Riscos Naturais e Riscos Geológicos teoricas... · 2018-12-09 · ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO A....

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Riscos Naturais e

Riscos Geológicos

mfcp@ist.utl.pt

ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

A. Noção de RiscoB. Perigos Naturais/GeológicosC. Riscos GeológicosD. Exemplos de Aplicação

PA

RT

E I

A – Processos e Factores GeológicosB – Exemplos de Mapas (Inventário, perigosidade, vulnerabilidade)

C – Intervenção da Engenharia Geológica no domínio dos Riscos Geológicos P

ART

E II

A. Noção de Risco

A percepção do Risco Risco em linguagem comum

Risco em Linguagem Técnico-científica

O que é o risco

De que falamos quando falamos de

Risco ?

Para cada um de nós ?

Para a Sociedade?

Para uma obra geotécnica?

http://www.fmed.uc.pt/bedel_files/programas/2medicina/AgFisicos06.pdf

Risco em linguagem comum

A Sociedade de Risco (sentido actual) pretendeindicar um tipo de sociedade com mais incertezas,alterações mais frequentes, menores garantias emaiores oportunidades, mais exigente e menossegura.

Risco

Público, 5 de Nov 2010

O Risco e a sua percepção

Cada indivíduo, ou uma comunidade no seu conjunto, tem

uma noção subjectiva de risco, que envolve

• Noções de RECEIO ou PERIGO

• Grau de POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE UM ACONTECIMENTO DESFAVORÁVEL

• Avaliação de PERDAS ou PREJUÍZOS

Há alguém na

sala que não

goste de

ratinhos ?

Será que não

gostam de

mim por eu

ser super-

resistente?

……

Factores que condicionam a apreciação do risco

(in)Segurança e a (in)Certeza no Futuro

O Risco e a sua percepção

Culturais ◊ Psicológicos ◊ Valores Sociais

A percepção do risco depende, a nível individual, da

experiência vivida e da postura perante a vida e,

ainda de factores tais como a idade, o sexo, a

educação e a condição física e psicológica.

Um RISCO VOLUNTÁRIO é mais aceitável

psicologicamente do que um RISCO IMPOSTO, como

é o caso, na generalidade, dos habitantes das áreas

sujeitas a processos geológicos activos.

O Risco e a sua percepção

As palavras mais associadas ao risco, na terminologiatécnico-científica são:

Segurança Incerteza

O conceito de risco é aplicado às incertezas nasegurança de sistemas ou produtostecnológicos (riscos tecnológicos), a sistemas ecatástrofes naturais (RISCOS NATURAIS), etc.

Risco em linguagem Técnico-Científica

Risco

Costa da Caparica Março 2007

CABECEIRA DE RIBEIRA - MADEIRA

RISCOS?

Madeira 22/2/2010

Definições básicas

Segurança

A segurança pode ser definida, em sentidocorrente, como uma predisposição para acontinuidade da existência do que nos rodeia, ouda realidade tal como é considerada no presenteou é prevista no futuro, sem perturbações queprovoquem prejuízos ou danos relativamentesignificativos, de ordem material ou imaterial,incluindo a perda de vidas

Definições básicas

Risco

Em sentido corrente e de uma forma integrada, orisco pretende caracterizar a possibilidade/probabilidade de ocorrência de perturbações quealterem o estado de segurança existente ouprevisto e que provoquem os correspondentesdanos.

Definições básicas

Risco Natural/Geológico

Probabilidade de ocorrer um processo natural/geológico com danos para o Homem*

Risco = P x C

Pode ser expresso como o produto da probabilidade (P)

