RETROVÍRUS - Retroviridae

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Retroviridae

Disciplina: Virologia III

Curso: Medicina Veterinária

Profa. Rita de Cássia Nasser Cubel Garcia

Infectam mamíferos e aves causando:

doenças malignas : leucemia, linfomas, sarcomas

doenças neurológicas : encefalites, paralisia

doenças hematológicas : anemias

imunodeficiência

RETROVÍRUS

www.retrovirology.com

Oncovírus: Vírus do sarcoma de Rous

Vírus da leucose Aviária (ALV)

Vírus da leucemia de bovinos (Linfócitos B)

Vírus da leucemia de Felinos (FeLV)

Vírus linfotrópico T humano (HTLV-I e II)

Spumavírus

Lentivírus: Vírus da imunodeficiência felina (FIV)

Vírus da imunodeficiência de símios (SIV)

Vírus da imunodeficiência humana (HIV- I e II)

Vírus da anemia infecciosa equina (EIAV)

Vírus Visna – Maedi (ovinos)

Vírus da artrite encefalite caprina (CAEV)

Classificação (patogenia):

Causam doenças crônicas e degenerativas do sistema imune e SNC

Apresentam período de incubação prolongado

Replicação e disseminação na presenca de anticorpos

Sub-família Gênero Espécie

Orthoretrovirinae Alpharetrovírus

Vírus da leucose aviária

Vírus do sarcoma aviário

Vírus da mieloblastose aviária

Vírus do sarcoma de Roux

Betaretrovírus Vírus do tumor mamário de camundongo

Gammaretrovírus

Vírus da leucemia felina (FeLV)

Vírus do sarcoma felino

Vírus da reticuloendoteliose aviária

Deltaretrovírus Vírus da leucemia de bovino

Vírus linfotrópico T humano (HTLV-1, HTLV-2)

Epsilonretrovírus Vírus de tumor de peixes

Lentivírus

Vírus da imunodeficiência humana (HIV-1, HIV-2)

Vírus da imunodeficiência de bovino

Vírus da anemia infecciosa de eqüina (AIE)

Vírus da imunodeficiência de felino (FIV)

Vírus da encefalite-artrite caprina (CAEV)

Vírus Maedi-Visna (MVV)

Vírus da imunodeficiência de símio (SIV)

Spumaretrovirinae Spumavírus

Classificação dos retrovírus

FAMÍLIA: RETROVIRIDAE

superfície

transmembrana

proteína da matriz

genoma diplóide:

2 moléculas de RNA ss (+)

proteína de capsídeo

Diâmetro: 80 – 100 nm

proteína de ligação ao ácido nucleico (NC)

Lecollinet & Richardson

Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases, 31( 2–3): 167–190 , 2008.

protease (PRO) transcripase reversa (TR) integrase (IN)

Estrutura da partícula de FIV

gp 70 (SU)

p15E (TM)

p15 (MA)

p27 (CA)

p10 (NC)

+ RNA genome

Organização genômica dos retrovírus

www.stanford.edu

Ag grupo-específico

GAG POL ENV

enzimas

proteínas do envelope

p15 p27 p10 gp70 p15E

Pr65

Organização genômica do Virus da imunodeficiência Felina

Proteínas acessórias: vif - fator de infectividade viral rev – regulador da expressão viral Orf-A

lentivírus

Replicação dos Retrovírus

Nature Reviews Microbiology 10, 395-406 (June 2012) | doi:10.1038/nrmicro2783

www.thebody.com/pinf/ccr5.html

CD134

CXCR4

receptor de quimiocina

FIV

linfócitos T ativados

linfócitos B

monócitos

linfócitos Th ativados

de felinos

Monócitos/macrófagos

Células dendríticas

Adsorção do vírus à célula

Receptores de quimiocionas

funcionam como co-receptores

para a adsorção do vírus

gp70

OX40

Penetração do vírus na célula

http://home.cc.umanitoba.ca/~liangb0/PLNT7690/presentation/p8.html

SU

TM

Willet, B.J. & Hosie, M.J. Vet. J. 195: 16-23, 2013.

