Quando nosso amado morreu, a Humanidade morreu, e por um tempo tudo ficou paralisado e cinzento....

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Quando nosso amado morreu, a Humanidade morreu, e por

um tempo tudo ficou paralisado

e cinzento.

Então, o Oriente escureceu e uma tempestade irrompeu, varrendo a Terra.

Os olhos do céu abriram-se e

fecharam-se, e a chuva caiu

torrencialmente lavando o sangue que jorrava das

mãos e dos pés.

Também eu morri. Mas, nas profundezas do meu esquecimento, Ele disse:

"Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem.“

E Sua voz buscou o meu Espírito que se

afogava e o trouxe à praia.

Ao abrir meu olhos, vi Seu corpo pálido pendurado a uma nuvem, e Suas palavras tomaram forma no meu corpo e tornei-me

um novo homem.

Não mais me entristeci.

Quem se entristeceria por um mar que desvela

seu rosto, ou uma montanha que ri ao sol?

Que homem diria tais palavras ao ver seu coração atingido?

Que outro juiz dos homens libertou seus

juízes?

E alguma vez o amor desafiou o ódio com força mais segura de

si própria?

Alguma vez foi tal clarim ouvido entre o céu e a Terra?

E houve alguma outra vez em que o

assassinado tenha se compadecido do seu próprio assassino?

Ou que o meteoro teria se retardado para

poupar a toupeira?

As estações se cansarão e os anos envelhecerão, antes que essas palavras se exauram:

"Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem.”

E nós, embora gerados por

muitas e muitas vezes, as

guardaremos...

Jesus não só ensinou pelo discurso. Ele foi além, exemplificando, um a um, todos eles.

Já havia falado sobre o perdão, sobre as setenta vezes sete

vezes e,nos instantes derradeiros de Sua

vida na Terra, mostrou, com beleza suprema, a prática do

perdoar.

Qualquer outro condenado injustamente estaria se debatendo, acusando seus

assassinos, jogando-lhes pragas, prometendo vingança.

Ele não... Ele nunca faria isso.

Ele compreendia o coração adoecido do homem da Terra e assim percebia

que,naquele momento, quem precisava de ajuda, de amparo, não era Ele, mas sim,

eles, Seus opositores.

Não os tinha como inimigos, pois não guardava ódio algum. Eram opositores momentâneos, opositores da verdade,

toupeiras aterradas no solo da ignorância.

Ele, como meteoro gigantesco, amoroso em grau extremo, identifica a toupeira se

debatendo no chão, e retarda Sua investida para não prejudicá-la.

Seu pedido de perdão por elas representa tal sentimento sublime.

Pensemos no gesto do Cristo, grandioso, surpreendente.

Que Ele nos inspire a perdoar, começando pelas pequenas coisas

do dia a dia.

Que sejamos mais tolerantes com os deslizes do nosso próximo.

Que entendamos que os maus estão

doentes, infelizes e precisam de nossa

ajuda, e não de nossa animosidade

em retribuição à sua.

Perdoar é livrar-se do peso da mágoa, que consome com o passar dos dias. Perdoar é

fazer-se leve, elevando-se acima das dificuldades do mundo, assim como Jesus o

fez. 

Redação do Momento Espírita com base no cap. Filipe, do livro Jesus, o Filho do Homem, de Khalil Gibran,

Recebida em 10-07-2010 do Momento de Reflexão

Formatação : Lino Recife

Email : lvagni@oi.com.br

Imagens : Internet

Som : Ernesto Cortazar