Post on 21-Apr-2015
Quais os condicionantes da Independência Brasileira?
Quais as mudanças e continuidades provocadas pela Independência?
Independência: conjunto de fatores internos e externos que, ao longo de anos, acabaram ocasionando nossa autonomia;
Independência Econômica e Política;Século XVIII e XIX: quase todas as colônias da
América separaram-se das suas metrópoles – CRISE DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL
DECLÍNIO COLONIAL:
Expressão significa o progressivo afrouxamento dos laços econômicos, políticos e ideológicos que prendem a colônia a sua metrópole;
Tarefas administrativas e urbanização ampliam-se, surgem novas camadas sociais;
Ocorrem oposições de interesses entre a colônia e a metrópole – surgem uma série de conflitos entre a população colonial e as autoridades metropolitanas.
O DECLÍNIO COLONIAL NO BRASIL:Violentos conflitos, principalmente entre
senhores e escravos:XVII: consumidores brasileiros entram em conflito
com os monopólios metropolitanos;A classe dominante brasileira entra em conflito
com a metrópole; MONOPÓLIO COMERCIAL: todas as mercadorias que
importávamos precisava passar primeiro por Portugal, encarecendo muito os produtos (impostos, taxas):
CLASSE DOMINANTE: estava presa às decisões de Portugal, não tinha autonomia;
MINERAÇÃO
Portugal estabeleceu no Brasil uma estrutura administrativa que crescia de ano para ano – tributário, judiciário e militar – cobrar impostos e punir aqueles que não pagassem;
Classe dominante (mandatária da Coroa no Brasil) – começou a perder seus privilégios políticos, afastando-se cada vez mais de Portugal;
Esse conjunto de desacordos que caracterizou o declínio colonial no Brasil produziu uma série de revoltas;
PRIMEIRAS REVOLTAS – NATIVISTASRevoltas Nativistas: 1641-1720;Revoltas Emancipatórias: 1789-1817;
NATIVISTAS: de caráter local, geralmente restritas e uma região ou limitada, e não chegaram a propor independência;
EMANCIPATÓRIAS: propunham o rompimento definitivo com a metrópole, ou seja, a independência.
Aclamação de Amador Bueno – SP – 1641Reação dos moradores de São Paulo (Portugueses
e espanhóis) que queriam manter seu comércio com as colônias espanholas na região do rio da Prata – Amador Bueno foi aclamado “rei” de São Paulo, mas ele não aceitou nem o cargo nem o título;
REVOLTA DE BECKMAN – Maranhão – 1684Manuel e Thomas Beckman (elite local) –
descontentamento dos colonos em relação a oposição dos jesuítas à escravização dos índios e a ação da Companhia do Comércio do Maranhão, criada pela Coroa em 1682.
Guerra dos Emboabas – Minas Gerais – 1708-1709
Paulistas: primeiros descobridores e povoadores – estavam preocupados, pois se viam prejudicados com a concorrência de nordestinos, fluminenses e, principalmente, portugueses na região;
Confrontos armados entre ex-bandeirantes e emboabas (forasteiros);
Paulistas desejavam exclusividade na exploração;Confronto;1709: Portugal enviou tropas e funcionários para
pacificar a região.
GUERRA DOS MASCATES – Pernambuco – 1710-1714
Disputa pela autonomia político-administrativa de Recife, separando-se da dominação de Olinda;
Olinda em declínio econômico (comércio de cana);
Recife: vivia do comércio, prosperava rapidamente e tentava a todo o custo separar-se do domínio político-administrativo de Olinda;
1710: concedida autonomia a Recife – mas os olindenses (Senhores de Engenho) entraram em confronto com os Mascates (comerciantes);
A guerra durou 4 anos.
