Post on 05-Nov-2015
description
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
1
RECOMENDAO IGS BRASIL Pr IGSBR 004:2014
APLICAO DE GEOSSINTTICOS EM REAS DE DISPOSIO DE RESDUOS
APRESENTAO
1) Este Projeto de Recomendao IGSBrasil foi elaborado pelo GT Rec 004 Emprego de Geossintticos em reas de disposio de resduos nas reunies de:
2) GT aprovado pelo Conselho Diretor da IGSBrasil na reunio de 12/06/2012; 3) No tem valor normativo; 4) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar
esta informao em seus comentrios, com documentao comprobatria; 5) Este Projeto de Recomendao ser diagramado conforme as regras de editorao da
IGSBrasil quando de sua publicao como Recomendao. 6) Tomaram parte na elaborao deste Projeto com participao presencial:
Instituio/Empresa Representantes
BRASKEM Celso Luiz Lotti Marcial Cesar Vieira
CONSULTOR Indiara Giugni
FACENS Karina Leonetti Francisco A.Alencar
ENGEPOL Andria Machado
HUESKER Emilia M. Andrade
ITA Delma Vidal
LABORCONTROL Paloma de Haro
MACCAFERRI Daniele Martin Ojea Paulo Rocha
MEXICHEM/BIDIM Demetrius Guimares Luis Flavio de Barros
Claudilene Carvalho Hilton Tardivel
Cynthia Santana Natlia F L da Silva
NEOPLASTIC Daniel Moreno Meucci Daiani O M Santos
NORTENE Francisco A.L. Bastos
OBER SA Vincius Benjamim Antonio Carlos de Lima
ROMA Hersio Ranzani Jr Marcos Fernando Leme
SANSUY Carlos Fonseca
TRI Julio Ferreira
USP Jefferson Lins da Silva
7) Tomaram parte na elaborao deste Projeto com participao via email:
Participante Instituio/Empresa Participante Instituio/Empresa
Natalia Correia USP Maria das Graas Gardoni
UFMG
Fernando Portelinha UFSCarlos
21.05.2014 19.08.2014 16.09.2014 21.10.2014 18.11.2014 09.12.2014
24.02.2015 17.03.2015 14.04.2015 12.05.2015
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
2
RECOMENDAO IGS BRASIL Pr IGSBR 004:2014
APLICAO DE GEOSSINTTICOS EM REAS DE DISPOSIO DE RESDUOS
Contedo Introduo ..................................................................................................................................................... 5
1 Escopo ........................................................................................................................................................ 6
2 Referncias normativas e recomendaes .................................................................................................. 6
3 Termos, definies e abreviaes ................................................................................................................ 7
3.1 Termos e definies .............................................................................................................................. 7 3.1.1 Cobertura diria ............................................................................................................................ 7
3.1.2 Cobertura temporria.................................................................................................................... 7
3.1.3 Dispositivo de controle de eroso superficial ................................................................................. 7
3.1.4 Dispositivo de drenagem ............................................................................................................... 7
3.1.5 Dispositivo de estanqueidade ........................................................................................................ 8
3.1.6 Dispositivo de proteo mecnica ................................................................................................. 8
3.1.7 Dreno testemunho ........................................................................................................................ 8
3.1.8 Sistema de confinamento do resduo (SCR) .................................................................................... 8
3.1.9 Sistema de drenagem interna (SDI) ................................................................................................ 8
3.1.10 Sistema de revestimento de cobertura definitivo (SRC) ............................................................... 8
3.1.11 Sistema de revestimento de fundo (SRF)...................................................................................... 9
3.2 Funes e tipos ................................................................................................................................ 9
3.3 Smbolos utilizados ........................................................................................................................... 9
3.3.1 Geossintticos ............................................................................................................................... 9
3.3.2 Outros materiais ...........................................................................................................................10
3.3.3 Dispositivos ..................................................................................................................................10
4. Aspectos relevantes dos resduos ..............................................................................................................11
4.1 Introduo .......................................................................................................................................... 11 4.2 Resduos com matria orgnica ........................................................................................................... 11 4.3 Resduos de minerao ....................................................................................................................... 12 4.3 Resduos industrais ............................................................................................................................. 12
5 Aspectos gerais da concepo dos sistemas com geossintticos .................................................................13
5.1 Introduo .......................................................................................................................................... 13 5.2 Peculiaridades ..................................................................................................................................... 13
5.2.1 Complexidade do tema .................................................................................................................13
5.2.2 Durabilidade .................................................................................................................................15
5.2.3 Aspectos relativos s barreiras geossintticas argilosas (GCL) .......................................................15
5.3 Cuidados associados s diversas fases do processo ............................................................................. 16 5.3.1 Fase de construo e implantao ................................................................................................16
5.3.2 Fase de operao .........................................................................................................................16
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
3
5.3.3 Fase de encerramento ..................................................................................................................16
5.4 Sequncia geral da concepo do projeto ........................................................................................... 16 6. Composio dos sistemas e dispositivos com geossintticos .....................................................................18
6.1 Introduo .......................................................................................................................................... 18 6.2 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Revestimento de Fundo (SRF) ................... 18
6.2.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SRF .................................................................................18
6.2.2 Componentes de um SRF ..............................................................................................................19
6.2.3 Principio bsicos dos SRF ..............................................................................................................19
6.2.4 Cuidados especiais .......................................................................................................................20
6.3 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Revestimento de Cobertura (SRC) ............. 21 6.3.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SRC.................................................................................21
6.3.2 Componentes de um SRC .............................................................................................................21
6.3.3 Cuidados especiais .......................................................................................................................22
6.4 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Drenagem Interna (SDI) ............................ 22 6.4.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SDI .................................................................................22
6.4.2 Componentes de um SDI ..............................................................................................................23
6.4.3 Cuidados especiais .......................................................................................................................23
6.5 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Confinamento de Resduos (SCR) .............. 23 6.5.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SCR.................................................................................23
6.5.2 Componentes de um SCR .............................................................................................................24
6.5.3 Cuidados especiais .......................................................................................................................24
6.6 Concepo e escolha dos dispositivos de estanqueidade ..................................................................... 24 6.6.1 Dispositivo de Estanqueidade de Fundo (DEF) Tipos e cuidados especiais ..................................24
6.6.2 Dispositivo de estanqueidade de cobertura (DEC) Tipos e cuidados especiais ............................27
6.7 Concepo e escolha dos dispositivos de drenagem ............................................................................ 27 6.7.1 Tipos e composio ......................................................................................................................27
6.7.2 Cuidados especiais .......................................................................................................................27
6.8 Concepo e escolha dos dispositivos de proteo .............................................................................. 28 6.8.1 Tipos e composio ......................................................................................................................28
6.8.2 Cuidados especiais .......................................................................................................................28
6.9 Concepo e escolha dos dispositivos de controle de eroso superficial (DCE) .................................... 29 6.9.1 Tipos e composio ......................................................................................................................29
6.9.2 Cuidados especiais .......................................................................................................................29
7 As diversas aplicaes ................................................................................................................................30
7.1 Disposio de resduos slidos ............................................................................................................ 30 7.1.1 Aspectos gerais da concepo ......................................................................................................30
7.1.2 Componentes ...............................................................................................................................30
7.2 Disposio de resduos lquidos ........................................................................................................... 32 7.2.2 Componentes ...............................................................................................................................33
7.2.3 Disposio em tubos ou bolsas .....................................................................................................34
7.3 Disposio de resduos semi-slidos .................................................................................................... 34
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
4
7.3.1 Introduo....................................................................................................................................34
7.3.2Disposio para coleta de biogs ...................................................................................................34
7.3.3Disposio em lagoas de drenagem para desaguamento ...............................................................35
7.3.4 Disposio em tubos e bolsas para desaguamento .......................................................................36
8 Princpios gerais de dimensionamento dos GSY ..........................................................................................39
8.1 Introduo .......................................................................................................................................... 39 8.2 Ensaios de caracterizao dos geossintticos ...................................................................................... 39
8.2.1 Tipos de ensaio .............................................................................................................................39
8.2.2 Ensaios ndice ou de caracterzao do produto............................................................................39
8.2.3 Ensaios de desempenho sob condies especficas .......................................................................40
8.3 Princpio da seleo do geossinttico por funo ................................................................................ 40 8.4 Os mtodos de dimensionamento ....................................................................................................... 41
9 Especificao de Projeto e Garantia de Qualidade ......................................................................................43
9.1 Introduo .......................................................................................................................................... 43 9.2 Cuidados na Especifio de Projeto para Seleo de produtos ............................................................. 43 9.3 Cuidados na Especifio de Projeto para a Fase Executiva ................................................................... 44
9.3.1 Critrios de Recepo e Aceitao ................................................................................................44
9.3.2 Cuidados no processo construtivo e controle de qualidade da obra ..............................................45
9.4 Controles a serem efetuados ............................................................................................................... 45 9.4.1 Controle da camada de suporte do geossinttico .........................................................................45
9.4.2 Controle do geossinttico .............................................................................................................46
9.4.3 Controle da instalao .................................................................................................................46
9.4.4 Controle do material granular ou outros materiais usados na camada superior ............................47
9.4.5 Controle da documentao escrita ...............................................................................................47
Referncias Bibliogrficas .............................................................................................................................48
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
5
Introduo
Esta recomendao tem por objetivo fornecer as informaes essenciais para o uso adequado dos
geossintticos aplicados em reas de disposio e tratamento de resduos, e se destina aos
projetistas, rgos ambientais, aos responsveis pela fiscalizao e controle de qualidade,
instaladores de geossintticos, operadores e a qualquer profissional que possa tomar decises ou
julgar projetos relacionados esta aplicao.
