Post on 15-Sep-2020
Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas
Cartografia
Território Indígena de Pernambuco
O DSEI Pernambuco é um dos trinta e quatro Distritos Sanitários Especiais Indígenas
do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, cuja atenção à saúde está sob a
responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena, no âmbito do Ministério da
Saúde.
Localiza-se no estado de Pernambuco, região Nordeste do Brasil e abrange uma
população indígena de aproximada de 48.636 habitantes, distribuída em duzentos e
cinquenta e duas aldeias, 12 polos base, 21 equipes multidisciplinar de saúde indígena
que prestam assistência nas aldeias. O DSEI-PE abrange dez etnias; Atikum, Fulni-Ô,
Kambiwá, Kapinawá, Pankará, Pankararu, Pipipan, Truká, Tuxá e Xucuru. O acesso às
aldeias é terrestre e fluvial.
As populações indígenas de abrangência do DSEI Pernambuco estão distribuídas nas
terras demarcadas e/ou em fase de demarcação, ao longo das regiões Sertão, médio São
Francisco e Agreste do estado de Pernambuco, nos municípios de Pesqueira, Buíque,
Tupantinga, Águas Belas, Ibimirim, Tacaratu, Jatobá, Petrolândia, Inajá, Floresta,
Carnaubeira da Penha, Cabrobó e Orocó.
MORTALIDADE INFANTIL/2012 - DSEIPE
POLO BASE VIVOS ÓBITOS <1ANO CMI
ÁGUAS BELAS 68 0 0
BUIQUE 33 0 0
CABROBÓ 50 1 20
C. DA PENHA 100 3 30
FLORESTA 24 0 0
IBIMIRIM 41 4 97,5
INAJÁ 19 2 105,2
JATOBÁ 128 3 23,4
PANKARÁ 47 1 21,2
ENTRE SERRAS 32 1 31,2
PESQUEIRA 154 0 0
XUC.DE CIMBRES 27 1 37
TOTAL 723 16 22,1Fonte: COMOA –DSEI PE
No ano de 2012 o coeficiente de mortalidade infantil no DSEIPE foi de 22,1,acima do
coeficiente do ano passado que ficou em 20,4 não atingindo a Meta do P.O. 2012 que
foi de 19,4, representando um aumento de 8,3%. Isso se deve principalmente aos casos
ocorridos no Polo Base Ibimirim, que lidera a lista de óbitos infantis neste período, e
pelo Polo Base de Inajá, que apesar de ter tido 02 casos de óbito infantil,02 a menos que
Ibimirim, sua população de nascidos vivos é muito pequena.Em relação às causas,
56,2% delas eram evitáveis e 25% foram causas mal definidas, demandando, além da
investigação padrão de óbito infantil, a Autópsia Verbal. Do total de óbitos infantis,
68,7% é neonatal precoce, o que revela íntima ligação com a assistência pré-natal e ao
parto.
Foi registrado ainda o número de 08 óbitos fetais ocorridos neste período contra 13
óbitos fetais ocorridos no ano de 2011. Destes 08, o Pólo-base de Pesqueira (Xucuru de
Ororubá) detém 05casos (62,5%), o Polo-base de Cabrobó (Truká) detém 02casos
(25%) e o Polo-base Jatobá (Pankararu) detém 01 (12,5%). Tais dados acabam por
registrar uma mortalidade perinatal do DSEIPE 2012 de 26,2, contra 30,8, em 2011, o
que revela uma redução de 15%, ultrapassando a meta pactuada para o ano de 2012
(redução de 5%).
Os dados de morbidade que apresentaremos a seguir são obtidos a partir dos
Consolidados de Atendimentos Médicos nas Aldeias e correspondem ao perfil da
demanda espontânea de atendimento em Atenção Básica à Saúde.
As doenças do aparelho respiratório são as que afetam mais os menores de um ano de
vida e as crianças de 1 a 4 anos nas comunidades indígenas, seguidas pelas doenças
Infecto-parasitárias e doenças de pele, que são reflexo das baixas condições de
saneamento em muitas das aldeias de Pernambuco, além de pouca adesão às orientações
de higiene pelas equipes.
