RENASCIMENTO ARTÍSTICO CULTURAL CIENTÍFICO · O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, é...

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RENASCIMENTO ARTÍSTICO

CULTURAL CIENTÍFICO

Séculos XIV/XV/XVI

A proporção áurea

O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, é

baseado em um Tratado de arquitetura, onde são

descritas as proporções do corpo humano e, por

consequência, do universo como um todo. É

considerado um algoritmo matemático para calcular

o nº irracional “Phi”, ou “número áureo”.

Este número está envolvido com a natureza do

crescimento e está associado ao significado da

perfeição, é a ponte que liga a Arte à Matemática.

https://www.youtube.com/watch?v=QpdlHOGjSaQ

Os Tempos Modernos e o Renascimento

Dois último séculos da Idade Média (XIV e XV) –

começam a aparecer os sinais dos novos tempos,

que revolucionariam a humanidade, a partir do

século XV.

Era Moderna = período de grandes transformações

na Europa aumento do comércio (resultado

Cruzadas)

os descobrimentos (Grandes

Navegações)

inovações nos campos das

ideias/artes/cultura

revolução científica

Renascimento - Conceito

Movimento artístico e

cultural que floresceu

na Itália, a partir do

século XIV, chamado de

Renascimento ou

Renascença;

Fases

Século XIV (trecento) – primeira tentativa de se

romper com os antigos padrões da arte medieval.

Giotto, Boccaccio e Petrarca são representantes

desse período.

Século XV (quatrocento) – graças ao apoio da

família Médici, artistas como Botticelli e Leonardo da

Vinci destacam-se.

Século XVI (cinquecento) – Renascimento já se

espalhou pela Europa; Na Itália, Michelangelo e

Maquiavel são expoentes dessa fase.

Contexto histórico

Dinamização comercial = fortalecimento da

burguesia, que passou a ter papel cada vez maior

na definição dos rumos políticos, religiosos e

culturais da Europa;

Ruptura da cristandade – a Reforma religiosa;

Formação e fortalecimento dos Estados Nacionais

com a construção dos impérios coloniais;

Humanismo

Característica central do Renascimento;

Valorização do ser humano, como ser racional, isto

é, dotado de um dom quase divino, a razão, e por

isso mesmo, capaz de interpretar e conhecer a

natureza;

Daí surgiu o antropocentrismo, a ideia de que a

humanidade é o centro do universo; opondo-se ao

teocentrismo medieval, que tinha deus como centro

de todas as coisas e o ser humano, corrompido pelo

pecado, considerado um ser inferior.

O Renascimento e as artes

Última Ceia (século XIII), autor

desconhecido

Última Ceia(1495-1498), Leonardo da Vinci (1452-1519)

O afresco de da Vinci, A úlitma ceia, está em Santa Maria delle Grazie,

uma igreja e convento dominicano em Milão, norte da Itália, incluído na

lista dos Patrimônios Mundiais pela UNESCO

Características da arte renascentista

Perspectiva – na pinturaClassicismo – escultura e pintura

Capacidade crescente

de representar a

realidade

tridimensional,

introduzindo-se a

profundidade em uma

cena sobre a superfície

bidimensional da tela.

Revalorização dos

estilos vigentes na

Antiguidade greco-

romana, a exemplo do

cuidado com a

anatomia humana.

Rejeição aos valores

Medievais.

O retorno do embaixador, de Vittore Carpaccio (1460-1526).

A escola de Atenas (1509-1511), de Rafael Sanzio (1483-1520). https://www.youtube.com/watch?v=a_ZvWgGlFsU&list=PLYX98TiNyBAh6sixFpQEK6yY1wMfeuJhi

1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eleia 2: Epicuro 3: desconhecido (acredita-se ser o próprio

Rafael) 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou Empédocles 5: Averroes

6: Pitágoras 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande 8: Antístenes ou Xenofonte 9: Rafael,

Hipátia ou Monalisa, Fornarina como uma personificação do Amor ou ainda Francesco

