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• Surf no Trem • Arte no metal com Marco Pinheiro • O skate em relação • Toca Raul • Fotoarte
Agosto 2011 - Edição 02 - Ano 1
Editorial
Por Everton Marques do Nascimento
A Revista Vala acompanha e vivência as cenas da cultura urbana! É só andar pelas ruas das grandes cidades para perceber a presença e influência das tri-bos que figuram nas metrópoles.
Mais que serem presentes ou simplesmente desta-car-se na sociedade, elas têm uma cultura própria, cultura essa que se torna um estilo de vida, que tem o dom de formar a personalidade e o caráter des-sas pessoas. Criam ainda a diversidade cultural das grandes metrópoles.
A cena da cultura urbana esta fervendo diari-
amente, não só pela presença desses colaboradores pelas ruas, mas também por encontros e eventos pro-movidos por diversas tribos, que fortalecem e con-quistam o seu espaço, embaladas pela arte e por sua contagiante trilha sonora.
A Revista Vala reconhece e prestigia o val-or dessas tribos que formam a identidade das grandes metrópoles. E você que participa ativa-mente dessa cena não pode ficar de fora. Acom-panhe as matérias, entre em contato e fortaleça essa corrente. A Revista Vala está de olho nas ruas! E você se identifica com a cultura urbana? Tamo junto!
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Com vários títulos no currículo, Sergio Yuppie confessa que não gosta de andar de skate sob pressão. Hoje administra
sua própria marca, a Curva de Hill
Adrenalina e prazer. Esses foram os ingredien-tes que fizeram com que Sergio Yuppie começasse no mundo skate, em 1987, na Zona Norte de São Paulo. A vida era normal, Yuppie era bancário e as coisas foram acontecendo naturalmente, até que chegou o momento de se dedicar completamente ao esporte. Hoje Yuppie vive em Florianópolis.
“Decidi pedir as contas pra ir para o caminho do skate pro”.
E a vida vai muito bem obrigada. Foram 20 anos correndo campeonatos e acumulando vitórias; desde 1990 Sergio não perdeu nenhum evento de slide. Agora ele está pegando mais leve. “Na real, não gosto de andar de skate todos os dias com ex-
austão. Hoje em dia desencanei de correr campe-onatos, vou ficar no free skate”.
Floripa é parte ativa dessa história. Foi lá que os treinos melhoraram, o que ajudou Ser-gio a conquistar cinco mundiais. “Depois que mudei pra cá também parei com as baladas em excesso”.
Sergio Yuppie
No começo, as grandes dificuldades gi-ravam em torno da família, que sempre afirmava que o skate não traria sucesso. “Aí que eu mais queria”. Um de seus grandes títulos foi conquistado na Ladeira da Morte, no bairro paulistano do Sumaré. “Foi o título que ganhei com mais tesão”.
Por muitos anos, Sergio viveu de pa-trocínios, mas agora possui sua própria marca, juntamente com o sócio Shin Shikuma, a Curva de Hill. “Faltava uma base mais sólida para desenvolver meus projetos. Estou feliz da vida com essa nova fase. Estamos cada vez mais dedi-cados à marca e ao skate”.
Hoje quando Sergio não está na “grin-ga” se dedica à produção de shapes e a filmagens. “Gosto de andar de skate sem ser convidado e sem pressão. Ando de skate quando estou feliz e cada vez mais quero ver meus filhos evoluírem e todos ficarem felizes também. Amo slides, gosto de andar em tudo, mas gasta rodas e minha vida. Agora, depois que me des-liguei de todos meus patrocínios, estou mais voltado na divulgação da minha própria bandeira, a Curva de Hill. Hoje temos mais de 22 atletas que apoiamos e patrocinamos, entre eles Xtreme Sun-glasses e Power Balance”.
Questionado sobre a dificuldade de se obter um patrocínio, o atleta garante que a dedicação tem um grande peso. “O patrocínio vem naturalmente quan-do o skatista se dedica e se dá bem em todos os eventos que participa. Hoje te-mos mais de 22 team riders na marca”.
Yuppie também conquistou destaque por ser pioneiro na modalidade Downhill no Brasil. “Significa o resultado de um sonho de moleque; quando era pivete sonhava em ser igual ao Fernandinho Batman. Hoje sou feliz da vida por ter sido e continuar sendo skate na alma”. Mas não é só de manobras radicais que vive Yuppie. Entre suas preo-cupações está o incentivo ao esporte. “Me amarro em incentivar. Essa nova geração é muito importante para o esporte”.
Sergio conta que antigamente era mais complicado andar de skate, mas que na atu-alidade a modalidade é mais respeitada pela grande massa. “Mas dou risada em ver os otários recalcados que não gostam de skate”.