NOTA: O termo resduo utilizado neste documento engloba os conceitos de resduos e rejeitos.
Esta recomendao considera os resduos urbanos, industriais e de minerao, e aplica-se
particularmente nos seguintes casos:
Implantao de novas reas de disposio de resduos ou rejeitos,
Ampliao de reas de disposio de resduos/rejeitos existentes,
Encerramento de reas de disposio de resduos/rejeitos
Cobertura de lixes
Implantao de depsitos de rejeitos de minerao
Implantao de lagoas de disposio de rejeitos lquidos e lodos
Desaguamento de lodos e sedimentos contaminados
Biodigestores.
Esta recomendao deve ser aplicada lembrando que:
(a) Qualquer que seja a natureza de um elemento de estanqueidade no existe uma barreira
absoluta. O objetivo dos sistemas de revestimento de reduzir consideravelmente o
transporte de contaminantes em direo ao exterior da rea de disposio, buscando
minimizar impactos ambientais que poderiam ser causados por reaes qumicas locais ou
pelo fluxo de lquidos e gases eventualmente presentes ou gerados na massa de resduo
disposta.
(b) O problema complexo, e envolve frequentemente solicitaes mecnicas (p.ex. recalques,
trao e compresso dos elementos), solicitaes fsico-qumicas (p.ex. temperatura,
agressividade do lixiviado), produo de gs, Vida de Servio Requerida para os
componentes geossintticos bastante elevada, e dificuldade de interveno no revestimento
de fundo aps o inicio da disposio.
Um projeto bem concebido deve selecionar e especificar os geossintticos levando em conta todas
as solicitaes, restries e particularidades de construo, operao e encerramento inerentes
aplicao.
Para atender as necessidades de projetos para reas de disposio de resduos conjuntos com
diversos componentes so considerados. Este texto considera trs grandes classes de
componentes: sistemas, dispositivos e elementos. Os sistemas so compostos por dispositivos que
por sua vez so compostos por elementos.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
6
1 Escopo
Esta recomendao especifica os aspectos relevantes do emprego de geossintticos em reas de disposio de resduos, considerando resduos urbanos, industriais e de minerao, com o objetivo de:
Definir os sistemas e dispositivos contendo geossintticos e as funes dos seus componentes.
Informar sobre os principais aspectos relacionados aos sistemas de revestimento e drenagem empregando geossintticos.
Orientar na considerao dos aspectos dos resduos susceptveis de afetar a durabilidade dos sistemas com geossintticos.
Esta recomendao apresenta os aspectos relevantes a serem considerados para a correta
concepo dos sistemas de revestimento e drenagem utilizando geossintticos, incluindo os
cuidados na escolha dos geossintticos, sua instalao e o controle de qualidade. Esta
recomendao no contempla os sistemas de estabilizao mecnica interna e externa do
resduo.
Esta Recomendao de carter geral e no substitui normas tcnicas ou regulamentos nacionais,
ou quaisquer outros documentos emitidos sob a responsabilidade de rgos governamentais da
rea ambiental ou no.
2 Referncias normativas e recomendaes
Os documentos relacionados a seguir so indispensveis aplicao deste documento.
NBR ISO 10318 Termos e definies
NBR 16199 Geomembranas termoplsticas Instalao em obras geotcnicas e de saneamento
ambiental
NBR 10004 Resduos slidos - classificao
IGSBR1 002-1 Caractersticas requeridas para o emprego de geossintticos Parte 1: Geotxteis e
Produtos Correlatos.
IGSBR1 002-2 Caractersticas requeridas para o emprego de geossintticos Parte 2: Barreiras
Geossintticas
IGSBR1 003 Termos e definioes complementares
1 disponvel em http://www.igsbrasil.org.br
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
7
3 Termos, definies e abreviaes
3.1 Termos e definies
Este texto considera os termos definidos nas Normas NBR ISO 10318:2013, NBR 16199:2013, os
definidos na Recomendao IGSBR 003:2014 e os termos apresentados neste item. Letras
sublinhadas indicam termos definidos neste item.
3.1.1 Cobertura diria
o elemento que recobre o resduo slido rcem disposto de modo a evitar que a ao do vento
ou de animais possa dispersar o material colocado. Esta cobertura tambm pode auxiliar na
reduo da infiltrao de guas pluviais e da emisso de odores.
No caso de cobertura diria em barreira geossinttica, ela removida antes da colocao das
novas camadas de resduos e geralmente reutilizada ao fim do dia. No caso de cobertura diria em
material particulado (solo natural, resduos especficos ou misturas) recomenda-se que seja ao
menos parcialmente removida antes da colocao das novas camadas, para no reduzir
significativamente o volume disponvel para os resduos e no alterar de modo significativo o fluxo
no interior do resduo.
A frao da camada de cobertura diria incorporada massa de resduos dispostos deve ter sua
constituio criteriosamente avaliada de modo que sua condutividade hidrulica no interfira na
rpida conduo dos fluidos que eventualmente percolem atravs do resduo.
NOTA: A camada de cobertura diria no ser objeto desta recomendao.
3.1.2 Cobertura temporria
o elemento, ou conjunto de elementos, que recobre o resduo slido disposto, com a finalidade
de evitar ou reduzir a infiltrao da gua de chuva e a sada do biogs, quando o resduo contiver
matria orgnica. Esta camada pode ser empregada tanto em reas que iro futuramente receber
novas camadas de resduo, quanto nos locais que j atingiram a cota de projeto, mas que no
recebero a cobertura definitiva imediatamente.
Ela pode ser constituda de um simples dispositivo de estanqueidade ou compreender dispositivos
de drenagem de gs, de estanqueidade e de proteo que sero incorporados ou no ao sistema
de revestimento de cobertura permanente ou definitivo.
3.1.3 Dispositivo de controle de eroso superficial
Elemento ou conjunto de elementos com a funo de controlar a eroso superficial das camadas
de solo, geralmente aplicado sobre o sistema de revestimento de cobertura definitiva, na fase de
encerramento da rea de disposio, de smbolo DCE.
3.1.4 Dispositivo de drenagem
Elemento ou conjunto de elementos com a funo de coletar e conduzir imediatamente os fluidos
lquidos e gasosos eventualmente presentes na massa de resduos. Eles se dividem em:
DDG dispositivo de drenagem de gs
DDL dispositivo de drenagem de lixiviado
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
8
DDAp dispositivo de drenagem de guas pluviais
DDAs dispositivo de drenagem de guas subterrneas
Um elemento de filtro deve ser previsto no dispositivo de drenagem para reduzir o processo de
colmatao fsica do elemento drenante, ou o elemento drenante deve ser dimensionado para
exercer as duas funes (filtro e dreno).
3.1.5 Dispositivo de estanqueidade
Elemento ou conjunto de elementos com a funo de barrar, desviar ou retardar o transporte de
contaminantes para o meio ambiente. Eles se dividem em:
DEC dispositivo de estanqueidade da cobertura
DEF dispositivo de estanqueidade de fundo (base e taludes)
3.1.6 Dispositivo de proteo mecnica
Elemento ou conjunto de elementos com a funo de proteger um determinado componente de
solicitaes mecnicas que possam comprometer significativamente sua funo. Eles se dividem
em:
DPS dispositivo de proteo superior
DPI dispositivo de proteo inferior.
Estes dispositivos so empregados para proteger o componente de solicitaes provenientes dos
processos de instalao, intempries, operao e outras situaes que possam ocorrer ao longo da
Vida de Servio do componente.
3.1.7 Dreno testemunho
Elemento de drenagem, inserido entre dois elementos de estanqueidade, com a finalidade de
indicar aos gestores do empreendimento qualquer problema no elemento de estanqueidade
superior, e que deve coletar e conduzir rapidamente (geralmente em menos de 24 horas) at o
poo de controle a quantidade mnima de lixiviado detectvel estabelecida em projeto.
3.1.8 Sistema de confinamento do resduo (SCR)
o sistema que envolve de modo contnuo o resduo, que fica disposto em seu interior, podendo
ser aplicado resduos lquidos ou semi-slidos. No caso dos resduos lquidos eles incorporam
pelo menos um dispositivo de estanqueidade. No caso de resduos semi-slidos o mais frequente
a incorporao de um dispositivo de drenagem que facilita o seu desaguamento. O confinamento
do resduo o isola do meio ambiente em todas as interfaces e reduz significativamente a infiltrao
da gua de chuva (mesmo no caso de sistema permevel.
3.1.9 Sistema de drenagem interna (SDI)
Sistemas de drenagem interna so os sistemas drenantes dispostos no interior do resduo, com a
finalidade de facilitar a coleta e conduo rpida do biogs ou do lixiviado eventualmente produzido
ou contido no resduo.
