
Dessas linhagens, atualmente no Brasil merecem destaque as linhagens GenoMar
Supreme e GIFT (Genetically Improved Farmed Tilapia) ambas, propostas para
rápido crescimento e ótimo rendimento à indústria (NEVES et al., 2008).
A linhagem GIFT é oriunda de programas de melhoramento genético,
baseado em tecnologias genéticas, como o uso de marcadores moleculares
associados ao potencial de crescimento, desta forma foi possível acelerar a seleção
de famílias superiores em produtividade (ROMANA-EGUIA, 2010).
A linhagem GenoMar Supreme teve seu desenvolvimento na Noruega,
principalmente pela tecnologia de hibridização de linhagens e seu foco foi o
rendimento de filé (FIORAVANTE FILHO, et al. 2011).
Com o crescimento da produção de peixes, principalmente da tilápia, avanços
nas pesquisas tecnológicas podem indicar informações e tecnologias confiáveis
visando melhorar a produtividade e proporcionar melhores resultados econômicos
aos empresários do setor (CRAB et al., 2012). Dentre as tecnologias disponíveis, são
muito importantes àquelas ligadas a nutrição dos peixes, tendo em vista que ela é
responsável pelos maiores custos da produção e é item fundamental ao melhor
desempenho produtivo. Sendo assim, é importante o uso de dietas com ênfase na
melhora da digestibilidade dos nutrientes e a sanidade dos peixes, com este objetivo,
muitos estudos têm sido feitos com uso de pré e probióticos (POHLENZ; GATLIN,
2014).
36
Com vistas aos prebióticos, atualmente, pesquisadores tem investigado o
efeito do uso de substâncias que proporcionem o crescimento de microorganismos
benéficos à saúde do animal e que tenham ação redutora nos patogênicos (ALI et al.,
2016). O presente trabalho uma das dietas utilizadas foi caracterizada pelo uso dos
prébioticos, mananoligossacarídeo e β-glucanas.
Mananoligossacarídeo é um oligossacarídeo, classificado como não digestível,
extraído da parede celular da levedura Saccharomices cervisae. Sua ação está ligada
diretamente ao estímulo e crescimento de algumas bactérias no intestino. Parte de
sua estrutura funcional é utilizada eficientemente por bactérias do grupo
Bifidobacteria e Lactobacilli, que ao agirem na fermentação dos oligossacarídeos,
produzem ácidos orgânicos e reduzem a ação de bactérias patogênicas como a E.
coli e Salmonella (WU, et al., 2014). Outro fator benéfico deste prebiótico é a ação
direta na ativação do sistema imunológico, ativando a produção de enzimas e a ação
de linfócitos à luz intestinal (DAWOOD; KOSHIO, 2016).
Já as glucanas são polissacarídeos de cadeia linear, compostos por unidades
de β-glucanas. Elas fazem parte da parede celular dos grãos, principalmente da aveia
(Avena sativa), e são classificadas como fibras solúveis, tem sua ação direta na
digestão dos nutrientes, no intestino delgado, facilitando a formação e o aumento da
viscosidade do bolo fecal, diminuindo a ação de enzimas na digestão de açúcares
solúveis e sua absorção no intestino delgado (MIRA; GRAF; CANDIDO, 2009).
No intestino posterior dos peixes ocorrem processos químicos da digestão e a
maior parte da absorção de nutrientes. Sendo assim, a integridade intestinal é
fundamental para que ocorra o processo digestivo sem prejuízos e perdas de
nutrientes ingeridos, proporcionando o desempenho esperado dos peixes (ROTTA,
2003). Os alimentos com prebióticos, como MOS e glucanas, proporcionam melhora
na microbiota do intestino, evitando degradação das vilosidades e aumento da área
absortiva de nutrientes (DIMITRIGLOU et al., 2009). Por isso, através da análise da
integridade das ultra-estruturas do intestino, através da microscopia eletrônica de
varredura, é possível verificar se a ação dos aditivos proporciona menor degradação
nas vilosidades intestinais (PELICANO et al., 2005).
Assim, este trabalho tem por objetivo, avaliar o desempenho, com ênfase no
ganho de peso, taxa de crescimento específico e conversão alimentar, de duas
linhagens de tilápias-do-Nilo, em diferentes fases de criação, alimentadas com duas
rações comerciais.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
O presente experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais
(CEUA) da UTFPR, campus Dois Vizinhos, protocolo n°2014-013, (Anexo-A).
A pesquisa foi conduzida nas dependências da Cooprata (cooperativa de
piscicultores de Nova Prata do Iguaçu), localizada na latitude 25° 32' 18” sul e
longitude 53° 24' 52” oeste, estando a uma altitude média de 326 metros, cujo clima
Cfa (clima temperado e úmido com verão quente) segundo classificação de Köppen,
com temperaturas médias anuais de 19ºC (ALVARES et al., 2013).
Relativo à qualidade da água, foram monitoradas, diariamente, a temperatura
da água (ºC) e semanalmente, o oxigênio dissolvido (mg/L), no reservatório e dentro
das gaiolas.
2.1 MANEJO DE PRODUÇÃO
Foram avaliados quatro tratamentos, baseados em duas linhagens de tilápia-
do-Nilo, a GIFT e a GenoMar Supreme. Estas linhagens foram avaliadas, cada qual,
com duas rações sendo uma farelada inicial para os alevinos sem prebióticos, a outra
ração microextrudada inicial suplementada com prebióticos, em arranjo fatorial 2x1
(SF x GF; SM x GM).
Para identificação dos tratamentos foram utilizadas as seguintes siglas:
SF = Linhagem Supreme e dieta inicial farelada sem prebióticos;
GF = Linhagem GIFT e dieta incial farelada sem prebióticos;
SM = Linhagem Supreme e dieta inicial microextrudada com prebióticos;
GM = Linhagem GIFT e dieta incial microextrudada com prebióticos;
No presente estudo foi utilizado delineamento ao acaso, em que 102.000
alevinos, sendo 51.000 da linhagem GIFT e 51.000 da linhagem SUPREME, foram
alojados no mês de novembro de 2014, em 12 gaiolas de 18m³ (3x3x2) cada, numa
densidade inicial de 472,2 peixes.m-³, estas gaiolas estavam revestidas com bolsões
de polietileno com malha de 5 mm, que foram retirados após a primeira classificação
aos 50 dias, permanecendo 3700 peixes por tanque, com densidade de 205,6
38
peixes.m-³, finalizando o experimento com 1800 tilápias por tanque, ou seja, 100
peixes.m-3. No início do experimento, os alevinos das duas linhagens foram
adaptados à condição de produção por uma semana, sendo em seguida pesados e
submetidos as dietas comerciais testadas, com três repetições cada.
As rações foram fornecidas até a saciedade aparente, e pesadas diariamente
antes e após as alimentações, nos primeiros 45 dias de cultivo, respeitando nesta
fase a frequência recomendada por Moreira (2001), descrita na tabela 1. Após os 45
dias até o final do experimento aos 147 dias a ração foi fornecida com as taxas e
frequências descritas também na tabela 1. Em dias chuvosos ou de menor
temperatura, a ração foi fornecida até saciedade aparente dos peixes e anotada a
diferença em relação ao recomendado.
Tabela 1. Taxa de alimentação (T.A.) e freqüência de arraçoamento de tilápias-do-Nilo em função do peso.
Peso (g) T. A. (% PV/dia) Frequência¹
2 – 15 ad libitum 8
15-40 ad libitum 5
40-180 6-3 5
>180 3-2 3
¹ Adaptada pelo autor para manejo em gaiolas. Fonte: MOREIRA, 2003.
2.2 DIETAS
As dietas práticas avaliadas foram correspondentes à recomendação técnica
de cada empresa fornecedora das rações nas diferentes fases de criação. Para
confirmação dos teores nutricionais apresentados pelos fabricantes foram realizadas
análises bromatológicas das diferentes rações. As análises de proteína bruta, extrato
etéreo, fibra bruta e matéria mineral, das dietas, foram realizadas no laboratório de
bromatologia da UTFPR, campus de Dois Vizinhos. As técnicas utilizadas basearam-
se no manual da AOAC (1990).
O tratamento I preconizou na primeira fase de cultivo o uso de ração farelada
com 42% de PB (Tabela 2), sendo que esta ração foi utilizada durante 35 dias, após
este período até o 50º dia utilizou-se ração com a mesma composição, porém
extrudada com grânulos de 2 mm. Do 51º ao 100º dia, durante a fase de recria, foi
39
usada uma ração extrudada com 35 % proteína bruta (PB) e grânulo de 4 mm. Já na
fase de engorda avaliada neste experimento do 101º ao 147º dia, foi utilizada ração
extrudada de 32% PB e grânulo de 6 e 8 mm. Nestas dietas não estavam incluídos
aditivos prebióticos.
Tabela 2 - Composição química das rações sem prebióticos, inicial farelada e demais extrudadas.