No período de 2012 o DSEIPE registrou um aumento de 8,3% no índice de mortalidade
infantil em relação ao exercício 2011, distanciando-seda meta para o P.O. de 2012, que
nos leva a continuar intensificando principalmente a assistência pré-natal e puericultura
de qualidade para o ano de 2013. Observamos uma redução parcial acumulada de
Prematu
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Aspiração
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SAM
0
1
21 1
2
1 1 1
2
1
2 2 2Causa de Óbito em Menores de Ano DSEI PE - 2012
37,62% no triênio 2008 - 2010, relativamente ao índice de mortalidade infantil de 2007,
que foi de 31,10 óbitos infantis por mil nascidos vivos. Isto corresponde a uma redução
de 25% em relação à meta pactuada inicialmente para 2010 (Plano Distrital de Saúde
Indígena, triênio 2008 – 2010).
Realizado em 2007
Realizado em 2008
Realizado em 2009
Realizado em 2010
Realizado em 2011
Meta 2012
Realizado em 2012
Meta 2013
31 22 19 17,1 20,4 19,4 22,1 20,1
CMI 2007 CMI 2008 CMI 2009 CMI 2010 CMI 2011 CMI 201205
101520253035
31
2219
17.120.4 22.1
Mortalidade Infantil DSEI PE - 2007 a 2012
CMI
Foram intensificadas as investigações dos óbitos fetais e infantis, para identificar a
evitabilidade e os fatores determinantes dos eventos, onde apareceram causas de óbito
evitáveis como infecções e relação direta com o próprio pré-natal.
O DSEIPE vem mantendo parceria com o Comitê Estadual de Mortalidade Infantil de
Pernambuco, onde conseguiu um assento desde o ano de 2009. As investigações dos
óbitos fetais e infantis visam identificar a evitabilidade e os fatores determinantes dos
eventos, sendo um importante instrumento na adoção de estratégias que visam corrigir
distorções e evitar a ocorrência de tais óbitos. Estamos com percentual de investigações
acima do Estado de Pernambuco que, segundo o Comitê, investiga cerca de 40% de seus
óbitos infantis.
A partir do mês de abril de 2012, o DSEI vem utilizando a estratégia do apio Integrado
para iniciar uma conversa com as Regiões de Saúde com população indígena para tratar
dentre outras questões, a garantia de membros da saúde indígena nos comitês de
mortalidade fetal, materno-infantil em todas as regiões, com também, nos GT de
mortalidade dos municípios com população indígena. No momento foi
acordado,verbalmente, em 4 das 5 regiões de saúde com população indígena a
participação dos nossos Coordenadores das EMSI nos GT de mortalidade como também
nos comitês das regiões de saúde. Com relação à discussão dos óbitos com as EMSI,
ainda não existe, pois muitas vezes a discussão se restringe aos comitês e quando existe
alteração das causas básicas é enviado ao SIASI e município para alteração. Com a
participação dos Técnicos da Saúde Indígena nos Comitês regionais e GT municipais,
teremos como iniciar as discussões dos óbitos com a EMSI. Ainda, na questão das
discussões dos casos de óbitos o DSEI tem dificuldade com relação a distancia entre as
áreas e poucos componentes dos comitês para se deslocar e a pouca adesão dos
municípios a formar o GT de mortalidade fetal, materno-infantil.
Atikum
Fulni-ô
Kambiw
á
Kapinaw
á
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rá
Panka
raru
Entre
Serra
s
PipipanTru
káTu
xá
Xukuru
Ororu
bá
Xukuru
Cimbres
00.5
11.5
22.5
33.5
44.5
3
0
4
0
1
3
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1
2
0
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1
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0
1
Óbitos Infantis Investigados por Polo Base DSEI PE - 2012
Óbitos InfantisÓbitos investigados
Inves-tigados
94%
Não Investigados6%
Óbitos Infantis Investigados DSEI PE - Jan a Nov 2012
Atikum
Fulni-ô
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Entre
Serra
s
PipipanTru
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Cimbres
0123456
0 0 0 0 0
1
0 0
2
0
5
00 0 0 0 0
1
0 0
2
0
5
0
Óbitos Fetais Investigados por Polo Base DSEI PE - 2012
Óbitos FetaisÓbitos investigados
Com relação aos óbitos fetais (08 no total) 100% foram investigados pelo DSEI PE. As
investigações apontam para falha na assistência ao parto após análise. Este ano tivemos
acesso ao Comitê de Óbito Fetal e Infantil da VI GERES, em Arcoverde, uma das
Regionais de Saúde de Pernambuco que abrangem área indígena.
