Post on 03-Dec-2020
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES
PEDRO LEONARDO OLSZEWSKI SÁVIO
VIABILIDADE DO USO DE ADSORVENTE DE MICOTOXINA NA
TERMINAÇÃO DE CORDEIROS TEXEL EM CONFINAMENTO
Arapongas 2018
PEDRO LEONARDO OLSZEWSKI SÁVIO
VIABILIDADE DO USO DE ADSORVENTE DE MICOTOXINA NA
TERMINAÇÃO DE CORDEIROS TEXEL EM CONFINAMENTO
Dissertação apresentada à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Saúde e Produção de Ruminantes. Orientador: Prof. Dra. Fabíola Cristine de Almeida Rego Grecco
Arapongas - Paraná
2018
Ficha catalográfica elaborada, com dados fornecidos pelo (a) autor (a)
Biblioteca UNOPAR / Arapongas - Maria Luci Juliani Grano CRB – 9/776
SÁVIO, Pedro Leonardo Olszewski
Viabilidade do uso de adsorvente de micotoxina na terminação de cordeiros Texel em
confinamento. Arapongas: UNOPAR, 2018. 50p.
Orientador: Fabíola Cristine de Almeida Rego Grecco
Dissertação (Mestrado) UNOPAR - Medicina Veterinária - Saúde e Produção de Ruminantes,
2018.
1. Medicina Veterinária - Dissertação de mestrado - Unopar. 2. Saúde e Produção de
Ruminantes. 3. Cordeiros Texel - confinamento - adsorvente de micotoxina. 4. Cordeiros
Texel - confinamento - ganho de peso. 5. Cordeiros Texel - dietas de terminação - adsorvente
de micotoxina. I. GRECCO, Fabíola Cristine de Almeida Rego. II. Titulo.
CDU: 619:636
Maria Luci Juliani Grano: CRB – 9/776
PEDRO LEONARDO OLSZEWSKI SÁVIO
VIABILIDADE DO USO DE ADSORVENTE DE MICOTOXINA NA TERMINAÇÃO DE CORDEIROS TEXEL EM CONFINAMENTO
Dissertação apresentada à UNOPAR, no Mestrado em Saúde e Produção de Ruminantes,
área e concentração em Produção de Ruminantes como requisito parcial para a obtenção
do título de Mestre conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:
_________________________________________ Prof. Dra. Fabiola Cristine de Almeida Rego Grecco
Pitágoras UNOPAR/ Unidade Arapongas
_________________________________________ Prof. Dr. Luiz Fernando Coelho Cunha Filho
Pitágoras UNOPAR
_________________________________________ Prof. Dra. Marilice Zundt
Universidade do Oeste Paulista
Arapongas, 23 de março de 2018.
Dedico este trabalho a minha família, aos meus
amigos e colegas de trabalho que de alguma forma
me fizeram persistir e não desistir deste título.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por iluminar meus caminhos para chegar até
aqui.
Aos meu pais, Janaina e Pedro, e minha irmã Renata. Por
serem a minha base, o pilar da minha formação e conselheiros da minha
caminhada.
A minha namorada Ana Paula Campaner Usso, por todo apoio
e paciência neste período.
À professora Fabíola Rego Grecco por toda orientação,
paciência e sabedoria em indicar o caminho certo tanto na parte prática como na
teoria.
Ao professor Filipe Castro pelo convite e incentivo à inscrição
neste mestrado e pelo auxílio na elaboração do projeto.
À Cocamar Cooperativa Agroindustrial pela confiança e suporte
em prol do meu crescimento profissional.
À Quimtia pelo fornecimento do Adsorvente Easytox e pelas
análises de presença de micotoxinas nos produtos componentes da dieta.
A todos os estagiários envolvidos nos dias do experimento, em
especial Elis Daiane Teodoro.
Aos professores doutores Luiz Fernando e Marilice Zundt por
participarem da banca, por todas as contribuições e sugestões, com certeza
serão muito bem vindas.
Ao professor Werner e demais professores do Programa de
Mestrado em Saúde e Nutrição de Ruminantes.
O que não me mata, apenas me torna mais forte.” (Friedrich Nietzsche)
SÁVIO, Pedro Leonardo Olszewski. Viabilidade do uso de adsorvente de micotoxina na terminação de cordeiros texel em confinamento. 2018. 40 folhas. Dissertação de Mestrado Acadêmico Saúde e Produção de Ruminantes (Mestrado Acadêmico em saúde e Produção de Ruminantes) – Universidade Norte do Paraná, Arapongas, 2018.
Resumo
O presente estudo teve por objetivo avaliar a viabilidade do uso de adsorvente em dietas de
cordeiros confinados, através de variáveis do desempenho, da carcaça, da carne de
cordeiros da raça Texel. As dietas utilizadas possuíam milho, soja, resíduo agrícola e
silagem de milho divididos em dois grupos denominados tratado e controle, obtendo ganho
de peso diário 15% maior no grupo tratado e lucro liquido total de 12,9% maior no período.
Tal adsorvente foi feito à base de betaglucanos extraídos da parede celular de
Saccharomyces cerevisae. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente
casualizado com seis repetições cada, sendo cada baia uma repetição, e cada baia
contendo dois animais. Utilizaram-se seis machos e seis fêmeas em cada tratamento,
totalizando 24 animais. O adsorvente foi utilizado no concentrado oferecido aos animais do
grupo tratado, na dose de 1,5 kg por tonelada. O período experimental foi de 38 dias e os
animais, quando atingiram média de 26,4 Kg de peso corporal, foram abatidos. O ganho de
peso diário foi superior no grupo tratado (216,23 g) em relação ao grupo controle (185,89 g).
O consumo de matéria seca (em % do peso corporal) não obteve diferença entre os
tratamentos, sendo grupo tratado (1,89%) e controle (1,78%). O perfil sanguíneo não se
mostrou diferente entre os grupos. As médias para área de olho de lombo, espessura de
gordura subcutânea e marmoreio foram 1393 mm2, 2,66 mm e 3,20 no grupo tratado e 1216
mm2, 2,6 mm e 3,25 no grupo controle, respectivamente. Os rendimentos de carcaça
biológico, quente, fria, e o índice de quebra não foram diferentes entre si, sendo as médias
de 45,3, 44,1% e 2,7%, respectivamente. As carcaças apresentaram-se semelhantes quanto
a conformação, com média de 3,95 e 3,83 para acabamento de gordura. As perdas por
descongelamento e cocção, pH da carne, EE e PB, não diferiram entre os grupos,
apresentando valores médios de 17,9, 66,2, 5,7, 3,5 e 24,0%, respectivamente. Houve efeito
de sexo para os níveis de PB e EE da carne. Conclui-se que é viável o uso de adsorvente
de micotoxinas em cordeiros confinados com uso de resíduos agroindustriais e o uso do
aditivo resulta em maior ganho de peso diário e lucro líquido médio.
Palavras-chave: aflatoxina, coproduto, desempenho, milho, silagem de milho, zearalenona.
VIABILITY OF THE USE OF MYCOTOXIN ADSORBENT IN THE TERMINATION OF TEXEL LAMBS IN CONFINEMENT
SÁVIO, Pedro Leonardo Olszewski. Viability of the use of mycotoxin adsorbent in the termination of texel lambs in confinement. 2018. 40 pages. Academic Master’s Dissertation Health and Production of Ruminants (Academic Master in Health and Production of Ruminants) – Northem University of Paraná, Arapongas, 2018
Abstract
The objective of this study was to evaluate the viability of the use of adsorbents in confined
lamb diets, by means of performance, carcass, lamb meat of the Texel breed. The diets used
had corn, soy, agricultural residue and corn silage divided into two groups called TREATED
and CONTROL, obtaining daily weight gain 15% higher in the treated group and total net
profit fron 12.9% higher in the period. The adsorbent was made based on glucans extracted
from the cellular wall of Saccharomyces cerevisae. The experimental design used was
entirely randomized with six repetitions each, each stall being a repeat, and each bay
containing two animals. Six males and six females were used in each treatment, totaling 24
animals. The adsorbent was used in the concentrate offered to the animals of the treated
group, at a dose of 1, 5 kg per tonne. The trial period was 38 days and the animals, when
they reached an average of 26.4 Kg of body weight, were slaughtered. The daily weight gain
was higher in the TREATED group (216.23 g) in relation to the control group (185.89 g). The
consumption of dry matter (in% of body weight) did not have a difference between the
treatments, being treated group (1.89%) and control (1.78%). The blood profile showed no
difference between the groups. Mediums for rib eye area, subcutaneous fat thickness and
marbling were 1393 mm², 2.66 mm and 3.20 in the treated group and 1216 mm², 2.6 mm and
3.25 in the control group, respectively. The yields of biological, hot, cold carcasses and the
index of breakage were not different from each other, the averages of 45.3%, 44.1% and
2.7%, respectively. The carcases were similar to conformation, with an average of 3.95 and
3.83 for the finishing of fat. The defrosting and cooking losses, pH of the meat, EE and PB,
did not differ between the groups, presenting average values of 17.9, 66.2, 5.7, 3.5 and
24.0%, respectively. There was sex effect for the PB and EE levels of the meat. It is
concluded that the use of mycotoxins in confined lambs with the use of agro residues is
feasible and the use of the additive results in greater daily weight gain and average net
income.
Key words: Aflatoxin, coproduct, performance,corn, corn silage, Zearalenone.
LISTA DE TABELAS
Capítulo II
Tabela 1 – Composição dos ingredientes e composição bromatológica das dietas
experimentais (%) ofertadas para cordeiros em terminação 34
Tabela 2 – Níveis de micotoxinas presentes na dieta dos cordeiros 35
Tabela 3 - Variáveis do desempenho de cordeiros confinados com a presença ou não
de adsorvente na dieta 38
Tabela 4 - Viabilidade econômica do uso de adsorvente de micotoxina em cordeiros
recebdno ou não adsorvente de micotoxina 39
Tabela 5 – Níveis bioquímicos sanguíneos de cordeiros confinados recebendo ou não adsorventes na dieta no pré abate 40 Tabela 6 – Variáveis do peso vivo e da carcaça dos cordeiros confinados recebendo ou não adsorventes na dieta no pré abate. 42 Tabela 7 – Estimativas ultrassonográficas da área de AOL (área de olho de lombo), EGS e marmoreio de cordeiros recebendo ou não adsorventes de micotoxina 43
Tabela 8 – Variáveis da carne de cordeiros recebendo ou não adsorventes de
micotoxina 44
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 15aDON Desoxinivalenol 15-MAS 15 - monoacetoxiscirpenol AFB1 Aflatoxina B1 AFB2 Aflatoxina B1 AFG1 Aflatoxina G1 AOL Área de olho de lombo ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária DAS Diacetoxiscirpenol DNA Ácido desoxirribonucleico DON-1 Deoxinivalenol EE Extrato etéreo EGS Expessura de gordura subcutânea FB1 Fumonisina B1 FB2 Fumonisina B2 FB3 Fumonisina B3 FX Fusarenona X HPLC Cromatografia líquida de alta eficiência L Luminosidade NIV Nivalenol OTA A Ocratoxina PAP Perda de água sob pressão PB Potreína bruta PCA Peso corporal de abate PCF Peso de carcaça fria PCQ Peso da carcaça quente PCV Peso corporal vazio RNA Ácido ribonucleico ZEA Zearalenona GPD Ganho de peso diário CMS Consumo de matéria seca MS Matéria seca CPV Consumo por peso vivo CA Conversão alimentar US Ultrassom CV Coeficiente de variação PDESC Perda por descongelamento
SUMÁRIO CAPÍTULO I 14
Introdução e Fundamentação Teórica 14 Introdução 14
2 Fundamentação teórica 15 2.1 Fungos e Micotoxinas na alimentação animal 15 2.2 Principais Micotoxinas 17 2.2.1 Aflatoxinas 17 2.2.2 Fumonisinas 18 2.2.3 Ocratoxinas 19 2.2.4 Zearalenona 19 2.2.5 Tricotecenos 20 2.3 Adsorventes de micotoxinas utilizados na nutrição de ruminantes 21 3 Referências 23 4 Objetivos 29 4.1 Objetivos Gerais 29 4.2 Objetivos Específicos 29
CAPÍTULO II – Artigo Científico 30 Viabilidade de uso de adsorventes de micotoxina na terminação de cordeiros texel em confinamento 30 Resumo 31 Abstract 32 Introdução 33 Material e Métodos 34 Resultados e Discussão 37 Conclusão 45 Referências 46 Anexo 1 – Níveis de micotoxinas na dieta dos cordeiros 49
14
CAPÍTULO I
Introdução e Fundamentação teórica 1 Introdução
O consumo de carne ovina no Brasil passou por mudanças de mercado. Estudos
mostraram que os consumidores com renda mais elevada impulsionaram o setor,
assim como a elevação da concorrência, a inovação, o acesso a novos produtos, a
diferenciação e a criação de nichos de mercado (FIRETTI et al., 2010; 2011a; 2011b).
O aumento na demanda gerou a busca por maior eficiência na produção por meio da
intensificação, evolução genética e carcaças de melhor qualidade. Segundo dados do
IBGE, em 2016, o rebanho efetivo de ovinos é de 18,43 milhões de cabeças, sendo
que 29,3% desse rebanho se encontra na região sul.
