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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIACAMPUS CAPANEMA
AGRONOMIADISCIPLINA DE AGROMETEOROLOGIA
PROFESSORA JOAQUIM ALVES
INTERAÇÕES DE TEMPERATURA, UMIDADE E FITOSSANIDADE
AKIM AFONSO GARCIA
ALEXIA OHANA C. DA SILVA COELHO
AMANDA LEAL DE SOUZA
AMANDA MACHADO DE LIMA
ANA KEILA NASCIMENTO MORAES
CAPANEMA-PA
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIACAMPUS CAPANEMA
AGRONOMIA
INTERAÇÕES DE TEMPERATURA, UMIDADE E FITOSSANIDADE
Trabalho apresentado ao professor Joaquim Alves da
disciplina de Agrometeorologia do curso de
Agronomia.
CAPANEMA-PA
2015
1. INTRODUÇÃO
O vapor d’agua atmosférico, ou seja, a umidade do ar é um fator determinante do nível
e da qualidade de vida em um ambiente. Para a agricultura, o nível com que a umidade do ar
ocorre em um ambiente terá efeito decisivo nas relações entre as plantas e as pragas ou
doenças, sobre a qualidade dos produtos, e também sobre o conforto animal (Pereira et al.).
Com o aumento expressivo da temperatura e umidade em todo planeta, acaba-se
criando um ambiente favorável para a propagação de diversas pragas, a entomofauna é um
dos mais importantes meios de disseminação de muitas doenças, através de insetos que
constituem os seus principais vetores, que comprometem o ambiente ou que afetam o sistema
produtivo. Essas mudanças requerem a utilização de técnicas no combate dessas pragas, que
podem ser através de produtos químicos até controle biológico.
O objetivo desse trabalho é verificar as interações entre a temperatura e umidade, e sua
relação com disseminação de pragas, através das fitossanidades.
2. INTERAÇÃO ENTRE UMIDADE, TEMPERATURA E FITOSSANIDADE.
Apesar de a temperatura do ar ser um fator menos limitante do que a umidade no
desenvolvimento de doenças e pragas, é a combinação temperatura-umidade que irá
condicionar o sucesso do processo infeccioso da doença ou a incidência de ataque de uma
praga. A temperatura atua como agente moderador/amplificador nessa combinação. (Pereira
et al.).
Conhecendo as influências da temperatura e umidade sobre os processos vitais das
pragas, pode-se prever determinados tipos de pragas, que são dependentes dessas interações, e
também ajudará a tomar medidas preventivas ao seu combate. O desequilíbrio climático, na
forma de predominância do efeito de algum deles, poderá ser o precursor de grandes ataques
de pragas.
3. AS PRÁTICAS AGRÍCOLAS E SUAS INFLUÊNCIAS COM CLIMA E
FITOSSANIDADE.
O surgimento de pragas e doenças é determinada pelo macro e topoclima de uma
região, seguido pelo microclima. O uso de práticas agrícolas pode provocar alterações no
microclima de uma cultura, fazendo com que a região passe de pouco favorável para altamente
favorável á pragas e doenças. (Pereira et al)
Essas influências da temperatura podem ser benéficas ou maléficas, dependendo
diretamente de como a concentração de humidade nessa cultura, vai reagir na proliferação ou
inibição dessas pragas.
Muitas práticas culturais, algumas delas rotineiras, pode reduzir ou aumentar a
importância das doenças. Por exemplo, a nutrição das plantas deve ser equilibrada, de forma a
garantir o fornecimento de nutrientes em quantidade e no momento adequado. Excesso ou
deficiências de nutrientes irão predispor as plantas à invasão e proliferação de patógenos. Os
sistemas de irrigação, bem como o seu manejo, podem interferir significativamente na
predisposição das plantas ao patógeno, como também aumentar sua dispersão na área.
Desde o momento do planejamento do plantio algumas considerações devem ser
feitas, como a adequação da época e da variedade. A densidade das plantas na área pode sofrer
influência da época de plantio e do sistema de irrigação. Por exemplo, é preciso considerar que
densidades elevadas de plantio no período mais úmido do ano, aumentarão a predisposição a
doenças e vai requerer o ajuste na quantidade de água e nutrientes aplicados. Práticas como
preparo adequado do solo e a rotação de culturas poderão reduzir o potencial de inóculo de um
patógeno ou, se realizados de forma inadequada, aumentar a incidência e severidade dos
ataques. (GAVA; TAVARES, 2007)
O manejo adequado do sistema de irrigação pode evitar essa proliferação de doenças
nas plantações.
