Post on 21-Mar-2017
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A474
Alves, Silvio Dutra
Provérbios 29./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro,
2016.
30p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Salomão. 3. Estudo Bíblico.
I. Título.
CDD 230.223
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Provérbios 29
1 O Homem que muitas vezes
repreendido endurece a cerviz, de
repente será destruído sem que haja
remédio.
Temos descrita aqui a obstinação de muitas pessoas ímpias em um mau caminho que é para
ser muito lamentado.
Eles são muitas vezes repreendidos por pais e amigos, por magistrados e ministros, pela providência de Deus e por suas próprias
consciências, tendo os seus pecados colocados
diante deles e avisados das suas consequências,
mas tudo é em vão; pois endurecem a sua cerviz, recusando-se a se inclinarem em humildade
diante do Senhor, confessando a sua culpa.
Eles recusam a repreensão (Prov 10.17), desprezam-na (Prov 5.12) e a odeiam (Prov 12.1).
Esta obstinação deve ser muito temida, pois aqueles que permanecem no pecado, apesar de serem advertidos, serão destruídos; sem que
haja esperança para eles de serem curados.
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2 Quando os justos governam, o povo se
alegra, mas quando o ímpio domina, o
povo geme.
O significado deste provérbio foi comentado anteriormente em Provérbios 28.12,28, onde
registramos o seguinte:
O conforto do povo de Deus é a honra da nação em que vivem.
Há uma grande glória habitando na terra quando os justos governam, porque isto não
somente exalta a Deus, como faz bem ao povo,
por uma administração de justiça e de paz.
Mas, o avanço dos ímpios é o eclipse da beleza de uma nação; pois quando assumem as
posições de liderança, opõem-se a tudo o que é
justo e sagrado, e todas as formas de opressão
passam a ser vistas na terra, fazendo com que os homens se escondam do alcance das más ações
deles.
As pessoas vão realmente se alegrar ou chorar de acordo com os seus governantes, caso sejam, respectivamente, justos ou ímpios.
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3 O homem que ama a sabedoria alegra a
seu pai, mas o companheiro de
prostitutas desperdiça os bens.
Aquele cujo coração é sábio por ser instruído e dirigido por Deus evita as más companhias e,
especialmente, a companhia de mulheres lascivas; e nisto alegra seus pais, e tem a
satisfação de ser um conforto para eles, tanto no
sentido moral espiritual, quanto ao secular, por
não desperdiçar os seus bens com a luxúria.
Nada vai empobrecer mais cedo os homens do que os desejos da imundícia.
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4 O rei com juízo sustém a terra, mas o
amigo de subornos a transtorna.
Temos aqui a felicidade de um povo sob um bom governo.
O cuidado e negócios de um bom governante são um sustentáculo para a manutenção da boa
ordem na terra, por defender suas leis
fundamentais, por garantir a liberdade e propriedades dos cidadãos, e fazer com que as
decisões judiciais sejam dirigidas por sábios
conselhos e pela administração constante da
justiça, sem se fazer acepção de pessoas.
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5 O homem que lisonjeia o seu próximo
arma uma rede aos seus passos.
A lisonja fácil é na verdade uma armadilha para ludibriar os incautos, de maneira a se tirar vantagem deles.
Por isso é sábio que se suspeite daqueles que nos lisonjeiam, uma vez que podem estar abrigando secretamente maus intentos em relação a nós.
Somente o fato de alguém acender o nosso orgulho, tornando-nos vaidosos, já é um grande
prejuízo, uma vez que nos convém andarmos
em constante humildade.
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6 Na transgressão do homem mau há
laço, mas o justo jubila e se alegra.
Não há apenas o perigo da punição sobre uma disposição pecaminosa, porque no fim, há um laço nela.
Um pecado é uma ponte para outro, e há problemas que, como um laço, vêm de repente
sobre os homens maus em meio às suas
transgressões; ou como consequência posterior
a elas, na forma de sequelas.
A armadilha que se encontra na transgressão dos maus estraga toda a sua alegria, mas os
justos são livrados dessas armadilhas, e andam
em liberdade, caminhando em segurança, e,
portanto, cantando e se alegrando.