Maturação das partículas de

HIV após brotamento da

célula

Rearranjo estrutural das proteínas de capsídeo após processamento proteolítico do gene gag

http://www.nature.com/emboj/journal/v17/n6/full/7590870a.html

Leucose enzoótica Bovina (LEB)

Deltaretrovírus : Vírus da leucemia de bovinos (Linfócitos B)

Infecção:

Assintomática

Linfocitose persistente (aumento de linfócitos B) ( 30%)

Linfossarcoma: animais soropositivos que desenvolvem tumores

neoplásicos malignos (4 e 8 anos de idade) (1 – 5%)

Monócitos, macrófagos: reservatórios do vírus

Aumento de linfonodo mandibular tumores na região retrobulbar:

animal com exoftalmia unilateral

veterinariapreventiva.com.br

Estrutura básica de um provírus do VLB sendo representados os genes estruturais “Gag, Pol e Env”,

RNA transcritos e proteínas codificadas. Fonte: GILLET et al. (Retrovirology, 4(18): 4, 2007).

região “X”,: localizada entre o envelope

e a extremidade 3´ da repetição terminal

(LTR – long terminal repeat)

Regulação pós-transcricional e

transformação celular

Para evitar a possibilidade de transmissão para o neonato através do colostro ou leite de vacas

infectadas preconiza-se o aquecimento desta secreção láctea a 56ºC por 30 minutos, ou a

utilização de um banco de colostro proveniente de vacas negativas, conservado a –20ºC.

A pasteurização destrói facilmente o vírus.

http://rafaela.inta.gov.ar/revistas/inf0999.htm

Detecção de Ac:

Teste de Imunodifusão em Ágar Gel:

reações negativas (1) e positivas (2)

http://www.veterinariapreventiva.com.br/leucose.htm

Leucose Bovina - Diagnóstico laboratorial

PCR: detecção do provirus

em leucócitos

Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. vol.40 no.5 , 2003

Análise filogenética

Gene env: 7 genótipos

Brasil: genótipos 1, 2 e 6

Vírus da Leucemia Felina (FeLV)

Gammaretrovírus

3 subgrupos: FeLV-A, FeLV-B, FeLV-C

FelV-A: transmissão do vírus entre animais (100% gatos infectados)

• Pode causar linfomas (células T), mas geralmente promove lesões moderadas na

ausência de outros subgrupos

FeLV-B: associado a linfomas (49% gatos infectados FelV-A + FelV-B)

• Surgiu a partir de recombinação entre FeLV-A e sequências retrovirais endógenas

FelV-C: causa anemia aplástica (1% gatos infectados FelV-A + FelV-C)

• Surgiu a partir de mutações na sequência da SU do FeLV-A

• Não é transmitido entre gatos

Linfoma: inserção do genoma do FeLV próximo ao oncogene celular (myc) ativação do gene

Vírus da Leucemia Felina (FeLV)

3 subgrupos: FeLV-A, FeLV-B, FeLV-C

diferenças no gene da região SU usam diferentes receptores celulares

Willet, B.J. & Hosie, M.J. Vet. J. 195: 16-23, 2013.

FeLV-C: FLVCR1 : receptor expresso em tecidos hematopoéticos

FeLV- A

Receptor: Feline high-affinity thiamine transporter 1

(feTHTR1):

tecidos de absorção como intestino delgado, fígado e rins, e também em células do sistema linfóide

Vírus da Leucemia Felina (FeLV)

Tropismo: Linf T CD4, Linf T CD8, Linf B

Transmissão: mordedura (saliva 106 partículas virais / mL)

sangue, seringas e agulhas, instrumentos cirúrgicos,

transplacentária, leite

O contato permanente com gatos de rua ou a introdução de animais de

grupamentos infectados pelo FeLV facilita a disseminação do vírus

Fatores de risco: macho, idade, acesso a rua

Estudos de infecção experimental: • 85% gatos 2-8 semanas tornam-se persistentemente virêmicos • 15% gatos 4-12 meses tornam-se infectados • 85% dos gatos que se recuperam da infecção natural tem vírus na medula óssea

latência???

