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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE UNAÍ CURSO DE AGRONOMIA
QUALIDADE FISIOLOGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE FEIJÃO ORIUNDOS DA SAFRA 2005 DE REGIÕES PRÓXIMAS A UNAÍ (MG), PARACATU (MG) E CRITALINA
(GO).
Unaí MG 2005
ROGÉRIO OLIVEIRA MARQUES
QUALIDADE FISIOLOGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE FEIJÃO ORIUNDOS DA SAFRA 2005 DE REGIÕES PRÓXIMAS A UNAÍ (MG), PARACATU (MG) E CRITALINA
(GO).
Monografia apresentada à banca examinadora como parte das exigências do curso de Agronomia para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.
Profo. M.Sc. Milton Luiz da Paz Lima (Orientador)
Unaí, MG 2005.
ROGÉRIO OLIVEIRA MARQUES
QUALIDADE FISIOLOGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE FEIJÃO ORIUNDOS DA SAFRA 2005 DE REGIÕES PRÓXIMAS A UNAÍ (MG), PARACATU (MG) E CRITALINA
(GO).
APROVADA EM: 17 de dezembro de 2005.
_____________________________________ Profo. Joilson Sodré Filho
(M.Sc. Fitotecnia)
_____________________________________ Profo. Luiz Adriano Maia Cordeiro
(D.S. Fitotecnia)
_______________________________________
Milton Luiz da Paz Lima Orientador (M.Sc. Fitopatologia)
i
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom do raciocínio que me destes, agradeço.
A Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí (FACTU) por ter-me cedido o Laboratório de
Análise de Sementes bem como o material necessário para a realização dos trabalhos experimentais.
Ao coordenador do curso de agronomia, na pessoa do Prof. Luiz Adriano Maia Cordeiro, pela
flexibilidade e prontidão em me atender como aluno.
Ao meu orientador, professor M. Sc. Milton Luiz da Paz Lima, por ter prontamente atendido o
meu pedido e dedicado horas de seu precioso tempo para que eu pudesse realizar um bom trabalho.
Ao funcionário da FACTU e amigo Sebastião Manoel Ezequiel Junior, por ter auxiliado nos
trabalhos práticos e dedicada parte de seu tempo para que tudo ocorresse como esperado.
Ao estagiário da FACTU, Vismar Martins Alves, por ter me auxiliado na montagem e avaliação
dos experimentos.
Aos amigos pela ausência em horas oportunas.
Aos familiares pelo apoio e dedicação para que eu pudesse concluir meu curso.
iii
Ao meu pai, em memória e a minha mãe, que sempre me ajudaram e me orientaram nas horas difíceis. Aos meus irmãos que sempre me apoiaram. A república Moikana pelo companheirismo e a todos que diretamente e indiretamente contribuíram para a minha formação profissional.
DEDICO
iv
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................ iii
LISTAGEM DE TABELAS .................................................................................................................... vi
LISTAGEM DE FIGURAS.................................................................................................................... vii
RESUMO............................................................................................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................................. 2
2.1. Características Botânicas do Feijoeiro........................................................................................... 2
2.2. Aspectos econômicos e importância do feijoeiro .......................................................................... 3
2.3. Patógenos Transmitidos por Sementes .......................................................................................... 6
2.4. Ocorrência de fungos em sementes de feijão................................................................................. 9
2.5. Teste de Sanidade de Sementes: .................................................................................................... 9
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................... 11
3.1 Procedimento para obtenção de sementes..................................................................................... 11
3.2. Tratamento e limpeza dos Gerbox ............................................................................................... 11
3.3 Método do “Blotter Test” para avaliação da condição sanitária e fisiológica das sementes ........ 11
3.4 Métodos de Avaliação................................................................................................................... 12
3.5 Manuseio estatístico dos dados:.................................................................................................... 13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................................ 14
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:............................................................................................... 22
v
LISTAGEM DE TABELAS
Tabela 1. Grupos, cultivares, tipo de coloração, local, porcentagem de germinação (PGerm-%),
Incidência da doença (PInc-%) e porcentagem de correlação em sementes de Feijão, safra 2004-2005
dos 25 lotes obtidos................................................................................................................................. 16
Tabela 2. Incidência de fungos nos 25 lotes de sementes de feijão avaliados aos sete dias da
germinação:............................................................................................................................................. 17
Tabela 3. Ocorrências de fungos encontrados nas sementes de feijão e citações em índices de doenças
nacionais e internacionais: ...................................................................................................................... 18
vi
LISTAGEM DE FIGURAS
Figura 1. Aspectos gerais da montagem do experimento. A. Processo de lavagem e limpeza do gerbox,
B. Distribuição da sementes, C. Sementes distribuídas prontas para serem dispostas nos Gerbox, D. e E
sementes bem germinadas e pouco germinadas pertencentes ao mesmo lote, respectivamente, F. Lesão
na folha cotiledonar, G. gêneros Alternaria sp. incidentes em sementes de feijão. ............................... 19
Figura 2. Gêneros de fungos de hábito saprofíticos encontrados associados a grãos de feijão. A.