Maria della Rovere 10: Ésquines ou Xenofonte 11: Parménides 12: Sócrates 13: Heráclito ou

Miguelângelo. 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando

Ética a Nicômaco 16: Diógenes de Sínope 17: Plotino 18: Euclides ou Arquimedes

acompanhado de estudantes (Bramante) 19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare Castiglione

ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu

Outras características do Renascimento

Racionalismo (explicação científica para os

acontecimentos através do uso da razão)

Individualismo (tornar-se um ser crítico e

responsável por suas ações no mundo)

Hedonismo (valorização do prazer)

Naturalismo Científico (compreender os

fenômenos naturais e interferir na natureza)

Universalismo (o homem deve desenvolver todas

as áreas do saber)

Realismo (paisagens e estudos para reproduzir a

expressividade e as proporções das figuras

humanas)

Itália – berço do Renascimento

Itália = expressão

geográfica

Florença , Milão e as

cidades mercantis de

Gênova e Veneza, são

consideradas o berço

do Renascimento na

península itálica.

Península Itálica antes da unificação

Itália – berço do Renascimento

A partir dos contatos comerciais, desenvolveram um

importante intercâmbio cultural com o oriente;

O contato com Constantinopla possibilitou a chegada

à Itália de sábios bizantinos, sobretudo a partir da

tomada turca da cidade, em 1453.

Grande acervo artístico e arquitetônico da civilização

romana (resgate da magnitude do império romano)

Itália – berço do Renascimento

Prosperidade econômica – ricas famílias

oriundas da burguesia mercantil e da nobreza

italiana e seus mecenas*

*Nome dado a pessoas que incentivavam,

financiavam ou patrocinavam artistas de qualquer área e

os mais variados ramos da atividade cultural. O termo tem

origem no nome de Caio Mecenas, conselheiro do

imperador romano Otávio Augusto e encarregado de

promover a produção artística do Império Romano

Expoentes italianos do Renascimento

Michelangelo

Buonarroti – pintou a

Capela Sistina, no

Vaticano, entre 1508 e

1512.

http://www.vatican.va/vari

ous/cappelle/sistina_vr/

Suas esculturas em

mármore, como Davi e

a Pietá, impressionam

pelo realismo dos

detalhes.

Academia de Belas Artes, Florença, Itália. Medidas: 517 × 199

'Davi', de Michelangelo, demanda limpeza de R$ 80 mil a cada 2 meses02/03/2016

A manutenção de "Davi" e de outras obras de Michelangelo que estão na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença é realizada há 13 anos graças à associação sem fins lucrativos "Friends ofFlorence" (Amigos de Florença), que desde 2003 já investiu quase 500 mil euros (mais de R$ 2 milhões) na conservação dos trabalhos do mestre florentino.

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/03/davi-de-

michelangelo-demanda-limpeza-de-r-80-mil-cada-2-meses.html

Pietá

Basílica de São Pedro – Roma – Itália Dimensões: 1,74 m x 1,95 m

Expoentes italianos do Renascimento

Leonardo da Vinci (1472-1519) – maior figura do renascimento, se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. Também considerado precursor na aviação e na balística.

La Gioconda (1503-1505) – Museu do Louvre, Paris, França. Medidas: 77cmx53cm

Teorias sobre a MonalisaLisa Gherardini, esposa de um nobre

mercador chamado Francesco del Giocondo.

Francesco teria encomendado um retrato de

sua esposa ao famoso pintor, Leonardo da

Vinci.

Há quem defenda a ideia de que a Monalisa é um auto-retrato de Leonardo, vestido de mulher.

Invenções de da Vinci

Equipamento de mergulho, o objetivo era

possibilitar o ataque de embarcações por

baixo. O traje foi imaginado em couro, com

visor de vidro para e canal respirador

(snorkel) feito em bambu.

O Ornitóptero (1485) é um equipamento de

voo que obtém a sustentação e a propulsão a

partir do movimento alternativo das asas,

como ocorre com algumas aves e/ou insetos.