3.1. Irrigação.
A irrigação muda tanto as inter-relações da cultura com o ambiente como também tem
efeito marcante no desenvolvimento de doenças e pragas. O tipo de irrigação é fundamental
nessa interação, sendo que aquela feita por aspersão é a que traz maiores problemas por
modificar a combinação temperatura-umidade do ar. Essa alteração pode resultar em perdas
de qualidade e produtividade causadas principalmente por doenças fúngicas, pois pode
aumentar a duração do período de molhamento. (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS,
2007)
Dependendo do clima da região, a irrigação inadequada pode influenciar na
proliferação dos patógenos.
O surgimento de pragas e doenças é determinada pelo macro e topoclima de uma
região, seguido pelo microclima. O uso de práticas agrícolas pode provocar alterações no
microclima de uma cultura, fazendo com que a região passe de pouco favorável para altamente
favorável á pragas e doenças. (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS, 2007)
O manejo adequado do sistema de irrigação, previne ataques de pragas que são
sensíveis a temperatura e umidade.
Muitas práticas culturais, algumas delas rotineiras, pode reduzir ou aumentar a
importância das doenças. Por exemplo, a nutrição das plantas deve ser equilibrada, de forma a
garantir o fornecimento de nutrientes em quantidade e no momento adequado. Excesso ou
deficiências de nutrientes irão predispor as plantas à invasão e proliferação de patógenos. Os
sistemas de irrigação, bem como o seu manejo, podem interferir significativamente na
predisposição das plantas ao patógeno, como também aumentar sua dispersão na área.
Desde o momento do planejamento do plantio algumas considerações devem ser
feitas, como a adequação da época e da variedade. A densidade das plantas na área pode sofrer
influência da época de plantio e do sistema de irrigação. Por exemplo, é preciso considerar que
densidades elevadas de plantio no período mais úmido do ano, aumentarão a predisposição a
doenças e vai requerer o ajuste na quantidade de água e nutrientes aplicados. Práticas como
preparo adequado do solo e a rotação de culturas poderão reduzir o potencial de inoculo de um
patógeno ou, se realizados de forma inadequada, aumentar a incidência e severidade dos
ataques.
A irrigação muda tanto as inter-relações da cultura com o ambiente como também tem
efeito marcante no desenvolvimento de doenças e pragas. O tipo de irrigação é fundamental
nessa interação, sendo que aquela feita por aspersão é a que traz maiores problemas por
modificar a combinação temperatura-umidade do ar. Essa alteração pode resultar em perdas de
qualidade e produtividade causadas principalmente por doenças fúngicas, pois pode aumentar
a duração do período de molhamento e reduzir a temperatura do ar. (PEREIRA;
ANGELOCCI; SENTELHAS, 2007)
3.1.1. Irrigação por superfície
Os sistemas de irrigação por superfície mais utilizados para a cebola são por inundação
temporária em bacias e por sulcos, espaçados de um metro, principalmente por pequenos
produtores da região Nordeste, devido ao baixo custo dos sistemas. A irrigação por superfície
não molha a parte aérea das plantas, pouco interfere na aplicação de agrotóxicos e minimiza
doenças da parte aérea. Pode, por outro lado, favorecer a ocorrência de doenças de solo.
(PINTO; COSTA; RESENDE, 2007)
Essa água, no sistema por inundação, é usada através de bacias pequenas ou quadras,
dependendo do tipo de solos, as condições topográficas e a água disponível, os tamanhos serão
variáveis.
Segundo Pinto (2007), O sistema por inundação em bacias com camalhões, uma
variação do sistema tradicional, objetiva reduzir os problemas de aeração e doenças de solo. O
uso de camalhões possibilita um incremento de produtividade entre 100 e 150% em relação ao
sistema tradicional. A desvantagem do sistema é a alta demanda de mão-de-obra, dada a
impossibilidade de mecanização para a construção dos camalhões dentro das bacias.