3.1.10 Sistema de revestimento de cobertura definitivo (SRC)
o sistema que recobre o resduo disposto em toda interface com o ar, com a finalidade de evitar
ou reduzir a infiltrao da gua de chuva e a eventual sada de gs, e preparar a rea para uso
futuro. Ele compreende dispositivos de proteo para uniformizao de recalques, de drenagem de
gs, de estanqueidade, de proteo e de drenagem das guas pluviais.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
9
NOTA: Os dispositivos de estanqueidade em sistemas de revestimento de cobertura podem ter
apenas a finalidade de reduzir a infiltrao de guas pluviais ou podem tambm atuar como barreira
de fluxo para o gs eventualmente gerado pelo resduo, condio esta cada vez mais adotada
quando o resduo contm matria orgnica, para garantir a eficincia da coleta e aproveitamento do
biogs, contribuindo para reduo do efeito estufa e gerao de energia.
3.1.11 Sistema de revestimento de fundo (SRF)
o sistema que reveste toda a base e taludes sobre os quais os resduos sero dispostos, com a
finalidade de reduzir a nveis aceitveis o transporte de possveis agentes contaminantes em toda
interface com o solo. Ele compreende dispositivos de estanqueidade, de proteo e de drenagem.
3.2 Funes e tipos
As principais funes desempenhadas pelos geossintticos em reas de disposio de resduos
so (NBR ISO 10318 2013):
Barreira uso de um geossinttico para prevenir ou limitar a migrao de fluidos
Drenagem - coleta e conduo de guas pluviais, guas subterrneas e outros fluidos no
plano de um geotxtil ou produto correlato
Filtrao reteno do solo ou de outras partculas submetidas a foras hidrodinmicas,
permitindo a passagem do fluido em movimento atravs ou no interior de um geotxtil ou
produto correlato
Proteo - limitao ou preveno de danos localizados em um elemento ou material, pelo
uso de um geotxtil ou produto correlato
Reforo - uso do comportamento tenso-deformao de um geotxtil ou produto correlato,
para melhorar o comportamento mecnico do solo ou de outros materiais de construo
Separao - preveno da mistura de dois materiais adjacentes de natureza diferente, solos
ou material de aterro, pelo uso de um geotxtil ou produto correlato.
Controle de eroso superficial - uso de um geotxtil ou produto correlato para evitar ou
limitar os movimentos de particulas de solo ou de outros materiais na superfcie.
Os sistemas que so objeto desta recomendao incluem um ou mais dos seguintes geossintticos
(NBR ISO 10318):
Barreiras geossintticas polimricas (geomembranas) e argilosas (GCLs), atuando na
funo de barreira;
Geotxteis, atuando nas funes de reforo, filtrao, proteo e separao;
Geogrelhas, atuando na funo de reforo e proteo;
Georredes e geoespaadores, atuando na funo de drenagem;
Geocompostos drenantes atuando na funo drenagem, e na funo filtrao quando
geotxteis com esta funo esto incorporados ao produto;
Geomantas e biomantas atuando no controle de eroso superficial;
Geoclulas atuando como elemento confinante no controle de eroso superficial e reforo.
NOTA: Geotxteis notecidos agulhados espessos podem tambm desempenhar a funo drenagem.
3.3 Smbolos utilizados
3.3.1 Geossintticos
Os smbolos adotados para os geossintticos so os definidos na NBR ISO 10318 (2013) e esto
apresentados no Quadro 3.1.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
10
Quadro 3.1 Representao dos geossintticos (NBR ISO 10318)
Barreira geossinttica argilosa (GBR-C)
Barreira geossinttica polimrica (GBR-P)
Geoclula (GCE)
Geocomposto (GCO)
Geogrelha (GGR)
Geomanta (GMA)
Georrede (GNT)
Geotxtil (GTX)
3.3.2 Outros materiais
Os smbolos adotados para outros materiais presentes nas reas de disposio de resduos esto
apresentados no Quadro 3.2.
Quadro 3.2 Representao dos materiais no pertencentes familia dos geossintticos.
Resduo
Areia ou pedregulho
Material argiloso compactado
Solo natural
3.3.3 Dispositivos
Os smbolos adotados para representar os dispositivos presentes nas reas de disposio de
resduos esto apresentados no Quadro 3.3.
Quadro 3.3 Representao dos dispositivos
Dispositivo de drenagem DDG, DDL, DDAp ou DDAs
Dispositivo de estanqueidade DEC ou DEF
Dispositivo de proteo DPS ou DPI
Dispositivo de controle de eroso superficial - DCE
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
11
4. Aspectos relevantes dos resduos
4.1 Introduo
O termo resduo engloba uma grande diversidade de materiais e este item apresenta apenas os
aspectos dos resduos a serem considerados em projetos com geossintticos. fundamental
manter presente que esta recomendao ao usar o termo resduo est se referindo ao conjunto dos
resduos e rejeitos a serem dispostos em reas especficas.
Os resduos podem ser diretamente encaminhados para disposio ou passar previamente por
etapas de pr-tratamento para reduo de volume, reduo da periculosidade ou acelerao de
processos de degradao, podendo existir siginificativa diferena entre os requisitos para
disposio de resduos de origem comum, em funo do tipo de pr-tratamento.
Este item apresenta os aspectos relevantes a serem considerados, separando-os em: resduos
com matria orgnica, resduos de minerao e resduos industriais.
NOTA: Resduos hospitalares so geralmente encaminhados para incinerao e resduos radioativos
no so abordados por esta recomendao.
4.2 Resduos com matria orgnica
Os principais aspectos a serem considerados em resduos contendo matria orgnica esto
associados ao processo de decomposio desta matria, gerando biogs e lixiviado, com variao
do volume de slidos armazenado ao longo do tempo.
O processo de decomposio da matria orgnica, natural ou acelerado, resulta em variao no
tempo, do volume e da composio do lixiviado e do biogs gerado, e em grandes deformaes
devido transformao da matria orgnica. As bactrias e reaes qumicas presentes no resduo
podem gerar processos de colmatao biolgica e qumica em filtros e drenos.
O processo de disposio destes resduos varia em funo de suas diferentes formas de
apresentao:
resduos slidos (resduos slidos urbanos, p. ex.), geralmente dispostos em valas ou
clulas;
resduos lquidos (lixiviados ou efluentes industriais, p.ex.), geralmente dispostos em
reservatrios ou lagoas cobertas ou no, ou em tubos reforados de geomembrana
polimrica, e
resduos semi-slidos (dejetos de animais, lodos de estaes de tratamento, p.ex.), que
tambm podem ser dispostos em biodigestores, reservatrios ou lagoas de disposio
temporria, ou serem desaguados em lagoas de drenagem ou sistemas fechados em
geotxtil (tubos ou bolsas).
Em todos os casos em que houver produo significativa de gs um sistema de coleta e conduo
do gs recomendado.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
12
4.3 Resduos de minerao
Os principais aspectos a serem considerados em resduos de minerao esto associados aos
processos de extrao, tratamento e disposio do minrio e seus rejeitos. Alm dos aspectos de
agressividade qumica ou mecnica associados aos processos de extrao e tratamento dos
minrios, a filtrao e drenagem podem exigir cuidados especiais devido heterogeneidade do
material a ser disposto e frequente susceptibilidade sufuso, com partculas finas percorrendo
livremente uma estrutura de poros de maiores dimenses.
O processo de disposio destes resduos varia em funo de suas diferentes formas de
apresentao:
resduos slidos geralmente dispostos em valas, clulas ou pilhas;
resduos lquidos, geralmente dispostos em reservatrios ou lagoas cobertas ou no, ou em
tubos reforados de geomembrana polimrica, e
resduos semi-slidos, que podem ser dispostos em reservatrios ou lagoas cobertas ou
no, ou serem desaguados em lagoas de drenagem ou sistemas fechados em geotxtil
(tubos ou bolsas).
4.3 Resduos industrais
Os principais aspectos a serem considerados em resduos da indstria esto associados aos
processos de fabricao e descarte dos rejeitos, abrangendo desde grandes volumes de material
de caractersticas semelhantes (areia de fundio p.ex.) a pequenos volumes de material com
elevado risco de impacto ambiental ou muito contundentes. Deste modo, podem ser classificados
como Classe II ou Classe I (NBR 10.004), em funo do risco ambiental.
Quanto ao processo de disposio, ele varia em funo das diferentes formas de apresentao,
como descrito em 4.2.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
13
5 Aspectos gerais da concepo dos sistemas com geossintticos
5.1 Introduo
O objetivo deste item fornecer os conceitos bsicos e os princpios a serem considerados no
projeto, dimensionamento e instalao dos geossintticos presentes em reas de disposio de
resduos, com uma abordagem funcional, definindo as caractersticas a serem especificadas para
cada geossinttico, de acordo com a aplicao e sua funo no sistema.
NOTA: No objetivo desta recomendao fornecer indicaes nem detalhes sobre os mtodos de
clculo a serem empregados pelo projetista, que deve escolh-los tendo em vista o estado da arte e
sua experincia profissional.
Os aspectos da concepo relativos aos outros materiais sero abordados somente se estes
tiverem interferncia com os geossintticos.
