Rafael Cervieri - IV Seminário Confinatto

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Alternativas protéicas para confinamento

Rafael Cervieri

Zootecnista

Uberaba-SP, 21 de Março de 2013.

Agenda

• Introdução – visão geral • Proteína - alimento • Proteína - exigências

Introdução

Introdução

“Estratégias econômicas são, na

verdade, estratégias técnicas”

Maurício Nogueira

Introdução

“Colocar comida no cocho” envolve cerca de 30 atividades diferentes!

Lucas Bianconi

Introdução

Fatores relacionados ao animal

Ambiente Manejo

Dietas/nutrição Mercado/economia

McMeniman

Introdução

78%

17%

4%

Custo alimentar

Custos fixos e operacionais

Frete

N=375.790

Vargas, 2011

Introdução

Aumento dos custos

Introdução

Evolução do custo das dietas-SP (R$/kg MS)

R$ 0.331 R$ 0.333

R$ 0.435 R$ 0.414

R$ 0.470

R$ -

R$ 0.050

R$ 0.100

R$ 0.150

R$ 0.200

R$ 0.250

R$ 0.300

R$ 0.350

R$ 0.400

R$ 0.450

R$ 0.500

2009 2010 2011 2012 2013

Introdução

2010 2011

R$/CB R$/CB

Hora Máquina - Confinamento 1.75 1.27

Despesas Administrativas - Confinamento 7.02 9.97

Depreciações de Maq. E Inst. 11.54 9.72

Salários e Encargos - Confinamento 13.84 14.66

Uniformes e EPI 0.67 0.83

Locação de Máquinas e Serviços de Terceiros 1.04 2.01

Energia Elétrica - Confinamento 3.23 0.54

Manutenção de Equipamentos 4.08 5.58

Fretes e Carretos 13.72 24.22

Rastreabilidade 1.93 2.50

Conservação de Bens 0.70 1.80

Sanidade - Serviço 0.66 0.71

Sanidade - Medicamentos 4.56 4.05

Comissão 5.67 7.05

Distribuição de Aguas 1.10 0.20

Refeitorio 2.68 3.07

SUB-TOTAL 74.18R$ 88.18R$

0.71R$ 0 .93R$

Custos

operacionais

2010 – R$ 0,71 2011 – R$ 0,93 2012 – R$ 1,03

Introdução

Millen et al. (2009)

Journal of Animal Science

31 nutricionistas

Oliveira et al. (2011)

Dados não publicados

33 nutricionistas

Adaptado de Vasconcelos, 2011

Introdução

Em dois anos, o confinamento brasileiro:

• Aumentou o uso de milho.

• Adotou novos métodos de processamento.

• Aumentou a quantidade de grãos.

• Aumentou a quantidade de concentrados.

• Diminuiu a quantidade de forragem.

Vasconcelos (2011):

Introdução

O sucesso da dieta é 80% manejo e 20% do

computador que gerou essa dieta.

Dra. Gabriela Varga, Penn State University

Tudo igual, todo dia, sempre!

Introdução

Manejo de cocho - sobras

Manejo do cocho limpo 1 a 3% de

sobra 3 a 5% de sobra 5 a 10% de

sobra

25.8

48.4

19.4

6.5

18.2

63.6

15.2

3

2009 2011

Millen et al. (2009)

Oliveira et al. (2011)

Adaptado de Vasconcelos, 2011

Quem paga a conta do desperdício?

O custo do desperdício!

Quanto custa

a sobra?

229.498 animais, 2,46% PV, R$ 0,48/kg MS

O custo do desperdício!

Custo adicional por animal em 94 dias

R$ -

R$ 5.04

R$ 10.09

R$ 15.13

R$ 20.17

R$ 25.22

R$ -

R$ 5.00

R$ 10.00

R$ 15.00

R$ 20.00

R$ 25.00

R$ 30.00

Limpo 1% 2% 3% 4% 5%

Introdução

Medir o fornecimento de

alimento!

19% do corpo do animal é

proteína!

A proteína é o

macro nutriente

mais caro!

5 a 30% da dieta.

Valinote, 2012

Pesquisa nutricionistas BR (2009):

PB em dietas de terminação: 13,2% Teor de uréia: 1,2% MS

85,7% consideram PDR na formulação

(9,0%)

Farelo de soja é o mais utilizado; far algodão e

caroço de algodão;

Millen et al, 2009

Proteína: conceitos

Alimento Rúmen Intestino

Digestão

Microbiota

Proteína não degradada

Proteína metabolizável

NH3

Proteína: conceitos

PDR

Proteína: conceitos

1,0 kg de Farelo de soja 450 g de PB

270 g fermentação

180g intestino

PDR

Qualidade importa!