FIGURA 1 – Irrigação por sulco na cultura da cebola
FOTO: EMBRAPA semi-árido
A necessidade total de água da cultura, dependendo das condições climáticas, do ciclo
do cultivar e do sistema de irrigação, varia de 350 a 650 mm. (PINTO; COSTA; RESENDE,
2007)
Conforme o crescimento vegetativo das plantas, a necessidade de água aumenta,
atingindo o máximo no estádio de bulbificação sendo, reduzida nos estádios de maturação e
colheita.
3.1.1.1. Sistema de irrigação na cultura da cebola
A cebola é constituída por mais de 90% de água e é considerada medianamente
exigente em água. A irrigação bem manejada possibilita obtenção de bulbos uniformes e de
melhor qualidade e, ainda, possibilita mais de um cultivo por ano.
O cultivo da cebola no Brasil, com exceção da região Sul, é realizado sob irrigação.
Entretanto, a área irrigada com o cultivo de cebola vem aumentando na região Sul, visando
favorecer a produção e o maior rendimento. Embora a cultura seja sensível ao déficit hídrico,
o excesso é também prejudicial, favorecendo a incidência de doenças e prejudicando a
produção e qualidade de bulbos.
3.1.2. Estufas com coberturas plásticas
Segundo Pereira (2007), essas estufas provocam modificações microclimáticas
favoráveis aos cultivos, o uso de estufas plásticas pode provocar também condições
desfavoráveis, exigindo manejo adequado.
FIGURA 2 – Representação de uma estufa plástica no cultivo de morango de mesa.
Fonte: Luciana Elena Mendonça Prado
Nesse método, existe algumas condições que podem a vim se tornar desfavoráveis,
uma delas é o aumento da concentração de umidade do ar em seu interior, proporcionando um
aumento duração do período de molhamento foliar, sobre as folhas e frutos, favorecendo a
proliferação de doenças.
3.1.3. Sistema de Quebra-Ventos
Podem ser definidos, ainda, como estruturas perpendiculares aos ventos dominantes,
cujas funções são diminuir a velocidade e reduzir os danos por ele provocados. (ABREU,
2003)
Eles são importantes pois ajudam na demanda evaporativa do ar, o orvalho que se
forma na área protegida pelo quebra-vento permanecerá durante mais tempo sobre a cultura,
devido a evaporação lenta.
FIGURA 3 – Utilização de Quebra-Ventos natural.
FONTE: EMBRAPA
3.1.4. Sistema de cobertura morta
A cobertura morta do solo protege o mesmo das adversidades do clima. Os materiais
mais utilizados são as palhas, folhas, serragens, e materiais sintéticos como o plástico, papéis e
metais (QUEIROGA apud Creagur & Katchur,1975)
Basicamente trata-se de uma replicação do processo natural de compostagem, em que
matéria orgânica seca é largada pelas árvores, arbustos e plantas, assim como frutos e
sementes, decompondo-se naturalmente no solo e gerando novo solo – rico em nutrientes e
minerais.
FIGURA 4 – Cobertura morta
FONTE: A senhora do monte. Disponível em <http://asenhoradomonte.com/2014/06/16/mulching/>
A utilização de cobertura morta sobre o solo, faz com que esse resfriamento, durante o
período da noite, seja mais rápido e intenso, atingindo mais cedo o ponto de condensação,
resultando em ponto de molhamento foliar mais prolongada. Com isso, essa prática, pode
resultar em intensificação da ocorrência de doenças.
4. RELAÇÃO ENTRE A UMIDADE-TEMPERATURA COM O
DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS FÚNGICAS.
Quando uma cultura é cultivada em condições favoráveis (elevada umidade e
temperatura amenas) ao desenvolvimento de doenças fúngicas, virais ou parasitais, ela fica
suscetível a uma série de doenças, que poderão acarretar graves prejuízos se não forem
controladas com o manejo adequado.
4.1. Oídio
É uma das principais doenças foliares da melancia e de outras cucurbitáceas,
cultivadas ou silvestres, no Brasil e no mundo. Ocorre em praticamente em todos os locais
onde a melancia é cultivada, sendo mais limitante nos locais em que predominam condições de
altas temperaturas e baixa umidade durante a época de cultivo, regiões semiáridas.