Conidióforo de Aspergillus sp., B. Esporângios de fungo de gênero desconhecido, C. Conidióforo (cf),
célula conidiogênica (cc) e conídio de Penicillium sp., D. Conidióforo de Geotrichum sp., E. Conídio
formando tubo germinativo (tg) de Alternaria sp................................................................................... 20
Figura 3. Gêneros de fungos fitopatogênicos associados a sementes de feijão. A. Conidióforo e células
conidiogênicas (cc) de Fusarium sp. B. Conídio navicular de Fusarium sp. C. Lançamento hifálico
típico de Rhizoctonia sp. D. Emaranhado de conídios e hifas de Fusarium sp., E. Conídios
heteromorfos de Cladosporium sp. F. Conidióforo, célula conidiogênica e conídios de Cladosporium
sp. ............................................................................................................................................................ 21
vii
RESUMO
Qualidade fisiológica e sanitária de sementes feijão oriundos da safra 2005 de regiões próximas a Unaí
(MG), Paracatu (MG) e Cristalina (GO). Sanitary and physiologic evaluation of bean seed from
Unaí/MG, Paracatu/MG and Cristalina/GO. MARQUES, R.O.¹; V.M. ALVES1; & M.L. PAZ
LIMA¹.¹Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí, CEP 38610-000, Unaí-MG.
Patógenos associados a sementes de feijoeiro são fatores limitantes à sua produção e comercialização.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a incidência de patógenos associados aos grãos de feijão e sua
relação com a condição fisiológica das sementes. Foram utilizados 25 lotes de sementes de feijão
(lotes/cultivar:15 ‘Pérola’, quatro ‘Preto’, um ‘Talismã’, um ‘Iapar 81’, um ‘Juriti’, um ‘Jalo’ e dois
‘Campeão1’) oriundos de Unaí – MG, Paracatu – MG e Cristalina – GO, num delineamento foi
inteiramente casualizado usando 16 repetições, totalizando 400 sementes por repetição. O método
utilizado foi o “Blotter Test” a temperatura de 25º. C e 12 h de luz. A avaliação da porcentagem de
germinação (PGerm-%), da Incidência de patógenos (Inc%) e incidência de gêneros de patógenos por
lote foram realizadas aos oito dias de incubação com o auxílio de um microscópio estereoscópio e
ótico. Os maiores valores de correlação negativa entre PGerm-% e PInc-% foram obtidas paras as
cultivares Pérola (Paracatu-MG, -67%), Pérola (Unaí-MG, -60,6%) e Talismã (Cristalina-GO -62%).
Os patógenos encontrados foram Aspergillus sp., Alternaria sp., Botrytis sp., Bacillus sp.,
Cladosporium sp., Phytophthora sp., Fusarium sp., Geotrichum sp., Mucor sp., Penicillium sp.,
Pythium sp., Rhizoctonia sp., e Sclerotium sp., sendo o primeiro significativamente mais incidente do
que os demais. Todos estes gêneros encontram-se registrados em literatura para a cultura do feijoeiro.
A ocorrência de alguns gêneros como Alternaria, Botrytis, Fusarium, Phytophthora, Pythium e
Rhizoctonia, é uma informação útil, pois estes organismos associados a sementes de feijão podem
servirem de fonte de inoculo, para possíveis epidemias.
viii
1. INTRODUÇÃO
A cultura do feijão no Brasil assume um grande valor social pois, constitui a base da
alimentação da população. No Estado de Minas Gerais, além da importância social, possui um enorme
valor econômico, uma vez que é cultivado em quase 300 mil propriedades, em uma área total superior a
500 mil hectares. Segundo PAULA JÚNIOR e ZAMBOLIM (1998) a cultura pode ser plantada em
diferentes épocas das “águas” (primavera-verão), e da “seca” (verão – outono). Evidentemente essas
diferenças influenciam o quadro de doenças, tornando algumas mais sérias e outras com menor
importância .
No entanto, a produtividade da cultura é afetada pela ocorrência de várias doenças,
especialmente as fúngicas, diminuindo a produção e, conseqüentemente, reduzindo sua oferta. Essas
perdas variam grandemente, pois vão depender da cultivar plantada, da época de semeadura, do clima
da região e do causador da doença (ZAMBOLIM e CHAVES, 1978).
Na região de Unaí-MG, Paracatu-MG e Cristalina-GO,varias são as doenças que vêm onerando
a produção do feijoeiro e, em alguns casos, inviabilizando o seu cultivo em determinadas áreas em
função da grande quantidade de inóculo contido no solo em razão do monocultivo com esta
leguminosa.
O objetivo deste trabalho foi comparar o relacionamento da qualidade fisiológica e sanitária
qualidade de sementes de feijão oriundos de Unaí-MG, Paracatu-MG e Cristalina-GO.
1
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Características Botânicas do Feijoeiro
O feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) pertencente a família Fabaceae, e esta é representada por
650 gêneros (VIDAL e VIDAL, 1995) e 18 000 espécies (8000 spp sensu GEMTCHÚJNICOV 1976),
muitas delas representadas pela flora brasileira. São herbáceos, arbustos, rastejantes, trepadeiras e
árvores. Folhas geralmente trifoliadas, mais raro encontram-se com folhas simples ou pinadas,
alternas, opostas, estipuladas e infrequentemente sem estípulas, geralmente apresentando pulvinos.
Alguns gêneros possuem gavinhas. Flores hermafroditas, zigomorfa ou actinomorfas, heteroclamídeas.
Corola diapétalada, as vezes gamopétala, na corola zigomorfa as cinco pétalas são chamadas de vexilo,
asas e carena. Perianto pentâmero, às vezes, tetrâmeros. Cálice às vezes persistente no fruto. Cálice
pode ser sinsépalo ou não. Pétalas cinco, a maior vexilo ou vela ou estandarte de posição posterior,
duas laterais asas ou alas e duas anteriores unidas entre si carena ou quilha. Estames geralmente em
número de 10, dialistêmone, os quais em alguns gêneros nove estão soldados, ou livre (estames
diadelfos). Há formas com todos os 10 estames soldados (monodelfos) ou todos livres. Carpelos com
ovário súpero, unicarpelar, unilocular, placentação parietal. Fruto típico vagem ou legume, deiscente ou
não, as vezes sâmara¸folículo, drupáceo ou lomentáceo. Muito raramente monospermos carnoso. A
reúne espécies de grande valor agronômico, como alimentícias, oleíferas, forrageiras, pratenses e um
grande número de invasoras de culturas e pastagens (GEMTCHÚJNICOV, 1976). São plantas capazes
2
de fixar nitrogênio do ar, devido simbiose com bactérias (Rhizobium sp.), vivendo nos nódulos de
raízes de plantas (GEMTCHÚJNICOV, 1976; VIDAL e VIDAL, 1995).