O DSEI PE deve melhorar a investigação dos óbitos em Mulheres em Idade Fértil
(MIF). Apesar dos treinamentos em Vigilância Epidemiológica, conseguimos alcançar
apenas 25% de investigação desses óbitos. A investigação de óbitos em MIF existe para
Investigados100%
Óbitos Fetais Investigados DSEI PE - 2012
Atikum
Fulni-ô
Kambiw
á
Kapinaw
á
Panka
rá
Panka
raru
Entre
Serra
s
PipipanTru
káTu
xá
Xukuru
Ororu
bá
Xukuru
Cimbres
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.21 1
0
1 1 1 1
0
1 1
0 00 0 0 0 0 0 0 0
1 1
0 0
Óbitos MIF Investigados DSEI PE - 2012
Óbitos MIF Óbitos MIF Investigados
Investigados25%
Não Investigados75%
Óbitos MIF Investigados DSEI PE - 2012
se descobrir um possível óbito materno. As EMSI após constatarem que não se trata de
um óbito materno falham em não enviar a ficha de Investigação MIF devidamente
preenchida, mesmo descartado óbito materno. Será reforçada a importância de tais
ações nas futuras supervisões em loco. Felizmente, não tivemos Óbitos Maternos no
período.
Apesar de termos um bom recebimento das fichas de investigação de óbito preenchidas,
muitas delas vêm incompletas e/ou sem a participação do médico da equipe para
conclusão da investigação. Todos os médicos das equipes conhecem e devem exercer o
ato privativo de definir diagnóstico também nas investigações dos óbitos ocorridos nas
aldeias. A Autópsia Verbal confere ao médico total segurança para a conclusão da
investigação, segundo o Manual de Investigações de Óbito do Ministério da Saúde,
portanto não existe razão para ainda recebermos fichas sem o registro dos médicos.
Sistemas de Informação
As informações do DSEIPE relacionadas aos óbitos são confiáveis. O DSEI recebe,
através da área técnica de vigilância em saúde, todas as informações referentes às
principais causas de óbitos, no entanto após a investigação algumas causas são
alteradas. No que diz respeito à obtenção das informações referentes aos óbitos,
observa-se que, na maioria, das vezes, demora a serem registrados e essa demora
distorce as informações. Todos os óbitos que ocorrem na abrangência do DSEIPE são
inseridos no SIM, SIASI, lembrando que o distrito está em processo de inserção no
FORMUSUS. A inserção das informações no SIM é de responsabilidade do município,
todos os dados referentes aos óbitos são inseridos no SIM dos municípios com
população indígena. O Coordenador da Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena –
EMSI informa a vigilância epidemiológica do município os óbitos, como também
realizarem a comparação entre os sistemas de informação SIM e SIASI. Os Polos Base
que tem acesso a internet alimentam o FormSUS na base local, já os pólos que não
possui o acesso a internet a orientação é que os mesmos enviem,mensalmente, as copias
das DO para a sede do DSEI para que a técnica da epidemiologia possa alimentar o
sistema.
Quanto à questão do tempo de notificação e de investigação a partir da data dos óbitos
60% são investigados até 60 dias, os demais 40% levam até 120 dias ultrapassando o
prazo do protocolo. O DSEI nunca precisou lançar mão da declaração de óbito
epidemiológica.
O estado de Pernambuco está divido em 12 regiões de saúde e regionalizado por 4
macro regiões. Conforme mostra os mapas abaixo:
A população Indígena de Pernambuco está distribuída em 5 regiões de saúde que são:
- IV Geres – município de Pesqueira. Etnias Xukuru e Xukuru de Cimbres.
- V Geres – município de Águas Belas. Etnia Fulni-Ô;
GERES IGERES II
GERES IIIGERES IV
GERES V
GERES VIGERES VII
GERES VIII
GERES IXGERES X
GERES XI
GERES XII
Petrolina
Serra Talhada
Caruaru
Recife
MACRORREGIÃO 1 - Metropolitana ( Regiões de Saúde - I, II, III, XII)MACRORREGIÃO 2 - Agreste (Regiões de Saúde - IV, V)MACRORREGIÃO 3 - Sertão ( Regiões de Saúde – VI, X, XI)MACRORREGIÃO 4 - Vale do São Francisco e Araripe(Regiões de Saúde – VII, VIII e IX)
- VI Geres – municípios: Buíque, Ibimirim, Inajá, Jatobá, Tacaratu, Petrolândia e
Tupanatinga. Etnias Kambiwá, Kambiwá Tuxá, Kapinawá.
-VIII Geres – municípios Cabrobó e Orocó, região da rede PEBA. Etnias Truká
e Truká Tapera.