Aqueles que fazem de Deus a sua maior felicidade tê-lo-ão como a sua grande alegria, e nele sempre se regozijarão.
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7 O justo se informa da causa dos pobres,
mas o ímpio nem sequer toma
conhecimento.
Quem é justo não julga por aparência ou por condição social, senão segundo a reta justiça
divina, e esta determina que assim se proceda
especialmente, em relação aos pobres.
Temos então aqui a descrição do caráter de um juiz justo que considera a causa dos pobres.
É dever de todo homem considerar os pobres, mas o julgamento dos pobres deve ser considerado por aqueles que se assentam em
tribunais (Sl 41.1).
Eles devem exercer o máximo de esforço para assegurar o direito em causa tanto de um homem pobre quanto de um homem rico.
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8 Os homens escarnecedores alvoroçam
a cidade, mas os sábios desviam a ira.
Temos aqui os homens que são perigosos para o público - homens escarnecedores. Quando estes
são empregados nos negócios do Estado eles
fazem coisas ilegais e injustificáveis, porque
desprezam as leis e a Constituição; eles quebram a boa-fé das pessoas porque
desprezam honrar a sua palavra, do mesmo
modo que desprezam o próprio povo.
Assim, eles trazem uma cidade em um laço pela sua conduta insensata, produzindo ira na
população.
Tais homens são as pragas de sua geração; pois trazem os juízos de Deus sobre a terra.
Mas, aqueles que são sábios no seu proceder e agem do modo justo conforme é requerido por Deus, desviam a Sua ira e a das pessoas que
governam, por conselhos prudentes, e
conciliando partes, para evitar as
consequências perniciosas de divisões.
Homens orgulhosos e insensatas acendem as chamas que os homens sábios e justos devem
extinguir.
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9 O homem sábio que pleiteia com o tolo,
quer se zangue, quer se ria, não terá
descanso.
Um sábio não deve entrar em debate com um tolo porque este jamais será convencido quanto
àquilo que é justo e correto.
Seja qual for o tom com que seja apresentado o argumento sábio – se sóbrio, enérgico ou
brando e simpático, o efeito será sempre o
mesmo, porque o tolo não se emendará, independentemente do tempo pelo qual se
prolongue o arrazoamento do sábio.
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10 Os homens sanguinários odeiam ao
sincero, mas os justos procuram o seu
bem.
Os homens maus odeiam seus melhores amigos.
Os sedentos de sangue, que compõem toda a linhagem da antiga Serpente, que foi um
homicida desde o princípio, todos os que são herdeiros da sua inimizade contra a semente da
mulher, odeiam os justos, porque eles, pelo seu
bom procedimento são uma condenação para o mundo perverso e um testemunham contra ele.
Cristo disse a seus discípulos que eles seriam odiados de todos.
Os homens sanguinários odeiam especialmente os magistrados, por restringi-los, e por colocarem as leis em execução contra eles, e
com isso, ainda que eles os rejeitem, estão lhes
fazendo um grande favor, pela oportunidade
que ensejam para o seu arrependimento.
Já os justos não somente amam seus amigos sinceros, como também seus piores inimigos,
pois são capacitados para isto pela graça de
Cristo, e entendem que convém imitá-lo, pois é longânimo e bom para com todos os pecadores,
na expectativa de que melhorem o seu
procedimento.
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Os justos, a quem os homens sanguinários odeiam, procuram pelo bem das suas almas,
oram por sua conversão, e de bom grado fazem
qualquer coisa para a salvação deles.
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11 O tolo revela todo o seu pensamento,
mas o sábio o guarda até o fim.
É uma demonstração de fraqueza ser muito aberto. O tolo revela toda a sua mente, diz tudo o
que sabe, e tem em sua boca instantaneamente tudo o que ele tem em seus pensamentos, e não
consegue guardar qualquer segredo; e quando
se irrita dirá qualquer coisa que lhe vier à mente
sem refletir, e ao falar de qualquer assunto vai dizer tudo o que pensa, e nunca aquilo que for o
suficiente e pertinente à questão,
Já o sábio é reservado e não irá revelar toda a sua mente de uma vez, mas gastar tempo para um
segundo pensamento, ele não irá se entregar a
um discurso contínuo, ou um discurso
engomado, mas com pausas, para que ele possa ouvir o que está sendo contestado para poder
responder.