O feijão (P. vulgaris L.) é a espécie tipo do gênero, havendo em cultura outras espécies e um
considerado número de variedades. A maioria são ervas volúveis, há, porém formas eretas de pequeno
porte. Flores brancacentas, roxas e rosadas, segunda a variedade. Características para todo gênero,
quilha torcida. Sementes elípticas, e de várias cores segundo variedades (GEMTCHÚJNICOV, 1976).
Os dois gêneros de feijões cultivados no Brasil são Phaseolus e o Vigna, sendo que o primeiro é
mais cultivado na região Centro Sul (carioca e preto), e o segundo na região Norte/Nordeste
(macaçar/caupi) (UNIFEIJÃO, 2005a).
Segundo estimativas, mais da metade da produção brasileira é constituída da variedade carioca,
preferida pelos consumidores da região Centro Sul, seguida pelo feijão preto, e em pequenas
quantidades “outras variedades” que são os feijões, vermelho, canário, jalo, rajado e rosinha, atendendo
alguns nichos no mercado interno e externo (UNIFEIJÃO, 2005a).
Já na região Norte/Nordeste o predomínio é do feijão de corda, também conhecido como
macaçar (utilizado na elaboração de pratos típicos), além do mulatinho, fradinho, e feijão caupi,
apresentando grande variedade de grãos e cores (UNIFEIJÃO, 2005a).
2.2. Aspectos econômicos e importância do feijoeiro
Em 2001, o feijoeiro comum foi cultivado no Brasil em aproximadamente 3.500.000 ha,
apresentando uma produção aproximada de 3.000.000 de toneladas e uma produtividade média de 868
kg/ha. Apresenta, atualmente um consumo per capita da ordem de 17 kg/ano, o que representa um
aumento de 31,47% nos últimos quatro anos. Estes dados classificam o Brasil como maior produtor e
consumidor mundial de feijão. Entretanto, é necessário tornar o feijoeiro comum mais produtivo e
3
competitivo no sistema agrícola para garantir sua sustentabilidade no agronegócio brasileiro
(UNIFEIJÃO, 2005b).
Na primeira safra de feijão primavera-verão 2004/05 a área plantada foi de 1,027 milhões ha, a
produtividade de 1070 kg.ha-1 e produção em 1,099 milhões toneladas. Já na segunda safra de
2005/2004 verão-outono, a área plantada foi de 1,828 milhões ha, a produtividade de 566 kg.ha-1 e
produção em 1,034 milhões toneladas. Finalmente, na terceira safra de inverno, de 2004/2005 a área
plantada foi de 861 mil ha, a produtividade de 885 kg.ha-1 e a produção em 762 mil toneladas. A
primeira safra 2004/05 foi a que ocorreu os maiores índices de produtividade e produção, já a segunda
safra foi a que teve maior área plantada.
O Brasil é o maior produtor mundial de feijão, tendo maior destaque os estados do Paraná e
Minas Gerais contudo as produtividades são baixa em torno de 550 Kg/ha ( BOREM e CARNEIRO,
1998).
Apesar da área de produção estar praticamente estagnada nestes últimos anos, a mesma tem
crescido, devido à introdução de variedades mais produtivas e mais resistentes, e também pela inserção
do maior número de produtores usando tecnologia, embora grande parte da atividade esteja nas mãos
dos pequenos produtores, pouco tecnificados, principalmente na região nordeste, responsável por 30%
da produção nacional (UNIFEIJÃO, 2005a).
O feijão é um dos mais importantes constituintes da dieta do brasileiro por ser
reconhecidamente uma excelente fonte protéica, além de possuir bom conteúdo de carboidrato, ser rico
em ferro, uma importante fonte de proteína e apresenta uma boa adaptação a diferentes condições
climáticas. A ocorrência do patógenos associado a sementes, mesmo em taxas relativamente baixas
(produtividade média 500 a 600 kg/ha) pode gerar grandes perdas na produção (ANDRADE et al.,
2004). Esta cultura possui grande expressão econômica para o Brasil e outros paises da América
Latina. Dentre os fatores responsáveis por essa baixa produtividade estão relacionadas as doenças
4
(ZAMBOLIM e CHAVES, 1978), que reduzem qualidade fisiológica, sanitária, nutricional e comercial
do produto (PARIZZI et al., 2002).
A cultura do feijão tem uma enorme importância social e econômica no Estado de Minas
Gerais, pois é cultivada em 300 mil propriedades em uma área total de 500 mil ha, portanto uma grande
empregadora de mão de obra (BOREM e CARNEIRO, 1998).
Os prejuízos causados pela incidência e severidade dessas doenças variam de acordo com a
região, época do ano, variedade, qualidade sanitária da semente e condições climáticas (PARIZZI et al.,
2002).
Em Minas Gerais a área ocupada com feijão, tem aumentado no inverno, como nessa época
apresenta um baixo índice pluviométrico, a irrigação torna se obrigatória. Assim a adoção de pivô
central na irrigação fazem com que as plantas sejam constantemente molhadas, criando condições
microclimáticas diferentes para o feijoeiro em relação aos plantios nas épocas tradicionais, isto é nas
“águas” (primavera-verão) e nas “seca” (verão-outono). Evidentemente, essas diferenças influenciam
no quadro de doenças, tornando algumas mais sérias e outras menos importantes (PAULA JÚNIOR &
ZAMBOLIM, 1998).
