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Relatório de Avaliação Econômica
Programa de Qualificação Profissional
Liga das Senhoras Católicas
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São Paulo – SP
Fundação Itaú Social
Julho/2016
Relatório de Avaliação Econômica
Programa de Qualificação Profissional
Liga das Senhoras Católicas
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Iniciativa Relatório de Avaliação Econômica Fundação Itaú Social
Vice-presidente Programa de Qualificação
Profissional Fábio Barbosa
Superintendente Coordenação Editorial Angela Cristina Dannemann Elaine Toldo Pazello Luiz Guilherme Scorzafave Marina Brito Ferraz Coordenador Antonio Bara Bresolin Execução
Elaine Toldo Pazello Luiz Guilherme Scorzafave
Equipe Carlos Eduardo Garrido Concepção e Contribuições Clarissa Gondim Teixeira Antonio Bara Bresolin Flávia Defacio Carina Takeuti Karen Dias Mendes Karen Dias Mendes Marina Brito Ferraz Ligia Maria de Vasconcelos Samara Fonteles da Cunha Marina Brito Ferraz
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Sumário
1. Introdução .................................................................................................................9
2. Pesquisa de campo final e taxa de resposta.......................................................... 11
3. Perfil dos alunos da Liga........................................................................................15
4. Cursos de qualificação profissional........................................................................23
5. Análise de impacto ..................................................................................................26
5.1. Hipótese de identificação para as estimativas de interesse............................27
5.2. Indicadores de impacto de interesse...............................................................32
5.3. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre
os indicadores de interesse....................................................................................41
5.4. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre os indicadores
de interesse – estimativas via pareamento............................................................46
6. Análise do Retorno Econômico do Projeto de Qualificação Profissional................49
Comentários Finais..................................................................................................... 57
Apêndice A – Questionário – Versão Final.................................................................63
Apêndice B – Impacto do monitoramento sobre a taxa de resposta
no campo final............................................................................................................78
Apêndice C – Análise do atrito na pesquisa de campo final.......................................80
Apêndice D – Todos os tratados x controles “limpos”................................................82
Apêndice E – Estimativa do propensity-score e análise do balanceamento
do pareamento............................................................................................................86
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Índice de Tabelas
Tabela 1 – Evolução da amostra................................................................................12
Tabela 2 – Taxa de resposta da pesquisa de campo final por curso.........................14
Tabela 3 – Descrição da pesquisa de campo por tipo de
ocorrência final e curso – Grupo de Tratamento........................................................14
Tabela 4 – Percentuais de tratados e controles por situação escolar
e no mercado de trabalho por curso...........................................................................16
Tabela 5.1 – Distribuição dos tratados e controles por níveis
de ensino – não frequentavam escola........................................................................17
Tabela 5.2 – Distribuição dos tratados e controles por níveis
de ensino – frequentavam escola no momento da pesquisa.....................................18
Tabela 5.3 – Que série você está frequentando nesse nível de ensino?...................19
Tabela 6 – Características de mercado de trabalho para tratados
e controles que estavam trabalhando no momento da entrevista (em %).................19
Tabela 7.1 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado
de trabalho – números absolutos – apenas para tratados.........................................21
Tabela 7.2 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado
de trabalho – números percentuais – apenas para tratados......................................22
Tabela 8 – Você participa ou participou de algum curso de qualificação
profissional (exceto cursos da Liga) de 2014 até agora?...........................................24
Tabela 9 – Duração média dos cursos de QP separada por ano
e grupo (em meses)....................................................................................................24
Tabela 10 – Instituições dos cursos de QP com duração superior
a 12 meses separadas por ano..................................................................................25
Tabela 11 – Teste de diferença de médias para as variáveis X – variáveis
observadas no momento da seleção..........................................................................31
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Tabela 12 – Condição de ocupação para aqueles que estavam trabalhando no
momento da pesquisa ou que tiveram um emprego em 2015 – por cursos...............35
Tabela 13 – Escolaridade inicial para tratados e controles – 2013.............................37
Tabela 14 – Médias dos indicadores de impacto de interesse...................................39
Tabela 15 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis
de interesse – MQO – todos os tratados versus todos os controles..........................44
Tabela 16 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis
de interesse – resultados via pareamento..................................................................48
Tabela 17 – Custos anuais de execução do Programa de Qualificação
Profissional – Ano base 2015 (em R$).......................................................................49
Tabela 18 – Taxas de ocupação para os grupos de interesse – pesquisa
de campo final............................................................................................................50
Tabela 19 – Custos estimados para o cálculo do retorno econômico........................53
Tabela 20 – Benefícios estimados para o cálculo do retorno econômico...................54
Tabela 21 – Fluxos estimados de custo e benefícios para o cálculo
do retorno econômico.................................................................................................54
Tabela 22 – Taxa Interna de Retorno (TIR) do Projeto de Qualificação
Profissional.................................................................................................................55
Tabela 23 – Fluxo estimado de custo e benefícios para o cálculo do retorno
econômico – tendo por base o número real de atendidos..........................................56
Tabela 24 – Taxa interna de retorno (TIR) do Projeto de Qualificação
Profissional – tendo por base o nº real de atendidos pela Liga..................................56
Tabela B1 – Efeito do monitoramento sobre as taxas de resposta............................78
Tabela C1 – Teste de diferença de médias das variáveis individuais
e familiares observadas antes do tratamento – grupo inscrito (I) versus
grupo não encontrado no campo final (NE) ...............................................................81
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Tabela D1 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis
de interesse – MQO – todos os tratados versus controles “limpos”...........................83
Tabela E1 – Probabilidade de ser tratado – efeitos marginais para um indivíduo
de características médias...........................................................................................86
Tabela E2 – Qualidade do Balanceamento – Kernel, com suporte comum...............87
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Índice de Figuras
Diagrama 1 – Linha do tempo....................................................................................10
Quadro I – Variáveis explicativas utilizadas nos modelos.........................................29
Quadro II – Indicadores de impacto de interesse: empregabilidade
e escolaridade............................................................................................................33
Gráfico D1 – Controles x controles “limpos”...............................................................85
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1. Introdução
O programa de Qualificação Profissional é um dos projetos desenvolvidos pela Liga
das Senhoras Católicas de São Paulo. A Liga, fundada em 10 de março de 1923, é
uma organização social sem fins lucrativos que desenvolve programas
socioeducativos e de cidadania. Seu foco é a educação: “educação para a
construção da verdadeira cidadania”. Como colocado, há diversos projetos na Liga,
além do programa de Qualificação Profissional. Entre eles: abrigos, Centros de
Educação Infantil (CEIs), programas no contraturno escolar (Programa IDEAL);
programas voltados para o atendimento de famílias com alta vulnerabilidade social
(Programa Religar); dentre outros.
O programa de Qualificação Profissional (QP) oferece capacitação técnica por meio
de cursos de habilidades específicas. São opções de profissionalização em quatro
diferentes áreas: assistente administrativo, suporte técnico em informática,
gastronomia e cabeleireiro. Os cursos têm duração de 11 meses (840 horas), de
fevereiro a dezembro de cada ano, sendo oferecidos nos períodos da manhã, tarde e
noite. Além das aulas, há também visitas às empresas, de forma a aproximar o aluno
do mundo do trabalho. Após o curso, é feito um acompanhamento durante seis
meses, o qual os profissionais da instituição mantêm contato com os jovens,
fornecendo indicações de oportunidades de emprego, especialmente nas empresas
parceiras do programa. O entendimento é que esse período também faz parte do
tratamento.
O programa é destinado a qualquer pessoa com 15 anos ou mais, em situação de
vulnerabilidade social, e seu objetivo é proporcionar ao público atendido maiores
chances de empregabilidade, de forma a incrementar a renda dessas pessoas; em
outras palavras, facilitar a inserção de seus beneficiários no mercado de trabalho.
Dentro dessa linha, merece destaque o interesse da equipe do programa no
desenvolvimento do espírito empreendedor do jovem. Além disso, o QP, como
demonstrado por suas ações, também trabalha no sentido de fortalecer os vínculos
familiares e sociais dos jovens atendidos. Ou seja, o programa tem como objetivo
afetar tanto a empregabilidade quanto aspectos socioemocionais dos atendidos.
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Este relatório apresenta os resultados finais da avaliação de impacto do QP sobre
aspectos relativos à empregabilidade e escolaridade dos beneficiários1. Antes de
iniciarmos o relatório propriamente dito, convém reapresentarmos o resumo do
desenho da presente avaliação.
Diagrama 1 – Linha do tempo
Antes do Programa
Programa Pós-programa
Novembro de 2013
2014 1º semestre de 2015
2º semestre de 2015 – outubro
Execução do Projeto
Novembro
Seleção Atualização Cadastral e Monitoramento
Acompanhamento da Liga Solidária
Pesquisa domiciliar para ter informações sobre empregabilidade e escolaridade
Conforme o desenho proposto, estamos avaliando os impactos para os tratados que
participaram do programa em 2014. O grupo de controle escolhido foi formado por
pessoas que se inscreveram para participar do curso em 2014, mas que não foram
aceitos por restrição de vaga. A escolha desse grupo foi feita pela própria equipe do
QP. Para construir esse grupo de controle, a equipe tinha em mente o seguinte
questionamento: se tivéssemos o dobro de vagas, quem iríamos convidar?
Também de acordo com o desenho inicial, para a realização da avaliação foram
feitas duas pesquisas de campo. A primeira pesquisa de atualização cadastral e
monitoramento foi realizada no fim de 2014 (novembro e dezembro), e a segunda
pesquisa no fim de 2015 para coletar os indicadores de impacto de interesse,
propriamente ditos.
A pesquisa intermediária de monitoramento e atualização cadastral buscou investigar
se o grupo de controle fez outro curso de qualificação profissional, dado que ele não
tinha sido chamado para participar dos cursos do QP. Sabíamos que o grupo de
tratados estava ainda em tratamento, mas não sabíamos do grupo de controle.
1. Vale lembrar que, além de buscar melhorar a inserção no mercado de trabalho, como colocado anteriormente, o QP também tem como objetivo fortalecer os vínculos familiares e sociais dos jovens atendidos. No entanto, para uma estimativa mais acurada desse outro objetivo, outra avaliação de impacto foi realizada.
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A segunda motivação era de atualização cadastral propriamente. Como a pesquisa
de coleta dos indicadores de interesse seria realizada apenas no fim de 2015 e, a
princípio, a partir de visitas domiciliares, era importante “cuidar” do cadastro, para
assim diminuir o tamanho do atrito ao final.
O segundo campo, como colocado, coletou as informações sobre os indicadores de
impacto de interesse. O campo ocorreu nos meses de novembro e dezembro de
2015, mas as entrevistas foram feitas por telefone. É com base nessas informações
que o presente relatório foi elaborado. O texto está dividido em mais seis seções,
além desta introdução. Inicialmente, descrevemos o procedimento de coleta dos
dados e uma análise da taxa de resposta do campo. As seções três e quatro trazem
análises descritivas, respectivamente, do perfil dos alunos da Liga e da frequência a
cursos de qualificação profissional que não a Liga. A seção cinco traz os resultados
de impacto da avaliação. Os detalhes metodológicos são apresentados, em seguida
os indicadores de impacto são descritos, com uma breve análise descritiva e, por
fim, as estimativas de impacto são apresentadas – estimativas por MQO e por
pareamento utilizando kernel-matching. A seção seis traz a análise de retorno
econômico e a sétima e última seção faz os comentários finais a respeito da
avaliação.
2. Pesquisa de campo final e taxa de resposta
O questionário completo utilizado nessa coleta final de dados está no apêndice A
deste documento. Foi feito um pré-teste entre os dias 29/10 e 31/10/2015 tendo por
base alunos que tinham passado pela Liga em 2013. Tínhamos 20 nomes de ex-
alunos informados pela Liga, dos quais, 14 foram entrevistados. Não houve grandes
problemas com o questionário, e no dia 05/11/2015, após alguns ajustes, aprovamos
o questionário. O campo, propriamente, ocorreu entre os dias 14/11/2015 e
14/12/2015. Para esse campo fizemos uma “propaganda” junto aos entrevistados
de que haveria o sorteio de um tablet entre aqueles que tivessem respondido à
pesquisa. Não sabemos de fato o impacto desse prêmio na taxa de resposta.
A tabela 1 apresenta a evolução da amostra nos três momentos, momento da
inscrição “I” (fim de 2013), monitoramento “M” (fim de 2014) e pesquisa de campo
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final “F” (fim de 2015), separadamente para os grupos de controle e tratamento, bem
como, para cada um dos cursos que fazem parte do projeto de Qualificação
Profissional. A coluna “M(NF)” indica o total de indivíduos que respondeu à pesquisa
de monitoramento, mas não respondeu à pesquisa final. A coluna “F(NM)” nos dá o
número contrário, ou seja, de indivíduos que responderam à pesquisa final, mas não
responderam à pesquisa de monitoramento. E, por fim, a última coluna “MF” nos
apresenta o número de indivíduos que responderam às duas pesquisas:
monitoramento e pesquisa final.
Tabela 1 – Evolução da amostra
Controle
I M F M(NF) F(NM) MF
Assistente administrativo 149 79 80 18 19 61
Gastronomia 23 14 12 4 2 10
Cabeleireiro 97 55 54 12 11 43
Suporte técnico de informática 27 18 14 7 3 11
Total 296 166 160 41 35 125
Tratamento
I M F M(NF) F(NM) MF
Assistente administrativo 113 101 87 20 6 81
Gastronomia 36 32 31 3 2 29
Cabeleireiro 48 40 38 5 3 35
Suporte técnico de informática 43 40 35 6 1 34
Total 240 213 191 34 12 179
Controle
I M F M(NF) F(NM) MF
Assistente administrativo 100% 53% 54% 12% 13% 41%
Gastronomia 100% 61% 52% 17% 9% 43%
Cabeleireiro 100% 57% 56% 12% 11% 44%
Suporte técnico de informática 100% 67% 52% 26% 11% 41%
Total 100% 56% 54% 14% 12% 42%
Tratamento
I M F M(NF) F(NM) MF
Assistente administrativo 100% 89% 77% 18% 5% 72%
Gastronomia 100% 89% 86% 8% 6% 81%
Cabeleireiro 100% 83% 79% 10% 6% 73%
Suporte técnico de informática 100% 93% 81% 14% 2% 79%
Total 100% 89% 80% 14% 5% 75%
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Como podemos observar, a tabela 1 apresenta os números absolutos (primeiros dois
quadros) e as porcentagens relativamente ao total de inscritos (dois últimos
quadros)2. Notem que os percentuais de indivíduos que responderam à pesquisa de
monitoramento relativamente ao total de inscritos são quase sempre um pouco
maiores do que os percentuais de indivíduos que responderam à pesquisa final
relativamente ao total de inscritos. Esse resultado seria esperado em virtude da
diferença de tempo entre as duas pesquisas. Isso é ainda mais verdade para o grupo
de tratamento, o que é explicado pelo fato de a pesquisa de monitoramento ter
acontecido no fim de 2014, quando os tratados ainda participavam do tratamento
(foi o próprio pessoal da Liga quem aplicou o monitoramento para os tratados).
Não é possível afirmar que o monitoramento contribuiu para a taxa de resposta.
Os números da tabela acima indicam que muitos monitorados não responderam
à pesquisa final – coluna M(NF) – e também que não monitorados responderam à
pesquisa final – F(NM). Mas, por outro lado, também não podemos dizer que o
monitoramento não teve impacto. No apêndice B deste documento apresentamos
um exercício com o intuito de estimar um possível impacto do monitoramento sobre
a taxa de resposta. De acordo com os resultados desse exercício, parece ter existido
um efeito positivo do monitoramento sobre as taxas de resposta.
Para a análise dos resultados de impacto que serão apresentados nas seções
seguintes desse texto, nos concentraremos na amostra que respondeu à pesquisa
final, independentemente de terem ou não respondido à pesquisa de monitoramento.
Sendo assim, a tabela 2 a seguir destaca a taxa de resposta da pesquisa final – F/I.
2. Notem que o argumento que falta para que a soma das três últimas colunas M(NF), F(NM) e MF resulte em 100% é justamente o percentual de inscritos que não respondeu a nenhuma das pesquisas.
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Tabela 2 – Taxa de resposta da pesquisa de campo final por curso
Curso Previsto Realizado Realizado/Previsto
Controle Tratado Controle Tratado Controle Tratado
Assistente administrativo 149 113 80 87 54% 77%
Gastronomia 23 36 12 31 52% 86%
Cabeleireiro 97 48 54 38 56% 79%
Suporte técnico de informática 27 43 14 35 52% 81%
Total 296 240 160 191 54% 80%
Conforme se observa na tabela 2, a taxa de resposta do grupo de tratados foi de
80% e dos controles 54%. Não há muita diferença das taxas de resposta entre os
cursos para o grupo de controle (menor taxa de 52% para gastronomia e suporte
e maior taxa de 56% para cabeleireiro); as diferenças, no entanto, ficam maiores
quando observamos os tratados (menor taxa de 77% para assistente administrativo
e maior taxa de 86% para gastronomia).
Quando analisamos o motivo que explica a não realização da entrevista para as
observações dos tratados, observamos que a maior parte das perdas deve-se a
problemas com o contato (tabela 3).
Tabela 3 – Descrição da pesquisa de campo por tipo de ocorrência final e curso
– Grupo de Tratamento
Tipo de ocorrência Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total
PROBLEMA COM CONTATOS - cx. postal/não atende/lig. não completa/não recebe chamadas/nº não existe/nº errado (várias tentativas em dias e horários diferentes nos contatos fornecidos/auxílio à lista sem sucesso)
18 5 7 7 37
69,2% 100,0% 70,0% 87,5% 75,5%
RECUSA – falta de interesse/falta de tempo/interrompeu entrevista
2 0 2 1 5
7,7% 0,0% 20,0% 12,5% 10,2%
SEM CONTATOS NA LISTAGEM – não consta no auxílio à lista
2 0 1 0 3
7,7% 0,0% 10,0% 0,0% 6,1%
MUDOU-SE DE SÃO PAULO (sem informação de contatos)
4 0 0 0 4
15,4% 0,0% 0,0% 0,0% 8,2%
O objetivo era conseguir entrevistar todos os indivíduos que compunham nossa
amostra inicial, ou seja, obter a taxa de resposta ideal de 100% para tratados e
controles. Mas, isso não ocorreu, ou seja, perdemos uma parte da nossa amostra –
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isso é o que denominamos de “atrito”. O atrito é a perda de observações
(relativamente a um desenho inicial) que ocorre em uma pesquisa de campo.
No nosso caso, tivemos um atrito de 20% para o grupo de tratamento e de 46%
para o grupo de controle – esses números são, justamente, a diferença entre
a taxa de resposta ideal (sem atrito) e a taxa de resposta observada.
O grande problema é quando esse atrito é não aleatório, ou seja, quando as pessoas
que não responderam à pesquisa são diferentes do grupo como um todo. Para nos
certificar de que o atrito do campo não descaracterizou nossa amostra inicial,
gerando uma seletividade amostral, comparamos os grupos de tratamento e controle
iniciais com a amostra que não respondeu à pesquisa de campo final utilizando as
variáveis coletadas no momento da inscrição para os cursos da Liga. Os resultados
são apresentados no apêndice C desse texto. Felizmente, o atrito não parece ter
descaracterizado a amostra inicial. De qualquer forma, essas variáveis serão
consideradas na avaliação de impacto como variáveis de controle em nossas
regressões. Esse ponto ficará mais claro adiante.
3. Perfil dos alunos da Liga
Nesta seção será apresentado o perfil do grupo de tratamento usando as
informações obtidas na pesquisa de campo final (aplicada no fim de 2015). Vale
lembrar que o grupo de tratamento é composto por participantes da turma de 2014.
Sendo assim, o perfil representa esses ex-alunos cerca de um ano após a conclusão
da participação deles no programa. Os controles estão descritos também para
termos uma base de comparação.
