Quadra de uso misto e habitação de alta densidade no Pari · 2013. 3. 13. · Proposta:...

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M

M

M MUSEU DE ARTE SACRA

PARQUEDA LUZ

PINACOTECADO ESTADO

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA

MUSEU DE ARTE SACRA

SALASÃO PAULO

RUA JO

SÉ PAULIN

O

RUA SÃO CAETANO

RUA DO ORIENTE

FEIRA DA MADRUGADA

COMPLEXOPARI - MINI CEASA

MOINHO MATARAZZO

SESC BOM RETIRO

LARGOCORAÇÃODE JESUS

COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR

COLÉGIO TÉCNICOSANTA MARIA

GORETTIHOSPITAL NOSSA SENHORA DO PARI

INTER HOSPITAL PARI

M

PARQUES

TREM|CPTM

CENTRO CULTURAL

METRÔ

HOSPITAL

COMPRAS

MUSEUS

ESCOLA

PONTOS DE ONIBUS

AUT0221 - Arquitetura, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

O produto final do trabalho é a proposição de um novo desenho para uma quadra escolhida do bairro do Pari, no centro de São Paulo (fig.1). A escolha do bairro teve como fundamento dados do “esvaziamento” de bairros centrais e a sua des-valorização, fenômeno que vem acontecendo desde a metade do século passado. Dentre os bairros centrais, o Pari foi o que mais perdeu moradores, aproximadamente 25% da sua população entre 1991 e 1996, segundo Bonduke (2003). A quadra escolhida encontra-se entre as ruas São Caetano, Mauá, Rua da Cantareira e Avenida do Estado. É um bairro essencialmente residencial e comercial, contendo em uma parte a chamada “rota do comércio” que liga pontos impor-tantes como o Brás e a Feira da Madrugada, e é bem servido de infra estrutura como se pode observar na fig. 2. Fize-mos um estudo de adensamento com dois desenhos distintos: o primeiro com planta perimetral, mais extensa, porém com gabarito mais baixo, e outra situada mais no meio da quadra, com mais andares. Para tal, estipulamos algo em torno de 1960 habitantes por hectar em ambas as situações e assim nosso estudo seguiu. O uso misto que propomos vem do princípio da diversidade funcional; tendo residências, postos de trabalho e de lazer na mesma quadra, encurtamos as dis-tâncias e diminuímos o tempo de locomoção das pessoas para os lugares, aumentado a qualidade de vida humana e do meio ambiente.O objetivo do trabalho final é apresentar um projeto com qualidade ambiental e que de certa forma auxilie no trabalho de requalificar o centro, trazendo as pessoas de volta para essa região tão bem servida de infra estrutura urbana e oportuni-dades de emprego.

Quadra de uso misto e habitação de alta densidade no PariFabiane Regina Savino | Gabriela Giraldez Barros

Professora Denise Duarte

Figura 1

Modelo de edifício alto às 15hModelo de edifício alto às 9h

Modelo de edifício baixo às 15hModelo de edifício baixo às 9h

EDIFÍCIO CENTRAL - FICHA TÉCNICA

14 andares + térreo comercial e pilotisÁrea por andar: 3354 m²Habitações por andar: 67Habitações totais: 938Habitantes: 46901999 habitantes por hectar

Proposta: edifícios altos tipo torres; dois edifíci-os retangulares, dispostos no centro da quadra, cujos pavimentos habitacionais são separados do térreo por uma grande marquise. Nesse té-rreo encontram-se alternados lojas e pilotis para garantir a fluidez de quem entra e sai da quadra. Também é proposto um parque ao re-dor dos edifícios.

EDIFÍCIO PERIMETRAL - FICHA TÉCNICA

4 andares + térreo comercial e pilotisÁrea por andar: 11259 m²Habitações por andar: 225Habitações totais: 900Habitantes: 45001918 habitantes por hectar

Proposta: edifícios tipo lâmina; vários edifí-cios em formato de lâminas, unidos, dispostos na periferia da quadra. Seus térreos também apresentam ora comércio, ora somente pilotis para facilitar a permeabilidade de moradores e visitantes na quadra. O parque proposto nesse caso se restringe ao centro da quadra, tendo a sua volta não mais a rua, mas o próprio edifício que o acolhe.

