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RESUMO DOS CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
A prática docente e a gestão escola como fator de aperfeiçoamento do trabalho coletivo (livro, A prática educativa, Antoni ZABALA)
Este livro tem como objetivo, oferecer determinados instrumentos que ajudem os professores a
interpretar o que acontece na aula, conhecer melhor o que pode se fazer e o que foge as suas
possibilidades; saber que medidas podem tomar para recuperar o que funciona e generalizá-lo, assim
como para revisar o que não está tão claro.
O verdadeiro desafio consiste na construção mental ou na abstração que se efetiva quando,
mentalmente, se é capaz de reconstruir o objeto apreendido pela concepção de noções e princípios,
independentemente do modelo ou exemplo estudado, associando ideias, enredando e chegando a se
deduzir consequências pessoais e inéditas, através de uma ação, ou uma práxis, que no dizer de
Vasconcelos (1996) pode ser predominantemente motora, reflexiva e/ou perceptiva.
1 – A prática educativa: unidades de análise
Um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais competente em
seu ofício. Esta competência é adquirida mediante o conhecimento e a experiência.
Qualquer melhora das atuações humanas passa pelo conhecimento e pelo controle das
varáveis que interveem nelas.
Em um modelo de percepção da realidade da aula estão estreitamente vinculados o
planejamento, a aplicação e a avaliação.
Analisar a prática educativa, Zabala elege como unidade de análise básica a atividade ou
tarefa – exposição, debate, leitura, pesquisa bibliográfica, observação, exercícios, estudo. A outra
unidade eleita são as sequencias de atividades ou sequencias didáticas. A sequência didática
engloba as atividades.
As variáveis que utilizará para a análise da prática educativa: as sequencias de atividades de
ensino/aprendizagem ou sequencias didáticas; o papel do professor e dos alunos; a organização
social da aula; a maneira de organizar os conteúdos; a existência, as características e uso dos
materiais curriculares e outros recursos didáticos; o sentido e o papel da avaliação.
Considerando a função social do ensino e o conhecimento do como se aprende como os
instrumentos teóricos que fazem com que a análise da prática seja realmente reflexiva, Zabala utiliza
dois grandes referenciais: o primeiro está ligado ao sentido e o papel da educação. As fontes
utilizadas são a sócio-antropológica, que está determinada pela concepção ideológica da resposta a
pergunta “para que educar?”; e a fonte epistemológica, que define a função do saber, dos
conhecimentos e das disciplinas. O outro referencial engloba as fontes psicológica e didática.
2 – A função social do ensino e a concepção sobre os processos de aprendizagem: instrumentos de análise
Uma forma de determinar os objetivos da educação é analisar as capacidades que se pretende
desenvolver nos alunos. Contudo, existem diferentes formas de classificar as capacidades de ser
humano. Zabala utiliza a classificação proposta por Coll – capacidades cognitivas ou intelectuais,
motoras, de equilíbrio e autonomia pessoal (afetivas), de relação interpessoal e de inserção e atuação
social.
Diretamente relacionados aos objetivos da educação estão os conteúdos de aprendizagem,
Coll os agrupa em conteúdos conceituais – fatos, conceitos e princípios – procedimentais –
procedimentos, técnicas e métodos – ou atitudinais – valores, atitudes e normas. No ensino que
propõe a formação integral a presença dos diferentes tipos de conteúdo estará equilibrada.
Segundo referencial de análise – a concepção dos processos da aprendizagem – Zabala
afirma que não é possível ensinar nada sem partir de uma ideia de como as aprendizagens se
produzem. (entender como as aprendizagens se produzem, assim, marcará também a forma de
ensinar)
Zabala defende a concepção construtivista dos processos de ensino/aprendizagem. Para esta
concepção “o ensino tem que ajudar a estabelecer tantos vínculos essenciais e não-arbitrários entre
os novos conteúdos e os conhecimentos prévios quanto permita a situação.” A atividade mental do
aluno, passando por momentos sucessivos de equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio. (construtivismo
de Piaget, acomodação, desequilíbrio e acomodação).
Os processos de aprendizagem segundo a concepção construtivista, conforme a sua tipologia:
Conteúdos factuais – considera-se que o aluno aprendeu um conteúdo factual quando é
capaz de reproduzi-lo, portanto, a compreensão não é necessária. Diz-se que o aluno
aprendeu quando é capaz de recordar e expressar de maneira exata o original. Este caráter
reprodutivo com exercícios de repetição verbal, listas e agrupadas segundo ideias
significativas;
Conteúdos conceituais – é quando o aluno aprendeu que é capaz não apenas de repetir sua
definição, mas também utilizá-la para a interpretação, compreensão ou exposição de um
fenômeno ou situação; quando são capazes de situar os fatos, objetos ou situações concretas
naquele conceito que os inclui.
Conteúdo procedimental – conjunto de ações coordenadas dirigidas para a realização de um
objetivo. Tipo – ler, desenhar, observar, calcular, classificar, traduzir, recortar, saltar, inferir,
espetar, etc. A realização das ações que compõem o procedimento ou a estratégia é o ponto
de partida. Segundo passo é que a exercitação múltipla – fazê-lo tantas vezes forem
necessárias – é o elemento imprescindível para o domínio competente do conteúdo. A reflexão
sobre a própria atividade é o terceiro passo e permite que se tome consciência da atuação. O
quarto e ultimo passo é a mais útil na medida em que se pode utilizá-lo em situações nem
sempre previsíveis.
Conteúdo atitudinal – considera-se que o aluno adquiriu um valor quando este foi
interiorizado e foram elaborados critérios para tomar posição frente àquilo que deve se
considerar positivo ou negativo. Uma atitude quando pensa, sente e atua de uma forma mais
ou menos constante frente ao objeto concreto para quem dirige esta atitude. E que aprendeu
uma norma, considerando três graus: o primeiro quando se trata de uma simples aceitação; o
segundo quando existe uma conformidade que implica certa reflexão sobre o que significa a
norma; e o último grau quando interioriza a norma e aceita como regra básica de
funcionamento da coletividade que a rege.
Zabala identifica e diferencia a concepção tradicional da concepção construtivista. Na
concepção tradicional a sequência de ensino/aprendizagem deve ser aula magistral, que
corresponde aos objetivos de caráter cognitivo, aos conteúdos conceituais e a concepção da
aprendizagem como um processo acumulativo através de propostas didáticas transmissoras e
uniformizadoras.
A concepção construtivista – é preciso introduzir, em cada momento, as ações que se
adaptem as novas necessidades informativas que surge constantemente. O conhecimento e o uso de
alguns marcos teóricos levarão a uma verdadeira reflexão sobre a prática, fazendo com que a
intervenção pedagógica seja o menos rotineira possível.
3 – As sequências didáticas e as sequencias de conteúdo
A sequencia didática apresenta quatro unidades didáticas como exemplo e as analisa sob os
aspectos do conteúdo, da aprendizagem, da atenção a diversidade e da sequencia e tipologia dos
conteúdos.