de ocorrência de determinado acontecimento

natural/geológico pelas Consequências/Custo (C) para o

Homem se tal acontecimento se verificar

* Noção que inclui a componente ambiental global

B. Perigos Naturais/Geológicos

Catástrofes Naturais mais comuns e com prejuízos ambientais maiores

Modificações impostas pelo Homem

GEOTECTÓNICOS METEOROLÓGICOS OUTROS TIPOS

TERRAMOTOS CHEIAS FOGOS FLORESTAIS

DESASTRES NATURAIS

MAREMOTOS INUNDAÇÕES LITORAIS DESERTIFICAÇÃO

VULCANISMO FURACÕES/TORNADOS FORMAÇÃO DE ESTEPES

AVALANCHES GRANIZO SECAS

DESLIZAMENTOS RELÂMPAGOS

DESASTRES POLÍTICOS DESASTRES TÉCNICOS

CONFLITOS MILITARES SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS ACIDENTES TÉCNICOS

POLUIÇÃO NATURAL

The Deepwater Horizon, theMacondo Well, and Sudden Death

on the Gulf of Mexico

http://w

ww.oilspillcommission.gov

A second explosion at the Fukushima Daiichi plant Photograph: guardian.co.uk

Dinâmica da Terra + Acção do Homem

Riscos Naturais

Riscos

Ambientais

Riscos

Climáticos

Riscos

Geomorfológicos

Riscos

Geológicos

Vulnerabilidade

do território

Riscos Antrópicos

População

Equipamentos

Organização Social

e Económica

Recursos Naturais

O desencadeamento de fenómenos catastróficos, conjugado com as modificações impostas pelo

Homem, põe em perigo populações e os seus bens

VEJAMOS ALGUNS FACTORES NATURAIS NA EUROPA

TORNADOS

EUROPA CENTRAL E LESTE

COSTA SUL PORTUGUESA E BACIA MEDITERRÂNICA

ACTIVIDADE SÍSMICA

COSTA SUL PORTUGUESA E BACIA MEDITERRÂNICA

TSUNAMIS

Os danos associados a um determinado processo geológico dependem de:

• Velocidade, intensidade e extensão do processo

• Possibilidade de prevenção, previsão e do tempode aviso

• Possibilidade de actuar sobre o processo e orespectivo controlo

• Características dos elementos expostos

TEMPO (tipo de manifestação do processo)ESCALA (área de influência do processo)

Risco Controlável ou não ?

C. Riscos Geológicos

Elementos expostos. Inventário. Factores. Perigosidade.

Susceptibilidade. Vulnerabilidade

R = P . V. C

R – Risco

P – Perigosidade

V – Vulnerabilidade

C – Custo/valor do elemento exposto

P V C R

0 0

0 0

0 0

Probabilidade Adimensional

Unidade monetária

ou outro valor

Como minimizar ?

● ● =

Risco específico

ou grau de perdas

Definições básicas

Elemento exposto

Pessoas, bens, propriedades, infra-estruturas,serviços, actividades económicas que directa ouindirectamente podem sofrer as consequênciasdos processos e factores geológicos

Zona susceptível à erosão litoral e a movimentos de

massa

Construção moderna anti-sísmica

Zona mais antiga sem construção anti-sísmica

Que tipos de elementos estão expostos ? Quais as suas características ?

Qual a sua localização espacial ?

Perspectiva geral da região, onde se pode observaro desenvolvimento vertical dos diversos elementos

Que elementos expostos não estão representados ?

Jerónimos

Castelo S. Jorge

Estádio Alvalade

Estádio da Luz

Perspectiva geral da região, onde se pode observaro desenvolvimento vertical dos diversos elementos

Que elementos expostos não estão representados ?

UV – Unidade de Valor (Imobiliário)

5 UV

5 UV

5 UV

5 UV

10 UV

5 UV

2 UV

2 UV3 UV

Qual o valor dos

elementos expostos ?

90 + 90 (UV)

90 + 90 (UV)

180 + 12 (UV)

Valor imobiliário Total

552 UV

PERIGOSIDADE E VULNERABILIDADE

Pormenor de erosão litoral – Praia de Maceda – Esmoriz – Jan 2007

O que é perigoso ? O que é vulnerável ?

Definições básicas

Perigosidade

A perigosidade (hazard),P, está associada à frequência deocorrência de um processo e ao local onde este ocorre.

Define-se como a probabilidade de ocorrência de umprocesso, com um nível de intensidade ou gravidadedeterminado, num dado intervalo de tempo e num localespecífico.

INTENSIDADE ◊ PERIOCIDADE ◊ LOCALIZAÇÃO

• Quando ocorreu?

• Que intensidade ou magnitude teve?

• Qual a frequência de ocorrência?

• Quais as zonas onde poderá ocorrer?

Como avaliar este parâmetro ?

PERIGOSIDADE de um Processo

Informações pertinentes

PASSADO

FUTURO

Definições básicas

Período de retorno

O período de retorno, T, corresponde ao intervalotemporal de repetição de 2 acontecimentos ou processosque se manifestam com as mesmas características

T = 1/P(anual)

em que P(anual) é a probabilidade anual de excedência de umdeterminado valor ou intensidade

P(anual) = 1 – (1-1/T)t

em que t é o tempo de vida ou tempo de exposição daestrutura ou elemento

Qual a probabilidade de um edifício sofrer um terramotode magnitude 6 tendo em conta que a sua vida útil ouperíodo de exposição é de 50 anos e que o períodode retorno do terramoto é de 1000 anos?

