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PROJECTO CURRICULAR DE ESCOLA “EDUCAÇÃO PARA OS VALORES”
CIVAS 2
ÍNDICE
1. Quem somos? 1.1 – Caracterização do meio
1.2 – Caracterização da instituição
1.2.1 – Corpo discente 1.2.2 – Corpo docente 1.2.3 – Pessoal técnico 1.2.4 – Corpo não docente 1.2.5 – Actividades extra-curriculares 1.2.6 – Órgãos de gestão 1.2.7 – Caracterização das famílias 1.2.8 – Organização e funcionamento da instituição
2. Que modelo de escola pretendemos construir? 2.1 – Como surge o tema?
2.1.1 – Desenvolvendo um projecto…”educação para os valores”
Cooperação Diálogo Respeito Igualdade Ordem
2.2 – Definição de linhas orientadoras, estratégias e áreas de intervenção
educativa
2.3 – O que pretendemos atingir?
Objectivos gerais do projecto
3. Como vamos construir? 3.1 – Levantamento e envolvimento no projecto
3.2 – Concretização de estratégias previstas para a elaboração do projecto
4. Como vamos avaliar?
5. Bibliografia
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CIVAS 3
1 - QUEM SOMOS?
1.1 - Caracterização do meio
O C.I.V.A.S insere-se na Cidade da Senhora da Hora, Freguesia que
pertence ao Concelho de Matosinhos.
A Cidade da Senhora da Hora, do Concelho de Matosinhos, é uma
freguesia cuja história é conhecida desde o século XVIII, até então numa
primeira fase, uma pequena aldeia, onde a população se dedicava à agricultura
de sobrevivência.
Mas, de gente simples e trabalhadora, o povoado foi-se transformando
até que, em 1839, o lugar da Senhora da Hora foi elevado à categoria de Vila e
tornado sede do Concelho de Bouças. Assim se manteve por um período de 15
anos. Em 1853 foi, criada a Vila de Matosinhos, e para ali, foram transferidos
todos os serviços municipais e a sede do concelho.
Contudo, a povoação da Senhora da Hora, ano após ano, foi-se
desenvolvendo, não só mercê da sucessiva construção habitacional e do
aumento populacional, como também de instalação de várias unidades fabris.
Do aumento demográfico e da crescente importância religiosa e civil
resultou o surgimento da Paróquia da Senhora da Hora em 25 de Abril de
1918, tendo servido de igreja paroquial a Capela da Nossa Senhora da Hora
(construída em 1514). Junto desta capela tinha sido construída a emblemática
Fonte das Sete Bicas (1893), realizando-se nesta zona fortemente arborizada a
tradicional Romaria a Nossa Senhora da Hora, outrora considerada uma das
mais típicas e concorridas da região.
Em consequência da crescente implantação urbanística, densidade
demográfica e desenvolvimento sócio -económico, é criada, por decreto-lei de
1933, a Freguesia Civil da Senhora da Hora.
No dia 3 de Julho de 1986, a Assembleia da República votou por
unanimidade a elevação a vila da povoação e freguesia da Senhora da Hora.
Passados três anos, a Vila da Senhora da Hora mantém-se em constante
e forte expansão. Confinando com as Cidades do Porto, de Matosinhos e de
São Mamede de Infesta e integrada na Área Metropolitana do Porto, a
população da Senhora da Hora cresceu acentuadamente nos últimos anos.
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CIVAS 4
A área da Freguesia da Senhora da Hora é de cerca de 350 hectares.
Com 11.089 alojamentos (dados do Censo de 2001), tem um aglomerado
contínuo de 26.202 habitantes – considerada a população residente (dados dos
censos de 2001), dos quais 18.500 com capacidade eleitoral activa.
Entre os mais importantes ramos de actividade industrial contam-se várias
unidades fabris, transformadoras e de manufactura, a perfilagem e fundição de
metais, a moagem de cereais, a torrefacção do café, os produtos alimentares, a
construção de equipamentos e de máquinas eléctricas, além de outras
pequenas indústrias.
A actividade comercial é de grande significado. A Senhora da Hora dispõe
de dois hipermercados, dois centros comerciais, estabelecimentos de
restauração, diversas pequenas e meias superfícies ligadas aos sectores do
calçado, vestuário, mobiliário, ramo automóvel, confeitaria e panificação,
construção, informática, desporto, estética e beleza.