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12 O governador que dá atenção às
palavras mentirosas, achará todos os
seus servos ímpios.
É um grande pecado em qualquer pessoa, especialmente nos governantes, dar ouvidos a
mentiras; porque, assim, eles não somente
podem fazer um julgamento errado, como encorajar outros a dar informações erradas.
Mentiras serão ditas para aqueles que lhes derem ouvido; mas, neste caso, o receptor é tão
mau, quanto o ladrão.
Este procedimento por parte de senhores e governantes contribuirá para que todos os seus
servos sejam achados na prática da impiedade,
porque serão muito poucos os que terão coragem de lhes dizer a verdade, por temor de
contrariá-los. Acrescente-se a isto, que esta
prática de dar ouvido à mentira, estimula o
exercício da imaginação com invencionices por parte dos informantes, para que caiam no
agrado dos seus senhores, em demonstração do
quanto estão dispostos a serem leais a eles,
ainda que seja com falsidades.
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13 O pobre e o usurário se encontram; o
Senhor ilumina os olhos de ambos.
Isto mostra quão sabiamente o grande Deus serve os desígnios de sua providência por
pessoas de diferentes temperamentos,
capacidades e condições no mundo.
Alguns são pobres e forçados a tomar
empréstimos; outros são ricos, e são credores, ou usurários, e o Senhor ilumina os olhos de
ambos; ele faz com que o sol brilhe sobre ambos
e dá a ambos os confortos desta vida.
Para alguns de ambos os tipos ele dá a Sua graça. Ele ilumina os olhos dos pobres, dando-lhes
paciência, e do enganador, dando-lhes o
arrependimento, como a Zaqueu.
Ele usa em Seu serviço a ambos, tanto o rico quanto o pobre, e declarou expressamente que nos dias da Nova Aliança derramaria o Espírito
Santo sobre toda a carne, e tanto jovens quanto
velhos, tanto servos quanto senhores
receberiam dos Seus dons para ministrarem ao mundo o Evangelho de Cristo (Joel 2.28,29).
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14 O rei que julga os pobres conforme a
verdade firmará o seu trono para sempre.
Temos aqui o dever de magistrados, que é o de julgar com fidelidade entre homem e homem, e
determinar todas as causas perante eles, de acordo com a verdade e a equidade,
especialmente em se tratando de pobres (Êxodo
23.3).
O rico pode contar com seus recursos para promover a sua defesa pagando bons
advogados, mas o pobre necessita da defesa dos
governantes (Sl 82.3).
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15 A vara e a repreensão dão sabedoria,
mas a criança entregue a si mesma,
envergonha a sua mãe.
Os pais, na educação dos filhos, não devem
somente dizer a eles o que é o bem e o que é o mal, mas devem repreendê-los e corrigi-los
também, se necessário, quando negligenciam o
que é bom fazendo o que é mau.
O uso da vara deve ser feito com sabedoria, longanimidade e amor, e nunca como um motivo para os pais descarregarem a sua ira. O
objetivo é o de que a criança venha a temer o que
é mau e amar o que é bom.
Uma criança que não é restringida ou reprovada, mas que é entregue a si mesma,
seguindo suas próprias inclinações, pode praticar o bem, mas, será mais observado uma
disposição para praticar o mal, pois é esta a
inclinação natural do coração humano
corrompido pelo pecado.
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16 Quando os ímpios se multiplicam,
multiplicam-se as transgressões, mas os
justos verão a sua queda.
Quanto maior é o número de pecadores, consequentemente, é também maior o número
de pecados; pela má influência de uns sobre os outros, reciprocamente.
No velho mundo, quando os homens se multiplicaram, eles começaram a se degenerar e a corromper uns aos outros.
Quando a corrupção é tolerada, muitos são incentivados à sua prática por causa da impunidade.
Mas, ainda que não venham a cair neste mundo, eles terão que enfrentar o justo juízo de Deus no julgamento do Grande Dia.
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17 Corrige o teu filho, e te dará descanso;
e dará delícias à tua alma.