16
Tabela 4 – Percentuais de tratados e controles por situação escolar e no
mercado de trabalho por curso
Curso
Estuda e trabalha
Só estuda Só trabalha Não estuda e não trabalha
C T C T C T C T
Assistente administrativo
25,3% 22,5% 21,5% 27,0% 26,6% 34,8% 26,6% 15,7%
Gastronomia 16,7% 0,0% 8,3% 0,0% 33,3% 58,1% 41,7% 41,9%
Cabeleireiro 15,4% 13,2% 23,1% 10,5% 34,6% 47,4% 26,9% 28,9%
Suporte técnico em informática
46,2% 18,2% 46,2% 54,5% 7,7% 12,1% 0,0% 15,2%
Total 23,1% 16,2% 23,1% 24,1% 28,2% 37,2% 25,6% 22,5%
A tabela 4 apresenta os percentuais de tratados e controles divididos em quatro
grupos de acordo com sua situação quanto a trabalho e estudo. Por meio da tabela,
observa-se que a maior parte dos tratados se encontra na situação de apenas
trabalhar (37,2%), seguido dos que apenas estudam (24,1%), não estudam nem
trabalham (22,5%) e estudam e trabalham (16,2%). Um ponto que chama atenção
nessa tabela é que o percentual de controles supera o de tratados no grupo dos que
“não estudam nem trabalham” (25,6% frente 22,5%), mas, principalmente, dos que
“estudam e trabalham” (23,1% frente 16,2%). Além disso, observa-se que a
distribuição dos grupos dentro de cada curso difere de maneira muito significativa. O
curso que possui o maior percentual de tratados no grupo dos que não estudam nem
trabalham é gastronomia (41,9%) – mas esse número também é alto para o grupo de
controle; outro ponto interessante nesse curso é que nenhum tratado se encontrava
estudando durante a pesquisa. Chama atenção também a diferença entre tratados e
controles no curso de suporte para o grupo que estuda e trabalha: enquanto que
entre os controles esse número é de 46,2%, entre os tratados é de apenas 18,2%.
A tabela 5.1 traz a distribuição dos tratados e controles por nível de ensino para
aqueles que disseram não frequentar escola atualmente. Já a tabela 5.2 traz a
distribuição para quem respondeu que frequentava escola atualmente. Só para
reforçar, atualmente significa no momento da pesquisa, ou seja, fim de 2015.
17
Tabela 5.1 – Distribuição dos tratados e controles por níveis de ensino – não
frequentavam escola
Qual foi o nível de ensino mais elevado que você já frequentou?
Tratados Controles
Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total
Ens. fund. (1º ao 5º ano)
0 1 1 0 2 0 0 0 0 0
Ens. fund. (6º ao 9º ano)
0 0 0 1 1 0 1 2 0 3
Ensino médio (1º ao 3º ano)
39 28 23 6 96 34 5 28 1 68
Ensino médio integrado (em + educação prof. técnica)
2 0 2 0 4 2 2 0 0 4
Educ. profissional subsequente ao ensino médio
0 0 0 1 1 0 0 0 0 0
Ensino superior a distância
0 0 0 0 0 1 0 1 0 2
Ensino superior presencial
4 1 2 1 8 4 1 1 0 6
NR 0 1 1 0 2 1 0 0 0 1
Total 45 31 29 9 114 42 9 32 1 84
De acordo com a tabela 5.1, dos tratados que não frequentavam escola, a grande
maioria frequentou como nível mais alto o ensino médio: 96 dos 114 que
responderam essa pergunta (ou 84%). Para o grupo de controle, a mesma descrição
pode ser feita: 68 dos 84 que responderam essa pergunta (ou 81%) disseram que o
nível mais alto de ensino frequentado foi o ensino médio. Note que não
necessariamente significa que eles tenham concluído esse nível de ensino, visto que
podem ter deixado de estudar em alguma série intermediária do ensino médio. No
entanto, quando abrimos essa informação segundo as séries do ensino médio,
observamos que dos 96 tratados, 92 responderam que a última série cursada com
aprovação nesse nível de ensino tinha sido o 3º ano (84) ou 4º ano (8) do ensino
médio, o que significa que a grande maioria concluiu o ensino médio. Esse mesmo
desenho também se repete para os controles: dos 68, 63 responderam que a última
série cursada com aprovação nesse nível de ensino tinha sido o 3º ano (62) ou 4º
ano (1) do ensino médio. Como fica claro pelos dados acima, há pouquíssimos
casos de indivíduos que tenham feito educação técnica profissionalizante (seja
18
integrado seja subsequente ao ensino médio), bem como, de indivíduos que tenham
ingressado no ensino superior. Isso vale para tratados e controles.
Tabela 5.2 – Distribuição dos tratados e controles por níveis de ensino –
frequentava escola no momento da pesquisa
Tratados Controles
Assist. Cabelo Sup. T Total Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total
Ens. fund. (1º ao 5º ano)
0 1 0 1 0 0 0 0 0
Ensino médio (1º ao 3º ano)
36 8 19 63 28 3 18 10 59
Ensino médio integrado (E.M. + educ. prof. técnica)
2 0 2 4 3 0 0 0 3
Educ. prof. subsequente ao ensino médio
0 0 1 1 2 0 1 1 4
Ensino superior presencial
4 0 3 7 5 0 1 1 7
Total 42 9 25 76 38 3 20 12 73
*Não há uma coluna específica para os tratados do curso de gastronomia porque não havia no momento da pesquisa nenhum indivíduo dentre os tratados de gastronomia que disseram estar frequentando escola.
Com relação à tabela 5.2, que apresenta o nível de ensino para os que responderam
que frequentavam escola no momento da pesquisa, um cenário muito parecido com
o anterior é observado. Dos 76 tratados que responderam essa pergunta, 63 (ou
83%) disseram estar frequentando o ensino médio. E para os 73 controles que
responderam essa pergunta, 59 (ou 81%) responderam que estavam frequentando
o ensino médio. A distribuição por série, nesse caso, está concentrada nos 2º e 3º
anos desse nível de ensino (veja a tabela 5.3 a seguir). Novamente, há
pouquíssimos casos de tratados e controles que responderam estar frequentando
ensino técnico profissionalizante ou ensino superior. Novamente, aparece a
evidência de que nenhum egresso do grupo de gastronomia respondeu estar
frequentando escola atualmente.
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Tabela 5.3 – Que série você está frequentando nesse nível de ensino?
Tratados Controles
1º ano/ensino médio 7 11,11 6 10,17
2º ano/ensino médio 17 26,98 13 22,03
3º ano/ensino médio 38 60,32 38 64,41
4º ano/ensino médio 1 1,59 2 3,39
Total 63 100,00 59 100,00
A seguir na tabela 6 apresentamos características de mercado de trabalho para os
grupos de tratamento e controle.
Tabela 6 – Características de mercado de trabalho para tratados e controles
que estavam trabalhando no momento da entrevista (em %)
Assist. Adm. Gastronomia Cabeleireiro Sup. téc. em inform. Total
Trabalha C 51% 50% 48% 50% 50%
T 56% 58% 61% 29% 52%
Empregado C 78% 67% 77% 100% 79%
T 82% 67% 48% 80% 71%
Carteira C 88% 100% 55% 57% 75%
T 93% 75% 64% 75% 83%
Autônomo C 20% 33% 19% 0% 19%
T 8% 33% 43% 20% 22%
Empregador C 0% 0% 0% 0% 0%
T 2% 0% 9% 0% 3%
Estagiário C 2% 0% 4% 0% 3%
T 8% 0% 0% 0% 4%
De acordo com os dados obtidos, mais da metade dos tratados estava trabalhando
no momento da entrevista (52%), sendo que a maior parte deles tem condição de
ocupação igual a empregado (71%) e desses empregados, 83% possuem carteira
assinada. Com exceção do curso de gastronomia, para todos os demais, o
percentual de trabalhadores com carteira assinada, dentre os empregados, é sempre
maior no grupo de tratamento. No caso do curso de cabeleireiro, chama atenção a
grande porcentagem de trabalhadores na condição de ocupação de autônomos
(43%) e empregadores (9%). A condição de ocupação de estagiário aparece para os
tratados egressos do curso de assistente administrativo (8% do total de tratados
desse curso).
20
Como as amostras já são pequenas e como aproximadamente metade de tratados e
controles não estava trabalhando no momento da pesquisa, optamos por considerar
nas análises de mercado de trabalho também as características do emprego
daqueles que, embora não estivessem trabalhando em 2015, tiveram um emprego
em 2015. Assim, nas tabelas 7.1 e 7.2, a seguir, já consideramos as informações dos
que estavam empregados no momento da pesquisa, bem como dos que disseram
ter um emprego em 2015. As tabelas 7.1 e 7.2 apresentam o cruzamento da
informação do curso realizado na Liga e a área de atuação no mercado de trabalho.
A tabela 7.1 apresenta os números absolutos e a tabela 7.2 apresenta os valores
percentuais. Essas tabelas são exclusivas para os tratados.
21
Tabela 7.1 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado de trabalho
– números absolutos – apenas para tratados
Área de atuação no mercado de trabalho
Curso
Assist. adm.
Gastro-nomia
Cabe-leireiro
Suporte téc. em
informática Total
Assistente administrativo 17 1 0 3 21
Gastronomia 4 11 0 0 15
Cabeleireiro 1 1 20 0 23
Suporte técnico em informática 2 0 0 3 5
Comércio 17 1 3 2 23
Cuidador (idoso, criança) 0 3 1 1 5
Logística/transporte 2 1 0 2 5
Recepção 4 0 1 0 5
Telemarketing 3 0 2 0 5
Educação 1 1 1 0 3
Segurança 1 0 0 2 3
Construção civil/empreiteira 1 0 1 0 2
Doméstica 0 2 0 0 2
Marketing/publicidade 1 0 0 1 2
Monitor/recreação e eventos 1 1 0 0 2
Porteiro 0 1 1 0 2
Saúde/agente de saúde 2 0 0 0 2
Tatuador/arte corporal 2 0 0 0 2
Agente de trânsito 0 0 1 0 1
Arquivo 1 0 0 0 1
Estoque 0 0 0 1 1
Financeiro 1 0 0 0 1
Massagem 0 0 1 0 1
Mecânica 1 0 0 0 1
Office boy 1 0 0 0 1
Operador de máquina 0 0 0 1 1
Organização de festas/buffet 1 0 0 0 1
Recursos Humanos 1 0 0 0 1
Tecnologia da Informação (análise de sistemas)
1 0 0 0 1
Veterinário 1 0 0 0 1
Total 67 23 32 16 139
22
Tabela 7.2 – Curso realizado na Liga e área de atuação no mercado de trabalho
– números percentuais – apenas para tratados
Área de atuação no mercado de trabalho
Curso
Assist. adm. Gastronomia Cabeleireiro Suporte téc. em
informática
Assistente administrativo 25% 4% 0,0% 19%
Gastronomia 6% 48% 0,0% 0%
Cabeleireiro 1% 4% 62,5% 0%
Suporte técnico em informática
3% 0% 0,0% 19%
Comércio 25% 4% 9,4% 13%
Cuidador (idoso, criança) 0% 13% 3,1% 6%
Logística/transporte 3% 4% 0,0% 13%
Recepção 6% 0% 3,1% 0%
Telemarketing 4% 0% 6,3% 0%
Educação 1% 4% 3,1% 0%
Segurança 1% 0% 0,0% 13%
Construção civil/empreiteira 1% 0% 3,1% 0%
Doméstica 0% 9% 0,0% 0%
Marketing/publicidade 1% 0% 0,0% 6%
Monitor/recreação e eventos
1% 4% 0,0% 0%
Porteiro 0% 4% 3,1% 0%
Saúde/agente de saúde 3% 0% 0,0% 0%
Tatuador/arte corporal 3% 0% 0,0% 0%
Agente de trânsito 0% 0% 3,1% 0%
Arquivo 1% 0% 0,0% 0%
Estoque 0% 0% 0,0% 6%
Financeiro 1% 0% 0,0% 0%
Massagem 0% 0% 3,1% 0%
Mecânica 1% 0% 0,0% 0%
Office boy 1% 0% 0,0% 0%
Operador de máquina 0% 0% 0,0% 6%
Organização de festas/buffet
1% 0% 0,0% 0%
Recursos Humanos 1% 0% 0,0% 0%
Tecnologia da Informação (análise de sistemas)
1% 0% 0,0% 0%
Veterinário 1% 0% 0,0% 0%
Total 100% 100% 100,0% 100%
Como se observa, para os cursos de gastronomia e cabeleireiro, há uma
concentração significativa dos empregos em suas respectivas áreas. Mas, para
23
assistente administrativo e suporte técnico houve empate de sua área principal com
outra diferente. No caso de assistente administrativo, o empate foi com comércio;
já para suporte técnico, o empate foi com assistente administrativo.
4. Cursos de qualificação profissional
Esta seção do relatório é destinada a analisar informações sobre a participação dos
indivíduos dos grupos de tratamento e controle em cursos de qualificação
profissional (exceto a própria Liga) em 2014 e 2015. Essa análise é um dado
importante em que o grupo de controle representa o grupo tratado na ausência do
tratamento (contrafactual). Sendo assim, por hipótese, os tratados teriam resultados
iguais aos do controle, caso não tivessem participado do tratamento. Ou seja, as
diferenças observadas entre os dois grupos no momento da avaliação, por hipótese,
são devidas à participação no tratamento. No entanto, é muito provável que as
pessoas do grupo de controle tenham participado de outros cursos de qualificação
profissional em 2014 (mesmo ano em que os tratados fizeram os cursos de QP da
Liga) e, nesse caso, seria importante considerarmos essa informação em nossas
estimativas. Por outro lado, pode ser que tratados e controles tenham feito algum
curso de qualificação profissional em 2015, ano seguinte à realização dos cursos de
QP da Liga, o que pode ser entendido como uma variável de impacto em nossas
análises.
São duas perguntas em nosso questionário. A primeira pergunta se o entrevistado
fez ou está fazendo algum curso de qualificação profissional nos anos de 2014 e/ou
2015, com exceção da Liga. Em seguida, para os que responderam que tinham feito,
perguntamos o ano em que realizou tal curso. Note que o entrevistado pode ter feito
em ambos os anos. A tabela 8 traz esses números.
24
Tabela 8 – Você participa ou participou de algum curso de qualificação
profissional (exceto cursos da Liga) de 2014 até agora?
Não Sim
Ano
2014 2015 2014 e 2015 Outro ano
Controles 76,9% 21,3% 9,4% 10,6% 0,6% 0,6%
Tratados 88,5% 11,0% 2,1% 7,9% 0,5% 0,5%
Conforme observamos, 21,3% (34) dos controles e 11% (21) dos tratados
entrevistados no campo disseram ter feito ou estar fazendo algum curso de
qualificação profissional (exceto da Liga) em 2014 e/ou 2015. Para o controle, esse
número está bem dividido entre 2014 e 2015; já para os tratados, a concentração é
maior em 2015. São poucos os casos que disseram ter feito em ambos os anos.
Mais à frente, daremos detalhes de como esses outros cursos foram considerados
em nossa análise.
A tabela 9 apresenta a duração média, mínima e máxima (em meses) dos cursos
de QP separados entre tratados e controles e por ano da sua realização.
Tabela 9 – Duração média dos cursos de QP separada por ano e grupo
(em meses)
Grupos
Ano
2014 2015
Média Mínima Máxima Média Mínima Máxima
Controles 13,4 2 24 17,4 1 36
Tratados 6,6 1 12 8,2 1 24
Um fato que chama atenção com relação à questão do tempo de duração do curso é
o de essa pergunta pedir para citar cursos de qualificação com certificado, mas não
com diploma. No entanto, observamos na tabela 9 que as pessoas responderam ter
feito curso de QP com duração superior a 12 meses, o que provavelmente os
enquadre em cursos de formação escolar, como cursos técnicos ou de nível superior.
Dado isso, a tabela 10 apresenta as instituições dos cursos de QP que tiveram
duração superior a 12 meses, separadas nos dois anos, 2014 e 2015. Muitos cursos
de duração maior realmente são cursos técnicos profissionalizantes como os cursos
25
da ETEC, SENAC e SENAI, e há diversidade em termos de instituições
frequentadas.
Tabela 10 – Instituições dos cursos de QP com duração superior a 12 meses
separadas por ano
Mesmo ano da Liga (2014)
Instituição Duração Frequência
Izi Company 12 1
Fundação Jovem Profissional 12 1
Data Byte 12 1
Igreja Católica Paróquia Imaculada Conceição 12 1
FADESP 12 1
ETEC 16 1
Euro College 16 1
ETEC 18 2
SENAC 18 2
FMU 24 1
Colégio Dom Duarte 24 1
Total 13
Um ano depois da Liga (2015)
SADA 12 1
City Computer 12 1
Educandário 12 2
Liga Solidária 12 1
Colégio 24 de Março 12 1
WIZARD 12 1
City Computer 18 1
ETEC 18 2
SENAC 18 1
Colégio INACI 20 1
CEBASP 24 1
ETEC 24 3
Fundação Raiden Rhenen Rich 24 1
SENAC 24 1
ETEC 31 1
ETEC 36 1
Total 20
26
Anteriormente grifamos três observações que disseram ter feito curso de qualificação
em 2015, na Liga. Uma das observações está no grupo de tratamento e as outras
duas no grupo de controle. Esses indivíduos foram mantidos na análise.
5. Análise de impacto
Como foi destacado, o Programa QP da Liga tem como um dos seus objetivos
proporcionar ao público atendido maiores chances de empregabilidade, de forma a
incrementar a renda dessas pessoas; em outras palavras, facilitar a inserção de seus
beneficiários no mercado de trabalho3.
A mensuração dos efeitos do Programa QP da Liga sobre as variáveis de interesse
refere-se às mudanças dessas variáveis determinadas pela participação no
programa. Para medir o impacto da participação no Programa QP da Liga sobre as
variáveis de interesse, o ideal seria comparar as variáveis de interesse de uma
mesma pessoa na situação de participar e não participar do Programa QP da Liga.
Entretanto, como isso não é possível, vamos comparar os jovens que participaram
(inscreveram-se, foram aceitos e concluíram o curso – grupo de tratamento) com
jovens que se inscreveram, mas não foram selecionados para o programa (grupo
de controle).
Com relação ao grupo de controle é importante salientarmos a forma como esse
grupo foi escolhido. Como foi ressaltado na introdução, a escolha desse grupo foi
feita pela própria equipe do QP. Para construir esse grupo de controle, a equipe tinha
em mente o seguinte questionamento: se tivéssemos o dobro de vagas, quem
iríamos convidar? Sendo assim, indivíduos com características muito diferentes dos
tratados já foram excluídos logo no início pela própria equipe da Liga. A equipe da
Liga selecionou o primeiro conjunto de controles, 208 indivíduos. Esse é o número
que consta, inclusive, no desenho inicial que foi proposto para essa avaliação.
Sabendo-se do atrito maior que ocorre no campo para o grupo de controle, pedimos
ao pessoal da Liga que fizesse um esforço adicional para agregar mais fichas e,
3. Além disso, o QP também trabalha no sentido de fortalecer os vínculos familiares e sociais dos jovens atendidos. Ou seja, o programa tem como objetivo afetar tanto a empregabilidade quanto aspectos socioemocionais dos atendidos. No entanto, como argumentado anteriormente, o objetivo desse relatório é apenas avaliar o impacto do QP sobre a empregabilidade.
27
assim, foram agregadas mais 88 fichas. Notem, no entanto, como colocado, que
pessoas com perfil muito diferente do que a Liga busca – por exemplo, com baixa
motivação, com renda familiar alta – foram excluídas. Isso resultou em um grupo de
controle com características bastante parecidas com as observadas para os
tratados. As comparações entre tratados e controles deixarão esse aspecto mais
evidente.
5.1. Hipótese de identificação para as estimativas de interesse
Antes de discutirmos a estratégia de identificação propriamente, cabe descrever, em
linhas gerais, como acontece a seleção dos candidatos interessados em participar
do QP. Em outubro de cada ano, é realizada uma divulgação das atividades do QP
pelos próprios alunos que estão concluindo o curso nas escolas da região, na
chamada EXPOQP, onde esses alunos explicam e demonstram aos jovens o que
aprenderam durante o ano. Além disso, é feita divulgação via site da Liga Solidária,
Facebook e boca a boca, já que a instituição é antiga e bastante conhecida na
região. Em novembro, é aberto o processo de inscrição para os cursos de interesse,
bem como é realizada uma entrevista com cada jovem para avaliar, entre outros
aspectos, o interesse em participar do programa, se está em situação de
vulnerabilidade social, etc. Também é aplicada uma prova de matemática e avaliação
da capacidade de leitura, que segundo os membros do QP, não é fator determinante
para a seleção. A partir da divulgação dos resultados, a matrícula é realizada em
dezembro, e as aulas iniciam em fevereiro do ano seguinte. O interesse da Liga é
selecionar jovens que estão de fato interessados em participar dos cursos e que
estejam em situação de vulnerabilidade social. Ou seja, a seleção não é aleatória.