O feijão é cultivado em praticamente todo o território nacional, porém grande parte da produção
está concentrada em apenas 10 estados, PR, MG, BA, SP, GO, SC, RS, CE, PE e PA, responsáveis por
praticamente 85% da produção nacional, atingindo anualmente cerca de 3,0 milhões de toneladas,
distribuídas em três safras distintas, águas, seca e inverno (UNIFEIJÃO, 2005a).
A produção de feijão preto se concentra no Sul do país, enquanto do carioca, começa em SC,
estendendo-se por toda a região Sudeste, Centro Oeste e parte do Nordeste. É nesta região, que se
destaca o estado da Bahia, 3º no ranking da produção nacional, produzindo em duas épocas do ano, um
bom volume de feijão carioca, principalmente nas regiões de Irecê, (plantada entre os meses de
dezembro e janeiro) e Ribeira do Pombal na época de inverno (entre março e abril). Nota-se que nesta
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época (inverno), no estado de PE, especificamente na região de Garanhuns, há alguns plantios de feijão
preto (UNIFEIJÃO, 2005a).
Na faixa que vai da BA até o Rio Grande do Norte, é onde está concentrada a produção da
variedade Vigna, sendo que na região Norte (RO), a maior parte da área é destinada ao plantio de
carioca, com destaque para o estado do Pará, concentrando uma boa produção do feijão caupi e mais
recentemente TO, produzindo o carioca, com custos mais baixos, atraindo produtores de GO e MG
(UNIFEIJÃO, 2005a).
A temperatura ideal para o feijoeiro no seu ciclo é de 18º a 24 °C, sendo 21°C a ideal para seu
desenvolvimento (BUZZERIO, 2001).
Vários princípios e medidas são recomendados para as doenças visando reduzir os danos
provocados. Práticas culturais como a rotação de cultura, alteração no espaçamento, incorporação de
matéria orgânica, modificação na arquitetura da planta e no manejo de irrigação, são essenciais para o
controle de doenças. A integração de tais práticas associadas a outras medidas, como o uso de
variedades resistentes, controle químico, plantios em locais adequados, bem com o uso de sementes
sadias, constitui parte do manejo integrado dessas doenças na cultura do feijão (BUZZERIO,
2001).quatro repetições e parcelas de quatro fileiras de 4 m, utilizando as tecnologias recomendadas
para os diferentes sistemas de cultivo, num total de 29 ambientes nos Estados de GO (10), DF (1), MG
(13), MT (2), MS (3) (ARAÚJO et al., 1996).
2.3. Patógenos Transmitidos por Sementes
A maioria das culturas destinadas à produção de alimentos está sujeita ao ataque de doenças, sendo
grande parte dos seus agentes etiológicos transmitidos pelas sementes. No caso específico do feijoeiro
mais de 50% das suas principais enfermidades, tem seus agentes causais transmitidos através das
sementes.
As sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.) podem ser infectadas por grande número de
patógenos associados interna e externamente a semente, constituindo-se, um dos principais processos
6
de disseminação a longas distâncias e a novas áreas. Do ponto de vista fitopatológico, a importância da
associação patógeno-semente não reside apenas no fato de ser mais um processo de disseminação, mas
também por se constituir num meio de sobrevivência do patógeno em contato direto com o hospedeiro.
Entre as doenças de maior importância econômica para a cultura, apenas a ferrugem e o mosaico-
dourado não são transmitidos via semente.
Muitos fungos como Aspergillus sp., Penicillium sp., Botritis sp. entre outros são freqüentemente
encontrados em testes de sanidade, devido sua associação saprofítica e superficial as sementes
(comunicação pessoal Miton Lima).
A presença de agentes causadores de doenças nas sementes de diversas culturas afeta a germinação,
emergência de plântulas, vigor e produção, além de representar um perigo potencial de disseminação
dos patógenos à próxima geração e às novas áreas.
Dentre os patógenos associados a sementes de feijoeiro tem-se: O fungo Colletotrichum
lindemuthianum é o agente causal da antracnose na cultura do feijoeiro, esta moléstia no campo, sob
condições ideais de ambiente favorável para seu desenvolvimento, reduz drasticamente a
produtividade. Além de ser responsável por consideráveis estragos durante o transporte e a
comercialização. Phaeoisariopsis griseola causa a doença denominada mancha angular do feijoeiro. P.
griseola pode ser transportado tanto via externa como internamente na semente. Sclerotinia
sclerotiorum este fungo provoca o mofo branco. Sementes infectadas com micélio ou contaminadas
com escleródios são as principais formas de disseminação. O patógeno pode sobreviver em sementes
infectadas como micélio dormente e nos cotilédones por 3 ou mais anos. Macrophomina phaseolina é o
agente causal da podridão cinzenta do caule. O patógeno é transmissível pela semente tanto interna
como externamente. Sua disseminação também se verifica por meio de escleródios, de esporos e de
solo contaminado. Embora o fungo possa ser transmitido de um campo para outro pelo movimento de
solo, água de irrigação ou chuva, o meio de transmissão mais eficiente é através da semente. Fusarium
oxysporum f. sp. phaseoli é o agente causador da murcha de Fusário. O patógeno é um fungo de solo
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onde sobrevive saprofiticamente, provavelmente por curto período de tempo, em restos de cultura,
podendo entretanto sobreviver por vários anos na forma de clamidósporos (BIANCHINI et al.,1997).
