RESTAURAÇAO DE TALUDES E VOÇOROCAS

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1. Solos e processos erosivos

Podendo assim, contribuir para aumentar ou degradar solos nos quais são depositados e/ou afetar a qualidade das águas por resíduos de pesticidas e metais pesados.

A quantidade de solo desestruturado com o impacto de gotas de chuva aumenta com a intensidade da precipitação, a velocidade e o tamanho das gotas.

1. Solos e processos erosivos Além de ocasionar a liberação de partículas que

obstruem os poros do solo, o impacto das gotas também tende a compactá-lo ocasionando o selamento de sua superfície e, conseqüentemente, reduzindo a capacidade de infiltração da água.

A ação erosiva da água da chuva sobre o solo, depende de vários fatores: condições topográficas ou de relevo, características do solo e tipo de cobertura vegetal, além de ser função da sua intensidade.

1. Solos e processos erosivos A erosão hídrica pode se caracterizar pelas seguintes

formas: laminar, sulcos e voçorocas.

Erosão laminar: dificilmente perceptível, mas cuja ação pode ser denunciada pela coloração mais clara do solo, pela exposição de raízes e pela queda da produtividade agrícola

-> Consiste na remoção da camada superior do terreno, constatada em áreas mesmo com pequeno grau de declividade. Caso não sejam adotadas medidas de controle de enxurrada e de mudanças no manejo agrícola, pode-se provocar o esgotamento ou degradação do terreno.

2 .Processos de formação de voçorocas

A quebra do equilíbrio natural entre o solo e o ambiente (remoção da vegetação), muitas vezes promovida e acelerada pelo homem, expõe o solo a formas menos perceptíveis de erosão -> acaba removendo a camada superficial deixando o subsolo (geralmente de menor resistência) sujeito à intensa remoção de partículas, o que culmina com o surgimento de voçorocas.

2 .Processos de formação de voçorocas

Voçorocas: vales de erosão onde a remoção de material é tão rápida que não permite o desenvolvimento da vegetação.

As voçorocas começam por qualquer pequena depressão do terreno, para onde afluem as águas da enxurrada que, em função de seu volume e velocidade, possuem grande força erosiva.

2 .Processos de formação de voçorocas

No desenvolvimento da voçoroca atuam, além da erosão superficial como nas demais formas dos processos erosivos (laminar, sulco e ravina), outros processos, condicionados pelo fato desta forma erosiva atingir em profundidade o lençol freático ou nível d’água de subsuperfície.

2 .Processos de formação de voçorocas

A presença do lençol freático, interceptado pela voçoroca, induz ao aparecimento de surgências d’água - fenômeno conhecido como "piping" (erosão interna que provoca a remoção de partículas do interior do solo, formando "tubos" vazios que provocam colapsos e escorregamentos laterais do terreno, alargando a voçoroca, ou criando novos ramos).

Além deste mecanismo, as surgências d’água nos pés dos taludes da voçoroca provocam sua instabilização e descalçamento.

3.Prejuízos econômicos das perdas de solo

O solo constitui o recurso natural básico de uma nação.

Recurso renovável, se utilizado e conservado devidamente.

Uso indevido do solo tem na erosão uma das mais nefastas degradações.

A voçoroca é a expressão mais flagrante da erosão, gerando grandes prejuízos, através da perda tanto de solos quanto de investimentos em obras de infra-estrutura.

4. Perdas decorrentes de processos erosivos

A erosão hídrica provoca:

-> enchentes, mortalidade de espécies da flora e fauna aquáticas, perda de biodiversidade terrestre, redução dos teores de matéria orgânica, redução das funções alimentares biológicas e dos filtros de cobertura pedológicas.

Diminuindo anualmente, sem esperança de retorno, dezenas de hectares de terra.

5. Processo de estabilização natural de uma voçoroca

Quando as voçorocas não são controladas ou estabilizadas, além de inutilizar áreas aptas à agricultura, podem ameaçar obras viárias, áreas urbanas, assorear rios, lagos e reservatórios, comprometendo, por exemplo, o abastecimento das cidades, projetos de irrigação e até a geração de energia elétrica.

5. Processo de estabilização natural de uma voçoroca

A urbanização - forma mais drástica do uso do solo - impõe a adoção de estruturas pouco permeáveis, fazendo com que ocorra diminuição da infiltração e aumento da quantidade e da velocidade de escoamento das águas superficiais.

