Post on 18-Jan-2019
CONTEXTO HISTÓRICO
O Rio de Janeiro vivia um grande período de urbanização;
1847 – É constituído o parlamentarismo no Brasil;
1848-50 – Revolução Praieira;
1850 – Lei Eusébio de Queiroz; 1865-70 – Guerra
do Paraguai;
1870 – Lançamento do manifesto Republicano;
1871 – Promulgada a lei do Ventre Livre; 1872 –
Fundação do Partido Republicano
1888 – 13 de maio, a Princesa Isabel
assina a Lei Áurea, acabando a
escravidão no país;
1889 – 15 de novembro, na cidade do
Rio de Janeiro, sob o comando de
Marechal Deodoro da Fonseca, ocorre
a Proclamação da República.
PROSA
Antecedente: O filho do pescador (1843),
de Teixeira e Sousa;
Marco inicial: A Moreninha (1844), de
Joaquim Manuel de Macedo;
Leitura dos folhetins pela elite brasileira;
Curiosidade: A mulher escritora ainda
permanecia discriminada. Ex.: Maria
Firmina, autora de: Úrsula (1859), A
Gupeva (1861) e A escrava (1887).
Predominam, nessa literatura, alguns aspectos típicos dessa escola literária:
-Idealização
-Nacionalismo
-Medievalismo
-Herói idealizado
Categorias principais de romances românticos:
-Urbano
-Indianista
-Histórico
-Regionalista
ROMANCE URBANO
“Um retrato da vida na Corte” é como podemos definir o romance urbano brasileiro; Os tipos humanos, os costumes, as intrigas e o amor impossível são os elementos que emolduram o quadro que cada obra traz; Principais autores: -Joaquim Manuel de Macedo -Manuel Antônio de Almeida -José de Alencar
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO
Publicação de A Moreninha (1844), O moço loiro (1845), A luneta mágica (1869), Mulheres de mantilha (1871).
São temáticas comuns ás suas obras: namoro difícil ou impossível, presença de jovens casadoiras e estudantes, mistérios de identidade de personagens e identificação final, conflito entre dever e paixão, alguma comicidade, espécie de documento de costumes da época. A linguagem é simples com tramas fáceis, amor e mistério culminando com um final feliz.
A MORENINHA (1844)
Romance urbano que retrata a sociedade carioca do século XIX; Apresenta: idealização (valorização da mulher), nacionalismo; A Moreninha é um exemplo de Metalinguagem, pois é um romance supostamente escrito por um de seus personagens. A metalinguagem é caracterizada pela propriedade que a língua tem de falar sobre si mesma e de mesclar o que existe na ficção com a realidade.
CRÍTICA “Discutem-se ideias de beleza, identificando-se a moça loira como clássica e A Moreninha como romântica. Macedo tematiza um assunto teórico que ainda hoje fascina aos estudiosos da estilística e aos que classificam as obras segundo os estilos da época. A discussão entre os personagens revela a atualidade do assuntos da época em que romance foi produzido... Tratava-se de opor uma estética nacional, indianista e sertaneja a uma estética europeia, civilizada e ariana.”
(SANT’ANA, Afonso Romano. Análise estrutural de romances brasileiros. 7.ed. São Paulo: Ática, 1990)
MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA
Autor de apenas Memórias de um sargento de milícias (1852-53);
É considerado por muitos um precursor do Realismo;
Características da obra:
-Situa o leitor no tempo e no espaço;
-Não idealiza os personagens, mostrando-os como eles realmente são ao leitor: tipos humanos que compõem um determinado grupo social;
-Apresenta ao leitor os costumes da época;
-Dá ao texto um tom cômico
- SUA NARRATIVA INCLUI
ATRIBUTOS HUMANOS
CONHECIDOS COMO SENTIMENTOS
UNIVERSAIS, ISTO É, SENTIMENTOS
QUE TODO SER HUMANO PODE
TER, COMO AMOR, ÓDIO, SAUDADE,
TRISTEZA, ETC.
MEMÓRIAS DE UM SARGENTO
DE MILÍCIAS (1852-53)
O romance é uma obra inovadora
para sua época pois rompe com o
retrato exclusivo da vida e dos hábitos
da aristocracia para retratar o
ambiente e a linguagem do povo em
sua simplicidade, mas sem deixar de
tratar os costumes da corte que tanto
alegravam a população.
