Regência no 3 e 4

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Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa

2. Argumentação e Retórica

2.1. O domínio do discurso argumentativo – a procura

de adesão do auditório

2.1.3. Persuadir e convencer: ethos, pathos e logos

___________________________________________________________________________

Regência nº 3 e 4

1º Período

11º B

Orientadora Cooperante: Dr.ª Blandina Lopes

Professora Estagiária: Rafaela Francisca Cardoso

Porto, 2015

Dados de Identificação

Professora Estagiária: Rafaela Francisca Cardoso

Disciplina: Filosofia Ano de Escolaridade: 11º Turma: B

Tema: Argumentação e retórica

Unidade: O domínio do discurso argumentativo – a procura de adesão

do auditório

Subunidade: Persuadir e convencer: ethos, pathos e logos

Sumário:

Continuação da análise do tema: O domínio do discurso argumentativo – a

procura de adesão do auditório. Persuadir e convencer: ethos, pathos e logos.

Análise dos discursos publicitário e político como exemplos de discurso

persuasivo. A importância da sedução.

Leitura e análise de textos e de imagens.

Data: 26/11/2015 Duração: 50 + 50 minutos Regência nº: 3 e 4 Lição nº: 29 e 30

Objetivos:

Gerais:

Compreender a importância do discurso argumentativo;

A procura de adesão ao auditório;

Persuadir e convencer;

Mostrar o papel do ethos, pathos e logos no contexto da

retórica.

Específicos:

Diferenciar os termos persuadir e convencer;

Perceber a eficácia dos três pilares da argumentação persuasiva: ethos,

pathos e logos;

Caracterizar dois tipos de discurso: publicitário e político.

Conteúdos

Programáticos

Objetivos/Competências Conceitos

Nucleares

Recursos/Estratégias Avaliação Tempo

2. Argumentação e

Retórica

2.1. O domínio do

discurso argumentativo –

a procura de adesão do

auditório

2.1.3. Persuadir e

convencer: ethos, pathos

e logos

Breve sistematização

acerca dos elementos

abarcados na

argumentação;

Compreender a

diferença entre

persuadir e convencer,

inseridos no discurso

argumentativo;

Argumentação

Retórica

Orador

Auditório

Persuadir

Convencer

Ethos

Pathos

Logos

Lição nº + Sumário

Método dialógico;

Apresentação

PowerPoint –

(inserido um vídeo

de apresentação do

tema da presente

aula);

Pontualidade;

Material;

Interação com os

colegas;

Comportamento;

Participação

pertinente (autónoma

e apropriada);

10 min

35 min

Compreender os três

tipos de provas que

Aristóteles distingue

no discurso retórico:

ethos, pathos e logos;

Enunciar e analisar as

características

particulares de

discursos fortes que

pretendem cativar

atenção do auditório:

discurso publicitário e

discurso político;

Discurso

Publicidade

Política

Opinião Pública

Fornecimento de

imagens de caráter

publicitário, por

contraposição a um

discurso de

propaganda

política;

Leitura e análise de

textos presentes no

manual adotado;

Conclusões;

Adequação e

articulação dos

conceitos previamente

adquiridos.

15 min

20 min

Salientar quando

estamos perante a

manipulação das

palavras – discurso;

ATIVIDADE (p.

98 do manual

adotado);

Entrega e

realização de uma

ficha de trabalho;

20 min

Fundamentação Científica

As aulas lecionadas inserem-se no tema 2. Argumentação e retórica, mais

especificamente no ponto 2.1.3. Persuadir e convencer: ethos, pathos e logos.

Na presente aula daremos seguimento ao tema tratado anteriormente sobre a procura de

adesão do auditório. É fundamental inicialmente compreender que todo o processo

argumentativo tem como ponto de partida um objeto de acordo, isto é, uma premissa q ue é

admitida pelo auditório, o orador deve assim ajustar o seu objeto de acordo às sua motivações

para assim conseguir, mais facilmente, persuadir ou convencer o seu auditório. Ao falar em

persuadir e convencer, atendamos que não significam o mesmo, por persuasão

compreendemos o objetivo do discurso dirigido a um auditório particular e por convencer

atendemos ao objetivo do discurso dirigido a um auditório universal.

Na medida em que, o discurso argumentativo combina a arte de persuadir com a de

convencer, não se deve estabelecer uma distinção muito rígida entre ambos. No discurso

retórico Aristóteles, distingue três tipos de provas: as provas baseadas no ethos, no pathos e

no logos.