Além de proporcionar uma vida feliz e alternativa, o skate ainda rendeu a Yu-pie uma participação no longa metragem brasileiro “O Magnata”, escrito por Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr. “Me dediquei mais de um ano para fazer esse filme e quando fui gravar bati nas costas do diretor e falei ‘quando participo dessas ce-nas, sempre quero ter a melhor parte... E tive, mas o engraçado foi depois na festa de comemoração... Descambei (risos)”.
E se existisse felicidade completa poderíamos dizer que ela está no caminho do skatista. Casado com Lílian, com quem tem os filhos Fernando, Junior e Christian, Sergio tem na família seu porto seguro. “Nessa parte sou bem feliz. Minha família é minha base e motivo para eu não descam-bar em baladas e drogas. Junto com minha paz, é a coisa mais importante que con-quistei na minha vida. Agora é ter saúde, continuar em paz e levar a Curva de Hill para ser vendida mundialmente”.
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Agora a conversa é arte, skate e natureza, por que o escultor e skatista Marco
Pinheiro abre os portões da sua casa pra a
equipe da VALA.
Estamos em São Paulo na zona leste, mais pre-cisamente no bairro Artur Alvin, no quintal muito verde com varias plantas e muitos pássaros voan-do, fomos recebidos por Marco Pinheiro no seu reduto de paz, natureza e inspiração.
Morador do bairro dês de que nasceu, Marco aprendeu a soldar com seu avô Giovane de quem se lembra com muita sau-dade, hoje na mesma ofi-cina em que seu avô usava nos anos 80 e 90 para faz-er manutenção em aparel-hos elétricos e até mesmo para pequenas invenções, Marco Pinheiro transfor-ma ferro velho em escul-turas com uma vida e um estilo próprio.
Com doze anos começou a ajudar seu avô na oficina, no mesmo ano começou a soldar sozinho, aos treze anos começou a andar de skate onde veio a primeira obra com solda “um corrimão “ , daí não parou mais foram diversos obstáculos que eram dichavados pela galera da região, em 98 construiu o primeira mi-cro rampa, mais foi só em 2010 que descobriu esse dom de transformar ferro em obras de arte; “ Sem-pre gostei da arte street, grafite, skate e rap mais nunca achei meu stilo
próprio nesses seguimento, pois tudo que fazia parecia com o que já existia e eu sempre sentia que algo faltava, foi quando um dia qualquer peguei umas sobras de ferro e comecei a sol-dar até que saiu minha primeira escultura, um edifício que saiu de dentro da minha cabeça”. Com um estilo próprio e incomparavel Marco pinheiro vem aprimorando sua arte e escupin-do manobras insanas na ponta do eletrodo.
Suas obras começaram a ganhar reconheci-mento, recentemente Foi convidado a imortal-izar um grind de uma das lendas vivas de São Bernardo “Aurelho ORELHA “, onde além de Orelhas levar um exemplar que vai colocar na cabeceira da sua cama, os troféus de primeiro segundo e terceiro colocado do Arnette Trib-anks Challenge 2011 foram feitos por Marco pinheiro.
fotos E
duardo S
pok
Quais os lugares que costumam andar de skt?ladeiras do Alves, Morte e Museu Quais as musicas preferidas p sessions??Rap Quais os filmes que mais gostaram de skt?Sec9, Black label-live Qual o presente que gostaria de ganhar no dia dos namorados??Adriano = trucks independent-169Mari = rodas moska
Adriano Aziz & Marianne Ferreira
Reine Oliveira & Juliano Lilica
Durango & Cris Punk
Lilica: 26 anos de sktReine :7 anos 14 anos andando juntos Além do down hill slide ambos são praticantes do speed
Vocês sempre andam juntos d skt? Quais os picos?Sim maioria das vezes, os picos são bem alternados, ladeiras, pistas eai vai.. Quais os tipo de musicas que escutam p session?Durango: skaCris: Punk
Qual o presente que gostaria de ganhar no dia dos namorados??Durango: Viagem para gringa,fazer snow,speedCris: Viagem para gringa snowboard
Walter Junior & Eliana Estrela
Ilton Tata & Mari
Quais os lugares que costumam andar de skt?Ermida dom bosco-DF, lago norte-s/a , ladeira 19; parque de aguas claras, parque da cidade Brasilia, e nos eventos que rolam no brasil de downhill Quais os tipo de musicas que escutam para a session?Rock Holl e Reggae Quais os filmes que mais gostaram de skt?Vida sobre rodas
Quais os lugares que costumam andar de skt?Museu, Itatiba, São Roque, Alphaville, Guarulhos e Barriga da Velha
Quais os tipo de musicas que escutam para a session?Hip-hop, Hardcore, Regaee e Forrozinho