XI- Geres – municípios de Carnaubeira da Penha e Floresta. Etnias Pankara e
Atikum em Carnaubeira da Penha e o povo Pipipan em Floresta.
Atual desenho da Rede Cegonha em Pernambuco
• Portaria 1459 de 24/06/2011
• Componentes
• Pré-natal;
• Parto e Nascimento;
• Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança;
• Sistema Logístico – regulação de leitos e transporte Sanitário.
• Financiamento Federal
• Componente Pré – Natal – R$ 6.223.437,46;
• Componente Parto e Nascimento – R$ 70.390.243,57
Portarias Municípios Valor
Nº 534 de 28 /03/ 2012 20 municípios R$ 2.206.055,70.
Nº 1.222 de 13/06/2012 26 municípios R$ 528.067,26
Nº 1.918 de 5/09/2012 114 municípios R$ 2.800.000,00
Nº 2.556 de 08/11/2012 25 municípios R$ 689.314,50
Total 185 municípios R$ 6.223.437,46
Situação Atual
Componente Parto e Nascimento:
Portarias Serviços Valor
Nº 3.063 de 21/12/2011 HC, IMIP, CISAM e HAM R$ 32.696.173,57
Nº 1.498 de 12/07/2012 HBL e Dom Malam R$ 18,200.000,00
Nº 1.506 de 12/06/2012 HJM, Brites de Albuquerque , Petronila Campos
R$ 29.000.000,00
Nº 1.885 de 04/09/2012 Hospital Jesus Nazareno R$ 8.512.070,00
Total R$ 70.390.243,57
Fortalecimento da Rede Materna e Infantil
• Qualificação da maternidade do Hospital João Murilo em Alto Risco com 10 leitos e
UTI e 10 de UCI neonatal
• Contratualização de 30 leitos de alto risco, 06 leitos de UTI neonatal e 09 de UCI
neonatal em maternidade privada (Santa Lúcia)
• Reabertura da Maternidade Brites de Albuquerque com 24 leitos de risco habitual
• Reabertura da maternidade Petronila Campos com 30 leitos de risco habitual
Descentralização da Rede de Alto Risco (em processo)
• Construção do Hospital da Mulher em Caruaru (Macro II – Caruaru)
• Qualificação do Hospital Agamenon Magalhães em Serra Talhada para alto risco
(Macro III Serra Talhada)
• Construção da maternidade de alto risco no município de Jaboatão dos Guararapes
Pactuado em CIB (10/12/12) Implantação dos Testes rápidos de HIV e Sífilis na
Atenção Primária (capacitação dos profissionais da AP dos municípios
com início em março de 2013 em parceria com o CIES).
Como podemos observar o estado de Pernambuco já tem o desenho da Rede Cegonha,
no entanto, ainda não existe o pleno acesso das gestantes indígenas e não indígenas aos
serviços referências para pré-natal de alto risco, assim como não acontece na sua
totalidade o acesso as referências para partos de alto risco. Nos municípios com
população indígena a dificuldade para acessar os serviços é grande. Existem situações
em que os municípios não conseguem garantir os serviços básicos como os exames de
rotina no pré-natal. O número de oferta é tão reduzido, em alguns municípios, existem
cotas para as gestantes realizarem os exames básicos da rotina do pré-natal.
O DSEI-PE participa de reuniões do grupo condutor da Secretaria Estadual de Saúde
como também dos fóruns perinatais que acontecem na I região de saúde. A área técnica
tem encontrado dificuldades quando ao acesso as agendas das reuniões. Com a inserção
da estratégia do apoio integrado no DSEI, o acesso às agendas da rede cegonha e demais
redes tem sido mais fácil, esse acesso está se dando através da articulação com os
demais apoiadores do MS no território e a nível central.
Além da Rede Cegonha o estado de Pernambuco possui a estratégia de uma Rede de
Atenção Integral do Cuidado a Gestante e a Criança, o Programa Mãe Coruja
Pernambucana.
Diretrizes do Programa:
• Constituir uma Rede de Atenção Integral do Cuidado a Gestante e a Criança
• Articular instância de co-gestão do cuidado no território municipal
• Implementar linhas de cuidado
• Qualificar o Canto Mãe Coruja como estrutura matricial indutora do cuidado no
território.
• Situação Atual: Implantado em 103 municípios do Estado
90.595 gestantes e 42.571crianças acompanhadas/2012.