Figura 2

COMPARAÇÃO ENTRE AS PROPOSTAS

Ao comparar os dois desenhos percebemos que o que é mais mar-cante quanto a iluminação é o impacto que os edifícios causam no seu entorno. Nos horários de sol em que tiramos as fotos da maquete eletrônica (às 9h e às 15h), os edifícios formam uma grande sombra que encobre boa parte do entorno, o que pode ser considerado um ponto positivo quando sombreia a rua de comércio em horários de pico. Os acessos principais de pedestres nesta quadra se dão pela Rua São Caetano e pela Rua da Cantareira, sendo a Rua Mauá sem acesso à quadra por ser a linha férrea. Quanto às áreas verdes propos-tas, no caso dos edifícios no centro da quadra, as áreas circundam os edifícios, tornando-se o acesso para a quadra por todas as direções possíveis , exceto pela Rua São Caetano, onde o mesmo se dá pela marquise de comércio. O sol bate quase que o dia todo nas diferentes partes do parque, o que não acontece no caso dos edifícios perime-trais. Nesse caso, o parque fica “escondido” entre as lâminas de edifí-cios, quase como se fosse um átrio interno das construções. Quanto a ruídos, a quadra com edifícios altos parece mais eficiente no sentido que seu recuo da rua é maior, possui uma marquise que separa fun-ções e possui um parque em seu entorno o que ajuda muito.Quanto a ventilação e temperatura interna, ambos os modelos apresentaram re-sultados positivos, porém os edifícios altos centrais, por serem rodea-dos pelo parque, apresentaram microclima externo mais agradável

BIBLIOGRAFIACHENG, Vicky; STEEMERS, Koen; MONTAVON, Marylene; COMPAG-NON, Raphael.Urban form, density and solar potention. Genebra, 2006.GONÇALVES, Joana C. S.; MULFARTH, Roberta K.; MONTEIRO, Leonardo M.; MOURA, Norberto C.; PRATA, Alessandra R.; MIANNA, Anna C.; CAVALCANTE, Rodrigo. Adensamento urbano e desempenho ambiental no centro da cidade de São Paulo. Búzios, RJ, 2011.GONÇALVES, Joana C. S. Interseção. Revista au, Edição 2012, No-vembro de 2011.MCPHERSON, Simon; HADDOW, Adam. Shall we dense?/Save: my life. Austrália.MOZAS, Javier, PER, Aurora Fernández . Density. A+t ediciones, 2006.ROSA, Marcos L. Microplanejamento: práticas urbanas criativas. São Paulo: Cultura, 2011.ROGERS, Richard. Cidades para um pequeno planeta. Londres: Faber and Faber, 1997.

Nosso estudo começou basicamente analisando o mapa da figura 2 e suas especificidades. Algo muito impor-tante na nossa decisão de quadra foi a rota do comércio e a presença da Feira da Madrugada logo do outro lado da Avenida do Estado. Com toda a infra estrutura do local não foi diícil achar uma quadra para o trabalho.As duas propostas de quadras são interessantes no sentido que podemos observar uma lista de itens que tor-nam o ambiente mais “sustentável” e aplicar à tipologia escolhida, para depois confrontarmos um resultado com o outro. De qualquer forma, escolhemos uma quadra já existente e consolidada e também podemos com-parar os resultados obtidos na nossa proposta com o existente. Conseguimos aumentar significamente a área livre da quadra com a insersão dos parques e até mesmo com o desenho dos edifícios, o que representa um grande ganho para os moradores e usuários dos serviços prestados ali.Hoje em dia, o entorno desse “quarteirão” tem um gabarito muito baixo, assim como a própria quadra escol-hida, composta basicamente por casas e pequenos edifícios de até 3 pavimentos. Sendo assim, um problema visível nas nossas propostas é a dificuldade de diálogo com o entorno. Para adensarmos, é preciso que haja verticalização, pois não é possível alcançar resultados satisfatórios no adensamento sem utilizar edifícios um pouco mais altos. A marquise prevista para o projeto de edifícios tipo torre muito beneficiou a entrada do pe-destre na quadra. Sem a marquise, quem passa não se sente encorajado a andar a longa distância do recuo para chegar no comércio, além de transformar o pavimento térreo num lugar mais fresco e agradável, que pro-tege das intempéries e convida o usuário à permanência.