Estágios da infecção pelo FeLV

Infecção RNA viral (RT-qPCR)

replicação ativa

DNA proviral (PCR)

p27 (Elisa)

antigenemia

Isolamento viral

Abortiva

negativo

negativo

negativo

negativo

Regressiva

Nível baixo ou

não detectável

positivo

Negativo após

16 semanas

de infecção

Não há

transmissão

do vírus

Persistente

níveis elevados

níveis elevados

positivo

Viremia

persistente

transmissão do vírus

Vírus da Leucemia Felina (FeLV)

Vírus da Leucemia Felina (FeLV)

Diagnóstico laboratorial:

Teste de triagem: Elisa para detecção da proteína de

capsídeo viral p24 a partir de soro ou plasma- antigenemia

positivo a partir da 4ª semana pós-infecção

Imunofluorescência (IF):

Ag em leucócitos e plaquetas,

Indica que a medula óssea foi infectada

Não é um bom teste de triagem detecção de Ag intracelular não coincide com

aparecimento de p27 no soro ou plasma

Isolamento viral: não é usado na rotina

Detecção do genoma viral: RNA (RT-qPCR)

DNA proviral (PCR)

qPCR = PCR quantitativo (PCR em tempo real)

Ci. Anim. Bras., Goiânia, v. 11, n. 1, p. 90-93, 2010

Prevenção:

Identificação e isolamento de felinos contaminados

Vacina (inativada)

Animais vacinados:

Vacinação previne o desenvolvimento de antigenemia persistente.

Animais vacinados são menos propensos a desenvolver doenças

associadas ao FeLV e têm maior sobrevida

Vacina não impede a mínima replicação viral que resulta na integração

do provirus animais vacinados apresentam DNA proviral e RNA após

desafio.

Vírus da Leucemia Felina (FeLV)

LEUKOCELL 2 possui licença vigente

para ser comercializada no Brasil

(COORDENAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO

DE PRODUTOS VETERINÁRIOS, 2011)

Persistência da infecção em seus hospedeiros:

Integração do DNA proviral ao genoma celular vírus escapa dos

mecanismos de defesa do hospedeiro e preserva o seu genoma

capacidade dos monócitos de conter provírus integrado em seu genoma sem ser

detectado pelo sistema imune pois a expressão do gene viral só é ativada quando

os monócitos maturam para macrófagos

Vírus acumulam alta taxa de mutação durante o processo de replicação

devido a falhas da transcriptase reversa em corrigir as novas

seqüências de nucleotídeos variabilidade genética e antigência

permitindo ao vírus escapar do sistema imunológico do hospedeiro

Variabilidade genética: aparecimento de variantes

replicação de variantes antigênicas na presença de anticorpos neutralizantes

Lentivírus

Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV)

5 Subtipos: A, B, C, D, E e F? (gene env)

Tropismo: Linf T CD4, Linf T CD8, Linf B,

células dendríticas, monócitos, macrófagos,

astrócitos

Transmissão: mordedura (saliva 106 partículas virais / mL)

sangue, seringas e agulhas, instrumentos cirúrgicos,

secreções genitais, sêmen, leite

Reservatório gato assintomático virêmico

B

Distribuição dos subtipos do FIV

Adaptado de: http://aidscience.org/Articles/aidscience020.asp

Subtipos A e B: prevalentes mundialmente

Estágios clínicos da infecção pelo FIV:

Fase aguda: 4 – 6 semanas pós – infecção

Febre, Leucopenia ou não apresentam sintomas

Portador assintomático

Linfoadenopatia generalizada persistente

Complexo relacionado à AIDS:

gengivites,estomatites, periodontites

Inf. respiratórias, doenças entéricas

Síndrome da imunodeficiência adquirida :

depleção linfoide generalizada

Inf. de natureza oportunista ou neoplasia maligna

www.vm.a.u-tokyo.ac.jp

Lecollinet & Richardson

Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases, 31( 2–3): 167–190 , 2008.