A produção de ruminantes de corte, em um país com alta produção agrícola
como o Brasil, torna‐se ainda mais interessante devido à alta disponibilidade de
resíduos agrícolas, que são amplamente utilizados na fase final de confinamento e
engorda. Além disso, um possível aumento na produção e consumo dos produtos da
cadeia ovina deverão ocorrer em função de alguns fatores, como o crescimento
natural da população e o crescimento de renda (MAGALHÃES et al., 2016).
A criação de ovinos, utilizando a ferramenta do confinamento, tem excelente
perspectivas de crescimento, principalmente por causa do elevado custo de terras no
Sul do Brasil, da alta incidência de verminoses, do fácil acesso ao milho e ao farelo de
soja, aproveitamento de varreduras e resíduos provindos do beneficiamento de grãos.
Apesar dos benefícios do confinamento, o processo de aceleração do ganho de
peso com alta ingestão de concentrado aumenta consequentemente a ingestão de
micotoxinas presentes nos grãos. Estas podem ser derivadas principalmente do milho,
dos resíduos mistos de origem agrícola que, frequentemente, devido à forma de
armazenamento, pode favorecer a proliferação fúngica, ou, ainda, pode ocorrer na
lavoura. Além disso, o volumoso mais usado é a silagem de milho, que durante seu
processo fermentativo, associado a altas temperaturas, também são
contaminados por micotoxinas. Esse cenário pode interferir no ganho de peso e
no desenvolvimento corporal. Para amenizar as perdas ocorridas, é sugerida a
escolha de produtos bem armazenados e produzidos de maneira a suprimir a
contaminação por micotoxinas. Porém, nem sempre é possível ter esse
controle.
15
Uma opção para minimizar esse problema é o uso de adsorventes de
micotoxinas nas dietas de ruminantes, considerado a maneira mais promissora
de reduzir os efeitos das micotoxicoses (GALVANO et al. 2001). Entretanto,
poucos são os estudos científicos sobre a viabilidade biológica do uso dessa
tecnologia em ovinos.
2 Fundamentação teórica
2.1. Fungos e Micotoxinas na alimentação animal
Os fungos compreendem um grande grupo de organismos eucariontes,
classificados no reino Fungi, e o que os separam de plantas e bactérias é a presença
de quitina na parede celular (ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996).
A atividade biológica dos fungos é extensamente variada. Alguns deles são
componentes desejados em certos alimentos como o queijo, fermentação de cervejas
e vinhos, assim como na obtenção de antibióticos como penicilina. Porém, certas
espécies produzem metabólitos secundários altamente tóxicos para humanos e
animais, que são as micotoxinas (PERAICA et al., 1999).
Micotoxina deriva da palavra grega “mykes” (fungo) e do latim “toxicum” (veneno,
toxina) (GOLDBLAAT, 1972; BURLLERMAN, 1979). As micotoxinas são compostos
invisíveis, inodoros, insípidos e tóxicos, considerados não essenciais para o
crescimento do fungo. Tais metabólitos são formados na fase exponencial do
crescimento, geralmente quando estão acumulados em grandes quantidades de
precursores de metabólitos primários, como aminoácidos, acetato, piruvato e outros
(SHUNDO; SILVA; SABINO, 2003; LEAL et al., 2005).
Estima-se que existam, atualmente, entre 100 a 250 mil espécies fúngicas
conhecidas, sendo que aproximadamente 200 delas são capazes de produzir toxinas
(GOMPERTZ et al., 2005).
Os metabólitos fúngicos são responsáveis por intoxicações alimentares no
homem e nos animais domésticos, isso é conhecido desde a antiguidade – séculos VII
e VIII, na França, época em que quadros patológicos caracterizados como ergotismo
ocorreram em populações que se alimentavam com pães de centeio contaminados.
No início, essa micotoxicose era chamada de “Fogo de Santo Antônio”, pois romeiros
portadores da doença se afastavam da fonte de infecção em romaria ao túmulo de
Santo Antônio de Pádua, na Itália, retornando recuperados dos sintomas da patologia
e das sensações de queimação na pele (FORGACS; CARLL, 1962).
16
Nem todos os fungos toxigênicos produzem toxinas. Em estudo realizado por Pitt
(2006), constatou‐ se que 50% dos isolados de Aspergillus flavus produziram
aflatoxina; indicando que a presença de fungos no alimento não implica
necessariamente que toxinas foram produzidas. Além disso, a ausência de sinais
visíveis de fungos não garante que o alimento esteja livre de toxinas, uma vez que a
contaminação por micotoxinas no alimento é muito heterogênea, visto que os fungos
crescem de forma desuniforme, e se concentram em determinados locais,
denominados de focos fúngicos.
Segundo Maziero e Bersot (2010) afirmam que as principais micotoxinas
encontradas em alimentos são produzidas por fungos dos gêneros Fusarium,
Aspergillus, Penicillium e Claviceps, nos quais o desenvolvimento desses
microrganismos depende de fatores físico-químicos, tais como a quantidade de água
livre, substrato para o crescimento, temperatura e condições de pH.
O diagnóstico de intoxicação por micotoxinas possui considerável dificuldade
devido a diversos fatores, como falhas na amostragem do alimento contaminado,
baixas concentrações que dificultam sua detecção nos métodos analíticos e, com
frequência, o consumo do produto contaminado quando os sinais de micotoxicose são
aparentes. Além disso, as micotoxinas podem encontrar-se conjugadas com outras
substâncias, como a glicose, o que pode dificultar sua identificação em métodos
analíticos tradicionais (BERTHILLER et al. 2005; SMITH; KOROSTELEVA,2010).
Geralmente, as micotoxinas não produzem sinais clínicos aparentes nos animais
que consomem alimentos contaminados, entretanto, são responsáveis pela redução
da eficiência de produção e aumento da susceptibilidade a doenças infecciosas
(LAZZARI, 1997). Mezes, Barta e Nagy (1999), o grande potencial de aumento de
peroxidação lipídica é considerado o mais importante efeito das micotoxinas, pois
representam a primeira etapa de uma série de danos como perdas nas características
de desempenho, alterações genéticas e imunossupressão.
A flora ruminal desempenha um papel de desintoxicação, deixando os
ruminantes mais resistentes aos efeitos da micotoxina. Todavia, elas não são
totalmente inativadas no rúmen. A capacidade de inativação é influenciada pelo tipo de
dieta utilizada, ação de aditivos e medicamentos. Tais fatores podem alterar a
microflora ruminal e a taxa de passagem do alimento pelo trato gastrointestinal,
influenciando na disponibilidade de absorção das micotoxinas (SMITH;
KOROSTELEVA, 2010).
As micotoxinas, além de reduzir o desempenho e comprometer a saúde dos
animais de produção, são um risco para o homem, pois os produtos de origem animal
17
podem conter seus resíduos a partir das rações, com possíveis danos à saúde
humana. No leite, por exemplo, é possível encontrar de 1% a 2% do nível de aflatoxina
existente na dieta (JOBIM; GONÇALVES; SANTOS, 2001). Consideramos como
principais micotoxinas as aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona, ocratoxinas e
tricotecenos.
2.2. Principais Micotoxinas
2.2.1 Aflatoxinas
Os principais fungos produtores de aflatoxinas são: Aspergillus flavus, A.
parasiticus e A. Nomius. As de maior interesse na nutrição animal são as aflatoxinas
B1, B2, G1 e G2, classificadas de acordo com a cor da fluorescência, B (blue) ou G
(green). Dentre ela, a que apresenta maior poder toxigênico é a aflatoxina B1 (AFB1),
seguida das AFG1, AFB2 e AFG2 (CORREA, 2000; ARAUJO, 2006). Seus efeitos nos
animais podem variar de acordo com a dose, a duração da exposição, espécie, raça e
dieta, na qual, geralmente, os animais jovens são mais suscetíveis que os mais velhos
(RICHARD et al, 2003).
Cruz (2012) afirma que a flora ruminal praticamente não altera a estrutura das
aflatoxinas. Somente uma parcela inferior a 10% do total de aflatoxina ingerida pode
ser biotransformada em aflatoxicol. Contudo, o aflatoxicol ainda mantém o mesmo
poder tóxico da molécula original. Portanto, em relação às aflatoxinas, o rúmen não
oferece qualquer mecanismo de bioproteção. Logo, as aflatoxinas ingeridas passarão
junto com o bolo alimentar para o intestino, onde serão absorvidas por difusão
passiva.
As aflatoxinas, na circulação sistêmica, são distribuídas para o organismo ligadas
a componentes sanguíneos, tais como proteínas e eritrócitos plasmáticos (GALTIER,
1998). Após absorção, são metabolizadas principalmente no fígado. Todavia, esse
processo pode ocorrer no próprio local de absorção, no sangue e em outros órgãos
extra-hepáticos.
A forma ativada da AFB1 é o composto identificado como 8,9 - óxido de AFB1.
Altamente eletrofílico, este composto é capaz de reagir rapidamente, através de
ligações covalentes com sítios nucleofílicos de macromoléculas, como ácido
desoxirribonucleico (DNA), ácido ribonucleico (RNA) e proteínas (BIEHL; BUCK,
1987). Essas ligações determinam a formação de adutos, os quais representam a
18
lesão bioquímica primária produzida pelas aflatoxinas (HSIEH; ATKINSON, 1991). Em
ruminantes, o efeito primário das aflatoxinas é a redução no ganho de peso e
produção de leite, além de danos ao fígado e rim (IAMANAKA; OLIVEIRA; TANIWAKI,
2010).
2.2.2 Fumonisinas
As fumonisinas são produzidas principalmente pelas espécies Fusarium
verticillioides (GELDERBOM et at., 1988) e Fusarium proliferatum (ROSS et al., 1990).
Atualmente, já foram identificados quinze análogos de fumonisinas, sendo as formas
mais importantes e presentes em quantidades significativas as fumonisinas B1 (FB1),
B2 (FB2) e B3 (FB3) (VISCONTI et al., 1995).
Fígados e rins são afetados de forma mais constante pelas fumonisinas.
Entretanto, outros órgãos podem ser afetados: hepatóxica em ratos, camundongos,
coelhos, macacos, suínos e equinos; e nefrotóxica em ratos, coelhos, suínos e
camundongos (ENONGENE et al., 2000). Segundo Gelderblom et al. (2001), a
toxicidade induzida pela fumonisina B1, no fígado, parece exercer um papel importante
durante a iniciação de tumores carcinogênicos.
Estudos mostram que é possível haver um pequeno acúmulo de fumonisinas
no fígado e rim, contudo, essas micotoxinas são muito pouco absorvidas no trato
gastrintestinal (NORRED et al., 1996; VOSS et al., 2012). As informações disponíveis
na literatura sobre ruminantes indicam que a FB1 passa pelo rúmen praticamente sem
sofrer alterações (CRUZ, 2012).
O principal efeito das fumonisinas é a indução à apoptose, um processo
especializado de morte celular, sendo parte do desenvolvimento normal dos órgãos e
manutenção tecidual, que também ocorre em resposta a estímulos ambientais.
Diversos constituintes celulares estão envolvidos nos processos apoptóticos e sua
regulação, entre eles, os esfingolipídeos (DRAGAN et al., 2001).
As fumonisinas são estruturalmente semelhantes aos precursores dos
esfingolipídeos, especialmente a esfinganina (Sa) e enfingosina (So) (FINK-
GREMMELS, 1999). Quando há presença de fumonisinas nos organismos, ocorre um
bloqueio da biossíntese dos esfingolipídeos, devido à inibição da ceramida sintase,
uma enzima essencial no processo. Em longo prazo, a inibição prolongada pode
19
promover a morte celular induzida pelas bases esfingóides livres, pois se acumulam
em concentrações tóxicas (RILEY et al., 1993).
Iamanaka, Oliveira e Taniwaki (2010) mostra que o efeito primário das
fumonisinas é a redução no ganho de peso e produção de leite, além de dano ao
fígado e rim.
2.2.3 Ocratoxinas
A forma mais predominante e de maior importância na natureza é a ocratoxina
(OTA A) (PITTET, 1998). São compostos que apresentam a beta fenilanina ligada a
uma isocumarina por ligação amida (SCUSSEL, 1998). Os fungos produtores dessa
micotoxina são do gênero Aspergillus e Penicillium (PITTET, 1998; OSWEILLER,
1998).
As ocratoxinas são primariamente nefrotóxicas, com ação mutagênica e
teratogênica, sendo o fígado seu alvo secundário (SOARES, 1997). Em ruminantes, a
OTA A tem a sua atividade tóxica quase totalmente reduzida ao ser hidrolisada em a-
ocratoxina e fenilanina, no rúmen, pela ação dos protozoários. Contudo, o autor
ressaltou que a capacidade inativadora pode ser reduzida quando se promove
alterações na dieta como, por exemplo, ao utilizar concentrados em substituição de
volumoso, acarretando em alterações no pH ruminal, tornando-o mais ácido. Quanto
mais ácido o fluído ruminal, maior a possibilidade de escape da toxina do rúmen, pois
o tempo necessário para a inativação da OTA é maior. Além disso, segundo Marquart
e Frohlich (1992), a acidez do ambiente ruminal poderia facilitar a absorção direta de
OTA A do rúmen para o sangue.
