Quinta das Lágrimas

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Trabalho feito para a cadeira de IPAHA por duas das alunas.

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A Quinta das Lágrimas

Catarina Sofia Moreira

Tânia Sousa

Informática para a História da Arte

Doutor António Manuel Rebelo

Índice

O que é?

A História da Quinta

O Jardim

A Lenda

Prespetiva Histórica

Cronologia

O que é?

No inicio chamada "Quinta do Pombal", a Quinta das Lágrimas está

localizada na margem esquerda do Mondego, na freguesia de Santa

Clara, em Coimbra. Ocupa 18,3 hectares em volta do palácio do

século XIX - transformado agora num hotel de luxo.

História da Quinta

No ano de 1326, a propriedade pertencia a

Santa Isabel de Aragão que era na altura

Rainha de Portugal. Foi esta quem mandou

construir um canal para levar água de duas

nascentes até ao Convento de Santa Clara.

Ao local onde a água saía foi chamado de

“Fonte dos Amores” e à outra fonte mais

distante foi chamada de “Fonte das

Lágrimas”. Foi a primeira fonte o cenário da

trágica paixão de Inês de Castro e D. Pedro.

Já a segunda é o local onde Inês foi

assassinada e o seu sangue ficou

impregnado nas rochas.

É nesta quinta que podem ser encontradas as famosas fontes "dos

Amores" e "das Lágrimas", que contém árvores, memórias e lendas que

datam até ao século XIV.

A celebridade das quintas e das suas fontes vem te terem sido cenário

do amor entre D. Pedro - futuro rei de Portugal - e da fidalga D. Inês de

Castro.

A atual família só tomou posse da

quinta em 1730. Até esta data, a quinta

já tinha pertencido à Universidade de

Coimbra e a uma Ordem Religiosa. O

palácio foi construído no século XVIII

mas depois de um incêndio em 1879

foi alvo de várias reconstruções, tanto

por dentro como por fora. É por esta

razão que o palácio apresenta uma

arquitectura do século XIX. Nos dias

de hoje, a quinta foi transformada em

um hotel que pertence à cadeira Relais

& Châteaux.

Várias personagens foram deixando a sua marca ao longo do tempo.

Uma das mais importantes foi o Duque de Wellington. O Duque passou

pela quinta porque o proprietário da altura – António Maria Osório

Cabral da Gama e Castro, seu ajudante de campo – tinha combatido ao

seu lado na Batalha do Bucaço. Como prova do amor do Duque pela

Quinta, este mandou colocar junto à fonte das Lágrimas uma lápide

onde se pode ler a estrofe 135 dos Lusíadas.

As filhas do Mondego, a morte escura

Longo tempo chorando memoraram

E por memória eterna em fonte pura

As Lágrimas choradas transformaram

O nome lhe puseram que ainda dura

Dos amores de Inês que ali passaram

Vede que fresca fonte rega as flores

Que as Lágrimas são água e o nome

amores

Pelo Duque Wellington também foram

plantadas duas sequóias, que tem hoje

mais ou menos 190 anos e que são

chamadas de “Sequóias Wellington”.

Anos depois, o Rei de Portugal, D.

Miguel I terá visitado também a quinta,

apaixonando-se também por ela. Outra

visita real à quinta foi a do Imperador do

Brasil, D. Pedro II.

O JardimA maior parte do Jardim Das Lágrimas foi idealizado em meados do

século XIX por Miguel Osório Cabral de Castro. O jardim seguia uma

tendência da época, a da constituição de uma espécie de Museu

Vegetal, onde estariam representadas espécies de todo o mundo. Nas

Lágrimas foram plantadas espécies raras e valiosas, algumas das quais

são mesmo espécimes únicos no país.

O proprietário beneficiou da sua

amizade com o director do

Jardim do Botânico, com quem

trocava exemplares. Da

colecção das Lágrimas constam

árvores tão variadas como

Figueiras da Austrália,

canforeiras, sequóias, plátanos,

carvalhos, palmeiras, entre

centenas de outras.

A Lenda

A principal lenda que gira à volta da Quinta é a história de Pedro e Inês.