5.2 Peculiaridades
5.2.1 Complexidade do tema
Devido complexidade e s peculiaridades relacionadas aos resduos a serem dispostos, de
fundamental importncia que a concepo dos sistemas envolvendo geossintticos aplicados na
proteo das reas de disposio considere os diversos aspectos relacionados ao problema,
podendo-se citar como mais relevantes:
a) Para os dispositivos de estanqueidade:
Solicitaes mecnicas recalques diferenciais na superfcie, tenses normais e
cisalhantes nos taludes, puncionamento esttico, variaes da poro-presso em funo
das presses de gs e do percolado;
Solicitaes fsico-qumicas reaes de contato entre resduos e geossintticos, fluxo
de lixiviado e de biogs, temperatura do resduo disposto, variao da temperatura no
geossinttico e degradao por raios UV no caso de exposio ao intemperismo;
Vida de Servio de longa durao;
Dificuldade de interveno em sistemas de revestimento de fundo aps o incio da
disposio do resduo.
b) Para os dispositivos de drenagem:
Processos de colmatao qumica ou biolgica dos elementos de filtro e dreno;
Variabilidade, no espao e no tempo, da composio e dimenso das partculas a reter;
Risco de sufuso podendo causar colmatao fsica se o filtro as retiver - ou processos
erosivos se o filtro for muito aberto;
Dificuldade de interveno aps a disposio do resduo.
c) Para os dispositivos de proteo:
Necessidade de evitar danos ao dispositivo de estanqueidade face ao processo
construtivo e a disposio de resduos ou materiais de caractersticas agressivas e
variadas;
Necessidade de garantir que as deformaes, por puncionamento ou trao, no
ultrapassem os valores aceitveis para o elemento de barreira, lembrando que estas
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
14
deformaes devem ser muito baixas para elementos sujeitos a fissuramento sob tenso
(stress cracking ambiental).
A concepo das reas para disposio de resduos, como toda obra da engenharia civil, necessita
do conhecimento de diversos setores: geologia, hidrogeologia, geotecnia, hidrologia, hidrulica e
materiais. Alm das exigncias regulamentares, a concepo deve considerar um vasto conjunto
de informaes e restries locais, como por exemplo:
natureza do terreno,
meio ambiente, habitaes, zoneamento por classe e risco
atividade da explorao, tipo, natureza e quantidade de resduos
exigncias relacionadas segurana
amplitude e durao das medidas de controle e monitoramento da rea principalmente se
houver possibilidade de gerao de lixiviado e biogs
fases e etapas do empreendimento
superficie disponvel e altura mxima permitida
programa de encerramento e reutilizao.
O estudo geotcnico deve cobrir os seguintes aspectos:
o meio ambiente da rea de disposio
as caractersticas geolgico-geotcnicas e hidrolgicas do sub-solo
a disponibilidade e o impacto da explorao de materiais naturais e o interesse de buscar
solues alternativas
os sistemas de revestimento de fundo (base e lateral)
os processos de disposio e as condies de operao
os sistemas de drenagem interna, quando necessrios
o comportamento do resduo e sua interao com os diversos dispositivos presentes na
rea, lembrando que certos resduos tem em sua composio fases slida, liquida e gasosa
em contnua mutao
os aspectos geotcnicos relacionados explorao e coleta do percolado e do biogs,
quando presentes
o sistema de revestimento de cobertura
os aspectos geotcnicos de recomposio e uso futuro da rea
o monitoramento de longo prazo aps o encerramento
sendo necessrio analisar as interaes entre estes pontos e as consequencias de falhas no
funcionamento de partes da estrutura , sobre a segurana global da obra a curto e a longo prazo.
A concepo de uma rea para disposio de resduos uma operao complexa e deve ser
objeto de estudo minucioso, realizado por uma equipe multidisciplinar capaz de analisar todos os
aspectos e restries necessrios para a garantia da qualidade da obra durante todas as suas
fases: construo, operao e encerramento da rea.
importante que os estudos realizados componham um relatrio que indique todas as exigncias
da concepo e demonstre que o patamar de segurana exigido ser alcanado pelas disposies
adotadas. Os documentos legislativos, regulamentares ou normativos considerados devem ser
citados.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
15
5.2.2 Durabilidade
Conforme a ISO 13434(2005), a durabilidade de uma estrutura com geossintticos governada por
sua estrutura fsica, pela natureza do polmero utilizado, pelo processo de fabricao, pelo
ambiente fsico e qumico, pelas condies de armazenamento e de instalao, e pela carga
suportada pelo geossinttico. Considerando que o tempo influencia as propriedades funcionais dos
geossintticos, a avaliao da durabilidade das estruturas utilizando estes materiais requer um
estudo dos efeitos do tempo sobre suas propriedades durante toda a vida de servio prevista em
projeto.
A maioria dos geossintticos corretamente processados e estabilizados, so comparativamente
resistentes aos ataques qumicos e microbiolgicos encontrados em ambientes normais do solo e
para tempos de vida de servio de projeto usuais. Para tais aplicaes, apenas um nmero mnimo
de ensaios de rastreio e de ensaios ndice costuma ser necessrio. Para aplicaes em ambientes
mais severos, como o caso de reas de disposio de resduos, nas quais alm das condies
ambientes a vida de servio de projeto costuma ser longa, geralmente necessrio avaliar a
durabilidade considerando tambm ensaios especficos (ISO 13434 e Recomendao IGSBrasil
002-1 e 002-2).
No caso dos geossintticos aplicados em reas de disposio de resduos uma ateno especial
deve ser dada temperatura atuante e compatibilidade qumica entre os diversos elementos,
considerando todo o tempo de vida de servio do geossinttico previsto em projeto.
5.2.3 Aspectos relativos s barreiras geossintticas argilosas (GCL)
As barreiras geossintticas argilosas so constitudas por uma camada de material argiloso
bentontico, na forma de p ou granulado, disposto entre duas camadas de geossinttico. Os
principais tipos de bentonita empregados so:
a bentonita sdica, que tem como mineral constituinte principal a esmectita sdica;
a bentonita clcica, que tem como mineral constituinte principal a esmectita clcica;
a bentonita clcica ativada ou modificada, que a bentonita clcica modificada
quimicamente.
As bentonitas podem tambm ter adio de polmeros para melhorar sua resistncia qumica e
suas propriedades de expansibilidade e de condutividade hidrulica, que so diferentes em funo
de sua composio, e o projetista deve considerar estes fatores e seu comportamento no tempo na
seleo do produto mais apropriado (ver GRI-GCL5 p.ex.).
O acoplamento entre os elementos sintticos e o elemento bentontico pode ser feito de diversos
modos sendo os mais comuns:
Acoplamento por agulhagem: a camada de bentonita mantida entre duas camadas de
geotxtil, com pelo menos uma delas em notecido, por um processo de agulhamento que
une de forma uniforme os constituintes em toda a superfcie, atravessando a espessura do
conjunto de modo a ancorar as fibras ou filamentos do geotextil notecido no outro geotxtil
componente;
Acoplamento por costura: a camada de bentonita mantida entre duas camadas de
geotxtil por um processo de costura que segue um padro definido pelo fabricante.
Em alguns casos um elemento auxiliar de conteno da bentonita ou de aumento de eficincia da
barreira incorporado ao produto.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
16
5.3 Cuidados associados s diversas fases do processo
5.3.1 Fase de construo e implantao
Durante a concepo devem ser considerados os aspectos especficos e cuidados a serem
tomados durante a fase de construo e implantao, salientando-se:
proteo dos componentes j instalados (em particular nos dispositivos de estanqueidade e
drenagem)
verificar se o espao suficiente para os processos de construo
verificar a facilidade e simplicidade do processo construtivo
verificar as condies climticas
verificar a disponibilidade dos materiais prescritos
avaliar a coleta e drenagem das guas superficiais
avaliar a mitigao dos impactos ambientais provocados pela obra
5.3.2 Fase de operao
Durante a concepo devem ser considerados os aspectos especficos e cuidados a serem
tomados durante a fase de operao, salientando-se:
acompanhamento da obra (estabilidade, deformaes, recalques do macio de resduos
e do solo, percolado, biogs, lenol fretico, entre outros)
mtodos de disposio dos resduos
infraestrutura da operao (prdios, estradas, acessos, entre outros)
coleta e drenagem das guas superficiais, do percolado e do biogs
requisitos ambientais, como emisso de poeira e rudo.
5.3.3 Fase de encerramento
Durante a concepo devem ser considerados os aspectos especficos e cuidados a serem
tomados durante a fase de encerramento, salientando-se:
medidas previstas para a cobertura e a recuperao da rea e sua utilizao futura,
considerando os recalques dos resduos, a drenagem e a emisso de gases;
monitoramento aps encerramento;
possvel reaproveitamento dos resduos.
Ao trmino dos estudos sobre a concepo e dimensionamento, desejvel ter disponveis os
seguintes documentos:
o relatrio do estudo incluindo a memria de clculo;
a planta da rea;
o planejamento das fases de construo e implantao;
as funes, natureza e quantidade dos materiais a serem empregados;
a definio da quantidade requerida e as exigncias mnimas para a qualidade em relao
aos processos e controles.
5.4 Sequncia geral da concepo do projeto
A sequncia geral das tarefas a serem consideradas na concepo est apresentada no Quadro
5.1, que resume as diversas etapas do projeto.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
17
Quadro 5.1 Etapas da concepo.