Kruger (2006) mostra que alguns estudos indicam que as OTA atuam como
modulador celular e não uma toxina clássica. A inibição da síntese de proteínas é
considerada seu maior efeito tóxico, porém, existem outros efeitos como a
peroxidação de lipídios, alterações no DNA, inibição da cadeia respiratória, apoptose
celular e inibição de enzimas envolvidas no metabolismo dos rins e do fígado.
Contudo, os mecanismos de atuação ainda são pouco elucidados.
2.2.4 Zearalenona
A zearalenona (ZEA) é uma lactona que pode ser produzida por várias espécies,
Fusarium, F. Graminearum e F. Culmorum são os principais produtores, segundo
20
Zinedine (2007). Essa micotoxina apresenta efeito estrogênico em animais domésticos
e sua produção é dependente das condições climáticas sazonais, mais prevalentes
nas estações frias e úmidas (DOKO et al., 1996; WHITLOW; HAGLER JUNIOR, 1999).
A ZEA é termicamente estável, mas pode ser destruída parcialmente durante a
extrusão de cereais (CASTELLS et al., 2005). Segundo Cruz (2012), em ruminantes,
cerca de 90% do total de ZEA é convertida em a-zearalenol e, em uma proporção
menor, em B-zearalenol pelos microrganismos ruminais, em especial os protozoários.
Apesar do a-zearalenol ter um poder estrogênico maior que o da zearalenona, seu
efeito tóxico é menor, pois, além de ser menos absorvido, ele é, em grande parte,
convertido em -zearalenol, no fígado, que, por sua vez, apresenta atividade tóxica
sobre as células endometriais, apesar de sua afinidade para os receptores
estrogênicos ser muito pequena.
Muitos estudos mostram que o principal alvo da toxicidade da ZEA é o sistema
reprodutivo (BOEIRA, 2012). A ação da ZEA ocorre por estímulo aos receptores
estrogênicos citoplasmáticos, aumentando a síntese proteica no aparelho reprodutor.
Consequentemente, ela estimula a secreção das células endometriais, a síntese de
proteínas uterinas e resulta em um aumento do peso do trato reprodutivo (GAUMY et
al., 2001). Ocorrem repetição de cio, diminuição da produção de leite, diminuição da
taxa de concepção e até mesmo abortamento. É comum, em casos de toxicoses, o
animal apresentar aspecto saudável e escore corporal considerado normal, porém
com baixa performance reprodutiva (WHITLOW; HAGLER JUNIOR, 1999).
2.2.5 Tricotecenos
São pertencentes a um grupo de mais de 180 micotoxinas que tem relação entre
suas estruturas, produzidas por fungos do gênero Fusarium (UENO, 1977). Esse
grupo de micotoxinas possui uma estrutura química composta de um anel com
esqueleto tetracíclico 12, 13-2, HT-2, neosolaniol, 15 - monoacetoxiscirpenol (15-MAS)
e diacetoxiscirpenol (DAS), e em tipo B, no qual está o desoxinivalenol (15aDON),
fusarenona X (FX) e o nivalenol (NIV) (SANTIN et al., 2001).
Em ruminantes, a degradação através da hidrólise ou da redução enzimática dos
tricotecenos toxina T-2, HT-2, DON e DAS são variáveis. DON é quase totalmente
biotransformado pelos microrganismos do rúmen em epóxi-deoxinivalenol (DON-1),
que é uma forma quase atóxica para os ruminantes. As toxinas T-2 e DAS são
utilizadas como fonte de energia por bactérias ruminais, portanto, inativadas. Essas
toxinas são, em maioria, degradadas por protozoários, o que reduz em até 90% seus
21
níveis no fluido ruminal. Porém, em todas as situações que houver uma ação
biotransformadora de um dos tricotecenos, o processo necessitará atingir a forma de
de-epoxi para que a desativação da micotoxina seja finalizada. Se qualquer resíduo
dos intermediários no processo permanecer, ele poderá ser tão ou mais tóxico que a
micotoxina original (CRUZ, 2012).
Dentre outros problemas causados pelos tricotecenos, estão: lesões das
mucosas, perda de peso, comprometimento da coordenação motora, úlceras cutâneas
e abstinência alimentar. Este último, devido a atuação dessas substâncias sobre o
transporte do triptofano na barreira hemato-encefálica, aumenta os níveis desse
aminoácido no cérebro, fazendo com que a quantidade de seretonina cerebral, um
neurotransmissor responsável pelo comportamento e o apetite, também se eleve
(CAVAN; MACDONALD; SMITH, 1988; LAZZARI, 1997).
2.3. Adsorventes de micotoxinas utilizados na nutrição de ruminantes
Na produção de carne ovina, o cordeiro é potencialmente a categoria com
melhores características de carcaça e, consequentemente, de maior aceitação pelo
consumidor. O cordeiro apresenta maior eficiência de ganho de peso e qualidade de
carcaça, principalmente nos primeiros seis meses de vida. Essas características
podem ser otimizadas pelo uso de sistemas adequados de terminação (RIBEIRO,
2005).
Em sistemas intensivos de produção, em específico o confinamento, o custo é
bastante alto comparado aos sistemas de semi-confinamento, sendo necessário
buscar produtos e co-produtos que diminuam o custo do processo sem perdas
significativas em desempenho, ou seja, buscar o equilíbrio perfeito entre custo e
benefício.
A evolução do agronegócio e o desenvolvimento dos processos de
transformação de alimentos levaram a geração de muitos resíduos, sendo que estes
são um dos principais problemas ambientais, não só no Brasil, mas do mundo como
um todo (GIORDANO, 2000). Esses resíduos gerados, quando não recebem destino
adequado, tornam‐se um problema ambiental. Sendo que muitos deles, como casca
de soja, quirera de milho, sabugo de milho, cevada, polpa cítrica, casca de trigo e
casca de café podem ser usados na alimentação de ruminante.
Além da possível contaminação direta, os maiores impactos provocados por
resíduos sólidos orgânicos são decorrentes da fermentação do material durante o
armazenamento, ocorrendo a possibilidade de formação de ácidos orgânicos com
22
geração de maus odores e diminuição do oxigênio dissolvido em águas superficiais.
Esse material orgânico é habitat para a proliferação de micro (bactérias, fungos, vírus,
protozoários) e macro vetores (moscas, mosquitos, baratas e ratos) (MATOS, 2005).
No Brasil, as pesquisas sobre a qualidade dos alimentos destinados ao consumo
animal vêm demonstrando, cada vez mais, os problemas causados pelas micotoxinas
(FONSECA et al., 2000; MATTOS et al., 2005; MACHADO et al., 2006; SMITH 2012).
O clima tropical e subtropical de certas regiões brasileiras é adequado ao
desenvolvimento de fungos e, consequentemente, à produção das micotoxinas.
Existem inúmeras formas de prevenir a contaminação por fungos e micotoxinas,
porém nem todas são viáveis. A maneira mais prática de impedir a contaminação dos
animais por micotoxina é inibir o desenvolvimento de fungos nos alimentos que são
fornecidos, controlando a proliferação com controle da umidade no armazenamento de
fenos e grãos, utilizando aditivos que controlam a proliferação de fungos e utilização
de plantas geneticamente resistentes ao ataque desses microrganismos (MALLMANN
et al., 2006).A abordagem dietética mais eficaz segundo Galvano et al. (2001) é a
adição de adsorventes de micotoxinas em dietas contaminadas. O efeito é relativo,
pois dependem da especificidade e do mecanismo do processo de adsorção. Além
disso, as características das micotoxinas, como forma, tamanho e solubilidade,
também influenciam na eficácia dos adsorventes (HUWING et al., 2001).
O carvão ativado é utilizado como adsorvente em casos de envenenamento. Há
alguns benefícios da utilização de carvão ativado como adsorventes, prevenindo a
absorção e especialmente a recirculação enterohepática das micotoxinas (RAMOS et
al., 1997). Para Solfrizzo et al. (2001), a capacidade do carvão ativado de adsorver
fumonisina B1 em soluções aquosas In Vitro foi demonstrada. Contudo, em
experimento in vivo, não foi efetiva. Huwing et al. (2001) afirmaram que o carvão
ativado demonstrou pouco ou até nenhum efeito contra as micotoxinas, devido a sua
extensibilidade, podendo conter até mesmo alguns nutrientes da dieta.
As argilas cauliníticas também podem ser usadas como adsorventes. Devido as
suas características estruturais, apresentam maior espectro de adsorção de
micotoxinas, tais como a ocratoxina, T2, DON, fumonisina e zearalenona, que são
bipolares. A aflatoxina pode ser mais eficientemente adsorvida por argila polar devido
a sua carga positiva, bem como bentonitas, montmorilonitas e zeolitas (FASSANI;
BRITO, 2004). Logo, adsorventes inorgânicos também podem adsorver alguns
nutrientes da dieta. Estudos relatam que a adição de 0,5% a 1% de aluminosilicato de
cálcio e sódio hidratado em dietas de aves não prejudica a utilização da riboflavina,
vitamina A ou manganês. Entretanto, existe uma redução na utilização da riboflavina,
23
vitamina A ou manganês. Em contrapartida, existe uma redução na utilização do zinco
na presença de 1% desse adsorvente (CHUNG; ERDMAN; BAKER, 1990).Os
adsorventes orgânicos são derivados da parede celular de Saccharomices cerevisae
ou de fibras de plantas como casca de aveia, farelo de trigo e alfafa. A utilização de
leveduras como adsorvente é mais eficiente, pois não são tóxicas, possuem boa área
de superfície, boa especificidade e necessitam de uma baixa inclusão na dieta para
um bom efeito adsorvente.
As interações estabelecidas entre adsorvente orgânico à base de parede celular
de S. cerevisiae e as micotoxinas foram descritas há uma década (YIANNIKOURS et
al., 2004). Esse mesmo trabalho constatou que os principais responsáveis pelo
processo de adsorção são as frações de B-D-glucanos da parede celular. A
capacidade de adsorção deve-se, portanto, a sua estrutura conformacional, que
permite a formação de ligações não covalentes (ligações de hidrogênio e forças de
Van der Walls) entre os grupos hidroxila presentes e os grupos hidroxilo, cetona e
lactona das micotoxinas (JOUANY, 2007). Diversos estudos realizados com
zearalenona demonstram que, além das ligações estabelecidas, também há
complementariedade geométrica que estabiliza o complexo adsorvente-micotoxina,
tornando-o estável ao longo do trato gastrointestinal (DIAZ; SMITH, 2010).
3 Referências
ALEXOPOULOS, C. J.; MIMS, C. W.; BLACKWELL, M. Introductory mycology. 4° ed. New York: John Wiley and Sons, 1996. ARAUJO, J. M. A. Química de Alimentos: teoria e prática. 3º ed. Vicosa: UFV,2006. BERTHILLER F.; et al. Masked mycotoxins: determination of a deoxynivalenol glucoside in artificially and naturally contaminated wheat by LC–MS/MS. In: Journal of Agricultutal and Food Chemistry. Davis, v. 53, n. 9, p. 3421–3425, 2005. BIEHL, M. L.; BUCK, W. B. Chemical contaminants: their metabolism and their residues. In: Journal of Food Protection, Milwaukee, v. 50, p. 1058-73, 1987. BOEIRA, S. P. Caracterização de efeitos tóxicos decorrentes da exposição aguda à micotoxina zearalenona em camundongos, 2012. Dissertação (Mestrado em
Bioquimica) – Universidade Federal do Pampa, Itaqui, 2012. BURLLERMAN, L. B. Significance of mycotoxins to food safety and human health. In: Journal of Food Protection. Milwaukee, v. 42, p. 65-86, 1979. CASTELLS, M.; MARIN, S.; SANCHIS, V.; RAMOS, A. J. Fate of mycotoxins in cereals during extrusion cooking: a review. In: Food Additives and Contaminants. v. 22, n. 2, p. 150–157, 2005.
24
CAVAN, K. R.; MACDONALD, E. J.; SMITH, T. K. Potential for dietary amino acid precursors of neurotransmitters to overcome neurochemical changes in acute T-2 toxicosis in rats. In: Journal of Nutrition. Bethesda, v. 118, n. 7, p. 901-907, 1988. CHUNG, T. K.; ERDMAN, J. W.; BAKER, D. H. Hydrated calcium sodium aluminosilicate: Effects on zinc, manganese, vitamin A e riboflavin utilization. In: Poultry Science. Champaign, v. 69, n. 8, p.1364-1370, 1990. CORREA, B. Fungos toxigenicos: panorama nacional. In: Encontro nacional de micotoxinas e simpósio de armazenamento qualitativas de grãos do Mercosul, 9°. Florianópolis: 2000. p.162-168. CRUZ, L. C. H. Micotoxinas na criação de ruminantes. 2012. Disponível em: <http://pt.engormix.com/MA-pecuaria-corte/administracao/artigos/micotoxinas-criacaoruminantes- t1036/124-p0.htm>. Acesso em 18 fev.2018.