Pedro era o herdeiro presuntivo do trono ocupado por seu pai, o Rei

Dom Afonso IV. Inês era uma dama galega, filha bastarda de Pedro

Fernandez de Castro, um dos homens mais poderosos de Espanha e

que por sua vez era neto de Sancho IV, Rei de Castela, como também

o era Dom Pedro, o que torna Pedro e Inês primos. Também Dona

Constança, esposa de Dom Pedro e futura Rainha de Portugal, era

prima de Inês.

Prespetiva Histórica

Inês de Castro pertencia a uma poderosa

família de fidalgos galegos, e descendia por

linha bastarda de Sancho IV, rei de Castela.

Havia também uma ligação com a família

Albuquerque. Afonso Sanchez - o bastardo de

Dom Diniz que Dom Afonso IV odiou de morte e

por causa do qual o país mergulhou em guerra

civil - casou com a dona do castelo de

Albuquerque. A esta senhora chamava Inês de

Castro mãe, porque foi ela quem a criou. Esta

será a primeira fonte de ódio entre Afonso IV e

Inês.

Em 1350 estalou em Castela

uma revolta dos grandes

senhores contra Pedro I. O

chefe da revolta era

precisamente João Afonso de

Albuquerque, filho de Afonso

Sanches e, portanto, uma

espécie de irmão adoptivo de

Inês.

Este usou certamente a sua

influência junto de Inês para

envolver o Infante Dom Pedro,

com quem esta tinha um

romance, nas guerras civis

castelhanas.

Esta tentativa de influenciar Dom

Pedro chegou ao ponto de em 1354

enviar a Portugal um irmão de Dona

Inês para propor a Dom Pedro que

este reclamasse para si a coroa de

Castela (Dom Pedro era neto de

Sancho IV). Dom Pedro só não

aceitou a proposta devido à firme

oposição feita por seu pai.

Pedro, mal subiu ao trono, e apesar dos perdões solenemente jurados,

logo tratou de capturar os assassinos de Inês, que se tinham refugiado

em Castela para fugir à fúria do príncipe. As execuções dos culpados

foram feitas com rigores atrozes, que perturbaram os contemporâneos.

Um dos assassinos conseguiu escapar, mas dois foram capturados,

sendo a um arrancado o coração pelas costas e ao outro pelo peito.

Foi para o impedir que Afonso IV ordenou a morte de Inês de Castro,

numa altura em que Pedro estava ausente. Os executores foram Álvaro

Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e Pedro Coelho, validos do rei e ricos

homens do Reino. Indignado com a justiça do pai, Pedro revoltou-se, e

durante os meses que antecederam a celebração da paz, as suas

tropas assolaram o país, chegando mesmo a ter o Porto debaixo de

cerco.

Em 1360 o Rei anunciou que se havia casado secretamente com Inês

e, pela mesma ocasião, mandou construir os monumentais túmulos de

Alcobaça, para onde transladou o corpo de Inês e onde viria também

ele a ser enterrado.

Cronologia

1730- A família Osório Cabral de Castro adquiriu a quinta, mandando

construir um palácio, e foi dessa altura que advém o nome de Quinta

das Lagrimas.

1850- O jardim que envolve a quinta, com os lagos e espécies

vegetais exóticas, foi mandado construir com influencias

Românticas, remetendo para um pequeno museu vegetal.

1879- um violento incêndio alastrou-se pela quinta, destruindo o

palácio original, sendo reconstruido ao estilo dos antigos solares

rurais portugueses, tendo agora biblioteca e capela.

Quinta Contemporânea: 1980/90, os espaços da Quinta e do Palácio foram restaurados por

José Maria Caldeira Cabral.

1995 – Hotel Quinta das Lagrimas foi inaugurado, e é considerado

um dos melhores do pais. Possui até uma estrela Michelin, graças

ao Arcadas, o restaurante.

2004- Foi criada uma nova ala, pelo arquitecto Gonçalo Byrne

(Grande premio da Academia de Belas-Artes de Paris).

2006- Realizou-se um restauro dos jardins, a cargo de Cristina

Castel-Branco.