5%

Definições básicas

Vulnerabilidade

A vulnerabilidade, V, representa o grau de danos ouperdas potenciais num elemento ou conjunto deelementos como consequência da ocorrência de umfenómeno de determinada intensidade.

Depende das características do elemento considerado(não do seu valor económico) e da intensidade dofenómeno.

O seu valor varia entre 0 (sem danos) e 1 (perda oudestruição total do elemento) ou entre 0% e 100 % dedanos.

0 → 1

VULNERABILIDADE

A vulnerabilidade de uma estrutura, grupo deestruturas ou de uma zona urbana, define-se comoa sua predisposição intrínseca para sofrer danosperante a ocorrência de um abalo sísmico com umadeterminada intensidade.

Depende :

• Características das estruturas• Intensidade do terramoto

Risco sísmico

VULNERABILIDADE SOCIAL

Depende:

Densidade populacionalCondições dos edifícios e estruturasSistema de aviso e alertaPlanos de emergência e evacuação

ELEMENTOS EXPOSTOS

Pessoas, bens, propriedades, infra-estruturas,serviços, actividades económicas que directa ouindirectamente podem sofrer as consequênciasdo sismo.

Risco sísmico

O elemento ou grupo de elementos apresentam maiorvulnerabilidade face a fenómenos de maior intensidade

Perante um acontecimento de determinada intensidade,a vulnerabilidade dos diversos elementos é distinta

Funções de Vulnerabilidade

A

B

Definições básicas

Tolerabilidade

Predisposição para viver com um risco de modoa obter alguns benefícios, assumindo que orisco está devidamente controlado.

A tolerância de um risco não pressupõe que este sejanegeligível ou possam ser ignorados. Um risco deveser mantido em revisão e, quando necessário, deveráser reduzido. A utilização da tolerabilidade naspolíticas públicas deve basear-se em aspectostécnicos e sociais.

Esquema da Metodologia para Realização de Mapas de Susceptibilidade, Vulnerabilidade, Perigosidade e de Risco

(Ferrer, 1991)

MapasTopográficoGeológicoGeotécnico

CampoProcessosIndícios e sinaisDanos

Fotos aéreas e

imagens de satélite

Localização

dos processos

Natureza,

características e

tipologia

Magnitude ou

intensidade

Previsão espacial e

temporal

Avaliação da

probabilidade de

ocorrência dos

processos

Análise de factores

desencadeantes

Avaliação da

susceptibilidade

Análise de

factores

condicionantes

Inventário de

processos e/ou

zonas afectadas

actuais e no

passado

MAPA INVENTÁRIO MAPA DE SUSCEPTIBILIDADE MAPA DE PERIGOSIDADE MAPA DE RISCO

Definição dos elementos

expostos

Estimação do seu grau de

vulnerabilidade

Estimação do grau de

perdas potenciais

Avaliação do risco:

Perdas expectáveisEstimação dos custos ou valor dos

elementos expostos

Avaliação da

perigosidade

Tipos de Mapas e seu conteúdo

O que fazer em cada fase ?

D. Exemplos de Aplicação

Abordagem probabilística

Vamos lá a ver uma aplicação…

Abordagem probabilística

Risco Específico

Abordagem probabilística

Ai (Acontecimentos)

Pi (Probabilidade)

Ci (Custos)

i = 1, n

P1 + P2 + ….+ Pn = 1

C1 < C2 < …. < Cn

Pi (acumulada) = Pi + Pi+1 +… + Pn

Probabilidade de um acontecimento para o qual as perdas

são maiores ou iguais a Ci

Exemplo

Custos

C (euros)

Probabilidade

P

Probabilidade

acumulada

0 0,950 1,000

100 000 0,030 0,050

500 000 0,015 0,020

1 000 000 0,005 0,005

95% de probabilidade

de não haver perdas

2% de probabilidade

haver perdas de 500 000

euros ou mais

R = P1 C1 + P2 C2 +… + Pn Cn

R = 15 500 euros

Perigosidade → Processo geológico

Vulnerabilidade → Danos ou perdas potenciais

dos elementos expostos

Risco → Perdas (socio-económicas-ambientais)

Em Resumo