DIAZ, E. D.; SMITH, K. T. Mycotoxin sequestrating agents: pratical tools for the neutralization of mycotoxins. In: Diaz D. (Ed.) The Mycotoxin Blue Book, 3º Ed. Nottingham University Press. Nottingham, p. 323-339, 2010. DOKO, M. B.; et al. Natural co-occurrence of fumonisins and zearalenone in cereals and cereal-based foods from Eastern and Southern Africa. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, Easton. v. 44, n. 10, p. 3240-3243, 1996. DRAGAN, Y. P.; et al. Implications os apoptosis fortoxicity, carcinogenicity, and risk assessment: FumonisinB1 as an example. In: Jornal Toxicological,Sciences. Oxford, v. 61, n. 1, p. 6-17, 2001. EHRLICH, K. C.; DAIGLE, K. W. Protein synthesis by mammalian cells treated with C- 3- modified analogs of the 12,13-epoxytrichothecenens T-2 and T-2 tetraol. In: Revista Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 50, n. 4, p. 914-918, 1985. ENONGENE, E. N.; SHARMA, R. P.; BHANDARI, N.; VOSS, K. A.; RILEY, R. T. Disruption of sphingolipid metabolism in small intestines, liver and kidney of mice dosed subcutaneously with fumonisin B1. In: Food and Chemical Toxicology. Boston, v.38, n. 9, p. 793-799, 2000. FASSANI, E. J.; BRITO, J. A. V. Utilização de argilas na nutrição animal. 2004. Disponivel em: <http://www.caodobrasil.com.br/?pg=dicas_e_artigos&codigo=2>. Acesso em: 10 nov. 2013. FINK-GREMMELS, J. H. Micotoxins: Their implications for human and animal health. In: Jornal Veterinary Quarterly, Londres, v. 21, n. 4, p. 115-120, 1999. FIRETTI, R.; CARRER, C. C.; RIBEIRO, M. M. L. O.; MOREIRA, A. L. Características da carne ovina em função de diferentes níveis de renda do consumidor: propostas para segmentação de mercado. In: Congresso da sociedade brasileira de economia, administração e sociologia rural. 49º ed. Belo Horizonte, Piracicaba: SOBER, 2011a. FIRETTI, R.; COSTA, L. P. R.; MOREIRA, A. L.; CARRER, C. C.; RIBEIRO, M. M. L. O. Aspectos mercadológicos da carne ovina no município de Presidente Prudente, Estado de São Paulo. In: Informações Econômicas. v.41, p. 5-18, 2011b.
25
FIRETTI, R.; et al. Análise da oferta de carne ovina em cidades médias na Região Oeste do Estado de São Paulo. In: Congresso da sociedade brasileira de economia, sociologia e administração rural. 51º ed. Belém do Pará, 2013. FIRETTI, R.; et al. Percepção de consumidores paulistas em relação à carne ovina: análise fatorial por componentes principais. In: Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.11, p.1-13, 2010. FONSECA, L. F. L. da; SANTOS, M. V. Qualidade do leite e controle da mastite. São Paulo: Lemos Editorial, 2000. FORGACS, J.; CARLL, W. T. Mycotoxicoses. In: International Journal of Advanced Veterinary Science and Technology. v.7, p.481-487, 1962. GALTIER, P. Biological fate of mycotoxins in animals. In: Revue de Mèdecine Vètèrinaire. Toulouse, v. 6, n. 149, p. 549-554, 1998. GALVANO, F.; et al. Dietary strategies to counteract the effects of mycotoxins: a review. In: Journal of Food Protection, Milwaukee, v. 64, n. 1, p.120-131, 2001. GAUMY, J. L.; BAILLY, J. D.; BURGAT, V.; GUERR, P. Zearalenone: Proprietes et toxicite experimentale. In: Revue de Médecine Vetérinaire. Toulouse, v. 152, n. 3, p. 219-234, 2001. GELDERBLOM, W .C .A.; et al. Fumonisins: novel mycotoxins with cancer promoting activityproduced by Fusarium moniliforme. In: Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 54, n. 7, p.1806-1811, 1988. GELDERBLOM, W. C. A.; et al. Fumonisin-induced hepatocarcinogenesis: mechanisms related to cancer initiation and promotion. In: Jornal Environmental Health Perspectives. Research Triangle Park, v. 109, n. 2, p. 291-300, 2001. GIORDANO, S. R. Gestão ambiental no sistema agroindustrial. In: ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M.F. (Orgs.). Economia e gestão de negócios agroalimentares: indústria de alimentos, indústria de insumos, produção agropecuária, distribuição. São Paulo: Pioneira, 2000. p. 255-281. GOLDBLATT, L. A. Implications of mycotoxins. In: Revista Clinical Toxicology. New Orleans, v. 5, n. 4, p. 453-458, 1972. GOMPERTZ, O. F.; GAMBALE, W.; PAULA, C. R.; CORREA, B. Biologia dos Fungos. In: TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. (Ed.). Microbiologia. São Paulo: Atheneu, 2005, p. 451-459. HSIEH, D. P. H.; ATKINSON, D.N. Bisfuranoid mycotoxins: their genotoxicity and carcinogenicity. In: Advances in Experimental Medicine and Biology, v. 283, p. 525- 32, 1991. HUWING, A.; et al. Mycotoxin detoxication of animal feed by different adsorbents. In: Toxicology Letters, Wurzburg, n. 122, p. 179-188, 2001. IAMANAKA, B. T.; OLIVEIRA, I. S.; TANIWAKI, M. H. Micotoxinas em alimentos. In: Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica. Recife, v. 7, p. 138- 161, 2010.
26
IAMANAKA, B. T.; OLIVEIRA, I. S.; TANIWAKI, M. H. Micotoxinas em alimentos. In: Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Recife, v. 7, p. 138- 161, 2010. IBGE. Coordenação de Agropecuária: pesquisa da agropecuária municipal. 2015-2016. GALVANO, F.; PIVA, A.; RITTIENI, A.; GALVANO, G. Dietary strategies to counteract the effects of mycotoxins: a review. In: Journal of Food Protection. Milwaukee, v. 64, n. 1, p.120-131, 2001. JARDIM, R. D. et al. Características produtivas e comerciais de cordeiros da raça Corriedale criados em distintos sistemas nutricionais. In: Revista Brasileira de Agrociência. Pelotas. v. 6, n. 3, p. 239-242, 2000. JOBIM, C. C.; GONCALVES, G. D.; SANTOS, G.T. Qualidade sanitária de grãos e de forragens conservadas “versus” desempenho animal e qualidade de seus produtos. In: Simpósio Sobre Produção e Utilização de Forragens Conservadas. Maringa. 2001, p. 242-261. JOUANY, J. P. Methods for preventing, decontaminating and minimizing the toxicity of mycotoxins in feeds. In: Animal Feed Science and Technology. Madrid, v. 137, n. 3, p. 342-362, 2007. KRUGER, C. D. Ocratoxina A em suínos abatidos no Estado do Rio de Janeiro sob inspeção sanitária- I Determinação de níveis séricos por cromatografia liquida II Correlação com lesões renais e hepáticas. 2012. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Federal Fluminense, Niterói,p. 81, 2006. LAZZARI, F. A. Umidade, fungos e micotoxinas na qualidade de sementes, grãos e rações. 2º ed. Curitiba: Paranaset, 1997. LAZZARI, F. A. Umidade, fungos e micotoxinas na qualidade de sementes, grãos e rações. 2º ed. Curitiba: Paranaset, 1997. LEAL, P. C.; et al. Micotoxinas do fusarium e seu potencial carcinogênico. In: Revista NewsLab. São Paulo, v. 70, p. 76-88, 2005. MACHADO, P. F.; CASSOLI, L. D. Diagnóstico da qualidade do leite na região sudeste. In: MESQUITA, A.J.; DÜRR, J.W.; COELHO, K.O. (Ed.). Perspectivas e avanços da qualidade do leite no Brasil. Goiânia: Talento, 2006. MAGALHÃES, K. A.; et al. Panorama e perspectivas nacional da ovinocultura e caprinocultura, 2016. Disponível em https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/8698648/estudo-aponta-tendencias-para-caprinocultura-e-ovinocultura-nos-cenarios-nacional-e internacional> acesso em 21/02/2018.
MARQUARDT, R. R.; FROHLICH, A. A. A review of recents advances in understanding ochratoxicosis. In: Journal of Animal Science, Savoy. v. 70, n. 12, p. 3968-3988, 1992. MARSON, B. Avaliação bioeconômica da utilização de adsorvente orgânico de micotoxinas na dieta de bovinos alimentados com rações contendo coprodutos da agroindústria. 2014. 70f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade Estadual de Londrina, 2014.
27
MATOS, A. T. Tratamento de resíduos agroindustriais. In: Curso sobre tratamento de resíduos agroindustriais. 2005. Anais. Viçosa, MG: Fundação Estadual do Meio Ambiente, 2005. p.1-34. MATTOS, R. S. W.; PEDROSO, M. A. Influência da nutrição sobre a composição de sólidos totais no leite. In: Simpósio sobre bovinocultura de leite. Anais. Piracicaba - SP. 2005. p. 103-128. MEZES, M.; BARTA, M.; NAGY, G. Comparative investigation on the effect of T-2 mycotoxin on lipid peroxidation and antioxidant status in different poultry species. In: Jornal Research in Veterinary Science.v. 66, n. 1, p. 19-23, 1999. MINERVINI, F.; DELL'AQUILA, M. E. Zearalenone and reproductive function in farm animals. In: International Journal of Molecular Science. Basileia, v. 9, n. 12, p. 2570- 2584, 2008. OSWEILLER, G. D. Micotoxinas. In: OSWEILLER, G. D. Edição Toxicologia Veterinária. São Paulo: Artes Medicas, 1998, p.440-468. PARREIRAS, J. F. M.; GOMES, J. C.; BRANDÃO, S. C. Ocorrência de aflatoxinas M1 e B1 em leite e forragens na microrregião de Viçosa - MG. In: Arquivos de Biologia e Tecnologia. Curitiba, v. 30, n. 21, p 253-265, 1987. PERAICA, M.; RADIC B.; LUCIC, A; PAVLOVIC, A. Toxic effects of mycotoxins in humans. In: Bulletin of the World Health Organization. Genebra, v. 77, p. 754-766, 1999. PITT, J. I. Fungal ecology and the occurrence of mycotoxins. In: NJAPAU, H.; TRUJILLO, S.; VAN EGMOND, H.P.; PARK, D.L. (Eds.). Mycotoxins and Phycotoxins: advances in determination, toxicology and exposure management. Amsterdam: Wageningen Academic Publishers, 2006, p. 33–41. PITTET, A. Natural occurence of mycotoxins in foods and feeds – an updated review. In: Revue de Médecine Veterinaire. Toulouse, v. 6, n. 149, p. 479-492, 1998. RIBEIRO, T. M. et al. Características da carcaça e do lombo de cordeiros submetidos a diferentes sistemas de terminação. In: Reun ião anua l da s oc iedade b ras i l e i r a de zootecnia,ed.42., 2005. Anais. Goiânia: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2005. 1CD. RICHARD, J. L.; et al. Mycotoxins: risks in plant, animal, and human systems. In: Iowa: Council for Agricultural Science and Technology, 2003. RILEY, R. T.; et al. Alteration of tissue and serumsphinganine to sphingosine ratio: an early biomarker of exposure to fumonisin-containing feeds in pigs. In: Jornal Toxicology and Applied Pharmacology. Atlanta, v. 118, n. 1, p. 105-112, 1993. ROSS, P. F., et al. Production of fumonisins by Fusarium moniliforme and Fusarium proliferatum isolate associated wirh equine leukoencephalomalacia and pulmonary edema syndrome in swine. In: Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 56, n. 10, p. 3225-3226, 1990. SANTIN, E.; MAIORKA, A.; ZANELLA, I.; MAGON, L. Micotoxinas do Fusarium spp na avicultura comercial. In: Revista Ciência Rural. Santa Maria, v. 31, n. 1, p. 185-190, 2001.
28
SCUSSEL, V. M. Micotoxinas em alimentos. Florianopolis: Insular, 1998. SCUSSEL, V. M.; RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Avaliação comparativa de métodos analíticos para a triagem e quantificação de aflatoxinas. In: Boletim da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Campinas, v. 18, n. 3, p. 206-216, 1984. SHUNDO, L.; SILVA, R. A.; SABINO, M. Ocorrência de aflatoxinas em amendoim e produtos de amendoim comercializado na região de Marilia – SP, Brasil no período de 1999 – 2001. In: Revista Instituto Adolfo Lutz. São Paulo, v. 32, n. 3 p. 167-181, 2003. SINNETT-SMITH, P. A.; N. W. DUMELOW; P. J. BUTTERY. Effects of trenbolone acetate and zeranol on protein metabolism in male castrate and female lambs. In: British Journal and Nutrition. Cambridge, v. 50, n. 2, p. 225, 1983. SMITH, T. K.; KOROSTELEVA, S. N. The significance of feed-borne mycotoxins in ruminant nutrition. In: GONCALEZ, E.; FELICIO, J.D.; AQUINO, S. (Ed.). Mycotoxicoses. In: Animals Economically Important, Hauppauge, Nova Science Publishers. 2010, p. 35-66. SMITH, T. K.; KOROSTELEVA, S. N. The significance of feed-borne mycotoxins in ruminant nutrition. In: GONCALEZ, E.; FELICIO, J.D.; AQUINO, S. (Ed.). Animals Economically Important, Hauppauge: Nova Science Publishers. 2010, p. 35-66.