Nos tecidos infectados também são produzidos micro e macroconídios. O fungo é transportado pela
semente aderido à sua superfície. Fusarium semitectum causa a podridão das vagens e das sementes
reduzindo a qualidade. F. semitectum pode penetrar através de injúrias presentes na vagens e assim,
infecta as sementes. Sementes infectadas com F. semitecum não germinam e ainda se constitui em
fonte de inóculo para infecção de raízes. Sob período de chuva prolongado, a doença pode causar
consideráveis perdas à produção de sementes de feijão. Fusarium solani f. sp phaseoli é o agente causal
da podridão radicular seca. A semelhança do F. oxysporum, produz micro e macroconídios. O fungo
apresenta pouca capacidade saprofítica, não conseguindo competir com outros organismos da
microflora do solo. Entretanto podem sobreviver vários anos na ausência de hospedeiros, sob a forma
de clamidósporos. Fusarium solani f. sp. phaseoli é um fungo introduzido e não ocorre normalmente
em gleba onde não se cultiva feijão. Segundo os autores, pequena quantidade de solo que acompanha as
sementes durante a colheita, e não sendo removido no processo de beneficiamento das sementes pode
ser portadora do fungo. A podridão radicular é causada por Rhizoctonia solani. Não é um fungo
tipicamente de sementes mas, o patógeno pode ser levado para novas áreas de cultivo por intermédio da
semente ou do solo contaminado. Por ser fungo habitante comum do solo o simples contato das hastes e
vagens com o solo podem infectá-las. A partir das vagens infectadas o patógeno atinge as sementes. A
mancha de levedura causada por Nematospora coryli causa manchas salientes, de forma e tamanho
variáveis, apresentando geralmente coloração rosada. Na lesão, pode-se notar o sinal da picada do
inseto responsável pela inoculação do patógeno durante o desenvolvimento da vagem. O crestamento
bacteriano comum é causado por Xanthomonas campestris pv. phaseoli doença considerada importante
no Brasil, principalmente no cultivo de feijão das "águas", que pode causar sérios prejuízos
principalmente nas regiões que apresentam altas umidade e temperatura. Tendo a semente como o
principal e o mais eficiente meio de disseminação e sobrevivência da bactéria, quando prevalecem
8
condições favoráveis, a mesma pode desenvolver tão rapidamente que 0,5% de sementes portadoras do
patógeno são suficientes para iniciar uma epidemia.
O Vírus do mosaico comum do feijoeiro é encontrado em todas as regiões produtoras de feijão
do Brasil. Sementes provenientes de plantas infectadas geralmente são pequenas, leves e enrugadas
(MAGALHÃES e COSTA, 1978). “Bean golden mosaic virus” não é transmitido via semente.
2.4. Ocorrência de fungos em sementes de feijão
ALFIERI et al., (1984) relataram 46 patógenos associados á cultura do feijoeiro, sendo a
maioria gêneros de fungos. Já MENDES et al., 1998 em índice brasileiro de registros de fungos relatou
122 gêneros de fungos associados a cultura do feijoeiro.
Esta leguminosa é cultivada durante todo ano, numa grande diversidade de ecossistemas, o que
faz com que inúmeros fatores tornem-se limitantes para a sua produção. Destes, um dos principais são
as doenças que afetam o feijoeiro comum, as quais, além de diminuírem a produtividade da cultura,
depreciam a qualidade do produto. O feijoeiro é hospedeiro de inúmeras doenças de origem fúngica,
bacteriana, virótica e as incitadas por nematóides (UNIFEIJÃO, 2005b).
Entre as principais doenças fúngicas, encontram-se a mancha angular, a antracnose, a ferrugem,
a mancha de alternária e o mofo branco, às quais se somariam mais duas, identificadas recentemente: a
sarna e o carvão (UNIFEIJÃO, 2005b).
O adequado controle dos fungos causadores das principais moléstias é fundamental para o
aumento da produtividade e da competitividade da cultura (UNIFEIJÃO, 2005b).
2.5. Teste de Sanidade de Sementes
A sanidade de sementes refere-se a presença ou ausência de agentes patogênicos, tais como
fungos, bactérias, vírus e nematóides. Entretanto, pode também estar relacionada a anomalias
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decorrentes de alterações nutricionais e condições climáticas adversas ocorridas no campo, no
processamento ou no armazenamento (MARA, 1992).
O objetivo de qualquer teste de sanidade é determinar o estado sanitário de uma amostra de
sementes e consequentemente, do lote que representa, obtendo-se assim, informações que podem ser
usadas para comparar a qualidade de diferentes lotes de sementes ou determinar a sua utilização
comercial (MARA, 1992).
Os patógenos transmitidos por sementes podem servir de inóculo inicial para o
desenvolvimento progressivo da doença no campo, além dos lotes de sementes importadas podem
introduzir patógenos ou patótipos em áreas isentas (quarentena), e os testes de sanidade pode auxiliar a
avaliação das plântulas e as causas de uma baixa germinação e de baixo vigor, complementando os
testes de germinação (MARA, 1992).
Normalmente as sementes ficam incubadas em condições favoráveis para o desenvolvimento de
patógenos ou manifestação de sintomas por eles causados. E nas mesmas normalmente é empregado
um pré-tratamento, que pode ser físico ou químico sob a amostra de trabalho, precedendo a incubação e
utilização somente para facilitar o teste. O mais comum é a assepsia superficial com Hipoclorito de
sódio, NaOCl (1%) por três minutos para eliminação de microorganismos contaminantes, saprofíticos
(MARA, 1992).
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Procedimento para obtenção de sementes
Visitou-se uma empresa de compra e repasse de cereais e grãos denominados Pink Ltda,
localizada no município de Unaí MG, no mês de agosto de 2005, além de visitar algumas propriedades
rurais para coleta de amostras de 500 gramas de grãos de feijão.