Invenções de da Vinci

Frustrado com a demora no tempo de

recarga das armas de fogo em sua época, Da

Vinci resolver criar o protótipo de um Canhão

de trinta e três canos. O aparato deveria

conter três fileiras de 11 mosquetes sobre

rodas, de forma que enquanto o soldado

atirava com uma fileira de armas, a outra era

recarregada.

Este projeto foi desenhado, aproximadamente, em 1493. Também conhecido como “parafuso voador”, este helicóptero de Da Vinci é considerado uma de suas invenções mais estranhas e, de acordo com os cientistas, de pouca utilidade: provavelmente nunca teria saído do chão e exigia o trabalho de quatro homens para funcionar.

Expoentes italianos do Renascimento

Rafael Sanzio –

influenciado por

Michelangelo, tornou-se

um dos mais populares

pintores do Renascimento

e ficou conhecido como o

“pintor das madonas”

Renascimento além da Itália

Países Baixos (atuais Bélgica e Holanda)

Os pintores dos países baixos além de desenvolverem

técnicas de pintura a óleo, ampliaram os temas de sua

arte.

Menos influenciados pela Antiguidade Clássica,

retrataram camponeses, burgueses e trabalhadores

urbanos.

A cidade de Antuérpia era o principal centro cultural

dessa região, seguida por Bruges e Amsterdã.

Países Baixos – destaque na filosofia

Erasmo de Roterdã (1466-1536)– frade e teólogo,

fez fortes críticas as instituições, incluindo a igreja,

acusada de manter-se prisioneira do pensamento

escolástico* medieval;

- O Elogio da Loucura (1511), mostra a loucura como

uma deusa que conduz a humanidade e termina

com uma contestação aos abusos da igreja como a

venda de indulgências. A obra foi inspirada em

Martinho Lutero ao conceber uma natureza

pessimista e perversa do homem.

*Baseada na filosofia de Aristóteles, a escolástica empenhou-se em

demonstrar racionalmente a existência de deus e os fundamentos

lógicos da fé cristã; defendia que o uso da razão é um instrumento

para aperfeiçoar a fé.

Países Baixos – destaques na pintura

Pieter Bruegel

O casamento do camponeses (1568)

Jogos infantis (1560)

Países Baixos – destaques na pintura

Hieronymus Bosch

O jardim das delícias (1495-1505)

Países Baixos – destaques na pintura

Jan van Eyck

O casal Anorfini (1434)

Inglaterra – o teatro e a ciência

renascentista

William Shakespeare (1564-1616) e Christopher

Marlowe (1564-1593) – ambos versavam sobre

temas históricos e políticos, violência no poder,

conflitos morais e paixões humanas nas cortes

reais. Populares tanto entre a nobreza quanto entre

os plebeus;

Thomas Morus (1478-1535) – Utopia (“lugar

nenhum”); e Francis Bacon (1561-1626) –

considerado “fundador da ciência moderna”;

principal obra Novum Organum;

França – destaques na literatura

François Rabelais (1949-1553) – crítico do ideário

medieval através de obras satíricas: Pantagruel

(1532) e Gargântua (1534), contam a história de

dois gigantes grotescos, pai e filho, governantes de

um país imaginário, marcados pelos excessos

alimentares, sexuais, etc. Uma crítica a corrupção e

violência da nobreza e do clero;

Michel de Montaigne (1533-1592) – utilizou o ensaio

(reflexão livre) para examinar a condição humana e

os dogmas de seu tempo.

Portugal e Espanha

PT – Gil Vicente (1465-1536): teatro satírico,

inspirado na cultura medieval;

– Luís de Camões (1524-1580): exaltação do

sofrimento e da glória humana na busca pelo novo;

ES – Miguel de Cervantes (1547-1616): Dom

Quixote de La Mancha (1605) – o humanismo

aparece na história do “cavaleiro de triste figura” que

perambula por um mundo que não comporta seus

ideais de amor cortês e heroísmo cavaleiresco.

EM BUSCA DO CONHECIMENTO

CIENTÍFICO

Revolução científica –

ocorreu no século XVII,

quando a ciência

lentamente se

desprende da filosofia,

tornando-se um campo

do saber independente

= PROCESSO RESULTADO

DO RENASCIMENTO.