SMITH. Micotoxinas em Ruminantes: a ameaça Invisível. 2012. Disponível em: <http://www.revistaagropecuaria.com.br/2012/07/12/micotoxinas-em-ruminantes-a-ameaca-invisivel/>. Acesso em: 13 jan. 2018,
SOARES, L. M. V. Ocorrência de microtoxinas em alimentos: situação em São Paulo. In: Revista Ciência de Alimentos: avanços e perspectivas, São Paulo. v. 2, p. 94-95, 1997. THOMPSON, W. L.; WANNEMACHER, R. W. Jr. In vivo effects of T-2 mycotoxin on synthesis of proteins and DNA in rat tissues. In: Jornal Toxicology and Applied Pharmacology, Atlanta, v. 105, n. 3, p. 483-491, 1990. VISCONTI, A.; BOENKE, A; DOKO, M. B.; SOLFRIZZO, M.; PASCALE, M. Occurrence of fumonisin in Europe and BCR: measurements and testing projects. In: Natural Toxins, Jornal Hoboken, v. 3, n. 4, p. 269-274, 1995. WHITLOW, L. W.; HAGLER JUNIOR, W. M. Mycotoxins in dairy cattle. In: MOLIN, R; VALENTINI, M. L. EditoresSimpósio Sobre Micotoxinas em Grãos. São Paulo: Fundacao Cargil, 1999, p. 151-181. WHITLOW, L. W.; HAGLER JUNIOR, W. M. Mycotoxins in dairy cattle. In: MOLIN, R; VALENTINI, M. L.editores In: Simpósio Sobre Micotoxinas em Grãos. Sao Paulo: Fundacao Cargil, 1999, p. 151-181. YIANNIKOURIS, A.; et al. Influence of pH on complexing of model β-D-glucans with zearalenona. In: Journal of Food Protection. Milwaukee, v. 67, n. 12, p. 2741-2746, 2004. ZINEDINE, A.; et al. Review on the toxicity, occurrence, metabolism, detoxification, regulations and intake of zearalenone: an oestrogenic mycotoxin. In: Food and Chemical Toxicology, Revista Boston, v. 45, n. 1, p. 1-18, 200
29
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVOS GERAIS
O objetivo geral desta pesquisa foi testar a viabilidade bioeconômica do uso de
adsorvente de micotoxinas em dieta de cordeiros confinados.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar os efeitos do uso de adsorvente de micotoxinas nos seguintes parâmetros;
Determinar o ganho de peso; conversão alimentar e peso de abate;
Definir a viabilidade econômica;
Avaliar os exames bioquímicos sanguíneos;
Determinar as características quantitativas e qualitativas da carcaça;
Avaliar a qualidade da carne;
30
CAPÍTULO II - Artigo Científico
VIABILIDADE DO USO DE ADSORVENTE DE MICOTOXINA NA TERMINAÇÃO DE
CORDEIROS TEXEL EM CONFINAMENTO
Normas da revista: Semina Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Londrina, Paraná.
31
VIABILIDADE DO USO DE ADSORVENTE DE MICOTOXINA NA TERMINAÇÃO DE 1
CORDEIROS TEXEL EM CONFINAMENTO 2
SÁVIO, Pedro Leonardo Olszewski. Viabilidade do uso de adsorvente de micotoxina na 3 terminação de cordeiros texel em confinamento. 2018. 40 folhas. Dissertação de Mestrado 4 Acadêmico Saúde e Produção de Ruminantes (Mestrado Acadêmico em saúde e Produção 5 de Ruminantes) – Universidade Norte do Paraná, Arapongas, 2018. 6 7
Resumo 8 9
O presente estudo teve por objetivo avaliar a viabilidade do uso de adsorvente em dietas de 10
cordeiros confinados, através de variáveis do desempenho, da carcaça, da carne de 11
cordeiros da raça Texel. As dietas utilizadas possuíam milho, soja, resíduo agrícola e 12
silagem de milho divididos em dois grupos denominados tratado e controle, obtendo ganho 13
de peso diário 15% maior no grupo tratado e lucro liquido total de 12,9% maior no período. 14
Tal adsorvente foi feito à base de betaglucanos extraídos da parede celular de 15
Saccharomyces cerevisae. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente 16
casualizado com seis repetições cada, sendo cada baia uma repetição, e cada baia 17
contendo dois animais. Utilizaram-se seis machos e seis fêmeas em cada tratamento, 18
totalizando 24 animais. O adsorvente foi utilizado no concentrado oferecido aos animais do 19
grupo tratado, na dose de 1,5 kg por tonelada. O período experimental foi de 38 dias e os 20
animais, quando atingiram média de 26,4 Kg de peso corporal, foram abatidos. O ganho de 21
peso diário foi superior no grupo tratado (216,23 g) em relação ao grupo controle (185,89 g). 22
O consumo de matéria seca (em % do peso corporal) não obteve diferença entre os 23
tratamentos, sendo grupo tratado (1,89%) e controle (1,78%). O perfil sanguíneo não se 24
mostrou diferente entre os grupos. As médias para área de olho de lombo, espessura de 25
gordura subcutânea e marmoreio foram 1393 mm2, 2,66 mm e 3,20 no grupo tratado e 1216 26
mm2, 2,6 mm e 3,25 no grupo controle, respectivamente. Os rendimentos de carcaça 27
biológico, quente, fria, e o índice de quebra não foram diferentes entre si, sendo as médias 28
de 45,3, 44,1% e 2,7%, respectivamente. As carcaças apresentaram-se semelhantes quanto 29
a conformação, com média de 3,95 e 3,83 para acabamento de gordura. As perdas por 30
descongelamento e cocção, pH da carne, EE e PB, não diferiram entre os grupos, 31
apresentando valores médios de 17,9, 66,2, 5,7, 3,5 e 24,0%, respectivamente. Houve efeito 32
de sexo para os níveis de PB e EE da carne. Conclui-se que é viável o uso de adsorvente 33
de micotoxinas em cordeiros confinados com uso de resíduos agroindustriais e o uso do 34
aditivo resulta em maior ganho de peso diário e lucro líquido médio. 35
Palavras-chave: aflatoxina, coproduto, desempenho, milho, silagem de milho, zearalenona.36
32
VIABILITY OF THE USE OF MYCOTOXIN ADSORBENT IN THE TERMINATION OF 37 TEXEL LAMBS IN CONFINEMENT 38
39 SÁVIO, Pedro Leonardo Olszewski. Viability of the use of mycotoxin adsorbent in the 40 termination of texel lambs in confinement. 2018. 40 pages. Academic Master’s 41 Dissertation Health and Production of Ruminants (Academic Master in Health and 42 Production of Ruminants) – Northem University of Paraná, Arapongas, 2018 43
44
Abstract 45
The objective of this study was to evaluate the viability of the use of adsorbents in 46
confined lamb diets, by means of performance, carcass, lamb meat of the Texel breed. 47
The diets used had corn, soy, agricultural residue and corn silage divided into two 48
groups called TREATED and CONTROL, obtaining daily weight gain 15% higher in the 49
treated group and total net profit fron 12.9% higher in the period. The adsorbent was 50
made based on glucans extracted from the cellular wall of Saccharomyces cerevisae. 51
The experimental design used was entirely randomized with six repetitions each, each 52
stall being a repeat, and each bay containing two animals. Six males and six females 53
were used in each treatment, totaling 24 animals. The adsorbent was used in the 54
concentrate offered to the animals of the treated group, at a dose of 1, 5 kg per tonne. 55
The trial period was 38 days and the animals, when they reached an average of 26.4 56
Kg of body weight, were slaughtered. The daily weight gain was higher in the 57
TREATED group (216.23 g) in relation to the control group (185.89 g). The 58
consumption of dry matter (in% of body weight) did not have a difference between the 59
treatments, being treated group (1.89%) and control (1.78%). The blood profile showed 60
no difference between the groups. Mediums for rib eye area, subcutaneous fat 61
thickness and marbling were 1393 mm², 2.66 mm and 3.20 in the treated group and 62
1216 mm², 2.6 mm and 3.25 in the control group, respectively. The yields of biological, 63
hot, cold carcasses and the index of breakage were not different from each other, the 64
averages of 45.3%, 44.1% and 2.7%, respectively. The carcases were similar to 65
conformation, with an average of 3.95 and 3.83 for the finishing of fat. The defrosting 66
and cooking losses, pH of the meat, EE and PB, did not differ between the groups, 67
presenting average values of 17.9, 66.2, 5.7, 3.5 and 24.0%, respectively. There was 68
sex effect for the PB and EE levels of the meat. It is concluded that the use of 69
mycotoxins in confined lambs with the use of agro residues is feasible and the use of 70
the additive results in greater daily weight gain and average net income. 71
72
Key words: Aflatoxin, coproduct, corn, corn silage, coproduct, performance, 73 Zearalenone. 74 75 76
77
78
79
80
33
Introdução 81
82 A produção de ruminantes de corte, em um país com alta produção agrícola 83
como o Brasil, torna-se ainda mais interessante devido a alta disponibilidade de 84
resíduos agrícolas, que são amplamente utilizados na fase final de confinamento e 85
engorda. Além disso, um possível aumento na produção e consumo dos produtos da 86
cadeia ovina deverão ocorrer em função de alguns fatores, como crescimento natural 87
da população e o crescimento de renda (MADRUGA et al., 2005). 88
Estudos mostram que o consumo de carne ovina vem passando por 89
mudanças que caracterizam impulsionamento no setor pelos consumidores de maior 90
poder aquisitivo. Da mesma forma intensificou a concorrência, gerando inovação, 91
acesso a novos produtos, a diferenciação e a criação de nichos de mercado (FIRETTI 92
et al. 2011). 93
A criação extensiva dos rebanhos no Brasil não consegue atender a demanda 94
dos grandes centros urbanos, o que leva a importações da carne de cordeiros de 95
outros países, como Uruguai e Argentina. Neste contexto, considera-se que existe 96
espaço no mercado nacional para a intensificação da produção, buscando maior 97
tecnificação e competitividade aos criatórios para atendimento das exigências 98
quantitativas e qualitativas do mercado, juntamente com resultados lucrativos (NUNES 99
et al., 2007). 100
Recentemente muitas pesquisas tem sido realizadas em todo o mundo 101
mostrando que a contaminação por micotoxinas em resíduos agrícolas e alimentos 102
destinados ao consumo animal é de 30 a 100% das amostras (MARIN 2013; 103
RODRIGUES 2012; STREIT 2013). As grandes barreiras para obter maior aceitação 104
do uso de coprodutos na alimentação animal é a alta variabilidade na composição de 105
nutrientes e a frequente presença de micotoxinas. Entretanto a inclusão destas 106
matérias primas tem forte impacto no custo da dieta total dos confinamentos, o que 107
aumenta a rentabilidade e competitividade dos produtores (PINOTTI. 2011). Muitos 108
coprodutos são vulgarmente denominados nas fábricas de ração como resíduo 109
agrícola, e comumente chamado pelos produtores de “misturão”. 110
Uma opção para minimizar esse problema é o uso de adsorventes de 111
micotoxina nas dietas de ruminantes, considerando a maneira mais promissora de 112
reduzir os efeitos das micotoxicoses (GALVANO et al. 2001). Em cordeiros texel 113
confinados, não há estudos científicos que mostrando a viabilidade bioeconômica do 114
uso de adsorvente de micotoxinas (extraídos de Sccharomyces cerevisae), tornando 115
esta pesquisa pioneira no seguimento. 116