No que concerne a serviços, a Cidade da Senhora da Hora está dotada
dos seguintes equipamentos colectivos:
1. No sector da Educação
-Uma escola Pré, EB 1,2,3
-Uma Escola Pré, EB 1
-Duas Escolas EB 1
-Uma Escola EB 2, 3
-Uma Escola Secundária
- Dois Colégios Particulares com 1º e 2º ciclos
- Diversas Salas de estudo de iniciativa privada
- Escola Superior de Design
- Instituto Superior de Serviço Social do Porto – Cooperativa de
ensino Particular e Cooperativo
2. Na área da Segurança Social
-Lar de acolhimento a crianças abandonadas ou em risco (Casa
do Caminho)
-Lar, CAO e Serviço de Integração Precoce para atendimento de
pessoas com Deficiência Mental (A.P.P.A.C.D.M)
- Centro de Dia para a terceira idade (Civas)
- Uma Creche Familiar com dezasseis amas (Civas)
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- Residência Geriátrica “ Canto de Encanto “ (Civas/7 Bicas)
- Seis creches de iniciativa privada e uma IPSS
- Quatro Jardins de Infância de iniciativa privada e uma IPSS
3. No sector da saúde
- Um Hospital
- Um Centro de Saúde
- Quatro farmácias
- Cinco clínicas médicas e diversos consultórios
- Quatro Clínicas de Medicina Dentária
- Cinco Laboratórios de análises Clínicas e um de Imagiologia
- Três centros de Medicina física e de Reabilitação
4. No campo do Desporto
- Um campo de futebol e outros recintos para a prática de
diversas modalidades desportivas
- Vários Courts de Ténis e escola
- Um pavilhão gimnodesportivo
- Um clube de futebol oficial e várias agremiações de desporto
- Uma piscina municipal
5. No que concerne à Cultura e ao Associativismo
- Dez salas de cinema
- Uma sala de Exposições
- Dois auditórios
- Um Centro Cultural
- Vários centros culturais, Desportivos e Recreativos associados
às cooperativas de Habitação
- Rotary clube da Senhora da Hora
- Lion’s Clube da Senhora da Hora
- Clube de Campismo e Caravanismo
- Comissão Fabriqueira
- Escuteiros
- Associação de comerciantes
6. Relativamente aos Transportes
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- Serviços de Transporte Colectivo do Porto (STCP) e um
operador privado de transportes colectivos de passageiros
- Rede de Metro
- Duas Estações dos CTT
- Dez Agências Bancárias
- Um cemitério
- Um Posto da PSP
- Parque Público
Conclui-se, em face da situação factual descrita, a evidencia de que a
anterior Vila da Senhora da Hora, do Concelho de Matosinhos, atingiu em
todos os domínios os pressupostos social e politicamente necessários,
cumprindo os requisitos que a Lei nº 11/82, de 2 de Junho exige para se ter
elevado à categoria de Cidade em 2009.
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1.2. – CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
1.2.1 – CORPO DISCENTE
No ano lectivo de 2010/2011 O C.I.V.A.S. possui um total de 201
crianças. Nestes quadros podemos observar como se encontram
distribuídos os alunos, nas valências de Creche e Jardim-de-Infância e
Creche Familiar, consoante o seu grupo etário.
Quadro n.º 1
GRUPO ETÁRIO Nº. DE CRIANÇAS
CRECHE
Bebés 10
1 ano 11
2 anos 16
GRUPO ETÁRIO Nº. DE CRIANÇAS
JARDIM DE
INFÂNCIA
3 anos 25
3,4 anos 25
4 anos 25
5 anos 25
GRUPO ETÁRIO Nº. DE CRIANÇAS
CRECHE
FAMILIAR 4 meses - 3 anos 64
No quadro n.º 2 podemos observar o nº total de crianças por valência.
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Quadro N.º 2
VALÊNCIA TOTAL DE CRIANÇAS
CRECHE 37
JARDIM INFÂNCIA 100
CRECHE FAMILIAR 64
TOTAL 201
1.2.2 – CORPO DOCENTE
O quadro seguinte, representa a distribuição das Educadoras de
Infância e Estagiária da E.S.E. Stª. Maria, pelos diferentes grupos
etários.
Quadro n.º 3
GRUPO DE
CRIANÇAS EDUCADORAS
ESTAGIÁRIAS
E.S.E. STª.MARIA
CRECHE Bébés - -
1 ano 1 -
2 anos 1 -
CRECHE
FAMILIAR
4 meses/ 3
anos 1 -
JARDIM DE
INFÂNCIA 3 anos 1 1
3/4 anos 1 -
4 anos 1 -
5 anos 1 -
TOTAL 7 1
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1.2.3 – PESSOAL TÉCNICO Neste quadro, podemos observar o pessoal técnico e respectiva
actividade que desenvolve no Centro C.I.V.A.S.
Quadro n.º 4
ACTIVIDADE PESSOAL TÉCNICO
ASSISTENTE
SOCIAL
LUÍSA PEREIRA (exerce funções em
simultâneo, no centro de apoio à 3,ª idade e
infantário)
PSICÓLOGA
CLÁUDIA OLIVEIRA (exerce funções em
simultâneo, no centro de apoio à 3,ª idade, lar e
infantário
1.2.4 – CORPO NÃO DOCENTE
No próximo quadro, podemos observar o número de pessoal não
docente e respectiva actividade que desenvolve no C.I.V.A.S.
Quadro n.º 5
ACTIVIDADE NRº. DE PESSOAS
ENCARREGADA DE
SERVIÇOS GERAIS 1
AUXILIARES DE EDUCAÇÃO 8
COZINHEIRA 1
AJUDANTE DE COZINHA 2
LAVANDARIA 1
LIMPEZA 3
MANUTENÇÃO 1
AUXILIARES GERAIS (programa
de actividade ocupacional) 3
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TOTAL 20
1.2.5 – ACTIVIDADES EXTRA-CURRICULARES, APOIO
PEDAGÓGICO E RESPECTIVOS PROFESSORES
O quadro seguinte descreve as actividades extra-curriculares
desenvolvidas pelo Centro C.I.V.A.S., bem como o número de professores
existentes em cada actividade.
