Post on 08-Nov-2018
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Anais do V Encontro Nacional de Iniciação Científica e V Encontro de Pós-Graduação
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V ENCONTRO INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FAMINAS-BH
V ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FAMINAS-BH
ENIC FAMINAS-BH 2016
“A Ciência e a produção do conhecimento”
(Publicado como Separata da Revista Eletrônica Parlatorium – ISSN 1983-7437)
FAMINAS-BH
Bel. Lael Vieira Varella Filho – Diretor Presidente
Bel. Esp. Luciano Ferreira Varella – Diretor Administrativo e Financeiro
Bel. Luisa Ribeiro Varella – Diretora Executiva
Geraldo Lúcio do Carmo – Gerente Administrativo e Financeiro
Bel. Esp. Luciano Ferreira Varella – Diretor Geral
Prof. Ms. Everton Ricardo Reis – Diretor de Ensino
Prof. Drª. Ivana de Cássia Raimundo – Diretora Acadêmica
Bel. Esp. Andrea Fernandes Lameirinhas – Secretária Acadêmica
COMISSÃO ORGANIZADORA
Prof. Everton Ricardo dos Reis
Diretor de Ensino
Profa. Dra. Ivana de Cássia
Diretora Acadêmica – Curso de Medicina
Profa. Ms. Sônia Maria Nunes Viana
Coordenadora de Extensão e Pós-Graduação
Josyanne Cristina Silva Honório
Assistente Administrativo – Extensão
Prof. Dr. Renato Sathler Avelar
Coordenador de Pesquisa
Profa. Ms. Tatiana Domingues Pereira – Coordenadora do Curso de Administração
Profa. Ms. Gustavo Oliveira Gonçalves – Coordenadora do Curso de Biomedicina
Profa. Ms Rosália Gonçalves Costa Santos – Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis
Prof. Ms. Vinicius de Araújo Ayala – Coordenador do Curso de Direito
Profa. Ms. Renata Lacerda Prata Rocha – Coordenadora do Curso de Enfermagem
Profa. Dr. Nancy Scárdua Binda – Coordenadora do Curso de Farmácia
Profa. Ms. Vanessa Patrocínio de Oliveira – Coordenadora do Curso de Nutrição
Profa. Dra. Alessandra Duarte Clarizia – Coordenador de Ensino do Curso de Medicina
Profa. Bel. Rubia Mara Pimenta de Carvalho – Coordenadora do Curso de Pedagogia
Profa. Esp. Liliane Maria de Fátima Ribeiro – Coordenadora do Curso de Serviço Social
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Prof. Ms. Fabio Neves, de Miranda – Coordenador do Curso de Sistemas de Informação
Profa. Ms. Sandra Minardi Mitre – Coordenadora do Curso de Terapia Ocupacional
COMISSÃO CIENTÍFICA
Adirson Monteiro de Castro Adriana Marcia Silveira
Adriana Nascimento de Sousa Aldair Fernandes da Silva Aline Bruna Martins Vaz
Amilton Campos Ana Cecília de Godoy Gomes Ana Cristina Nogueira Borges
André de Abreu Costa André Mauricio Borges de Carvalho
Angélica Monica Andrade Aniely Coneglian Santos Antonio Marcos Souza
Argos Soares de Mattos Filho Ariane Rocha Abergaria
Arno Nunes Ribeiro Beatriz Martins Borelli Camila França Campos
Cassia Aparecida de Oliveira Celeste Magna Araujo Dantas
Celio José de Castro Júnior Cintia Moreira Gonã Alves Claudia Lopes Penaforte
Claudia Maria Correia Borges Rech Claudia Ribeiro
Claudia Starling Bosco Claudia Toscano Fonseca
Claudia Vasques Chique Gatto Claudio Henrique Ribeiro da Silva
Claudiney Luis Ferreira Cristian Kiefer Da Silva
Dalton Dittz Junior Daniela Camargo Costa Danilo Ferraz Cordova
Débora Cerqueira Calderaro Dhionne Correia Gomes
Edson Moura da Silva Eduardo Simões Neto
Enilmar da Cunha de Carvalho Evandro Bernardes de Oliveira Evaristo Nunes de Magalhães
Eveline de Oliveira Silva Fabio Neves de Miranda
Fabricio Veiga Costa Felipe A. Silva Pires
Flávio Marcos Gomes de Araújo Francielda Queiroz Oliveira Frederico Oliveira Freitas
Geraldo Francisco de Oliveira Gleison Assis Reis
Gleisy Kelly Neves Goncalves Gleudson Silva de Aquino
Grazielle Dias Guilherme de Almeida Santos
Gustavo Guerra Jacob Gustavo Oliveira Gonçalves Heber Augusto Lara Cunha
Hercilia Naiara Ferreira de Souza Hilton Soares de Oliveira
Hyllo Baeta Marcelo Júnior Hudson de Oliveira Cambraia
Humberto Ferreira Ianni Inês Chamel José
Izabel Cristina da Silva Reis Izabela Ferreira Gontijo de Amorim
Janaina Matos Moreira Jean Pierre Machado Santiago