Etapas Item desta recomendao
4, 5, 6 e 7
4,5, 6 e 7
6 e 7
8
8
9 (Ver Rec. IGSBrasil 002 e
003)
9 (Ver Rec. IGSBrasil 002 e
003)
Escolha das linhas diretrizes da composio
Escolha da natureza dos dispositivos e seus componentes
Definio das funes de cada componente
Escolha das caractersticas a especificar para cada componente
Dimensionamento das propriedades de cada componente
Especificao para a seleo de cada componente
Especificao para o recebimento, aceitao e instalao Plano de
Verificao da Qualidade
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
18
6. Composio dos sistemas e dispositivos com geossintticos
6.1 Introduo
Em todos os casos de disposio de resduos, um sistema de revestimento de fundo, mais ou
menos complexo, deve ser previsto. A estrutura destes sistemas agrega as qualidades e
caractersticas de diversos dispositivos e elementos componentes, escolhidos em funo do tipo de
resduo, da periculosidade do resduo e das peculiaridades dos meios adjacentes, buscando
atender as premissas de projeto para cada situao.
Sistemas de revestimento de cobertura ou de drenagem interna podem ou no ser empregados em
funo de aspectos da aplicao e do resduo, das necessidades do projeto ou de peculiaridades
do meio ambiente externo. Eles tambm tem em sua estrutura diversos dispositivos e seus
componentes so selecionados buscando garantir a eficincia do sistema.
A concepo de cada dispositivo deve considerar as funes desempenhadas por cada
geossinttico, as condies do seu entorno, do resduo e de operao. Este item apresenta a
composio dos sistemas e dispositivos mais frequentemente empregados.
Os objetivos e caractersticas gerais, os componentes e os cuidados especiais relacionados aos
diversos sistemas esto apresentados nos itens 6.2 a 6.5.
A concepo e escolha dos diversos dispositivos esto discutidas nos itens 6.6 a 6.9.
6.2 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Revestimento
de Fundo (SRF)
6.2.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SRF
Os sistemas de revestimento de fundo fazem a interface com o solo ou outras estruturas de suporte
e so o instrumento principal de controle do transporte de poluentes e de proteo do solo e das
guas subterrneas em reas de disposio de resduos.
Estes sistemas contm obrigatoriamente em sua estrutura um dispositivo de estanqueidade, mas
preciso que todos os envolvidos na disposio de resduos estejam conscientes de que, qualquer
que seja sua natureza (mineral, sinttica ou mista), no existe barreira que possa garantir a
estanqueidade absoluta.
Camadas de argila compactada mesmo bem executadas, raramente atingem coeficientes de
permeabilidade inferiores a 10-7 m/s. Alm disto, so passiveis de micro e macro fissuras que
podem influir de modo expressivo na velocidade de avano da pluma de contaminao.
As barreiras geossintticas polimricas (geomembranas) ntegras apresentam permeabilidade
geralmente inferior a 10-10 m/s e o transporte atravs delas se faz basicamente por difuso ou
soro, de modo que havendo compatibilidade qumica, ou seja, no havendo reaes qumicas
que alterem significativamente sua composio, elas representam uma barreira considervel ao
transporte de poluentes.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
19
Durante a instalao pequenos furos ou rasgos so inevitveis, implicando em danos ao elemento
de barreira, tornando possvel uma condio de fluxo advectivo atravs deles. Danos maiores
podem causar a passagem significativa de contaminantes.
Assim, o projeto deve ser concebido de modo a buscar preservar ao mximo a integridade das
propriedades das barreiras geossintticas, com um processo de instalao que seja o mais
rigoroso possvel, priorizando minimizar o nmero e a dimenso dos danos.
reas de disposio com sistemas de revestimentos bem concebidos e executados reduzem
consideravelmente o transporte de contaminantes para seu exterior. Para que um sistema de
revestimento seja considerado bem concebido e executado fundamental que os conceitos
bsicos e as premissas de projeto recomendadas sejam atendidas e respeitadas, tanto na
concepo como durante a instalao e operao. Durante a fase de instalao, o Plano de
Verificao da Qualidade (ver Recomendao IGSBr 003), estabelecido pelo projetista, deve ser
criteriosamente acompanhado e avaliado.
6.2.2 Componentes de um SRF
Os sistemas de revestimento de fundo devem ter em sua estrutura, alm do dispositivo de
estanqueidade de fundo (DEF) que deve estar obrigatoriamente presente, dispositivos de proteo
mecnica (DPI ou DPS) e de drenagem de lixiviado (DDL), sempre que se fizer necessrio. A
concepo e escolha dos dispositivos de estanqueidade de fundo, de drenagem e de proteo
esto apresentados nos itens 6.6.1, 6.7 e 6.8 respectivamente.
Os dispositivos componentes destes sistemas e os elementos componentes de cada dispositivo
so escolhidos em funo do tipo de aplicao, do tipo de resduo, do risco de contaminao e de
peculiaridades do meio ambiente. A Figura 6.1 ilustra um exemplo de estrutura deste tipo de
sistema.
DDL
DPS
DEF
Figura 6.1 Exemplo de estrutura de sistema de revestimento de fundo para solo natural com boa
condio de suporte e resduo que necessita coleta e conduo de lixiviado.
6.2.3 Principio bsicos dos SRF
Alguns princpos bsicos devem ser considerados na concepo e escolha dos componentes.
Entre as premissas de projeto a serem adotadas tem-se que:
a) O dispositivo de estanqueidade de fundo deve ser concebido em funo dos aspectos da
aplicao e de resduo (ver item 7), da periculosidade do resduo e das condies do meio
ambiente (ver 6.6.1).
b) O dispositivo de estanqueidade de fundo deve ter somente a funo de barreira, no
devendo ser solicitado mecanicamente.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
20
c) Para atender esta condio, o projeto deve contar com dispositivos de proteo mecnica
concebidos para absorver eventuais solicitaes de trao e de puncionamento. A
complexidade dos dispositivos de proteo mecnica funo das condies do solo
suporte, da agressividade dos meios adjacentes e das caractersticas dos elementos do
dispositivo de estanqueidade.
d) Nos sistemas aplicados em superfcies inclinadas cada elemento deve ter avaliada suas
caractersticas de atrito e a solicitao em trao que recebe e transmite ao elemento
adjacente.
e) Um sistema de revestimento de fundo em reas que iro receber resduos que contenham
ou possam gerar lixiviado, ou que estejam expostos s intempries durante a fase de
operao, requer sempre um dispositivo de drenagem eficiente. Este dispositivo deve ser
concebido e dimensionado de modo a garantir que a carga hidrulica sobre o dispositivo de
estanqueidade seja sempre inferior mxima estabelecida em projeto (geralmente 30cm),
pois o fluxo advectivo atravs dos eventuais danos do sistema de revestimento aumenta
com a carga hidrulica.
f) A compatibilidade qumica dos elementos componentes do sistema de revestimento de
fundo com o resduo e seu lixiviado deve ser criteriosamente avaliada, parmetros tais
como a concentrao, pH, temperatura, presena de solventes e hidrocarbonetos, por
exemplo, devem ser identificados e considerados pelos responsveis pelo projeto. No caso
de dvida, ensaios de compatibilidade qumica devem ser realisados.
6.2.4 Cuidados especiais
A barreira geossinttica polimrica (geomembrana) do dispositivo de estanqueidade de fundo deve
ter unicamente a funo de barrar e desviar o fluxo dos lixiviados e no deve ser solicitada
mecanicamente. Por consequncia, o apoio do dispositivo de estanqueidade de fundo deve ser
concebido e dimensionado para responder s solicitaes mecnicas relativas carga dos
resduos a serem dispostos sem apresentar recalques que possam interferir de modo significativo
no comportamento do dispositivo de estanqueidade.
No caso de solo natural com capacidade de suporte insuficiente, a melhora da capacidade de
suporte pode ser obtida por um dispositivo de proteo inferior (DPI) de elevada rigidez trao,
posicionado sobre o solo natural.
No caso de dispositivo de estanqueidade simples cujo solo tenha capacidade de suporte mas no
atenda os critrios de preparao do terreno (ver NBR 16199 e item 6.6.1.2) um dispositivo de
proteo inferior protegendo ao puncionamento pode ser introduzido.
Um sistema de revestimento de fundo sobre solo de fundao com risco de gerao de biogs
(solos com forte presena de matria orgnica ou que receberam lixiviados orgnicos como antigas
lagoas de disposio de vinhoto, por exemplo) deve conter obrigatoriamente um dispositivo de
drenagem do biogs, sob o dispositivo de estanqueidade adotado.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
21
6.3 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Revestimento
de Cobertura (SRC)
6.3.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SRC
Os sistemas de revestimento de cobertura permanente (SRC) protegem a interface com o ar e so
o instrumento principal de controle da infiltrao de guas pluviais e da emisso de biogs (no caso
de resduos com matria orgnica). Deste modo considera-se que eles incorporem um dispositivo
de estanqueidade (DEC) que ser acoplado ou no a outros dispositivos.
Em algumas coberturas a solicitao em trao do dispositivo de estanqueidade inevitvel, como
por exemplo na cobertura de biodigestores e de aterros de resduos slidos urbanos. Neste caso,
os elementos do dispositivo devem ser selecionados dentre os capazes de suportar estas
solicitaes.