Quadro nº 6
1.2.6 – ORGÃOS DE GESTÃO
Quadro nº 7
PRESIDENTE Guilherme do Nascimento de Macedo Vilaverde
SECRETÁRIO José Teixeira
TESOUREIRO José Ribeiro Leal
VOGAL Joaquim Alexandre Freitas Coutinho
ACTIVIDADES EXTRA-
CURRICULARES
NRº. TOTAL DE
PROFESSORES
PROFESSOR DE NATAÇÃO 2
PROFESSOR DE MÚSICA 1
PROFESSOR DE GINÁSTICA 1
PROFESSOR DE INFORMÁTICA 1
PROFESSOR DE BALLET 1
TOTAL 6
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VOGAL António dos Santos Silva
CONSELHO FISCAL
PRESIDENTE Leonel da Silva Oliveira
SECRETÁRIO Manuel Marinho
VOGAL Abel Ferreira Ribeiro
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
PRESIDENTE Serafim Pereira Lopes
1º. SECRETÁRIO António de Oliveira Pinho
Branco
2º. SECRETÁRIO Antero Ribeirinho de Almeida
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1.2.7 – CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS
Gráfico 1
Através da Gráfico 1, verificamos que, apesar de haver pouca diferença, o
número de crianças do sexo masculino é superior (51%) ao número de
crianças do sexo feminino (49%).
Havendo, assim, na instituição 67 meninas e 70 meninos.
Gráfico 2
Idade dos pais
51%49%
NÚMERO TOTAL DE CRIANÇAS
MENINOS
MENINAS
21%
43%
29%
7%
MÃE
24-30 ANOS
31-35 ANOS
36-40 ANOS
41-45 ANOS
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Através da Gráfico 2 verificamos que a idade das mães varia entre os 24
e os 45 anos de idade, sendo que uma grande parte (43%) se encontra entre
os 31 e os 35 anos.
Observamos também que apenas 7% se encontra na faixa etária mais
elevada que vai dos 41 aos 45 anos.
Gráfico 3
Através do gráfico 3 verificamos que a idade dos pais varia entre os 24 e
os 50 anos de idade, havendo uma maior incidência (43%) na casa dos 31 aos
35 anos.
Verificamos também que apenas 4% se encontra na faixa etária mais
elevada que vai dos 46 aos 50 anos.
13%
43%
33%
7%
4%
PAI
24 -30 ANOS
31 -35 ANOS
36 -40 ANOS
41 - 45 ANOS
46-50 ANOS
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Gráfico 4
Habilitações literárias dos Encarregados de Educação
Através da Gráfico 4 verificamos que as habilitações literárias das mães
são, em maior percentagem, a licenciatura (42%), seguindo-se o ensino
secundário (26%). O grau académico com menor percentagem é o bacharelato,
mestrado, 1º Ciclo e 2º Ciclo, com apenas 1%, 2%, 3% e 4%, respectivamente.
Gráfico 5
3% 4%
22%
26%
1%
42%
2%
MÃE
1º CICLO
2 º CICLO
3° CICLO
ENS. SECUNDÁRIO
BACHARELATO
LICENCIATURA
MESTRADO
2% 9%
24%
42%
4% 17%
2%
PAI
1º CICLO
2° CICLO
3° CÍCLO
ENS. SECUNDÁRIO
BACHARELATO
LICENCIATURA
MESTRADO
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Podemos verificar que no Gráfico 5 os pais têm maioritariamente o ensino
secundário (42%). O grau académico com menor percentagem é o mestrado e
o 1º Ciclo com 2% .
Gráfico 6
Sector Profissional
No que diz respeito ao sector profissional dos Encarregados de
Educação, podemos verificar no gráfico 6 que as mães ocupam em maior
percentagem o grau II da escala de Graffer (ver legenda) (45%).
O grau I é o menos predominante no gráfico apresentado com 6%.
5%
45%
11%
20%
6% 13%
MÃE
GRAU I
GRAU II
GRAU III
GRAU IV
GRAU V
GRAU VI
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Gráfico 7
Relativamente ao sector profissional dos pais podemos verificar no gráfico
7 que os pais encontram-se maioritariamente no grau II da escala de Graffe
(ver legenda) (43%) seguindo-se o grau IV com 17%.
O grau I é o apresenta uma menor percentagem no gráfico com apenas
5%.
Legenda: Escala de Graffer adaptado
Grau I – Profissões liberais; Professores universitários; Directores
empresas/fábricas/bancos Executivos; oficiais das forças armadas
Grau II – Administradores de empresas públicas ou privadas; funcionários com cargos
de responsabilidade; técnicos superiores especializados; comerciantes
Grau III – Pequenos industriais ou comerciantes; encarregados; operários qualificados;
técnico intermédio
Grau IV – Operários semi – qualificados; empregados comércio
Grau V – Mão –de –obra não qualificada; serventes de obras; pessoal das limpezas;
trabalhadores rurais
Grau VI – Estudantes; Desempregados; Beneficiários R.S.I; pensionistas.
5%
43%
13%
17%
15%
7%
PAI
GRAU I
GRAU II
GRAU III
GRAU IV
GRAU V
GRAU VI
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1.2.8– ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA
INSTITUIÇÃO
HORÁRIOS LECTIVOS
Quadro n.º 8
HORÁRIOS NÃO LECTIVOS
Quadro n.º 9
CRECHE JARDIM DE INFÂNCIA
7h 00 às 9h 00 7h 00 às 9h 00
16h 00 às 19H00 16h 00 às 19h 00
ACTIVIDADES EXTRACURRICULARES
Quadro n.º 10
CRECHE JARDIM DE INFÂNCIA
9h 00 às 12h 30 9h 00 às 12h 30
14h 00 às 16h 00 14h 00às 16h 00
ACTIVIDADES
EXTRA-CURRICULARES HORÁRIO
NATAÇÃO 4.ª Feira e 6.º feira das 10h 15 às 10h 50
MÚSICA De 3.ª a 6.ª feira das 13h às 14 h
GINÁSTICA 2. ª Feira das 9h às 11h30 (sessões de meia
hora)
INFORMÁTICA 3.ª Feira das 15h 30 16h 30 e 16h 30 17h 30
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SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
O CIVAS também tem à disposição Serviços Administrativos a funcionar
nos seguintes horários:
Manhã - Das 08h 00 h às 13h 00
Tarde - Das 16h 00 às 19h 00
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CIVAS 19
2 – Que modelo de escola pretendemos construir?