Jonas Thadeu de Almeida Sousa Jordana Grazziela Alves Coelho dos Reis
Jose Gilberto de Brito Henriques José Helvécio Kalil de Souza
Juliana Costa Liboredo Juliana das Gracas Gonçaves Gualberto
Karine Silvestre Ferreira Laerte Mateus Rodrigues
Leandro Hollerbach Ferreirra Leonardo Augusto Silva Machado
Leonardo de Carvalho Starling Leticia Fernanda Cota Freitas Lilian Sipoli Carneiro Canete
Liliane Maria de FATIMA Ribeiro lucas do Carmo Vitor
Lucas Lopardi Luci Aparecida Nicolau
Lucia de Fatima Pais de Amorim Lucia Helena de Angelis
Luciana de Paula Lima Gazzola Luciana Rocha Brandao
Luciene Rodrigues Kattah Luiz Carlos Panisset Travassos
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Fernanda Batista Fernando Gonçalves Coelho Júnior
Fernando Ribeiro Andrade Flávia Helena Millard Rosa da Silva
Maria Gabriela Reis Carvalho Melina Rezende Dias Miguel Mendes Filho
Milton dos Santos Silva Monica Paiva Schettini Nancy Scardua Binda
Nelson Ribeiro de Carvalho Júnio Nibia Mariana Eleuterio
Orlando Aragão Neto Patricia Alves Maia
Patricia de Moura Rocha Paulo César Fonseca Furtado
Rafael Augusto de Morais A. Santos Rafael Silva Guilherme
Rafael Teixeira de Mattos Raphael Moreira Maia
Renata Esteves Furbino Renato Sathler Avelar Ricardo Lucio de Assis Ricardo Luiz de Souza
Ricardo Luiz Fontes Rodrigo Ferretjans Alves
Rogerio Monteiro Barbosa Rogerio Saint´Clair Pimental Mafra
Rosália Gonã Alves Costa Santos Rosana Costa do Amaral Rosane Vieira de Castro
Maísa Goncalves de Carvalho Marcelo de Brito Brandao
Marcelo Jose de Oliveira Maia Marcia Faria Moraes Silva
Rosemary Cipriano da Silva Rosemary Torres de Oliveira
Rosilaine dos Santos Carvalhais Rubia Mara Pimenta de Carvalho
Sabrina Alves Zamboni Salvina Maria de Campos
Sandra Maria Ferreira Moizes Sandra Minardi Mitre Shigeru Ricardo Sekiya
Shirlei Barbosa Dias Simone Gomes da Silva
Sonia Maria Nunes Viana Sther Mendes Cunha Thatiane Santos Ruas
Tatiana Domingues Pereira Thiago Frederico Diniz Thiago Penido Martins
Tiziane Rogerio Madureira Valdete Gomes Ferreira
Vanessa Patrocínio de Oliveira Vinicius de Araújo Ayala
Waldemar Roberto Savassi Wanderley da Silva
Marcio Alexandre Hipólito Marco Antônio Silva
Marcus Luiz Dias Coelho
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Sumário
ANEMIA FERROPRIVA COMO CONSEQUÊNCIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA: Revisão da
literatura........................................................................................................................................ 8
BIOSSURFACTANTES E A PROCURA POR NOVOS ANTIMICROBIANOS: Uma revisão bibliográfica
....................................................................................................................................................... 9
IMPORTÂNCIA DA UROCULTURA NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE INFECÇÕES DO TRATO
URINÁRIO E A CRESCENTE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS ................................................. 11
PRIMATAS NÃO HUMANOS NATURALMENTE INFECTADOS PELO T. cruzi APRESENTAM UM
PERFIL DE RESPOSTA IMUNE SEMELHANTE AOS PACIENTES PORTADORES DA DOENÇA DE
CHAGAS ....................................................................................................................................... 12
A IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS CLINICOS PARA A LIBERAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DA
FOSFOETANOLAMINA SINTÉTICA ................................................................................................ 14
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM BELO HORIZONTE NO PERÍODO
DE 2008 Á 2015 ........................................................................................................................... 15
ATENÇÃO FARMACECÊUTICA EM TRANSTORNOS MENORES: CONSTIPAÇÃO INTESTINAL........ 17
PERFIL E CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE SÃO JOSÉ DA
LAPA - MG SOBRE PLANTAS MEDICINAIS, FITOTERÁPICOS E FARMÁCIA VIVA .......................... 19