Proteína: conceitos

PDR Como suprir o requerimento de

proteína metabolizável? Maioria das dietas utilizadas em

confinamento (com mais de 70% de concentrado):

75%

25%

PM mic

PM alimento

Preços da soja e farelo

2009 a 2012:

+ 100%

Evolução dos custos – R$/T CIF-SP

R$ 666.00

R$ 1,050.00

R$ -

R$ 200.00

R$ 400.00

R$ 600.00

R$ 800.00

R$ 1,000.00

R$ 1,200.00

2010 2013

Farelo de soja

+58%

R$ 180.00

R$ 310.00

R$ -

R$ 50.00

R$ 100.00

R$ 150.00

R$ 200.00

R$ 250.00

R$ 300.00

R$ 350.00

2010 2013

Mazoferm

+72%

R$ 380.00

R$ 640.00

R$ -

R$ 100.00

R$ 200.00

R$ 300.00

R$ 400.00

R$ 500.00

R$ 600.00

R$ 700.00

2010 2013

Torta de algodão

+68% R$ 620.00

R$ 820.00

R$ -

R$ 100.00

R$ 200.00

R$ 300.00

R$ 400.00

R$ 500.00

R$ 600.00

R$ 700.00

R$ 800.00

R$ 900.00

2010 2013

Farelo de algodão 38

+32%

Impacto no custo da diária

Impacto no custo da diária

% MS total R$/T

Bagaço de cana 12% 70.00R$

Milho grão 33% 400.00R$

Polpa cítrica 32% 310.00R$

Torta de algodão 15% 600.00R$

Farelo de soja 4% 850.00R$

Núcleo 3% 1,450.00R$

Bagaço de cana, 3.9%

Milho grão, 32.4%

Polpa cítrica, 24.2%

Torta de algodão, 21.3%

Farelo de soja, 8.6%

Núcleo, 9.7%

Opções de proteína

10 a 12 fontes de uso mais comum!

Fontes protéicas

“Convencionais”

Farelo de soja

Farelo de algodão (38)

“Caroço de algodão”

Uréia

“Alternativas”

Farelo de amendoim Mazoferm

Torta de algodão Farelo de girassol Farelo de gúten de

milho Uréia protegida

Tomada de decisão

Tomada de decisão

R$/T % PB MN % PDR (% PB)

Uréia 1,400.00R$ 280.0% 100.0%

Uréia protegida 3,000.00R$ 256.0% 100.0%

Mazoferm 320.00R$ 21.0% 80.0%

Farelo de amendoim 780.00R$ 48.0% 60.0%

Farelo de algodão 38 680.00R$ 38.0% 55.0%

Farelo de soja 850.00R$ 45.0% 60.0%

Farelo de glúten de milho 420.00R$ 21.0% 75.0%

Torta de algodão 550.00R$ 25.0% 45.0%

Caroço de algodão 650.00R$ 19.0% 60.0%

Tomada de decisão

R$/T PDR = R$/T / (% PB (MN)x %PDR)

R$/T PB = R$850/ (45/100) = R$ 1.889

R$/T PB = R$/T / % PB (MN)

R$/T PDR = R$ 850/ (45/100 x 60/100) = R$ 3148

Tomada de decisão

R$ 500

R$ 1,172 R$ 1,524 R$ 1,625 R$ 1,789 R$ 1,889 R$ 2,000 R$ 2,200

R$ 3,421

R$ 500

R$ 1,172

R$ 1,905

R$ 2,708 R$ 3,254 R$ 3,148

R$ 2,667

R$ 4,889

R$ 5,702

R$ -

R$ 1,000

R$ 2,000

R$ 3,000

R$ 4,000

R$ 5,000

R$ 6,000 R$/T PB

R$/T PDR

Fontes protéicas

Farelo de amendoim

Elevado teor de PB (50%) Maior teor PDR Bom teor de energia K – 1,3% MS Sem restrições de consumo Aflatoxina

R$ 500.00

R$ 550.00

R$ 600.00

R$ 650.00

R$ 700.00

R$ 750.00

R$ 800.00

R$ 850.00

R$ 900.00

R$ 950.00

Farelo de soja Farelo de amendoim

R$ 850.00 R$ 907.00

Fontes protéicas

Farelo de amendoim

Dieta para garrotes e bezerro pós desmama:

8 a 10% de f. amendoim

2011 X 2012 Melhoria de 15% na

eficiência

Fontes protéicas

Mazoferm – água de maceração

Origem do processamento do milho 55% de água PB 42% na MS Elevada PDR (80% da PB)! Elevado teor de K (6%) e S (0,5%) Baixo teor de energia Fornecer máx 6% da MS (1,5 kg/cab)

R$ 200.00

R$ 300.00

R$ 400.00

R$ 500.00

R$ 600.00

R$ 700.00

R$ 800.00

R$ 900.00

Farelo de soja Mazoferm

R$ 850.00

R$ 397.00

Fontes protéicas

Mazoferm – água de maceração

Fontes protéicas

Mazoferm – água de maceração

Fontes protéicas

Mazoferm – água de maceração

Melhor qualidade de mistura em dietas secas

Fontes protéicas

Mazoferm – água de maceração

6,76 % da MS 1,65 kg MN/dia

26% da PDR

Fontes protéicas

Farelo de glúten de milho

Origem do processamento do milho PB 22% na MS Bom teor de PDR (70% da PB) Médio teor de energia (fibroso) Consumo até 20-25% da MS da dieta