ROMANCE INDIANISTA
O romance indianista traz à tona a vida,
cultura, crença e costumes indígenas. O
índio surge como herói, representando o
Brasil e os brasileiros, sendo corajoso,
heróico, forte, idealizado. Há uma
valorização da natureza e o espaço
onde ocorre a narrativa remete ao
natural, à paisagem brasileira. E o
contato do índio com o europeu;
Autor principal: José de Alencar
O Guarani Iracema Ubirajara
Apresenta o homem Apresenta o início da Apresenta o índio
branco já infiltrado no presença do homem brasileiro num
ambiente indígena. branco no ambiente ambiente livre da
indígena. presença do homem
branco.
O homem branco e o O homem branco Índios dividem entre si
índio dividem os papéis aparece como herói e papéis de heróis e
de heróis e vilões. os índios dividem entre vilões.
si os papéis de heróis e
vilões.
Os indícios da cultura A cultura indígena A cultura indígena é
indígena são reduzidos aparece com mais revelada em sua
a meros acessórios, intensidade, mas ainda plenitude, sem o filtro
predomina a cultura é filtrada pelo olhar do da cultura europeia.
europeia. homem branco
europeu.
ROMANCE HISTÓRICO
O romance histórico traz o retrato de costumes de uma época passada, sendo um relato que muitas vezes mistura ficção e realidade.
Autor principal: José de Alencar Obras:
-O Guarani e Iracema (Romances indianistas);
-As minas de prata (1862-1866)
-Guerra dos mascates (1873)
INDIANISTAS E HISTÓRICOS
As obras indianistas O Guarani
e Iracema, de José de Alencar,
também se enquadram na
categoria dos romances
históricos, por terem como
plano de fundo acontecimentos
históricos e personagens que
realmente existiram.
ROMANCE REGIONALISTA
Por fim, temos o romance regionalista, passado em ambiente rural, mostrando costumes, valores e cultura típica de uma região. Este tipo de romance trazia um maior conhecimento do Brasil sobre si próprio, uma vez que voltava seu olhar pra regiões diferentes do Brasil, trazendo à tona sua diversidade.
Principais autores:
-Bernardo Guimarães;
-José de Alencar;
-Visconde de Taunay;
-Franklin Távora
BERNARDO GUIMARÃES
Influenciado pelo escritor português
Alexandre Herculano;
Principais obras:
-O ermitão de Muquém (1866);
-O seminarista (1872);
-A escrava Isaura (1875).
O ERMITÃO DE
MUQUÉM
Focaliza o interior de Minas e Goiás:
sua paisagem, seus tipos humanos,
costumes e sua linguagem;
O enredo gira em torno de Gonçalo,
homem destemido e passional, que
alterna o posto de herói e vilão e
acaba como mártir – do amor e do
destino.
O SEMINARISTA É a narrativa da trágica história de amor
de Eugênio, forçado pela família a seguir a carreira sacerdotal, e Margarida, que se mantém solteira, fiel a seu amor de infância. Ao concluir os estudos no seminário, o padre retorna à terra natal e reencontra a amada.
Juntos, experimentam um intenso momento de paixão. Ela, enferma, em pouco tempo vem a falecer. Ele, em estado de choque, enlouquece, e não consegue celebrar sua primeira missa.
A ESCRAVA ISAURA
Romance com pretensões
abolicionistas que conta a
história de Isaura, uma
escrava branca, nobre e
educada que é perseguida por
Leôncio, seu senhor, um
homem marcado pelos vícios
sociais. A moça é salva pelo
herói Álvaro, que a retira das
garras do vilão.
VISCONDE DE TAUNAY
Foi escritor primoroso, homem culto,
dedicado às letras e à pintura,
patriota, engenheiro militar e ex-
combatente da Guerra do Paraguai;
Principal obra:
- Inocência (1872).
INOCÊNCIA (1872)
Empenhou-se em descrever o cenário sertanejo e a retratar a vida no campo. Inocência é uma moça que, por imposição do pai autoritário, deve se casar com Manecão, um sertanejo bruto e negociante de gado criado. A moça adoece e é salva por Cirino, estudante de farmácia, e os dois se apaixonam, convergindo em um final trágico.
FRANKLIN TÁVORA
É um dos autores mais polêmicos do
período. Crítico severo do
regionalismo alencariano, defende a
tese de que o Norte/Nordeste pode
produzir uma literatura regionalista
muito mais autêntica que o
Centro/Sul.
Principal obra:
- O Cabeleira (1876)
O CABELEIRA (1876)
Seu romance mais famoso, trata do cangaceiro José Gomes (o Cabeleira). A narrativa, embora com tons realistas e combativa, recai na estrutura melodramática dos romances românticos. O Cabeleira, ao reencontrar seu amor de infância, Luisinha, abandona sua vida de criminoso e dispõe-se a total regeneração pelo amor da amada. A moça, porém, morre de uma enfermidade e o cangaceiro acaba preso e enforcado na prisão.