Relativamente ao ethos, e como a palavra indica deriva do grego e significa costume,

hábito, maneira de ser de uma pessoa e vai então no discurso identificar-se com o caráter

moral do orador, ou seja, é a dimensão relativa ao caráter do orador, este deve ser virtuoso e

credível para conseguir a confiança do seu auditório. Quando Aristóteles fala em ethos, não

se refere ao caráter real do orador, mas a uma técnica retórica que tem de cultivar para dar a

impressão de que é uma pessoa integra, desta forma, causa boa impressão, fazendo crer que

possui racionalidade e excelência e benevolência, estas últimas características que lhe

permitirão mostrar que possui experiência e sabedoria e que, além disso, é incapaz de

deturpar os acontecimentos.

Quando ao Pathos, palavra grega que significa paixão, sofrimento, condição de quem é

sensível e se deixa afetar. Na retórica o pathos centra-se no auditório e refere-se aos

sentimentos provocados nos ouvintes pelo orador. Este elemento é fundamental na forma

como o auditório irá receber a informação do orador, dado que a reação do público é

diferente conforme vive estados de tristeza ou de alegria.

Por fim, no que concerne ao logos, é um termo que em grego significa palavra, razão,

pensamento, discurso. Neste contexto, logos trata daquilo que é dito, ou seja, ao discurso

argumentativo ou ao conjunto de argumentos utilizados pelo orador na defesa da sua tese. É o

logos o aspeto que Aristóteles mais desenvolve, acrescentando que o poder convincente do

discurso exige que os argumentos, bem como o orador que os enuncia, assumam um estilo

especial no decorrer argumentação.

O nexo do ethos, pathos e logos surge na medida em que temos um auditório a quem o

nosso discurso se dirige e o qual queremos que tenha sucesso e seja aceite pelo meu

auditório: persuasão do meu auditório em direção ao que eu (orador) apresento e defendo.

Vejamos, um médico também não consegue curar todos os seus pacientes ao longo da

sua carreira, um orador também não é capaz de obter a adesão do auditório a todas e

quaisquer perspetivas, deve portanto, esforçar-se no sentido mais próximo a esse.

Atendamos, em seguida, a dois exemplos fortes de discursos que têm como intenção

cativar a atenção do seu auditório, sendo estes: o discurso publicitário e o da propaganda

política.

Quando ao discurso publicitário, este dirige-se a um auditório específico, pretende ser

sedutor e, em geral, opta por mensagens curtas (imagens/sonoridade). E, do mesmo modo, o

discurso político, também pretende captar atenção do auditório, recorrendo muitas vezes aos

objetos de acordo. Assim o discurso político deve ir ao encontro das preocupações da opinião

pública, ou seja, ao encontro de questões de interesse coletivo. O discurso político tem como

principais características dirigir-se a vários auditórios particulares, ser sedutor (na medida em

que procura conquistar massas), é muitas vezes manipulador não olhando aos meios para

atingir os seus fins e, em geral, forma a opinião pública sendo ainda formado por ela.

Podemos até aqui perceber que a retórica proporciona um conjunto de técnicas para

persuadir as pessoas, aquele que domina essas técnicas, passa a ter um certo poder, poder este

que tanto pode ser bem utilizado como não. Podendo distinguir-se dois usos da retórica: a

manipulação e a persuasão racional. Para percebermos a diferença, pensemos que num

auditório estão sempre pessoas e que pessoas são racionais. Ora, as pessoas têm a capacidade

de raciocinar e, por isso, são sensíveis à argumentação, porém as pessoas não são, na sua

totalidade, racionais e muitas vezes deixam afetar-se por fatores externos à razão e

raciocinam mal. Causas disso mesmo são muitas vezes, preconceitos religiosos, sexistas ou

racistas.

Em suma, um auditório é determinado por pessoas que têm uma razão limitada. Desta

forma, a manipulação tem que ver com o uso da retórica em que as limitações da

racionalidade do auditório são vistas como uma oportunidade a explorar, enquanto que, a

persuasão racional corresponde ao uso da retórica em que as limitações da racionalidade do

auditório são vistas como um obstáculo a ultrapassar. Aqui, não se tem em vista iludir as

pessoas, respeita-se sim a sua autonomia e singularidade. As questões a explicitar e

problematizar na presente aula têm uma enorme pertinência, não só porque vivemos na era da

comunicação e somos assim invadidos pelo seu bom e mau uso, mas também, porque em

filosofia nos preocupamos sempre com a procura do saber, e portanto, com a descoberta da

verdade.