Nicolau Copérnico (1473-1543)

Teoria do Heliocentrismo – o sol está no centro do

universo e os astros giram (orbitam) ao seu redor;

rompe com o Geocentrismo de Aristóteles, adotado

pela igreja, segundo o qual a Terra era o centro do

universo;

Copérnico publica sua teoria, já no

fim de sua vida, na obra

“Da revolução das esferas celestes”

em 1543.

Giordano Bruno (1548-1600)

Seguindo o heliocentrismo de

Copérnico, Giordano Bruno largou o

hábito de monge e passou a se

dedicar a magia e ao ocultismo.

Propôs a pluralidade de mundos no

universo, cada um deles sendo

eterno.

A vida era inseparável da matéria e

todas as coisas do mundo tinham

vida própria.

Processado pela inquisição,

não se retratou e morreu na

fogueira em 1600.

Galileu Galilei (1564-1642)

Retomou as teorias de Copérnico aprofundando-a ao descrever a Via Láctea e os satélites de Júpiter.

Escreveu “O mensageiro das estrelas”

Preso pela Inquisição, renegou todas as suas teorias. Ficou cego e passou infeliz o fim de sua vida.

Johannes Kepler (1571-1630)

Avanços na pesquisa

astronômica e na

óptica.

Discorreu sobre os

eclipses lunar e solar e

em sua grande obra,

“Astronomia Nova”,

propôs leis específicas

sobre a órbita de cada

planeta do Sistema

Solar.

Francis Bacon (1561-1626)

Criador do “método

científico”, no qual a

observação empírica é

tida como único método

confiável para se

chegar ao

conhecimento.

Publicou “Ensaios”, em

1597

Empirismo – doutrina filosófica que defende que todo conhecimento provém unicamente da experiência,

descartando as verdades reveladas e transcedentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do racionalismo.

René Descartes (1596-1650)

Refutou o “método

científico” de Bacon em

sua obra “Discurso

sobre o método” –

“Cogito ergo sum”

O pai do racionalismo

dizia que o sujeito

constrói a verdade,

enquanto Bacon

afirmava que a verdade

está nos objetos.

Isaac Newton (1643-1727)

Autor da Lei da Gravitação Universal, enunciada no

livro “Principia”, de 1686. Considerado o pai da

física e da mecânica modernas. A partir dele, a

ciência jamais seria a mesma, deixando pra trás as

explicações religiosas dadas aos fenômenos

naturais e celestes.

A árvore a partir da qual a famosa maçã caiu, nas terras de Woolsthorpe Manor em

Woolsthorpe-by-Colsterworth, em Lincolnshire, Inglaterra.

Crédito da foto: https://www.flickr.com/photos/duncanh1/34681046425/

Relato de William Stukeley, um conhecido de Isaac Newton, em manuscrito de

1752, disponibilizado pela Royal Society, sobre conversa que teve com Newton

em Kensington no dia 15 de abril de 1726:

“Depois do jantar, como o tempo estava bom, fomos ao jardim e bebemos chá sob a sombra de uma macieira; só ele e eu. Entre outros discursos, ele me disse que estava na mesma situação quando, no passado, a noção da gravidade lhe veio à mente. Por que deveria a maçã sempre descer perpendicularmente ao chão, pensou ele consigo; por ocasião da queda de uma maçã enquanto sentado em humor contemplativo.

‘Por que ela não cai para o lado, ou para a cima?’ Mas constantemente em direção ao centro da Terra? Certamente a razão é que a Terra a puxa. Deve haver um poder de tração na matéria. E a soma do poder de tração na matéria da Terra deve estar no centro da Terra e não em qualquer lado do planeta. ‘Portanto, a maçã cai perpendicularmente ou em direção ao centro?’ Se matéria dessa forma puxa matéria; deve ser em proporção à sua quantidade. Portanto, a maçã puxa a Terra, tão bem quanto a Terra puxa a maçã”.