Alem do skt praticam outros esportes?Tata: paraquedasMari: prof. ed fisica
Qual o presente que gostaria de ganhar no dia dos namorados??Tata: uma viagem para gringa, participar de campeonato Mari: se dar bem nos eventos
Rafael & Fernanda
Thiago Bomba & Laura Alli
Quais os lugares que costumam andar de skt?Museu do Ipiranga, Alphaville, Barriga da Velha Tem um sincronismo quando vcs estam andando??Costumamos passar uma energia boa um ao outro para se sair bem nas manobras Quais os tipo de musicas que escutam para a session?ReggaeQual presente gostaria de ganhar no dia dos namorados?Fael: um capacete de sktFernanda: uma trip p/ gringa correr campeonatos
Quais os lugares que costumam andar de skt?ladeiras várias, pista Red
Quais os tipo de musicas que escutam para a session?Rap, Hardcore
Qual presente gostaria de ganhar no dia dos namorados?Bomba: o melhor presente é que a laura vire prof de skt do nosso filho BrenoLaura: Que o Breno nos dê todo seu amor e carinho...e se ele quizer,uma blusinha também,,,hehehehe
Assistente & Camila
Quais os picos que costumam andar juntos?Museu do ipiranga, av Nazaré Quais os tipo de musicas que escutam para a session?Rap Cor, mick minage Quais os filmes que mais gostaram de skt?Dog town, Vida sobre rodas Qual presente gostaria de ganhar no dia dos namorados?Camila: shape de sktAssis: rodas de skt
O mundo e seus invetos
Por Renan NogueiraNa trajetória do homem, ao longo dos anos,
ocorreu a revolução industrial. Nela, foi onde os avanços da vida tecnológica aconteceram com profundo impacto no processo produtivo, tanto econômico quanto social. Neste processo, a má-quina foi superando o trabalho humano e a rela-ção capital x trabalho impôs relação entre na-ções, surgindo por exemplo a cultura de massa.
Fotos: Divulgação
As ferrovias multipli-caram-se extraordinaria-mente em vários países durante o século XIX e no século XX elas já es-tavam muito mais avan-çadas até nos grandes subúrbios do mundo. Porém, a população cres-ceu em uma vertente ai-nda maior do que a de-manda deste transporte.
Através desses acon-tecimentos, nos dias de hoje acabamos inovando e aumentando nossa ca-pacidade de criar ambi-entes para satisfação da adrenalina, teste de cora-gem ou até mesmo como fuga pela falta de espaço no transporte. Em vir-tude disso, surgiu o surf de trem para esquentar a cabeça da segurança pública e ferroviária.
O surf de trem é prati-cado predominante-mente por jovens, que consiste em escalar e surfar na parte externa de um trem ou metrô em movimento. O “es-porte” se tornou popular na década de 80 na Ale-manha, onde era chama-do de “S-Bahn Surfing”. Na década de 90 o es-porte ficou popular tan-to na Europa quanto na América e África.
O surfista vai na parte
externa do trem para viajar sem bil-hete, e então descobre a adrenalina perigosa e ilegal em forma de pro-testo. Esse fenômeno pode ser uma forma comum ou até mesmo ha-bitual de andar nos trens em países como a Índia, Indonésia e África do Sul.
Alguns eventos em Bangladesh, onde multidões viajam horas em cima de trens superlotados tanto internamente como em suas exten-sões, é um fato comum pois a super-população e o descaso pelo mesmos é imensa.
Uma gang de Frankfurt (Ale-manha) em 2005, redescobriram o desafio. O líder chamado “Train-rider” surfou no InterCityExpress, o trem mais rápido da Alemanha. Você pode conferir esta ação no Youtube. Na década de 90, nos grandes centros urbanos do Brasil como Rio de Janeiro e São Paulo, era muito mais constante acidentes e mortes nesse tipo de prática peri-gosa.
Hoje já se observa a diminuição da figura do “surfista de trem”, porém ainda existem muitos. Mas é nítido que as superlotações e as pou-cas formas de se chegar às grandes metrópoles é o que fazem com que os surfistas de trem, agachados ou em pé, façam o seu próprio estilo.
Os surfistas de uma prancha só sentem o poder de liberdade com o vento na cara à 80km/h, ao pé do ouvido, transitando à 4 mil volts de pura tensão. Neste momento dem-ostram atenção, técnica, agilidade e ousadia, essa é a melhor forma de encarar o perigo
POR LUCAS PIMENTA
Imagine uma mistura entre música sertaneja, moda de viola e o bom e velho Rock n’ roll. Pense então, em ouvir as canções que ficaram famosas em duplas-siamesas de violas e gaitas, temperadas por muitos riffs de guitarras distorcidas e solos ensurdecedoras de bateria. Difícil? Ficou compli-cado imaginar?