Níveis de garantia do fabricante (NG).
Nutriente (g/Kg) NG 11 NG 22 NG 33
Proteina Bruta (mín.) 420,00 350,00 320,00
Extrato Etereo (mín.) 40,00 40,00 40,00
Matéria Fibrosa (Max.) 50,00 50,00 50,00
Matéria Mineral (Max.) 100,00 100,00 100,00
Calcio (Max.) 30,00 30,00 30,00
Calcio (mín.) 10,00 10,00 10,00
Fósforo (mín.) 8000,00 8000,00 8000,00 1 Raçao Ofertada do 1º ao 50º do experimento, ração farelada e extrudada 2 mm; 2 Raçao Ofertada do 51º a 101º, ração extrudada 4 mm; 3 Raçao Ofertada do 102º a 147º, ração extrudada 6 e 8 mm.
O tratamento II baseou-se inicialmente no uso de ração microextrudada na
primeira fase de criação e extrudada normal nas demais fases, suplementadas com
prebiótiocos, mananoligossacarídeos (MOS) e β-glucanas, com concentrações 0,25 e
0,3% respectivamente, disponibilizando aos criadores os grânulos de 1,2 mm, 1,4
mm, 1,6 mm e 1,8 mm, todas com a composição conforme tabela 3. A ração com
45% de PB foi ofertada aos peixes até o 21º dia, do 22º até o 50º foi fornecida uma
ração com grânulo de 2 mm e 40% de PB. Na fase de recria (51 a 101 dias), foi
utilizada ração com grânulo de 4 mm e 35 % de PB, sendo também enriquecida com
MOS e β-glucanas, nas mesmas proporções. Já na fase de engorda (102 a 147 dias)
foi utilizada uma ração com 32% de PB e grânulos entre 6 e 8 mm sem prebióticos.
Tabela 3 – Composição química das rações suplementadas com prebióticos, microextrudada inicial e
extrudada. Níveis de garantia do fabricante (NG).
Nutriente (g/Kg) NG 11 NG 22 NG 33 NG 44
Teor Proteina Bruta (mín.) 450,00 450,00 350,00 320,00
Extrato Etereo (mín.) 90,00 90,00 60,00 60,00
Matéria Fibrosa (Max.) 60,00 60,00 50,00 50,00
Matéria Mineral (Max.) 130,00 130,00 130,00 130,00
40
Calcio (Max.) 30,00 30,00 30,00 30,00
Calcio (mín.) 10,00 10,00 10,00 10,00
Fósforo (mín.) 10000 10000 8000 8000 1 Raçao microextrudada ofertada do 1º ao 21º dia, com grânulos de 1,4, 1,6 e 1,8 mm e com aditivos MOS, β-glucanas; 2 Raçao ofertada do 22º a 50º, grânulos de 2 mm e com aditivos MOS, β-glucanas; 3 Raçao ofertada do 51º a 101º, grânulos de 4 mm e com aditivos MOS, β-glucanas; 4 Raçao ofertada do 102º a 147º, grânulos de 6 e 8 mm.
2.3 DESEMPENHO ZOOTÉCNICO
Para avaliação do desempenho zootécnico, foram realizadas biometrias aos
50, 100 e 147 dias, sendo pesados 10 peixes por tanque, com uso de balança de
precisão, com quatro decimais. As variáveis calculadas foram o ganho de peso
(GP), a conversão alimentar (CA) e a taxa de crescimento especifico (TCE). O
cálculo para estes itens foram os seguintes:
GP = Peso final – Peso inicial
CA = Kg de Ração consumida/GP em Kg
TCE = 100 x (ln Peso final – ln Peso inicial)/nº de dias de produção. Onde, ln
= logaritmo natural.
O peso inicial dos peixes em cada tratamento está descrito na tabela 4.
Tabela 4. Peso médio inicial (PM) em cada fase nos tratamentos (S1, S2, G1 e G2), em gramas.
PM SF PM GF PM SM PM GM
1,28 ± 0,096 2,73 ± 0,181 1,25 ± 0,092 2,71 ± 0,098
2.4 CURVA DE CRESCIMENTO
Neste experimento a curva de crescimento foi baseada nas pesagens
realizadas a cada dez dias. Foram pesados individualmente 10 peixes por tanque do
experimento, totalizando 30 indivíduos por tratamento. Foram elaboradas duas
curvas, sendo a primeira comparando as duas linhagens GIFT e Supreme,
alimentadas com a ração inicial farelada e sem prebióticos e a segunda comparando
41
os peixes das linhagens GIFT e Supreme, alimentadas com a ração extrudada e
com prebióticos.
Foram elaboradas as equações das curvas, polinomiais quadráticas, bem
como o coeficiente de determinação (R2), o qual determina o grau de explicação da
equação frente aos dados obtidos no experimento.
2.5 COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA DO PEIXE INTEIRO
Para determinação da composição bromatológica dos peixes foram
realizadas análises de matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB) e
matéria mineral (MM), conforme metodologia preconizada pela AOAC (1990), todas
no laboratório de bromatologia da UTFPR, campus Dois Vizinhos.
As análises de composição corporal ocorreram em três fases de
desenvolvimento dos peixes, aos 40, 70 e 116 dias de produção, períodos estes que
antecederam as classificações e servissem de base para avaliar a deposição de
nutrientes durante o experimento e o crescimento dos peixes.
2.6 CARACTERÍSTICAS TECIDUAIS E INTEGRIDADE DO INTESTINO
Ao final do experimento foram coletadas amostras de intestino posterior, no
seu terço inicial, para verificar a integridade intestinal através de microscopia
eletrônica de varredura. Foi utilizado um peixe por repetição. Os peixes foram
sacrificados por secção medular após anestesia por Benzocaína (50mg/L) aplicada
na água e posteriormente foram necropsiados para a realização da coleta de
amostras do intestino. Os fragmentos dos segmentos do intestino posterior foram
lavados com solução salina a 0,9% e submergidos em líquido fixador de Karnovsky
por 48 horas. Em seguida foram estocados em álcool 70% para posterior
desidratação em uma série crescente de álcoois (30 minutos em álcool 80%, 30
minutos em álcool 95%, 60 minutos em álcool 100%), em seguida foi realizada a
secagem com gás carbônico no aparelho de ponto crítico Balzers CDP 030, e a
metalização ocorreu no aparelho Balzers SCD 050, com uma camada de 25 nm de
ouro.
42
Com o auxílio de um microscópio eletrônico de varredura JEOL JSM 6360LV
do CEME – UFPR, as amostras foram analisadas e documentadas para
posteriormente serem avaliadas as vilosidades quanto a sua integridade.
2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados dos parâmetros de desempenho (ganho de peso, taxa de
crescimento específico e conversão alimentar) e das análises de carcaça (matéria
seca, proteína bruta, extrato etéreo e matéria mineral), para os quatro tratamentos,
em cada um dos três períodos avaliados e também dos valores totais de
desempenho, foram submetidos à análise estatística, através do teste t para
avaliação da significância (p<0,05) dos resultados, através do software ASSISTAT
(SILVA; AZEVEDO, 2006).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os parâmetros médios de qualidade de água (Tabela 4) avaliados durante o
experimento foram de 24,3 ± 3,1ºC para temperatura e 8,22 ± 1,15 (mg/L) para o
oxigênio dissolvido fora das gaiolas e 5,07 ± 2,06 (mg/L) dentro das gaiolas. Estes
valores encontram-se dentro daqueles recomendados (TAVARES, 1995) para a
produção de peixes de clima tropical.
Tabela 4. Variação semanal de temperatura da água do reservatório (T) e oxigênio dissolvido fora
(ODF) e dentro (ODD) das gaiolas, durante o experimento.
Semana T (ºC) ODF (mg.L-1) ODD (mg.L-1)
1 24,7 8,55 7,55
2 26 9,32 8,72
3 25,6 9,5 7,31
4 26,5 8,67 7,12
5 28,3 8,55 6,55
6 27,8 9,18 5,93
7 27,3 9,35 2,12
43
Semana T (ºC) ODF (mg.L-1) ODD (mg.L-1)
8 26,4 9,44 4,16
9 25,6 9,13 2,66
10 25,7 9,16 3,18
11 25,3 8,76 3,55
12 19,4 7,3 3,12
13 18,1 6,25 2,88
14 18 5,89 2,65
15 19,3 6,63 2,56
16 22,6 7,7 5,89
17 24,6 7,3 6,55
18 25,2 8,77 7,26
19 25,3 8,95 6,99
20 24 7,3 5,16
21 24 6,88 4,75
Fonte: Autor
Com estes resultados foi possível perceber que houve variação na temperatura
da água do reservatório durante o experimento, fato este que interferiu diretamente
na alimentação e crescimento dos peixes. A tilápia tem seu desenvolvimento normal
nas temperaturas entre 20 e 35ºC (KUBITZA, 2000), porém o aumento no consumo
de ração é linear, conforme aumenta-se a temperatura, entre 20 e 32ºC, e o melhor
desempenho é entre 24 e 28ºC (MOURA et al.,2007)
A mortalidade dos peixes (Tabela 5) foi maior para os peixes da linhagem GIFT,
nas duas dietas testadas.