Danos
Pode haver uma redução no rendimento da cultura pela diminuição do tamanho ou do
número de frutos, ou ainda pela redução do período produtivo das plantas. O fungo causador
do oídio em melancia no Brasil é a espécie Sphaerotheca fuliginea (Schlechtend.:Fr)
Pollacci, que é um parasita obrigatório e apresenta especialização fisiológica. Os sintomas
aparecem em toda a parte aérea da melancia, mas as folhas são as mais afetadas. Inicialmente,
tem crescimento branco pulverulento. Pode ser visualizado sobre a parte superior das folhas.
Desenvolvimento
Umidade relativa alta é favorável à infecção e sobrevivência dos conídios, entretanto, a
infecção pode ocorrer em umidade de até 50%. Condições de clima seco favorecem a
colonização, a esporulação e a dispersão do fungo. A faixa de temperatura ótima para a
ocorrência de epidemias severas da doença varia de 20ºC a 27ºC. Entretanto, a infecção pode
ocorrer na faixa de 10ºC a 32ºC. Sobrevivência, entre estações de cultivo, ocorre em plantas
voluntárias, como diversas plantas daninhas e outras cucurbitáceas cultivadas ou silvestres. O
inóculo primário, para iniciar a doença, constitui-se de conídios que podem ser dispersos a
longas distâncias pelo vento. Em cultivares muito suscetíveis, em condições ambientais
favoráveis — especialmente, em baixa intensidade de luz —, sob cultivo muito adensado, a
doença se desenvolve rapidamente e o seu ciclo completo pode levar de 3 a 7 dias.
Controle
O controle desta enfermidade deve iniciar pela escolha da variedade a ser plantada,
preferindo sempre aquelas resistentes ou que apresentem certa tolerância ao patógeno. Além
disso, recomenda-se iniciar, após o período de floração, aplicações de fungicidas de contato à
base de enxofre e caso a epidemia evolua no campo, devem-se fazer pulverizações alternadas
com fungicidas de diferentes grupos químicos registrados pelo Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento (MAPA).
4.2. Míldio
É uma doença bastante comum em melancia no Brasil, com maior ocorrência nas
épocas úmidas e de temperaturas amenas, quando poderá causar severas perdas, se não for
controlada adequadamente. Ocorre em todas as regiões do País onde se cultiva melancia, seja
em campo ou em estufas, mas é mais importante nas regiões Sul e Sudeste.
Danos
Os sintomas da doença são notados, inicialmente, na face superior das folhas na forma
de pequenas manchas cloróticas ou amareladas, que se desenvolvem esparsamente no limbo e
aumentam em frequência e tamanho com o tempo. As folhas mais velhas são as primeiras a
apresentarem os sintomas da doença, que vão se espalhando para as mais novas. Com a
expansão das lesões, estas podem se tornar amarelas ou amarronzadas e necróticas. Sob
condições de alta umidade relativa, observa-se, na face inferior das folhas, nas áreas
correspondentes às lesões, a produção abundante de estruturas reprodutivas do fungo. Em
cultivares muito suscetíveis, as lesões se expandem rapidamente, coalescem e a folha pode
secar completamente. A morte e a queda das folhas expõem os frutos à ação dos raios solares
e estes podem ficar escaldados, perdendo o seu valor comercial.
Desenvolvimento
Dentro do campo de cultivo, o esporo é disperso pelo vento, respingos de água e pelo
contato com trabalhadores, ferramentas ou implementos. Para a produção abundante de
esporos, é necessário um período de pelo menos 6 horas de umidade relativa próxima a 100%
e temperatura de 15ºC a 20ºC. Nestas condições ambientais, o ciclo da doença pode ser
completado em até 4 dias.
Controle
Por ser uma doença devastadora, o seu controle deve ser preventivo, baseado em
monitoramento climático, uma vez que o fungo é favorecido por temperaturas amenas e
elevada umidade relativa. Portanto, quando as condições climáticas se tornarem favoráveis a
sua ocorrência, deve-se iniciar rapidamente a aplicação de fungicidas de contato à base de
cobre e utilizar fungicidas específicos registrados para a cultura, alternando-se os grupos
químicos.
4.3. Crestamento gomoso das hastes
Esta doença é conhecida também como podridão-de-micosferela, cancro gomoso,
podridão negra e cancro da haste. Encontra-se presente em todas as regiões produtoras de
melancia, principalmente nas regiões tropicais, onde é considerada uma importante doença da
cultura.