É por essa razão que pedimos ao pessoal da Liga que nos ajudassem na construção
do grupo de controle. Pedimos que selecionassem, para compor o grupo de controle,
dentre os inscritos e não selecionados, apenas aquelas pessoas que eles
acreditavam que também se encaixavam no perfil dos atendidos pela Liga.
A hipótese de identificação para a avaliação causal do programa de qualificação
profissional sobre os indicadores de empregabilidade e escolaridade utiliza
fundamentalmente as variáveis observadas pré-tratamento, bem como essa escolha
inicial feita pela Liga dentre os inscritos e não selecionados. Por hipótese, admitimos
28
que dois indivíduos – um do tratamento e outro do controle, com as mesmas
características socioeconômicas e motivacionais antes do tratamento – teriam a
mesma trajetória, em termos de resultados de interesse, caso o indivíduo tratado não
tivesse participado do tratamento. Ou seja, o resultado hoje observado para um
indivíduo do grupo de controle, dado que ele tinha as mesmas características do
indivíduo tratado antes do tratamento, é uma boa estimativa do que teria acontecido
com o tratado, caso esse não tivesse passado pelos cursos da Liga. Sendo assim,
as diferenças hoje observadas entre os dois indivíduos são devidas à participação no
tratamento.
Há uma riqueza grande de informações prévias ao projeto, tanto em termos de
background socioeconômico do candidato (escolaridade dos pais, renda familiar,
etc.) como de sua capacidade cognitiva (notas em avaliações de linguagem e de
matemática) e de seu interesse pelo curso, que tornam nossa hipótese de
identificação, a nosso ver, bastante razoável. Todas essas informações, como
explicado anteriormente, estão nas fichas de inscrição que os candidatos têm que
preencher quando estão se candidatando a uma vaga nos cursos do QP. Essas
fichas estão todas armazenadas na sede do Educandário, onde acontecem os
cursos de qualificação profissional.
Todas as fichas de tratados e controles pré-selecionados pela Liga foram digitadas,
e as informações constantes foram analisadas, principalmente, em termos de dados
faltantes. As variáveis descritas no quadro a seguir foram, então, as escolhidas para
compor o conjunto de variáveis explicativas que dão a base de sustentação para a
hipótese de identificação adotada na presente avaliação. Isto é, indivíduos que são
parecidos em termos das variáveis descritas abaixo teriam a mesma trajetória futura
em termos de escolaridade e inserção no mercado de trabalho, caso não tivessem
passado pela Liga.
29
Quadro 1 – Variáveis explicativas utilizadas nos modelos
Variáveis explicativas Definição
Sexo Variável binária que assume valor “1” se o indivíduo é homem e valor “0” se for mulher
Idade no momento da inscrição Variável contínua
Trabalhava no momento da inscrição
Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse trabalhar no momento da inscrição e valor “0” no caso de não trabalhar
Estudava no momento da inscrição
Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse estar frequentando escola no momento da inscrição e valor “0” no caso de não frequentar
Nível de escolaridade no momento da inscrição
Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse ter nível de escolaridade no momento da inscrição maior ou igual a ensino médio e valor “0” caso contrário (nível menor que ensino médio)
Nota geral do processo de seleção
Variável contínua entre 0 e 10 e contempla as notas de todas as provas do processo de seleção, ou seja, nota a respeito do interesse/motivação do candidato, nota para as habilidades de português e nota para as habilidades de matemática
Residia em casa própria Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse morar em casa própria no momento da inscrição e valor “0” caso contrário (alugada, cedida ou loteamento irregular)
Estado civil Variável binária que assume valor “1” se o candidato disse ser solteiro no momento da inscrição e valor “0” caso contrário (casado ou separado)
Escolaridade da mãe Variável binária que assume valor “1” se a mãe do candidato tem até ensino fundamental e valor “0” caso contrário (tem ensino médio ou mais)
A variável de gênero foi selecionada porque, de um lado, existe uma relação entre
gênero e participação no mercado de trabalho4, que é uma das variáveis de
interesse dessa avaliação, e, por outro lado, alguns dos cursos da Liga são mais
frequentados por mulheres – por exemplo, gastronomia e cabeleireiro.
Provavelmente, no próprio grupo de controle desses cursos também deve haver
mais mulheres. De qualquer forma, achamos importante considerar tal variável.
Os mesmos argumentos se aplicam para inserção da variável idade: ela está
correlacionada com a inserção no mercado de trabalho, e os cursos da Liga têm
claramente públicos com idades diferentes (idade é menor para os cursos de
assistente administrativo e suporte técnico e é maior para os cursos de gastronomia
e cabeleireiro).
4. Um dos fatos estilizados bem estabelecidos na literatura de Economia de Trabalho é a maior taxa de participação dos homens no mercado de trabalho.
30
As duas variáveis seguintes, ou seja, “se estudava no momento da inscrição” e
“se trabalhava no momento da inscrição”, são fundamentais porque de certa forma
mostram alguma preferência ou interesse por trabalho e escola que os candidatos
possam ter. E essa motivação é um aspecto considerado pelo pessoal da Liga no
momento da seleção.
A nota geral do processo seletivo inclui todas as provas da etapa de seleção, entre
elas a nota para o interesse/motivação do candidato ao curso. Como para alguns
dos entrevistados, não há o registro separado para cada uma das notas, mas
apenas a geral, optamos pela inclusão da nota geral com o objetivo de reduzir o
número de informações faltantes.
As variáveis de casa própria e escolaridade da mãe são as variáveis que buscam
captar o grau de vulnerabilidade social dos candidatos. Importante observar que a
variável de escolaridade da mãe que estamos usando é a que foi coletada agora na
pesquisa de campo final. Como essa variável deve ser fixa no tempo e como o
número de casos com dados faltantes para o campo final é menor, optamos por
trabalhar com a informação da pesquisa de campo final. Por fim, a variável de estado
civil que também capta, de certa forma, a vulnerabilidade do candidato. Jovens
solteiros certamente tem um conjunto menor de obrigações familiares e, nesse
sentido, talvez menor vulnerabilidade. Além disso, em termos de engajamento no
mercado de trabalho, solteiros e casados podem ter inserções diferenciadas no
mercado de trabalho. Para a pessoa casada, vale aceitar qualquer emprego para ter
uma remuneração qualquer; para o solteiro, como esse não tem as obrigações
familiares, talvez esse possa optar por ficar um tempo maior desempregado
procurando por um emprego de melhor qualidade.
No desenho de avaliação, em função dos tamanhos dos grupos de tratamento e
controle, definimos que a avaliação econômica com foco na empregabilidade e
escolaridade será feita separadamente para três grupos: grupo I: assistente
administrativo; grupo II: assistente administrativo + suporte técnico em informática;
e grupo III: cabeleireiro + gastronomia. Por essa razão, todas as análises serão
sempre realizadas separadamente para cada um desses três grupos. Uma análise
considerando todos os cursos juntos também foi realizada.
31
Foram estimadas regressões por Mínimos Quadrados Ordinários, separadamente
para cada um dos grupos definidos anteriormente (grupos I, II e III), sempre tendo o
vetor X acima como variáveis explicativas, além da variável “Trat” de interesse, que
identifica os indivíduos que fizeram os cursos profissionalizantes na Liga. A equação
básica de interesse está descrita abaixo:
i
i
ij XTratY9
1
*
(Equação 1)
Além disso, incluímos também estimativas por pareamento com intuito de dar
robustez aos resultados obtidos. Estimativas por pareamento significam selecionar
ou dar mais peso para os indivíduos do grupo de controle que são mais parecidos
com os tratados.
Antes da apresentação dos indicadores de interesse, segue a tabela 11 que nos traz
uma análise descritiva do vetor X descrito acima, separadamente para tratados e
controles, e para cada um dos grupos de análise de interesse.
Tabela 11 – Teste de diferença de médias para as variáveis X – variáveis
observadas no momento da seleção
Grupo I – Assistente administrativo
Controles Tratados
n. obs média sd mín. máx. n. obs média sd mín. máx.
Idade 80 23,56 8,55 14 52 87 20,45 6,11 14 37
% homens 80 0,18 0,38 0 1 87 0,21 0,41 0 1
Se trabalhava 77 0,31 0,47 0 1 87 0,21 0,41 0 1
Se estudava 75 0,47 0,50 0 1 86 0,58 0,50 0 1
nota_geral 80 7,38 1,39 3,50 9,83 85 8,06 1,18 5,12 10
% solteiro 80 0,73 0,45 0 1 87 0,79 0,41 0 1
% em_completo 80 0,46 0,50 0 1 87 0,37 0,49 0 1
% casa_própria 80 0,60 0,49 0 1 87 0,64 0,48 0 1
% mãe_ef 80 0,53 0,50 0 1 87 0,54 0,50 0 1
Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes e também contra a alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra. Em cinza: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) apenas contra a hipótese alternativa de que uma media é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra.
32
Grupo II – Assistente administrativo + suporte
Controles Tratados
n. obs média sd mín. máx. n. obs média sd mín. máx.
Idade 94 22,50 8,31 14 52 122 20,05 6,77 14 46
% homens 94 0,29 0,45 0 1 122 0,34 0,48 0 1
Se trabalhava 91 0,29 0,45 0 1 122 0,19 0,39 0 1
Se estudava 89 0,53 0,50 0 1 121 0,66 0,48 0 1
nota_geral 93 7,41 1,53 2,25 10 116 8,22 1,18 5 10
% solteiro 94 0,77 0,43 0 1 122 0,82 0,39 0 1
% em_completo 94 0,40 0,49 0 1 122 0,30 0,46 0 1
% casa_própria 94 0,62 0,49 0 1 122 0,63 0,48 0 1
% mãe_ef 94 0,49 0,50 0 1 122 0,47 0,50 0 1
Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes e também contra a alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra. Em cinza: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) apenas contra a hipótese alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra.
Grupo III – Gastronomia + cabeleireiro
Controles Tratados
n. obs média sd mín. máx. n. obs média sd mín. máx.
Idade 66 23,33 8,00 14 44 69 27,81 9,11 15 51
% homens 66 0,18 0,39 0 1 69 0,19 0,39 0 1
Se trabalhava 62 0,34 0,48 0 1 69 0,36 0,48 0 1
Se estudava 60 0,55 0,50 0 1 68 0,25 0,44 0 1
nota_geral 66 7,11 1,62 3,80 9,91 66 7,66 1,40 4,30 10
% solteiro 66 0,70 0,46 0 1 69 0,55 0,50 0 1
% em_completo 66 0,44 0,50 0 1 69 0,46 0,50 0 1
% casa_própria 66 0,68 0,47 0 1 69 0,59 0,49 0 1
% mãe_ef 66 0,61 0,49 0 1 69 0,67 0,47 0 1
Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes e também contra a alternativa de que uma média é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra. Em cinza: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) apenas contra a hipótese alternativa de que uma media é maior (ou menor, a depender do caso) do que a outra
5.2. Indicadores de impacto de interesse
Os indicadores de impacto de empregabilidade e de escolaridade, que estão sendo
apresentados nesse relatório final, estão descritos a seguir.
33
Quadro II – Indicadores de impacto de interesse: empregabilidade e
escolaridade
Impactos potenciais sobre:
Indicadores de impacto Observações
Empregabilidade
Y1 = trabalha em 2015 ou teve um trabalho em 2015 (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos os indivíduos
Y2 = está procurando trabalho (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos os indivíduos que não estavam trabalhando no momento da entrevista.
Y3 = posse de carteira de trabalho (1 = sim; 0 = não)
Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015 e declararam condição de ocupação igual a “empregado”
Y4 = se o trabalho é temporário
Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015 e declararam condição de ocupação igual a “empregado”
Y5 = se é autônomo Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015
Y6 = salário recebido (valor e logaritmo natural)
Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015
Y7 = horas trabalhadas por semana
Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015
Y8 = duração no emprego maior do que seis meses
Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015
Y9 = se esteve envolvido em apenas uma atividade em 2015
Definida para todos
Y10 = nota atribuída à inserção atual no mercado de trabalho
Definida para aqueles que estavam trabalhando ou procurando emprego
Y11 = se a ocupação está relacionada à área do curso de qualificação
Definida para aqueles que estavam trabalhando no momento da entrevista ou tiveram um emprego em 2015
Y12 = usou/usa internet para divulgar informações profissionais
Definida para todos
34
Escolaridade
Y1 = frequenta escola (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos
Y2 = se foi aprovado no curso que frequentava em 2014 (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos que disseram frequentar escola em 2014
Y3 = prestou o ENEM (1 = sim; 0 = não)
Definida para aqueles que tinham nível de escolaridade maior do que ensino fundamental
Y4 = estuda para vestibular em casa (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos
Y5 = fez/faz curso de inglês (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos
Y6 = fez/faz curso de informática (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos
Y7 = fez curso de QP depois da Liga (1 = sim; 0 = não)
Definida para todos
Como já argumentado anteriormente, para quase todas as variáveis de
empregabilidade, para termos um número maior de observações, consideramos
tanto a informação do emprego atual, quanto do último emprego em 2015, quando o
entrevistado declarou não estar trabalhando, mas declarou ter trabalhado em 2015.
As exceções ficam para as variáveis: “Y2 = está procurando trabalho”, definida para
aqueles que não estavam trabalhando no momento da entrevista; “Y9 = se esteve
envolvido em apenas uma atividade em 2015” que de fato considera todos os
indivíduos, independentemente de estarem trabalhando ou não; e a variável “Y10 =
nota atribuída à inserção atual no mercado de trabalho” que considera apenas
indivíduos que estavam trabalhando ou que estavam procurando emprego5.
Relativamente ao desenho inicial, não trabalhamos com os seguintes indicadores:
Para empregabilidade: posição na ocupação (empregador).
Para escolaridade: se frequenta curso profissionalizante (1 = sim; 0 = não);
se concluiu o ensino médio (1 = sim; 0 = não); se frequenta ensino superior
(1 = sim; 0 = não); número de vezes que repetiu de ano; e anos de estudo
completos.
Com relação ao indicador posição na ocupação – “empregador”, como fica
evidenciado na tabela 12, a seguir, quando analisamos a condição de ocupação
5. Esta questão de fato só foi feita para indivíduos nessas condições, ou seja, para indivíduos que estavam inseridos no mercado de trabalho, seja trabalhando, seja procurando emprego.
35
dos tratados e controles, observamos que a maior parte deles está na condição
de empregado.
Tabela 12 – Condição de ocupação para aqueles que estavam trabalhando no
momento da pesquisa ou que tiveram um emprego em 2015 – por cursos
Tratados Controles
Assist. Gastron. Cabelo Sup. T Total Assist Gastron. Cabelo Sup. T Total
Empregado 55 15 14 14 98 45 5 24 8 82
Autônomo 8 8 15 2 33 12 2 6 0 20
Empregador 1 0 2 0 3 0 1 0 0 1
Estagiário 5 0 1 0 6 1 0 1 0 2
Total 69 23 32 16 140 58 8 31 8 105
O número de casos de empregadores é muito pequeno. Faremos estimativas
apenas para a probabilidade de ser autônomo/conta própria, que aparece com
alguma frequência, principalmente para o grupo de gastronomia + cabeleireiro.
Apenas uma observação, essa tabela é um pouco diferente da tabela 6, da terceira
seção, porque aqui estão apresentadas as informações para quem respondeu que
estava trabalhando atualmente, bem como para quem disse que embora não
estivesse trabalhando, teve um emprego em 2015. Na tabela 6 estão incluídos
apenas os que disseram que estavam trabalhando no momento da pesquisa.
Com relação aos indicadores de escolaridade, entendemos que as variáveis “número
de vezes que repetiu de ano” e “anos de estudo”, pensadas no desenho inicial, de
fato são variáveis de estoque do indivíduo e não de fluxo, que são as passíveis de
serem modificadas. Para tentar dar conta dessa dimensão incluímos a variável que
capta se o candidato foi aprovado ou não entre 2014 e 2015. Com relação às
variáveis se frequenta ensino profissionalizante ou se frequenta ensino superior,
como evidenciado na tabela 5.2, há pouquíssimos casos de tratados e controles
nessa situação. Relembrando, temos no total para todos os cursos apenas cinco
observações de tratados e sete de controles que disseram estar frequentando curso
profissionalizante (integrado e/ou subsequente ao ensino médio); e do outro lado,
considerando todos os cursos, apenas sete observações para ambos tratados e
controles que disseram estar frequentando ensino superior. Ou seja, esses números
36
inviabilizam qualquer tentativa de estimação, lembrando que nossas estimativas são
separadas por cursos.
Com relação à probabilidade de concluir o ensino médio, ocorre situação semelhante
aos casos de frequentar ensino profissionalizante e frequentar ensino superior. Os
dados na tabela 13 a seguir são da situação a respeito de escolarização no
momento da seleção. Do total de indivíduos (considerando tratados e controles),
44% estavam fora da escola, em sua grande maioria (mais de 90%) com ensino
médio completo. Com relação aos que estavam estudando, observamos uma parte
frequentando 1º ano do ensino médio – no fim de 2013. Se considerarmos que todos
seriam aprovados, no fim de 2015, estariam frequentando, no máximo, o 3º ano do
ensino médio e, portanto, ainda não teriam a oportunidade de finalizar o ensino
médio. Ou seja, com possiblidade de ter concluído o ensino médio ao fim de 2015,
só poderíamos considerar os indivíduos que estavam frequentando o 2º ou 3º ano do
ensino médio, o que implica uma amostra muito reduzida. Sendo assim, adaptamos
a variável “concluiu o ensino médio” para considerar também esses indivíduos que
estavam cursando o 1º ano do ensino médio. No entanto, ao final ainda temos
amostras reduzidas quando consideramos as divisões entre os grupos. Só
conseguiremos estimar impactos para essa variável para o grupo II que considera
“assistente administrativo + suporte técnico”.
37
Tabela 13 – Escolaridade inicial para tratados e controles – 2013
Para os que não frequentavam escola, última série concluída:
Controle Tratamento Total
EFC 0 1 1
2º EM 1 3 4
EMI 0 2 2
EMC 57 69 126
ES 1 0 1
Total 59 75 134
Ensino Médio Completo 96,6% 92,0% 94,0%
Para os que frequentavam escola: Controle Tratamento Total
6º EF 1 0 1
7º EF 3 2 5
8º EF 18 16 34
9º EF 1 0 1
1º EM 27 43 70
2º EM 16 19 35
3º EM 11 11 22
EMC 1 0 1
ET 1 0 1
Total 79 91 170
EMI com possibilidade de concluir em 2015 34,2% 33,0% 33,5%
A tabela 14 a seguir apresenta os valores médios para cada um dos indicadores de
impacto de interesse. Essa tabela é apenas descritiva para que conheçamos a
magnitude de nossos indicadores de impacto de interesse e, assim, tenhamos um
entendimento melhor das estimativas de impacto que serão apresentadas na
próxima seção. Para melhor descrição dos dados, apresentamos também um teste
de diferença de média para cada um dos indicadores entre tratados e controles.
Para as variáveis de mercado de trabalho, observamos algumas diferenças entre os
grupos em termos de níveis das variáveis. Olhando para os tratados, em termos de
ocupação, os grupos I e III apresentam taxa em torno de 80% e o grupo II de 70%.
Apenas para o grupo III, observa-se diferença estatisticamente significativa em
termos de taxa de ocupação entre tratados e controles (80% para tratados frente a
61% para o grupo de controle). Entre os que estavam desempregados, a procura por
trabalho é maior para os tratados nos três grupos, embora no teste de diferença de
média, a hipótese nula de igualdade de médias não tenha sido rejeitada a 90%. Para
a variável “carteira de trabalho”, enquanto que para os grupos I e II, 80% dos
38
tratados disseram ter carteira, no grupo III esse número é de 60%. Por outro lado, é
menor a porcentagem de trabalhadores do grupo III que disse ter emprego por prazo
determinado. Importante lembrar que ambas as variáveis (carteira e prazo
determinado) são aplicáveis apenas aos indivíduos que disseram ter condição de
ocupação igual a empregado. A porcentagem de autônomos é maior para os tratados
do grupo III (42%), tanto em comparação com seu grupo de controle (21%), bem
como em comparação com os grupos I e II.