O Programa Mãe Coruja Pernambucana tem como objetivo
garantir a atenção integral às gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde e seus filhos
até 5 anos, criando uma rede solidária para redução da mortalidade materna e infantil
além da melhoria de indicadores sociais, através de ações articuladas
entre os eixos de saúde, educação e desenvolvimento social.
Todas as ações do Programa são realizadas em parceria com os municípios e a
sociedade, procurando fortalecer os vínculos afetivos e garantir às crianças nascidas em
território pernambucano o direito a um nascimento e desenvolvimento saudável e
harmonioso. O Programa Mãe Coruja Pernambucana foi implantado no Estado em 2007
e tornou-se a lei 13.959 em 15/12/2009. Atualmente nas doze Regionais de Saúde, em
103 municípios do Estado de Pernambuco, que apresentavam o coeficiente de
mortalidade infantil acima de 25 por mil nascidos vivos.
O Programa possui mais de 90.000 mulheres cadastradas e mais de 40 mil crianças
acompanhadas(Fonte:Sistema de Informação do Programa Mãe Coruja Pernambucana,
Dez/2012) pelos 103 Cantos Mãe Coruja. O Canto é um espaço de acolhimento, onde
ocorre o cadastramento e acompanhamento das gestantes. Existem nestes espaços dois
profissionais de nível superior selecionados pelo estado para atuarem nos municípios
como gestores de monitoramento e acompanhamento, articulando com o
município e sociedade as ações do programa para garantia do cuidado com a gestante,
criança e famílias do programa no âmbito local.
Com relação à estratégia do programa mãe coruja o DSEIPE está realizando articulação,
parceria com as coordenações das regiões de saúde visando trazer os coordenadores do
programa mãe coruja para discutir a referida estratégia dentro das aldeias com
lideranças, caíque, pajé, EMSI e técnicos da DIASI. No território do DSEI já existem
gestantes indígenas acompanhadas pelo programa mãe coruja. Há um arranjo sendo
fechado entre o distrito e as coordenadoras do programa para iniciar um levantamento
de quantas gestantes são atendidas pelo mãe coruja, por polo base.
Durante os meses de março e abril foram realizados arranjos, reuniões, encontros
sistemáticos com técnicos da DIASI e técnicos das EMSI, técnicos das regiões de saúde
e secretarias municipais de saúde. Através desses movimentos conseguimos identificar
determinantes de cuidados e assistência que provocam gargalos dificuldades de acesso e
problemas de resolutividade no DSEI. Abaixo os pontos que foram identificados:
- Mortalidade fetal materno-infantil e MIF
Pouca oferta de maternidades de referência para partos de alto risco;
Hospitais de referência sem estrutura física e técnica para atender adequadamente
partos de risco habitual e especialmente alto risco;
Maternidades sem corpo técnico para garantir o atendimento de parto de alto risco. As
gestantes chegam a percorrer, em trabalho de parto, até mais de três municípios em
busca do serviço de referência, às vezes, chegam a viajar mais de 300 km para
conseguirem acesso aos serviços, potencializando o risco de óbitos do RN e da mãe;
Ausência de referência, na maioria dos municípios com população indígena, para pré-
natal de alto risco.
- Investigação e Notificação dos Óbitos
Familiares que tem resistência em entregar a Declaração de Óbito (DO)para EMSI;
Constante mudança de endereço por parte de alguns indígenas;
Quando o óbito ocorre nos serviços de referência existe uma demora no retorno dessa
informação por parte da família;
Falta de GT de mortalidade na maioria dos municípios com população indígena;
Demora do Comitê de Mortalidade do Estado em dar retorno ao DSEI e ás SMS
quando as causas mal definidas de morte e óbitos sem assistência.
- Pré- natal
Dificuldades em captar as gestantes no primeiro trimestre, devido à deficiência nas
ações de educação em saúde, por parte dos AIS;
Gestantes adolescentes, mulheres sem parceiro fixo tendem a escondem a gestação até o
ultimo momento.
Dificuldades de acesso aos serviços de exames de rotina do pré-natal nos municípios de
referência;
Gestantes que saem da aldeia para residir, temporariamente, nas cidades vizinhas,
dificultando o monitoramento das mesmas;
Quebra da rotina, por parte das EMSI, em cumprir o cronograma do pré-natal, por conta
de problemas na logística dos transportes;
Os enfermeiros relatam que gestantes que já fizeram consultas de pré-natal apresentam
uma melhor adesão, chegando a fazer até nove consultas no período;
Ausência de referência, na maioria dos municípios com população indígena, para pré-
natal de alto risco.