Danos
O agente causal desta doença é o fungoDidymella bryoniae (Auersw.) Rehm, que pode
infectar qualquer órgão aéreo da planta em todos os estádios de seu desenvolvimento. As
mudas apresentam manchas escurecidas e arredondadas nos cotilédones, que passam ao
hipocótilo, necrosando-o e circundando-o, causando posterior tombamento. Em plantas
adultas, os sintomas variam de acordo com o órgão afetado. Nas folhas, ocorrem lesões
angulares e necróticas. O colo das plantas afetadas apresenta zonas de cor parda e aquosa,
sobre as quais se observam exsudatos. Nas hastes e suas ramificações, bem como no pecíolo,
aparecem manchas encharcadas que depois necrosam, adquirindo uma coloração pardo-
escura. Nos frutos, os sintomas se iniciam como pequenas manchas que se tornam marrons e
exsudam uma goma, podendo, do mesmo modo que nas hastes, deixar evidente os sinais do
fungo na forma de picnídios.
Desenvolvimento
No campo, D. bryoniae sobrevive, de uma estação para outra, nos restos de cultura de
cucurbitáceas ou em outras hospedeiras, a exemplo de algumas plantas invasoras. O solo e as
sementes são também Fotos de inóculo. A umidade é o fator mais importante para a
ocorrência da doença. Ferimentos e injúrias causados por insetos são portas de entrada
comuns para o patógeno. Temperaturas entre 20ºC e 28ºC e umidade relativa do ar elevada
são favoráveis ao desenvolvimento do fungo no hospedeiro. A disseminação da doença no
interior da lavoura ocorre pela água de irrigação e práticas culturais. A amontoa, que consiste
em aproximar terra no colo da planta, e a capina podem causar ferimentos nas plantas
favorecendo o aparecimento da doença.
Controle
No controle desta doença recomenda-se, inicialmente, escolher áreas livres do patógeno,
eliminando-se, da área, restos de cultura e, sempre que possível, fazer a rotação de culturas,
utilizando-se plantas não hospedeiras do fungo. Usar somente sementes certificadas, tratando-
as preventivamente com fungicidas à base de thiram e captan. Manter o colo da planta livre de
plantas daninhas ou folhas para favorecer boa insolação e aeração. Manejar adequadamente a
irrigação do solo, evitando-se encharcamentos. Nos tratos culturais, evitar, ao máximo,
ferimentos nas planta. Em caso de aparecimento da doença, utilizar produtos registrados para
a cultura da grade de agroquímicos.
4.4. Murcha de Fusário
O agente causal desta doença é o fungo Fusarium oxysporum Schlechtend.:Fr
f.sp.niveum (E. F. Sm) W. C. Snyder & H. N. Hans, que pode atacar as plantas de melancia
em qualquer estádio de desenvolvimento
Danos
O fungo penetra pelas raízes, atinge os vasos lenhosos, acarretando em murcha e morte
precoce das plantas em reboleiras. Esse processo se inicia pelo aspecto amarelecido da
folhagem de algumas plantas, que são suscetíveis em quaisquer estádios de desenvolvimento.
As plantas jovens que são atacadas no hipocótilo tendem a apodrecer nesta região, tombam e
depois morrem. Em plantas adultas afetadas, os sintomas iniciais são reflexos, ocorrendo
murcha da planta no período mais quente do dia por causa da obstrução dos vasos condutores
pelo patógeno
Desenvolvimento
O patógeno é capaz de sobreviver no solo por longos períodos, na ausência de seus
hospedeiros, mas pode sobreviver também em restos de cultura e em sementes por um longo
tempo. O solo contaminado é a principal Foto de inóculo do fungo, onde permanece viável
por mais de 10 anos, mesmo na ausência do cultivo de melancia. A disseminação do fungo
ocorre por meio de sementes contaminadas, água utilizada na irrigação e respingos de chuvas,
máquinas e implementos agrícolas. A sua penetração no hospedeiro pelas raízes ocorre na
região de crescimento, sendo facilitada por ferimentos.