É uma coisa muito feliz quando os filhos são um
motivo de conforto para os seus pais.
É um prazer para os pais, que ninguém conhece,
senão aqueles que são abençoados com ele, por ver o fruto feliz da boa educação que deram a
seus filhos, tendo em perspectiva o bem-estar
deles mesmos em ambos os mundos, quer no
secular, quer no espiritual.
Para tanto, as crianças devem ser educadas sob uma disciplina rigorosa, e não ficarem sem
repreensão quando agem de modo errado.
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18 Não havendo profecia, o povo perece;
porém o que guarda a lei, esse é bem-
aventurado.
Temos aqui a miséria das pessoas que são carentes de um ministério estabelecido, pois
onde não há nenhum homem de Deus para
expor a Sua Palavra, as pessoas não podem ser conduzidas a ter um bom conhecimento do
Senhor. E onde falta isto, o povo se corrompe
apostatando dos caminhos da verdade.
O profeta é aquele que fala da parte de Deus aos homens, e Deus tem falado de modo definitivo
na Bíblia, para que esta revelação seja ensinada
por aqueles que Ele tem chamado para pregar e
ensinar o Evangelho.
As pessoas ficam como ovelhas que não têm pastor, por falta de mestres fiéis nas igrejas para
convocá-las e ensinar-lhes a viverem em
unidade, na fé, na doutrina, no amor e no Espírito (Marcos 6.34).
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19 O servo não se emendará com
palavras, porque, ainda que entenda,
todavia não atenderá.
Um homem não será transformado para melhor por somente ouvir palavras.
É preciso que haja o trabalho da graça de Jesus operando no coração do pecador para que ele seja transformado de coração de pedra em
coração de carne.
O amor de Deus demanda que haja uma disposição voluntária em nós em servir com
alegria e gratidão em nosso coração. Quando
isto falta, nenhuma exortação ou palavra de incentivo poderá produzir tal efeito.
Há uma natureza má e corrompida em nós que necessita ser crucificada, para que nos
despojemos dela, e assim, possamos viver como
novas criaturas, em novidade de vida, impelidos pela instrução e poder do Espírito Santo.
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20 Tens visto um homem precipitado no
falar? Maior esperança há para um tolo
do que para ele.
Porque é dito que um tolo está em vantagem em relação a uma pessoa que seja precipitada no
falar?
Possivelmente porque o tolo pode, apesar de sua
tolice, alcançar sabedoria, por ouvir e aprender de outros, enquanto o precipitado no falar não
consegue ouvir senão somente a si mesmo, e
fala sem se importar com a precisão e proveito das coisas que diz.
Há um orgulho e uma presunção, que geralmente aprisionam o homem precipitado;
fazendo com que seja endurecido à disciplina, à
repreensão e à obtenção da sabedoria naqueles que a detêm.
É melhor portanto, ser um tolo que está consciente de sua insensatez, do que um
presunçoso que esteja endurecido pelo seu orgulho.
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21 Quando alguém cria o seu servo com
mimos desde a meninice, por fim ele
tornar-se-á seu filho.
É uma coisa imprudente ser muito afeiçoado a um servo, porque isto fará com que fique muito íntimo e familiarizado, vindo a ser indulgente e
negligente para com os seus deveres.
Caso isto ocorra é melhor optar por renunciar à relação contratual de serviço, e assumir a
adoção filial, porque na maioria dos casos, a de
serviço será perdida.
Todavia, é uma coisa ingrata em um servo a de se comportar insolentemente porque ele tem
sido tratado com ternura.
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22 O homem iracundo levanta
contendas; e o furioso multiplica as
transgressões.
De um temperamento iracundo flui muitos males, especialmente o de levantar contendas na família e na vizinhança.
Um homem furioso dá causa a muitas
transgressões, porque a ira injustificada e indevida é um pecado que é a causa de muitos
outros pecados. Ela não somente impede os
homens de invocarem o nome de Deus, como dá
ocasião para que se amaldiçoe e profane o Seu nome.
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23 A soberba do homem o abaterá, mas
obterá honra, o humilde de espírito.