Tabela 5 - Taxa de mortalidade (%) em relação aos alevinos alojados nos 4 tratamentos.
SF = Linhagem Supreme alimentada com ração inicial farelada. GF =Linhagem GIFT alimentada com ração inicial farelada. SM = Supreme alimentada com ração inicial microextrudada suplementada com prebióticos. GM = GIFT alimentada com ração inicial microextrudada suplementada com prebióticos.
Este resultado demonstra que a linhagem GIFT apresentou maior mortalidade
Tratamento Alevinos Mortalidade (%)
SF 8500 6,5
GF 8500 7,8
SM 8500 6,4
GM 8500 8,2
44
durante o experimento. Aparentemente a mortalidade dos peixes estava associada
aos sintomas de columnariose e ocorreram principalmente nos primeiros 20 dias do
experimento.
3.1 DESEMPENHO
Os resultados de desempenho dos peixes nas três fases avaliadas (1 a 50
dias; 51 a 100 dias; 101 a 147 dias), estão apresentados na Tabela 6. Foi possível
verificar, na primeira fase de produção, que houve diferença significativa para as
variáveis ganho de peso (GP), taxa de crescimento específico (TCE), mas não houve
para conversão alimentar (CA). O GP foi significativamente maior para as tilápias da
linhagem GIFT, em ambas as dietas. A TCE foi significantemente maior para a
linhagem Supreme. Na variável CA, as linhagens não diferiram entre si.
Em relação aos resultados de desempenho na segunda fase experimental, que
compreende o período entre o 51º ao 100º dia. Os resultados de desempenho das
linhagens GIFT e Supreme, alimentadas com a ração extrudada sem prebióticos e a
ração extrudada com prebióticos, não apresentaram diferença significativa nas
variáveis, ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e taxa de crescimento
específico (TCE).
Dos 102 aos 147 dias de criação, o GP e a CA das tilápias não apresentou
diferença significativa. Já quanto a TCE, houve diferença entre as linhagens nas duas
rações testadas, sendo que a linhagem Supreme, se mostrou mais eficiente para este
parâmetro.
Tabela 6 - Média do desempenho e desvio padrão nas três fases experimentais (50, 100 e 147 dias),
para ganho de peso (GP), taxa de crescimento específico (TCE), conversão alimentar (CA) e peso
médio (PM) dos peixes ao final de cada fase.
Dias SF GF SM GM
GP (g)
1-50
51-100
101-147
1-147
29,85 ± 4,16B
226,67 ± 19,5A
212,37 ± 21,94A
468,88 ± 42,21A
37,43 ± 2,06A
262,73 ± 21,39A
181,57 ± 15,02A
481,74 ± 12,26A
34,78 ± 2,39b
315,7 ± 16,9a
245,13 ± 38,73a
595,62 ± 45,03b
43,99 ± 2,04a
421,30 ± 49,26a
240,5 ± 32,23a
709,49 ± 38,65a
45
Dias SF GF SM GM
TCE (%)
1-50
51-100
101-147
1-147
6,37 ± 0,41A
4,07 ± 0,11A
1,34 ± 0,07A
4,02 ± 0,11A
5,38 ± 0,17B
3,88 ± 0,22A
1,05 ± 0,10B
3,52 ± 0,04B
6,67 ± 0,25a
4,38 ± 0,05a
1,17 ± 0,14a
4,18 ± 0,07a
5,69 ± 0,08b
4,31 ± 0,09a
0,92 ± 0,17b
3,79 ± 0,06b
CA
1-50
51-100
101-147
1-147
0,90 ± 0,04A
1,09 ± 0,01A
1,69 ± 0,2A
1,36 ± 0,10A
0,90 ± 0,09A
1,16 ± 0,15A
2,03 ± 0,21A
1,47 ± 0,10A
0,73 ± 0,04a
0,91 ± 0,09a
1,77 ± 0,18a
1,25 ± 0,02a
0,82 ± 0,06a
1,02 ± 0,13a
1,89 ± 0,34a
1,29 ± 0,13a
PM (g)
1-50
51-100
101-147
31,13 ± 8,06
257,8 ± 25,03
470,17± 37,65
40,17 ± 6,40
302,9 ± 28,55
465,2 ± 24,94
36,07 ± 9,36
351,77 ± 25,11
596,9 ± 40,23
46,7 ± 10,43
471,7 ± 49,73
712,2 ± 44,85
SF = Linhagem Supreme alimentada com ração inicial farelada. GF =Linhagem GIFT alimentada com ração inicial farelada. SM = Supreme alimentada com ração inicial microextrudada suplementada com prebióticos. GM = GIFT alimentada com ração inicial microextrudada suplementada com prebióticos. Letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre as linhagens alimentadas com a ração inicial farelada (5%). Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre as linhagens alimentadas com a ração inicial microextrudada suplementada com prebióticos (5%)
Os resultados obtidos demonstram que entre as linhagens testadas que foram
alimentadas, tanto com a ração inicial farelada e sem prebióticos, como as que foram
alimentadas com a ração inicial microextrudada suplementada com prebióticos, na
fase inicial a linhagem GIFT obteve ganho de peso significativamente maior, em
relação a linhagem GenoMar Supreme, nas demais fases não foram observadas
diferenças significativas. Já nas tilápias alimentadas com a ração inicial
microextrudada suplementada com prebióticos, ao avaliar o experimento do dia 1 ao
147, houve diferença significativa, onde novamente a linhagem GIFT apresentou
ganho de peso significativamente maior.
A TCE foi significativamente maior para a linhagem GenoMar Supreme, nas
duas rações, na primeira e na terceira fase experimental, o mesmo resultado foi
obtido quando as tilápias foram avaliadas do 1º ao 147º dia. A diferença de peso
inicial influenciou neste resultado, tendo em vista que a base para este cálculo são os
pesos inicial e final dos peixes. Já na segunda fase de avaliação, a TCE, não foi
significativa em nenhum tratamento. A CA não diferiu significativamente para nenhum
dos tratamentos nas fases avaliadas.
Massago et al. (2010), não encontraram diferença no desempenho, ganho de
peso e conversão alimentar, entre as linhagens GIFT e Supreme criadas em gaiolas.
46
Este resultado corrobora com o presente trabalho em relação a conversão alimentar e
ao ganho de peso dos peixes que foram alimentados tanto com a ração inicial
farelada e sem prebióticos quanto àqueles que foram alimentados com a ração inicial
microextrudada suplementada com prebiótico, quando avaliadas a segunda e terceira
fase, bem como, o período entre 1 e 147 dias, para os peixes que receberam a
primeira ração. Porém, difere na fase inicial nas duas dietas e ao da dieta onde os
peixes foram alimentados com ração inicial microextrudada suplementada com
prebiótico quando avaliado o período do 1º ao 147º dia, onde a linhagem GIFT
apresentou maior ganho de peso.
A linhagem GIFT apresenta maior ganho de peso, maior taxa de crescimento
específico quando comparada a tilápia vermelha híbrida (Oreochromis sp.), (NG;
HANIM, 2007). Ou ainda quando comparada com a Bouaké ou Chitralada (FÜLBER
et al., 2009; LIMA, 2015; CARMO et al., 2008; OLIVEIRA, 2010). Quando comparada
à linhagens não melhoradas também foi superior, além dos fatores acima citados, na
conversão alimentar (RIDHA, 2006). Com relação a linhagem GenoMar Supreme,
quando comparada as linhagens Chitralada e Bouaké, mostrou-se superior no ganho
de peso, conversão alimentar e rendimento de filé (VIEIRA, et al., 2005).
Em relação à conversão alimentar, não houve diferença significativa entre os
tratamentos, mas é possível que o tamanho dos peixes tenha influenciado, já que
quanto mais avançada a idade e o tamanho da tilápia, mais alta é a conversão
alimentar. Na situação do experimento ficou claro que conforme aumentou o peso
dos peixes a taxa de conversão alimentar aumentou (FURUYA et al., 1998;
BALDISSEROTTO, 2002; MOREIRA et al., 2001).
3.2 CURVA DE CRESCIMENTO
Ao compararmos as curvas referentes às linhagens alimentadas com as
dietas, farelada e sem suplementação com prébioticos, é possível perceber que os
peixes da linhagem GIFT, apresentaram maior crescimento do que os peixes da
linhagem GenoMar Supreme, conforme mostrado na Figura 2.