Controle
O controle desta doença deve iniciar pela escolha criteriosa da área a ser plantada,
observando se não há histórico de ocorrência do patógeno em plantios anteriores. Em plantios
em condução, demarcar os locais onde aparecerem plantas murchas, eliminando-as
imediatamente da área, evitando-se, assim, a disseminação do fungo. Efetuar adequadamente
a correção do solo, tanto em nutrientes e matéria orgânica, bem como corrigir adequadamente
o pH, evitando-se solos ácidos. Utilizar, no plantio, apenas sementes certificadas, evitando-se
ferimentos nas raízes e caule da planta durante os tratos culturais.
4.5. Tombamento
Conhecido também como damping-off, ocorre em plântulas de melancia, provocando
a morte prematura, afetando o stand do plantio e consequentemente a produtividade. Os
agentes causadores desta doença são fungos dos gênerosFusarium, Rhizoctonia e Pythium,
que provocam rápido apodrecimento do caulículo de plântulas e o consequente tombamento
das mesmas.
Danos
A lesão em fase inicial é, geralmente, uma podridão úmida envolvendo os tecidos da
base do caulículo. Em seguida, ocorre a murcha e morte da plântula, ou mesmo falhas na
emergência, observando-se falhas no estande do plantio. Solos mal drenados, matéria
orgânica em excesso, alta densidade de plantio e uso intensivo do solo favorecem o
aparecimento da doença.
Desenvolvimento
A disseminação do patógeno é auxiliada pela movimentação na área de cultivo, uso de
implementos e ferramentas contaminadas e pelo excesso de irrigação. A disseminação a
longas distâncias ocorre por meio de sementes contaminadas. A semeadura adensada e o
excesso de irrigação favorecem a ocorrência dessa doença.
Controle
No controle desta doença, utilizar apenas sementes certificadas e plantá-las em
profundidade adequada, evitando-se semeaduras profundas. Manejar adequadamente a
irrigação, evitando-se o encharcamento do solo e o acúmulo de água nas covas de plantio.
4.6. Mancha aquosa
É causada pela bactéria Acidovorax avenae subsp. citrulli (Schaad et al.) Willems et
al. Os sintomas dessa doença podem ser observados nas folhas de plantas em diversas fases de
desenvolvimento e nos frutos.
Danos
Em plântulas infectadas, manchas encharcadas podem ser observadas nas folhas
cotiledonares, podendo tornar-se necróticas. Nas folhas, os sintomas iniciam-se na forma de
pequenas manchas escuras e angulosas. Os sintomas da mancha-aquosa são mais visíveis nos
frutos surgindo, inicialmente, em pequenas manchas de aparência encharcada ou oleosa, com
ou sem a presença de halo, que se expandem rapidamente. A área em torno do sítio de
infecção inicial torna-se necrótica e, em estágio avançado da doença, pode ocorrer a ruptura
da epiderme do fruto com exsudação de substância transparente. Raramente as lesões se
estendem até a polpa do fruto, porém quando isto ocorre, a bactéria contamina as sementes.
Desenvolvimento
A bactéria geralmente é introduzida na área de plantio por meio de sementes
contaminadas que resultarão em plântulas infectadas. A disseminação da bactéria para outras
plantas se dá por meio de respingos de chuva e água de irrigação, e a penetração se dá por
meio de ferimentos ou estômatos. Após a colheita, a sobrevivência do patógeno ocorre em
restos de cultura, hospedeiros alternativos e plantas voluntárias.
Controle
Por ser uma doença que é transmitida por semente, a medida de controle fundamental a
ser adotada é a utilização apenas de sementes certificadas no plantio. Evitar o plantio em
períodos chuvosos e com elevada umidade relativa do ar, bem como em áreas com histórico
de ocorrência da doença em plantios anteriores, procedendo-se sempre à rotação de culturas,
com espécies não hospedeiras. Não existe controle químico eficaz para o controle desta
enfermidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Algumas doenças fúngicas, virais e parasitais provocam grandes perdas em diversas
culturas. As condições ambientais têm grande influência na ocorrência de doenças,
especialmente a umidade e a temperatura. Esses patógenos se distinguem por adaptações em
altas ou baixas temperatura, uma vez que esses precisam de um ambiente adequado para sua
reprodução. A umidade faz com que a cultura fique vulnerável, possibilitando a entrada de
certos patógenos e podendo aumentar a gravidade da doença. A temperatura em conjunto com
a umidade tem uma grande influência no tempo de vida da cultura, principalmente na
deterioração por microrganismos.
REFERÊNCIAS