2.1 - Como surge o Tema:
“Educação Para os Valores”
FORMAR O CARÁCTER
É TAREFA NOSSA… VIVER APROPRIADAMENTE
É A NOSSA GRANDE E GLORIOSA OBRA-PRIMA. TODAS AS OUTRAS COISAS - GOVERNAR ACUMULAR RIQUEZAS, CONSTRUIR – SÃO, QUANTO MUITO, PEQUENOS APÊNDICES E SUPORTES……
Michel de Montaigne
Qualquer sociedade humana retira a sua coesão dum conjunto de
actividades e projectos comuns, mas também, de valores partilhados, que
constituem outros tantos aspectos da vontade de viver juntos.
A educação tem como objectivo essencial, o desenvolvimento ser
humano na sua dimensão social.
Designa-se como uma ligação de culturas e valores, como construção de
um espaço de socialização, e caminho de preparação de um projecto comum.
Devido à constante ameaça de desorganização e ruptura dos laços
sociais em que se vive nas sociedades de hoje, os sistemas educativos
encontram grandes dificuldades causadas por um conjunto de tensões, dado
que se trata, de respeitar a diversidade dos indivíduos e grupos humanos,
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CIVAS 20
mantendo contudo, o princípio de homogeneidade que implica a necessidade
de observar regras comuns.
A sociedade actual baseia-se no facilitismo, o que não é nem construtivo
nem enriquecedor e muito menos educativo formativo. O facto de haver regras
e limites, princípios a cumprir e valores a respeitar vai ajudar o individuo a
crescer harmoniosa e equilibradamente.
A crise moral trás como consequência o desenvolvimento da violência e
da criminalidade. Desta forma os valores são postos em causa, o que se torna
particularmente preocupante.
É através dos meios de comunicação social que nos chegam diariamente
informações preocupantes no que se refere á prática gratuita: de violência
entre professor e aluno, nos alunos e seus pares; na destruição de material
colectivo; no desrespeito constante das regras da escola, etc.
A educação dos cidadãos deve ser feita ao longo da sua vida para que se
possa tornar uma linha de força da sociedade civil e de democracia viva.
A educação para a cidadania deve ser vista como um conjunto de práticas
sociais num sistema de valores, ou seja, leva a uma participação voluntária do
cidadão como indivíduo livre num projecto colectivo, implicando esse colectivo
no destino individual.
A criança, ainda que exerça uma cidadania parcial, por via indirecta, é
apenas um cidadão em potência.
Este enriquecimento é operado essencialmente na escola, a instrução
cívica refere-se essencialmente a noções e a conhecimentos, tais como, os
valores, que antes de revelarem a ordem do saber, a formação cívica revela o
saber estar como membros da colectividade nacional, sendo os valores que
irão determinar a conduta social do indivíduo.
A escola tem de ter em conta o respeito pela dignidade de cada um para
que haja uma aquisição de saberes e conhecimentos, e o desenvolvimento de
atitudes, tendo em vista a vida em sociedade.
Tem-se verificado nos últimos anos, por parte das nossas crianças do
Jardim-de-Infância (C.I.V.A.S.) um constante desrespeito pelas normas e
respeito pelos outros, em que os valores são cada vez mais difíceis de serem
interiorizados e postos em prática uma vez que a própria sociedade está
“perdida” na definição dos mesmos, em que as vontades de cada indivíduo
PROJECTO CURRICULAR DE ESCOLA “EDUCAÇÃO PARA OS VALORES”
CIVAS 21
prevalecem ao bem-estar de uma sociedade. Valores como: a Cooperação; o
Diálogo; o Respeito; a Igualdade e a Ordem, estão confusos para a criança, em
que na escola por exemplo é-lhes ensinado e pedido para respeitarem a vez do
outro e têm exemplos diários dos seus modelos (o adulto) em: passarem à
frente dos outros; mentirem; não respeitarem as regras de trânsito e
segurança; etc.,
Foi no seguimento desta análise por parte do corpo docente, que se
chegou á conclusão que existe uma necessidade imperativa de trabalhar com
as crianças este tema: Educação para os Valores.
Os valores, e em particular a tolerância não podem ser ensinados no
estrito sentido do termo: querermos impor valores que não foram escolhidos
pelo indivíduo, leva à recusa da sua prática, por que só fará sentido para o
mesmo se estes forem seleccionados por ele. A escola cria assim condições
para a prática da tolerância, mostrando e pedindo às crianças que respeitem os
pontos de vista dos outros, estimulando deste modo “trabalhos” e conversas
sobre dilemas morais, de casos que impliquem opções éticas, etc.
Para além disso é fundamental que o núcleo familiar (eles que são os
alicerces da formação das crianças) participe activamente na interiorização
destes mesmos valores para que no futuro possamos ter bem definidos os
mesmos na nossa sociedade e possamos dizer que contribuímos para uma
sociedade de, Respeito; Cooperação; Diálogo; Igualdade e Ordem.
