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GEOGRAFIA MODELOS
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GERENCIAMENTO AMBIENTAL AUTOR RESPONSAVEL DISTRIBUIÇÃO/DISTRIBUTION
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Diretor Sens Remoto "......................... ...:-..-..-................... REVISADA POR / REVISED BY
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528.711.7:577.4E
PUBLICAÇÃO N2 PUBLICATION NO
INPEr-4840s-PRE/1469 w
F.: O PAPEL DA GEOGRAFIA NO GERENCLAMENTO AMBIENTAL: O PESQUISA E NOVAS TgCNICAS =
Evlyn Mcircia Leão de Moraes Novo R R 4
mmuant ---------. 1 1 Junho 1989 - ,
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RESUMO - NOTAS /ABSTRACT - NOTES
Este artigo apresenta algumas idéias sobre a importância da Geo grafia para o gerenciamento ambiental.. O domínio de novas técnicas de andIís-ij de dados é colocado como fundamental para que o Geógrafo ocupe seu espaço no processo de gerenciamento ambiental. Dentre as técnicas enfatizadas destacam -se a modelagem, o sensoriamento remoto, e os sistemas de informação.
OBSERVAÇÕES/ REMARKS
Este trabalho serci publicado nos anais do III Simpósio de Geografia Física Aplicada, a ser realizado em Nova Friburgo-Ref no periodo de 29 • 5 a 03.6.89.
INPE, —49
O PAPEL DA GEOGRAFIA NO GERENCIAMENTO AMBIENTAL:
PESQUISA E NOVAS TÉCNICAS
Evlyn Marcia Leão de Moraes Novo
RESUMO
Este artigo apresenta algumas idéias sobre a importância
da Geografia para o gerenciamento ambiental. O domínio de novas t6cni
cas de análise de dados é colocado como fundamental para que o Ceógra
fo ocupe seu espaço no processo de gerenciamento ambiental. Dentre as
té;cnicas enfatizadas destacam -se a modelagem, o sensoriamento remoto,
e os sistemas de informaçao.
ancmDArm
This paper presents some ideas about deogramhy's role
within the Environmental Management. The expertise in dealing with
new techniques for collecting and processing data is brought as a
fundamental step so as geographers can participate in * the -
edvironmental menagement process. Among the techniques modelling,
remoto sensing and information systems were enphasized.
Institut.° de Pesquisav, Espaciais -INPE
Caixa Postal 515 - 12201 - São José das Campos, SP
INTRODUÇÃO
o que é Pesquisa? É busca de conhecimento através do md todo cientifico. Podo..se definir o método científico como o processo
de formulação e teste de hipótese. A formulação de hipóteses pode ser
feita a partir da.observavão ou contacto com teorias anteriores e o
teste de hipóteses pode ser feito a partir da análise de informações
reunidas de modo sistemático. A Ciência conta hoje com uma gama de tec
nicas tanto para observação dos fenômenos do Universo, quanto para a
integração e análise das informações.
•
. o que distingue os diferentes ramos do conhecimento ã o conjunto de problemas suscitados no processo de formulação de hip6te
ses. A Geografia ao longo de sua história tem se preocupado em desven
dar os processos de estruturação dos diferentes ambientes do Planeta
Terra. A Geografia Física em particular, tem se preocupado com a com
preensão dos.processos de Interação entre os diferentes sistemas que
compõem o meio físico e de seu papel na estruturação da superfície ter
restre. •
•Hoje existe em todo o mundo uma preocupação crescente
com o futuro do Planeta Terra. A comunidade científicase deu conta
de que a Terra precisa ser estudada como um sistema unificado. Os çory
tinentes, os oceanos, a atmosfera estão ligados por processos hidrol6
gicos, biogeoquímicos, físicos, Cuja importância é altamente variável
no tempo e no espaço. A estratégia adotada pela comunidade científica
para atingir a esses objetivos é o desenvolvimento de modelos matemãti
cos globais, geograficamente especificados. ESS3S modelos integram sis
Imas de informações inter faceados a sistemas d2 informações geogrjui
cas, sistemas de gerenciamento de bancos de dados, sistemas de senso
riamonto remoto, etc. (NASA, 1988).