117
34
118
Material e Métodos 119
O experimento foi realizado na Universidade Norte do Paraná, Campus de 120
Arapongas, Paraná. Foram utilizados 24 cordeiros da raça Texel, sendo 12 machos e 12 121
fêmeas, com peso médio de 18,6 kg ± 1,6. Os animais foram alojados em 12 baias, 2 122
animais de mesmo sexo por baia, sendo cada baia a unidade experimental. O delineamento 123
experimental utilizado foi inteiramente casualizado com dois tratamentos: Grupo TRATADO 124
(com adsorvente de micotoxinas) ou Grupo CONTROLE (sem adsorvente) e seis 125
repetições cada, sendo que cada baia representa uma repetição. 126
As rações foram compostas por 30% de silagem de milho e 70% de concentrado na 127
matéria seca, sendo o concentrado (composto por milho moído, farelo de soja, resíduo misto 128
agrícola, calcário calcítico, óleo de soja e mistura mineral), conforme composição na Tabela 129
1. As dietas foram elaboradas para atenderem às exigências de cordeiros de maturidade 130
precoce, para ganhos de 250g por dia. O adsorvente, com princípio ativo de betaglucanos, 131
extraídos da parede de levedura de Sccharomyces cerevisae, em conjunto com bentonitas, 132
foi utilizado no concentrado, do grupo com adsorvente, na dose de 1,5 kg por tonelada. 133
Tabela 1 – Composição dos ingredientes e composição bromatológica das dietas 134
experimentais (%) ofertadas para cordeiros em terminação 135
Ingredientes (%) TRATADO CONTROLE
Milho moído 29,35 29,35
Farelo de Soja 24,18 24,2
Resíduo Misto 9,7 9,7
Silagem 30,0 30
Sal mineral 0,98 0,98
Calcário calcitico 0,58 0,58
Bicarbonato de sódio 0,99 0,99
Óleo vegetal 4,13 4,13
Adsorvente 0,15 0
Composição bromatológica
Matéria Seca 41,85 45,52
Matéria Mineral 5,18 5,29
Proteína Bruta 17,69 19,20
Extrato Etéreo 3,49 3,61
Fibra em Detergente Neutro 38,27 36,51
Fibra em Detergente Ácido 20,07 21,57
Lignina 6,69 4,71
35
*Nutrientes Digestíveis Totais 70,40 71,00
Capelle et al (2001) 136 137
Os alimentos (dieta total e ingredientes isolados) de ambos os tratamentos foram 138
analisadas, quanto à composição em micotoxinas, pelo laboratório Samitec (Soluções 139
Analíticas Microbiológicas e Tecnológicas Ltda). A dieta total foi coletada a cada 15 dias 140
realizado 3 análises, onde o resultado apresentado na tabela 2 mostra a média destas 3 141
análises. A separação dos compostos foi feita por cromatografia líquida de alta eficiência 142
(HPLC) com detecção por espectrometria de massas sequencial (MS/MS). As amostras 143
avaliadas estavam acima dos limites de quantificação para as micotoxinas: Aflatoxina 144
B1(AFB1), Fumonisina (FB1, FB2), Zearalenona (Zea) e Desoxinivalenol (DON) conforme 145
na Tabela 2. A análise completa das micotoxinas na dieta estão no Anexo 1. 146
Tabela 2 - Níveis de micotoxinas presentes na dieta dos cordeiros. 147
DIETA DT MILHO RES. SIL. LIMITES ANVISA 2011
AFB1 1,3*
1,4*
>20
FB1 1466,6* 3330,2* 5292*
>200
FB2 506,7* 1140,8* 1738,6*
>200
ZEA 79,46*
168,5* 53,6* >1000
DON 66,6*
342*
>3000 *Aflatoxina B1 (AFB1); *Desoxinivalenol (DON); *Fumonisina B1,B2 (FB1, FB2); *Zearalenona (ZEA) *μg/kg *Dieta Tota (DT) 148 Resíduo Misto (RES.) Silagem de Milho (SIL) 149
150
A oferta de alimentos foi regulada através do controle de sobras no cocho, mantidas 151
em aproximadamente 15% do total ofertado. 152
Para monitorar o desempenho, os animais foram pesados semanalmente e um dia 153
antes do abate, permitindo, assim, calcular o seu ganho de peso diário e total. No dia 154
anterior ao abate, foram submetidos a jejum de dieta sólida por 16 horas. 155
Foram avaliados também o perfil metabólico sanguíneo dos animais (níveis séricos 156
de glicose, creatinina, uréia, AST, triglicérides, colesterol e gama GT PP). Para isso, foram 157
coletadas amostras de sangue no dia zero do experimento, após o período de adaptação e 158
antes do abate. O sangue foi coletado por punção da veia jugular, usando tubos vacutainer 159
com heparina. As amostras de sangue foram centrifugadas (2500 rpm durante 15min), 160
sendo o plasma retirado e armazenado em tubos ependorf de 1 ml, congeladas a -20C°, 161
para posteriores análises. 162
Os animais foram abatidos com peso vivo médio de 26,4 kg ± 2.2 após 38 dias 163
de confinamento. No dia anterior ao abate, foram feitas mensurações da carcaça in 164
vivo, via ultrassonografia SonoScape S6vet, em tempo real, pelo lado direito do 165
36
animal. Para tanto, executou-se a tricotomia da região entre a décima segunda e 166
décima terceira vértebras torácicas, previamente. Foram mensuradas a área de olho 167
de lombo (AOL) com transdutor convexo multifrequencial à frequência de 5 MHz, e a 168
espessura de gordura subcutânea (EGS) e marmoreio com transdutor linear 169
multifrequencial, com frequência de 10MHZ. Estimou-se a taxa de marmoreio de forma 170
subjetiva, utilizando padrões fotográficos (AMSA, 2001), nos quais foram atribuídas 171
notas entre 1 a 10 (1 = traços de marmoreio e 10 = marmoreio abundante). Os animais 172
foram transportados pelo Frigorífico Salas (Rolândia, PR) um dia antes do abate e 173
permaneceram em jejum de sólidos por 16 horas. 174
Previamente ao abate, os animais foram pesados para obtenção do peso 175
corporal ao abate (PCA), insensibilizados por eletronarcose e, posteriormente, foram 176
abatidos por secção das veias jugulares e das artérias carótidas. Em seguida, o trato 177
gastrintestinal foi retirado, pesado e esvaziado para obtenção do peso corporal vazio 178
(PCV = PCA - conteúdo gastrintestinal), com o objetivo de calcular o rendimento 179
verdadeiro ou biológico (RV), que é a relação entre o peso da carcaça quente e o peso 180
corporal vazio (SANUDO E SIERRA, 1986). 181
Pés, cabeça e componentes internos foram removidos; então a carcaça foi 182
pesada, obtendo o peso da carcaça quente (PCQ). Após o abate, as carcaças foram 183
transportadas para uma câmara fria a 4°C durante 24 horas. Após o período de 184
resfriamento, as carcaças foram pesadas para obter o peso da carcaça fria (PCF). 185
Após o resfriamento de 24 horas, uma porção do músculo Longissimus dorsi foi 186
removida, acondicionada em isopor e encaminhada ao laboratório de bromatologia da 187
UNOPAR para as análises da carne. Esta foi cortada em dois bifes, um para cor, pH e 188
perda de água sob pressão (PAP), e um bife foi congelado para posterior análise da 189
composição química. 190
A cor, o pH, o marmoreio e a perda de água sob pressão foram determinados no 191
mesmo dia, logo após a amostragem (24h após o abate). A PAP foi realizada pelo 192
método de aplicação de pressão e o uso de papel de filtro (CAÑEQUE; SAÑUDO, 193
2000). 194
A leitura do pH da carne foi realizada no músculo Longissimus dorsi com a ajuda 195
de um medidor de pH digital portátil, TESTO® 205, com eletrodo de inserção (Testo 196
AG Germany). O aparelho foi calibrado com solução tampão de pH 4,00 e 7,00 e a 197
limpeza do eletrodo foi realizada com água destilada a cada leitura. A cor da carne foi 198
mensurada usando o colorímetro portátil KONICA MINOLTA, color reader CR-10 199
(Tokyo, Japão), com iluminante D65 e 10° no ângulo de inclinação para avaliação dos 200
componentes L* (luminosidade), a* (componente vermelho-verde) e b* (componente 201
37
amarelo-azul), os quais foram expressos pelo sistema de cor CIELAB. Foram 202
efetuadas medidas em três pontos de cada amostra de carne. 203
Para avaliar a viabilidade econômica da dieta foram considerados os custos 204
aplicados no ano de 2016 (período experimental): milho moído (0,6 R$/kg); farelo de 205
soja (1,18 R$/kg); coprotudo (0,40 R$/kg); silagem (200 R$/tonelada, 0,20R$/ kg MN; 206
0,66 R$/kg MS); sal mineral (1,7 R$/kg); calcário calcitico (0,08 R$/kg); bicarbonato de 207
sódio (1,96R$/kg), óleo vegetal (2,37 R$/litro) e adsorvente (11,20 R$/kg). O valor do 208
cordeiro vivo (aquisição do cordeiro) foi 8,00 R$ por kg de peso vivo, e a venda da 209
carcaça foi 23,00 R$/ kg de carcaça. 210
Os dados foram submetidos aos testes de Bartlet e de Shapiro-Wilk. Em seguida, 211
foram submetidos à análise de variância, executadas com auxílio do Software R, 212
aceitando nível de significância 5%. 213
214
Resultados e Discussão 215
216
Para as variáveis de desempenho dos animais (Tabela 3), não houve efeito do uso de 217
adsorvente sobre o consumo de matéria seca (por dia, em % do peso vivo). Entretanto, o 218
ganho de peso diário foi superior (P<0,05) para os animais que receberam o adsorvente 219
(216g) em relação aos que não receberam (185g) (P>0,05). (Tabela 1) e o lucro líquido 220
12,9% maior no grupo tratado (Tabela 4). 221
O grupo que recebeu adsorvente na dieta ganhou 15% a mais de peso por dia, 222
consumindo a mesma quantidade em matéria seca (p>0,05), o que indica uma possível 223
vantagem econômica ao produtor no final de um período de confinamento. Isso sugere que 224
as micotoxinas, comprovadamente presentes nos alimentos da dieta (Tabela 2), mesmo que 225
em doses permitidas pela ANVISA, podem trazer toxicidades e consequências ruminais. 226
Qualquer fator que interfira diretamente nessa flora irá impactar no desempenho dos 227
animais, assim como observou-se menor ganho de peso dos animais que não receberam o 228
adsorvente na dieta. Estudos comprovam que os ruminantes tem maior tolerância a 229
alimentação contaminada por micotoxinas em relação a monogástricos. Boa parte dessa 230
resistência superior está ligada a capacidade da microflora ruminal para degradar as 231
micotoxinas, transformando – as em substâncias menos potentes intermediárias (HUSSEIN 232
E BRASEL, 2001; FINK-GREMMELS, 2008). Porém Keissling et al (1984) mostrou que 233
ovelhas alimentadas com alto grão, perderam em 20% a capacidade de degradação das 234
micotoxinas por exemplo. Ou seja, existem situações (como elevada ingestão de 235
concentrados) em que a capacidade de biodegradação das micotoxinas pelo rúmen pode 236
ser diminuída. Não obstante, a biodegradação da Zearalenona, por exemplo, pode aumentar 237
38
a toxicidade de uma micotoxina como observado por Marczuk et al (2012), em que o 238
Zearalenol, metabólito da biotranformação da Zearalenona tem maior afinidade pelos 239
receptores de estrogênio intensificando os efeitos negativos causados por ela. 240
O menor ganho de peso diário no grupo controle possivelmente seja, também, em 241
função da contaminação dos alimentos pela fumonisina B1, que leva a aumentos na 242
concentração de amônia ruminal e reduz o fluxo de proteína microbiana no intestino delgado 243
(DANICKE et al, 2005). Além disso já foi relatado diminuições acentuadas na motilidade do 244