O autor conclui que nestas propostas de trabalho aparecem para os alunos diferentes
oportunidades de aprender diversas coisas, e para os professores, um a diversidade de meios para
captar os processos de construção que eles edificam, de possibilidades de neles incidir e avaliar.
4 – As relações interativas em sala de aula: o papel dos professores e dos alunos
Zabala afirma que as relações de que se estabelecem entre os professores, os alunos e os
conteúdos de aprendizagem constituem a chave de todo o ensino e definem os diferentes papéis dos
professores e dos alunos.
Concepção tradicional – o professor é o transmissor de conhecimentos e controlador dos
resultados. Alunos cabem interiorizar o conhecimento que lhe é apresentado. A aprendizagem
consiste na reprodução da informação.
Concepção construtivista – o professor assume uma posição de intermediário entre o aluno e a
cultura, atenção para a diversidade dos alunos e de situações a posição de desafiar, dirigir, propor.
Trata-se de um ensino adaptativo, isto é, um ensino com capacidade para se adaptar as diversas
necessidades das pessoas que o protagonizam.
As funções dos professores para facilitar a aprendizagem:
Planejar a atuação docente de modo flexível;
Contar com as contribuições e os conhecimentos dos alunos;
Ajuda-los a encontrar sentido no que estão fazendo para que conheçam o que tem que fazer;
Estabelecer metas ao alcance dos alunos;
Oferecer ajuda adequada, no processo de construção do aluno;
Promover atividade mental auto estruturante, que permita estabelecer relações com o novo
conteúdo;
Estabelecer um ambiente construído pelo respeito mútuo e pelo sentimento de confiança, que
promovam a autoestima e o autoconceito;
Promover canais de comunicação que regulem os processos de negociação, participação e
construção;
Potencializar progressivamente a autonomia dos alunos na definição de objetivos, no
planejamento das ações, e na sua realização e controle, possibilitando que aprendam a
aprender.
Avaliar os alunos conforme suas capacidades e esforços, e incentivando a auto avaliação das
competências.
5 – A organização social da classe
Primeira configuração grupo/escola – a organização grupal é determinada pela organização
e pela estrutura de gestão da escola e pelas atividades que toda escola realiza. Na organização da
classe como grande grupo todo o grupo faz o mesmo ao mesmo tempo. Organização apropriada para
o ensino de fatos.
Grupos/classe fixos – é a maneira convencional de organizar os grupos de alunos nas
escolas. Além de sua facilidade organizativa, oferece aos alunos um grupo de colegas estável,
favorecendo as relações interpessoais e a segurança efetiva. A organização da classe em equipes
fixas consiste em distribuir os alunos em grupos de 5 a 8 componentes, durante um período de tempo.
Contribui para o trabalho de conteúdos atitudinais.
Grupos/classes móveis ou flexíveis – é organizada conforme as atividades, áreas ou
matérias. As vantagens são, por um lado, a capacidade de ampliar a resposta à diversidade de
interesses e competências dos alunos e, por outro, que em cada grupo existe uma homogeneidade
que favorece a tarefa dos professores. Na organização da classe em equipes móveis ou flexíveis,
implica o conjunto de dois ou mais alunos com a finalidade de desenvolver uma tarefa determinada.
Adequadas para o trabalho de conteúdos procedimentais e também os atitudinais no âmbito das
relações humanas.
Contrato de trabalho cada aluno estabelece com o professor sobre as atividades que deve
realizar durante um período de tempo determinado. Este trabalho é interessante só para aqueles
conteúdos que permitem estabelecer uma sequencia mais ou menos ordenada, ou seja, alguns
conteúdos factuais e muitos conteúdos procedimentais.
Quanto à distribuição do espaço – a utilização do espaço começa a ser problematizada
quando o protagonismo do ensino se desloca do professor para o aluno. Criar um clima e um
ambiente de convivência que favoreçam as aprendizagens se converte numa necessidade da
aprendizagem e num objetivo de ensino. Ao mesmo tempo, as características dos conteúdos a serem
trabalhados determinam novas necessidades espaciais.
Quanto à distribuição do tempo – a estruturação horária em períodos rígidos é o resultado
lógico de uma escola fundamentalmente transmissora. É evidente que o ritmo da escola, de toda uma
coletividade, não pode se deixar levar pela aparente improvisação. O planejamento torna-se
necessário para que se estabeleça um horário que pode variar conforme as atividades previstas no
transcurso de uma semana.
6 – A organização dos conteúdos
Disciplinas como organizadoras dos conteúdos:
Multidisciplinar: é o mais tradicional. Os conteúdos escolares são apresentador por matérias
independentes umas das outras.
Interdisciplinaridade: é a interação entre duas ou mais disciplinas que pode ir desde a
simples comunicação de ideias até a integração recíproca dos conceitos fundamentais.
Transdisciplinar: supõe uma integração global dentro de um sistema totalizador. Este sistema
favorece uma unidade interpretativa, com o objetivo de constituir uma ciência que explique a
realidade sem parcelamento.
Métodos globalizados: sua perspectiva se centra exclusivamente no aluno e suas
necessidades educacionais. Os conteúdos que são trabalhados procedem de diferentes disciplinas,
apresar de que o nexo que há entre elas não se segue nenhuma lógica disciplinar. Existem vários
métodos que podem ser considerados globalizados, dentre eles quatro, os centros de interesses de
Decroly (consiste a função social de formar cidadãos preparados para conhecer e interagir com o
meio), o sistema de projetos de Kilpatrick (considera que sua finalidade é a preparação para a vida
de pessoas solidárias que sabem fazer), o estudo do meio do MCE (é formar cidadãos democráticos
e com espírito científico) e os projetos de trabalho globais (entendem que o objetivo é a formação
de cidadãos capazes de aprender a aprender).
7 – Os materiais curriculares e os outros recursos didáticos
Os materiais curriculares são todos aqueles instrumentos que proporcionam ao educador
referências e critérios para tomar decisões, tanto no planejamento como na intervenção direta no
processo de ensino/aprendizagem e de sua avaliação.
De nenhum modo os materiais curriculares podem substituir a atividade construtiva do
professor, nem a dos alunos, na aquisição das aprendizagens. Mas é um recurso importantíssimo
que, se bem utilizado, não apenas potencializa o processo como oferece ideias, propostas e
sugestões que enriquecem o trabalho profissional.
8 – A avaliação
As propostas de avaliações abertas favorecem a participação dos alunos e a possibilidade de
observar, por parte dos professores; oferecer a oportunidade para acompanhar todo o processo e,
portanto, assegurar a sua idoneidade.
O melhor caminho para fazer e para ajudar os alunos a alcançar os critérios que lhes permitam
auto avaliar-se combinando e estabelecendo o papel que essa atividade tem na aprendizagem e nas
decisões de avaliação.
O planejamento e a gestão escolar participativa são as principais ferramentas que promovem
uma verdadeira revolução na prática pedagógica e na visão estratégica de uma instituição escolar.