47
Figura 2– Curva de crescimento comparativa entre as linhagens Supreme (SF) e GIFT (GF) no período experimental alimentadas com ração farelada no início e sem prebióticos
Pela curva é possível observar que existem dois pontos de aceleração do
crescimento, após os 50 e 100 dias, o principal fator que explica isso é classificação
dos peixes que passaram a uma menor densidade de estocagem, de 472,2 para
205,5 peixes.m-3 aos 50 dias e 100 peixes.m-3 aos 100 dias. A alta densidade de
peixes em gaiolas provoca redução no GP, TCE e CA (MARENGONI, 2006;
WATANABE et al., 1990, YI; LIN; DIANA, 1996).
Outro fator que provavelmente influenciou o crescimento dos peixes, entre os
dias 84 e 119 do experimento, foi a chuva que reduziu a temperatura média da água
para 19,5 ± 1.86 ºC, provocando menor consumo de ração. A variação de
temperatura afeta diretamente o desempenho dos peixes independentes do sistema
de produção. O crescimento dos peixes é afetado em temperaturas abaixo de 22 ºC,
isso devido aos peixes serem pecilotermos, ou seja, sua temperatura corporal varia
de acordo com a temperatura da água, em menores temperaturas reduz o
metabolismo e com isso reduz a ingestão de alimentos e o seu crescimento
(LIKONGWE et al., 1996; AZAZA; DRAHIEF; KRAIEM, 2008).
Com relação às linhagens alimentadas com a ração inicial microextrudada
suplementada com prebiótico o crescimento também foi semelhante, com
superioridade à linhagem GIFT.
y = -0.0001x3 + 0.0508x2 - 1.7528xR² = 0.9583
y = -0.0002x3 + 0.0658x2 - 1.9005xR² = 0.9698
0
100
200
300
400
500
600
0 20 40 60 80 100 120 140 160
PES
O (
g)
Dias de Criação
SF
GF
48
Figura 3 – Curva de crescimento comparativa entre as linhagens Supreme (SF) e GIFT (GF) no período experimental alimentadas com ração inicial microextrudada e com prebióticos.
Neste trabalho, as tilápias da linhagem GIFT apresentaram maior ganho de
peso com relação às tilápias da linhagem Supreme, no período de 147 dias. O
melhoramento genético com ênfase no desempenho tem mostrado resultados
positivos, quando comparadas as linhagens aqui testadas com outras linhagens,
Bouaké, Chitralada ou ainda cruzamento destas, os resultados para o crescimento
tem sido maior para as linhagens GIFT ou Supreme e quando testadas entre elas não
foram encontradas diferenças (MASSAGO et al., 2010; MAMUN et al., 2004,
EKNATH, et al., 1993).
Novos trabalhos devem ser realizados avaliando o desempenho destas
linhagens em outras épocas de produção, principalmente durante o outono e inverno,
nesta região de clima cfa.
3.3 ANÁLISE DAS DIETAS
De acordo com a tabela 7, as análises laboratoriais das dietas experimentais
mostraram que os resultados no teor de nutrientes discordam dos níveis de garantia
propostos na dieta com ração farelada e sem aditivos, nas fases, inicial e de
engorda. Com relação a PB, o nível de garantia para a ração farelada é de no
y = -0.0003x3 + 0.0986x2 - 2.9538xR² = 0.9697
y = -0.0002x3 + 0.0785x2 - 2.8966xR² = 0.9487
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 20 40 60 80 100 120 140 160
PES
O (
g)
Dias de Criação
GM
SM
49
mínimo 420g/1000 g e o encontrado foi de 390 g/1000g, já para a ração de engorda
a garantia era de no mínimo 320 g/1000g e o obtido em laboratório foi de 288
g/1000g.
Tabela 7 - Resultado das análises bromatológicas laboratoriais das rações dos tratamentos, inicial
farelada sem prebióticos (DF) e das rações inicial microextrudada com prebióticos (DM), nas diferentes
fases de produção.
Nutriente (g/Kg) DF1¹ DF2² DF3³ DM14 DM25 DM36 DM47
Proteina Bruta 392,00 349,14 288,00 479,97 401,02 352,54 320,5
Extrato Etereo 47,80 40,10 39,1 89,43 81,22 64,12 64,67
Matéria Fibrosa 46,60 42,90 49,00 58,21 55,33 47,72 47,31
Matéria Mineral 95,88 100,47 93,0 111,10 83,32 98,18 89,44 1 Raçao Ofertada do 1º ao 50º dia do experimento, ração farelada e 2 mm; 2 Raçao Ofertada do 51º a 101º dia, ração extrudada 4 mm; 3 Raçao Ofertada do 102º a 147º dia, ração extrudada 6 e 8 mm. 4 Raçao microextrudada ofertada do 1º ao 21º dia, com grânulos de 1,4, 1,6 e 1,8 mm e com aditivos MOS, β-glucanas; 5 Raçao ofertada do 22º a 50º dia, grânulos de 2 mm e com aditivos MOS, β-glucanas; 6 Raçao ofertada do 51º a 101ºdia, grânulos de 4 mm e com aditivos MOS, β-glucanas; 7 Raçao ofertada do 102º a 147º dia, grânulos de 6 e 8 mm.
A ração microextrudada com prebióticos apresentou os níveis protéicos
iguais ou ligeiramente acima do valor mínimo garantido (Tabela 3). As proteínas são
essenciais ao processo de crescimento das tilápias (QIANG et al., 2012).
O uso de dietas formuladas com base no conceito de proteína ideal e com
uso suplementar de aminoácidos, dietas com teores proteicos entre 27 e 35 % de
proteína bruta são mais eficientes na alimentação de alevinos e juvenis de tilápias,
do que dietas com mais de 40 % deste nutriente (FURUYA et al., 2005; BOMFIM et
al., 2008; ABDEL-TAWAB et al., 2010; GONÇALVES et al., 2009). Estes valores
apresentados como ideais para a produção de tilápia-do-Nilo, foram inferiores ao
utilizado neste experimento, desta forma, é possível notar que os teores de PB das
dietas utilizadas estavam acima do nível avaliado com base na proteína ideal.
Rações comerciais devem ser avaliadas quanto a digestibilidade da proteína,
gerando dados ainda mais consistentes na eficiência destas oferecidas aos peixes
em criações comerciais.
Santos, et al. (2014), testou dois níveis de proteína bruta, 28 e 34%, para três
grupos genéticos de tilápias, GIFT controle, GIFT selecionada e vermelha, onde
obteve ganho de peso significativamente maior para as tilápias GIFT selecionadas e
submetidas à dieta com 34% de proteína. Este resultado assemelha-se ao presente
50
trabalho onde a linhagem GIFT apresentou melhor desempenho em relação ao
ganho de peso.
3.4 ANÁLISE DE COMPOSIÇÃO CORPORAL
Na Tabela 8, estão demonstrados os resultados das análises de carcaça
relativos aos três períodos avaliados (40, 70 e 116 dias), para os teores de matéria
seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) e matéria mineral (MM), todos os
resultados de composição corporal estão com base na matéria natural.
Tabela 8 - Composição corporal do peixe inteiro nos quatro tratamentos, aos 40, 70 e 116 dias de
criação, com base na matéria natural.
SF GF SM GM
MS (%)
40 14,76 ± 0,44 A 16,82 ± 1,23 A 19,95 ± 1,04 a 20,85 ± 0,61 a
70 18,56 ± 1,14 A 20,81 ± 1,02 A 20,38 ± 1,22 a 21,35 ± 1,08 a
116 27,82 ± 1,36 A 24,56 ± 2,5 A 25,14 ± 1,33 a 25,44 ± 0,82 a
PB (%)
40 7,61 ± 0,72 A 8,43 ± 0,38 A 8,06 ± 0,63 b 10,55 ± 0,61 a
70 9,52 ± 0,33 A 10,82 ± 0,81 A 10,43 ± 0,05 a 9,08 ± 0,19 a
116 7,28 ± 0,52 B 9,03 ± 0,08 A 8,58 ± 0,05 a 8,42 ± 0,32 a
EE
40 3,36 ± 0,08 B 4,13 ± 0,11 A 4,94 ± 0,17 a 5,52 ± 0,09 a
70 4,83 ± 0,87 A 5,50 ± 0,41 A 7,65 ± 0,65 a 6,37 ± 0,32 b
116 6,63 ± 0,08 B 8,34 ± 0,45 A 7,03 ± 0,08 a 7,12 ± 0,14 a
MM (%)
40 1,90 ± 0,05 A 1,96 ± 0,07 A 2,15 ± 0,07 a 2,06 ± 0,01 a
70 2,38 ± 0,05 A 2,33 ± 0,08 A 2,11 ± 0,11 b 2,17 ± 0,14 a
116 1,92 ± 0,05 B 2,60 ± 0,02 A 2,21 ± 0,08 a 2,18 ± 0,08 a
SF = Linhagem Supreme com raçao farelada e sem aditivo. GF = linhagem GIFT com ração farelada e sem aditivo. SM = Linhagem Supreme com ração microextrudada com prébiotico GM = Linhagem GIFT com ração microextrudada com prébiotico Letras maiúsculas diferentes sobrescritas indicam diferença significativa entre as linhagens alimentadas com ração inicial farelada sem prebióticos (SF x GF) (5%) Letras minúsculas diferentes sobrescritas indicam diferença significativa entre as linhagens alimentadas com ração inicial microextrudada com prebióticos (SM x GM) (5%).