Sistemas de revestimento de cobertura temporria (ver 3.1.2) podem ser necessrios para reduzir
a infiltrao de guas pluviais na fase de operao, em funo do tipo de aplicao, do tipo de
resduo, das condies ambientes e de projeto. Em reas onde um recalque expressivo
esperado, costuma-se aplicar uma cobertura temporria assim que a altura mxima de projeto
atingida, sendo a cobertura definitiva realizada aps atingir um nvel de estabilidade dos recalques
aceitvel.
6.3.2 Componentes de um SRC
Alm do dispositivo de estanqueidade de cobertura (DEC), os sistemas de revestimento de
cobertura podem conter em sua estrutura dispositivos de drenagem de gases (DDG), dispositivos
de drenagem de guas pluviais (DDAP) e dispositivos de proteo mecnica (DPI e DPS), em
funo das necessidade de cada aplicao ou projeto. Estes dispositivos esto discutidos
respectivamente nos itens 6.6.2, 6.7 e 6.8. A Figura 6.2 ilustra um exemplo de sistema de
revestimento de cobertura para o caso de um aterro de resduos slidos urbanos.
Em alguns casos um dispositivo de controle de eroso superficial em geossinttico (ver 6.9)
incorporado acima da camada de solo de cobertura para proteg-la de procesos erosivos.
DPS
DDAp
DPS/DPI
DEC
DPI
DDG
DPI
Figura 6.2 Exemplo de estrutura de sistema de revestimento de cobertura em rea de disposio
de resduos slidos urbanos.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
22
6.3.3 Cuidados especiais
Dispositivos de proteo mecnica para uniformizao dos recalques causados pelo adensamento
e decomposio do resduos podem ser adotados quando o risco de deformaes excessivas
possa prejudicar o funcionamento dos dispositivos de drenagem. Estes dispositivos tambm
auxiliam a reduzir as solicitaes de trao no dispositivo de estanqueidade de cobertura.
Os geossintticos aplicados na cobertura de biodigestores ou de reservatrios de resduos lquidos
podem ficar expostos aos raios UV por longos perodos, em funo das caractersticas do projeto e
de operao da rea. Os geotxteis e correlatos que ficarem expostos por perodo superior a um
dia, ou as geomembranas polimricas expostas por mais de trs dias, devem ser selecionadas
tambm em funo de sua resistncia ao intemperismo (ver Recomendao IGSBr 002-2 e ISO
13434), considerando-se o tempo de exposio previsto em projeto para cada material.
Sistemas de revestimento de cobertura posicionados sobre superfcies inclinadas devem ter a
estabilidade ao escorregamento e as solicitaes em trao recebidas e transmitidas por cada um
de seus elementos cuidadosamente avaliadas. Cuidado especial deve ser tomado no
dimensionamento do dispositivo de drenagem de guas pluviais e na avaliao das caractersticas
de atrito de interface do dispositivo de proteo mecnica superior. recomendvel considerar na
anlise de estabilidade da camada de solo a condio de fluxo paralelo ao talude, ou estabelecer
condies para que este fenmeno no possa ocorrer.
Em funo do tipo de solo colocado sobre o sistema de revestimento de cobertura e do tempo
previsto para que uma proteo vegetal evite processos erosivos, a adoo de um dispositivo de
controle de eroso superficial em geossinttico (ver 6.8) pode ser recomendvel.
6.4 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Drenagem
Interna (SDI)
6.4.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SDI
Os sistemas de drenagem interna (SDI) tem o papel de coletar e conduzir rapidamente o lixiviado
ou o gs produzido pelo resduo ou nele contido. Eles devem ser considerados, sempre que
necessrio, nas reas de disposio de resduos slidos, para evitar acmulo de lquidos ou
biogs.
Estes sistemas so responsveis pela eficincia da drenagem em todo o volume do resduo
disposto, de modo a evitar excesso de poropresso e reduzir o risco de instabilidade do macio,
alm de promover condies mais apropriadas decomposio quando houver matria orgnica.
Sistemas de drenagem interna do biogs bem concebidos e implantados, assumem papel ainda
mais relevante nas reas onde h coleta e aproveitamento deste gs.
Os sistemas de drenagem interna podem ser estruturados numa nica direo (vertical ou
horizontal) ou estar presentes nas duas direes, em funo das dimenses da rea e dos volumes
a coletar e conduzir.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
23
6.4.2 Componentes de um SDI
Sistemas de drenagem interna tem como componentes principais os dispositivos de drenagem, que
englobam elementos drenantes e elementos de filtro. Dispositivos de proteo mecnica podem ser
incorporados quando necessrio para garantir a eficincia do sistema.
6.4.3 Cuidados especiais
Na concepo dos sistemas de drenagem interna deve ser considerada a deformabilidade do
resduo e os deslocamentos e recalques a que poderiam estar submetidos. Resduos slidos
urbanos, por exemplo, sofrem recalques diferenciais considerveis e o sistema precisa ser
concebido de tal modo que possa funcionar mesmo nestas condies.
SDI empregados em aterros de resduos slidos urbanos tambm precisam ter avaliados os riscos
de colmatao qumica e biolgica dos elementos de filtro e dreno.
SDI empregados na disposio de rejeitos de minerao tambm precisam considerar a
heterogeneidade do material a ser disposto e a possibilidade de sufuso. A situao de filtrao de
partculas em suspenso, seja pelo processo de disposio ou pelo tipo de resduo (matriz aberta
com possibilidade de passagem livre de finos) pode exigir uma concepo que considere a
possibilidade de troca ou retrolavagem do filtro.
6.5 Concepo e escolha dos componentes de um Sistema de Confinamento
de Resduos (SCR)
6.5.1 Objetivos e caractersticas gerais de um SCR
Os sistemas de confinamento de resduos (SCR) tem o papel de confinar o resduo contido em seu
interior de modo contnuo em toda a interface com o exterior, tendo a forma de tubos ou bolsas
fechadas. frequente nestes casos que o enchimento seja realizado em diversas etapas.
Eles podem ser utilizados para a disposio temporria de resduos lquidos ou semi-slidos,
quando incorporarem um dispositivo de estanqueidade. Quando eles incorparam um dispositivo de
drenagem, so utilizados para o desaguamento de resduos semi-slidos.
No caso de utilizao para desaguamento, seu emprego pode ser:
temporrio, quando o sistema aberto aps o resduo atingir o teor de slidos desejado,
retirado e transportado para o local de destino final;
permanente, quando o sistema permanesse fechado, no local de enchimento (no caso de
tubos ou bolsas de grandes dimenses) ou transportado at o local de destino final (no
caso de bolsas de menor dimenso, que costumam ter alas para facilitar o transporte e a
colocao).
Os sistemas de confinamento de resduos devem ter em sua concepo elementos que resistam s
solicitaes mecnicas impostas pelo resduo confinado, com ateno especial s costuras ou
soldas em seus elementos, de modo a garantir a integridade da continuidade do confinamento.
Uma caracterstica importante de sistemas confinantes aplicados para o desaguamento de
resduos a possibiidade de controle da qualidade do efluente, que pode ser melhorada pela
adio de floculantes ou de outros aditivos.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
24
6.5.2 Componentes de um SCR
Sistemas de confinamento de resduos tem como componentes principais dispositivos de
estanqueidade (para o confinamento de lquidos ou semi-slidos) ou um dispositivo de drenagem
no caso de desaguamento de semi-slidos.
No caso de SCR com dispositivo de estanqueidade, um dispositivo de proteo deve ser
incorporado para reduzir as solicitaes mecnicas e a deformabilidade do elemento de
estanqueidade. O dispositivo de proteo pode ser composto de um elemento continuo (geotextil
ou geogrelha de baixa deformabilidade), ou de tiras de reforo com rigidez e espaamento
suficientes, ou composto por elementos contnuos e tiras. Em todos os casos o dispositivo de
proteo deve considerar tambm tirantes para garantia da estabilidade ao rolamento.
No caso de SCR com dispositivo de drenagem, este dispositivo deve conter pelo menos um
elemento de filtrao, podendo receber um dispositivo de proteo caso a resistncia mecnica do
elelemto de filtrao no seja suficiente para a garantia da resistncia aos esforos de trao ou
seja muito deformvel.
6.5.3 Cuidados especiais
Na concepo dos SCR deve ser considerada a presso de enchimento mxima admissvel e as
solicitaes mecnicas associadas. A altura mxima que a bolsa ou tubo pode atinjir durante o
enchimento, calculada a partir das solicitaes em trao admissveis, geralmente utilizada para
o controle rpido em campo.
As costuras dos elementos permeveis, ou as soldas dos elementos de barreira de fluxo, devem
ser cuidadosamente realizadas e ensaiadas, e ter seu comportamento no tempo avaliado,
lembrando que estaro, em geral, expostas s intempries em condies severas durante longos
perodos.
Toda a superfcie de contato de um SCR com o solo de fundao deve ser protegida por um
sistema de revestimento de fundo (SRF), mesmo no caso de efluente com qualidade aceitavel para
ser lanado no meio ambiente. Por questes de segurana, o SRF deve ter capacidade para conter
todo o volume do resduo no caso de falha no confinamento, ou estar interligado a um reservatrio
com esta capacidade.