Em termos de salários, observamos uma média de quase R$ 1.000 mensais para
todos os grupos e jornada de trabalho em torno de 36 horas semanais.
Em relação a variável tempo no emprego atual, optamos por construir uma variável
binária que assume valor 1 se o indivíduo disse que estava no emprego há mais de
seis meses e valor 0 se estava há menos de seis meses. Em média, 60% e 55% dos
trabalhadores dos grupos I, II e III, respectivamente, disseram estar no emprego
atual há mais de seis meses.
Com relação à variável número de atividades/empregos que o indivíduo esteve
envolvido em 2015, também construímos uma variável binária que assume valor 1 se
o indivíduo esteve envolvido em apenas uma atividade/emprego em 2015, e valor 0
se esteve envolvido em mais de uma. Dentre os tratados do grupo III, 75% disse
estar envolvido em apenas uma atividade, um número bem menor relativamente aos
indivíduos de controle desse grupo (95%), bem como em comparação com os
demais cursos de qualificação.
39
Tabela 14 – Médias dos indicadores de impacto de interesse
Variáveis Amostra Grupo I Grupo II Grupo III
n. obs. médias n. obs. médias n. obs. médias
Mercado de Trabalho
Trabalha/trabalhou em 2015
C 79 0,734 92 0,717 64 0,609
T 87 0,793 121 0,702 69 0,797
Procurou trabalho em 2015
C 38 0,737 44 0,727 32 0,656
T 38 0,868 62 0,823 28 0,750
Carteira C 45 0,84 53 0,7925 30 0,5667
T 55 0,8 69 0,7971 30 0,6333
Emprego temporário C 46 0,4348 54 0,4259 30 0,3667
T 54 0,4444 68 0,4706 30 0,3333
Autônomo C 58 0,1159 66 0,1818 39 0,2051
T 69 0,1635 85 0,1176 55 0,4182
Salário C 45 985,11 51 970,80 34 986,29
T 63 974,06 78 975,72 49 1012,45
Salário (ln) C 45 6,787 51 6,777 34 6,772
T 63 6,827 78 6,820 49 6,761
Horas de trabalho por semana
C 57 35,667 65 35,862 37 37,541
T 65 36,046 81 36,086 52 35,904
Duração no emprego > do que 6 meses
C 47 0,617 54 0,611 30 0,533 T 52 0,673 65 0,615 27 0,556
Envolvido em apenas uma ativ. em 2015
C 57 0,860 65 0,846 38 0,947 T 69 0,870 85 0,859 53 0,755
Nota atribuída à inserção atual
C 68 8,46 79 8,39 53 7,94 T 82 7,72 110 7,75 61 8,21
Ocup. relacionada à área do curso (dur.)
C 58 0,155 66 0,136 39 0,308
T 67 0,254 83 0,241 55 0,545
Ocup. relacionada à área do curso (flex)
C 58 0,466 66 0,409 39 0,308
T 67 0,522 83 0,458 55 0,545
Usa internet p/ divulgar inform. prof.
C 79 0,570 92 0,554 65 0,646
T 87 0,621 122 0,607 69 0,681 Escolaridade
Frequenta escola hoje C 80 0,475 93 0,538 64 0,359 T 87 0,483 121 0,554 69 0,130
Foi aprovado de 2014 para 2015
C 79 0,4177 93 0,4839 66 0,379 T 87 0,4943 122 0,5492 69 0,217
Se concluiu o ensino médio
C 29 0,448 36 0,528 18 0,444 T 41 0,561 62 0,597 12 0,333
Prestou ENEM C 79 0,481 92 0,446 62 0,274 T 86 0,465 119 0,445 66 0,273
Estuda para vestibular em casa
C 79 0,152 92 0,163 65 0,108
T 87 0,356 122 0,369 69 0,159
Fez/faz curso de inglês
C 79 0,152 92 0,141 65 0,123
T 87 0,080 122 0,090 69 0,043
Fez/faz curso de informática
C 79 0,392 92 0,380 65 0,262
T 87 0,276 122 0,295 69 0,203
Fez curso de QP depois que não a Liga
C 80 0,113 94 0,096 66 0,136
T 87 0,046 122 0,090 69 0,072
Em azul: rejeita-se a hipótese nula (médias são iguais) contra a alternativa de que as médias são diferentes com até 90% de confiança.
40
O questionário incluiu uma pergunta que pedia aos entrevistados que atribuíssem
uma nota à sua inserção atual. A pergunta era aplicável para os que estavam
atualmente empregados ou para os que disseram estar procurando emprego. A nota
atribuída pelos tratados dos grupos I e II é menor (7,7) quando comparada a nota
atribuída pelo grupo de controle (8,4). Por outro lado, os tratados do grupo III
atribuíram notas maiores (8,2) do que seus controles (8), embora essas sejam bem
mais próximas.
Para avaliar se a ocupação do entrevistado estava relacionada à área do curso de
qualificação, construímos uma variável binária que assumiu valor 1 se a ocupação
estava relacionada à área do curso. Construímos duas variáveis: uma mais rígida e
outra mais flexível. No entanto, só há diferença de fato entre as duas variáveis para
os grupos I e II. Consideramos que ocupações da área de “comércio” eram
relacionadas ao curso de assistente administrativo; e consideramos que ocupações
da área de “assistente administrativo” eram relacionadas ao curso de suporte técnico
em informática. Observamos maior ligação entre a área do curso de qualificação e a
ocupação atual para os tratados do grupo III: 54,5% estavam envolvidos em
atividades relacionadas ao curso.
Por fim, apresentamos a variável que capta se o indivíduo usava a internet para
divulgar suas atividades profissionais. O maior valor foi observado para os tratados
do grupo III (68% disseram usar) e o menor valor foi observado para os controles
do grupo II (55% disseram usar).
Os comentários a seguir são para as variáveis de escolaridade. O indicador de
frequência à escola é bem menor para os indivíduos do grupo III, em particular para
os tratados desse grupo (13% frequentavam escola – nesse caso são de fato
egressos do curso de cabeleireiro). Essa evidência já tinha sido apontada
anteriormente quando descrevemos o perfil dos alunos da Liga. A variável se o
indivíduo foi aprovado ou não no curso que frequentava em 2014 foi feita para
aqueles que disseram estar frequentando escola naquele ano. Novamente, o
percentual mais baixo foi para os tratados do grupo III. Por outro lado, os percentuais
foram mais altos para os tratados dos grupos I e II: 50% e 55% dos tratados desses
grupos, respectivamente, disseram ter sido aprovados nos cursos que frequentavam.
Para a variável de conclusão do ensino médio, para os tratados do grupo II esse
41
percentual também é relativamente mais alto: 60% dos que poderiam ter concluído
esse nível de ensino tiveram êxito.
Com relação a prestar ENEM, 45% dos indivíduos dos grupos I e II disseram ter
prestado e 27% dos indivíduos do grupo III disseram ter prestado. Praticamente
não há diferença entre tratados e controles em cada um dos grupos analisados.
No entanto, observamos diferença maior entre tratados e controles quando a
pergunta foi se o entrevistado estuda em casa para vestibulares ou para prestar
ENEM. Para os grupos I e II os valores para os tratados (36%) são mais que o dobro
do observado para os controles (16%) e para o grupo III o valor para os tratados
(16%) é 45% maior do que para os controles (11%).
Com relação a estar fazendo ou ter feito curso de inglês ou curso de informática, os
valores são maiores para os controles em todos os grupos, com uma diferença maior
quando avaliamos curso de inglês. Por exemplo, para o grupo II, 14% dos controles
disseram estar fazendo ou ter feito curso de inglês frente a 9% dos tratados. Por fim,
com relação a ter feito curso de qualificação em 2015, os valores também são
maiores para o grupo de controle, com a maior diferença entre tratados e controles
sendo observada no grupo III (14% dos controles frente a 7% dos tratados).
Novamente, destacamos que fizemos essa discussão para conhecermos a
magnitude de nossos indicadores de impacto de interesse; apenas a próxima seção
irá avaliar se existe de fato diferença para essas variáveis entre tratados e controles
atribuídas à participação no programa, de acordo com as nossas hipóteses de
identificação.
5.3. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre os
indicadores de interesse
A tabela 15 a seguir apresenta as estimativas de interesse. Na tabela estão
apresentados a estimativa de impacto para cada indicador de interesse (o β da
equação 1, pág. 30), bem como, o P-Valor associado a essa estimativa. O P-Valor
fornece a medida da significância estatística da estimativa de impacto obtida.
42
A “regra de bolo” é considerar a estimativa obtida estatisticamente diferente de zero
se o P-Valor for menor do que 0,1; e, quanto menor, melhor6.
Para os resultados da tabela 15, temos os seguintes destaques:
Empregabilidade:
Para os grupos I (assistente administrativo) e II (assistente administrativo +
suporte), observou-se a probabilidade maior dos tratados estarem em busca de
um trabalho relativamente ao grupo de controle, entre aqueles que não estavam
trabalhando em 2015. Ou seja, embora não tenhamos observado diferença em
termos de taxa de ocupação em 2015, o engajamento dos que passaram pela
Liga parece ser maior, visto que um percentual maior desses indivíduos está em
busca de trabalho.
Também para esses dois grupos, observamos um efeito positivo para o ln
(salário), indicando que indivíduos que passaram pela Liga têm em média
salários 12%, aproximadamente, maiores relativamente à situação de não ter
passado. Embora, os valores não sejam estatisticamente significativos para os
valores absolutos, acreditamos que isso se explica pela grande variabilidade
dessa variável em nível, com amostra pequena.
Embora, os grupos I e II apresentem uma dinâmica melhor de engajamento no
mercado de trabalho, para ambos os grupos a nota atribuída à inserção atual foi
0,5 ponto menor do que a atribuída pelo grupo de controle. A magnitude da
diferença é de fato pequena, lembrando que a nota varia entre 0 e 10, mas
mesmo assim é menor do que a do grupo de controle. Talvez isso se deva a
esses indivíduos estarem mais exigentes em termos da qualidade de seu
engajamento.
6. Calculando “1 - P-Valor”, temos uma medida do tamanho do intervalo de confiança que seria preciso construir para que o valor “zero” não estivesse contido no intervalo. O intervalo de confiança corresponde aos possíveis valores que a estimativa de impacto poderia assumir, caso tivéssemos sorteado uma amostra diferente. Em análises desse tipo, para que haja impacto, o valor “zero” não deve ser um desses possíveis valores, portanto, não deve estar contido no intervalo de confiança. Sendo assim, P-Valores pequenos implicam que mesmo construindo grandes intervalos de confiança, o valor “zero” não estaria contido; por outro lado, P-Valores grandes implicam que apenas para pequenos intervalos de confiança, o valor “zero” não estaria contido.
43
Para o grupo III (gastronomia + cabeleireiro), observamos que indivíduos que
passaram pela Liga têm maior probabilidade de estarem trabalhando como
autônomos relativamente à situação de empregados (visto que são raríssimos
os casos de empregadores e estagiários) quando comparados com o grupo de
controle. Além disso, observa-se para esse grupo uma maior inserção em
atividades relacionadas à área do curso de qualificação. De fato esses dois
resultados devem estar relacionados. As atividades de gastronomia e
cabeleireiro são mais associadas a um perfil de atividade autônoma/conta
própria e, como os tratados desse grupo estão mais envolvidos em atividades
relacionadas ao curso de qualificação, isso explica a maior probabilidade de
autônomos nesse grupo. Para esse grupo, observa-se também menor
probabilidade de envolvimento em apenas uma atividade/emprego no ano de
2015, frente a ter se envolvido em número maior de atividades/empregos.
Escolaridade:
Para o grupo III encontramos que os tratados apresentam menor chance de
estarem frequentando escola hoje relativamente aos controles. O maior
envolvimento do grupo de tratamento com o mercado de trabalho pode explicar
esse resultado. Embora, os resultados obtidos não mostrem diferenças
estatisticamente significativas entre tratados e controles para a taxa de
ocupação, em média, o engajamento é maior para os tratados desse grupo
(conforme dados da tabela 14, em média, 80% dos tratados estavam
trabalhando ou tiveram um trabalho em 2015; para o grupo de controle, esse
número é de 61%).
44
Tabela 15 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis de
interesse – MQO – todos tratados versus todos controles
Variáveis de interesse
Grupo I = assist. administrativo
Grupo II = assist. administ. +
suporte
Grupo III = cabelo + gastron.
Todos os grupos
n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef.
Trabalha/trabalhou em 2015
157 0,069 199 0,050 121 0,096 320 0,0513
[0,358] [0,462] [0,308] [0,338]
Procurou trabalho 73 0,1697 99 0,1647 55 0,1736 154 0,1210
0,082 0,053 0,172 [0,091]
Carteira assinada 94 0,045 115 0,070 56 -0,072 171 0,0448
[0,622] [0,388] [0,620] [0,519]
Emprego temporário 94 -0,076 115 -0,021 56 -0,019 171 0,0097
[0,497] [0,831] [0,903] [0,902]
Autônomo 120 -0,089 143 -0,064 85 0,1971 228 0,0181
[0,210] 0,318 0,0850 [0,731]
Salário 103 79,61 124 79,453 74 -134,2 198 -1,39
[0,264] [0,240] [0,117] [0,979]
Salário (ln) 103 0,145 124 0,126 74 -0,126 198 0,0332
[0,101] [0,106] [0,251] [0,607]
Horas de trabalho por semana
115 1,960 138 1,115 81 -3,232 219 -0,48
[0,373] [0,572] [0,344] [0,774]
Duração no emprego > do que 6 meses
93 0,062 112 0,0186 53 -0,0414 165 0,0039
[0,535] [0,846] [0,807] [0,961]
Envolvido em apenas 1 ativ. em 2015
119 0,0164 142 -0,0016 82 -0,2448 224 -0,0784
[0,801] [0,979] [0,017] [0,120]
Nota atribuída à inserção atual
142 -0,767 178 -0,6118 105 0,2590 283 -0,2933
[0,008] [0,018] [0,490] [0,165]
Ocup. relacionada à área do curso(dura)
118 0,0456 141 0,0928 85 0,3375 226 0,1836
[0,580] [0,202] [0,005] [0,003]
Ocup. relacionada à área do curso (flex)
118 0,0385 141 0,0849 85 0,3375 226 0,1823
[0,715] [0,354] [0,005] [0,010]
Usa internet p/ divulgar inform. prof.
157 0,099 200 0,103 122 0,050 322 0,0782
[0,237] [0,160] [0,610] [0,172]
Escolaridade
Frequenta escola hoje 158 -0,063 200 -0,066 121 -0,149 321 -0,0693
[0,382] [0,272] [0,057] [0,134]
Aprovado 157 -0,018 201 -0,054 123 -0,010 123 -0,0143
[0,797] [0,372] [0,896] [0,890]
Concluiu o ensino médio
95 0,0268 324 -0,0193
[0,819] [0,674]
Prestou ENEM 156 -0,0464 199 -0,053 117 0,0365 316 -0,0319
0,592 0,485 0,6800 [0,575]
Estuda para vestibular em casa
157 0,161 200 0,150 122 0,1296 322 0,1474
0,029 0,023 0,0880 [0,002]
Fez/faz curso de inglês
157 -0,112 200 -0,091 122 -0,101 322 -0,0890
[0,058] [0,071] [0,088] [0,018]
Fez/faz curso de informática
157 -0,136 200 -0,099 122 -0,073 322 -0,0838
[0,094] [0,177] [0,414] [0,129]
Fez curso QP depois 158 -0,077 202 -0,011 123 -0,011 325 -0,0117
[0,095] [0,795] [0,857] [0,731]
Obs.: realce de azul – coeficientes são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança. Todas as regressões são condicionais ao vetor X de variáveis explicativas definido no quadro 1. Valor entre colchetes é o P-Valor.
45
Embora, não tenhamos encontrado diferença em termos de ter prestado ENEM,
encontramos que as pessoas que passaram pela Liga apresentam maior
probabilidade de estar estudando em casa para o ENEM/vestibular quando
comparados com indivíduos que não passaram pela Liga – esse efeito aparece
para todos os grupos; uma possibilidade é justamente que a passagem pela
Liga possa ter aumentado as perspectivas ou expectativas de maior
qualificação, como possível inserção no ensino superior, o que levou esses
indivíduos a iniciar seus estudos.
Por outro lado, encontramos que indivíduos que não passaram pela Liga
apresentam maiores chances de estar fazendo ou terem feito curso de inglês –
esse efeito também aparece para todos os grupos; além disso, para o grupo I
(assistente administrativo) também aparece que aqueles que não passaram
pela Liga têm maior probabilidade de ter feito ou estar fazendo curso de
informática. O curso de assistente administrativo oferece ferramentas de
informática; como o grupo de controle queria participar do curso, devem ter
buscado tais ferramentas de outra forma.
Por fim, para o grupo I, temos que os tratados apresentam menor probabilidade
de terem feito curso de qualificação profissional em 2015 (que não a Liga)
relativamente ao grupo de controle, algo esperado.
Interessante observar que os impactos variam para os grupos analisados. Isto é, são
poucas as variáveis de impacto que apresentam resultados na mesma direção para
todos os grupos. As exceções são para os indicadores: se procurou trabalho em
2015, se estuda para ENEM/vestibular em casa e se fez curso de inglês. Para as
demais, encontramos efeito para um grupo, mas não encontramos para o outro. Por
exemplo, encontramos efeito positivo sobre a probabilidade de ser autônomo e de
estar ocupado na área do curso apenas para o grupo III; por outro lado, encontramos
efeito positivo sobre o salário apenas para os grupos I e II. Esses resultados
sugerem quão importantes são as análises separadas para os grupos, ainda que
isso implique amostras menores.
46
Conforme observamos na seção sobre cursos de qualificação profissional, existem
pessoas que fizeram cursos de QP que não da Liga em 2014. Assim, para tentarmos
entender os efeitos desses outros cursos em nossos resultados, mensuramos
também o impacto do QP da Liga, excluindo do grupo de controle os indivíduos que
disseram ter feito curso de qualificação em 2014. Esses resultados estão
apresentados no apêndice D. Em geral, a maior parte dos resultados encontrados
para a amostra total se mantém. Há algumas diferenças que são explicitadas e
analisadas também no apêndice D.
5.4. Estimativas de impacto da avaliação do QP sobre os
indicadores de interesse – estimativas via pareamento
Nessa seção apresentamos os resultados das estimativas de impacto para os
indicadores de interesse obtidos a partir de uma análise de pareamento. A ideia
desse procedimento é de dar maior peso para os controles que estão mais próximos
aos tratados. Tendo por base o mesmo vetor X descrito no quadro 1, estimamos uma
equação para a probabilidade de o indivíduo participar do tratamento. Isso foi feito
separadamente para cada um dos grupos analisados, bem como, para todos os
grupos, ao todo quatro estimativas. Na sequência as estimativas via pareamento
(kernel matching) foram obtidas. No apêndice E estão apresentados os modelos
logits para a probabilidade de o indivíduo ser tratado (tabela E1), bem como, uma
análise do balanceamento do pareamento (tabela E2).
A análise da tabela E1 nos mostra que não são muitas as variáveis que afetam a
probabilidade do indivíduo ser tratado. Para o grupo I, temos idade (efeito negativo)
e nota geral (efeito positivo); para o grupo II, temos a nota geral (efeito positivo); e
para o grupo III temos se o indivíduo estudava ou não no momento da seleção
(efeito negativo), a nota geral (efeito positivo) e se o indivíduo tinha ensino médio
completo ou não (efeito negativo). A nota geral, portanto, é a variável que aparece
em todas as estimativas, indicando que quanto maior a nota, maior a probabilidade
de o indivíduo fazer parte do tratamento (o aumento de um ponto na nota, aumenta
em 9,5 pontos percentuais a probabilidade de o indivíduo ser tratado – resultado do
logit para todos os grupos).