9 – Juntos, na escola, currículo e gestão
Ao tratar de currículo e gestão, não se pode desvincular o importante papel do docente, pois é
este que conseguirá trazer, para os educandos, as noções essenciais que os ajudarão a driblar os
desafios que encontrarão quando saírem da escola. Enquanto realiza as atividades escolares, o aluno
absorve vivências e sensações e solidifica a sua personalidade.
PRÁTICA PROFISSIONAL E PROJETO EDUCATIVO: OS PROFESSORES, SUAS CONCEPÇÕES E OPÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS.
Paulo Freire (pedagogia do oprimido) – trabalha a ética e estética do ser professor, que deve
saber para ser professor, e como deve ser para ser professor. Educação, todas as formas de
conhecimentos tenham lugar; que os seres humanos sejam dotados de generosidade epistemológica,
pluralismo de ideias e concepções.
Conforme Alarcão – cabe ao aluno gerir as informações para transforma-las em conhecimento.
Professor não é a única fonte de saber. Conhecimento só existe com a aprendizagem.
Sociedade da aprendizagem:
Aluno – deve aprender a aprender ao longo da vida, relacionando as coisas ao seu redor, com
sentido a criatividade e responsabilidade, são fatores essenciais na aprendizagem.
Professor – deve ajudar o aluno a desenvolver a competência de aprender a aprender, dar
suporte, estrutura e estimular a aprendizagem e autoconfiança.
Escola – deve ser repensada e reformulada, contextualizada e relacionada com as pessoas
que as constituem, tornando-se auto-reflexivas e críticas, sabedoras de sua função social.
Professor consciente – é aquele que se preocupa com o aprendizado do seus alunos, ou
seja, um professor reflexivo. Ensinar os alunos a aprendizagem da convivência, juntamente com os
companheiros das salas de aula, transmitir aos alunos a posição de serem críticos. Para que haja professores reflexivos, é preciso uma escola reflexiva, que exerça também diálogos com seus
alunos.
Conforme Weiz:
A função do professor é criar condições para que o aluno possa exercer sua ação de
aprender participando de situações que favoreçam a atividade mental, ou seja, o exercício intelectual.
Para o professor, a intuição não é mais suficiente para guiar sua prática, é necessário um
conhecimento produzido no território da ciência.
Concepção construtivista:
O conhecimento é visto como produto da ação e reflexão do aprendiz.
O novo conhecimento aparece como aprofundamento do conhecimento anterior que ele já
detém.
Nenhum conceito nasce com o sujeito ou é incorporado de fora, mas precisa ser construído
através da interação do sujeito com o meio (físico, social, cultural); nesse processo de
construção, as expressões do aprendiz não tem a lógica do conhecimento final, concebido pelo
adulto.
Piaget desenvolveu uma teoria do conhecimento (epistemologia e psicologia genética) que
explica como se avança de um conhecimento menos elaborado para um conhecimento mais
elaborado.
O modelo de ensino atualmente relacionado ao construtivismo chama-se aprendizagem pela
resolução de problemas (situação-problema).
Para aprender a aprender, o aprendiz precisa dominar conhecimentos de diferentes naturezas.
Há todo um saber necessário para poder aprender a aprender; e isso só é possível para quem
aprendeu muito sobre muita coisa.
Função da escola: levar o aluno a aprender a aprender; dar-lhe os fundamentos acadêmicos;
equalizar as enormes diferenças no repertório de conhecimentos dos aprendizes.
o que realmente importa são as construções e ideias que o aprendiz elaborou e que não foram
ensinadas pelo professor, e sim, construídas pelo aprendiz.
Somente um olhar cuidadoso e despojado do professor sobre a produção do aprendiz, ao
saber não reconhecido, permitir-lhe-á descobrir o que pensa esse aprendiz, possibilitando-lhe
levantar questões e perguntas sobre tal produção. O conhecimento se constrói por caminhos
diferentes daqueles que o ensino supõe. Isso acontece no processo de aquisição de qualquer
conteúdo.
Na resolução de problemas, o professor não pode considerar como sinônimos o que o aluno já
sabe e o que lhe foi ensinado, pois não são necessariamente a mesma coisa. É preciso que o
professor desenvolva uma sensibilidade e uma escuta atenta par a reflexão, supondo que o
que elas pensam tem sentido e não é fruto de sua ignorância.
Teoria empirista – é a teoria que mais vem impregnado as representações sobre o que é
ensinar, quem é o aluno, como ele aprende e o que e como se deve ensinar (modelo de ensino e
aprendizagem conhecido como estímulo-resposta). O conhecimento está fora do sujeito, e é,
interiorizado através dos sentidos, ativado pela ação física e perceptual. O sujeito é concebido como
uma tábula rasa, concepção combatida por Paulo Freire. O aprendiz é alguém que vai juntando
informações. Caracteriza-se pela cópia, ditado, memorização pura e simples.
Concepção construtivista – o conhecimento não é concebido como cópia do real,
incorporado diretamente pelo sujeito. Esta teoria pressupõe uma atividade, por parte do aprendiz, que
organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes. Isso acontece com alunos e professores
em processo de transformação. O aprendiz é um sujeito protagonista do seu próprio processo de
aprendizagem, alguém que vai produzir a transformação, convertendo informação em conhecimento
próprio. O conhecimento não é gerado do nada, é uma permanente transformação a partir do
conhecimento que já existe. A função do professor é observar a ação da criança, acolher ou
problematizar desestabilizar suas produções, intervindo sempre que achar que pode contribuir para
que a concepção da criança sobre o objeto de conhecimento avance. É papel do professor é apoiar
a construção do conhecimento pelo aprendiz. Ele precisa compreender o caminho de aprendizagem
que o aluno está percorrendo naquele momento e, a partir disso, identificar as informações e atividade
que permitirão ao aluno avançar do patamar de conhecimento que conquistou para outro que é mais
avançado. O conhecimento só avança quando o aluno tem bons problemas sobre os quais pensar, e
que não havia pensado antes.
A avaliação deve ter uma inicial, para saber o que o aluno conhece sobre o conteúdo, outra
durante o processo, para saber se o aluno está progredindo, como também para saber se os
procedimentos utilizados em aula estão adequados. Ao avaliar os alunos, o professor também se
avalia, podendo rever os seus métodos, e trocando quando for necessário. Quando grande parte dos
alunos estão com dificuldades nas avaliações, o professor precisa rever os seus procedimentos.
Quando for uma pequena parte da turma, estes tem que serem encaminhados aos setores
pedagógicos da escola para receberem um atendimento especializado.
Os alunos devem ser agrupados juntos por idades para progredirem juntos, evitando
absurdos de se manter alunos de 12/13 anos com os de 18. Não se pode avaliar os conteúdos das
áreas de conhecimentos na hora de decidir a vida escola do aluno. Se o aluno não alcançou o nível
de desempenho exigido pela escola, a equipe responsável pelo trabalho pode garantir que no ano
seguinte receba ajuda adequada, para continuar aprendendo com a sua própria turma.