Curso clínico da infecção por FIV

TCD4+ < 200 células/L AIDS

Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV)

Prevalência: infecção adquirida após 1 ano de vida

aumenta em animais na faixa etária entre 5 a 10 anos

Diagnóstico laboratorial:

Detecção de anticorpos: Elisa

Imunofluorescência

Western Blot

Prevenção:

Identificação e isolamento de felinos contaminados

Vacina ?

A maioria dos felinos FIV infectados desenvolvem anticorpos anti-FIV

60 dias após a infecção

Detecção do DNA proviral PCR

Ensaio Imunoenzimático (EIE): pesquisa de Ac

Reação de Imunofluorescência (IF): Detecção de Ac

Antígeno

Soro do paciente

Conjugado

Soro (+) Soro (-)

Métodos indiretos: Detecção de Ac no soro

Western Blot

Vírus da Anemia Infecciosa Equina (EIAV)

Transmissão:

- moscas hematófagas:

mosca-de -estábulo (Stomoxys calcitrans)

mosca do cavalo (Tabanus sp

pt.wikipedia.org

- artificial: material cirúrgico infectado aparadores de casco, arreio, espora - Égua – potro: intra-uterina Colostro

Sintomas: Febre

Anemia Perda de peso Depressão do SNC

Células alvo: monócitos / macrófagos

eritrofagocitose

hemólise imune

EIAV - Infecção recorrente:

Variação antigência nos epítopos neutralizantes das glicoproteínas

de superfície do vírion

Replicação destas variantes antes do desenvolvimento da resposta

imune

Ac tipo-específicos

neutralizantes

V1 V2

Ac-V1 Ac-V2

EIAV - Persistência Viral:

• Controle da viremia não é acompanhado da eliminação das

células persistentemente infectadas

Controle: Identificação dos cavalos infectados Segregação

Sacrifício

Transmissão materno – fetal

Controle de vetores

Diagnóstico de EIA: Agar Gel Immunodiffusion (AGID) ou

Teste de Coggins - Detecção de Ac

SC = Soro Controle Positivo Ag = Antígeno 1 e 4 Animais Positivos 2 e 3 Animais Negativo

Lentivírus de pequenos ruminantes (SRLV):

Vírus da Artrite-Encefalite caprina (CAEV)

animais adultos artrite progressiva

cabritos < 6 meses encefalomielite desmielinizante

Maedi – Visna (MVV)

Maedi significa dispnéia

caracterizada por pneumonia intersticial progressiva crônica

Visna significa “desorientação”,

caracterizada por leucoencefalomielite

Lentivírus de pequenos ruminantes (SRLV):

Reservatório e fonte de infecção: animais contaminados

Caprinos: transmissão ocorre geralmente por via digestiva

ingestão de colostro e leite contaminados

Ovinos:

transmissão por via digestiva ingestão de colostro e leite contaminados

via respiratória mais freqüentemente nos períodos de confinamento

causam doenças degenerativas progressivas, lentas em

caprinos e ovinos

tropismo por células da linhagem monocítica-fagocitária

Lentivírus de pequenos ruminantes (SRLV):

Perdas econômicas:

diminuição da vida produtiva e da produção leiteira

retardo no crescimento das crias

desvalorização comercial dos produtos de criatórios com animais positivos

despesas com programas de controle

Diagnóstico laboratorial

Detecção de Anticorpos: teste de imunodifusão em gel de agarose

(AGID)