47
O fato de poucas variáveis explicarem a probabilidade de o indivíduo fazer parte do
tratamento é condizente com a pré-seleção de controles feita pelo pessoal da Liga,
no início da avaliação. Foram selecionados para grupo de controle os indivíduos
mais parecidos com os tratados, ou seja, pessoas que a princípio poderiam ter sido
selecionadas para participar dos cursos de qualificação, caso houvesse mais vagas.
Com relação aos resultados do balanceamento (tabela E2), observamos que para as
análises em separado para os grupos, apenas para o grupo III houve um caso de
variável não balanceada depois do pareamento. Foi para o indicador de impacto se o
indivíduo procurou emprego; a variável que indicava se o indivíduo trabalhava ou
não no momento da seleção ficou desbalanceada. No entanto, quando fizemos o
pareamento incluindo todos os grupos na análise, observamos que para diversos
indicadores de impacto, a variável se o indivíduo era solteiro ou não no momento da
seleção ficou desbalanceada. Esses resultados são mais uma evidência a favor das
análises separadas por grupos, ainda que isso implique amostras menores.
A tabela 16 a seguir apresenta os resultados obtidos para as estimativas de
pareamento. Embora haja mudança de magnitude nos impactos estimados, as
conclusões obtidas a partir da tabela 15 são todas mantidas.
Em suma, entendemos que a análise de pareamento reforçou os resultados
apontados na tabela 15, mostrando robustez na análise. Assim, os resultados
da tabela 15 serão utilizados na análise de retorno econômico a ser apresentada
na seção seguinte.
48
Tabela 16 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis de
interesse – resultados via pareamento
Variáveis de interesse
Grupo I = assist. administrativo
Grupo II = assist. administ. + suporte
Grupo III = cabelo + gastron.
Todos os grupos
n. obs. dif. n. obs. dif. n. obs. dif. n. obs. dif.
Trabalha/trabalhou em 2015
148 0,1126
193 0,0829
110 0,1153
316 0,0703
(1,44) (1,14) (1,13) (1,24)
Procurou trabalho 70 0,188
95 0,189
46 0,274
153 0,1565
(1,91) (2,01) (1,52) (2,08)
Carteira assinada 84 0,0975
110 0,1384
45 -0,0365
166 0,0538
(1,04) (1,5) (-0,22) (0,7)
Trabalho com prazo determinado
62 -0,0742
110 0,0004
45 0,0156
166 0,0301
(-0,62) (0,00) (0,1) (0,35)
Autônomo 108 -0,0148
138 -0,0168
70 0,2901
222 0,0529
(-0,17) (-0,21) (2,53) (0,85)
Salário 95 139,61
121 111,63
59 -136,65
192 -12,218
(1,39) (1,23) (-1,32) (-0,19)
Salário (ln) 95 0,2109
121 0,1568
59 -0,1809
192 0,0031
(2,02) (1,64) (-1,22) (0,04)
Horas de trabalho por semana
105 2,4324
133 2,54
66 -5,35
214 -0,24
(1,03) (1,12) (-1,5) (-0,13)
Duração no emprego > do que 6 meses
84 0,0468
108 -0,0403
43 -0,0312
160 0,0151
(0,40) (-0,36) (-0,18) (0,18)
Envolvido em apenas 1 ativ. em 2015
107 -0,0079
137 -0,0130
67 -0,2206
218 -0,0901
(-0,10) (-0,18) (-2,34) (-1,65)
Nota atribuída à inserção atual
135 -0,7208
172 -0,4460
94 0,1267
279 -0,2666
(-2,34) (-1,61) (0,29) (-1,16)
Ocup. relacionada à área do curso (dur.)
107 0,0083
137 0,0226
70 0,3210
220 0,1838
(0,10) (0,3) (2,63) (2,86)
Ocup. relacionada à área do curso (flex)
107 -0,0737
137 0,0269
70 0,3210
220 0,1442
(-0,67) (0,26) (2,63) (1,92)
Usa internet p/ divulgar inform. prof.
148 0,0851
194 0,1049
111 -0,0163
318 0,0717
0,95 1,31 -0,15 1,19
Escolaridade
Frequenta escola hoje 149 -0,0271
194 -0,0386
110 -0,1731
317 -0,0553
(-0,30) (-0,48) (-1,8) (-0,9)
Aprovado 148 0,0369
195 -0,0259
112 -0,0009
320 -0,0087
(0,41) (-0,32) (-0,01) (-0,14)
Concluiu o ensino médio
89
0,0242 117
-0,0186
0,19 -0,17
Prestou ENEM 147 -0,0074
193 -0,0235
107 0,0792
312 -0,0188
(-0,08) (-0,29) (0,78) (-0,31)
Estuda para vestibular em casa
148 0,1768
194 0,1634
111 0,1149
318 0,1376
(2,31) (2,38) (1,45) (2,78)
Fez/faz curso de inglês
148 -0,1213
194 -0,1182
111 -0,0992
318 -0,1067
(-1,93) (-2,16) (-1,47) (-2,69)
Fez/faz curso de informática
148 -0,1355
194 -0,1250
111 -0,0713
318 -0,1140
(-1,56) (-1,6) (-0,74) (-1,98)
Fez curso QP depois 149 -0,0579
196 -0,0026
112 -0,0418
321 -0,0074
(-1,17) (-0,06) (-0,6) (-0,2)
Obs.: dif. – resultado da diferença da média entre tratamento e controle para cada variante dependente. Estatística t entre parênteses. Realce de azul – diferenças são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança.
49
6. Análise do Retorno Econômico do Projeto de
Qualificação Profissional
Para avaliarmos o retorno econômico do Programa de Qualificação Profissional
precisamos comparar os custos com os benefícios do programa. Os custos
disponibilizados pela equipe da Liga estão apresentados na tabela seguinte.
Tabela 17 – Custos anuais de execução do Programa de Qualificação
Profissional – Ano base 2015 (em R$)
Custo Direto
Custo Indireto
EDD
Despesa (Sede)
Custo Total
Pessoal 649.263,54 166.003,97 112.123,13 927.390,64
Despesas operacionais 453.859,13 80.756,24 17.672,95 552.288,32
Serviços de terceiros 5.041,80 6.554,73 33.172,69 44.769,22
Despesas administrativas 15.084,74 7.201,50 13.509,97 35.796,21
Outras despesas operacionais 16.589,33 816,53 267,45 17.673,30
Despesa de depreciação/amortização 8.793,19 22.286,79 5.019,47 36.099,44
Total 1.148.631,73 283.619,76 181.765,66 1.614.017,13
Percentual 71% 18% 11% 100%
Fonte: Liga Solidária.
Esses gastos consideram um atendimento anual de 430 indivíduos, de forma que o
gasto por aluno é de R$ 3.753,53 por ano ou R$ 312,79 por mês. As despesas da
sede vão além das concessionárias, ou seja, compõem todos os departamentos de
apoio da Liga: RH, tecnologia, desenvolvimento institucional, captação,
superintendência, controladoria, entre outros. Os custos indiretos incluem as
despesas com água, luz, telefone, administração, segurança, enfim, tudo que não é
custo direto com os cursos e que ficam no Educandário.
Com relação aos benefícios, na avaliação de retorno econômico do projeto social
consideram-se como benefícios os ganhos que o projeto gera para os beneficiários
do projeto social. A partir das hipóteses adotadas na presente avaliação, estimamos
50
que os salários obtidos pelos tratados dos cursos de assistente administrativo e
suporte técnico são, em média, maiores do que aqueles observados para os
indivíduos do grupo de controle desses mesmos cursos. Assim, a estratégia adotada
será a de considerar esses ganhos salariais como sendo os benefícios gerados pelo
programa de qualificação profissional.
Importante que façamos uma observação com relação às estimativas de impacto
obtidas para a variável de salário para o grupo III – gastronomia + cabeleireiro. O
resultado foi negativo, mas não estatisticamente significativo. Uma análise
fundamental de ser incorporada para esse grupo é a da taxa de ocupação. Embora,
a regressão para a taxa de ocupação não tenha mostrado impactos estatisticamente
significativos, a análise da taxa de ocupação para tratados e controles do grupo III
mostra uma enorme diferença entre esses grupos7. Tendo por base os mesmos
indivíduos que são incluídos na regressão de ocupação (ou seja, indivíduos para os
quais conhecemos todos os valores para variáveis explicativas que são incluídas na
regressão), encontramos uma diferença na taxa de ocupação entre tratados e
controles de 18 pontos percentuais, a favor dos tratados. Tal diferença não aparece
para os demais grupos (grupo I e grupo II). A tabela 18 abaixo apresenta esses
números.
Tabela 18 – Taxas de ocupação para os grupos de interesse – pesquisa de
campo final
Trabalha ou trabalhou em 2015
Grupo I Grupo II Grupo III tratados controles tratados controles tratados controles
Sim 66
(78,6%) 54
(74%) 82
(71,9%) 61
(71,8%) 51
(78,5%) 34
(60,7%)
Não 18 19 32 24 14 22 Total 84 73 114 85 65 56
Tal diferença na taxa de ocupação implica que quando analisamos as estimativas de
salário (e demais variáveis que estão definidas apenas para os ocupados), deixamos
de lado, no caso do grupo III, 40% dos controles, uma seleção bastante grande –
que não acontece na mesma magnitude para o grupo de tratamento. No caso dos
7. Inclusive, já comentamos esses dados quando analisamos o resultado negativo para a variável de frequência à escola.
51
grupos I e II, o tamanho da seleção de tratados e controles é bem mais similar. Em
geral, acredita-se que essa seleção seja positiva, no sentido de que os mais hábeis e
motivados estejam no mercado de trabalho. A implicação aqui é que acabamos por
superestimar a média salarial dos controles. Apenas para esse grupo, estimamos
novamente a equação de salários tendo por base um modelo tobit – esse modelo
considera na estimação o fato de observarmos o salário para apenas uma parte do
grupo (isto é, para os ocupados). Nessa estimativa o coeficiente associado a variável
de tratamento torna-se positivo, embora estatisticamente igual a zero (β = 71.65 com
P-Valor = 0.638). Essa pode ser uma evidência de que as estimativas que
consideram apenas os ocupados para o grupo III podem estar enviesadas a favor do
grupo de controle.
Sendo assim, muito embora consideremos nos benefícios apenas os ganhos
salariais obtidos para os grupos I e II, não entendemos que isso signifique que não
haja benefícios para os indivíduos que passam pelos cursos de gastronomia e
cabeleireiro. Chama atenção a vantagem em termos da taxa de ocupação para esse
grupo, embora, como já destacado os resultados não sejam estatisticamente
significativos. Além disso, esse grupo mostra maior inserção em ocupações
relacionadas à área do curso de qualificação, algo também bastante importante,
visto que os indivíduos estão passando pelo curso e estão indo trabalhar na área do
curso. Por fim, a maior proporção de autônomos no grupo também é uma evidência
de que o curso está proporcionando uma possibilidade de inserção no mercado de
trabalho. Em geral, os indivíduos que frequentam esses cursos são mulheres, mais
na fase adulta do ciclo de vida, com arranjos familiares já estabelecidos8. Sendo
assim, os cursos estão possibilitando a esse grupo uma chance de inserção que, na
ausência do curso, de acordo com os resultados obtidos, não seria possível.
A tabela 20 mais abaixo apresenta o fluxo dos benefícios e custos do programa.
Mas, antes de analisá-la, vamos explicitar como chegamos aos valores dessa tabela.
Vamos descrever os custos. Faremos dois tipos de análises. Na primeira análise
consideraremos nos custos os tratados dos quatro cursos; na segunda análise
8. Como mostram os dados da tabela 11, comparando os tratados dos grupos II e III, no momento da seleção, por exemplo: no grupo II, 66% são mulheres e, no grupo III, 80% são mulheres; no grupo II, a média de idade é de 20 anos e, no grupo III, a média de idade é de quase 30 anos; e, por fim, no grupo II, 18% eram casados e, no grupo III, 45% eram casados.
52
consideraremos nos custos apenas os tratados dos cursos de assistente
administrativo e suporte técnico. A razão desses recortes deve-se ao fato de termos
estimado impacto sobre os salários apenas para esses dois cursos. No entanto,
como já argumentado anteriormente, não acreditamos que isso signifique que não
haja benefícios para os indivíduos para o grupo III: gastronomia e cabeleireiro.
Achamos interessante incluir essa análise que considere apenas os tratados dos
cursos do grupo II (assistente administrativo + suporte técnico) para termos uma
estimativa mais acurada de retorno para esse grupo.
Os tratados fizeram o curso em 2014, sendo assim, deflacionamos (a partir do INPC)
o custo por aluno anual apresentado anteriormente para 2014 (valor obtido de R$
3.533,45). Na primeira análise, multiplicamos esse valor pelo total de tratados que
participaram da nossa pesquisa de campo, ou seja, por 191 (conforme valores
apresentados na tabela 2 desse texto). Na segunda análise multiplicamos por 112
(87+35) que é o total de tratados dos cursos de assistente administrativo e suporte
técnico que participaram da pesquisa em 2015.
Consideramos também nos custos, um possível custo de oportunidade associado
aos salários “perdidos” no momento em que os tratados estão fazendo o curso.
Fizemos três cenários: i) admitimos que nenhum dos tratados estivesse trabalhando;
ii) que apenas 50% dos tratados não estivessem trabalhando; iii) que apenas 20%
dos tratados não estivessem trabalhando. Admitimos também que os salários que os
tratados teriam em 2014, ou seja, antes do programa, fossem iguais aos salários que
seriam observados sem o efeito causal do programa. Calculamos esse valor com
base na pesquisa de 2015, a partir dos dados da tabela 14, e deflacionamos esse
valor para 2014. Note que para os tratados dos cursos de assistente administrativo +
suporte técnico, o valor observado na pesquisa de 2015 inclui o efeito causal do
programa – assim foi preciso descontar tal impacto (utilizamos as estimativas de
impacto da tabela 15); já no caso de gastronomia + cabeleireiro, como não foram
observadas diferenças nos salários relativamente aos dos controles, utilizamos os
próprios valores. Na primeira análise utilizamos um salário médio que inclui todos os
tratados – foi feita uma média ponderada a partir dos tamanhos de amostra
observados na tabela 2 – e multiplicamos por 191; na segunda análise, utilizamos os
salários médios apenas dos cursos de assistente + suporte e multiplicamos por 112.
Esses montantes equivalem ao salário perdido pelo fato dos tratados estarem fora
53
do mercado de trabalho enquanto estão fazendo o curso. Os valores dos custos
estão apresentados na tabela seguinte.
Tabela 19 – Custos estimados para o cálculo do retorno econômico
Todos os cursos
Assist. + Suporte
Todos os cursos
Assist. + Suporte
Custo por aluno 1ª análise 2ª análise 1ª análise 2ª análise
R$ 3.533,45 191
tratados 112 tratados R$ 674.889,59 R$ 395.746,78
Custo de oportunidade
Salário médio antes do programa
Cenário 1 (nenhum dos
tratados trabalha)
Cenário 2 (50% dos
tratados não trabalha)
Cenário 3 (20% dos
tratados não trabalha)
Todos os tratados 1ª análise
R$ 869,05 R$ 165.988,49 R$ 82.994,24 R$ 33.197,70
Tratados dos cursos de assistente + suporte 2ª análise
R$ 809,77 R$ 90.694,49 R$ 45.347,25 R$ 18.138,90
Com relação aos benefícios, não há diferenças de valores para as duas análises,
visto que só iremos incluir as diferenças salariais relativamente aos controles para os
cursos de assistente + suporte. Como colocado, os valores observados na pesquisa
de 2015 incluem o efeito causal do programa; sendo assim, caso não tivessem
passado pelo programa, os salários dos tratados seriam menores. Esses valores
foram obtidos a partir do seguinte cálculo: os resultados da tabela 15 são para o
ln(salário), sendo assim, calculamos o percentual de acréscimo para o salário9. Em
seguida, calculamos os salários dos controles, a partir da equação: salário_controles
*(1 + impacto) = salário_tratados e, então, o diferencial de salário devido ao
tratamento. Esse valor é mensal e, em média, para um tratado. Sendo assim,
multiplicamos esse valor por 12 (12 meses = 1 ano) e por 112*0,7 (tratados dos
cursos de assistente e suporte técnico * taxa de ocupação10). A tabela 20 abaixo traz
esses números.
9. Ln salário tratados – ln salário controles = 0,145 Ln (salário tratados/salário controles) = 0,145 exp(Ln(salário tratados/salário controles)) = exp(0,145) (salário tratados/salário controles) = exp(0,145) impacto do programa = (salário tratados/sálário controles) -1 = exp(0,145) -1.
10. Conforme dados da tabela 14.
54
Tabela 20 – Benefícios estimados para o cálculo do retorno econômico
Salários dos tratados (assistente +suporte) R$ 975,72
Impacto do programa no ln(salário) R$ 0,145
Impacto do programa no salário R$ 0,156
Salários dos tratados na ausência do programa R$ 844,02
Diferencial mensal devido ao programa R$ 131,70
Diferencial anual devido ao programa R$ 1.580,40
Diferencial anual para o total de tratados R$ 123.903,53
Os valores dos benefícios são estimados para 2015, no entanto, por hipótese, esse
impacto deve permanecer na vida dos beneficiários por alguns anos. Vamos calcular
a Taxa Interna de Retorno admitindo que tal impacto permaneça por 3, 5, 10 anos e,
por fim, até o indivíduo sair do mercado de trabalho. A tabela 21 abaixo apresenta os
fluxos de custo e benefícios para a primeira análise no primeiro cenário.
Tabela 21 – Fluxos estimados de custo e benefícios para o cálculo do retorno
econômico
Idade
custos (1º cenário)
benefícios líquido
21 2013 Seleção
22 2014 fazendo o curso 840.878,08 0 -840.878,08
23 2015 mercado de trabalho
123.903,53 123.903,53
24 2016 mercado de trabalho
123.903,53 123.903,53
25 2017 mercado de trabalho
123.903,53 123.903,53
... .... ....
.... ....
32 2024 mercado de trabalho
123.903,53 123.903,53
33 2025 mercado de trabalho
123.903,53 123.903,53
34 2026 mercado de trabalho
123.903,53 123.903,53
... ... ....
.... ....
65 2057 mercado de trabalho
123.903,53 123.903,53
Para a segunda análise e demais cenários, altera-se apenas o valor dos custos;
o fluxo de benefícios permanece sempre igual. A tabela 22 a seguir apresenta a Taxa
Interna de Retorno (TIR) para as duas análises e diferentes cenários.
55
Tabela 22 – Taxa interna de retorno (TIR) do Projeto de Qualificação
Profissional
1ª análise 2ª análise
1º cenário 2º cenário 3º cenário 1º cenário 2º cenário 3º cenário
3 anos -31,9% -28,6% -26,4% -12,3% -8,1% -5,2%
5 anos -9,4% -6,4% -4,3% 8,6% 12,5% 15,1%
10 anos 7,7% 10,1% 11,7% 22,0% 25,1% 27,2%
até aposentar 14,7% 16,3% 17,5% 25,5% 28,1% 29,9%
Como fica claro na tabela acima, considerando todos os 191 tratados, em dez anos
no primeiro cenário, o projeto tem retorno de 7,7% ao ano. Se considerarmos nos
custos apenas os tratados dos cursos de assistente administrativo e suporte técnico,
em cinco anos no primeiro cenário já observamos retorno de 8,6% ao ano.
Importante ressaltar que estamos considerando como benefícios aqui apenas os
ganhos salariais advindos para os tratados dos cursos de assistente administrativo e
suporte técnico, muito embora, como já argumentado, nosso entendimento não seja
que os cursos de gastronomia e cabeleireiro não tenham impactos. O argumento é
que a diferença bastante significativa em termos de taxa de ocupação entre tratados
e controles para o grupo III levou a uma superestimação da média salarial para o
grupo de controle. Vale adicionar que a pequena amostra para esse grupo também
foi um elemento que prejudicou a análise.