PLANTAS MEDICINAIS SUPOSTAMENTE EMAGRECEDORAS, O RISCO DOS MODISMOS ............ 21
Uso medicinal de derivados da Cannabis sativum L. (Maconha) ................................................ 23
A CIÊNCIA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: HIPOTERMIA TERAPÊUTICA E OS CUIDADOS
DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM SÍNDROME HIPÓXICO–ISQUÊMICA ................... 25
A CIÊNCIA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE
ENFERMAGEM NA REALIZAÇÃO DA HIGIENE BUCAL EM PACIENTES HOSPITALIZADOS ............ 27
AÇÃO EDUCATIVA SOBRE PRIMEIROS SOCORROS PARA ADOLESCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO
PRIVADA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ............................................................................................ 28
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PARTO HUMANIZADO ....................................................... 30
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA REABILITACÃO A PACIENTES OSTOMIZADOS .................... 32
ASSISTÊNCIA SISTEMATIZADA DO ENFERMEIRO AO PORTADOR DE DIABETES MELLITUS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA DA APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM ............................. 34
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: FOCO NO
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ................................................................... 36
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO COM GESTANTES PORTADORAS DE SÍFILIS CONGÊNITA ............... 38
COMUNICAÇÃO E PRONTUÁRIO – FERRAMENTA ESSENCIAL PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE
E DO PROFISSIONAL DE SAÚDE ................................................................................................... 39
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA E SEUS EFEITOS DELETÉRIOS À SAÚDE DA POPULAÇÃO ........ 41
IMPORTÂNCIA DE UMA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NO CUIDADO AO IDOSO EM INSTITUIÇÃO
DE LONGA PERMANÉNCIA .......................................................................................................... 43
O ENFERMEIRO E A IMPORTÂNCIA DA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE BOCA.................. 45
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RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ATIVIDADE DE MONITORIA DESENVOLVIDA NA DISCIPLINA DE
ENFERMAGEM NA SAÚDE COLETIVA: CRESCIMENTO MÚTUO. ................................................. 46
SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UMA PROPOSTA PARA O CONTROLE DA DENGUE
..................................................................................................................................................... 48
ANEURISMA SACULAR GIGANTE DE ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA EM PACIENTE DE QUATRO
MESES DE IDADE: RELATO DE CASO ............................................................................................ 50
CISTO DE PINEAL SINTOMÁTICO: PUBERDADE PRECOCE E HEMORRAGIA ................................ 51
ETIOLOGIAS DA EPILEPSIA EM PACIENTES COM MIELOMENINGOCELE EM IDADE ESCOLAR –
DADOS INICIAIS ........................................................................................................................... 52
NEURINOMA PLEXIFORME DO TRIGÊMEO EM CRIANÇAS: RELATO DE CASOS E REVISÃO DA
LITERATURA ................................................................................................................................. 53
INFECÇÃO PELO VÍRUS CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASO ......................................................... 54
NOVAS PERSPECTIVAS PARA O USO DO CANABIDIOL: UMA ÊNFASE NA EPILEPSIA DE DIFÍCIL
CONTROLE ................................................................................................................................... 56
SIMULAÇÃO REALÍSTICA NA EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR DO PROFISSIONAL DE SAÚDE ...... 58