Vinte e cinco amostras de grãos de feijão pertencentes ao ano agrícola de 2005, oriundos dos
Municípios de Paracatu-MG, Unaí-MG (maioria) e Cristalina-GO foram analisados. Estes 25 lotes
considerados como tratamentos forma avaliados através de quatro lotes de avaliação. Informações mais
detalhadas sobre as amostras estão contidas na Tabela 1.
3.2. Tratamento e limpeza dos Gerbox
Através da lavagem superficial fez-se assepsia com álcool (70%), logo após com Hipoclorito de
sodio NaOCl (1%), passado por duas lavagens com água destilada (Figura 1A). Logo após os gerbox
lavados foram levados para a capela de fluxo laminar (Figura 1B) e colocou-se papel de filtro
umedecido com água destilada, que logo após foi tampado (Figura 1C).
3.3 Método do “Blotter Test” para avaliação da condição sanitária e fisiológica das sementes
Os grãos não pré-tratados, foram colocadas espaçadamente, com auxílio de uma pinça
esterilizada em gerbox contendo papel de filtro umedecido com água destilada.(Figura 1).
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Segundo os critérios para avaliação sanitária de sementes do Ministério da Agricultura (MARA,
1992), o feijão deve seguir alguns procedimentos de análise específicos utilizados no experimento tais
como:
a) A amostra de trabalho foi de 400 sementes;
b) Período de incubação de sete dias a 20 +2º.C,
c) Regime de iluminação intermitente de 12 horas de luz e 12 horas de escuro;
A avaliação foi feita em microscópio estereoscópio observando as estruturas do patógenos,
sendo preparadas de lâminas rápidas com fita adesiva, para identificação utilizando o microscópio
composto.
3.4 Métodos de Avaliação
Os patógenos avaliados foram fungos e bactérias associadas a sementes, e deste modo
identificou-se gêneros de fungos conforme BARNET E HANTER, 1999.
Fisiologicamente avaliou-se a porcentagem de germinação (PGerm-%) que é número de sementes
germinadas dividido pelo número total de sementes e sanitariamente avaliou-se a incidência de
patógenos (PInc-%) (fungos e bactérias) associadas aos grãos de feijão que é o número de sementes
infectadas por patógenos, dividido pelo número total de grãos. Calculou-se a incidência de gêneros de
fungos associados a sementes que é o número de sementes contendo determinado gênero dividido pelo
número total de sementes.
Foram analisadas 400 sementes, num delineamento experimental inteiramente casualizado,
contendo 16 repetições, e cada repetição continham 25 sementes distribuídas ordenadamente no
gerbox.
12
3.5 Manuseio estatístico dos dados
A fim de verificar efeitos dos tratamentos (amostras) fez-se análise de variância (ANOVA) e
teste de comparação de médias (Tukey, P~0,05), para as variáveis Por% e PInc-%. A variável PInc-%
foi transformada por √(PInc-%+10). Fez-se análise de correlação as variáveis Por% e PInc-% por
genótipo. Fez-se teste ANOVA e teste de comparação de médias (Tukey, P~0,05), com os valores de
incidência dos gêneros de patógenos encontrados associados a sementes de feijão. Os valores de
Incidência (IncGên%) de patógenos foram transformados por √(PInc-%+10). Nos dois casos de
transformação, a mesma foi feita devido o aparecimento de muitos valores de zero no conjunto de
dados, de forma que os mesmos satisfaçam as premissas dos testes paramétricos.
13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A hipótese na ANOVA, permitiu rejeitar a hipótese de nulidade para as variáveis PGerm-%,
PInc-%, e PInc-% transformada ao nível de probabilidade de 5%. Fez-se transformação das variáveis
PInc-% e PGen-% devido o valor de coeficiente de variação ser muito elevado.
Tiveram as maiores e significativas porcentagens de germinação ao teste Tukey a 5%, os
tratamentos 1, 8, 9, 11, 12, 13 e 14, aos quais todos são pertencentes ao grupo de feijão carioca e
cultivar ‘Perola’ e foram produzidos nos municípios de Unaí-MG e Cristalina-GO (Tabela 1).
Teve menor porcentagem de germinação o tratamento 15 o qual pertence ao grupo Carioca e
Cultivar ‘IAPAR 81’, e foi produzido no município de Cristalina-GO. Associada a essa menor
porcentagem de germinação, houve um elevado valor de incidência de patógenos, contudo não
podemos associar que os patógenos encontrados sejam responsáveis pela baixa porcentagem e
germinação devido o valor de porcentagem de correlação ser positivo (+22,2%) (Tabela 1).
A menor incidência de patógenos ocorreu nos tratamentos 19, 22, 24 e 25, aos quais todas
foram produzidas no município de Unaí-MG. Para os tratamentos 19 e 22 a PGerm-% foi baixa para as
cultivares 24 e 25 foram elevadas. Se existe uma menor porcentagem de germinação e uma menor
porcentagem de incidência as possíveis hipóteses da causa dos distúrbios fisiológicos não foi em
decorrência de patógenos, e sim devido a semente não granada, resíduos de herbicidas dessecantes para
a colheita, erro experimental em decorrência do método de avaliação, entre outra causas. A
interpretação deste resultado tomando os valores de r tem-se que os tratamentos 19 e 22 tiveram r=-
14
27,2 % e -3,7%, respectivamente, o que significa que a elevada porcentagem de germinação possa ser
devido a uma baixa incidência de patógenos, a mesma coisa não ocorre para os tratamentos 24 e 25.
Para as cultivares 24 e 25 houve uma relação inversa que era o esperado, ou seja, tiveram baixa
incidência de patógenos e alta germinação. Contudo os valores de r para o tratamento 24 foi de r=+12,5
%, o que significa que ao aumentar a porcentagem de germinação existe um aumento a incidência de
patógenos e vice versa (contraditório), para o tratamento 25 o valor foi de r=-7,3% que é o esperado
para todos os genótipos.