6.6 Concepo e escolha dos dispositivos de estanqueidade
6.6.1 Dispositivo de Estanqueidade de Fundo (DEF) Tipos e cuidados especiais
6.6.1.1 Os dispositivos de estanqueidade para sistemas de revestimento de fundo (DEF) atuam na
base e taludes e so escolhidos em funo da periculosidade do resduo ou das condies locais,
podendo ser classificados em simples, compostos e duplos, conforme ilustra a Figura 6.3.
6.6.1.2 O dispositivo de estanqueidade simples consiste de um nico elemento de estanqueidade,
geralmente uma barreira geossinttica polimrica (geomembrana), podendo ser empregado no
caso de resduo no perigoso, inerte, que no produza lixiviado nem esteja sujeito a infiltrao de
gua de chuva, desde que eventuais danos do elemento de estanqueidade no impliquem em risco
de impacto ambiental significativo.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
25
6.6.1.3 O dispositivo de estanqueidade composto consiste na combinao de um elemento de
estanqueidade ativo, ou seja, uma barreira geossinttica polimrica (geomembrana), acoplado a
pelo menos um elemento de estanqueidade passivo, por exemplo uma camada de solo argiloso
compactado com condutividade hidrulica controlada (ver Figura 6.3b). Esta a condio mnima a
ser empregada para resduos Classe II (ver NBR 10004 2004) e sempre que houver percolao de
lixiviado, mesmo que proveniente da infiltrao de guas pluviais.
Para que o conjunto geomembrana/solo compactado seja considerado composto necessrio que
os dois elementos estejam em contato ntimo e uniforme em toda a superfcie, de modo que no
possa haver fluxo na interface entre os elementos, reduzindo a probabilidade de que o fluxo por um
eventual furo ou dano da geomembrana encontre uma fissura da camada argilosa.
A execuo de um dispositivo de estanqueidade composto exige procedimentos de instalao
bastante elaborados e atendimento a fortes restries, como por exemplo, colocao da
geomembrana sem dobras ou ondas. Em alguns casos os projetistas tm optado por combinar trs
elementos: uma barreira geossinttica polimrica (geomembrana), atuando como elemento ativo,
tendo como elementos passivos uma barreira geossinttica argilosa (GCL) associada a uma
camada de solo argiloso compactado.
Neste caso a barreira geossinttica argilosa tem o papel de impedir o fluxo na interface, por sua
caracterstica de expanso, ou de substituir parte da camada de solo argiloso. Considerando-se a
experincia atual, ainda no recomendvel que a barreira geossinttica argilosa substitua
inteiramente a camada de argila compactada nos casos onde um dispositivo composto
necessrio.
6.6.1.4 O dispositivo de estanqueidade duplo consiste na superposio de pelo menos dois
elementos de estanqueidade ativa, ou seja, duas barreiras geossintticas polimricas
(geomembranas), com um dreno testemunho entre estes elementos, sendo que pelo menos o
elemento de estanqueidade ativa inferior deve estar acoplado a um elemento de estanqueidade
passiva. Este tipo de dispositivo o indicado para o caso de resduos Classe I (perigosos) (ver
Figura 6.3c).
Deste modo, ele pode ser duplo com fundo composto (geomembrana+dreno+geomembrana/argila
compactada) ou ser duplamente composto (geomembrana/argila compactada + dreno +
geomembrana/argila compactada ou geomembrana/GCL +dreno + geomembrana/GCL/argila
compactada), por exemplo.
Num dreno testemunho (ver 3.1.7) o tempo necessrio para o lixiviado atingir o poo de controle
deve ser avaliado considerando o conjunto dos elementos componentes do dreno na condio no
saturada. O elemento de drenagem e o(s) elemento(s) de proteo da geomembrana devem ser
selecionados em funo de um comportamento do tipo hidrofbico em relao ao lixiviado. Por
exemplo, drenos em areia geralmente tem comportamento hidroflico em relao ao lixiviado,
tornando invivel sua utilizao como elemento de drenagem em um dreno testemunho.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
26
Figura 6.3 Exemplos dos diferentes tipos de dispositivo de estanqueidade de fundo.
6.6.1.5 Cuidados Especiais e premissas de projeto
Trs premissas de projeto devem ser consideradas para o bom funcionamento dos dispositivos de
estanqueidade de sistemas de revestimento de fundo:
Devem ser evitadas solicitaes em trao e ao puncionamento atuando no dispositivo de
estanqueidade do sistema de revestimento de fundo, e dispositivos de proteo mecnica
devem ser considerados sempre que se fizer necessrio.
Dispositivos de estanqueidade de fundo compostos precisam ter aderncia perfeita entre
os elementos (geomembrana + argila ou geomembrana+GCL+argila) e a concepo de
projeto e os cuidados construtivos devem buscar atender esta premissa.
Na impossibilidade de atender as premissas anteriores ou na disposio de resduos de
alta periculosidade, o dispositivo de estanqueidade deve ser duplo com fundo composto e
ter monitorado seu dreno testemunho. O dreno testemunho no interior do dispositivo de
estanqueidade duplo deve ser composto de materiais hidrfobos ao lixiviado e capazes de
conduzir com rapidez at o poo de monitoramento a quantidade mnima estabelecida em
projeto, do lixiviado que passe atravs da geomembrana superior.
A parte do sistema de revestimento de fundo a ser instalada em superfcies inclinadas, deve ser
concebida considerando as caractersticas de atrito e o comportamento em trao dos
componentes. Para evitar solicitao de trao no elemento de estanqueidade (geomembrana),
sua face superior deve ser o mais lisa possvel e a face inferior, caso seja texturizada, deve ter
geometria compatvel com a do solo que a suporta. A solicitao em trao atuando sobre o
dispositivo de estanqueidade pode ser reduzida pela colocao de um dispositivo de proteo
superior (DPS) com elevada rigidez, que absorva esta solicitao.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
27
6.6.2 Dispositivo de estanqueidade de cobertura (DEC) Tipos e cuidados especiais
6.6.2.1 Os dispositivos de estanqueidade para sistemas de revestimento de cobertura so
escolhidos em funo da periculosidade do resduo, da gerao de biogs e de seu eventual
aproveitamento, e das condies locais. Eles so geralmente compostos por um nico elemento
(solo argiloso compactado ou barreira geossinttica).
6.6.2.2 Cuidados especiais
O item 6.3.3 apresenta uma srie de cuidados a serem considerados na concepo dos sistemas
de cobertura e que afetam seu dispositivo de estanqueidade.
A escolha do elemento de barreira deve considerar as solicitaes fsico-qumicas e mecnicas a
que o dispositivo estar submetido durante sua vida de servio, considerando tambm os esforos
de trao devido s deformaes da massa de resduo disposto.
Dispositivos de proteo (DPS ou DPI) trabalhando rigidez podem atuar uniformizando as
deformaes da massa de resduo, reduzindo recalques diferencias, solicitaes mecnicas e
melhorando a eficincia dos dispositivos de drenagem.
Quando o elemento de estanqueidade da cobertura estiver em contato com gases preciso
considerar sua eventual condensao e a possibilidade de mudana do comportamento em atrito
nesta superfcie.
6.7 Concepo e escolha dos dispositivos de drenagem
6.7.1 Tipos e composio
Os dispositivos de drenagem so classificados em funo do tipo de fluido a coletar e conduzir (ver
3.1.3) sendo compostos basicamente por um elemento de dreno e elementos de filtro.
Um elemento de filtro deve ser considerado em todas as faces em contato com o meio particulado
quando partculas puderem ser conduzidas pelo fluxo para o interior do elemento de dreno. O
elemento de filtro tem por objetivo reduzir processos erosivos do meio adjacente e reduzir
processos de colmatao do elemento drenante.
O elemento drenante pode ser um tubo polimrico, uma georrede ou um geoespaador e sua
escolha est relacionada s solicitaes mecnicas, hidrulicas e fsico-qumicas dos meios
adjacentes e do fluido a coletar e conduzir. O elemento filtrante geralmente um geotxtil.
Geocompostos drenantes com elementos de filtro e geotxteis no tecidos agulhados espessos
podem atender simultneamente as duas funes.
6.7.2 Cuidados especiais
Todos os elementos devem ter avaliada sua compatibilidade qumica com o meio adjacente e com
os fluidos percolantes.
Os elementos de dreno precisam ter suas caractersticas mecnicas e hidrulicas avaliadas em
funo das condies de solicitao (tenses normais, trao, vazo a conduzir, entre outras). No
caso das solicitaes em trao ou puncionamento, dispositivos de proteo (ver 6.8) podem ser
considerados quando for necessrio reduz-las.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
28
Na avaliao da capacidade de fluxo deve ser considerada no s a deformabilidade sob carga
normal, mas o comportamento em fluncia compresso e, quando pertinente, ao cisalhamento,
bem como a reduo da capacidade prevista para os processos de colmatao fsica, qumica e
biolgica.
No caso dos elementos de filtro alm de sua resistncia s solicitaes mecnicas, sua abertura de
filtrao, a porcentagem de rea aberta (para geotxteis tecidos) e as caractersticas de
permeabilidade devem ser avaliados, inclusive considerando o processo de colmatao biolgica
inevitvel em resduos com presena significativa de matria orgnica.