Quando todos participarem na construção de uma sociedade responsável
e solidária, e respeitadora dos Direitos do Homem, então podemos dizer que
vivemos numa sociedade verdadeiramente democrática.
2.1.1 - Definição de linhas orientadoras e de áreas de intervenção educativa:
A criança “absorve” na escola uma série de experiências sociais onde se
cruzam valores e normas, vivendo-as no sentido que rege a nossa Nação e
sociedade, a Democracia. A distinção entre valores e normas, encontra-se na
maneira como se exerce o seu poder de obrigação ou de persuasão. O
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CIVAS 22
objectivo comum é o de assegurar a coesão de uma sociedade, a eficácia das
acções colectivas e individuais, a permanência de uma identidade. Os valores
morais e cívicos caracterizam-nos como indivíduos que pertencem a uma
civilização e a uma cultura.
É na inter-relação que a criança vai aprendendo a atribuir valor a
comportamentos e atitudes seus e dos outros, conhecendo, reconhecendo e
diferenciando modos de interagir.
A educação para os valores, aparece assim como processo pessoal e
social na procura do próprio bem e bem colectivo.
O contexto social e relacional é facilitador na educação de valores, uma
vez que, a prática do educador e o dia-a-dia no Jardim de Infância permite esta
concretização, pois as relações e interacções que o educador tem com cada
uma das crianças e com o grupo e a forma como os apoia, assenta na forma
como a criança é valorizada e escutada, contribuindo para o bem-estar e auto-
estima da criança. A relação que o educador estabelece com cada criança,
estimula e encoraja os seus progressos e constitui ainda um exemplo para as
relações que as crianças estabelecem entre si.
Este processo de construção de um auto-conceito positivo, supõe ainda
um apoio ao processo de crescimento de cada criança e do grupo, que
gradualmente se vão tornando mais independentes e autónomos.Com base
nisso propomo-nos a “trabalhar” alguns desses Valores, tais como:
A Ordem
A ordem surge através de normas que acontecem como modelos de
conduta social através do uso e da interiorização das mesmas, mesmo que
estas sejam mais ou menos obrigatórias e em ocasiões determinadas
imperativas, são sempre fortemente indutoras.
A Cooperação/Diálogo
Para a sua formação pessoal e social, o assumir gradualmente as
responsabilidades, implica já uma autonomia e capacidade individual e
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colectiva. Este processo decorre de uma partilha do poder entre o educador a
criança e o grupo, em que as regras são elaboradas e negociadas entre todos,
são compreendidas e aceites pelo grupo, que por sua vez se compromete a
respeita-las, assim como as tarefas necessárias ao bom funcionamento do
grupo são equitativamente distribuídas, colaborando cada um para o bem-estar
colectivo.
Esta participação está presente em todo o processo de aprendizagem, em
que as crianças são consultadas sobre a organização do espaço e do tempo,
tomam iniciativas, colaboram nas propostas do educador e das outras crianças,
cooperando em projectos comuns.
Respeito pela diferença
A vida em grupo implica o confronto de opiniões e a solução de conflitos,
em que a tomada de consciência de valores diferentes é muito importante, uma
vez que irão suscitar debates e negociações, de forma a fomentar atitudes de
tolerância, compreensão do outro, e o respeito pela diferença. Tudo isto vai do
respeito que o educador manifesta por cada criança e pela sua cultura ,
interagindo com o outro, permite à criança tomar consciência de si própria em
relação ao outro.
O respeito pela diferença valoriza a diversidade de contributos individuais
para o enriquecimento do grupo, favorecendo a construção da identidade, a
auto-estima e o sentido de pertença a um grupo, favorecendo o
desenvolvimento colectivo. E é através do respeito por outras culturas que
também faz parte o desenvolvimento da identidade.
Igualdade
A aquisição de novos saberes e culturas por parte da criança, através da
aceitação da diferença sexual, social e étnica, e da igualdade de oportunidades
num processo educativo que respeita diferentes maneiras de ser e de saber,
constrói uma maior igualdade de oportunidades entre mulheres e homens,
entre indivíduos de diferentes classes sociais e de diferentes etnias.
PROJECTO CURRICULAR DE ESCOLA “EDUCAÇÃO PARA OS VALORES”
CIVAS 24
2.2 - Definição de linhas orientadoras e de áreas de intervenção
educativa
A intencionalidade do processo educativo que caracteriza a intervenção
profissional do educador passa por diferentes etapas interligadas que se vão
sucedendo e aprofundando, o que pressupõe:
Planear o processo educativo de acordo com o que o educador sabe do
grupo e de cada criança, do seu contexto familiar e social é condição para que
a educação pré-escolar proporcione um ambiente estimulante de
desenvolvimento e promova aprendizagens significativas e diversificadas que
contribuam para uma maior igualdade de oportunidades.
Planear implica que o educador reflicta sobre as suas intenções
educativas e as formas de as adequar ao grupo, prevendo situações e
experiências de aprendizagem e organizando os recursos humanos e materiais
necessários à sua realização. O planeamento do ambiente educativo permite
às crianças explorar e utilizar espaços, materiais e instrumentos colocados à
disposição, proporcionando-lhes interacções diversificadas com todo o grupo,
em pequenos grupos e entre pares, e também a possibilidade de interagir
diferentes áreas de conteúdo e a sua articulação, bem como a previsão de
várias possibilidades que se concretizam ou modificam, de acordo com as
situações e as propostas das crianças.