Os gêneros de patógenos encontrados associados aos 25 lotes de feijão foram Aspergillus sp.,
Alternaria sp., Botrytis sp., Bacillus sp., Cladosporium sp., Phytophthora sp., Fusarium sp.,
Geotrichum sp., Mucor sp., Penicillium sp., Pythium sp., Rhizoctonia sp., e Sclerotium sp (Tabela 2.).
Todos esses gêneros encontram-se registrados em literatura, as diferenças de registros dizem respeito a
denominação da espécie, que não foi avaliado neste trabalho, requerendo cuidados especiais para a sua
denominação.
Ao se considerar as correlações (r-%) entre a variável fisiológica (PGerm-%) e fitopatogênica
(PInc-%), espera-se que para a totalidade das amostras a causa de uma falha da germinação seja em
decorrência da ação de patógenos associados. Deste modo, merecem destaque os tratamentos que
tiveram as correlações negativas tais como 3, 5, 6, 8, 9,10, 11, 12, 13, 14, 19, 22, 23 e 25 (Tabela 1)
totalizando 14 amostras, quanto que as demais amostras tiveram correlações positivas. Para os casos
em que houve correlação positiva a causa da não germinação dos grãos de feijão ocorreu devido a
outros fatores, que não foram causas fitopatogênicas aos sete dias de avaliação. Na Figura 1D e E,
mostra a diferença de vigor da germinação que existe entre sementes do mesmo lote, demonstrando
variações existentes entre semente do mesmo lote explicando até mesmo os casos de correlação
positiva.
Tem-se neste trabalho considerado elevado os valores de porcentagem de correlação negativa
acima de 50% destacando assim os tratamentos cinco, seis e 13 oriundos de Cristalina-GO, Paracatu-
15
MG e Unaí-MG, respectivamente . Para estes casos provavelmente com o plantio dos grãos, problemas
de germinação poderão ocorrer devido ação de patógenos (Tabela 1).
Na Tabela 1 a análise fatorial para os fatores grupo, cultivar, coloração e local, possivelmente
indicaria informações mais precisas sobre os efeitos destas variáveis independentes sobre a PGerm-%,
PInc-%. Há a necessidade de realizar um teste de hipótese para a análise de correlação (r) dos dados
para saber o quão significativo é o relacionamento entre os tratamentos.
Tabela 1. Grupos, cultivares, tipo de coloração, local, porcentagem de germinação (PGerm-%), Incidência da doença (PInc-%) e porcentagem de correlação em sementes de Feijão, safra 2004-2005 dos 25 lotes obtidos.
Trat Grupo Cultivar Cor Local PGerm
-%* PInc-%* r-%
1 Carioca ‘Pérola’ Amarelo Unaí-MG 94,0 a 3,7 ef +25,92 Carioca (-) Amarelo Cristalina-GO 78,0 de 4,6 de +8,8 3 Preto (-) preto Unaí-MG 85,2 bc 5,4 b -34,24 Preto (-) preto Unaí-MG 88,2 bc 4,3 ef +17,15 (-) ‘Talismã’ amarelo Cristalina-GO 91,7 ab 4,0 df -62,06 Carioca ‘Pérola’ amarelo Paracatu-MG 83,0 cd 4,4 ef -67,47 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 91,7 ab 3,5 ef +19,88 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 95,7 a 3,6 ef -36,09 Carioca ‘Pérola’ amarelo Cristalina-GO 99,2 a 4,2 ef -23,110 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 76,0 de 4,0 ef -7,5 11 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 97,0 a 3,5 ef -36,012 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 99,2 a 4,9 cd -14,113 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 96,0 a 3,7 ef -60,614 Carioca ‘Pérola’ amarelo Cristalina-GO 96,2 a 4,3 ef -43,015 Carioca ‘Iapar 81’ amarelo Cristalina-GO 26,0 g 5,1 bc +22,216 Preto (-) preto Cristalina-GO 52,5 fg 3,6 ef +45,517 Preto (-) preto Unaí-MG 62,5 ef 3,7 ef +31,818 (-) ‘Juriti’ amarelo Cristalina-GO 36,6 gf 7,1 a +14,319 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 80,5 de 3,3 f -27,220 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 82,2 cd 4,2 ef +34,921 Manteiga ‘Jalo’ amarelo Unaí-MG 59,0 ef 3,9 ef +6,5 22 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 50,5 fg 3,1 f -33,723 Carioca ‘Campeão 1’ amarelo Unaí-MG 76,0 de 4,1 ef -33,924 Carioca ‘Pérola’ amarelo Unaí-MG 91,0 ab 3,1 f +12,525 Carioca ‘Campeão 1’ amarelo Unaí-MG 88,2 bc 3,3 f -7,3 CV 29,8 23,1
PGerm-% porcentagem de germinação média das repetições; PInc-% porcentagem média de incidência transformada (√x+10) ; r - porcentagem de correlação; (-) informação não coletada. *Valores seguidos de mesma letra na vertical não diferem entre si pelo teste Tukey a P~0,05.
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Tabela 2. Incidência de fungos nos 25 lotes de sementes de feijão avaliados aos sete dias da germinação:
Patógenos IncGên% Transformada
Aspergillus sp. 3,7 a Penicillium sp. 3,4 b Fusarium sp. 3,3 c Cladosporium sp. 3,2 cdBacillus sp. 3,2 cdMucor sp. 3,2 dSclerotium sp. 3,2 dGeotrichum sp. 3,2 dPhytophthora sp. 3,2 dPythium sp. 3,2 dAlternaria sp. 3,2 dBotrytis sp. 3,2 dRhizoctonia sp. 3,2 dCV 11,07
PInc-% porcentagem média de incidência transformada (√x+10), valores seguidos de mesma letra na vertical não diferem entre si ao teste Tukey a P~0,05.