No caso de atividade orgnica relevante, geralmente o projetista opta por um filtro em geotxtil
tecido bastante aberto, de modo a criar um meio inspito formao do biofilme, e considera um
elemento drenante com capacidade de fluxo majorada para compensar a colmatao devido a
passagem de particulas que atravessaro a estrutura do filtro.
O risco de filtrao de partculas em suspenso deve ser cuidadosamente avaliado e a concepo
de projeto deve evit-lo, sempre que possvel. Nos casos onde isto no for possvel, a retrolavagem
ou troca do filtro devem estar consideradas na concepo do dispositivo drenante, com eventual
monitoramento para indicao da necessidade de interveno.
Em resduos cuja estrutura apresente risco de sufuso (ver 4.3), caso frequente em rejeitos de
minerao, este aspecto deve ser criteriosamente observado, devendo ser avaliada a possibilidade
de uma concepo que permita a troca ou retrolavagem do filtro.
6.8 Concepo e escolha dos dispositivos de proteo
6.8.1 Tipos e composio
Os dispositivos de proteo mecnica so classificados de acordo com sua posio em relao ao
dispositivo a proteger (ver 3.1.6), sendo compostos basicamente por elementos capazes de reduzir
as solicitaes mecnicas atuando sobre o dispositivo do entorno.
Os geossintticos considerados para este dispositivo so os geotxteis, tecidos ou notecidos, as
geogrelhas, as geoclulas ou geocompostos especficos para esta finalidade. Um dispositivo de
proteo pode ser composto por vrios geossintticos, cada um atendendo a uma determinada
necessidade.
6.8.2 Cuidados especiais
Na reduo das solicitaes em trao, geossintticos de elevada rigidez (geogrelhas e geotxteis
tecidos) so essenciais.
Na absoro das solicitaes de puncionamento geotxteis notecidos que proporcionem proteo
adequada deve ser empregados. importante que o geotxtil de proteo seja capaz de absorver
qualquer carga pontual , sem transmitir a deformao para o elemento de barreira.
Elementos de proteo de geomembranas devem ter um detetor de metais associado ao processo
de controle de qualidade industrial, para evitar que elementos perfurantes como agulhas quebradas
ou outros elementos metlicos possam danificar a geomembrana.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
29
6.9 Concepo e escolha dos dispositivos de controle de eroso superficial
(DCE)
6.9.1 Tipos e composio
Os dispositivos de controle de eroso superficial (DCE) (ver 3.1.3) tem a funo de evitar
processos erosivos de superfcie em camadas de cobertura e sistemas drenantes de superfcie,
sendo compostos basicamente por elementos capazes de reduzir a desagregao das partculas
pelo impacto das gotas de chuva e pelas solicitaes causadas pelo fluxo de gua ou ao do
vento.
Os geossintticos considerados para este dispositivo so as geomantas e biomantas, os
geotxteis, as geoclulas ou geocompostos especficos para esta finalidade.
Geomantas e biomantas tem a funao especfica de controle de eroso superficial durante o
processo de vegetao da superfcie protegida e ficam incorporados vegetao de cobertura. Os
geotxteis costumam ser empregados como proteo ao impacto das gotas de chuva ou fluxo
superficial em solues temporrias. As geoclulas podem ser empregadas como elementos de
confinamento de solo orgnico ou composto vegetal, em regies que precisam de proteo
especial para o crescimento da vegetao, ou confinando elementos granulares ou argamassa de
concreto em sistemas de drenagem superficial.
6.9.2 Cuidados especiais
Os dispositivos de controle de eroso superficial devem ser escolhidos em funo da erodibilidade
do solo, da inclinao da cobertura, da intensidade de fluxo previsto, de sua capacidade de
acompanhar as deformaes da camada de cobertura e do tempo de servio estimado (tempo para
crescimento da vegetao, por exemplo).
No caso de emprego de geoclulas sempre recomendvel que um geotxtil com a funo de
filtrao seja colocado sob a geoclula, e que sua capacidade de reter o material a confinar e de
permitir o fluxo por seus elementos (quando houver) seja avaliada.
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
30
7 As diversas aplicaes
7.1 Disposio de resduos slidos
7.1.1 Aspectos gerais da concepo
As reas de disposio de resduos slidos (ADRS) devem ter protegidas todas as interfaces com
o meio ambiente, de modo que estas reas sempre apresentam um Sistema de Revestimento de
Fundo (SRF), em toda interface com o meio que delimita a rea de disposio (solo ou estrutura de
fundao e conteno lateral) e um Sistema de Revestimento de Cobertura (SRC) em toda a
interface com o ar.
Alm dos sistemas de revestimento, sistemas de drenagem interna (SDI) devem estar presentes
sempre que houver a possibilidade da percolao de lquidos ou gases, gerados pelo resduo ou
advindos da fase de operao, como por exemplo, a infiltrao de gua de chuva.
No caso de resduos perigosos a disposio geralmente em vala coberta durante toda a fase de
operao para evitar a penetrao da gua de chuva e um dispositivo de drenagem de lixiviado
(DDL) necessrio no sistema de revestimento de fundo sempre que o resduo tiver teor de
umidade capaz de gerar lixiviado por adensamento.
Qualquer que seja a situao, os aspectos e cuidados discutidos no item 6 devem ser
cirteriosamente observados no projeto e sua implantao, em especial ass recomendaes do item
6.6.
A Figura 7.1 apresenta esquemas de alguns casos de disposio de resduos slidos aps
encerramento.
(a) Disposio em vala (b) Disposio em encosta (c) disposio em pilha
Figura 7.1 Exemplos esquemticos de modos de disposio de resduos slidos (ADRS).
7.1.2 Componentes
Os geossintticos podem estar presentes nos diversos componentes dos sistemas de revestimento
e de drenagem, atuando nas funes de barreira, proteo, filtrao, drenagem, reforo e controle
de eroso superficial. Os elementos atendendo a funo de filtrao podem ter como funo
secundria a separao, principalmente durante a fase de construo.
O Quadro 7.1 resume o conjunto dos sistemas e dispositivos que podem ser encontrados em reas
de disposio de resduos slidos aps seu encerramento, considerando sua localizao do topo
para a base. Ele apresenta a condio mais abrangente, sendo que os componentes indicados
estaro presentes considerando as necessidades advindas do tipo de resduo e de suas
peculiaridades (existncia de matria orgnica, comportamento mecnico, teor de umidade, entre
outros).
Recomendao IGSBrasil Pr IGSBR 004:2014 Aplicao de geossintticos em reas de disposio de resduos
31
Quadro 7.1 Componentes de uma rea de disposio de resduos slidos aps encerramento, em funo de
sua localizao.
Localizao Dispositivos Funo Objetivo
superficie DCE Controle de
eroso
Controle de
eroso superficial
Evitar o carreamento de partculas gerador de processos
erosivos
Solo de cobertura
Sistema de
revestimento
de cobertura
(SRC)
DPS Proteo do
DDAP Proteo e reforo
Estabilizao do solo de cobertura e proteo mecnica
do dispositivo de drenagem de guas pluviais
DDA
P
Drenagem
pluvial
Filtrao Reteno das partculas do solo de cobertura
Drenagem Coleta e drenagem das guas infiltrando acima do
dispositivo de estanqueidade
Filtrao Separao e reteno de partculas no caso de DPS em
material particulado
DPI Proteo do
DDAP Proteo Proteo mecnica do dispositivo de drenagem pluvial
DPS Proteo do
DEC Proteo
Absoro das solicitaes mecnicas e proteo anti-
puncionamento
DEC Estanqueidade Barreira Estanqueidade gua de chuva e ao biogs
DPI Proteo do
DEC Proteo
Absoro das solicitaes mecnicas e proteo anti-
puncionamento (uniformizao de recalques na
ausncia do DDG e sua proteo)
DPS Proteo do
DDG Proteo
Separao, absoro das solicitaes mecnicas e
proteo anti-puncionamento (podendo ser assegurado
em parte ou no total pela estrutura de proteo do DEC)
DDG Drenagem do
biogs
Filtrao Reteno das partculas para DPS particulado
Drenagem Coleta e drenagem dos gases gerados sob o DEC
quando o resduo contiver matria orgnica
Filtrao Reteno das partculas carreadas pelo gs
DPI Proteo do
DDG Proteo
Uniformizao dos recalques, absoro de outras
solicitaes mecnicas e proteo anti-puncionamento
Resduos
Sistemas de
drenagem
intermediria
(SDI)
DPS Proteo do
DDG/DDL Proteo
absoro de solicitaes mecnicas e proteo anti-
puncionamento
DDG
/
DDL
Drenagem de
lixiviado e gs,
horizontal ou
vertical
Filtrao Reteno de partculas carreadas pelo gs ou lixiviado
Drenagem Coleta e drenagem dos gases e lixiviados gerados pelo
resduo do entorno
Filtrao Reteno de partculas carreadas pelo gs ou lixiviado
DPI Proteo do
DDG/DDL Proteo
Uniformizao dos recalques, absoro de outras
solicitaes mecnicas e proteo anti-puncionamento
Resduos
Sistema de
revestimento
de fundo
(SRF)
(base e
taludes)
DPS Proteo do
DDL Proteo
absoro de solicitaes mecnicas e proteo anti-
puncionamento
DDL Drenagem do
lixiviado