SUICÍDIO- UM PESADELO OCULTO QUE CERCA OS ESTUDANTES DE MEDICINA........................ 60
ZIKA E MICROCEFALIA: UM DESAFIO PARA O CONHECIMENTO CIENTÍFICO .............................. 61
ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE UM BOLO DIET FORMULADO COM
APROVEITAMENTO INTEGRAL DA ABÓBORA (Cucurbita maxima) ............................................. 63
PERFIL ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE UNIVERSITÁRIOS QUE INICIAM O CURSO DE NUTRIÇÃO
EM UMA FACULDADE PARTICULAR EM BELO HORIZONTE-MG.................................................. 64
RELAÇÃO ENTRE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E FATORES DE RISCO PARA
DESENVOLVIMENTO DE DESORDENS METABÓLICAS EM ESTUDANTES DO CURSO DE NUTRIÇÃO
FAMINAS-BH ................................................................................................................................ 65
A APLICAÇÃO DA COMPUTAÇÃO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO ENSINO DE MÚSICA ........................................ 66
A APLICAÇÃO DA COMPUTAÇÃO NO TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS EM BELO
HORIZONTE ................................................................................................................................. 67
ATAQUES CIBERNÉTICOS: ANALISE DOS PRINCIPAIS IMPACTOS NO AMBITO ORGANIZACIONAL
..................................................................................................................................................... 68
DISPOSITIVO DE INTEGRAÇÃO COM TRANSPORTE PÚBLICO PARA O AUXÍLIO DE DEFICIENTES
VISUAIS ........................................................................................................................................ 71
OTIMIZAÇÃO NA RECICLAGEM DO LIXO ELETRÔNICO ................................................................ 72
UTILIZAÇÃO DE AGENTES INTELIGENTES EM AMBIENTES URBANOS: UM ESTUDO SOBRE A
RECOMENDAÇÃO DE ROTAS SECUNDÁRIAS. .............................................................................. 73
UTILIZAÇÃO DE HARDWARE DE BAIXO CUSTO EM PROJETOS DE INCLUSÃO SOCIAL ................ 74
UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIGITAIS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ..................... 75
AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR: A INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA A
PARTIR DE JOGOS E BRINCADEIRAS ............................................................................................ 76
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INTERFERÊNCIA DE SITUAÇÕES DE CONFLITO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: DESAFIOS
DO EDUCADOR ............................................................................................................................ 78
“OS ESOTÉRICOS DA LEI”: O “JURIDIQUÊS” COMO DISCURSO DE EXCLUSÃO ............................ 79
OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA SE ALCANÇAR A “ZERO QUEBRA” DENTRO DA TPM ..... 81
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ANEMIA FERROPRIVA COMO CONSEQUÊNCIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA: Revisão
da literatura Suelen Aparecida Maximiano Costa
Poliane Soares da Silva Vieira
Níbia Mariana ELEUTÉRIO (Orientadora)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Biomedicina Os rins são essenciais para a manutenção da homeostase corpórea. Além de eliminar substâncias indesejáveis, atua na regulação dos níveis pressóricos, auxilia na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico e como glândula endócrina atua na síntese de vitamina D e do hormônio eritropoietina, responsável pela diferenciação e crescimento das células precursoras das hemácias. A Doença Renal Crônica (DRC) é um processo inflamatório que apresenta elevações nos níveis séricos de marcadores inflamatórios, como a proteína C reativa e das interleucinas pró-inflamatórias. A lesão gerada pela inflamação acarreta a perda progressiva e irreversível das funções renais e promove o desenvolvimento