Como exercício adicional para as análises de retorno, utilizamos o custo total da
Liga, ou seja, os números reais de atendidos pela Liga (ao invés dos números
observados na pesquisa de campo) – considerando os quatro cursos. Essa
diferenciação na análise é importante na medida em que há custos na Liga que
são fixos. Na análise anterior que multiplica o custo/aluno pelo total de alunos
participantes da pesquisa de campo, significa considerar que todos os custos
são variáveis, o que não necessariamente é verdadeiro. Sendo assim, para essa
diferenciação de cálculo, os custos do programa correspondem ao valor de
R$ 1.519.384,95, que é simplesmente o custo total de R$ 1.614.017,13, deflacionado
para 2014. No cálculo do salário médio para estimar o custo de oportunidade,
utilizamos os números de vagas oferecidos em cada curso como ponderador.
Para contabilizar os benefícios, utilizamos também o número real de atendidos
dos cursos de assistente administrativo + suporte técnico (2/3 dos 430 atendidos).
56
O valor do benefício estimado para cada tratado é o mesmo das análises anteriores
(ou seja, de R$ 131,70/mês ou R$ 1.580,40/ano). A tabela 23, a seguir, apresenta os
fluxos de custo e benefícios para esse exercício adicional, e a tabela 24 apresenta
as TIR’s para os diferentes cenários.
Tabela 23 – Fluxo estimado de custo e benefícios para o cálculo do retorno
econômico – tendo por base o número real de atendidos
Considerando o nº real de atendidos
idade
custos (1º cenário) benefícios líquido
21 2013 Seleção
22 2014 fazendo o curso 1.890.517,63 0 -1.890.517,63
23 2015 mercado de trabalho
317.134,03 317.134,03
24 2016 mercado de trabalho
317.134,03 317.134,03
25 2017 mercado de trabalho
317.134,03 317.134,03
... .... ....
.... ....
32 2024 mercado de trabalho
317.134,03 317.134,03
33 2025 mercado de trabalho
317.134,03 317.134,03
34 2026 mercado de trabalho
317.134,03 317.134,03
... ... ....
.... ....
65 2057 mercado de trabalho
317.134,03 317.134,03
Tabela 24 – Taxa interna de retorno (TIR) do Projeto de Qualificação
Profissional – tendo por base o nº real de atendidos pela Liga
Considera o nº real de atendidos pela Liga
1º cenário 2º cenário 3º cenário
3 anos -27,8% -24,3% -21,9%
5 anos -5,6% -2,4% -0,2%
10 anos 10,7% 13,2% 15,0%
até aposentar 16,8% 18,6% 19,9%
De acordo com os resultados dessa análise, admitindo que os ganhos salariais
permaneçam por dez anos na vida dos beneficiários, o projeto aponta para taxas de
retorno anuais de 11% ao ano no cenário mais pessimista para os custos de
oportunidade. As taxas aqui são maiores que as obtidas anteriormente porque a
representatividade do grupo II no número real de atendidos pela Liga é maior do que
em nossa pesquisa de campo. Como apontado na tabela 2, logo no início do
relatório, a taxa de resposta dos tratados do curso de gastronomia é a maior dentre
57
os cursos; cabeleireiro praticamente empata com suporte; assistente administrativo
apresenta a menor taxa de resposta.
Comentários Finais
O objetivo desse relatório foi apresentar uma avaliação de impacto e retorno
econômico do programa de Qualificação Profissional da Liga das Senhoras
Católicas. Este relatório, especificamente, apresenta os resultados finais da
avaliação de impacto do QP sobre aspectos relativos à empregabilidade e
escolaridade dos beneficiários. Para a realização da avaliação foram feitas duas
pesquisas de campo. A primeira pesquisa de atualização cadastral e monitoramento
no fim de 2014; e a segunda pesquisa no fim de 2015 para coletar os indicadores de
impacto de interesse, propriamente ditos. Foi com base nas informações dessa
segunda pesquisa de campo que o presente relatório foi elaborado.
A avaliação teve por base os tratados que participaram do programa em 2014.
O grupo de controle escolhido foi formado por pessoas que se inscreveram para
participar do curso em 2014, mas que não foram aceitos por restrição de vaga.
A escolha desse grupo foi feita pela própria equipe do QP. Para construir esse grupo
de controle, a equipe tinha em mente o seguinte questionamento: se tivéssemos o
dobro de vagas, quem iríamos convidar? A hipótese de identificação para a avaliação
causal do programa de qualificação profissional sobre os indicadores de
empregabilidade e escolaridade utiliza fundamentalmente as variáveis observadas
pré-tratamento, bem como, essa escolha inicial feita pela Liga dentre os inscritos e
não selecionados.
Avaliação de impacto
Trabalhamos com diferentes indicadores associados ao envolvimento dos
beneficiários no mercado de trabalho e a escolaridade. Além disso, todas as análises
foram feitas separadamente para: os tratados do curso de assistente administrativo
(grupo I); para os tratados dos cursos de assistente administrativo + suporte técnico
(grupo II); para os tratados dos cursos de gastronomia e cabeleireiro (grupo III); e
para os tratados de todos os cursos juntos. Interessante observar que os impactos
58
variam entre os grupos analisados. Isto é, são poucas as variáveis de impacto que
apresentam resultados na mesma direção para todos os grupos. Esses resultados
sugerem quão importantes são as análises separadas para os grupos, ainda que
isso implique amostras menores.
Abaixo segue uma tabela-resumo dos resultados obtidos.
Resultados – Todos os grupos e controle geral
Impactos potenciais sobre: Grupo I Grupo II Grupo III Todos os grupos
Empregabilidade
Y1 = trabalha em 2015 ou teve um trabalho em 2015
Y2 = está procurando trabalho + 1,697 + 1,647 + 0,121
Y3 = posse de carteira de trabalho
Y4 = se o trabalho é temporário
Y5 = se é autônomo + 0,1971
Y6 = salário recebido (valor e logaritmo natural) + 0,145 + 0,126
Y7 = horas trabalhadas por semana
Y8 = duração no emprego maior do que 6 meses
Y9 = se esteve envolvido em apenas uma atividade em 2015
– 0,2448
Y10 = nota atribuída à inserção atual no mercado de trabalho
– 0,767 – 0,6118
Y11 = se a ocupação está relacionada à área do curso de qualificação
+ 0,3375 + 0,1836
Y12 = usou/usa internet para divulgar informações profissionais
Escolaridade
Y1 = frequenta escola – 0,149
Y2 = se foi aprovado no curso que frequentava em 2014
Y3 = prestou o ENEM
Y4 = estuda para vestibular em casa + 0,161 + 0,15 + 0,1296 + 0,1474
Y5 = fez/faz curso de inglês – 0,112 – 0,091 – 0,101 – 0,089
Y6 = fez/faz curso de informática – 0,136
Y7 = fez curso de QP depois da Liga – 0,077
59
Resultados associados aos indicadores de empregabilidade:
Grupos I (assistente administrativo) e II (assistente administrativo + suporte)
Embora não tenhamos observado probabilidade de trabalho diferente entre tratados
e controles, observamos uma probabilidade maior dos tratados estarem em busca de
um trabalho relativamente ao grupo de controle, entre aqueles que não estavam
trabalhando em 2015. Isso significa que o engajamento dos que passaram pela Liga
parece ser maior, visto que um percentual maior desses indivíduos está em busca de
trabalho.
Também observamos um efeito positivo para o (ln)salário, indicando que indivíduos
que passaram pela Liga têm, em média, salários 12%, aproximadamente, maiores
relativamente à situação de não terem passado por ela.
Embora, esses grupos apresentem uma dinâmica melhor de engajamento no
mercado de trabalho, para ambos os grupos a nota atribuída à inserção atual foi 0,5
ponto menor do que a atribuída pelo grupo de controle. Talvez isso se deva a esses
indivíduos estarem mais exigentes em termos da qualidade de seu engajamento.
Grupo III (gastronomia + cabeleireiro)
Encontramos maior probabilidade de estarem trabalhando como autônomos
relativamente à situação de empregados (visto que são raríssimos os casos de
empregadores e estagiários).
Além disso, observa-se para esse grupo maior inserção em atividades relacionadas
à área do curso de qualificação.
De fato esses dois resultados devem estar relacionados. As atividades de
gastronomia e cabeleireiro são mais associadas ao perfil de atividade
autônoma/conta própria e, como esses tratados estão mais envolvidos em atividades
relacionadas ao curso de qualificação, isso explica a maior probabilidade de
autônomos nesse grupo.
Para esse grupo, observa-se também menor probabilidade de envolvimento em
apenas uma atividade/emprego no ano de 2015 frente a ter se envolvido em um
número maior de atividades/empregos.
60
Para a variável de salário, o resultado foi não estatisticamente significativo. No
entanto, acreditamos que esse resultado se deva à maior seleção no grupo de
controle quando avaliamos as variáveis de mercado de trabalho. A análise da taxa de
ocupação para tratados e controles do grupo III mostra uma diferença de 18 pontos
percentuais, a favor dos tratados. Isso significa que quando analisamos as
estimativas de salário, deixamos de lado 40% dos controles, uma seleção bastante
grande. Em geral, acredita-se que essa seleção seja positiva, no sentido de que os
mais hábeis e motivados estejam no mercado de trabalho. A implicação aqui é que
acabamos por superestimar a média salarial dos controles.
Resultados associados aos indicadores de escolaridade
Grupo I (assistente administrativo)
Para esse grupo, encontramos que aqueles que passaram pela Liga têm menor
probabilidade de ter feito ou de estar fazendo curso de informática. O curso de
assistente administrativo oferece ferramentas de informática; como o grupo de
controle queria participar do curso, devem ter buscado tais ferramentas de outra
forma. Para esse grupo também observamos que os tratados apresentam menor
probabilidade de terem feito curso de qualificação profissional em 2015 (que não a
Liga). Esse resultado é esperado, visto que, o grupo de controle queria participar do
QP da Liga.
Grupo II (assistente administrativo + suporte técnico)
Os resultados negativos comentados anteriormente para o grupo I – assistente
administrativo – não são mantidos quando consideramos assistente mais suporte
técnico. Para os dois indicadores – ter feito ou estar fazendo curso de informática e
ter feito curso de qualificação depois – o resultado perde significância em função do
aumento de casos “positivos” para as duas variáveis para o grupo de tratamento.
Para o primeiro indicador, tal aumento é menos expressivo: a porcentagem de
tratados que disseram estar fazendo ou ter feito curso de informática passa de
27,4% no grupo I para 30,4% no grupo II; já para o segundo indicador, o aumento é
maior: a porcentagem de tratados que disseram ter participado do curso de
qualificação em 2015 passa de 4,8% no grupo I para 8,7% no grupo II. Em números
61
absolutos, temos um aumento de 4 para 10 casos. Infelizmente, a grande maioria
não responde qual é a área do tal curso de qualificação.
Grupo III (gastronomia + cabeleireiro)
Para o grupo III encontramos que os tratados apresentam menor chance de estarem
frequentando escola hoje relativamente aos controles. Uma possibilidade é que o
maior envolvimento do grupo de tratamento com o mercado de trabalho possa
explicar esse resultado (em média, 80% dos tratados estavam trabalhando ou
tiveram um trabalho em 2015; para o grupo de controle, esse número é de 61%).
Para os três grupos
Para as variáveis de escolaridade, encontramos um conjunto de resultados que é
comum aos três grupos. Embora, não tenhamos encontrado diferença na variável ter
prestado ENEM, encontramos que as pessoas que passaram pela Liga apresentam
maior probabilidade de estar estudando em casa para o ENEM/vestibular quando
comparados com indivíduos que não passaram pela Liga. Uma possibilidade é
justamente que a passagem pela Liga possa ter aumentado as perspectivas ou
expectativas de maior qualificação, como possível inserção no ensino superior, o que
levou esses indivíduos a iniciar seus estudos em casa. Por outro lado, encontramos
indivíduos que não passaram pela Liga, mas apresentam maiores chances de estar
fazendo ou terem feito curso de inglês.
Avaliação de retorno econômico
Com relação à análise de retorno econômico, a estratégia escolhida foi a de
comparar os custos do projeto com os benefícios obtidos, em função dos maiores
salários. Embora, só tenhamos estimados ganhos salariais estatisticamente
significativos para os tratados dos grupos I e II, não entendemos que para o grupo III
não haja benefícios. Chama atenção a vantagem em termos da taxa de ocupação
para esse grupo, embora os resultados não sejam estatisticamente significativos.
Além disso, esse grupo mostra maior inserção em ocupações relacionadas à área do
curso de qualificação, algo também bastante importante, visto que os indivíduos
estão passando pelo curso e estão indo trabalhar na área do curso. Por fim, a maior
proporção de autônomos no grupo também é uma evidência de que o curso está
62
proporcionando possibilidade de inserção no mercado de trabalho. Em geral, os
indivíduos que frequentam esses cursos são mulheres, mais na fase adulta do ciclo
de vida, com arranjos familiares já estabelecidos. Sendo assim, os cursos estão
possibilitando a esse grupo uma chance de inserção que, na ausência do curso, de
acordo com os resultados obtidos, não seria possível.
De acordo com os resultados obtidos, tendo por base os números reais de atendidos
pela Liga e admitindo que os ganhos salariais permaneçam por dez anos, as
estimativas para a TIR variam entre 11 e 15% ao ano, a depender do cenário
escolhido para os custos de oportunidade incorridos pelos beneficiários ao optarem
por participar dos cursos de qualificação. Se admitirmos que os ganhos salariais
sejam mantidos por seis anos, a taxa interna de retorno fica entre 0,2 e 5,3% ao ano;
e, se admitirmos que permaneçam por sete anos, fica entre 4 e 9% ao ano, a
depender do cenário para o custo de oportunidade. De fato, com o cenário mais
otimista para os custos de oportunidade (apenas 20% dos tratados não trabalham),
os custos seriam pagos admitindo que os ganhos salariais permanecessem por
cinco anos na vida dos tratados, algo bastante razoável, levando-se em conta que
não estamos contabilizando qualquer benefício para os tratados do grupo III, embora
como argumentado, acreditemos que os mesmos existam.
63
Apêndice A – Questionário – Versão Final
1 | P á g i n a
PM 004/15
QUESTIONÁRIO – PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
OUTUBRO/2015
NÚMERO DO QUESTIONÁRIO:
ID
CÓDIGO DO ENTREVISTADOR:
ENT
NÚMERO DO DIGITADOR:
DIG
ATENÇÃO ENTREVISTADOR: É OBRIGATÓRIO O PREENCHIMENTO DOS CAMPOS ABAIXO.
DATA DE REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA: / /
DIA
HORÁRIO INÍCIO: : VA
HORÁRIO TÉRMINO: : VB
CÓD.FORNECEDOR: CD
INÍCIO
1. NOME DO ENTEVISTADO (LISTAGEM)
Entrevistado: _____________________________________________ NOME
2. ENDEREÇO DO ENTREVISTADO (LISTAGEM)
Endereço: _____________________________________________ END
3. PONTO DE REFERÊNCIA (LISTAGEM)
Ponto de referência: _____________________________________________ REF
4. CLASSIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO (LISTAGEM)
1 – Tratamento
01 – Gastronomia
02 – Suporte Técnico em Informática
03 – Assistente Administrativo
04 – Cabeleireiro
2 – Controle - não participou do QP mas fez inscrição para participar do curso de:
01 – Gastronomia 02 – Suporte Técnico em Informática
03 – Assistente Administrativo
04 – Cabeleireiro
CLASSIF
5. ID DO ENTREVISTADO – BUSCAR NA LISTAGEM
Digite o ID do entrevistado
LIST
6. SEXO
1 – Masculino
2 – Feminino
SEXO
1 5
64
2 | P á g i n a
APRESENTAÇÃO:
Bom dia/boa tarde/boa noite. Meu nome é ___________ e eu trabalho na Vox Populi, uma empresa de pesquisas
de mercado e de opinião, inclusive pesquisas eleitorais em todo o Brasil.
Gostaria de falar com ___________________________ (nome do cadastro). Quem, gentilmente, nos cedeu seu
contato foi o pessoal da Liga Solidária (Educandário).
Grupo de Tratamento – Projeto QP e Grupo de Controle – Inscritos e não selecionados no Projeto QP
No momento, estamos repetindo estudo anterior com o objetivo de conhecer as atividades realizadas pelos
moradores da região para facilitar ou melhorar sua inserção no mercado de trabalho.
Não conseguimos contato antes
Nós tentamos falar com você antes, mas infelizmente não conseguimos contato. Pedimos que colabore com nossa
pesquisa nessa oportunidade.
Conseguimos contato antes Nós já falamos com você em momento anterior e, pedimos, novamente, sua colaboração com nossa pesquisa.
Geral
As perguntas que faremos são parte de um questionário, elaborado por profissionais da USP e pela Fundação Itaú
Social, e serão de grande valia para o aprimoramento das políticas públicas.
Como forma de agradecer sua participação, a Fundação Itaú Social sorteará um tablet, no valor aproximado
de R$ 700,00, entre os que participarem dessa pesquisa.
Inclusive, queremos esclarecer que sua identidade e suas respostas são confidenciais e serão usadas apenas
pela Fundação Itaú Social para pesquisa e desenvolvimento de seus programas.
APENAS SE PERGUNTAR: MOSTRAR ANEXO 1
Caso você queira confirmar a veracidade da realização desse estudo, você pode entrar em contato com:
Profa. Elaine Toldo Pazello – (16) 99788 8468 ou
Prof. Luiz Guilherme Scorzafave (16) 98123 2870
Anonimato: a Vox Populi garante o anonimato de seus entrevistados. Os resultados são sempre trabalhados em
conjunto, de acordo com o código de ética da ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas.
7. Você poderia colaborar com nosso estudo?
1. Sim continue
CRIVO1
2. Não aplique a próxima
8. Qual o motivo de não querer colaborar?
1. XXXX agradeça e encerre MOT
2. XXXXX agradeça e encerre
65
3 | P á g i n a
CLASSIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
9. VOCÊ JÁ PARTICIPOU DO PROJETO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DA LIGA SOLIDÁRIA, OU SEJA, VOCÊ FEZ UM DOS CURSOS DO QP? Entrevistador: verificar concordância da resposta com a classificação do
entrevistado
1 – Sim se a classificação for ‘Tratamento’, aplique Q12
se a classificação for ‘Controle’, aplique Q10
2 – Não se classificação for ‘Controle’, aplique Q13 se classificação for ‘Tratamento’, aplique Q11
V1A
9 – Recusa salte para Q13
10. EXPLIQUE AO ENTREVISTADO QUE VOCÊ TEM A INFORMAÇÃO DE QUE ELE NÃO PARTICIPOU (CHEGOU
A SE INSCREVER, MAS NÃO PARTICIPOU).
CASO ELE CONFIRME TER PARTICIPADO, CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA DO ENTREVISTADO E CONTINUE.
1 – Sim, confirma que participou salte para Q12
2 – Não participou salte para Q13
CONF1
11. EXPLIQUE AO ENTREVISTADO QUE VOCÊ TEM A INFORMAÇÃO DE QUE ELE JÁ PARTICIPOU (CONCLUIU
EM 2014). ARGUMENTE QUE TALVEZ ELE ESTEJA ENGANADO OU NÃO SE LEMBRE...
CASO ELE CONFIRME NÃO TER PARTICIPADO, CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA DO ENTREVISTADO E CONTINUE.
1 – Sim, participou salte para Q12
2 – Não participou salte para Q13
CONF2
12. EM QUE ANO VOCÊ PARTICIPOU DO PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL (QP)?
ENTREVISTADOR: SE O ENTREVISTADO CITOU UM ANO DIFERENTE (%CLASSIF%): EXPLIQUE QUE VOCÊ TEM A INFORMAÇÃO DE QUE ELE PARTICIPOU EM UM ANO DIFERENTE. CASO ELE INSISTA CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA E CONTINUE.
SE O ENTREVISTADO CITOU NS/NR: DIGA QUE ESSA INFORMAÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA A ENTREVISTA E QUE NA VERDADE É APENAS UMA CONFIRMAÇÃO DA INFORMAÇÃO. CASO ELE INSISTA CODIFIQUE CONFORME A RESPOSTA E CONTINUE.