rúmen e aumentos no volume do líquido ruminal (Froetschel et al., 1986). 245
246
Tabela 3 - Variáveis do desempenho de cordeiros confinados com a presença ou não 247
de adsorvente na dieta 248
Variáveis Trat Femea Macho Media P (trat) P sexo P(trat*sex) cv
GPD TRAT 210,6 221,7 216,2a 0,05 0,65 0,77 13,62
CONT 184,6 187,1 185,8b
Média 197,6 204,4 201,0
CMS TRAT 1,94 1,83 1,89 0,28 0,25 0,39 8,88
(kg MS) CONT 1,83 1,73 1,78
Média 1,885 1,78 1,835
CPV (% PV) TRAT 4,27 4,02 4,14 0,33 0,21 0,46 3,95
CONT 4,08 4,02 4,05
Média 4,175 4,02 4,095
CA TRAT 4,55 3,92 4,3 0,36 0,86 0,84 13,91
CONT 4,78 5 4,74
média 4,665 4,46 4,52
Letras diferentes na linha diferem estatisticamente (p<0,05). *Ganho de Peso Diário (GPD); Consumo de 249 Matéria Seca (CMS); Consumo por Peso Vivo (CPV); Conversão Alimentar (CA), Grupo tratado (TRAT); Grupo controle 250
(CONT). 251
Os valores de consumo de matéria seca por dia e em % do peso vivo, dos 252
animais com adsorvente, foram de 1,89kg e 4,14%, enquanto dos animais sem 253
adsorvente foram 1,78kg e 4,05%. Ambos os grupos apresentaram consumo acima 254
das recomendações do NRC (2001), que seriam de consumo de 600g por dia de 255
matéria seca e 3% do peso vivo. 256
A conversão alimentar dos grupos com e sem adsorvente foram em média 4,3 e 257
4,7, respectivamente. Esses valores podem ser considerados normais para cordeiros 258
com aproximadamente dois meses de idade e foram melhores que os encontrados por 259
Véras et al. (2005), que avaliaram o desempenho de ovinos utilizando farelo de palma 260
em substituição ao milho, encontrando resultados de 5,71 até 10,07. Já Carvalho et al 261
(2005), trabalhando com 50% da dieta total de silagem de milho e substituição do 262
alimento concentrado por resíduo úmido de cervejaria nas proporções de 0%, 33%, 263
39
66% e 100%, conseguiu um resultado médio de 3,46, sendo inferior ao presente 264
estudo. 265
O uso de adsorvente de micotoxinas se mostrou economicamente viável (Tabela 266
3). O custo por kilograma de MS foram muito semelhantes nas dietas com e sem 267
adsorvente. Conforme os dados de desempenho, os animais tiveram consumo 268
semelhantes e ganho de peso superior nos animais do grupo tratado em 1,2 kg no 269
período todo, o que representa 15% a mais. Essa diferença no ganho de peso 270
proporcionou lucro liquido de 11,3% a mais no grupo tratado. 271
Tabela 4 – Viabilidade econômica do uso de adsorvente de micotoxina em cordeiros 272
recebdno ou não adsorvente de micotoxina 273
Variáveis TRATADO CONTROLE
Consumo /dia 1,89 1,78
Ganho peso /dia 0,216a 0,185b
Consumo total (kg MS) 71,82 67,64
Ganho peso total kg PV 8,208 7,03
Peso inicial do cordeiro (kg PV) 18,6 18,4
Peso final (kg PV) 27,1 25,73
Rendimento carcaça (%) 44 44,1
Carcaça (kg) 11,92 11,35
Custos (R$) TRATADO CONTROLE
Custo dieta R$/kg MS 0,84 0,83
Custo dieta consumida R$ ou U$ 60,33 56,14
Receita carcaça (23 R$/kg) 274,25 260,98
Valor do animal (8,0 R$/kg PV) 148,80 147,20
Custo total (animal e dieta) 209,13 203,34
Lucro líquido 65,12 57,64
Custos (U$) TRATADO CONTROLE
Custo dieta U$/kg MS 0,251 0,246
Custo dieta consumida U$ 18,04 16,65
Receita carcaça (6,8U$/kg) 81,14 77,21
Valor do animal (2,36 U$/kg PV) 44,02 43,55
Custo total (animal e dieta) 62,06 60,20
Lucro líquido 19,08 17,01 274
275
Os níveis bioquímicos sanguíneos dos animais pré abate (Tabela 5) não 276
apresentaram alterações marcantes dentre os animais que receberam as dietas com e 277
sem adsorvente (p>0,05). Também não houve diferença entre os níveis observados no 278
período de adaptação (anexo1) com os valores encontrados pré abate. 279
280
40
Tabela 5 - Níveis bioquímicos sanguíneos de cordeiros confinados recebendo ou não 281
adsorventes na dieta no pré abate 282
Variáveis Tratamentos
Sanguíneas TRATADO CONTROLE p Valores referencia**
Glicose 98,16 ±15,14 102,4 ± 14,13 NS 50,0 – 80,0 mg/dL
Uréia 59,6 ± 7,81 65,0 ± 9,85 NS 17,2 - 42,8 mg/dL
Creatinina 1,0 ± 0,11 1,18 ± 0,12 NS 1,2 - 1,9 mg/dL
AST 110,8±34,06 109,1±35,17 NS 0 – 90 UI/L **
Triglicerideos 20,9 ± 7,02 22,3 ± 6,07 NS 9,0 – 50,0 mg/dL
Colesterol 47,5 ± 11,24 45,9 ± 9,63 NS 52,0 – 76,0 mg/dL
GAMAGT 71,7 ± 15,67 64,58 ±18,61 NS 20,0 – 52,0 UI/L
*LOPES; BIONDO; SANTOS (2007); *JAIN (1993) 283
284
No período pré abate (Tabela 5), a glicose, a ureia e o GAMAGT apresentaram 285
valores acima dos valores de referência citados por Lopes, Biondo e Santos (2007), 286
enquanto a creatinina, AST e triglicerídeos ficaram dentro do intervalo referenciados pelos 287
autores; e o colesterol estava abaixo do limite de referência. A enzima AST apresentou 288
resultado superior a referência citada por Jain (1993). 289
290
Os valores de uréia sanguínea estão acimas da referência (17,2 a 42,8 mg/dL). 291
Segundo Wilson et al (1998) elevadas concentrações sanguíneas de uréia estão 292
relacionados a períodos de alta disponibilidade ruminal de nitrogênio. É importante ressaltar 293
que coprodutos podem apresentar baixo teor de energia, este fator associado a alta 294
disponibilidade de proteína faz com que o crescimento microbiano não esteja sincronizado 295
com a degradação mais rápida da proteína (RUSSEL et al., 1991). A amônia que é oriunda 296
principalmente da fermentação do alimento no rúmen, da autólise de células e da uréia 297
reciclada e dietética vai ao fígado por meio da circulação sanguínea onde entra no ciclo da 298
uréia (VISEK, 1979). O possível desiquiilibrio levou a sobrecarga hepática aumentando os 299
valores de AST e GAMAGT do animais testados. 300
As variáveis do peso vivo e rendimentos de carcaça (Tabela 5) dos cordeiros não 301
sofreram alterações em função do tratamento (p>0,05), do sexo (p>0,05) e interação entre 302
tratamento e sexo (p>0,05). 303
O peso inicial dos cordeiros semelhante entre os tratamentos e também entre 304
machos e fêmeas, demonstra a homogeneidade do lote utilizado na pesquisa. O peso final 305
dos animais com e sem adsorvente não variaram entre si, apesar da significativa diferença 306
de ganho de peso apresentada (Tabela 4). 307
41
O grupo tratado obteve média para acabamento de 4,08, e o grupo controle foi 308
classificado com média 3,58, não indicando diferença significativa entre os tratamentos 309
(p>0,5). O grau de acabamento médio entre os tratamentos de 3,8, apesar de ser um escore 310
subjetivo, indica que as carcaças terão uma proteção eficiente contra os efeitos do 311
resfriamento na câmara fria, pois a cobertura de gordura as protege do rápido resfriamento, 312
influenciando na maciez e qualidade da carne (OSÓRIO et al, 2014). 313
O uso de adsorvente de micotoxina não interferiu na conformação das carcaças, 314
sendo que os dois grupos tiveram média de 3,95 Carvalho et al (2017) utilizando resíduos 315
da agroindústria (resíduo úmido de cervejaria) em substituição à silagem de sorgo que 316
obteve resultado de 3,03. 317
Os rendimentos de carcaça (Tabela 6) quente, fria e verdadeiro não se 318
diferenciaram entre os tratamentos (p>0,05). Isso já era esperado, uma vez que as dietas 319
foram semelhantes, com relação a proporção de volumoso e concentrado. Segundo ARC 320
(1980), o rendimento de carcaça é dependente da quantidade de conteúdo gastrointestinal 321
do animal e diretamente influenciado pela relação volumoso e concentrado dos animais, 322
considerando que os dois grupos receberam a mesma proporção, ambos resultados não 323
diferiram entre si. Carvalho et al (2015) encontraram rendimento de carcaça fria de 43,23% 324
em cordeiros Texel, utilizando 33,5% de casca de soja em substituição a silagem de sorgo, 325
abatido com 27kg de peso vivo. Resultado próximo aos 44,11% encontrados no presente 326
experimento. 327
Em revisão feita com cordeiros de maturidade precoce de várias raças, observou-se 328
variação de 1,2 a 6,63% no índice de quebra da carcaça (SILVA, SOBRINHO, 2008). Os 329
valores médios da presente pesquisa foram abaixo de 3% (Tabela 6), indicando carcaças 330
bem protegidas, uma vez que o principal fator que interfere nessa variável é o teor de 331
gordura existente na carcaça. 332
42
Tabela 6 – Variáveis do peso vivo e da carcaça dos cordeiros confinados recebendo ou não 333 adsorventes na dieta no pré abate. 334
Trat Fêmea Macho Média
p (Trat) p (sexo) p (T* sex)
CV (%)
Peso Inicial TRAT 18,68 18,65 18,66
CONT 18,93 18,03 18,48
Média 18,8 18,34 18,57 0,79 0,51 0,54 8,89
Peso TRAT 26,9 27,3 27,1
Final CONT 26,13 25,33 25,73
média 26,51 26,31 26,41 0,158 0,832 0,527 8,57
Acab. TRAT 4,33 3,83 4,08
CONT 3,5 3,66 3,58
média 3,915 3,745 3,83 0,11 0,58 0,28 19,86
Confor TRAT 3,83 3,66 3,75 0,31 0,84 0,84 24,11
CONT 4,16 4,16 4,16
média 3,995 3,91 3,955
PCF TRAT 11,85 12,08 11,97 0,35 0,75 0,5 12,25
CONT 11,7 11,1 11,4
média 11,775 11,59 11,68
PCQ TRAT 12,2 12,44 12,32 0,32 0,77 0,51 12,10
CONT 11,99 11,4 11,7
média 12,095 11,92 12,01
RCQ TRAT 45,36 45,36 45,36 1,00 0,66 0,67 4,99
CONT 45,78 44,93 45,35
média 45,57 45,14 45,36
RCF TRAT 44,05 44,03 44,04 0,87 0,62 0,63 5,07
CONT 44,66 43,72 44,19
média 44,35 43,87 44,11
RCV TRAT 50,14 51,02 50,58 0,36 0,79 0,6 5,19
CONT 51,74 51,45 51,6
média 50,94 51,23 51,09
PR TRAT 2,89 2,91 2,90 0,34 0,32 0,95 21,71
CONT 2,45 2,68 2,50
média 2,67 2,79 2,73 *Acabamento (Acab.); Conformação (Confor.); Peso de Carcaça Fria (PCF); Peso de Carcaça Quente (PCQ); 335 Rendimento de Carcaça Quente (RCQ); Rendimento de Carcaça Fria (RCF); Rendimento de Carcaça 336 Verdadeiro (RCV); Perda por Resfriamento (PR). Grupo Tratado (TRAT); Grupo Controle (CONT). 337 338
43
A AOL (Tabela 7) não apresentou diferença significativa, e os valores foram de 339
13,93 e 12,16cm², com adsorvente e sem adsorvente, respectivamente. As medidas 340
observadas no grupo tratado foram superiores às encontradas por Lima et al (2013), 341
utilizando 60% de alto grão e 40% de feno de aveia em cordeiros Texel. No mesmo artigo, 342
na dieta 100% alto grão, identificaram marmoreio de 2,75, também inferiores aos 3,30 e 3,25 343
observados nos grupos com e sem adsorvente, respectivamente. 344
345
Tabela 7 – Estimativas ultrassonográficas da área de AOL (área de olho de lombo), EGS e 346 marmoreio de cordeiros recebendo ou não adsorventes de micotoxina 347
Trat Fêmea Macho Media P (trat) P sexo P(trat*sex) cv
AOL TRAT 1495 1291 1393 0,2 0,08 0,75 26,55
CONT 1362 1071 1216 média 2176 1716 1304,5 Marmoreio TRAT 3,16 3,25 3,20 0,88 0,66 0,88 20,40
CONT 3,16 3,33 3,25 média 3,16 3,29 3,22 EGS TRAT 2,44 2,87 2,66 0,81 0,91 0,1 22,62
CONT 2,79 2,41 2,6 média 2,615 2,64 2,63
*Área de olho de lombo (AOL); Espessura de gordura subcutânea (EGS); Grupo tratado (TRAT); Grupo controle (CONT).