Na composição da corporal, não houve diferença significativa com relação ao
teor de matéria seca entre os tratamentos, em nenhum dos períodos avaliados.
51
Com relação ao teor de PB, aos 40 dias as tilápias da linhagem GenoMar Supreme
alimentadas com a ração microextrudada (GM) apresentaram menor teor de
proteína bruta, diferenciando-se significativamente dos peixes da linhagem GIFT
que recebeu a mesma ração. Já os peixes, que receberam a ração inicial farelada
sem prebióticos, não diferenciaram entre si. Aos 70 dias, a composição corporal
das tilápias não apresentou diferença significativa entre os tratamentos e aos 116,
os peixes da linhagem GIFT, alimentados com a ração inicial farelada sem
prebióticos, obtiveram teores significativamente maiores, do que as tilápias
GenoMar Supreme, alimentadas com a mesma ração.
Sobre o teor de EE, aos 40 dias, o valor foi significativamente maior nas
tilápias GIFT alimentadas com a ração inicial farelada sem prebióticos, em relação
as da linhagem GenoMar Supreme. Aos 70 dias as tilápias GenoMar Supreme que
receberam a ração incial microextrudada, obtiveram valores significativamente
maiores em relação às tilápias GIFT. Aos 116 dias somente às tilápias Supreme
alimentadas com a ração farelada apresentaram teores significativamente menores
quando comparadas à linhagem GIFT que receberam a mesma dieta.
Os teores de MM, não apresentaram diferença significativa aos 40 dias entre
os tratamentos. Aos 70 dias somente os peixes da linhagem GIFT alimentados com
a ração inicial microextrudada com prébioticos, apresentou teores
significativamente maiores do que os peixes da linhagem GenoMar Supreme, que
receberam a mesma ração. Aos 116 dias, os teores nas tilápias GIFT alimentadas
com ração farelada sem aditivos foi significativamente maior em relação às tilápias
GenoMar Supreme que receberam a mesma ração, não diferindo significativamente
entre os peixes que foram alimentados com a ração incial microextrudada.
A composição corporal de alevinos de tilápias varia quanto ao tamanho dos
peixes. O teor de matéria seca e proteína bruta aumentam conforme aumenta o
peso corporal dos peixes (SOUZA et al., 2013). Neste trabalho foi observado
comportamento semelhante em relação à proteína corporal dos peixes, onde foram
obtidos maiores índices nos peixes maiores. Esse aumento da proteína corporal
pode ser explicado pela maior deposição de tecido muscular dos peixes durante o
crescimento (BALDISSEROTO, 2002).
Concordando com essa afirmação, Martins et al. (2010) compararam a
composição corporal de tilápia-do-Nilo aos 25, 74 e 116 dias, concluindo que os
teores de matéria seca, extrato etéreo e cinzas aumentam conforme os peixes ficam
maiores, já para os teores de proteína o autor não observou interferência da idade.
52
Allaman et al. (2014), ao avaliar a composição da carcaça de quatro linhagens
de tilápias GIFT, Chitralada, Vermelha e híbrida, concluiu que existem diferenças
quanto às curvas de deposição química de água, proteína, gordura e cinzas nas
carcaças das linhagens avaliadas, conforme os peixes ficam maiores.
Com estes resultados é possível concluir que conforme ocorre o aumento do
peso corporal em tilápias aumenta-se a taxa de deposição de nutrientes. As tilápias
da linhagem GIFT por apresentarem maior ganho de peso, também apresentaram em
algumas fases maiores teores de proteína bruta, extrato etéreo e matéria mineral em
sua composição corporal com relação às tilápias da linhagem GenoMar Supreme.
3.5 INTEGRIDADE INTESTINAL
Quanto a integridade intestinal, é possível notar que nos peixes da linhagem
Supreme alimentados com a dieta incial farelada sem prebióticos (SF), existem
rupturas nas bordas das vilosidades (figuras 4 e 5), podendo ser essa uma das
explicações para o pior desempenho das tilápias neste tratamento. Já nas tilápias
GIFT, também alimentadas com esta dieta (GF), (figura 6 e 7), é possível notar
deterioração nas vilosidades, porém em menor proporção, nas duas linhagens
alimentadas com dieta incial microextrudada com prébioticos (SM e GM) (figuras 8, 9,
10, 11 e 12) a integridade das vilosidades são nítidas com pequenas rupturas em
menores proporções se comparadas aos peixes alimentados com a outra dieta.
53
Figura 4 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta I (farelada e sem aditivos). Aumento de 1000 x. *As setas indicam possíveis rupturas no tecido.
54
Figura 5 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta farelada sem aditivos (SF). Aumento de 3000 x. *As setas indicam possíveis rupturas no tecido.
55
Figura 6 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT, alimentadas com a dieta farelada sem aditivos (GF). Aumento de 131 x. *As setas indicam possíveis rupturas no tecido.
56
Figura 7 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT alimentadas com a dieta farelada sem aditivos (GF). Aumento de 1000 x. *As setas indicam ruptura no tecido.
57
Figura 8 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta microextrudada com aditivos (SM). Aumento de 131 x.
58
Figura 9 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta microextrudada com aditivos (SM). Aumento de 1000 x. * A seta indica início de processo inflamatório.
59
Figura 10 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT alimentadas com a dieta microextrudada com aditivos (GM). Aumento de 450 x.
60
Figura 11 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem GIFT alimentadas com a dieta microextrudada com aditivos (GM). Aumento de 3000 x. * As setas são sugestivos de leucócitos.
61
Figura 12 – Micrografia das vilosidades do intestino posterior de tilápia-do-Nilo, linhagem Supreme alimentadas com a dieta microextrudada com aditivos (SM). Aumento de 3000 x. As setas indicam biofilme bacteriano.
Em peixes criados em gaiolas, dentro de reservatórios de usinas hidrelétricas o
incremento de MOS na dieta de tilápias tem demonstrado eficiência quando
analisadas as criptas intestinais, em comparação aos peixes criados em caixas de
polietileno com ambiente controlado. Estes resultados sugerem a eficiência do
prebiótico nos peixes submetidos ao estresse da criação a campo, com maiores
provações sanitárias. A adição de MOS à dieta tende a propiciar o aumento da carga
62
bacteriana intestinal, seguida de estabilização, pois as bactérias degradam o
polissacarídeo, produzindo ácidos orgânicos, reduzindo o pH lumeinal e a ação de
microorganismos nocivos ao epitélio das vilosidades intestinais. Esta redução do pH
proporciona maior comprimento das vilosidades intestinais e maior ganho de peso
dos peixes nestas condições (CECHIM, et al. 2015; GARCIA, 2008). Estas
informações parecem interagir com o presente trabalho, pois os peixes que
receberam a dieta com prébioticos estão associados a maior integridade intestinal.
A integridade intestinal está diretamente ligada à presença de
microorganismos patogênicos e o uso de MOS atua no controle direto da ação destes
nas vilosidades intestinais. O prebiótico após ingerido é fermentado por bactérias
acidófilas, principalmente no intestino posterior, liberando a manose e este
carboidrato se liga seletivamente às bactérias patogênicas do intestino e esta ligação
dificulta a ação degradativa sobre as vilosidades, melhorando assim a sua integridade
(GOSH; MEHLA, 2012).
Além da integridade das vilosidades intestinais, o melhor desempenho está
associado à maior absorção de nutrientes e isso ocorre devido à maior área das
vilosidades e das microvilosidades, pois a ação dos prébioticos no intestino dos
peixes pode proporcionar este aumento. Porém ainda são necessários estudos mais
detalhados com avaliações da microbiota e da morfologia intestinal de peixes em
criações comerciais entendendo melhor estes resultados no campo (SADO et al.,
2015)
A maior parte da absorção de nutrientes acontece no intestino posterior, a
integridade deste é fundamental à eficiência nutricional dos peixes
(BALDISSEROTTO, 2013). A presença de bactérias patogênicas, como a Escherichia
Coli, por exemplo, podem provocar lesões nas vilosidades intestinais, (MOXLEY;
SMITH, 2010). As lesões observadas podem estar associadas à presença de
bactérias alojadas no intestino dos peixes avaliados. Bem como a colonização de
bactérias benéficas tende a acontecer nos peixes alimentados com os prebióticos
(LIRANÇO et al., 2013), as figuras 8, 9, 10 e 12, dão a ideia da presença de
microorganismos não patogênicos, pois existe a presença de biofilme bacteriano,
porém, sem lesões aparentes.