Fundamentação Pedagógico-Didática

As aulas lecionadas inserem-se no tema 2. Argumentação e retórica, mais

especificamente no ponto 2.1.3. Persuadir e convencer: ethos, pathos e logos. Tendo em

conta um sentido de continuidade da aula anterior, começaremos por fazer uma breve síntese

em volta do discurso argumentativo – a procura de adesão do auditório, onde recorreremos à

participação dos estudantes por forma a consolidar conhecimentos, bem como para criar um

fio condutor para a presente aula. Passamos, em diante, à introdução do tema da aula:

Persuadir e convencer: ethos, pathos e logos.

Posteriormente, e dando agora inicio à explicitação dos conteúdos relativos à presente

aula, passamos à mostra dos conteúdos, com recurso a PowerPoint e seguindo slide a slide,

onde em cada um decorrerá a devida explicitação dos elementos integrantes do tema a tratar,

com recurso a exemplos para uma maior compreensão e dinamismo por parte dos nossos

estudantes (entenda-se por exemplos: imagens e vídeos ilustrativos dos conteúdos a lecionar).

O PowerPoint é uma das ferramentas mais utilizadas em contexto de sala de aula, na

medida em que nela podemos inserir imagens, animações, esquemas, mapas conceptuais, etc.,

os quais quando em conformidade com a matéria a lecionar são uma mais valia para os

estudantes, na medida em que, promovem a interação dos alunos e, consequentemente, o seu

proveito da aula será maior. A escolha deste recurso prende-se com o facto de a matéria a

lecionar permitir algum dinamismo e ser de mais fácil compreensão quando com recurso a

imagens, textos e vídeos, e estes, poderem assim estar inseridos numa apresentação

PowerPoint como acima enunciamos.

Durante a análise e explicitação do PowerPoint, será pedido aos estudantes que abram o

manual, para conjuntamente com o professor lerem e analisarem os textos presentes no

manual adotado acerca do tema em questão, uma vez que, trabalhamos essencialmente na

base do discurso. Tendo em conta a importância do recurso a trabalho de texto e por forma a

desenvolver capacidades fundamentais nos estudantes, como a interpretação e a relação entre

ideias a assimilar, considera-se um trabalho fundamental na Filosofia, bem como em todo o

processo ensino-aprendizagem. Posteriormente passamos ao fornecimento de imagens de

caráter publicitário, por contraposição a um discurso de propaganda política para que os

estudantes possam, após a explicitação das características de ambos, identifica- las nos

recursos agora apresentados.

Por fim os estudantes procederão à realização de uma atividade do manual e de uma ficha de

trabalho, onde se pretende aferir a compreensão dos mesmos relativamente aos conteúdos

lecionados.

Bibliografia

Abrunhosa, M., Leitão, M. (2008). Um outro olhar sobre o mundo. Porto: Edições ASA.

Almeida, A. (2003). Dicionário Escolar de Filosofia. Lisboa: Plátano Editora.

Almeida, A. (2007). Arte de Pensar 11º ano – Vol. 2. Lisboa: Didática Editora.

Almeida, A., Murcho, D. (2014). 50 Lições de Filosofia 11.º Ano. Didática Editora.

Borges, J.F., Paiva, M., &Tavares, O. (2014). Novos Contextos 11º Ano. Porto: Porto Editora.

Anexos

ANEXO I – PowerPoint (slides) + vídeo + imagens publicitárias e discursos de

propaganda política

ANEXO II – Páginas do manual adotado – textos analisar

ANEXO III – Conclusões a ditar para o caderno diário

ANEXO VI – Ficha de trabalho a realizar

ANEXO VII – Grelha de observação

ANEXO I – PowerPoint

Persuadireconvencer(texto4)Emprimeiroooradortemdeterumobjetodeacordoquemelhorseajusteàsmo vaçõesdoauditório,casocontrárionãooconseguirápersuadirouconvencer.

Persuadireconvencerserãoamesmacoisa?(confrontaraperspe vadeCh.Perelman)

-Persuade-seumauditóriopar cular,tendoemcontaassuasespecificidadesafe vasevalora vas;

-Convence-seumauditóriouniversal,apar rdeargumentosracionaisquesãouniversalizáveis.