348
Os valores foram estimados apenas via ultrassonografia (US), pois segundo Costa 349
e Cartaxo (2008), existe correlação positiva entre as medidas de US e na carcaça, sendo 350
para AOL de 0,75, e para EGS de 0,45. 351
Não foi observado diferenças significativas (p>0,05) entre o marmoreio (3,20 352
e 3,25) EGS (2,66 e 2,60) dos grupos tratado e controle, respectivamente. Giongo et al 353
(2016) obtiveram resultado médio de EGS de 1,4 em cordeiros Texel menores que 12 354
meses, porém, em regime de pasto. Isso demonstra que o sistema de confinamento pode 355
produzir maior EGS possivelmente em resposta a maiores teores de energia na dieta. 356
Segundo Pethick et al (2005), a gordura de marmoreio em ruminantes em geral e de 357
aparecimento tardio nos animais, justificando portanto os baixos escores de marmoreio 358
apresentados em tais animais. Além disso, a carne de cordeiro normalmente não apresenta 359
escores elevados de marmoreio na carne. 360
As variáveis qualitativas da carne estão descritas na Tabela 8. A proteína bruta e o 361
extrato etéreo da carne tiveram efeito de sexo apenas (p<0,05). A PB dos machos foi de 362
24,86% e foi superior a das fêmeas (23,18%); enquanto o extrato etéreo destas (4,28%) foi 363
44
superior ao dos machos (2,8%). A maior precocidade das fêmeas pode justificar o aumento 364
de EE em relação aos machos e diminuição de PB (Vergara et al. ,1999).. 365
366
Tabela 8 – Variáveis da carne de cordeiros recebendo ou não adsorventes de micotoxina. 367
Variáveis Trat Fêmea Macho Media P (trat) P sexo P(trat*sex) CV (%)
umidade TRAT 67,75 68,91 68,33 0,19 0,87 0,59 5,77
CONT 70,87 70,23 70,55
média 69,31 69,57 69,44
PB TRAT 24,45 22,25 23,35 0,44 0,03 0,33 18,37
CONT 21,91 27,47 24,69
média 23,18B 24,86A 24,02
EE TRAT 4,51 2,82 3,66 0.81 0,04 0,63 40,89
CONT 4,05 2,98 3,52
média 4,28ª 2,9B 3,59
PDESC TRAT 17,38 18,72 18,05 0.89 0,3 0,68 27,01
CONT 16,24 19,3 17,77
média 16,81 19,01 17,91
PERDA COCÇÃO TRAT 60,57 67,4 63,98 0,16 0,41 0,19 11,78
CONT 69,3 67,76 68,53
média 64,93 67,58 66,25
PH CARNE TRAT 5,6 5,68 5,64 0,14 0,78 0,58 8,57
CONT 5,81 5,78 5,79
média 5,705 5,73 5,715
L* TRAT 52,75 55,16 53,96 0,61 0,01 0,33 6,60
CONT 52,13 57,1 53,61
média 52,44 56,13 53,785
TRAT 12,97b 12,49b 12,73 0,59 0,005 0,02 20,07
A* CONT 14,58a 10c 12,29
média 13,77 11,24B 12,51
B* TRAT 10,33 10,95 10,64 0,45 0,86 0,16 11,51
CONT 10,66 9,86 10,26
média 10,495 10,405 10,45 *Luminosidade (L); Componente vermelho-verde (A); Componente Amarelo Azul (B); Proteína Bruta (PB); Extrato 368 Etéreo (EE); Perda por descongelamento (PDESC). Letras maiúsculas diferentes seguidas na coluna diferem 369 estatisticamente (p<0,05) 370
45
Os parâmetros de cor da carne L* e A* tiveram efeito de sexo, e a variável A 371
teve interação entre tratamento e sexo. Segundo Vergara et al. (1999), a coloração da 372
carcaça pode ser diferente entre fêmeas e machos, sendo que fêmeas podem 373
apresentar carne mais escura e um pouco mais suculentas que os machos, devido a 374
maior precocidade e ao grau de acabamento. 375
Não houve diferença significativa para as medidas de pH entre os 376
tratamentos (p>0,05), a média entre os dois grupos foi 5,71, dentro dos padrões 377
adequados de 5,4 a 5,8 (LAWRIE, 2005; RAMOS E GOMIDE, 2007) para a carne 378
ovina. PDESC e perda por cocção também não apresentaram efeitos de tratamento, 379
sexo e interação (p>0,05). 380
Giongo et al (2016) avaliando cordeiros texel de diferentes idades terminados 381
a pasto encontrou resultado médio de pH de 6,01 também com 24 horas de 382
resfriamento. Lima et al 2013 estudando cordeiros Texel terminados com dieta 100% 383
no sistema de grão inteiro obteve pH igual a 5,48 e perda por cocção, semelhantes 384
aos do presente estudo. 385
386
Conclusão 387 388
O uso do adsorvente de micotoxinas no confinamento de cordeiros Texel com 389
dietas usando resíduos da agroindústria aumenta o ganho de peso diário dos animais 390
e não altera as caracteristicas da carcaça e da carne, sendo econômica e 391
biologicamente viável. 392
46
393 Referências 394 395 ANVISA – Anvisa estabelece limites para presença de micotoxinas em alimentos, 396 2011. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-397 busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col398 _id=column1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_co399 ntent&_101_assetEntryId=2663554&_101_type=content&_101_groupId=219201&_101400 _urlTitle=anvisa-estabelece-limites-para-presenca-de-micotoxinas-em -401 alimentos&inheritRedirect=true> acesso em 19/04/2018. 402 403 ARC -agricultural research council. The nutrient requirements of ruminant’s 404 livestock.Brasileira de Saúde e Produção Animal, Salvador, v. 9, 405 406
Binder, E.M.; Tan, L.M.; Chin, L.J.; Handl, J.; Richard, J. Worldwide occurrence of 407 mycotoxins in commodities, feeds and feed ingredients. Anim. Feed Sci. Technol. 408 2007, 137, 265–282. [Google Scholar] [CrossRef] 409 410
CANEQUE, V.; SANUDO, C. (Coord.). Metodologia para el estudio de la calidad de la 411 canal y de la carne en rumiantes. Madrid: INIA, 2000. 255p. (INIA. Monografias. 412 Ganadera, 1) carne de cordeiros Texel AOL carvalho 2017 Arq. Bras. Med. Vet. 413 Zootec., v.69, n.3, p.742-750, 2017. 414 415 416 CARVALHO et al 2015 Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 3, suplemento 1, 417
p. 2131-2140, 2015 418
CARVALHO, S. et al. Resíduo úmido de cervejaria na terminação de cordeiros em 419
confinamento e seus efeitos sobre as características da carcaça e dos componentes 420
não carcaça. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. [online]. 2017, vol.69, n.3, pp.742-750. ISSN 421
1678-4162. http://dx.doi.org/10.1590/1678-4162-8573. 422
COSTA E CARTAXO - Interferência da dieta de alto grão sobre as características da 423 carcaça e carne de cordeiros Texel AOL. 424 425 COSTA, R. G.; CARTAXO, F. Q.; SANTOS, N. M.; QUEIROGA, R. C. R. E. Carne 426 caprina e ovina: composição lipídica e características sensoriais. Revista Brasileira de 427 Saúde e Produção Animal, Salvador, v. 9, n. 3, p. 497-506, 2008. 428 429 Dänicke, S, K Matthäus, P Lebzien, H Valenta, K Stemme, K-H Ueberschär, E 430 Razzazi- Fazeli, J Böhm, and G Flachowsky. 2005. "Effects of Fusarium toxin-431 contaminated wheat grain on nutrient turnover, microbial protein synthesis and 432 metabolism of deoxynivalenol and zearalenone in the rumen of dairy cows." Journal Of 433 Animal Physiology And Animal Nutrition 89, no. 9-10: 303-315. 434 435 Fink-Gremmels, J. 2008. The role of mycotoxins in the health and performance of dairy 436 cattle. Vet. J. 176:84-92. 437 438 FIRETTI, R.; CARRER, C. C.; RIBEIRO, M. M. L. O.; MOREIRA, A. L. Características 439 da carne ovina em função de diferentes níveis de renda do consumidor: propostas 440 para segmentação de mercado. In: Congresso da sociedade brasileira de economia, 441 administração e sociologia rural. 49º ed. Belo Horizonte, Piracicaba: SOBER, 2011. 442
47
443 GIONGO , C. NALÉRIO, DIAS, L. B. BORBA, M.F.S., FISHER, D.C. Características de 444
carcaça e da carne de ovinos da raça texel com diferentes idades de abate 2016 XXV 445
Congresso Brasileiro de Ciência e tecnologia de Alimentos GRAMADO/RS 446
Hussein, H.S., and J.M. Brasel. 2001. Toxicity, metabolism, and impact of mycotoxins 447 on humans and animals. Toxicol. 167:101-134. 448 449 JAIN, N.C. Essentials of veterinary hematology. Philadelphia: Lea & Febiger, 1993. 450 Lawrie, R. A. (2005) Ciência da Carne (6 ed). Porto Alegre: Artmed 451
Kiessling, K-H., H. Pettersson, K. Sandholm, and M. Olsen. 1984. Metabolism of 452 aflatoxin, ochratoxin, zearalenon, and three trichothecenes by intact rumen fluid, rumen 453 protozoa, and rumen bacteria. Appl. Environ. Microbiol. 47:1070-1073. 454 455 Kootz, J.L. 2015. Activities and effects of ergot alkaloids on livestock physiology and 456 production. Toxins. 7:2801-2821. 457 458
LIMA L. D, REGO F. C. A, JUNIOR C. K. ; AZAMBUJA E. L., CONSTANTINO C. ; 459
BELAN L. ; GASPARINE M. J. ; SANCHEZ A. F. ; ZUNDT M. Desempenho, viabilidade 460
econômica e carcterísticas de carcaça de cordeiros alimentados em confinamento com 461
rações contendo diferentes teores de glicerina bruta. Semina: Ciências Agrárias, 462
Londrina, v. 34, n. 6, suplemento 2, p. 4053-4064, 2013 463
464
LOPES S. T. A, BIONDO A. W., Santos A. P. Manual de Patologia Clínica Veterinária. 465
2007UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CCR M.; QUEIROGA, R. 466
C. R. E. Carne caprina e ovina:n. 3, p. 497-506, 2008. 467
468
MAGALHÃES, K. A.; et al. Panorama e perspectivas nacional da ovinocultura e 469 caprinocultura, 2016. Disponível em https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-470 /noticia/8698648/estudo-aponta-tendencias-para-caprinocultura-e-ovinocultura-nos-471 cenarios-nacional-e internacional> acesso em 21/02/2018. 472 473
Marin, S.; Ramos, A.J.; Cano-Sancho, G.; Sanchis, V. Mycotoxins: Occurrence, 474 toxicology, and exposure assessment. Food Chem. Toxicol. 2013, 60, 218–237 475 476 MADRUGA, M.S.; SOUSA, W. H.; ROSALES, M. D.; CUNHA, M. D. G.; RAMOS,J. 477 L. F. Qualidade da carne de cordeiros Santa Inês terminados em diferentes dietas. 478 RevistaBrasileira de Zootecnia. v. 344, n.1, p. 309-315, 2005 479 480
Marczuk, J., K. Obremski, K. Lutnicki, M. Gajecka, and M. Gajecki. 2012. Zearalenone 481 and deoxynivalenol mycotoxicosis in dairy cattle herds. Polish J. Vet. Sci. 15:365- 482 372. 483
484
NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requeriments of dairy cattle. 485
7.rev.ed. Washinton, D.C.: 2001. 381p. 486
48
NUNES, H.; ZANINE, A.M.; MACHADO, T.M.M.; CARVALHO, F.C. Alimentos 487 alternativos na dieta dos ovinos: Uma revisão. Asociación Latino americana de 488 Producción Animal, v. 15, n. 4, p.147-158, 2007 489 490 OSÓRIO, J. C.S., Produção de Ovinos no Brasil: Produção e qualidade da carne 491 ovina. 492 493 PETHICK, D. W., D'SOUZA, D. N., DUNSHEA, F. R., & HARPER, G. S. Fat 494 Ramos, E. M., Gomide, L. A. M. (2007) Avaliação da qualidade de carnes ‐ 495
fundamentos e metodologias. Viçosa: UFV 496
Pinotti, L.; Dell’Orto, V. Feed safety in the feed supply chain. Biotechnol. Agron. Soc. 497
Environ. 2011, 15, 9–14. 498
Rodrigues, I.; Naehrer, K. A three-year survey on the worldwide occurrence of 499
mycotoxins in feedstuffs and feed. Toxins 2012, 4, 663–675 500
RUSSELL, J.B., O’CONNOR, J.D., FOX, D.J. et al.. 1992. A net carbohydrate and 501 protein system for evaluating cattle diets. I. Ruminal fermentation. J. Anim. Sci., 502 70(11):3551-3561 503 504
SAÑUDO, C., SIERRA, I.. Calidad de la canal en la especie ovina. In: Revista Ovino. 505
p. 127-153, 1986. 506
SELAIVE A.B. e OSÓRIO J.C.S., São Paulo, Roca. v.1, p.400-445.2014.557 507 Metabolism and regional distribution in ruminants and pigs-influences in genetics and 508 nutrition. Recent Advances in Animal Nutrition, v.15, p. 39-45. 2005. 509 510
Streit, E.; Naehrer, K.; Rodrigues, I.; Schatzmayr, G. Mycotoxin occurrence in feed and 511
feed raw materials worldwide: Long-term analysis with special focus on Europe and 512
Asia. J. Sci. Food Agric. 2013 513
Streit, E.; Schatzmayr, G.; Tassis, P.; Tzika, E.; Marin, D.; Taranu, I.; Tabuc, C.; 514
Nicolau, A.; Aprodu, I.; Puel, O.; et al. Current Situation of Mycotoxin Contamination 515
and Co-occurrence in Animal Feed—Focus on Europe. Toxins 2012, 4, 788–809. 516
SILVA SOBRINHO. Produção de carne ovina / américo Garcia da silva sobrinho (et al) 517
Jaboticabal Funep, 2008 228 p. il 21 cm 518
VÉRAS, R.M.L.; FERREIRA, M.A.; CAVALCANTE, C.V.A. et al. Substituição do milho 519 por farelo de palma forrageira em dietas de ovinos em crescimento. Desempenho. 520 Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p.249-256, 2005. 521 522 VISEK, W.J. 1979. Ammonia metabolism, urea cycle capacity and their biochemical 523 assesment. Nutr. Rev., 37(9):273-282 524 525 WILSON, R.C., OVERTON, T.R., CLARK, J.H. 1998. Effectsof Yucca shidigera extract 526 and soluble protein on performance of cows and concentrations of urea nitrogen in 527 plasma an milk. J. Dairy Sci., 81(4):1022-1027. 528 529
49
Anexo 1 530
Tabela 8 – Níveis de micotoxinas presentes na dieta dos cordeiros. 531
*15-Ac Desoxinivalenol (15 DON); *3-AcDesoxinivalenol (3 DON); *Aflatoxina 532
B1,B2,G1,G2 (AFB1,AFB2, AFG1, AFG2); *Desoxinivalenol (DON); *Fumonisina 533
B1,B2 (FB1, FB2); *Fusarenon (FX); *Ocratoxina A (OTA); *Toxina HT2,9 (HT-2); 534
*Toxina T2 (T-2). 535
TIPO DA
DIETA
DIETA
TOTAL
PERÍODO
1
DIETA
TOTAL
PERÍODO
2
DIETA
TOTAL
PERÍODO 3
SOJA MILHO RESÍDUO SILAGEM
AFB1 1,3 μg/kg (ppb)
1,3 μg/kg (ppb)
1,3 μg/kg (ppb)
<LQ <LQ 1,4 μg/kg (ppb)
<LQ
AFB2 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
AFG1 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
AFG2 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
FB1 1005,6 μg/kg (ppb)
1076,3 μg/kg (ppb)
2318 μg/kg (ppb)
<LQ 3330,2 μg/kg (ppb)
5292 μg/kg (ppb)
<LQ
FB2 366 μg/kg (ppb)
401,4 μg/kg (ppb)
752,7 μg/kg (ppb)
<LQ 1140,8 μg/kg (ppb)
1738,6 μg/kg (ppb)
<LQ
ZEA 101,4 μg/kg (ppb)
97,4 μg/kg (ppb)
39,6 μg/kg (ppb)
<LQ <LQ 168,5 μg/kg (ppb)
53,6 μg/kg (ppb)
DON <LQ 200 μg/kg (ppb)
<LQ <LQ <LQ 342 μg/kg (ppb)
<LQ
OTA <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
15 DON <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
3DON <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
FX <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
HT-2 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
T-2 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