A formação do professor deve ser permanente.
O professor deve refletir sobre sua prática em sala de aula. Assim ele sai do centro de
convívio para ver como é a sua prática, isso pode ser através de vídeos ou de relatórios diários sobre
as atividades realizadas naquele dia.
A autora diz que o professor precisa ter um salário e condições de trabalho adequados, para
uma boa atuação na escola.
Pedagogia do Oprimido (resenha de Carlos Paiva)
Não há docência sem discência (quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
aprender).
Ensinar exige rigorosidade metodológica;
Ensinar exige pesquisa;
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos;
Ensinar exige criticidade;
Ensinar exige estética e ética
Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação
Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural
Ensinar não é transferir conhecimento
Ensinar exige respeito a autonomia do ser educando
Ensinar exige bom senso
Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores
Ensinar exige apreensão da realidade
Ensinar exige alegria e esperança
Ensinar exige curiosidade
Ensinar é uma especificidade humana
Ensinar exige comprometimento
Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
Ensinar exige liberdade e autoridade
Ensinar exige tomada consciente de decisões
Ensinar exige saber escutar
Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica
Ensinar exige disponibilidade para o diálogo
Ensinar exige querer bem aos educandos
O CURRÍCULO E A GLOBALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO: IMPASSES E POLÊMICAS ENTRE CONTEÚDO E METODOLOGIA NA SALA DE AULA.
É fundamental que o professor tenha uma concepção de ensino que irá diferenciar sua ação.
Desenvolver um ensino reflexivo, o professor precisaria sempre se questionar, estar aberto as novas
ideias e avaliar suas ações, para proporcionar um ensino que facilitaria o processo de transformação
permanente do pensamento, das atitudes e dos comportamentos dos alunos. Gómez reporta dois
tipos de teorias de aprendizagem: as associacionistas (estão agrupadas todas as teorias que
associam estímulos e respostas provocados e determinados somente por condições externas, é o
processo de condicionamento), e as mediacionais (inclui todas as teorias que consideram processos
internos dos indivíduos associados aos processos externos – exemplos, Jean Piaget e David Ausubel
– nesses processos também incluem os processos internos dos indivíduos, porém cada um difere do
outro, e seu processo de aprendizagem será único).
Currículo; os conteúdos do ensino ou uma análise prática?Sacristán tem uma visão de currículo, que deve estar relacionado com o cotidiano do
educando de modo que o aprendizado seja significativo.
O currículo deve ser compreendido como algo mais do que conteúdo intelectual, uma vez que
devem ser desenvolvidas nos educandos habilidades, atitudes éticas, além de estimular o
conhecimento, que por sua vez deve ser articulado com a realidade social vivenciada pelo educando
de modo a desenvolver sua criticidade e maior compreensão da realidade.
O currículo oculto tem o papel de moldar o cidadão a medida que possui uma dimensão
sociopolítica, sendo desse modo o responsável muitas vezes pelo fracasso escolar. O currículo não
deve ser visto como uma lista de conteúdos a serem seguidos e trabalhados, mas sim como uma
concepção de sujeito que se deseja formar.
O currículo para Sacristán é processo e por isso deve ser visto com mais do que um
ordenamento lógico de processos de aprendizagem e muito mais do que uma listagem de conteúdos
a serem trabalhados. O currículo deve dar conta do que realmente é aprendido pelo aluno. Este
“realmente aprendido” está no chamado currículo oculto, e não nas formulações teóricas feitas
normalmente nos gabinetes da educação. Neste currículo oculto, muito mais do que os conteúdos,
valem as atitudes, valores, comportamentos e a cultura.
Cultura é a razão de ser do fazer curricular para Sacristán: oferecer instrumentos para que o
aluno acesse a cultura presente na sociedade.
O que são os conteúdos do ensino?
Entende-se currículo como o conjunto de matérias pré-estabelecidas, que serão utilizadas
para o desenvolvimento do ensino em determinada instituição. O currículo será uma das ferramentas
utilizadas para a construção do saber. Ele passa a ser considerado com um veículo de interesses
sociais que concordam com valores e crenças dos grupos dominantes. É nele o enfoque principal da
educação, pois é só através dele que acontecem os processos de mudanças.
O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural, um modo de organizar uma
série de práticas educativas. Não pode ser associado a apenas um documento didático, seu aspecto
é bem maior e abrange uma gama de caracteres do âmbito educacional e social simultaneamente.
O distanciamento entre aprendizagens escolares e dos educandos, deve-se própria seleção
dos conteúdos dentro do currículo.
Plano do currículo, plano do ensino: papel dos professores
A educação, o ensino e o currículo são práticas sociais e culturais intencionadas e
sistemáticas, ou seja, ações que podem ser projetadas, representadas e concebidas antes de sua
realização. O plano de ensino confere a ação pedagógica uma direção preferencial; planejamento,
busca-se racionalizar a ação, otimizar a ação docente. A prática docente nutre-se de incertezas e
imprevisibilidade. Para Morin, o planejamento tem que ser entendido como uma estratégia, e não
como um programa.
Para Sacristán o planejamento (planos) são transformados e recriados ao longo de sua
implementação. O plano prévio é o que permite um marco para a improvisação e criatividade do
docente.
O planejamento de ensino nos leva a expor e justificar nossas práticas e, assim, a
compreender melhor o que fazemos. Feitos de modo mais formal por alguns, por outros, de maneira
mais esquemática, os planos de ensino potencializam a reflexão sobre a prática docente.
Organizar o currículo é atribuir sentido para uma nova prática. O plano curricular é forma de
executar o que foi idealizado é atribuir sentido ao projeto pedagógico, pois a escola se assume em
sua ação no fazer educação.
Os professores são mediadores entre o currículo e os alunos. Os pontos relevantes na
construção da qualidade do processo educativo são: o currículo e o professor. O professor é um
mediador decisivo entre o currículo estabelecido pela instituição do ensino e os alunos, é um agente
ativo no desenvolvimento curricular, um modelador dos conteúdos que se distribuem e dos códigos
que estruturam esses conteúdos, condicionando, com isso, o desenvolvimento significativo do aluno.
Para Sacristán, o currículo na universidade precisa refletir um projeto educativo globalizador
com a intenção de agrupar diversas facetas da cultura, do desenvolvimento pessoal e social, das
necessidades vitais dos indivíduos para seu desenvolvimento em sociedade, aptidões e habilidades
consideradas fundamentais.
AVALIAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: EM BUSCA DE UMA COERENCIA E INTEGRAÇÃO
É necessário ao educador desenvolver um método de trabalho para não ficar apenas nos
modismos. Ao trabalharmos com a dimensão das mediações visamos, de um lado, a apresentar
algumas possibilidades, tiradas da própria prática das instituições de ensino e dos educadores que
estão buscando uma forma de superação da avaliação seletiva, e, de outro, refletir sobre possíveis
equívocos que se ocorre na tentativa de mudar ações tradicionais.