Tudo bem. Parece mesmo um casamento fada-do ao fracasso para quem ouve a descrição, mas essa ‘mistureba’, que deu origem ao novo Rock rural, New Country Rock ou ainda, guitarra caip-ira (ou como preferir denominar o estilo) deverá ser a mina de ouro do mercado fonográfico para os próximos anos e os novos hits a invadirem nos-sas rádios. Aliás, já estão invadindo.
Mixer entre juventude, um pouco de rebeldia (ainda que de boutique), som pesado e as melo-dias e letras dos clássicos do sertanejo dos anos de 1990, o novo estilo, ao mesmo tempo em que encanta, também contraria os difíceis públicos - o intolerante do Rock n’ roll e o sem identidade do
sertanejo.Para os roqueiros mais arcaicos, é uma afronta
essa história de musicar em guitarras e pedais, can-ções como ‘Pare’ de Zezé Di Camargo e Luciano ou ‘Dormi na Praça’ da dupla Bruno e Marrone e se denominar roqueiro.
Para os fãs da música sertaneja, em especial as duplas que tomaram as rádios nos anos de 1990, uma piada de péssimo gosto, cercada por um tom de maldade, que nunca poderá ser chamada de música sertaneja ou algo parecido.
Na opinião dos fãs mais abertos dos dois esti-los, aqueles que conseguem ver além da fuça, só uma bela junção entre algo senão, bem brasileiro, ao menos, brasileiro com a ‘freneticidade’ e ‘pau-durescência’ que só o bom rock pode dar. Sem ró-tulo, sem título ou sem raça definida, como que-rem os músicos do estilo.
Dentro da mais nova onda interessante da músi-ca (das poucas que ainda valem a pena conhecer) duas bandas se destacam, cada uma em seu estilo:
LUCAS PIMENTARepóRteR da Folha Metropolitana/Metrô news, com passagens
como assessoR de impRensa de músicos e da pRodutoRa e selo musical ikeatã BRazil. ForMado eM Gerência de carreira Musical
Hardneja Sertacore e Comitiva do Rock.Banda mais emblemática e melhor tradução
do novo estilo, a Hardneja Sertacore, como o próprio nome diz, evoca as distorções e as ‘cor-rerias’ do hardcore, temperada com letras de canções emblemáticas para história do Sertane-jo. Músicas como ‘Pense em Mim’ da dupla Le-andro Leonardo ou ainda, ‘É o amor’ de Zezé Di Camargo e Luciano ganham raiva e som pesadíssimo, ganhando graça em ouvidos que nunca tiveram, em suas versões originais. Uma das belas obras do Hardneja está na versão en-furecida do clássico ‘Asa Branca’. Com certeza, algo que vale a pena ouvir.
Mais cômica e parodiando as letras das músi-cas sertanejas, a paulista Comitiva do Rock, carrega as melodias do ‘sertanOjão’ de solos de guitarra e transforma com sucesso e liber-dade poética hits como ‘Leilão’ da dupla Cés-ar Menotti e Fabiano, em uma epopéia de um homem, que muito gordo, tenta o regime e não consegue. Logo, ao invés de ‘fazer um leilão para ver quem dá mais pelo seu coração’ como a dupla de gordinhos caipiras, ele ‘quer comer um leitão, goiaba, cuscuz e macarrão’.
O figurino da banda também torna o trabal-ho ainda mais interessante de ouvir, já que cada um se fantasia de roqueiro ou caipira, além de um integrante com fantasia de vaca, que tam-bém integra a banda.
Mas, independente se com a comédia da música do Comitiva ou a pegada forte e bem ‘tra-duzida’ do Hardneja, a mistura entre sertanejo e rock n’ roll promete. Tanto jovens roqueiros quanto caipiras de mais idade abrem espaço ao novo estilo. Para o mercado, uma chance única: Imagine ter o público de Chitãozinho e Xororó junto com o do Barão Vermelho, por exemplo.
Com certeza, sucesso de público e mais din-heiro no bolso da indústria. É sim. Não gostou? Toca Raúl então.
Foto: Ricardo Florio
Foto: Ricardo Florio
Fotos: Ricardo Florio
Foto: Ricardo Florio
Foto: Ricardo Florio
Ricardo Florioestudou arquitetura e urbanismo na faculdade Belas Artesnascido e criado na zona nortededica seus momentos de folga a fotografia urbana