Revolta de Vila Rica – Minas Gerais – 1720Filipe dos Santos – foi uma reação dos
mineradores contra a criação das Casas de Fundição, que dificultariam a sonegação do Quinto;
A revolta foi rapidamente sufocada pelo governador, Conde de Assumar;
Filipe dos Santos foi preso, sem julgamento, enforcado e esquartejado
Luta pela Autonomia: Contradição entre os grupos sociais;
Século XVIII: camada média – mais cultas e basicamente urbanas – era a classe com mais contradições: iniciaram os movimentos pela independência;
Camadas Médias: ideologia liberal – independência das colônias, fim do monopólio comercial – reverenciavam os aspectos da Revolução Francesa;
Se os senhores admitissem a ideologia da Rev. Francesa estariam derrubando os alicerces em que sua classe se apoiava (MONOPÓLIO E ESCRAVIDÃO)
MOVIMENTOS EMANCIPATÓRIOS:
Inconfidência Mineira;
Inconfidência Baiana (Conjuração Baiana);
Revolução Pernambucana;
Todas fracassaram – a classe dominante colonial apoiava a independência, desde que esta não ferisse seus interesses e privilégios;
Revoltas que pretendiam a independência -algumas tiveram maior ou menor participação popular, conforme o caso;
Características Importantes: todas foram lideradas por elementos da camada média, que adoravam a ideologia liberal e não obtiveram apoio da classe dominante;
Liberalismo (Política): representava os interesses das burguesia industrial e poderia representar os interesses, também, da camada média brasileira;
Liberalismo era contraditório no Brasil: uma ideologia burguesa num país que nem possuía burguesia;
Limitações das ideias liberais no Brasil;
REVOLTAS EMANCIPACIONISTAS:Conjuração Mineira (1789):Quinto, Capitação, Derrama;Conspiração contra a Metrópole – Tiradentes era o
único que não pertencia a uma Elite Mineradora;Álvares Maciel, Alvarenga Peixoto (propôs a
libertação dos escravos), Tomás Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa... – eram ricos e influentes;
Propostas bastante modestas: liberalismo e uma independência aos moldes dos EUA, instalação de fábricas e uma universidade em Vila Rica;
Falta de fidelidade ao movimento: fracasso da revolta;
CONJURAÇÃO BAIANA (1798) – Revolta dos AlfaiatesRecôncavo Baiano: atividades comerciais, artesanais
e de serviços (bem desenvolvidos); Formação de grupos sociais propensos a assimilar as
ideias liberais e revolucionárias europeias;As ideias tiveram aceitação tanto na elite local quanto
nas camadas populares, embora por motivos diferentes;
Camadas Mais Elevadas: comerciantes, magistrados, intelectuais, profissionais liberais, padres e altos funcionários aderiram ao liberalismo;
Camadas Populares: soldados, empregados, artesãos, mestres de ofício, aceitaram as novas ideias;
Bahia: as autoridades chamavam o liberalismo de “abomináveis princípios franceses”;
Cavaleiros da Luz: fundada em 1797 – reunia elementos representativos da alta sociedade local, incluindo professores, funcionários, comerciantes, fazendeiros, padres;
12 de agosto de 1798: cartazes foram fixados convocando o povo para uma Revolução e falando em liberdade, igualdade e fraternidade;
Governador da Capitania – D. Fernando José de Portugal – ficou alarmado e tomou medidas para sufocar o movimento;
REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817): Ocorreu durante o Período Joanino – cinco anos antes da
separação definitiva de Portugal; Foi a mais abrangente: incluiu elementos do povo, da
camada média e até mesmo grandes fazendeiros; Conseguiu ultrapassar a fase conspirativa, proclamar a
independência, instalar um governo revolucionário e assumir o poder;
Início 7 de março de 1817: se espalhou pelas cidades vizinhas e refluiu na mesma rapidez;
Fracasso: distância, falta de comunicação, falta de recursos militares;
As ideias revolucionárias não eram tão revolucionárias assim: mantiveram a escravidão;
O apoio popular decaiu, elite agrária não participou do movimento – forças portuguesas sufocaram a revolução