63
4 CONCLUSAO
O desempenho dos peixes da linhagem GIFT associados ao uso da ração
inicial microextrudada e com aditivos prebióticos, nas condições estudadas, foi mais
adequado à produção em gaiolas no Rio Iguaçu em relação a linhagem GenoMar
Supreme, já os peixes das duas linhagens avaliadas, que receberam a ração inicial
farelada e sem aditivos não diferiram entre si.
Os peixes da linhagem GIFT apresentaram crescimento maior do que os
peixes da linhagem GenoMar Supreme, provocando maior deposição de nutrientes
no corpo inteiro das tilápias. A integridade das vilosidades intestinais de tilápias não
apresentou diferença entre as linhagens que receberam a ração inicial
microextrudada e suplementada com prebióticos, mas apresentou maior degradação
nos peixes da linhagem GenoMar Supreme que foram alimentadas com a ração
inicial farelada e sem prebióticos.
Para melhor compreensão dos resultados, sugere-se avaliação da microbiota
intestinal dos peixes submetidas às dietas com e sem aditivos, bem como a avaliação
histológica quantitativa, para determinação da interferência dos tratamentos na área
das vilosidades intestinais.
64
5 REFERÊNCIAS
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70
CAPITULO 3 - AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE DUAS LINHAGENS DE TILÁPIAS
PRODUZIDAS EM GAIOLAS E ALIMENTADAS COM DUAS DIETAS COMERCIAIS.
Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade econômica de duas linhagens de tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus), alimentadas com duas dietas comerciais no período de 147 dias. O experimento foi conduzido no reservatório da usina de Salto Caxias no Rio Iguaçu-PR. Os peixes foram alojados em 12 tanques-rede de 18 m³, com 3 repetições para cada tratamento. Inicialmente foi realizada uma avaliação do capital, infraestrutura, equipamentos e máquinas disponíveis, para cálculos de depreciação e retorno sobre o capital. Foi considerada uma taxa de 8,5% para retorno sobre os investimentos. Durante todo o experimento foram anotadas despesas referentes a produção, para posterior avaliação econômica através dos cálculos de custos de produção, renda bruta, renda líquida, dias para amortização do capital investido, taxa interna de retorno (TIR) e valor presente líquido (VPL). Ao final foram avaliadas financeiramente a estrutura atual de produção e a projeção para o nível máximo permitido à cooperativa. As tilápias da linhagem GIFT, alimentadas com a dieta inicial microextrudada e enriquecida com prebióticos, apresentou o maior custo de produção (R$ 10.528,98), com a ração correspondendo a 84,4% do custo total. O menor custo (R$ 5.854,98) foi das tilápias da linhagem SUPREME alimentadas com a dieta inicial farelada e sem aditivos (dieta II), neste tratamento a dieta correspondeu a 70,1%. A maior receita líquida (R$ 4.855,02), TIR (R$ 34,38) e VPL (R$ 15.207,04) foram novamente das tilápias GIFT alimentadas com a dieta II e as menores receita líquida (R$ 3.985,42), TIR (27,62%), VPL (R$ 11.547,97) foram das tilápias da linhagem SUPREME alimentadas também com a dieta II. Com relação a avaliação econômica da cooperativa nas condições atuais a TIR foi de 46,66% e o VPL R$ 698.077,90 e na projeção máxima a TIR obtida foi 54,67% e o VPL R$ 2.874.954,58. Existe viabilidade econômica e financeira na produção de tilápias em gaiolas, com retorno financeiro à capacidade máxima da cooperativa de piscicultores de Nova Prata do Iguaçu/PR num período menor do que um ano.
Palavras-chaves: Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido, Receita líquida.
71
1 INTRODUÇÃO
Produzir alimentos é sem dúvida uma das grandes capacidades do Brasil, a
produção de grãos e a produção de proteína animal crescem a passos largos
(ASSMANN; SOARES; ASSMANN, 2008).
Uma das atividades mais promissoras na atividade agropecuária é a
piscicultura, isso graças ao Gr ande volume de água doce existente no país
(KUBITZA, 2015). A grande maioria dos produtores tem como principal objetivo a
obtenção do lucro na sua atividade, porém muitos não têm um controle de gestão que
possa apresentar dados confiáveis de custos de produção, isso faz com que os
preços tomados pelo produtor na venda do seu produto, sejam frutos de reclamação
sobre prejuízos (CAVALLIERI, 2015).
Muitos produtores não entendem que a administração da atividade rural
precisa ser levada a sério, em muitos casos ao serem avaliados custos, percebem
que a atividade gera prejuízos. Neste caso, os resultados obtidos servem a melhor
tomada de decisão sobre o manejo mais rentável (CASTRO, 2000).
Na piscicultura intensiva o maior custo está na aquisição de ração, por isso é
preciso aliar preço a resultado (FURLANETTO; AYROZA; AYROZA, 2006), e as
rações para peixes quando comparada com outros animais, como aves, suínos e
bovinos, são mais caras, seja pelo maior teor de nutrientes e processamento
tecnológico mais caro, no caso da extrusão e microextrusão (GRAEFF, 2004).
Para que o produtor conheça qual é a ração ou o manejo que melhor lhe
resultará em lucratividade, é preciso organização, monitoramento, através de
anotações precisas, na compra de insumos e na venda do produzido e o consumido
na propriedade (CALZAVARA, 2004).
Desta forma, o presente trabalho, buscou avaliar economicamente a
produção de tilápias criadas em gaiolas, gerando dados concisos, visando
principalmente a facilitação no processo de decisão dos produtores envolvidos e a
geração de informação a comunidade acadêmica das diferenças econômicas e de
desempenho de duas rações comerciais usadas na alimentação de duas linhagens
de tilápia do Nilo.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
72
2.1 MANEJO DE PRODUÇÃO
No presente estudo foram alojados 51.000 peixes da linhagem GIFT e 51.000
peixes da linhagem Supreme, em 12 gaiolas de 18m³ cada. A densidade inicial foi de
472,2 peixes.m-³, estas gaiolas estavam revestidas com bolsões de polietileno com
malha de 5 mm, que foram retirados após a primeira classificação aos 50 dias,
permanecendo 3700 peixes por tanque, com densidade de 205,6 peixes.m-³,
finalizando o experimento com 1800 tilápias por tanque, ou seja, 100 peixes.m-3. No
início do experimento, os alevinos foram adaptados a condição de cultivo por uma
semana, sendo em seguida pesados e submetidos a quatro tratamentos com três
repetições cada. As rações foram fornecidas até saciedade aparente, e pesadas
diariamente antes e após os tratamentos, nos primeiros 45 dias de cultivo,
respeitando nesta fase a frequência recomendada por Moreira et al. (2001).
Os quatro tratamentos consistiram em avaliar o desempenho econômico das
duas linhagens de tilápia nilótica, GIFT e Supreme, alimentadas com duas dietas
práticas, dieta I e II. A dieta I consistiu no uso de ração farelada na fase inicial e sem
aditivos durante o crescimento dos peixes. Na dieta II, os peixes foram alimentados
com ração microextrudada na fase inicial e durante a fase de crescimento a ração foi
acrescida de aditivos prebióticos, mananoligossacarído e β-glucanas.
Os tratamentos foram os seguintes:
SF = Linhagem Supreme e dieta inicial farelada sem prebióticos;
GF = Linhagem GIFT e dieta incial farelada sem prebióticos;
SM = Linhagem Supreme e dieta inicial microextrudada com prebióticos;
GM = Linhagem GIFT e dieta incial microextrudada com prebióticos;
Os alevinos foram adquiridos dos fornecedores detentores das matrizes
descendentes das linhagens puras importadas, para manter a confiabilidade das
linhagens.
2.2 AVALIAÇÃO ECONÔMICA
Para avaliação econômica foram calculadas as entradas financeiras,
também chamadas de receitas, sendo todo material comercializado (PERES et al.,
73
2010), neste caso a receita foi obtida totalmente da venda dos peixes para o
tratamento GM, os demais foram estimados através da biomassa para o preço de
mercado ao momento de finalização deste trabalho. A fórmula usada para calcular a
receita bruta (RB) foi:
RB (R$) = Kg de peixe x R$/kg.
As despesas operacionais, que são aquelas diretas, onde o produtor
desembolsa o dinheiro, serão ponderadas para cada tratamento, sendo
consideradas nestes casos, mão-de-obra, combustíveis, impostos, manutenções,
energia elétrica, lubrificantes etc. (SCORVO FILHO et al., 2008). A ração será
considerada integralmente para cada tratamento.
As sobras serão consideradas em três etapas, a primeira é a sobra bruta, a
qual é obtida subtraindo-se a receita bruta das despesas operacionais. A segunda é a
sobra líquida, resultada do desconto sobre a sobra bruta da depreciação dos
equipamentos, utensílios e infraestrutura. Por último, resultado da sobra líquida
menos a remuneração sobre o capital, obtém-se o lucro da atividade (SCORVO
FILHO et al., 2008).