da anemia ferropriva na maioria dos pacientes acometidos. De modo geral, a anemia é definida como a redução dos níveis de hemoglobina no sangue devido à deficiência de nutrientes indispensáveis ao organismo como o ácido fólico, zinco, vitamina B12 e indiscutivelmente do ferro. O estado inflamatório decorrente da DRC interfere na disponibilidade de ferro para os processos de eritropoiese devido a mediadores inflamatórios que estimulam a síntese de hepcidina pelo fígado, um peptídeo que atua no duodeno inibindo a absorção de ferro e ocasionando deficiência dos seus níveis circulantes. Este peptídeo também atua nas células reticuloendoteliais comprometendo a biodisponibilidade do ferro armazenado em algumas células, como os macrófagos. No decorrer desses processos, mediados pelos marcadores inflamatórios, ocorre a anemia ferropriva, definida como absoluta, relativa ou funcional. A anemia ferropriva na DRC é geralmente assintomática e apresenta progressão lenta, levando o organismo a se adaptar aos níveis baixos de hemoglobina com consequentes efeitos nos sistemas cardiovascular e nervoso. Neste contexto, o presente estudo objetivou relacionar ocorrência de anemia ferropriva na DRC, demonstrando a influência dos processos inflamatórios da doença renal no desenvolvimento da anemia. Para tanto, foi conduzida revisão de literatura por meio de uma busca de artigos científicos disponíveis nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo (Scientific Electronic Library Online) utilizando as seguintes palavras-chaves: anemia ferropriva, doença renal crônica e eritropoiese. Foram selecionados artigos em português, com disponibilidade de texto gratuito completo, publicados entre os anos de 2004 a 2014 que propiciaram a compreensão da relação dos distúrbios, bem como da importância da avaliação da taxa de filtração glomerular (TFG) para o diagnóstico precoce. Os resultados preliminares sugerem que a detecção precoce de ambas as doenças promove a redução de seu progresso, ameniza o sofrimento do paciente e diminui os custos financeiros gerados com os métodos terapêuticos.
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BIOSSURFACTANTES E A PROCURA POR NOVOS ANTIMICROBIANOS: Uma revisão
bibliográfica
Fernanda de Paula Vieira Ribeiro
XXXX (Orientadora)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Biomedicina
As novas estratégias de pesquisa em produtos naturais microbianos podem ajudar na
descoberta de novos agentes antimicrobianos, sabendo da importância destas pesquisas num
cenário de rápido desenvolvimento de resistência pelas bactérias aos agentes terapêuticos
disponíveis. Os agentes antimicrobianos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir
o crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados como
bactericidas, quando causam a morte da bactéria, ou bacteriostáticos, quando promovem a
inibição do crescimento microbiano. Nesse panorama pela descoberta de novos antibióticos os
biossurfactantes (BS) vem emergindo como um produto de fonte natural com possível aplicação
como agentes antimicrobianos. Os BS são compostos anfipáticos sintetizados por micro-
organismos capazes de reduzir a tensão superficial e interfacial (água e óleo), tornando-se um
agente emulsificante de grande interesse industrial e alto valor agregado. Apresentam
vantagens quanto aos surfactantes sintéticos, pois são biodegradáveis e exibem baixa
toxicidade, sendo que a maioria dos surfactantes utilizados comercialmente é sintetizada a
partir de derivados do petróleo. Entretanto, o aumento da preocupação ambiental combinado
com as novas legislações de controle do meio ambiente levou à procura por surfactantes
biológicos em decorrência de serem biodegradáveis diminuindo, assim, o impacto ambiental.
Além disso, estes compostos possuem aplicações potenciais em diferentes setores industriais
como formulações farmacêuticas e cosméticas, petroquímica, médica (desenvolvimento de
novos agentes terapêuticos), produtos alimentícios e nas áreas de proteção ao meio ambiente.