Os maiores valores de médias de incidência foram obtidos para os gêneros de fungos
Aspergillus (Figura 2A), Penicillium (Figura 2C) e Fusarium (Figura 3A, 3B e 3D), respectivamente,
diferindo estatisticamente dos outros 10 gêneros identificados (Tabela 2). Os dois gêneros mais
incidentes normalmente são encontrados numa condição saprofítica, já Fusarium (Figura 3A, 3B e 3D)
além do fato de poder ser encontrado associado como tal, pode ser patogênico, para sanar esta dúvida
há necessidade de isolamento e inoculação em plantas sadias (Teste de patogenicidade ~ Postulados de
Koch). Destes gêneros encontrados são freqüentemente associados a doenças na cultura do feijoeiro os
gêneros Alternaria (Figura 2E), Fusarium (Figura 3A, 3B e 3D), Phytophthora, Pythium, Rhizoctonia
(Figura 3C) e Sclerotium, tendo menor importância os gêneros Aspergillus (Figura 2A), Bacillus,
Botrytis, Cladosporium (Figura 3E e 3F), Geotrichum (Figura 2D), Mucor e Penicillium (Figura 2C).
Na Figura 2B tem-se uma microfotografia ilustrando esporângios de um chromista em que não foi
identificado. Assim para qualquer um dos 13 gêneros encontrados, há a necessidade do
desenvolvimento de uma etapa não desenvolvida nesta monografia que é a realização dos testes de
patogenicidade para cada gênero, sanando a dúvida se a associação com a semente de feijão é
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patogênica ou saprofitica, e ainda saber se no campo estes patógenos poderiam causar problemas
epidemiológicos. Na Figura 1F vê-se uma folha cotiledonar lesionada por um patógeno, neste caso
possivelmente seria o inoculo inicial para o desenvolvimento de doenças.
Tabela 3. Ocorrências de fungos encontrados nas sementes de feijão e citações em índices de doenças nacionais e internacionais:Gêneros de patógenos Alfieri Jr. et al., 1984 Mendes et al., 1998 Site Embrapa Site SBML
Alternaria Registrado Registrado Registrado Registrado Aspergillus Registrado Registrado Registrado Registrado Bacillus (-) (-) (-) (-) Botrytis Registrado Registrado Registrado Registrado Cladosporium Registrado Registrado Registrado Registrado Fusarium Registrado Registrado Registrado Registrado Geotrichum (-) Registrado Registrado Registrado Mucor (-) Registrado Registrado Registrado Penicillium (-) Registrado Registrado Registrado Phytophthora Registrado Registrado Registrado Registrado Pythium (-) Registrado Registrado Registrado Rhizoctonia Registrado Registrado Registrado Registrado Sclerotium Registrado Registrado Registrado Registrado
(-) gêneros não relatado pela literatura; SBML (http:\\nt-ars-grin.gov); Embrapa (http:\\\www.cenargen.embrapa.br).
Todos os fungos relatados em grãos de feijão encontram-se registrados em bancos de dados do
Brasil e do mundo (Tabela 3.). Se a espécie de cada isolado tivesse sido identificada, poderia ter sido
encontrada algum isolado pouco ocorrente, ou não registrado no Brasil, ou ainda em nível
microgeográfico, ainda não registrado nos municípios de Unaí, Cristalina e Paracatu. Estas informações
sobre a ocorrência de patógenos são uma poderosa informação principalmente quando analisadas nas
sementes, pois serve de alerta sobre possíveis focos de inoculo inicial, permitindo medidas preventivas
de combate a possíveis epidemias.
Conclui-se que existe uma ampla gama de patógenos associados a sementes de feijão e que
podem ou não dependendo do lote ocasionar falhas na germinação no momento do plantio, e as
informações sobre a situação sanitária e fisiológica permite traçar medidas de prevenção ao
desenvolvimento de epidemias. Para alguns lotes avaliados (14 lotes) a incidência de patógenos
explicou em graus variáveis a elevada ou baixa porcentagem de germinação, para os demais lotes o
relacionamento entre as variáveis fisiológicas e sanitárias não foi adequado.
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F D E
B C A
Figura 1. Aspectos gerais da montagem do experimento. A. Processo de lavagem e limpeza do gerbox, B. Distribuição da sementes, C. Sementes distribuídas prontas para serem dispostas nos Gerbox, D. e E sementes bem germinadas e pouco germinadas pertencentes ao mesmo lote, respectivamente, F. Lesão na folha cotiledonar.
19
cf
cc
cn
tg
E D
C
A B
Figura 2. Gêneros de fungos de hábito saprofíticos encontrados associados a grãos de feijão. A. Conidióforo de Aspergillus sp., B. Esporângios de fungo de gênero desconhecido, C. Conidióforo (cf), célula conidiogênica (cc) e conídio de Penicillium sp., D. Conidióforo de Geotrichum sp., E. Conídio formando tubo germinativo (tg) de Alternaria sp.
20
F
E
D
C
B A
Figura 3. Gêneros de fungos fitopatogênicos associados a sementes de feijão. A. Conidióforo e células conidiogênicas (cc) de Fusarium sp. B. Conídio navicular de Fusarium sp. C. Lançamento hifálico típico de Rhizoctonia sp. D. Emaranhado de conídios e hifas de Fusarium sp., E. Conídios heteromorfos de Cladosporium sp. F. Conidióforo, célula conidiogênica e conídios de Cladosporium sp.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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