-Puerpério
Os enfermeiros das referidas EMSI relataram que uma das dificuldades para realizar a
consulta do puerpério se dá pelo fato de algumas gestantes mudarem, provisoriamente,
para as cidades vizinhas e permanecem fora da aldeia cerca de dois meses após o parto;
Melhorar o planejamento das visitas às puérperas, para garantir o adequado
monitoramento.
Puericultura
Atuação dos AIS ineficiente, na identificação de demanda e monitoramento;
Os enfermeiros estão realizando a consulta das crianças de 0 a 5 anos;
Ainda é deficiente o acompanhamento pelos médicos das EMSI.
- SISVAN
Melhorar a captação das crianças por parte do AIS;
Pouca adesão das mães;
Só são encaminhadas para o atendimento dos enfermeiros as crianças com déficit de
peso;
Melhorar a qualidade da coleta e registro dos dados referente ao acompanhamento por
parte dos AIS.
Com relação ao Comitê de mortalidade no ano de 2009 o DSEI-PE instituiu o seu
primeiro Comitê Distrital de Prevenção da Mortalidade Infantil e Fetal Indígena que
atou até o ano de 2012. Por conta da evasão da maioria dos membros não foi possível
dar continuidade as ações. No momento o referido comitê encontra-se desativado. Vale
salientar que o DSEIPE estar reestruturando o seu Comitê e já têm a minuta da Portaria
NR. 01, de 10 de outubro de 2012, publicada, só falta à indicação do membro da SES.
Os técnicos da EMSI enviam mensalmente as cópias de todos os óbitos para a sede do
DSEI, SMS. Lembrando que todos os óbitos são inseridos no SIASI , investigados,
analisados e quando detectado mudança da causa básica o DSEI informa a EMSI para
que seja realizada a alteração no SIASI e na SMS. Todos os óbitos que ocorrem no
DSEI-PE são notificados nos municípios com população indígena. No entanto, o DSEI
está em fase de construção de arranjos e agendas sistemáticas as áreas técnicas das SMS
e técnicos do DSEI e EMSI.
Na questão da notificação e investigação dos óbitos o DSEIPE segue o fluxo do
município. Vale ressaltar que não há problemas com relação à declaração de óbitos
frente aos cartórios, pois os indígenas tem acesso aos cartórios. Na sua grande maioria
os indígenas em Pernambuco possuem documentos oficiais de identificação.
O DSEI vem buscando parceira com as referências técnicas do estado assim como nos
municípios, no momento estamos afinado as conversar e criando agendas sistemáticas
de encontros para discussão da inserção dos nossos Coordenadores das EMSI em
encontros com técnicos da vigilância em saúde para comparar sistematicamente os
dados nos sistemas SIM nos municípios como no SIASI.
No DSEI-PE não é comum a representação etno-culturais nos fatores intervenientes as
causas dos óbitos, mas quando ocorre da comunidade ter o entendimento de uma morte
por questões etno-culturais a EMSI se reuni com as lideranças, pajés e cacique para
buscar qual a representação que aquele óbito teve para a comunidade.
Nas reuniões dos conselhos locais e Distrital são apresentados e discutidos os dados
referentes à mortalidade fetal, materno-infantil. O controle social no DSEIPE tem
efetiva participação nas discussões referentes aos indicadores da saúde indígena. Todos
os indicadores de saúde são apresentados e validados pelo controle social nas reuniões
do CONDISI.
Atualmente a população indígena de Pernambuco vem passando pelo processo de
readequação ao acesso dos serviços de média e alta complexidade. Tal ação está se
concretizando por meio da regulação do acesso através dos municípios e estado. Esse
processo está em fase inicial. Já é percebida pelos indígenas a mudança no fluxo do
acesso as referências de saúde. Quando a questão do Incentivo de Atenção
Especializada aos Povos Indígenas – IAE-PI. O DSEI está realizando um mapeamento
desses serviços e de como o mesmo está sendo o mesmo está sendo prestada a
população.
O apoio integrado do DSEIPE mantém agendas de encontros, troca de e-mail, vídeo
conferências, via telefone com os demais apoiadores do MS. Atualmente existe um
fluxo de informação, arranjos entre o apoio do DSEI e os demais apoiadores
Alexandra Galvão de Oliveira JapiassuApoiadora MS/SESAI/DSEIPE