Voçoroca -> feição mais flagrante da erosão antrópica, podendo ser formada através de uma passagem gradual da erosão laminar para erosão em sulcos e ravinas cada vez mais profundas, ou então, diretamente a partir de um ponto de elevada concentração de águas pluviais.

5. Processo de estabilização natural de uma voçoroca

A importância do estudo dos fenômenos associados à formação de voçorocas é estabelecer medidas de prevenção e controle, como também o estabelecimento de técnicas compatíveis ao combate do problema.

Na voçoroca, a vegetação apresenta-se condicionada a disponibilidade de água e oxigênio existente no local, criando ambientes distintos. Em baixadas há predominância de gramíneas, e onde a drenagem é melhor, a vegetação arbórea se estabelece.

5. Processo de estabilização natural de uma voçoroca

Na região de parede, em partes mais íngremes, especialmente nas partes superiores, o solo é praticamente exposto. A vegetação nesse local, quando existe, é comumente do gênero Gleichenia (estabilizadoras desses locais).

A diversidade de espécies no interior das voçorocas sugere um enriquecimento em nutrientes, dada à variabilidade e adaptabilidade delas.

5. Processo de estabilização natural de uma voçoroca

O ambiente torna-se mais dinâmico em comparação com o exterior da voçoroca -> por fornecer condições de constante ciclagem de nutrientes e possuir o fator água em disponibilidade satisfatória.

Portanto, apesar de o solo ser pobre em nutrientes, observa-se nas voçorocas considerável diversidade florística -> pela melhoria na disponibilidade de água. Onde há deficiência de oxigênio reduz-se a diversidade.

6. Como estabilizar uma voçoroca

Planejamento: a voçoroca é dividida por lotes de acordo com as características do terreno. A seguir faz-se um croqui de intervenção com as técnicas a serem implantadas.

Cercamento: faz-se a proteção da área com cercas de arame farpado e cercas vivas para evitar ações antrópicas como gado, fogo e lixo.

6. Como estabilizar uma voçoroca

Controle de água: drenagem superficial das águas que escorrem pela área de contribuição da voçoroca e no interior da mesma e, drenagem sub-superficial das águas que infiltram no solo e provocam vazios no terreno (“piping”).

-> Consistem em canais ou tubulações dimensionadas a partir da vazão de águas pluviais até um local adequado para a descarga.

6. Como estabilizar uma voçoroca

Retaludamento: manual e/ou com maquinário (trator de esteira, retro-escavadeira e escavadeira hidráulica) para diminuir a declividade das encostas.

Paliçadas: com moirões de eucalipto e estacas de bambus gigantes para conter os sedimentos que se desprendem dos solos e filtrar as águas.

Plantio manual nas áreas planas e de acesso fácil e plantio em rapel nas encostas e áreas de difícil acesso.

6. Como estabilizar uma voçoroca

Manejo da vegetação: para o controle do processo erosivo, é importante a presença de espécies vegetais com capacidade de estabelecimentos em locais de condições adversas, já que sua existência e vigor dependem da disponibilidade de nutrientes e umidade do solo, fatores que se acham em níveis insuficientes em áreas erodidas.

6. Como estabilizar uma voçoroca

No processo de sucessão ecológica as espécies de pequeno porte tendem a ser substituídas por outras de porte arbóreo, que tornam esses ambientes mais estáveis.

-> Esse processo vai evoluindo, passando por varias etapas até atingir o que domina-se clímax, fase que coincide com a estabilização da voçoroca.

6. Como estabilizar uma voçoroca

Resultados: ESTABILIZAÇÃO - quando a erosão é controlada;

REABILITAÇÃO - quando se da um uso para a área após a sua estabilização.

ETAPAS: Proteção da área – controle da água – estrutura de contenção nas encostas – manejo da vegetação – divulgação de técnicas e metodologias conservacionistas desenvolvidas.

7. Estratégias de conservação e manutenção das obras e vegetações

Conservação das obras isoladamente e em seu conjunto -> inspeções técnicas periódicas e, por vezes, monitoramento específico, para avaliar a eficiência de drenos.

Como os colapsos de estrutura, em sua maioria, tem origem em causas que se somam e multiplicam seus efeitos destruidores, as manifestações iniciais de quaisquer destas causas permitem intervenções corretivas que previnem desdobramentos.