R$ 200.00

R$ 300.00

R$ 400.00

R$ 500.00

R$ 600.00

R$ 700.00

R$ 800.00

R$ 900.00

Farelo de soja F Glúten de milho

R$ 850.00

R$ 397.00

Fontes protéicas

Torta de algodão

Baixa PB (26%) Baixo teor PDR Alta fibra (dietas com BIN) Bom teor de K Médio teor de energia Presença do óleo Sem restrição de consumo

R$ 200.00

R$ 300.00

R$ 400.00

R$ 500.00

R$ 600.00

R$ 700.00

R$ 800.00

R$ 900.00

Farelo de soja Tortad e algodão

R$ 850.00

R$ 472.00

Fontes protéicas

Torta de algodão

Inclusao de 2,0 kg/cab: +1,62% de EE

Fontes protéicas

Farelo de girassol

Baixa PB (28%) Menor teor PDR Alta fibra (FDA) Baixo teor de energia Reduz energia da dieta

R$ 200.00

R$ 300.00

R$ 400.00

R$ 500.00

R$ 600.00

R$ 700.00

R$ 800.00

R$ 900.00

Farelo de soja Farelo de girassol

R$ 850.00

R$ 510.00

Farelo de algodão 28

Fontes protéicas

Função “secundária”

Dietas com alto concentrado e

bagaço de cana

Fontes protéicas

Função “secundária”

Torta de algodão Farelo de glúten

Farelo de girassol Farelo de algodão 28

Fontes de fibra adicional

Fontes protéicas

Farelo de girassol/algodão 28

Substituir farelo de soja:

Dieta com 500g de farelo de soja = 225 g de PB

225 g de PB = 800g de f girassol -300 g: o que retirar da dieta?

Uréia de liberação lenta Equivalente protéico (256% PB) Fonte de PDR Substitui farelos e manter uréia Inclusão de 0,5 a 1% da MS da dieta

Fontes protéicas

Uréia protegida

Fontes protéicas

Uréia protegida

Substituir farelos:

Dieta com 500g de farelo de soja = 225 g de PB (R$ 0,47/d)

225 g de PB = 88g de UP (R$ 0,26)

“Sobra” espaço na dieta: 412 g

Fontes protéicas

Uréia protegida

Substituir farelos:

“Sobra” espaço na dieta: 412 g

Ideal: milho, sorgo, polpa cítrica!

CHO fermentável + N = massa microbiana!

Fontes protéicas

Importante

Cuidado com a estocagem!

Sempre faça análise do alimento!

Se a inclusão for pequena – pré-mistura;

Fontes protéicas

Importante

Tomada de decisão

Deve ser avaliada no “conjunto”da dieta! Outros nutrientes estão

envolvidos!

Quanto de energia? Fibra e fibra efetiva?

Teor de gordura? Qual categoria animal?

Fases de maior desafio

Fases de maior desafio

Situações críticas em requerimento de proteína metabolizável:

Período inicial de confinamento; Bezerros pós-desmama;

Garrotes (<360 kg); Ganho compensatório;

Fases de maior desafio

Dados de 2011 e 2012 5 confinamentos, 227.220 machos inteiros:

46%

54%

Abaixo de 360 kg

Acima de 360 kg

PVI (kg) DDC GPD corr CA corr Custo @

Abaixo de 360 322.4 102.3 1.671 5.85 75.14R$

Acima de 360 404.2 89.3 1.753 6.59 74.03R$

81.8 -13.0 0.082 0.735 1.11-R$

Farelo de soja

Farelo de amendoim

Farelo de algodão 38

Fases de maior desafio

Qualidade da fonte protéica

Fases de maior desafio

531 522 513 504

200

250

300

350

400

450

500

550

2 3 4 5

PM Mant, g/d

PM ganho, g/d

Escore corporal X compensatório X requerimento proteína

Fases de maior desafio

Curva de consumo

1,91% do PV

1,32% do PV

Manejo alimentar

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61

Maximizar

consumo com

segurança

Máximo consumo de energia

Maximizar ganho em carcaça

Manejo alimentar

Dados : Nutribeef (2012)

R² = 0.9364

400.00

450.00

500.00

550.00

600.00

650.00

700.00

200.00 250.00 300.00 350.00 400.00

PV de abate

Peso de carcaça

54,84%

55,07%

55,68%

56,16%

Manejo alimentar

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61

10 a 40 dias

Maior teor de fibra

Maior teor de proteína (farelos)

Menor inclusão de uréia (0,5%)

Manejo alimentar

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61

Maior teor de uréia (1%)

Uréia de liberação lenta

Menos fibra e mais fermentação

Manejo alimentar

Fase inicial – 10 a 40 dias

Maximizar consumo

Farelos (5 a 10% MS dieta)

Fase final

Maximizar consumo de

energia

Ajustar por PDR

UP, uréia, etc..

Fermentação

Finalizando…

O começo de tudo é medir (consumo!!!)

Custo mínimo pode não representar maior lucro

A avaliação de uma fonte protéica deve ser feita no contexto da

dieta!

nutribeef@ig.com.br

Muito obrigado!