2.3 DIAGNÓSTICO
A avaliação econômica realizada foi baseada em Peres (2010). Com base no
mercado, foram avaliados os capitais físicos, a infraestrutura disponível e os
equipamentos, descritos na tabela 9.
Tabela 9 - Infraestrutura disponível, data de aquisição (DA), valor venal (VV), vida útil (VU), valor
residual (VR) e a porcentagem (%) destes usadas para cada tratamento avaliado no experimento.
Descrição DA VV (R$) VU (anos) VR (%) %uso1
Galpao out-13 55.000,00 20,00 30 3
Container out-13 30.000,00 20,00 30 3
Casa out-13 25.000,00 20,00 20 3
Fonte: Autor 1A porcentagem de uso de equipamento refere-se aos 3 tanques de cada tratamento em relação a
todos os tanques da cooperativa (100 tanques).
74
Para os bens de produção foram avaliados o seu valor venal, que é o seu valor
de mercado atualizado, bem como o tempo de vida útil de cada um, baseado em
Campos (2007). Estes dados servirão para calcular a depreciação e a reposição de
capital, fatores importantes na avaliação econômica da produção.
Os valores do capital físico, da infraestrutura, das máquinas e equipamentos
são iguais para todos os tratamentos.
Para o capital físico foi avaliado o valor da terra nua utilizada na produção,
sendo que a Cooprata tem disponível 1,0 hectare no valor de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais) e a remuneração proposta foi de 8,5%, relativo ao rendimento médio
da poupança no período avaliado (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICAS, 2015).
Como infraestrutura, foram consideradas todas as construções e benfeitorias,
para armazenamento de insumos e equipamentos, alojamento para funcionários e
sócios da cooperativa, todos importantes à produção (PERES, 2006).
Além da infraestrutura, também são muito importantes as máquinas e os
equipamentos utilizados na produção agropecuária. Estes podem ser bens duráveis
ou não e a sua aquisição é considerada investimento. Por isso, assim como a
infraestrutura, fazem parte dos custos fixos de depreciação e reposição de capital
(MARTINS, 2000). A Tabela 10 descreve estes itens referentes ao projeto
desenvolvido junto a Cooprata.
Tabela 10 – Descrição das máquinas e equipamentos disponíveis, data de aquisição (DA), valor venal
(VV), vida útil (VU), valor residual (VR) e a porcentagem (%) destes usadas para cada tratamento
avaliado no experimento.
Descrição DA VV (R$) VU (anos) VR (%) %uso1
Barco out-13 7.500,0 10,00 33,00 3
Motor out-13 5.000,00 5,00 20,00 3
Silo out-14 10.000,00 10,00 50,00 3
Tanques out-13 9.000,00 10,00 10,00 100
Balsa out-13 30.000,00 8,00 25,00 3
Caixas out-13 10.000,00 2,00 10,00 3
Puça out-13 500,00 2,00 10,00 3
Caixas p/ despesca out-13 500,00 2,00 1,00 3 1A porcentagem de uso de equipamento refere-se aos 3 tanques de cada tratamento em relação a
todos os tanques da cooperativa (100 tanques).
75
As despesas com os peixes disponíveis foram consideradas os valores de
aquisição do milheiro para cada linhagem nos quatro tratamentos, na quantidade final
de 5400 alevinos, que foi a densidade final nos três tanques de cada tratamento,
conforme tabela 11.
Tabela 11 – Valor inicial por alevino em novembro de 2014, número de alevinos adquiridos e valor
total de aquisição de alevinos para alojamento nos tanques para cada tratamento.
Descrição Valor Unitário Unidade Valor
novembro-14 (peixe) (R$)
Alevinos Supreme, Dieta I 0,15 5400 810,00
Alevinos Supreme, Dieta II 0,15 5400 810,00
Alevinos Gift, Dieta I 0,13 5400 702,00
Alevinos Gift, Dieta II 0,13 5400 702,00
Outros custos considerados neste trabalho foram mão-de-obra, despesas de
manutenção e gerais. Para mão-de-obra existia um funcionário contratado com um
salário mínimo (R$ 810,00), mais encargos sociais totalizando R$ 1.500,00 mensais,
além disso, durante os manejos de despesca e classificação eram contratados dois
funcionários por R$ 50,00 cada um, por cada dia trabalhado.
A manutenção de equipamentos e de infraestrutura foi considerada no item
manutenção e as despesas gerais foram realizadas com energia elétrica,
combustíveis, impostos e material de limpeza.
Reforçando que os custos foram todos divididos no número total de tanques
manejados na cooperativa (100 tanques), multiplicados pelos três tanques relativos a
cada tratamento.
Baseado nestas informações, somados as demais despesas e receitas, foram
feitas as avaliações financeiras e econômicas, com estes dados, calculou-se os
custos de produção e o retorno sobre a produção em cada tratamento.
2.4 VIABILIDADE ECONÔMICA
A viabilidade econômica de cada tratamento foi avaliada através dos cálculos
da taxa interna de retorno (TIR) e o valor líquido da produção (VPL), na sequência o
76
melhor resultado foi usado para uma avaliação estendida a todo empreendimento da
Cooprata.
A taxa interna de retorno (TIR), é a taxa de juros que iguala, em determinado
momento do tempo, o valor presente das entradas com o das saídas previstas de
caixa. Esta taxa é uma avalia se o empreendimento está sendo viável para a taxa de
retorno esperado, em um tempo determinado pelo investidor (HOJI, 2006).
Geralmente a taxa base de avaliação é a rentabilidade da caderneta de poupança,
devido a sua segurança no investimento, porém podem ser usados outros índices
como rendimento em aplicações de renda fixa, certificado de depósito bancário
(CDB), bolsa de valores, moeda estrangeira, índice da inflação. Isso vai depender da
ousadia e dos interesses de cada empreendedor (GITMAN, 2002).
Neste experimento foi considerada como satisfatória a TIR acima do retorno da
sua realização (novembro/2014 até abril/2015), que ficou em 5,92% (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS, 2015). O período considerado foi
de cinco anos para todos os tratamentos e para o total do empreendimento.
O VPL corresponde em trazer os valores do fluxo de caixa no período avaliado
para o período atual descontando-se uma taxa de juros proposta referente a
remuneração sobre o capital investido (BARBOSA et al., 2008), para este item
também foi considerado um período de 5 anos.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 RESULTADOS FINANCEIROS
Na avaliação dos resultados financeiros, foi possível perceber que os custos
de produção foram diferentes em todos os tratamentos. O custo de produção total
aumentou conforme o aumento da produção, principalmente pelo custo com a ração.
Na tabela 12, estão descritos os itens dos custos avaliados neste experimento.
77
Tabela 12 - Custo de produção de duas linhagens de tilápias, Supreme (S) e GIFT (G), submetidas a
duas dietas, farelada inicial sem aditivos (F) e microextrudada incial com aditivos (M).
Tratamentos
SF GF SM GM Densidade final de estocagem (peixes/m3) 100 100 100 100 Ciclo avaliado (dias) 147 147 147 147 Peso médio Inicial (g) 1,28 2,73 1,25 2,71 Peso médio final (g) 470,17 484,2 596,9 712,2 Produção (Kg) 2.539,00 2.616,00 3.223,00 3.846,00 Conversão alimentar 1,36 1,47 1,25 1,29 1. Custo fixo total (R$) 524,68 524,68 524,68 524,68 1.1 Depreciação1 498,12 498,12 498,12 498,12 1.2 Remuneração do capital2 26,56 26,56 26,56 26,56 2. Custo Variável 5.330,30 5.691,50 8.441,9 10.004,3 2.1 Mao de obra3 267,50 267,50 267,50 267,50 2.2 Alevinos4 810,00 702,00 810,00 702,00 2.3 Ração5 4.102,80 4.572,00 7.214,40 8.884,80 2.4 Manutenção 30,00 30,00 30,00 30,00 2.5 Despesas gerais6 120,00 120,00 120,00 120,00 3. Custo total 5.854,98 6.216,18 8.966,58 10.528,98
3.1 Custo do peixe (R$/Kg) 2,30 2,37 2,78 2,74
1 Depreciação relativa aos capitais descritos nas tabelas 14 e 15;
2Remuneração sobre a terra para 3 tanques;
3 Mão-de-obra relativa a um salário mínimo somado aos encargos mais contratações temporárias para manejo. 4 Alevinos relativos a tabela 16
5Preço médio da dieta I = R$ 1,20/Kg; Preço médio da dieta II = R$ 1,80/Kg;
6 Despesa com energia, combustíveis, impostos e material de limpeza.
No resultado financeiro avaliou-se que o custo variável do tratamento GM, que
foi o mais alto, foi 46,7 % maior que o tratamento SF, que foi o com menor custo total.
O principal fator desta diferença foi o custo com ração. Durante todo o experimento, o
custo médio da dieta microextrudada com aditivos se mostraram com valor de
mercado bem acima das rações fareladas e sem aditivos. A ração correspondeu a
84,4% do custo total no tratamento com maior valor e 70,1% no de menor valor.