Ainda dentro dessa preocupação com o planeta, foram cria - dos programas mundiais* como o International Geosphere-nosphere
Program e o Earth Observation System orientados para o estudo das inte
rações entre a Biosfera, a Geosfera, a Hidrosfera e a Atmosfera. A aná .
liso dos objetivos científicos das pesquisas no ãmbito daqueles progra
mas pm-mite verificar uma ampla área de superposição com os objetivos
do pesquisa em Geografia Física. A proposta de Berrien Moore III
(iloore III et alai, 988) para o Programa de Observação da Torra tom objetivos centrr.is, dentre os quaispclo menos um c :um obje!..ivc,
r.-,e poderia classi.eicar como puramente geografico: _descrever de rr',
t„ità ylobalizado (1 oU:stico) o!.; padracs o 'a di2 ,-tribui"c:Sa dos "Occ...,
mas" no tempo. Ele justifica esse objetivo afirmando que "a atividade
humana .transformou os ecossistemas naturais ao longo dos últimos 200
anos 4get formas que variam desde as mais óbvias como o desmatamento
até as mais sutis como as alterações da vegetação através da poluição
atmosférica. Estas transformações produziram ao longo do tempo mosai
:cos de paisagens que refletem efeitos colaterais do ambiente natural
e do ambiente humano. Esses padrões, por sua vez, influenciam a dis
tribuição espacial e temporal dos fluxos de mat6ria e energia entre
biota, a atmosfera, a hidrosfera". A partir do que chamam de Global
:Landseapo Model, Berrien e seus co-investigadores pretendem alcançar
seu objetivo centrai que é a modelagem dos ciclos biogeoquímicos .na
_superfície terrestre.
1 • ' PESQUISA E NOVAS TÉCNICAS
•
A constatação neste fim-de século é a de que a pulveri
Ização da Clõncia criou um volume de dados imenso sobre os fenômenos .r
.fisicos,biokógicos, sociais, etc., mas que esses dados isoladamente
¡não permitem'compreender os processos de transformação do Planeta. O
desenvolvimento de novas técnicas 'de observação e análise permitiu o
l acúmulo de dados'sobre campos e locais específicos. O grande esforço
tcientíficd do século XXI será o de síntese. É nessa direção que deve
riam caminhar os esforços de pesquisa e de domínio de novas técnicas
,no âmbito da Geografia. A comunidade científica também descobriu que
k) cientista isolado é uma espécie eia extinção. O volume de informa
: ções e inovações tecnológicas e o grau de especialização das técnicas 'é Cio grande, que apenas a formação de equipes de pesquisa garante o
sucesso da atividade científica. •
O que se observa nos países desenvolvidos é a organiza
ção de equipes multidiciplinares. A tarefa do pesquisador é dupla:
:por um lado ele deve avançar as fronteiras do conhecimento em seu pró
ft.)rio campo específico (verticalização do conhecimento); por outro la
do ele deve ser capaz de dialogar com os outros membros da equipe pa
ra avaliar as necessidades de informações e sua importãncia para a
. compreensão dos processos globais. A linguagem comum entre os cientis
tas -é a linguagem dos modelos e dos sistemas de informação.
Uma rEipida analise de periódicos internacionais de coo
grafia: EAtall SURFACE: FORM AND PROCESSES, GEOGRAPHICAL ANALYSIS,
GEOGRAPHY, TPANSACTION, etc., indica um uso acentuado do técnicas -do
modolagem no estudo dos processos de natureza çeografica. A utilizJI - ção de modelos conceituais ou empiricos é tambãm amplamente aceita p 2
:los pesquisadores ligados Is demais Ci8ncias da Terra, tais como Hidr(5
logo, Ecólogos, Geõlogos,*no Brasil. Esta tendência entretanto ainda
'no e observada entre Geógrafos. Se o Geógrafo quiser ingressar no sL;
Cuia XXI com compétência para integrar equipes- multidiciplinares e com
competência para ocupar 0 seu espaço, ele deve se inteirar das técni
cas de modelagem. Ele precisa perder o medo da Matemática, da Estatís - Uca e da Computação. Os cursos de Graduação e Pós-graduação em Geogra
fia devem proporcionar c acesso a esse tipo de técnica: Isso de modoal
guia mudará a ess&ncia da Geografia, por que não mudará seu objeto.