OBJETODEACORDO

doâmbitodoreal

doâmbitodopreferível

EXEMPLOSFORTESDEDISCURSOSQUEPRETENDEMCATIVARA

ATENÇÃODOAUDITÓRIO:

(textos7,8e9)

Relaçãoestreitaentreoethos,opathoseologos:

AsEMOÇÕES(pathos)queoDISCURSO(logos)dooradorsuscitanoauditóriotêmumpapelimportantenaconstruçãodaimagemqueaqueleconstróiacercadoCARÁTER(ethos)dooradore,dessemodo,dasuacapacidadedepersuasão.

Asaber…

PATHOS ETHOSLOGOS

EXEMPLOSFORTESDEDISCURSOSQUEPRETENDEMCATIVARA

ATENÇÃODOAUDITÓRIO:

(textos7,8e9)

DISCURSOPUBLICITÁRIO

Ethos?Pathos?Logos?

ü DISCURSOPOLÍTICOPROPAGANDAPOLÍTICA

• Dirige-seaváriosauditóriospar culares;

• Sedutoremuitasvezesmanipulador;

• U lizainterrogaçõesretóricas,expressõesambíguaserepe ções;

• Reforçaopiniõesprévias;

• Formaaopiniãopúblicaeéformadoporela;

Conjuntodepensamentosdoscidadãos sobre questões deinteressecole vo.

Emsíntese:RacionalidadeArgumenta va

LógicaInformal

Contextodasrelaçõeshumanas:comunicação

-visaaADESÃO

Quemdiz

Orador

Ethos

Oquediz

Tese

Logos

Aquemdiz

Auditório

Pathos

ANEXO II – Páginas do manual adotado – textos analisar

\

ANEXO III – Conclusões a ditar para o caderno diário

Conclusão a ditar:

O ethos centra-se no orador e refere-se à sua credibilidade e caráter, que devem ser reconhecidos por aqueles

que o escutam;

O pathos centra-se no auditório e relaciona-se com o tipo de emoções e paixões que o orador é capaz de nele

desencadear;

Por último, o logos refere-se ao discurso e significa que a adesão provocada no auditório se deve

exclusivamente aos argumentos apresentados.

ANEXO VI – Ficha de trabalho a realizar

2. Argumentação e retórica 2.1.3. Persuadir e convencer: ethos, pathos e logos

Nome: Ano: Turma:

1. Tendo em conta a distinção feita por Perelman entre “persuadir” e “convencer”,

refira em que sentido a filosofia se relaciona com o auditório universal.

“Aristóteles, pai fundador da retórica (...) compreende o que mais ninguém depois dele

percebe: o ethos, o pathos e o logos estão em pé de igualdade na relação retórica.”

Michel Meyer et al. (1999), História da Retórica, Lisboa, Temas e Debates, p. 266.

2. Mostre, com base nesta afirmação, a importância do ethos, do pathos e do logos

no âmbito da relação retórica.

3. Estabeleça a correspondência entre os conceitos apresentados à esquerda e as

estratégias de persuasão propostas por Aristóteles:

Atenção dada ao orador.

A

ETHOS

B

PATHOS

C LOGOS

Evidência naquilo que o orador diz e como diz.

Sentimentos provocados nos ouvintes.

Estrutura argumentativa segundo um plano adequado.

Credibilidade do sujeito que fala.

Ponderação, racionalidade e lealdade.

Estrutura do discurso.

Caráter do emissor.

Discurso com ritmo.

Ênfase posta no auditório.

Conjunto de argumentos.

Público predisposto a emocionar-se.

Ser afetado na sensibilidade.

O que o orador proclama.

4. Enuncie as principais características de um discurso publicitário e de um

discurso político.

BOM TRABALHO!

ANEXO VII – Grelha de observação

Grelha de avaliação dos alunos.

Ser e Saber Estar Saber e Saber Fazer

Alunos Pontualidade Material

Comportamento

adequado à sala de aula

Realiza as

atividades propostas

Participa

ativamente nas atividades propostas

Cuidado na argumentação

Qualidade e

pertinência nas respostas solicitadas

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

13.

14.

15.

16.

17.

18.

19.

20.

21.

22.

23.

24.

25.

26.

Classificação:

Não Satisfaz - NS; Satisfaz - S; Bom – B; Muito Bom – MB;