Isto concorda com o que Jesus Cristo disse mais de uma vez, que aquele que se exaltar será
humilhado, e o que for humilde será exaltado, e
ainda que bem-aventurados são os humildes de
espírito, porque são eles os herdeiros do reino dos céus.
Aqueles que pensam estar ganhando respeito, elevando-se acima de sua posição, olhando do
alto, falando alto, e se vangloriando, se expõem
ao desprezo, perdem a sua reputação, e provocam a Deus, por rejeitarem suas
providências para trazê-los para baixo e colocá-
los na posição que convém a todos, a saber, a de
humildade.
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24 O que tem parte com o ladrão odeia a
sua própria alma; ouve maldições, e não
o denuncia.
Veja aqui o pecado e ruína dos que são atraídos pela sedução dos pecadores.
Aqueles que pensam estar em boa condição quando apesar de não praticarem pecados que
são uma abominação para Deus, e que, no entanto, os aprovam em outros, e não
denunciam esses pecados, se acham a Seus
olhos debaixo da mesma condenação destinada
àqueles que os praticam.
É dito que odeiam a própria alma com tal atitude, porque agem contra o bem-estar presente e eterno de suas almas, por ficarem
privados da aprovação de Deus, e sujeitos à Sua
condenação.
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25 O receio do homem armará laços, mas
o que confia no Senhor será posto em alto
retiro.
Somos avisados pelas Escrituras para não temer o poder do homem, nem o poder de um
governante, nem o poder da multidão; porque
isto nos coloca num laço, ou seja, nos expõe a muitas tentações.
Abraão, por medo do homem, negou que Sara era sua esposa, e Pedro seu Mestre, e muitos o
seu Deus.
Não devemos negligenciar o nosso dever, nem cometer pecados, para evitar a ira do homem,
nem mesmo quando o vemos se aproximando de nós para nos atemorizar (Daniel 3.16; Sl 118.6).
Somos encorajados a depender do poder de Deus, que nos livra de todo o tipo de medo do
homem, que traga embutido nele tormento ou tentação.
Quem coloca sua confiança no Senhor, para ser protegido no caminho do dever, é colocado no
alto, acima do poder do homem e do medo que ele possa produzir.
Se Deus é a minha salvação, hei de confiar e não ter medo.
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26 Muitos buscam o favor do poderoso,
mas o juízo de cada um vem do Senhor.
Os que buscam a sua paz, provisão, justiça e segurança exclusivamente nos poderosos deste mundo se esquecem que eles também estão
sujeitos à Providência e ao Juízo de Deus.
Toda a segurança e conforto que podemos obter deste mundo, sejamos pobres ou poderosos, são
muito passageiros e se dissolverão para sempre
quando tivermos que comparecer perante o trono de juízo divino.
Homens sábios buscam o favor do Senhor e deixam em Suas mãos o uso de meios e
instrumentos poderosos, caso necessários, para
cuidarem dos seus interesses.
Buscar o favor do Senhor é demonstrado de modo prático na busca dos interesses do Seu Reino e Justiça.
Deus é a primeira causa, da qual todas as causas secundárias dependem; se Ele não ajudar, elas
também não podem (II Reis 6. 27;Jó 34.29).
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27 Abominação é, para os justos, o
homem ímpio; mas abominação é, para o
ímpio, o que é reto no seu caminho.
Luz e treva não são concordantes, antes se opõem uma à outra.
O que vive na impiedade foge da luz para que suas obras não sejam manifestas, mas o que
pratica e ama a justiça vem para a luz para que
suas obras glorifiquem a Deus quando forem observadas pelos homens.
Todos os que são santificados têm uma antipatia enraizada em relação à impiedade dos ímpios.
Eles têm uma boa vontade para com as almas de
todos (Deus não tem prazer na morte do ímpio); mas odeiam os caminhos e as práticas daqueles
que são ímpios para com Deus e prejudiciais aos
homens; detestam a companhia dos ímpios e injustos.
De igual modo, todos os que estão santificados têm uma antipatia enraizada por parte dos
ímpios em relação a eles, porque a consciência
do que ele diz e faz, é uma abominação para o ímpio, a sua maldade é contida, talvez, ou, pelo
menos, faz com que fique envergonhado e se
sinta condenado, pela retidão dos justos.