Esse tipo de técnica inclusive ajudará aos Geógrafos a cumprirem me
lhor o seu papel de sintetizador dos processos naturais e sócio-cultu.
rais de estruturação do espaço. Enquanto isso não ocorre, os Ge6grafos
se marginalizam e .outros especialistas passam a ocupar o seu lugar. A
proposta de Berrien Moore III dentro do Earth Observation System, n5o
obstante o cunho altamente Geográfico de alguns de seus objetivos não
contou com a colaboração de Geógrafos. Sua concepção foi feita por Fi
sicos, Matemáticos, Especialistas em Computação, Oceandgrafos, Meteoro
logistas, Biólogos, EcOlogos, Geólogos. Não porque os GeOgrafos tenhan
sido discriminados, mas por que se alijaram por julgarem-se incapazes
• de cuidar da tarefa. . . .
Os simpósios e congressos temãticos costumam apresentar
discursos ufanistas sobre o GeOgrafo e seu papel. É um papel importan
te, riao há* a menor dúvida, mas apenas se houver comDet8ncia para dosem
perihã-lo. Neste contexto cabe novamente a questão: que tecnicas de pes
guisa deve o Ge&graro dominar para que possa contribuir afetivamente
para o Gerenciamento Ambiental?
GEOGRAFIA E GERENCIAMENTO AMBIENTAL
- - O que é Gerenciamento Ambiental? 2 o conjunto de ativida
des que ,permite a adoção de estratégias de apropriação do espaço ter
,restre e de deus recursos de tal modo que o equilíbrio ambiental seja
mantido. O Gerenciamento advém da necessidade de harmonizar od malti
pios usos do ambiente e obter benefícios tangíveis, como recursos eco
dómicos, é intangíveis, como qualidade de vida, quer seja vida humana,
animal ou vegetal.
A adoção de tais estratégias, contudo, demanda conheci
monto. Para se optar entre construir grandes barragens ou múltiplas pe
quenas borragens deve-se conhecer .com clareza as prováveis consequE,n
'cias amhidntais de uma ou outra onção. E como conhecer o futuro? 2 ric:,;
se conte ,:to que ol; modelos de simulação se tornam uma técnica fundamep
E Geografia. Atrav6s dessós modelos podem ser simulados cenãríos
diversos e avaliadas as melhores -opções de ocupação do espaço.
Mas os modelos para a simulação desses efeitos muitas ve
zes não existem implementados de modo a que possam ser utilizados. Mui
tas vezes eles devem ser desenvolvidos ou otimizados para. certas apli
•—
cações. Alguns ramos do conhecimento já possuem modelos operacionais.0
gerenciamento de recursos hídricos amplamente baseado em tdcnicas de
tmodelagem.
Em Geografia existem alguns exemplos interessantes de mo
'delos de simulação aplicados ao gerenciamento ambiental. Esses modelos
fazem parte de Sistemas Integrados de Manejo de Bacias Hidrográficas.
Um exemplo desses sistemas é fornecido pelo INTEGRATED LAND *AND
.WATERSIIED MANAGEMENT INFORMATION SYSTEM desenvolvido pelo INTERNATIONAL
INSTITUTE FOR AEROSPACE SURVEY AND EARTH SCIENCE (ITC). Esse sistema
foi desenvolvido por uma equipe de recursos naturais composta por agr8
flomos,geólogo r geógrafos. A definição das VARIÃVEIS e PROCESSOS 'impor
A:antes ã simulação foi realizada por essa equipe, que então encomen
,desu aos especialistas cá computação e matemática sua formulação final.
o sistema desenvolvido pelo ITC (ITC, 1988) incorpora da
,dos de fontes diversas, dosde dados de campo, até dados do sennoriamnn
:to remoto orbital. Ele foi testado por Meijere et alii (1988) para mo
ciciar 'as consequências da alteração do uso da terra numa província. da
Indonésia. O modelo utilizado permitia simular diversos cenãrios.deocu.