Para haver mudança, é preciso compromisso com uma causa, que pede tanto a reflexão, a
elaboração teórica, quanto à disposição afetiva, o querer. Construindo uma autêntica práxis transformadora (fortalecimento: valorizar as práticas inovadoras – avanço: criar novas práticas –
crítica: não baixar a guarda em relação a presença e influência da avaliação tradicional).
Formas de mediação;
Aprender com as práticas de mudança;
Ajudar a socializar, valorizar, validar práticas;
Criticar, superar contradições;
Explorar possibilidades ainda encobertas.
O caminho para uma prática transformadora: é a criação de um novo plano de ação do sujeito,
que é fruto tanto da percepção de uma necessidade quanto da clareza de uma finalidade. Necessita-
se entrar no movimento conceitual e no movimento histórico da atividade educativa.
Avaliação: intencionalidade, forma, conteúdo.Relações: prática pedagógica, instituição, sistema.Avaliação como compromisso com a aprendizagem de todos – por uma nova intencionalidade
A intencionalidade é o problema nuclear da avaliação (não toma-la como absoluta, não reduzi-
la a um campo específico, não confundi-la com a realidade, não usá-la como refugio dos conflitos, não
deixar de perceber seu enraizamento na realidade). O professor não pode desistir do aluno. Todo ser
humano é capaz de aprender.
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E DO DESEMPENHO ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE E DE ACOMPANHAMENTO, INTERVENÇÃO E REORIENTAÇÃO
DA AÇÃO PEDAGÓGICA E DOS AVANÇOS DA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
O momento de avaliação deveria ser um “momento de folego” na escalada, nunca o ponto
definitivo de chegada. Somente com uma função diagnóstica ela pode servir para essa finalidade.
Na prática pedagógica, de uma avaliação classificatória, desconsidera o educando como
sujeito humano histórico, julgando-o e classificando-o. A avaliação educacional escolar deve assumir
o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, terá de se situar e
estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social e não com a
sua conservação. O educador no intuito de dar um novo encaminhamento para a prática da avaliação
escola deverá estar preocupado em redefinir ou em definir propriamente os rumos de sua ação
pedagógica. O primeiro passo é assumir um posicionamento pedagógico claro e explícito.
A avaliação terá seu sentido mais autêntico e significativo se tiver articulação com o projeto
politico pedagógico da escola. É ele que dá significado ao trabalho docente e a relação professor
aluno. A avaliação deve ser encarada como uma reorientação para uma aprendizagem melhor e para
a melhoria do sistema de ensino. O professor deve ficar atento aos aspectos afetivos e culturais do
estudante, não só aos cognitivos, pois os processos de avaliação vêm impregnados de emoções e
aspirações.
A avaliação sempre está relacionada com o poder na medida em que significa controle. Para
que seja produtiva, a avaliação deve ser um processo dialógico, interativo, que visa fazer do individuo
um ser melhor, mais criativo, mais autônomo, mais participativo. A mesma precisa levar a uma ação
transformadora e também com sentido de promoção social, de coletividade, de humanização.
Conforme Jussara Hoffmann, a avaliação propõe o uso de questões cujas respostas indiquem
o que cada um aprendeu e, com isso, ajudem o professor a melhorar as aulas.
O ato de avaliar não indica a aprovação ou a reprovação, porém, é um meio que aponta as
dificuldades dos alunos e norteia o trabalho.
Sobre que competências avaliar, Perrenoud diz, que o aluno precisa exercitar suas habilidades,
que o levarão a aquisição de grandes competências. Nesse caso a avaliação não diz respeito ao
adquirido, mas aos processos.
A lógica da escola, quanto aos processos educativos:
Progressão, a criança avança em seu percurso escolar em razão de ter se apropriado, pela
ação da escola, de novas formas de pensar, sentir e agir;
Promoção automática, a criança permanece na unidade escolar, independentemente de
progressos terem sidos alcançados.
A lógica da avaliação:
Institucional, é mais conhecido e propõe avaliar o domínio de habilidades e conteúdos
apresentados em provas;
Comportamento, é por este componente que se avalia se o professor controla o aluno,
Valores e atitudes, em que o aluno é exposto a repressões verbais e físicas, estabelecendo a
lógica da submissão.
Avaliação formal: provas que levam notas;
Avaliação informal; juízos de valores, que não aparecem, mas influenciam notas das avaliações finais,
acontece através das interações professor-aluno.
A lógica dos ciclos;
Propõem o agrupamento dos estudantes onde crianças e adolescentes são reunidos por suas
faces de formação: infância (6 a 8 anos), pré-adolescentes (9 a 11 anos) e adolescentes (12 a 14
anos).
O COTIDIANO ESCOLAR: A CONSTRUÇÃO DE VALORES DE UM VIDA CIDADÃ QUE POSSIBILITA APRENDER E SOCIALIZAR SABERES, DESENVOLVER ATITUDES
COOPERATIVAS, SOLIDÁRIAS E RESPONSÁVEIS.
Conforme Alarcão, as atividades didáticas a realizar pelos alunos implicam:
Uma tomada de consciência do que sabiam ou precisavam saber para realizar a atividade;
Pesquisa pessoal;
Um trabalho colaborativo entre eles;
Uma sistematização orientada;
Uma reflexão individual e partilhada sobre a tarefa realizada e de regulação da aprendizagem;
O apoio do professor como uma das fontes de saber e de regulação da aprendizagem.
Os professores na sociedade da aprendizagem
Criar, estruturar e dinamizar situações de aprendizagem e estimular a aprendizagem e a auto-
confiança nas capacidades individuais para aprender são competências que o professor de hoje tem
de desenvolver.
O grande desafio para os professores vai ser ajudar a desenvolver nos alunos, futuros
cidadãos, a capacidade de trabalho autônomo e colaborativo, mas também o espirito crítico. E tudo
isto só é possível num ambiente humano de compreensiva aceitação, o que não equivale, não pode
equivaler, a permissiva perda de autoridade do professor e da escola.
A noção de professor reflexivo
A noção de professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de pensamento e
reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero reprodutor de ideias e práticas
que lhe são exteriores. Levar a permanente descoberta de formas de desempenho de qualidade
superior e ao desenvolvimento da competência profissional na sua dimensão holística, interativa e
ecológica.
A noção de escola reflexiva
Ela é auto-gerida. Tem o seu projeto próprio, construído com a colaboração dos seus
membros. Sabe para onde quer ir e avaliar-se permanentemente na sua caminhada. Contextualiza-se
na comunidade que serve e com esta interage. Acredita nos seus professores, cuja capacidade de
pensamento e de ação sempre fomenta. Envolve os alunos na construção de uma escola cada vez
melhor.
Uma escola reflexiva é uma comunidade de aprendizagem e é um local onde se produz
conhecimento sobre educação.