Cabe, assim, ao educador planear situações de aprendizagem que sejam
suficientemente desafiadoras, de modo a interessar e a estimular cada criança,
apoiando-a para que chegue a níveis de realização a que não chegaria por si
só, mas acautelando situações de excessiva exigência de que possa resultar
desencorajamento e diminuição de auto-estima.
O planeamento realizado com a participação das crianças, permite ao
grupo beneficiar da sua diversidade, das capacidades e competências de cada
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CIVAS 25
criança, num processo de partilha facilitador da aprendizagem e do
desenvolvimento de todas e de cada uma.
Agir, concretizando na acção as suas intenções educativas, adaptando-as
às propostas das crianças e tirando partido das situações e oportunidades
imprevistas. A participação de outros adultos - auxiliar de acção educativa,
pais, outros membros da comunidade - na realização de oportunidades
educativas planeadas pelo educador é uma forma de alargar as interacções
das crianças e de enriquecer o processo educativo.
Observar cada criança e o grupo para conhecer as suas capacidades,
interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o
meio em que as crianças vivem, são práticas necessárias para compreender
melhor as características das crianças e adequar o processo educativo às suas
necessidades.
O conhecimento da criança e da sua evolução constitui o fundamento da
diferenciação pedagógica que parte do que esta sabe e é capaz de fazer para
alargar os seus interesses e desenvolver as suas potencialidades. Este
conhecimento resulta de uma observação contínua e supõe a necessidade de
referências tais como, produtos das crianças e diferentes formas de registo.
Trata-se fundamentalmente de dispor de elementos que possam ser
periodicamente analisados, de modo a compreender o processo desenvolvido
e os seus efeitos na aprendizagem de cada criança. A observação constitui,
deste modo, a base do planeamento e da avaliação, servindo de suporte à
intencionalidade do processo educativo.
Avaliar o processo e os efeitos, implica tomar consciência da acção para
adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à
sua evolução.
A avaliação realizada com as crianças é uma actividade educativa,
constituindo também uma base de avaliação para o educador. A sua reflexão, a
partir dos efeitos que vai observando, possibilita-lhe estabelecer a progressão
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CIVAS 26
das aprendizagens a desenvolver com cada criança. Neste sentido, a avaliação
é suporte do planeamento
2.3 - Objectivos gerais do projecto:
- Fomentar uma educação para a tolerância e pelo respeito
pelo outro.
- Promover uma boa articulação com todas as salas do
Jardim de Infância e creche, com vista a um trabalho de
Educação para os Valores de forma contínua e coerente
- Ter em consideração o papel dos educadores enquanto
modelos significativos para as crianças, no que se refere aos
comportamentos relacionados com os Valores.
- Fomentar o diálogo e partilha de poder entre educador e
educando
- Fomentar a inter-relação de forma a criança a aprender e
atribuir Valor a comportamentos e atitudes na sua forma de
interagir
- Promover a participação das famílias na interiorização de
normas e condutas no dia-a-dia da criança,
- Favorecer a prática da tolerância, mostrando e pedindo às
crianças que respeitem os pontos de vista dos outros.
- Promover a participação da criança na cooperação de
projectos comuns na Instituição.
- Promover a aceitação da diferença sexual, social e étnica.
- Promover o respeito pela opinião e formas diferentes de ser
dos outros.
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CIVAS 27
3 - COMO VAMOS CONSTRUIR?
Que escola queremos para as nossas crianças?
Hoje em dia exige-se cada vez mais da escola. Pais e alunos esperam
que a escola alargue o domínio das suas funções e que acrescente á sua
missão tradicional de ensino e formação as de educação e protecção.
Para que serve a escola onde passamos grande parte da nossa vida?
Deve-se pensar na missão da escola consistindo em responder às expectativas
de pais e alunos, tendo em conta as necessidades do novo público escolar. O
sentido utilitário da escola não deve ser encontrado como máquina de cidadãos
nem como agência de resolução de problemas no emprego, mas sim deve-se
educar para uma valorização dos valores preparando-os para a cidadania.
A escola procurou responder a necessidades de grupo, de classe, a
escola é para a sociedade uma instituição que serve para assegurar a
integração das novas gerações no seio do estado nacional, inculcando as suas
normas, regras e valores.
A formação da personalidade das crianças e as suas relações afectivas
entre os adultos fazem parte na relação da família, na formação e na vida do
indivíduo como sujeito.
Dubet e Martuccelli dizem que a escola da contemporaneidade já não
pode funcionar como uma máquina que socializa os indivíduos a partir de
valores considerados homogéneos uma vez que valores e normas não podem
ser percebidos como uma forma rígida para a formação das crianças.
A escola já não pode ser uma máquina social cujo sentido, se difunde e
se transforma em personalidades sociais através de papéis. A função da
socialização da escola já não pode ser identificada com a de um aparelho de
inculcação de valores comuns, interiorizados pelos indivíduos e modelando as
suas personalidades. Essa escola pode estruturar um ambiente, um meio de
vida no seio da qual o indivíduo vai realizar uma experiencia, seja para
conhecer o mundo de regras, normas produzidas, seja para construir uma boa
parte da sua identidade de actor social e cidadão.
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CIVAS 28
A escola deve seguir na educação para a autonomia sem esquecer das
tarefas a realizar pelo educador, deve-se colocar o papel da escola na
educação do cidadão seja ao nível da elaboração dos seus vectores seja ainda
no plano da sua operacionalização estratégica. Uma forma adequada de
educar para os valores é tirar partido da concepção e realização de projectos,
tanto individuais como colectivos, reforçar a capacidade do educando em
desenhar e realizar projectos pessoais, consistindo sim numa boa metodologia
para estimular o seu crescimento nas competências de autonomia. O educador
não pode esquivar certas orientações de conduta quando aposta na
autonomização do educando.