Porém, o desempenho dos peixes no tratamento com maior custo foi 44,4 % maior
em relação ao com menor custo e desempenho.
Ao avaliar os custos de produção de tilápias em tanques redes, em diferentes
manejos alimentares, Turco et al. 2013, obtiveram a maior receita sobre os peixes
com melhor desempenho em ganho de peso, mesmo com custo total mais alto do
que os outros tratamentos. Estas informações asseguram os resultados obtidos neste
experimento, onde mesmo com custo mais alto, a produtividade do tratamento GM,
diluiu os custos gerando uma melhor renda por Kg de peixe vendidos.
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Outro item importante na produção agropecuária é a mão-de-obra, porém
quando esta é qualificada, os resultados são melhores e as despesas se diluem
novamente frente a produtividade obtida (CAMPOS et al., 2007).
Coelho e Cyrino (2006) ao realizarem um estudo de caso para criação de
surubins híbridos (Pseudoplatystoma fasciatum x P. coruscans), em gaiolas e em
diferentes densidades de criação, observaram que economicamente para esta
espécie o item mais caro foi a compra dos alevinos e não a ração. O valor gasto com
alevinos no presente estudo diferiu entre as linhagens, porém não ultrapassou os
13,8%, já no caso dos surubins chegou a 72,81% do custo total. Estes valores se
devem ao valor individual dos alevinos que, à época do experimento, já custavam R$
1,20 cada um, se comparados aos valores dos alevinos de tilápias atuais R$ 0,15.
Na sequência serão avaliadas as receitas e o desempenho econômico para
cada tratamento, linhagem Supreme e GIFT, submetida à dieta farelada inicial e sem
aditivos (SF e GF) e as mesmas linhagens submetidas a dieta microextrudada
inicialmente e com aditivos prébioticos (SM e GM). A Tabela 13 demonstra os
valores da renda líquida e das taxas internas de retorno (TIR) e valor presente líquido
(VPL).
Tabela 13 - Demonstrativo econômico na criação de duas linhagens de tilápias-do-Nilo, Supreme (S) e
GIFT alimentadas com duas dietas, farelada inicial sem aditivos (F) e microextrudada incial com
aditivos (M).
Tratamentos
SF GF SM GM Investimento inicial 13.384,00 13.384,00 13.384,00 13.384,00 Receita Bruta1 10.156,00 10.464,00 12.892,00 15.384,00 Renda Líquida2 4.301,02 4.247,82 3.985,42 4.855,02 Recuperação do investimento3 751 767 806 671 VPL4 12.843,40 12.649,30 11.547,97 15.207,04 TIR5 30,08 29,66 27,62 34,38 1 O preço de venda das tilápias em abril/2015 foi de R$ 4,00; 2 Receita Bruta descontada dos custos totais;
3 Dias de produção necessários à cobertura dos investimentos considerando 1,5 safra/ano; 4 Valor atual dos investimentos realizados frente ao fluxo de caixa do período avaliado (5 anos);
5 Taxa de rentabilidade que iguala o valor presente dos fluxos de caixas futuros ao investimento inicial.
O melhor resultado econômico está diretamente ligado aos peixes com maior
ganho de peso. Todos os tratamentos apresentaram uma TIR acima da inflação para
o período em que foram testados. Porém, somente o tratamento com tilápias da
linhagem GIFT associada à dieta microextrudada com pré-bióticos, apresentaram
peso suficiente para o abate, desta forma, os custos aqui apresentados até a
79
despesca aumentariam para os demais tratamentos, bem como poderiam ser
vendidos a preços diferentes do obtido na venda dos peixes terminados. Estes
resultados reforçam a ideia de que nem sempre é mais interessante baixar custos, o
mais importante é otimizar a produção, com foco na renda líquida.
Furlaneto, Ayroza e Ayroza (2006) analisaram fatores econômicos e
parâmetros técnicos, visando o custo de produção e a rentabilidade de
empreendimentos aquícolas, em tanques de 6 m³ e 18 m³. Os pesquisadores
concluíram que a criação de tilápias em tanques de 6 m³, apresentaram viabilidade
econômica, já os de 18 m³, na densidade proposta não foi viável economicamente.
No entanto, no presente trabalho houve a viabilidade da produção, provavelmente
pela maior densidade de estocagem e melhor desempenho dos peixes em relação os
obtidos pelo pesquisador.
Calderón e Ferreira (2004), realizaram um estudo de economia de escala
produtiva na piscicultura em tanque-rede e concluíram que existe economia de escala
comprovada pela curva de rendimentos decrescentes, ou seja, à medida que se
incrementa a escala de produção, diminuem-se os custos totais de produção. A
escala de produção proposta neste experimento à COOPRATA apresentou
viabilidade econômica, mas outras escalas podem ser avaliadas na busca da melhor
escala produtiva para as condições de produção da cooperativa.
Zuniga e Homann (2014) estudaram modelos bioeconômicos para a cultura de
tilápia vermelha na costa do Equador, onde foram instaladas criações semi-
intensivas, por produtores organizados em associação. Os pesquisadores estimaram
os custos de produção e investimento e concluíram que os produtores que buscaram
assistência técnica e implantaram a produção mais tecnificada obtiveram melhor
retorno sobre o investimento. Este resultado novamente complementa o presente
trabalho, o qual demonstra que o uso da tecnologia, no uso de dietas com
processamento tecnológico, microextrusão, ou com aditivos dietéticos, neste caso
pré-bióticos e com peixes melhorados geneticamente proporciona aos produtores
maiores retornos financeiros.
A tabela 14 mostra os resultados econômicos estendidos à cooperativa
perante toda sua estrutura, com 100 tanques, considerando um ciclo e meio por ano
e uma projeção para 500 tanques, o qual corresponde ao total da liberação ambiental
da área de produção, os valores serão baseados nos valores com melhores
resultados econômicos deste experimento.
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Tabela 14 - Desempenho econômico na situação atual da cooperativa (100 tanques) e a projeção para
o empreendimento em sua capacidade máxima instalada (500 tanques).
100 tanques 500 tanques
Investimentos 295.000,00 1.470.000,00 Renda Bruta (R$)1 512.800,00 2.564.000,00
Renda Líquida (R$)2 160.872,71 824.320,83
Recuperação do investimento (dias)3 670 665
TIR (%)4 46,66 54,67
VPL (R$)5 698.077,90 2.874.954,58 1O preço de venda das tilápias em abril/2015 foi de R$4,00;
2 Receita Bruta descontada dos custos totais;
3 Dias de produção necessários à cobertura dos investimentos;
4 Valor atual dos investimentos realizados frente ao fluxo de caixa do período avaliado (5 anos);
5 Taxa de rentabilidade que iguala o valor presente dos fluxos de caixas futuros ao investimento inicial.
Avaliando a situação atual e a projeção para a capacidade máxima da
cooperativa, quanto maiores forem os investimentos, mais rápido será o retorno. O
fator que melhor explica esta situação é o capital já instalado, principalmente na área
do empreendimento que já está adquirida e o licenciamento que é o mesmo para todo
projeto.
Este resultado foi semelhante ao de Coelho e Cyrino (2006), que obteve
maiores valores para TIR e VPL, nos sistemas com maior densidade de híbridos de
surubins, os quais demandavam maiores investimentos, porém apresentaram
melhores resultados econômicos.
4 CONCLUSÃO
As avaliações financeiras e econômicas demonstraram que a atividade é viável
em todos os tratamentos analisados, sendo que, a ração foi o item que mais
influenciou no custo de produção. O tratamento que obteve o melhor resultado
econômico e financeiro foi o que usou tilápias da linhagem GIFT alimentados,
inicialmente, com a dieta microextrudada e com aditivos pré-bióticos, apesar deste
tratamento também apresentar o maior custo total.
Mais estudos podem ser realizados avaliando o resultado econômico da
produção durante o outono e inverno e avaliando a possibilidade da inclusão de dois
ciclos anuais.
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5 REFERÊNCIAS
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83
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2014.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Produzir peixes em tanques-redes é uma atividade que tende a crescer nos
próximos anos, principalmente no Rio Iguaçu, onde a atividade ainda esta em fase de
implantação. Somado a isso, é importante desenvolver projetos de pesquisa que
visem a produção com sustentabilidade. Com base no presente estudo, a linhagem
GIFT apresentou melhores resultados de desempenho e quando alimentadas com a
ração inicial microextrudada suplementada com prebióticos obteve melhor
rentabilidade econômica e, portanto, a criação desta linhagem de peixe com esta
dieta em condições semelhantes de cultivo pode ser incentivada.
Mais estudos podem ser feitos com as linhagens em épocas diferentes, como
outono e inverno, bem como em diferentes densidades de produção.
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APENDICE A
Parecer do Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da UTFPR, campus Dois
Vizinhos, protocolo n°2014-013