01 – 2013 ou antes
02 – 2014
03 – 2015
04 – 2012
05 – Não sabe / Não lembra
6 - Recusa
V1
I - IDENTIFICAÇÃO
13. NOME COMPLETO – Confirmar nome do cadastro: Atenção entrevistador: confirmar o nome completo. Caso esteja incompleto, codificar abaixo e anotar o nome
completo
1 – Nome correto/confirmado salte para Q15
NOME0
2 – Nome incompleto aplique Q14
3 – Nome incorreto aplique Q14
9 – NR/Recusa salte para Q15
66
4 | P á g i n a
14. NOME COMPLETO CORRETO:
Anotar nome completo correto ___________________________________________________
NOME1
15. ENDEREÇO RESIDENCIAL - Confirmar endereço do cadastro:
Atenção entrevistador: confirmar o endereço completo: logradouro + nº + complemento + bairro + CEP. Caso
esteja incompleto ou incorreto, codificar abaixo e anotar o endereço completo ou correto
1 – Endereço correto/confirmado salte para Q17
2 – Endereço incompleto aplique Q16
3 – Endereço incorreto aplique Q16
9 – NR/Recusa salte para Q17
END0
16. ENDEREÇO COMPLETO CORRETO:
Anotar endereço completo correto ___________________________________________________
END1
17. PONTO DE REFERÊNCIA (ex.: esquina de alguma rua, proximidade de algum local público, ponto de ônibus,
estação de metrô etc.) - Confirmar ponto de referência do cadastro:
Atenção entrevistador: confirmar o ponto de referência. Caso não houver no cadastro ou esteja incompleto ou
incorreto, codificar abaixo e anotar o ponto de referência completo ou correto
Anotar ponto de referência completo correto _______________________________________
REF1
18. TELEFONES CELULARES (DO PRÓPRIO)
- - CEL1
- - CEL2
- - CEL3
19. TELEFONES CELULARES DA MÃE OU PESSOA DE REFERÊNCIA
- - REF
20. QUAL É O NOME DESSA PESSOA (MÃE OU OUTRA REFERÊNCIA)?
Anotar: _________________________________________________________________________
NOMEREF
21. E QUAL É O GRAU DE PARENTESCO OU RELAÇÃO DESSA PESSOA COM VOCÊ?
Anotar: _________________________________________________________________________
PARENT
22. TELEFONE FIXO
- - FIXO
777777777 – Não tem telefone fixo
67
5 | P á g i n a
23. FACEBOOK (DO PRÓPRIO):
_____________________________________________________________________
Anotar
777 – Não tem Facebook
FACE
24. E-MAIL (DO PRÓPRIO):
_____________________________________________________________________
Anotar
777 – Não tem e-mail
E-MAIL
25.
DATA DE NASCIMENTO – FORMATO dd/mm/aaaa
__________ / ___________ / __________
NASC
II – SOBRE SERVIÇO MILITAR – SOMENTE PARA HOMENS
Entrevistador: a pergunta é sobre PRESTAR SERVIÇO MILITAR e não sobre o simples alistamento militar. Em
geral, todos os homens se alistam e apenas alguns são convocados para prestar serviço militar. 26. VOCÊ ESTÁ PRESTANDO SERVIÇO MILITAR ATUALMENTE? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim salte para P28
2 – Não
9 – NR / Recusa
V76
27. VOCÊ PRESTOU SERVIÇO MILITAR EM ALGUM DESSES ANOS? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim, em 2014 (NO ANO PASSADO). 2 – Sim, em 2013 ou antes. 3 – Não
9 – NR / Recusa
V77
III – SOBRE A ESCOLARIDADE
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
28. VOCÊ ESTAVA FREQUENTANDO ESCOLA / FACULDADE ANO PASSADO (EM 2014)? (RESPOSTA ÚNICA E
ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não salte para Q30
9 – Recusa salte para Q30
29. VOCÊ FOI APROVADO NO ANO PASSADO NESSE CURSO QUE FREQUENTAVA? (RESPOSTA ÚNICA E
ESPONTÂNEA)
1 – Sim. 2 – Não, f
u
i reprovado.
3 – Não, abandonei antes.
9 – Recusa
68
6 | P á g i n a
30. VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO ESCOLA / FACULDADE HOJE? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não, mas já fr equentou. salte para Q37
9 – Recusa salte para Q43
V78
31. QUAL DESSES NÍVEIS DE ENSINO VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
Entrevistador: se responder, por ex., “estou cursando o ensino médio” marque opção 3
1 – Ensino fundamental (1º ao 5º ano)
2 – Ensino fundamental (6º ao 9º ano)
3 – Ensino médio (1º ao 3º ano)
4 – Ensino médio integrado (ensino médio + educação profissional técnica)
5 – Educação Profissional Subsequente ao Ensino Médio salte para Q43
6 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) salte para Q43
7 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) + educação profissional salte para Q43 8 – Ensino Superior a distância
9 – Ensino Superior presencial
Outro (especifique): ___________________________________________
10 – NR salte para Q43
V79
32. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES): se respondeu 1
1 – 1º ano Ensino Fundamental
2 – 2º ano Ensino Fundamental
3 – 3º ano Ensino Fundamental
4 – 4º ano Ensino Fundamental
5 – 5º ano Ensino Fundamental
6 – Outro 7 – NR/Recusa
V6A
33. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) se respondeu 2
1 – 6º ano Ensino Fundamental
2 – 7º ano Ensino Fundamental
3 – 8º ano Ensino Fundamental
4 – 9º ano Ensino Fundamental
5 – Outro
6 – NR/Recusa
V6A
34. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) se respondeu 3
ou 4
1 – 1º ano Ensino Médio
2 – 2º ano Ensino Médio 3 – 3º ano Ensino Médio
4 – 4º ano Ensino Médio
5 – Outro
6 – NR/Recusa
V6B
35. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) se respondeu 8
ou 9
1 – 1º ano Ensino Superior
2 – 2º ano Ensino Superior
3 – 3º ano Ensino Superior
4 – 4º ano Ensino Superior
5 – Outro 6 – NR/Recusa
V6C
36. QUE SÉRIE VOCÊ ESTÁ FREQUENTANDO NESSE NÍVEL DE ENSINO? OUTRO (ANOTE QUE SÉRIE O ENTREVISTADO ESTÁ FREQUENTANDO NO NÍVEL DE ENSINO EM QUE SE ENCONTRA
ATUALMENTE) se respondeu Outro
Anotar: _________________________________________________________________________
V6O
SALTE PARA Q43
69
7 | P á g i n a
37. QUAL FOI O NÍVEL DE ENSINO MAIS ELEVADO QUE VOCÊ JÁ FREQUENTOU: (RESPOSTA ÚNICA – LER
OPÇÕES ATÉ OPÇÃO 9)
01 – Ensino fundamental (1º ao 5º ano) 02 – Ensino fundamental (6º ao 9º ano) 03 – Ensino médio (1º ao 3º ano)
04 – Ensino médio integrado (ensino médio + educação profissional técnica)
05 – Educação Profissional Subsequente ao Ensino Médio salte para q43
06 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) salte para Q43
07 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) + educação profissional salte para Q43 08 – Ensino Superior a distância
09 – Ensino Superior presencial Outro (especifique): ___________________________________________
10 – NR salte para Q43
V7
38. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER
OPÇÕES) - se respondeu 1 1 – 1º ano Ensino Fundamental
2 – 2º ano Ensino Fundamental
3 – 3º ano Ensino Fundamental
4 – 4º ano Ensino Fundamental 5 – 5º ano Ensino Fundamental
6 – Outro
7 – NR/Recusa
V8A
39. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) - se respondeu 2
1 – 6º ano Ensino Fundamental
2 – 7º ano Ensino Fundamental
3 – 8º ano Ensino Fundamental 4 – 9º ano Ensino Fundamental
5 – Outro
6 – NR/Recusa
V8A
40. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER OPÇÕES) - se respondeu 3 ou 4:
1 – 1º ano Ensino Médio
2 – 2º ano Ensino Médio
3 – 3º ano Ensino Médio
4 – 4º ano Ensino Médio 5 – Outro
6 – NR/Recusa
V8B
41. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO? (LER
OPÇÕES) - se respondeu 8 ou 9
1 – 1º ano Ensino Superior 2 – 2º ano Ensino Superior
3 – 3º ano Ensino Superior
4 – 4º ano Ensino Superior 5 – Outro
6 – NR/Recusa
V8C
42. QUAL FOI A ÚLTIMA SÉRIE QUE VOCÊ CONCLUIU, COM APROVAÇÃO, NESSE NÍVEL DE ENSINO?
OUTRO (ANOTE QUE SÉRIE O ENTREVISTADO FREQUENTOU) - se respondeu Outro
Anotar: _________________________________________________________________________
V8O
70
8 | P á g i n a
43. VOCÊ JÁ PRESTOU O ENEM ALGUMA VEZ? (RESPOSTA ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não salte para Q46 9 – NR/Recusa salte para Q46
V9
44. EM QUE ANO(S)? (RESPOSTA MÚLTIPLA – MARQUE ‘1’ NAS OPÇÕES CITADAS)
1 – Citou
2 – Não citou
9 – NR/Recusa
2013 ou antes V10 _1 2015 (vai
prestar esse
ano) V10_2
2014 (ANO PASSADO) V10_3
45. QUAL FOI A SUA NOTA NO ENEM NA ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ PRESTOU? (RESPOSTA ESPONTÂNEA)
Anotar: ___________________________________ pontos (0 a 1.000 pontos)
8888 – Não sabe/Não lembra 9999 – NR/Recusa
.
V11
OS ITENS ABAIXO PRECISAM SER INCLUÍDOS NA NUMERAÇÃO DAS QUESTÕES...
CURSOS/ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2015
XX. EM 2015, VOCÊ: (LER AS OPÇÕES)
1 – Sim 2 – Não
9 – NR
Randomizar a leitura dos itens
Fez ou está fazendo algum curso de inglês V11
Fez ou está fazendo algum curso de informática V12
Estudou ou está estudando em casa para ENEM ou vestibulares V15
Usou ou está usando a internet para divulgar suas habilidades profissionais V16
IV – SOBRE OS CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
46. EU GOSTARIA DE SABER SE VOCÊ ESTÁ PARTICIPANDO ATUALMENTE OU SE JÁ PARTICIPOU NOS
ÚLTIMOS 2 ANOS (DE 2014 PRA CÁ), DE ALGUM CURSO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, OU SEJA, ALGUM CURSO QUE AO CONCLUÍ-LO VOCÊ RECEBE UM CERTIFICADO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, MAS QUE
NÃO DÁ DIPLOMA ESCOLAR.
Entrevistador: explique isso ao entrevistado, se ele tiver dúvida exemplifique – ‘curso gastronomia, ou
cabeleireiro, que emite um certificado de qualificação profissional;; é diferente de um curso de formação que emite um diploma de formação escolar, dos quais já foi perguntado nas questões anteriores (ensino médio
técnico completo, por exemplo.’
Entrevistador: NÃO CONSIDERAR O QP queremos saber de outros cursos que não sejam o Projeto da
Liga. Fale isso para todos os entrevistados, independentemente se tratamento ou controle.
71
9 | P á g i n a
46.1 VOCÊ ESTÁ PARTICIPANDO E/OU PARTICIPOU EM 2014 DE ALGUM CURSO DESSE TIPO DE
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE 2014 PARA CÁ? (RESPOSTA MÚLTIPLA)
1. SIM 2. NÃO saltar para Q54
46.2 QUANDO?
1 – Estou participando.
2 – Participei em 2014, no ano passado.
3 – Participei em 2014 e estou participando de outro
agora.
4 – NR/Recusa
V12
CONSIDERANDO TODOS OS CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL QUE VOCÊ FEZ NESTES ÚLTIMOS 2
ANOS OU AINDA FAZ, EU GOSTARIA QUE VOCÊ ME FALASSE SOBRE AQUELE QUE VOCÊ ACHOU MAIS IMPORTANTE:
47. EM QUAL INSTITUIÇÃO O CURSO FOI/É REALIZADO? (RESPOSTA ESPONTÂNEA E ÚNICA)
Anotar nome da instituição: _______________________________________________
88 – NS/Não lembra
9
9 – NR/Recusa
V14
48. QUAL A DURAÇÃO DESSE CURSO, EM MESES? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
Anotar a duração do curso (em meses): _______________________________
88 – Ns/Não lembra 99 – NR/Recusa
MESES
V15
49. QUAL O PERÍODO DO CURSO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
1 – Manhã 2 – Tarde 3 – Noite
Outro (anotar): _________________________________
V16O
9 – NR/Recusa
V16
50. QUANTAS VEZES POR SEMANA? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
V17
1 – Uma 2 – Duas 3 – Três 4 – Quatro 5 – Cinco
6 – Seis 7 – Sete 8 – NS 9 – NR
51. QUANTAS HORAS POR DIA? (RESPOSTA ESPONTÂNEA E ÚNICA)
01 – Uma
02 – Duas
03 – Três
04 – Quatro 05 – Cinco 06 – Seis
07 – Sete
08 – Oito ou mais
88 – NS 99 – NR/Recusa
V18
72
10 | P á g i n a
52. QUAL O CURSO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
Entrevistador: se o entrevistado tiver dúvida, exemplifique os códigos de pós-codificação
Anotar: _______________________________________________
88 – Não sabe
99 – NR/Recusa
Para PÓS-CODIFICAÇÃO
01 – Gastronomia
02 – Suporte Técnico em Informática
03 – Assistente Administrativo
04 – Cabeleireiro
05 – Técnico em Enfermagem
06 – Técnico em Mecânica Automotiva
07 – Secretariado
V19
53. E VOCÊ CONCLUIU O CURSO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
1 – Sim SIGA 53.1 2 – Não, abandonei
3 – Ainda está em andamento
9 – NR/Recusa
53.1 QUANDO?
1. ANO PASSADO (EM 2014)
2. ESSE ANO MESMO (EM 2015)
V20
V – INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO ATUAL
54. VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO ATUALMENTE? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim Siga
2 – Não salte para Q62
9 – NR/Recusa salte para Q62
55. O seu trabalho é em qual área de atuação?
1. Gastronomia
2. Suporte Técnico em Informática
3. Assistente Administrativo 4. Cabeleireiro
5. Outra: ____________________________
56. SUA CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO NESTE TRABALHO É: (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
1 – Empregado – trabalha para alguém ou para alguma empresa aplique a próxima
2 – Conta própria / Autônomo – trabalha sozinho salte para Q59
3 – Empregador – tem um negócio e há pessoas que t
r
abalham para você ou com você
em sociedade salte para Q59
4 – Estagiário salte para Q59
9 – NR/Recusa salte para Q59
V21
57. E VOCÊ POSSUI CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não
9 – NR/Recusa
58. Este emprego tem prazo determinado, ou seja, é um trabalho temporário?
1 – Sim
2 – Não
9 – NR/Recusa
V22
73
11 | P á g i n a
59. HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ ESTÁ NESSE TRABALHO, EM MESES? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
Entrevistador: caso o entrevistado responda em ‘anos’, converta para ‘meses’ 1 ano = 12 meses ;;
1 ano e ½ = 18 meses
_____________________________________________ meses
Anotar
77 – Menos de 1 mês 88 – NS
99 – NR
V23
60. QUAL É A SUA REMUNERAÇÃO MENSAL NESSE TRABALHO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
_____________________________________________ reais/mês
Anotar o valor por extenso, sem centavos
77777 – Não tem remuneração
99999 – NR
. , 00
V24
61. VOCÊ TRABALHA QUANTAS HORAS POR SEMANA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA) Entrevistador: caso o entrevistado não saiba responder em ‘horas/semana’, anote a resposta em ‘horas/dia’,
pergunte quantos dias por semana trabalha e codifique o número de horas/semana após calcular devidamente
Anotar a resposta: ________________________________________________
Anotar
888 – NS
999 – NR
HORAS POR SEMANA
V25
SALTAR P
A
RA Q 71
62. VOCÊ ESTÁ PROCURANDO EMPREGO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não
9 – NR/Recusa
V26
63. VOCÊ TEVE ALGUM TRABALHO EM 2015?
1 Sim
2 Não SALTE PARA 73 9 NR/Recusa SALTE PARA 73
64. O seu trabalho era em qual área de atuação?
1. Gastronomia
2. Suporte Técnico em Informática
3. Assistente Administrativo
4. Cabeleireiro
5. Outra: ____________________________
SOBRE O ÚLTIMO TRABALHO QUE TEVE EM 2015, NO CASO DE TER TIDO MAIS DE UM:
65. SUA CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO NO SEU ÚLTIMO TRABALHO ERA: (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
1 – Empregado – trabalhava para alguém, para alguma empresa aplique a próxima
2 – Conta própria / Autônomo – trabalhava sozinho salte para Q68
3 – Empregador – tinha um negócio e havia pessoas que trabalhavam para você ou
com você em sociedade salte para Q68
4 – Estagiário salte para Q68
9 – NR/Recusa salte para Q68
V27
74
12 | P á g i n a
66. E VOCÊ POSSUIA CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA NESSE EMPREGO? (RESPOSTA ÚNICA E
ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não 9 – NR/Recusa
67. Este emprego tinha contrato de trabalho com prazo determinado, ou seja, era um
trabalho temporário?
1 – Sim 2 – Não
9 – NR/Recusa
V28
68. QUANTO TEMPO VOCÊ PERMANECEU NESSE ÚLTIMO TRABALHO, EM MESES? (RESPOSTA ÚNICA E
ESPONTÂNEA)
Entrevistador deixar claro que pode ter começado nesse trabalho em 2014
Entrevistador: caso o entrevistado responda em ‘anos’, converta para ‘meses’ 1 ano = 12 meses ;;
1 ano e ½ = 18 meses
_____________________________________________ meses
Anotar
77 – Menos de 1 mês 888 – NS
999 – NR
V29
69. QUAL ERA A SUA REMUNERAÇÃO MENSAL NESSE TRABALHO? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
_____________________________________________ reais/mês
Anotar o valor por extenso, sem centavos
7777 – Não tinha remuneração 9999 – NR
. , 00
V30
70. QUANTAS HORAS VOCÊ TRABALHAVA POR SEMANA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
Entrevistador: caso o entrevistado não saiba responder em ‘horas/semana’, anote a resposta em ‘horas/dia’ e
codifique o número de horas/semana após calcular devidamente
_____________________________________________ horas
Anotar
888 – NS
999 – NR
V31
71. NESSE ANO DE 2015, VOCÊ ESTEVE ENVOLVIDO/INSERIDO EM QUANTAS ATIVIDADES OU EMPREGOS
DIFERENTES?
1. Apenas nessa atividade ou emprego que estou atualmente inserido.
2. 2
3. 3 4. 4
5. 5 ou mais.
6. Outro
75
13 | P á g i n a
72. DÊ UMA NOTA DE 0 A 10 SOBRE SUA POSIÇÃO PROFISSIONAL ATUAL: APENAS PESSOAS ATIVAS DEVEM
RESPONDER.
PESSOA ESTÁ TRABALHANDO ATUALMENTE: RESPONDEU SIM NA 54 ATRIBUA NOTAS ALTAS QUANTO MAIS FELIZ VOCÊ ESTIVER COM SEU TRABALHO/PROFISSÃO;; CONSIDERE
ASPECTOS COMO: SE TEM UM TRABALHO QUE GOSTA, SE HÁ ESTABILIDADE NO EMPREGO, SE TEM UM
BOM SALÁRIO, SE TEM UMA JORNADA ADEQUADA, SE HÁ PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO NO EMPREGO...
PESSOA ESTÁ PROCURANDO EMPREGO: RESPONDEU NÃO NA 54 E SIM NA 62 ATRIBUA NOTAS ALTAS QUANDO VOCÊ TEM PERSPECTIVA DE QUE VAI CONSEGUIR UM BOM EMPREGO, OU
SEJA, UM EMPREGO QUE GOSTE, COM ESTABILIDADE, COM BOM SALÁRIO, COM JORNADA ADEQUADA,
COM PERPECTIVA DE CRESCIMENTO...