Deve-se respeitar os princípios num processo de educação para os
valores:
- Respeitar a singularidade pessoal do educando
- Criar um clima de confiança, segurança e protecção
- Acreditar na capacidade de auto-organização do educando e nas suas
possibilidades de progresso para mais autonomia
- Reconhecer e aceitar as limitações no processo de ajuda
- Mostrar interesse pelo acompanhamento do educando
- Ser capaz de dupla escuta: de si mesmo e do outro da relação
- Reconhecer competência ao educando na resolução de problemas e na
tomada de decisões
- Aceitar pesquisar com o educando as soluções para os seus problemas
- Dar provas de paciência e perseverança
- Suscitar interrogações
- Estar disposto a assumir que o educando é o Autor e Actor da sua vida.
A educação para os valores configura a necessidade de promover uma
aprendizagem da autonomia, da participação e da cooperação. Deve-se ajudar
e apoiar a construção dos valores no espaço escolar.
O papel da escola deve consistir na fabricação de indivíduos socialmente
preparados para assumir as normas, regras e valores da sua comunidade. A
escola deixa de ser a maquina socializadora de indivíduos a partir de normas e
valores considerados inquestionáveis e homogéneos e passa a ser um espaço
estruturado onde o individuo experimenta um mundo social e onde constrói a
sua identidade. Passamos da escola como agência autoritária para a escola
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CIVAS 29
como espaço onde se constrói uma identidade de cidadão. A escola deve
investir na criação de um clima democrático que potencie a participação das
crianças. Deve-se estimular as crianças a pensar por si mesmas dando
oportunidade de aprender experimentando.
A comunidade vai por a criança em contacto com os valores da cidadania
(solidariedade/responsabilidade/iniciativa). É fundamental promover com as
nossas crianças a autonomia afectiva através do diálogo, aprendendo a
dialogar, a criança em formação aprende a escutar e a reconhecer que os
outros precisam de ser respeitados nas suas opiniões.
O fundamental na educação escolar do cidadão activo, participativo,
democrático e responsável é transformar a escola para a cidadania, para a
cultura, para a educação dos valores.
3.1 – Levantamento e envolvimento no projecto
Sendo como tema do nosso projecto curricular “Educação para os
Valores”, cada educadora irá trabalhar com o seu grupo os vários sub - temas,
Cooperação/Diálogo/Respeito/Igualdade/Ordem, em cada uma das salas.
3.2 – Concretização de estratégias previstas para a elaboração
do projecto
O Centro de Infância e Velhice de Acção Social, irá participar neste
projecto englobando todos os profissionais da instituição com o objectivo de
desenvolver actividades de acordo com as necessidades e interesses
individuais e colectivos de cada sala ao longo ano lectivo.
Vão contribuir para o enriquecimento do desenvolvimento do projecto as
actividades livres e dirigidas.
Para a valorização deste projecto, é fundamental outro tipo de
actividades como por exemplo:
- Registos Gráficos
- Visitas de estudo
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- Exposição de trabalhos no exterior da instituição
- Jornal de parede semanal
- Boletim informativo da instituição
- Sessões de sensibilização (pais e comunidade envolvente)
- Estabelecer Redes solidárias
- Exposição sobre os Valores
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4 - COMO VAMOS AVALIAR?
Na creche o educador vai ajudar a conseguir o desenvolvimento
harmonioso da personalidade da criança, vai ajudar a criança na iniciação da
aquisição de valores e atitudes adquirindo comportamentos sociais para a vida
na comunidade, fomentando a liberdade de escolha e iniciativa própria. A
creche não é um local de guarda, nem um local que substitui o ambiente
familiar mas sim um espaço amplo privilegiando o bem-estar da criança, a
comunicação, a interacção com o meio, o convívio com as outras crianças. A
creche atende às necessidades emocionais, de amor e segurança, isto é a
presença do adulto faz com que a criança sinta uma relação calorosa e afável
mas esta tem de experimentar sozinha novas experiencias.
Para trabalharmos os valores na creche há que desenvolver com a
criança a linguagem:
Compreendendo o significado da palavra
Reproduzir sons
Exprimir o que deseja
Reconhecer objectos
Imitar a linguagem gestual
Dizer pequenas frases
Há que desenvolver também a auto-ajuda:
Satisfazer as necessidades alimentares
Reconhecer as partes do corpo
Ter o controlo esfincteriano
Reconhecer as regras da higiene
No que respeita ao desenvolvimento motor a aquisição da marcha vai
contribuir para a autonomia da criança.
Também se vai trabalhar a socialização desenvolvendo a afectividade
convivendo com o adulto e crianças.
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CIVAS 32
Assim, na creche a educação para os valores vai-se aplicar de uma forma
mais flexível sendo algo mais global e adaptado á realidade das crianças da
mesma valência.
Em relação ao jardim-de-infância a educação para os valores vai ser
avaliada em determinados objectivos fundamentais para o desenvolvimento da
criança, tais como:
A independência/ autonomia:
Adquirir maior independência significa ir dominando determinados
saber/fazer (vestir-se, despir-se, lavar-se, comer usando os talheres, limpar-se,
usar determinados materiais: pincéis, tintas, lápis, …). Esta independência
passa também por uma apropriação do espaço e do tempo de cada criança e
do grupo, em que ela vai aprendendo a fazer escolhas, preferências, a tomar
decisões.