Gerir uma escola reflexiva é gerir uma escola com projeto
Gerir uma escola reflexiva é, pois, ser capaz de mobilizar as pessoas para serem esses atores
sociais e transformarem o projeto enunciado em projeto conseguido ou o projeto visão em projeto
ação. Para Alarcão a escola reflexiva é uma organização que continuadamente se pensa a si própria,
na sua missão social e na sua organização e se confronta com o desenrolar da sua atividade num
processo heurístico simultaneamente avaliativo e formativo.
Pesquisa-ação e formação do professor
Uma aplicação da metodologia cientifica a clarificação e a resolução dos problemas práticos. É
também um processo de mudança pessoal e social planejada. Em ambos os sentidos constitui um
processo de aprendizagem que dá particular relevo a qualidade da colaboração no planejamento da
ação e na avaliação dos resultados.
A AÇÃO COLETIVA E O DIÁLOGO COM A COMUNIDADE EDUCATIVA COMO FATOR DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL PARA A PROMOÇÃO DA CIDADANIA
Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da inconclusão do homem.
A educação é mais autêntica quanto mais desenvolve este ímpeto ontológico de criar. A educação
deve ser desinibidora e não restritiva. O desenvolvimento de uma consciência crítica que permite ao
homem transformar a realidade se faz cada vez mais urgente. A cidadania concreta é a possibilidade
de fortalecimento das camadas populares, de modo que a sociedade seja composta de cidadãos
organizados que saibam reivindicar seus direitos.
Para Piaget o principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas,
não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram – homens criativos, inventivos,
descobridores. O segundo objetivo da educação é formar mentes que possam verificar e não aceitar
tudo o que lhes é oferecido.
A CONSTRUÇÃO COLETIVA DA PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA: DEMANDAS SOCIAIS, DAS CARACTERÍSTICAS MULTICULTURAIS E DAS EXPECTATIVAS DOS ALUNOS E DOS
PAIS, COMO FATOR DE APERFEIÇOAMENTO DA PRÁTICA DOCENTE E DA GESTÃO ESCOLA
O planejamento é processo que deve gerar planos de trabalho ou planos de ação com
temporalidade definida e áreas específicas. Os planos de trabalho gerados a parir do planejamento
auxiliam no desenvolvimento do trabalho da escola nas dimensões pedagógica, política e
administrativo-financeira.
A participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar nesse processo é fator
relevante para o seu sucesso, pois agrega ao planejamento o compromisso e a co-responsabilidade
na consecução de metas e objetivos definidos.
O planejamento participativo deve ser flexível, tendo em vista que possui caráter processual e é
uma atividade permanente de reflexão e açao.
Segundo Libâneo, as funções do planejamento são:
Diagnóstico e análise da realidade da escola
Definição de objetivos e metas
Determinação de atividades e tarefas a serem desenvolvidas
O projeto político pedagógico orienta atitudes, posturas e práticas que se desenvolvem no
ambiente escola, ou seja, orienta a construção da própria realidade escolar. É um documento que
detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola,
expressando as exigências legais do sistema educacional, bem como as necessidades, propósitos e
expectativas da comunidade escolar.
Planejamento e avaliação
Segundo Luckesi, planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o
ato crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto. A avaliação
se constitui num processo indispensável ao próprio ato de planejar.
DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABIILIDADE: CAMINHO POSSÍVEL?
Sustentabilidade refere-se ao desenvolvimento econômico baseado no equilíbrio entre as
dimensões ecológica, social e econômica. Pressupõe a redução ou otimização do uso de recursos
naturais, a minimização de impactos sobre o meio ambiente e a sociedade no decorrer do ciclo de
vida de produtos e processos produtivos, e a melhoria da qualidade de vida de todos os seres.
A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma questão que envolve um
conjunto de atores do universo educativo, potencializando o engajamento dos diversos sistemas de
conhecimento, a capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva
interdisciplinar.
A solidariedade e a igualdade nas relações entre as nações devem constituir a base da nova
ordem institucional e contribuir para reunir o mais rápido possível todos os recursos existentes.
Mediante a utilização das descobertas da ciência e da tecnologia, a educação deve desempenhar
uma função capital. Essa educação vai estimular a formação de comportamentos positivos em relação
ao meio ambiente e a utilização de seus recursos pelas nações.
Essa educação deverá preparar o indivíduo através da compreensão dos principais problemas
do mundo contemporâneo, proporcionando-lhe os conhecimentos técnicos e as qualidades
necessárias para desempenhar uma função produtiva que vise melhorar a vida e proteger o ambiente,
valorizando os aspectos éticos. A educação ambiental deve ser orientada para a comunidade.
O tema da sustentabilidade confronta-se com o paradigma da “sociedade de risco”. Isso implica
a necessidade de se multiplicarem as praticas sociais baseadas no fortalecimento do direito ao
acesso a informação e a educação ambiental em uma perspectiva integradora.
EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE SOCIOCULTURAL
O homem é entendido como ser que se constrói permanentemente nas relações sociais. O
conhecimento é compreendido como patrimônio de todos, riqueza cultural, informação elaborada a
serviço da cidadania, e como tal, precisa ser compartilhado.
Aprender/conhecer expressa sentidos, possibilidades de ser e de conviver do ser humano. A
escola é compreendida como instituição cultural da comunidade e como espaço de formação do ser
humano; como espaço que concorre para a cidadania e inclusão de sujeitos aprendentes. Precisa-se
de uma escola que rompa com o senso comum e com os limites da sala de aula, e que se enriqueça
pelo processo de interação de outros agentes educacionais da sociedade, integrando novos
conteúdos, proporcionando vivencias e estabelecendo relações com a comunidade.
A educação e a cultura devem caminhar juntas cabendo a escola organizar os saberes
entrecruzando-os com o cabedal cultural dos alunos. Os saberes que os alunos levam para a escola
devem ser respeitados.
Segundo Tomaz Tadeu da Silva, quando se define currículo, diz sendo o núcleo que corporifica
o conjunto de todas as experiências cognitivas e afetivas proporcionadas aos estudantes no decorrer
do processo de educação escola, podemos trata-lo como sendo um espaço conflituoso e ativo de
produção cultural; um espaço que, no contexto do referencial teórico se localiza no “exato ponto de
intersecção entre poder e representação” e constitui, por isso mesmo, “um local de produção da
identidade e da alteridade”.
Cultura é o amplo conjunto de conhecimentos e realizações que o ser humano, vivendo em
sociedade, adquire e compartilha com seu grupo social.
A cultura escolar é uma caracterização ou, melhor dito, uma reconstrução da cultura, feita em
razão das próprias condições nas quais a escolarização reflete suas pautas de comportamento,
pensamento e organização.
O currículo é uma construção peculiar, um instrumento ordenador da socialização do cidadão e
do aparato escolar, de toda a prática.
A INCLUSAO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Numa escola inclusiva, todos os alunos, com ou sem alguns desses atributos individuais,
estudam juntos nas mesmas classes.
O tutoramento nas salas de aula tem sido uma solução natural, que pode ajudar muito os
alunos, desenvolvendo neles o hábito de compartilhar o saber.
Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando, por sua própria definição, não apenas
deixa de promover a exclusão, mas incentiva a reestruturação das bases ideológicas e práticas que
sustentam o atual sistema de ensino em favor da inclusão.
O conhecimento da atuação da escola com relação a inclusão e a integração exige uma
abordagem holística do portador de deficiência que revele seu contexto de vida. A exclusão não é o
avesso da inclusão, pois esta pode se manifestar como inclusão marginal, na medida em que a
sociedade capitalista desenraiza, exclui para incluir de outro modo, segundo suas próprias regras,
segundo sua própria logica.
Os sujeitos da inclusão devem ser identificados dentre aqueles que não tem acesso aos bens e
serviços histórica e socialmente disponíveis.
O desafio implica numa nova visão de necessidades educacionais especiais que, além das dos
alunos, traduzem-se por necessidades das escolas, dos professores e de todos os recursos humanos
que nelas trabalham.
A avaliação não deve ter o papel de prática rotuladora que estigmatiza e segrega, mas,
necessariamente, o de sinalizar as mudanças que precisam ocorrer.
Segundo Mantoan, a avaliação constitui um outro entrave a implementação da inclusão. É
urgente suprimir o caráter classificatório da avaliação escolar, esta deverá ser qualitativa, visando
depurar o ensino e torna-lo cada vez mais adequado e eficiente a aprendizagem de todos os alunos.
ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS E ESPAÇOS ESCOLARES
Consideramos o espaço como lugar e o tempo como um símbolo social resultante de um longo
processo de aprendizagem humana.
O tempo escolar é o tempo que o aluno vive ou passa numa instituição educativa.
A INFÂNCIA COMO TEMPO DE FORMAÇÃO
Psicologia cognitiva, crianças pensam de maneira diferente dos adultos; pensam diferente de
outras crianças; o pensamento evolui, passa por estágios.
A criança cidadã é viver como sujeito de direitos.
Com o adolescente está a procura da sua identidade o professor para ele, é um modelo em
potencial.
A EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS ALUNOS E O COTIDIANO
Para que haja a articulação dos saberes das áreas do conhecimento com o contexto histórico-
social é necessário que o professor trabalhe o conhecimento, não como simples informação a ser
passada ao estudante, mas deverá respeitar o saber que ele traz consigo e levar em conta o
patrimônio cultural da comunidade, sendo ele o sujeito, autor de seu conhecimento. O papel do
professor é de colocar situações desafiadoras, para que o aluno possa reconstruir o conhecimento no
confronto com o que já sabe.
SABERES E PRÁTICAS VOLTADAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS COGNITIVAS, AFETIVAS, SOCIAIS E CULTURAIS
Organizar e dirigir situações de aprendizagem é manter um espaço justo para tais
procedimentos.
Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em
objetivos de aprendizagem.
Trabalhar a partir das representações dos alunos, é dar-lhes regularmente direitos na aula,
interessar-se por elas, tentar compreender suas raízes e sua forma de coerência, não se surpreender
se elas sugerem novamente, quando as julgávamos ultrapassadas.
No trabalho coletivo, inicia-se a discussão, o choque das representações obriga cada um a
precisar seu pensamento e a levar em conta o dos outros.
A construção do conhecimento é uma trajetória coletiva que o professor orienta, criando
situações e dando auxílio, sem ser o especialista que transmite o saber, nem o guia propõe a solução
para o problema.
Para que os alunos aprendam, é preciso envolve-los em uma atividade de uma certa
importância e de uma certa duração, garantindo ao mesmo tempo uma progressão visível e
mudanças de paisagem.
Administração a progressão das aprendizagens
Conceber e administrar situações-problemas ajustadas ao nível e as possibilidades dos alunos.
Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino, exige um bom conhecimento das fases
de desenvolvimento intelectual da criança e do adolescente.
Estabelecer laços com as teorias subjacentes as atividades de aprendizagem.
Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem
formativa. Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão.
Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma.
Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto.
Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades.
Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo.
Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho. Suscitar o desejo de aprender,
explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade
de auto-avaliação.
Instituir e fazer funcionar um conselho de alunos (conselho de classe ou de escola) e negociar
com eles diversos tipos de regras e de contratos.
Oferecer atividades opcionais de formação.
Favorecer a definição de um modo pessoal do aluno.
Elaborar um projeto de equipe, representações comuns.
Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões.
Formar e renovar uma equipe pedagógica.
Enfrentar e analisar em conjunto, situações complexas, práticas e problemas profissionais.
Administrar crises ou conflitos interpessoais.
A BIODIVERSIDADE BRASILEIRA: AS DIFERENÇAS CULTURAIS, ECONÔMICAS, MISCIGENAÇÃO E A DIVERSIDADE TERRITORIAL
A escola deve propiciar aos alunos o desenvolvimento de atitudes de repúdio as práticas de
desrespeito a outras culturas e classes sociais, não importando o sexo, a idade, a cultura, a etnia, a
religião, a classe social ou o grau de instrução; deve entender como sua perspectiva cultural pode
afetar seu modo de pensamento escola e sua aprendizagem.
A EDUCAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO: ENSINAR NA ERA DA INFORMAÇÃO
Para Libâneo a escola precisa ser um lugar de analises críticas e produção da informação,
onde o conhecimento possibilita a atribuição de significados a informação.
Aprender a aprender tornou-se um pilar da educação extremamente relevante nas discussões
sobre a prática pedagógica.
Conforme Alarcão, a sociedade da informação, como sociedade aberta e global, exige
competências de acesso, avaliação e gestão da informação oferecida.
A escola como organização, tem de ser um sistema aberto, pensante e flexível. Sistema aberto
sobre si mesmo, e aberto a comunidade em que se insere.
As novas máquinas são hoje apenas uma extensão do cérebro. O pensamento e a
compreensão são os grandes fatores de desenvolvimento pessoal, social, institucional, nacional,
internacional.
Ter competência é saber mobilizar os saberes. A competência não existe sem os
conhecimentos. Como consequência lógica não se pode afirmar que as competências estão contra os
conhecimentos, mas sim com os conhecimentos. Elas reorganizam-nos e explicitam a sua dinâmica e
valor funcional.
São hoje muitas as competências desejadas, que assentam num conjunto de capacidades.
Valorizam-se a curiosidade intelectual, a capacidade de utilizar e recriar o conhecimento, de
questionar e indagar, de ter um pensamento próprio, de desenvolver mecanismos de auto-
aprendizagem.
O professor continua a ter o papel de mediador, mas é uma mediação orquestrada e não linear.
A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO: CONCEITOS E DIMENSÕES
Alunos e professores estão abertos a aprender. Educar é mais do que simplesmente passar o
conhecimento; é um ato de amor. O verdadeiro professor é aquele que desenvolve cuidadosamente
os elementos positivos que se encontram nos alunos, harmonizando-os com os negativos e
construindo assim a maravilha da individualidade cósmica do homem integrado.
Edgar Morin nos convida a realizar a tarefa histórica de “reformar o pensamento para reformar
o ensino e reformar o ensino para reformar o pensamento”.