paço do espaço atras do ,cruzamento. de informações tais como: a) ta
xas de crescimento populacional; b) estrutura fundiária; c)taxas de mo
dificação da estrutura fundiária no tempo; d) funções de relação entre
estrutura fundiária, população e demanda por novas frentes de ocupação
aurS.cola. A doinanda por novas Lerras pode então ser mapeada urna vcz que
o modelo é espacialmente referenciado. O cruzamento da demanda por no
vas terras com o uso atual, permite então identificar-se as Etreas de
oferta espaço para a ocupação. Os modelos de degradação de solo são en
tão aplicados para se determinar dentro dos espaços d.l.ponívels, cgi c2:;
paços adequados. Modelos de difusão espacial são também utilizados pa
ra determinar a probabilidade de ocupação dos espaços disponíveis em
função de distancia, acessibilidade, etc. 0 confronto de todas essas
variáveis determinar o cenário futuro. •
A rapida aniiiise desse exemplo demonstra que um ponto c:e
estrangUlamonLo ainda existente é o da modelagem dos processos em ter
mos de variãveis e parametros. As variáveis .descrevem- os fenâmenos ir
iwportantes para o func1onamen0 do sistema L preciso conhecer numeri
camente, por exemplo, a relação entre concentração de popúlação e . de
manda de água. Mas isso pode ser culturalmente determinado e variar dc
região para região. Seria a demanda de água por habitante igual na Ci
na é no Brasil, tendo em vista o conjunto dos usos a que se destina?
Com relação às consequ8ncias do uso da terra sobre o nivel tráfico de
sistemas aquáticos: seria esse efeito igual em lagos temperados e tro
picais?.As taxas de erosão'ã jusante de barragens em regiões tropicais
seriam semelhantes as de regiões temperadas? Levando em conta apenas
o bom senso, poder-se-ia admitir que não, o que levaria 'à constatação
de que modelos desenvolvidos para certas regiões e tendo em vista cor
tas parametrizações não são universalmente aplicáveis. Validar mode
los, adaptã-los, otmizá-los, ê, por si só, um campo imenso de pesquisa
ainda a ser explorado pela comunidade de Geógrafos. Dados existem em
profusão no Brasil iii discordância sobre isso, mas se fôr tomado ape
nas um dos órgãos responsáveis pela coleta de dados no país que é o Ins
tituto de Pesquisas Espaciais, ver-se-á que existe um acervo de ima
gens superior a 250..000 cenas recobrindo todo o território nacional,
por um período superior a 15 anos. É preciso estimular a nova geração
de Geógrafos a análise desses dados. • •
CONCLUSÃO. •
•
o Brasil, neste fim de sé"culo,'está sendo atentamente
observâdo e julgado pelas naçaes da Terra. Os editoriais jornalísticos
apresentam as mais controvertidas opiniaes sobre o destino da Amazônia
e seu impacto sobre o Planeta como um todo. Qual a contribuição do Geó
grafo para essa discussão? 115, muito a ser 'estudado pelo Ge6grafo. Den
tre as questões que devem ser respondidas por ele estão: qual o lapso
de tempo entre construção de estradas e desmatamento; qual o raio de
impacto de uma estrada sobre o desmatamento; qual o lapso de tempo en
tre o desmatamento e a alteração da hidrógrafa em rios • de diversas or
dons; qual o lapso de tempo entre ocupação agropecuãria e compactàção
do solo sob diferentes condições de manejo. Todas essas questões são
fundamentais para a modelagem do impacto da remoção da Floresta Amaza
nica no Clima do planeta Terra. Os modelos meteorológicos estão desen
volvidos, mas seu refinamento depende desse tipo informação.
'Para que a Geografia tenha um papel mais decisivo no Ge
renciamento Ambiental, o Geógrafo deve reconhecer a exceldncia dos m6
todos matemãticos e computacionais comoferramental necess5rio modela
gem dos processos de organização do espaço. Só através desse reconheci
mento haverá um diálogo mais fácil entre GeOgrafos e demais componen
tes das equipes multidiciplinares que realizam o Gerenciamento Ambien
tal.
REFERENCIAS BIBLIOGRÃFICAE
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