Partilha do poder:
Para a sua formação pessoal e social, o assumir gradualmente as
responsabilidades implica uma autonomia e capacidade individual e colectiva.
Este processo decorre de uma partilha do poder entre o educador, a criança e
o grupo, em que as regras são elaboradas e negociadas entre todos, são
compreendidas e aceites pelo grupo, que por sua vez se compromete a
respeita-las, assim como as tarefas necessárias ao bom funcionamento do
grupo são equitativamente distribuídas, colaborando cada um para o bem-estar
colectivo. Esta participação está presente em todo o processo de
aprendizagem em que as crianças são consultadas sobre a organização do
espaço e do tempo, tomam iniciativas, colaboram nas propostas do educador e
das outras crianças, cooperando em projectos comuns.
Respeito pela diferença:
A vida em grupo implica o confronto de opiniões e a solução de conflitos
e a tomada de consciência de valores diferentes é muito importante, uma vez
que iram suscitar debates e negociações, de forma a fomentar atitudes de
tolerância, compreensão do outro e o respeito pela diferença. O respeito pela
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diferença valoriza a diversidade de contributos individuais para o
enriquecimento de grupo, favorecendo o desenvolvimento colectivo; e é através
do respeito por outras culturas que também faz parte o desenvolvimento da
identidade.
Multiculturalismo:
Aquisição de novos saberes e culturas por parte da criança é feita
através da aceitação da diferença social, étnica e sexual e da igualdade de
oportunidades num processo educativo de oportunidades entre mulheres e
homens, entre indivíduos de diferentes classes sociais e de diferentes etnias.
A criança “absorve” na escola uma serie de experiencias sociais onde se
cruzam valores e normas, revendo-as no sentido que rege a nossa nação e
sociedade, a democracia a distinção entre valores e normas encontra-se na
maneira como exerce o seu poder de obrigação ou persuasão. O objectivo
comum é o de assegurar a coesão de uma sociedade, a eficácia das acções
colectiva e individuais, a permanência de uma identidade, os valores morais e
cívicos que nos caracterizam como indivíduos que pertencem a uma civilização
e a uma cultura. As normas acontecem como modelos de conduta social,
através do uso e da interiorização das mesmas, mesmo que estas sejam mais
ou menos obrigatórias e, em determinadas ocasiões, imperativas são sempre
fortemente indutoras. O objectivo comum é o de assegurar a coesão de uma
sociedade, a eficácia da s acções colectivas e individuais, a permanência de
uma identidade, os valores morais e cívicos que nos caracterizam como
indivíduos que pertencem a uma civilização e uma cultura.
As normas acontecem como modelos de conduta social, através do uso e
da interiorização das mesmas, mesmo que estas sejam mais ou menos
obrigatórias, em determinadas ocasiões, imperativas são sempre fortemente
indutoras.
É na inter-relação que a criança vai aprendendo a atribuir valor aos seus
comportamentos e atitudes e aos dos outros, conhecendo, reconhecendo e
diferenciando modos de interagir. A educação aparece, assim, como um
processo pessoal e social na procura do próprio bem e do bem colectivo.
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O contexto social e relacional é facilitador na educação de valores uma
vez que a pratica do educador e o dia-a-dia no jardim-de-infância permite esta
concretização, pois as relações e interacções que o educador tem com cada
uma das crianças e com o grupo, e a forma como os apoia assenta na forma
como a criança é valorizada e escutada, contribuindo para o seu bem-estar e
auto estima. A relação que o educador estabelece com cada criança estimula e
encoraja os seus progressos e constitui ainda um exemplo para as relações
que as crianças estabelecem entre si. Este processo de construção de um auto
conceito positivo supõe ainda um apoio ao processo de crescimento de cada
criança e do grupo, que gradualmente se vão tornando mais independentes,
mais autónomos.
Todo este trabalho “Educação para os valores” irá ser realizado através
de observação directa com as crianças; nós, educadores vamos ajudar as
crianças a compreender a respeitar as ideias dos outros, a respeitar os mais
velhos (os adultos), a respeitar as regras existentes no jardim-de-infância (o
saber estar na sala, o saber estar no refeitório, o saber estar na higiene, o
perceber que nas saídas externas á que obedecer a uma forma ordenada,
(como por exemplo, o comboio); o saber escutar e permanecer em silencio
quando for necessário.
No fundo as crianças precisam de conhecer minimamente o seu meio
envolvente, precisam reconhecer á aceitação de normas de comportamento
pré estabelecidas durante a realização de qualquer actividade na escola
durante os passeios, o descanso, refeições, de aprender a saber estar num
jardim-de-infância, em sociedade, no mundo que os rodeia…
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BIBLIOGRAFIA :
BARBOSA, Manuel (1999). Para Construir uma Nova Utilidade da Escola: Educar Para a Autonomia e Preparar Para a Cidadania. In BARBOSA,
Manuel (Coord.). Olhares Sobre Educação, Autonomia e Cidadania. Braga: Universidade do Minho.
SILVA M. (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar
Editorial do Ministério da Educação. Lisboa.
SOARES, Eduardo Pinto,( 2009 8 Maio) Senhora da Hora elevada a Cidade,
Jornal de Matosinhos
Giolitto, Pierre (2000). Como Ensinar a Educação Cívica na Escola.
Didáctica Editora