GESTÃO ESCOLAR PARA O SUCESSO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM
Gestão escolar deve estar voltada para garantir que os alunos aprendam sobre o seu mundo e
sobre si mesmos em relação a esse mundo, adquiram conhecimentos uteis e aprendam a trabalhar
com informações de complexidades gradativas e contraditórias da realidade social, econômica,
politica, e científica, como condição para o exercício da cidadania responsável.
A escola é um lugar onde se ensino e se aprende. Existem inúmeros fatores que influenciam
nesse processo: fatores sócios-econômicos, culturais, forma de funcionamento da instituição,
metodologia de ensino, relação professor-aluno, concepções, teorias adotadas, entre outros.
A ESCOLA COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL
A formação continuada em serviço é um dos elementos que contribui para qualificar o processo
educacional. Esta formação vem sendo realizada de forma centralizada e descentralizada. O objetivo
primordial da formação centralizada é implementar ações que promovam aprendizagem significativa a
todos os alunos por meio de uma ação e prática pedagógica que atenda os pressupostos nos quais
se pauta o projeto da escola. É organizada com vistas a garantir a transposição dos pressupostos
teórico-metodológicos que sustentam a proposta curricular.
A formação descentralizada visa a reflexão da demanda de cada unidade. É acompanhada
pela assessoria técnica e pedagógica, junto as unidades educativas.
O DESENVOLVIMENTO CURRICULAR: PLANEJAMENTO DA AÇÃO DIDÁTICA E O PROJETO PEDAGÓGICO
O PPP constitui-se num processo democrático de tomada de decisões, com o objetivo de
organizar o trabalho pedagógico, no sentido de trabalhar os conflitos na busca de superar relações
competitivas, corporativas e autoritárias, diminuindo a fragmentação escolar.
Elaborar, executar e avaliar um PPP, de forma coletiva e compartilhada, implica diagnosticar a
realidade escolar fazendo-se um levantamento, junto a comunidade, da situação social, econômica,
politica e cultural da mesma. É essencialmente, um fórum de discussões que norteia todo o trabalho
da escola desde as ações mais cotidianas, até as mais complexas, torna-se também, um espaço de
formação profissional, junto com vários outros momentos como os cursos de formação e capacitação.
Repensar a formação requer que se valorize a ação pedagógica, permitindo a construção de
espaços na escola onde se possa observar, analisar, atuar e refletir, bem como provocando o
desenvolvimento de capacidades e competências implícitas no conhecimento-na-ação, relfexão-na-
ação e reflexão sobre ação e sobre a reflexão-na-ação.
Conforme Japiassú, a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os
especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de
pesquisa.
QUESTÃO AMBIENTAL E POLÍTICA INTERNACIONAL: POSICIONAMENTOS E DIVERGÊNCIAS
A educação ambiental sustenta-se na busca da conexão permanente entre as questões
culturais, política, econômicas, sociais, religiosas, estéticas e outras, determinantes para a nossa
relação com o ambiente. Sua proposta é ampliar o entendimento e integrar ações, e não reduzir o
foco, criar mais uma divisão no conhecimento, como ainda percebemos em alguns projetos.
CONCEPÇÃO SOBRE OS PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
Construtivismo (Piaget) o desenvolvimento é construído a partir de uma interação entre o
desenvolvimento biológico e as aquisições da criança com o meio. O desenvolvimento do
conhecimento é um processo espontâneo, ligado ao processo global da embriogenese
(desenvolvimento do corpo). A aprendizagem é provocada por situações – provocada por um
experimentador psicológico; ou por um professor, com referencia a algum ponto didático; ou por uma
situação externa. O desenvolvimento é uma soma de unidades de experiências. Para conhecer um
objeto é necessário agir sobre ele. Conhecer é modificar, transformar o objeto, é compreender o
processo dessa transformação e, consequentemente, compreender o modo como o objeto é
construído.
Sociointeracionista (Vigotsky) o desenvolvimento humano se dá em relação as trocas entre
parceiros sociais, através de processos de interação e mediação. O desenvolvimento do indivíduo é o
resultado de um processo sócio-histórico é a ideia de mediação. Sua questão central é a aquisição de
conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
Para Vigotsky, existem dois níveis de desenvolvimento:
Nível de desenvolvimento real: é compreendido por aquilo que a criança consegue fazer por si
mesma.
Nível de desenvolvimento proximal: é determinado através da solução de problemas sob a
orientação de adultos e em colaboração com companheiros mais capazes
Linha de desenvolvimento para Vigotsky: real – proximal – real
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE APRENDEZAGEM
Para Zabala, quanto aos conteúdos da aprendizagem, seus significados são ampliados para
além da questão do que ensinar, encontrando sentido na indagação sobre por que ensinar.
Os tipos de conteúdos para Zabala:
Os conteúdos factuais – conjuntos de fatos
Os conteúdos procedimentais – conjunto de ações ordenadas e com um fim
Os conteúdos atitudinais – são valores, atitudes e normas
Aprendizagem de conceitos – conjunto de fatos, objetos ou símbolos – e princípios – leis e
regras que se produz num fato
Currículo é uma prática e expressão da função socializadora e cultural de uma instituição no
conjunto de atividades mediante as quais um grupo assegura que seus membros adquiram a
experiência social historicamente acumulada e culturalmente organizada.
Escola cidadã deve contemplar, além de tudo, alguns temas que são geralmente excluídos do
cotidiano das demais escola, tais como a criticidade, criatividade, curiosidade, conflito, contradições
da realidade, problematização, a construção e a provisoriedade do conhecimento, a avaliação
emancipatória, a distribuição democrática e solidária do tempo na escola, a gestão coletiva da vida
escolar.
FINALIDADES DA EDUCAÇÃO
A finalidade da escola é promover a formação integral dos alunos, segundo Zabala, que critica
as ênfases atribuídas ao aspecto cognitivo. Para ele, é na instituição escola, através das relações
construídas a partir das experiências vividas, que se estabelecem os vínculos e as condições que
definem as concepções pessoais sobre si e os demais.
Para Paulo Freire, ensinar é, desafiar os educandos a que pensem sua prática a partir da
prática social e com eles, em busca desta compreensão, estudar, rigorosamente a teoria prática. E
para isso os educadores devem ser ou fazer-se competentes. A verdadeira educação é um ato
dinâmico e permanente de conhecimento centrado na descoberta, analise e transformação da
realidade pelos que a vivem.
Os quatros pilares da educação segundo a UNESCO: APRENDER A CONHECER APRENDER A FAZER APRENDER A SER APRENDER A CONVIVER
CIDADANIA NO MUNDO GLOBALIZADO
Segundo Milton Santos, globalização é de certa forma, o ápice do processo de
internacionalização do mundo capitalista. Para entende-la, como, de resto, a qualquer faz da historia,
há dois elementos fundamentais a levar em conta: o estado das técnicas e o estado da política.
Estima-se que a globalização favorece apenas 1/3 da população mundial, o restante fica de fora.