NOTA: ________________
VII – INFORMAÇÕES SOBRE A FAMÍLIA
73. QUAL É A ESCOLARIDADE DA SUA MÃE OU DA PESSOA DO SEXO FEMININO RESPONSÁVEL POR SUA
CRIAÇÃO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES) Entrevistador: se responder, por ex., “está cursando a faculdade” marque opção 4
1 – Nunca estudou ou não completou a 4ª série / 5º ano (antigo primário)
2 – Completou a 4ª série/5º ano (antigo primário)
3 – Completou a 8ª série/9º ano (antigo ginásio)
4 – Completou o ensino médio (antigo 2º grau)
5 – Completou Faculdade / Superior completo
7 – Não há pessoa do sexo feminino responsável pela minha criação
8 – Não sabe
9 – NR/Recusa
V35
74. QUAL A ESCOLARIDADE DE SEU PAI OU DA PESSOA DO SEXO MASCULINO RESPONSÁVEL POR SUA
CRIAÇÃO? (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES) Entrevistador: se responder, por ex., “está cursando o ensino médio” marque opção 3
1 – Nunca estudou ou não completou a 4ª série / 5º ano (antigo primário) 2 – Completou a 4ª série/5º ano (antigo primário)
3 – Completou a 8ª série/9º ano (antigo ginásio) 4 – Completou o ensino médio (antigo 2º grau)
5 – Completou Faculdade / Superior completo
7 – Não há pessoa do sexo masculino responsável pela minha criação 8 – Não sabe
9 – NR/Recusa
V36
75. QUAL É A RENDA TOTAL MENSAL DA SUA FAMÍLIA? (RESPOSTA ÚNICA – MOSTRAR ANEXO 1)
Renda familiar renda total mensal da família, incluindo a do entrevistado, se houver
_____________________________________________, 00 reais / mês
Anotar o valor por extenso, sem centavos
88888 – NS 99999 – NR/Recusa
. ,00
V37A
76
14 | P á g i n a
76. MOSTRAR ANEXO 2 1 – Até R$ 788,00 (até 1 SM)
2 – De R$ 789,00 a R$ 1.576,00 (mais de 1 até 2 SM)
3 – De R$ 1.577,00 a R$ 2.364,00 (mais de 2 até 3 SM)
4 – De R$ 2.365,00 a R$ 3.940,00 (mais de 3 até 5 SM)
5 – De R$ 3.941,00 a R$ 7.880,00 (mais de 5 até 10 SM)
6 – De R$ 7.881,00 a R$ 11.820,00 (mais de 10 até 15 SM) 7 – De R$ 11.821,00 a R$ 15.760, 00 (mais de 15 até 20 SM)
8 – Mais de R$ 15.760,00 (mais de 20 SM)
9 – NS/NR/Recusa
V37
77. QUAL É O TOTAL DE PESSOAS, TIRANDO VOCÊ, QUE MORAM NA SUA CASA? (RESPOSTA ÚNICA E
ESPONTÂNEA)
_____________________________________________ pessoas
Anotar
77 – Nenhuma / mora sozinho 88 – NS
99 – NR/Recusa
V38
78. NA SUA CASA, VOCÊ É: (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
1 – ‘Chefe’ de família
2 – Cônjuge (esposo/esposa) 3 – Filho(a)
4 – Outro parente (irmão, primo(a), sobrinho(a), tio(a) etc.)
5 – Moro junto, embora não tenha laço de parentesco
9 – NR/Recusa
V39
79. NA SUA CASA, VOCÊ(S) POSSUI(EM) QUANTOS(AS): (RESPOSTA ÚNICA – LER OPÇÕES)
Carros
1 – 1 (um) 2 – 2 (dois) ou mais
7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa
V40_1
Motos
1 – 1 (um) 2 – 2 (dois) ou mais
7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa
V40_2
Geladeiras
1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) ou mais
7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa
V40_3
Máquinas de
lavar /
Tanquinho
1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) ou mais
7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa
V40_4
Computadores
1 – 1 (um) 2 – 2 (dois) ou mais
7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa
V40_5
TVs
1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) 3 – 3 (três) 4 – 4 (quatro)ou mais 7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa
V40A1
Tablets
1 – 1 (uma) 2 – 2 (duas) 3 – 3 (três) 4 – 4 (quatro)ou mais
7 – Não possui 8 – NS 9 – NR/Recusa
V40A2
77
15 | P á g i n a
80. VOCÊ POSSUI TV A CABO EM CASA (NET, SKY, VIVO ETC)? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não 9 – NR/Recusa
V41
81. VOCÊ POSSUI INTERNET RÁPIDA (BANDA LARGA) EM CASA? (RESPOSTA ÚNICA E ESPONTÂNEA)
1 – Sim
2 – Não
8 – NS
9 – NR/Recusa
V42
AGRADEÇA E ENCERRE
78
Apêndice B – Impacto do monitoramento sobre a taxa de
resposta no campo final
Apresentamos a seguir um exercício com o intuito de estimar um possível impacto
do monitoramento sobre a taxa de resposta.
Podemos calcular duas taxas de resposta distintas: do monitoramento relativamente
à inscrição (M/I) – que estamos argumentando ser uma proxy para a taxa de
resposta antes do monitoramento – e da pesquisa final relativamente ao
monitoramento (MF/M) – proxy para a taxa de resposta depois do monitoramento.
Essas colunas são destacadas a seguir para facilitar a visualização.
Tabela B1 – Efeito do monitoramento sobre as taxas de resposta
grupos
controle tratamento
diferença das
diferenças 1ª tx
resposta M/I antes
2ª tx resposta
MF/M depois
diferença entre as
duas taxas
1ª tx resposta M/I antes
2ª tx resposta
MF/M depois
diferença entre as
duas taxas
Assistente administrativo
53,02% 77,22% 24,20% 89,38% 80,20% -9,18% 33,38%
Gastronomia 60,87% 71,43% 10,56% 88,89% 90,63% 1,74% 8,82%
Cabeleireiro 56,70% 78,18% 21,48% 83,33% 87,50% 4,17% 17,31%
Suporte técnico de informática
66,67% 61,11% -5,56% 93,02% 85,00% -8,02% 2,47%
Total 56,08% 75,30% 19,22% 88,75% 84,04% -4,71% 23,93%
Podemos argumentar que para o grupo de tratamento o monitoramento não foi
“ativo”, visto que os tratados ainda estavam em tratamento; já para o grupo de
controle o monitoramento foi “ativo”, já que os mesmos estavam fora da Liga.
No entanto, simplesmente comparar a 2ª taxa de resposta, ou seja, a taxa de
resposta depois do monitoramento, entre controle e tratamento não seria de fato
o efeito do monitoramento, visto que essas taxas devem ser diferentes,
independentemente de haver monitoramento: as taxas de resposta para os tratados
devem ser maiores, visto que o cadastro deles deve ser mais bem cuidado, e os
tratados também devem ser mais dispostos a responder à pesquisa. Sendo assim,
79
uma possibilidade seria descontar essa diferença inicial da taxa de resposta entre
tratados e controles, calculando assim a diferença das diferenças, resultado da
última coluna. Para todos os grupos esses números são positivos, indicando um
possível efeito positivo do monitoramento sobre as taxas de resposta.
80
Apêndice C – Análise do atrito na pesquisa de campo final
A tabela abaixo compara as médias de diversas variáveis que foram coletadas no
início da avaliação (são as variáveis constantes na ficha de inscrição que o pessoal
da Liga usa para a seleção) para dois grupos: amostra total inicial e amostra que não
respondeu à pesquisa de campo. Será que os que não responderam são diferentes
dos demais?
Vale observar que o número de observações não é constante entre as variáveis
analisadas. Isso se deve a casos de não respostas (missings) e também ao fato de
haver mudança no número de casos em que a pergunta era aplicável (por exemplo,
no caso da variável número de filhos que só é aplicável para as pessoas que tem
filhos). De acordo com os resultados apresentados na tabela C1, não encontramos
diferenças estatisticamente significativas nas variáveis disponíveis (com exceção da
variável % de solteiros no grupo dos tratados). Portanto, parece que o atrito não
descaracterizou a amostra inicial. De qualquer forma, essas variáveis serão
consideradas na avaliação de impacto como variáveis de controle em nossas
regressões.
81
Tabela C1 – Teste de diferença de médias das variáveis individuais e familiares
observadas antes do tratamento – grupo inscrito (I) versus grupo não
encontrado no campo final (NE)
Variáveis Amostra Tratados Controles
n. obs. médias n. obs. médias
Homem I 239 0,310 296 0,226
NE 48 0,396 136 0,206
Trabalha I 238 0,244 284 0,324
NE 47 0,213 131 0,344
Estuda I 235 0,519 277 0,545
NE 46 0,543 128 0,555
Número de pessoas na família I 227 4,075 282 4,199
NE 47 4,234 127 4,181
Número de filhos I 52 1,538 72 1,708
NE 4 1,000 30 1,833
Renda domiciliar mensal I 201 1.703,76 249 1.827,91
NE 39 1.825,13 113 1.813,09
Nota de interesse I 218 9,651 254 9,374
NE 45 9,556 123 9,252
Nota de motivação I 167 4,407 209 4,230
NE 33 4,121 99 4,283
Nota de leitura, interpretação e execução de instruções
I 181 4,309 221 4,063
NE 37 4,027 103 4,068
Nota de leitura I 200 1,945 254 1,878
NE 42 1,929 116 1,871
Nota de desempenho I 199 2,754 254 2,528
NE 42 2,667 116 2,491
Nota da entrevista I 224 11,962 284 11,923
NE 48 11,563 133 12,195
Nota de matemática I 228 6,405 295 5,075
NE 47 6,676 136 4,894
Nota geral I 230 8,047 292 7,200
NE 48 8,171 133 7,099
Solteiro I 240 0,754 296 0,757
NE 49 0,878 136 0,779
Ensino médio completo I 240 0,338 296 0,412
NE 49 0,245 136 0,404
Casa própria I 240 0,625 296 0,588
NE 49 0,653 136 0,522
Obs.: realce de azul – médias não são iguais com até 90% de confiança.
82
Apêndice D – Todos os tratados x controles “limpos”
Conforme observamos na seção sobre cursos de qualificação profissional, existem
pessoas que fizeram cursos de QP que não a Liga, em 2014. Assim, para tentarmos
entender os efeitos desses outros cursos em nossos resultados, mensuramos
também o impacto do QP da Liga, excluindo do grupo de controle os indivíduos que
disseram ter feito curso de qualificação em 2014 (controle “limpo”). A tabela E1 a
seguir apresenta os resultados obtidos. Os modelos estimados são os mesmos da
tabela 15 do texto principal; a única diferença está justamente na composição do
grupo de controle.
83
Tabela D1 – Impacto do Programa QP da Liga sobre diversas variáveis de
interesse – MQO – todos tratados versus controles “limpos”
Variáveis de interesse
Grupo I = assist. administrativo
Grupo II = assist. administ. + suporte
Grupo III = cabelo + gastron.
Todos os grupos
n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef. n. obs. coef.
Trabalha/trabalhou em 2015
150 0,041
190 0,011
115 0,108
305 0,0408
[0,598] [0,870] [0,278] [0,463]
Procurou trabalho 69 0,1273
93 0,1565
53 0,1576
146 0,1017
[0,174] [0,076] [0,254] [0,169]
Carteira assinada 94 0,045
115 0,070
51 -0,114
166 0,0279
[0,622] [0,388] [0,464] [0,692]
Emprego temporário 93 -0,066
114 -0,012
51 -0,067
165 -0,0067
[0,560] [0,903] [0,679] [0,934]
Autônomo 116 -0,028
139 -0,006
80 0,169
219 0,0391
[0,672] [0,917] [0,168] [0,453]
Salário 99 87,74
120 84,83
69 -171,87
189 -9,6556
[0,245] [0,238] [0,045] [0,862]
Salário (ln) 99 0,157
120 0,135
69 -0,168
189 0,0247
[0,097] [0,105] [0,132] [0,721]
Horas de trabalho por semana
111 1,089
134 0,362
76 -2,801
210 -0,7706
[0,619] [0,854] [0,427] [0,652]
Duração no emprego > do que 6 meses
92 0,0679
111 0,0224
48 -0,1665
159 -0,0307
[0,502] [0,817] [0,349] [0,707]
Envolvido em ape-nas 1 ativ. em 2015
115 -0,0134
138 -0,0316
77 -0,2461
215 -0,0916
[0,83] [0,594] [0,023] [0,071]
Nota atribuída à inserção atual
137 -0,7672
171 -0,6322
100 0,0029
271 -0,3953
[0,01] [0,021] [0,993] [0,067]
Ocup. relacionada à área do curso (dur.)
114 0,0306
137 0,0811
80 0,3146
217 0,1649
[0,718] [0,279] [0,013] [0,011]
Ocup. relacionada à área do curso (flex)
114 0,0508
137 0,0963
80 0,3146
217 0,1809
[0,636] [0,302] [0,013] [0,013]
Usa internet p/ di-vulgar inform. prof.
150 0,076
191 0,098
116 0,089
307 0,0951
[0,373] [0,199] [0,394] [0,111]
Escolaridade
Frequenta escola hoje
151 -0,055
191 -0,058
115 -0,122
306 -0,0551
[0,466] [0,364] [0,125] [0,253]
Aprovado 150 0,011
192 -0,029
117 -0,056
309 -0,0233
[0,883] [0,656] [0,463] [0,624]
Concluiu o ensino médio
91 0,0481
117 0,0153
[0,701] [0,887]
Prestou ENEM 149 -0,040
190 -0,045
111 0,034
301 -0,0312
0,658 0,564 0,705 [0,597]
Estuda para vestibular em casa
150 0,167
191 0,184
116 0,129
307 0,1644
[0,026] [0,005] 0,104 [0,001]
Fez/faz curso de inglês
150 -0,116
191 -0,099
116 -0,099
307 -0,0958
[0,062] [0,065] [0,116] [0,016]
Fez/faz curso de informática
150 -0,166
191 -0,118
116 -0,084
307 -0,1008
[0,054] [0,128] [0,376] [0,081]
Fez curso QP depois
151 -0,090
193 -0,024
117 0,001
310 -0,0162
[0,071] [0,605] [0,985] [0,652]
Obs.: realce de azul – coeficientes são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança. Todas as regressões são condicionais ao vetor X de variáveis explicativas definido no quadro 1. Valor entre colchetes é o P-Valor.
84
Como pode ser observado, a maior parte dos resultados se mantém; no entanto, há
alguns resultados que deixam de ser estatisticamente significativos. O coeficiente
associado à variável de procura por trabalho deixa de ser estatisticamente
significativo para o grupo I. Para o grupo II nenhuma mudança foi observada. Já para
o grupo III o efeito para autônomo, embora continue positivo, perde significância –
P-Valor passa a ser igual a 0,17. Por outro lado, para o grupo III, aparece um
resultado negativo para o salário (em nível) nesse grupo. Esse resultado, a princípio,
não seria esperado. Esperaríamos estimativas mais positivas para os indicadores de
impacto, visto que nesse caso a comparação é entre indivíduos que fizeram os
cursos de qualificação da Liga e indivíduos que não fizeram qualquer curso de
qualificação. No entanto, analisando os dados, podemos observar que quando foram
retirados do grupo de controle indivíduos que também fizeram curso de qualificação
em 2014, selecionamos indivíduos que estão há mais tempo no emprego atual.
Embora o coeficiente de impacto associado à variável “duração no emprego maior
que 6 meses” não seja significativo, ele aumenta bastante (em números absolutos)
relativamente à estimativa quando todos os controles foram incluídos: passa de
-0,0414 [P-Valor de 0,807] para -0,1665 [P-Valor de 0,349]. De fato, todos os
indivíduos que estão sendo excluídos da análise controles “limpos” – que estavam
trabalhando ou tinham tido um trabalho em 2015 (são cinco indivíduos) – estão há
menos de seis meses no emprego atual e estão na parte inferior da distribuição de
salários, como mostram os gráficos seguintes. Assim, provavelmente, por
selecionarmos indivíduos com maior experiência no emprego atual, esse efeito sobre
o salário do grupo III acabou aparecendo.
85
Gráfico D1 – Controles x controles “limpos”
Além disso, há um problema de seleção quando se analisam os resultados de
mercado de trabalho para o grupo III. Esse ponto é discutido com mais detalhes na
análise de retorno econômico. Mas, para uma ideia do argumento, no grupo III, a
porcentagem de controles que estavam trabalhando ou tiveram um trabalho em 2015
é bastante inferior à porcentagem de tratados que estavam trabalhando ou tiveram
um trabalho em 2015. Ou seja, observamos os salários de um grupo bastante restrito
do controle, o mesmo não sendo verdade para os tratados. Se apenas os mais
hábeis e motivados estão no mercado de trabalho, acabamos por superestimar os
salários dos controles. Quando restringimos a amostra para os controles “limpos”,
essa seleção tornou-se ainda maior (foram excluídos seis indivíduos na análise dos
controles “limpos”, sendo que desses seis, apenas um não estava trabalhando ou
não tiveram emprego em 2015 – todos os outros eram ocupados).
Por fim, ainda para o grupo III, o efeito negativo sobre a probabilidade de estar
fazendo ou ter feito curso de inglês deixa de ser estatisticamente significativo; mas,
de fato por muito pouco: P-Valor passa de 0,08 para 0,11.
86
Apêndice E – Estimativa do propensity-score e análise do
balanceamento do pareamento
Tabela E1: Probabilidade de ser tratado – efeitos marginais para um indivíduo
de características médias
Grupo I = assist. administrativo
Grupo II = assist administ. +
suporte
Grupo III = cabelo + gastron.
Todos os grupos
assist+suporte 0,0117
[0,851]
idade_i -0,0165 -0,0057 0,0099 0,0012
[0,102] [0,461] [0,295] [0,836]
sexo_i* 0,1053 0,0120 0,1395 0,0636
[0,355] [0,89] [0,272] [0,359]
trabalha_i* -0,0880 -0,0890 -0,0448 -0,0971
[0,434] [0,372] [0,694] [0,179]
estuda_i* 0,0228 0,1462 -0,4835 -0,1946
[0,915] [0,442] [0,003] [0,108]
nota_geral_i 0,1090 0,1121 0,0614 0,0954
[0,002] [0,000] [0,077] [0,000]
solteiro_i* -0,0684 -0,0576 0,0708 -0,0308
[0,596] [0,622] [0,594] [0,719]
em_completo_i* 0,0899 0,1038 -0,3842 -0,2077
[0,632] [0,55] [0,009] [0,05]
casa_própria_i* 0,0522 0,0393 -0,0068 0,0196
[0,567] [0,622] [0,949] [0,75]
mãe_ef* 0,0917 0,0362 0,0243 0, 0384
[0,306] [0,643] [0,83] [0,537]
N obs 158 202 123 325
LR chi2(k) = 20,52 23,57 23,20 28,72
Prob > chi2 = 0,0150 0,005 0,0058 0,0014
Pseudo R2 = 0,0939 0,0854 0,1364 0,0643
Obs.: realce de azul – efeitos marginais são estatisticamente diferentes de zero com até 90% de confiança. Valor entre colchetes é o P-Valor.
87
Tabela E2 – Qualidade do Balanceamento – Kernel, com suporte comum
Grupo I = assist. administrativo
Grupo II = assist. administ. +
suporte
Grupo III = cabelo + gastron.
Todos os grupos
Mercado de trabalho
trabalho_f ++ ++ ++ ++
proc_trab_f + + -* +
carteira_f + + + +
trab_prazo_~f + + + +
autonomo_f ++ + + -**
salario_f + + + +
ln_salario_f + + + +
horas_trab_f ++ + + -**
mais_6_mese~f + + + +
uma_ativ_f ++ + + -**
nota_emp_f + ++ + ++
atua_na_a~a_f + + + -**
atua_na_a~o_f + + + -**
usa_net_div~f ++ + ++ ++
Escolaridade
freq_esc_ho~f ++ ++ ++ ++
aprovado_f ++ + ++ ++
concluiu
+
+
enem_presto~f ++ + ++ ++
estuda_vest~f ++ + ++ ++
curso_ingle~f ++ + ++ ++
curso_infor~f ++ + ++ ++
quali_depois ++ ++ ++ ++
*Variável desbalanceada, % que trabalhava no baseline (23% para tratamento versus 5% para o controle).
**Variável desbalanceada, em todos os casos, é a % de solteiros no baseline (68% para tratamento versus 77% para controle).
Balanceamento ok: testes B e R de Rubin ok e igualdade de medias para todas as
variáveis: ++
Balanceamento bom: não passa em um ou nos dois testes de Rubin, mas igualdade
de médias para todas as variáveis: +
Balanceamento regular: não igualdade de média para uma das variáveis: –