Podem ser obtidos utilizando-se procedimentos relativamente simples e substratos baratos,
através de fontes renováveis ajudando na preservação ambiental. As razões para sua
popularidade como produto antimicrobiano estão primeiramente em sua ação específica, baixa
toxicidade, facilidade relativa de preparação e aplicabilidade generalizada, se comportando
como alternativas viáveis para os agentes medicinais e antimicrobianos sintéticos, podendo ser
usados como agentes terapêuticos efetivos e seguros. A atividade antimicrobiana tem sido
demonstrada por vários biossurfactantes, principalmente da classe dos lipopeptídeos
(surfactina) e glicopeptídeos (ramnolipideos). Os ramnolipídeos de Pseudomonas aeruginosa e
a surfactina de Bacillus subtilis funcionam como antibióticos, alterando a integridade da
membrana celular microbiana, por solubilizar os principais componentes, formando poros na
membrana. Podem também penetrar nas membranas através de interações hidrofóbicas,
influenciando a ordem da cadeia de hidrocarbonetos e alterando assim, a espessura da
membrana. Além da atividade antimicrobiana, a surfactina possui outras aplicações
farmacêuticas como a inibição da formação de coágulos; formação de canais iônicos em
membranas; e atividade antitumoral. Outros estudos têm mostrado biossurfactantes
produzidos por Rhodococcus erythropolis com ação antiviral contra herpes simples e vírus
parainfluenza. Iturina, um lipopeptídeo produzido também por B.subtilis, demonstrou atividade
antifúngica, afetando a morfologia e a estrutura da membrana celular de leveduras. Além disso,
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diferentes ramnolipídeos isolados de P.aeruginosa AT10 mostraram excelentes propriedades
antifúngicas. Diante do exposto, podemos concluir que os compostos biossurfactantes emergem
como uma alternativa na busca por novas substâncias com atividade antimicrobiana, nesse
panorama de alta incidência de resistência microbiana aos antibióticos presentes no mercado.
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IMPORTÂNCIA DA UROCULTURA NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE INFECÇÕES DO
TRATO URINÁRIO E A CRESCENTE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS
Evandro Bento Rodrigues Rodrigo Gonzaga de Paula
Níbia Mariana Eleutério (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Biomedicina
As infecções do trato urinário (ITU) se caracterizam pela presença de microrganismos na urina.
Desses, os mais frequentes são bactérias da família Enterobactereaceae, das quais, podem
acometer qualquer parte do sistema urinário, como uretra, bexiga, ureteres e rins, sendo
comumente designadas como infecções do trato baixo ou alto. Esse tipo de infecção é mais
comum na parte inferior do trato urinário do qual fazem parte a bexiga e a uretra. A
caracterização das ITUs, resultam de uma avaliação clínica e sintomatológica associada ao
diagnóstico laboratorial. Os testes laboratoriais mais usados para o diagnóstico são: exame de
urina rotina (EAS), gram de gota e a urocultura. Os principais microrganismos associados a ITU
são as bactérias que encontramos no nosso trato digestivo com destaque para a Escherichia coli
(E.coli), responsável por 70 a 90% das infecções, e outras como Proteus ssp, Klebisiella
pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter spp. Dentre os gram positivos podemos
citar os Staphylococcus saprophyticus, Staphylococcus aureus, Enterococcus spp e Streptococcus
agalactiae. A urocultura é o exame mais sensível, específico e um dos mais solicitados nos
laboratórios de microbiologia, pelo fato da infecção do trato urinário ser uma doença bastante
frequente e a amostra de urina facilmente coletada. A técnica de urocultura consiste
basicamente na quantificação, no isolamento, na identificação e na realização dos testes de
susceptibilidade, que poderão indicar a existência de ITU. Sendo assim, a urocultura é o “padrão
ouro” para o diagnóstico, permitindo detectar o agente patogênico e direcionando o médico a
uma melhor conduta terapêutica para um tratamento eficaz, evitando a seleção de
microrganismos resistentes. No entanto, pela prevalência da E.coli na ITU, verifica-se com
frequência a prescrição de antibiótico, com destaque para o norfloxacino, previamente à
liberação dos resultados laboratoriais, o que tem contribuído para o desenvolvimento de
resistência microbiana. Neste contexto, o presente estudo objetivou demonstrar a importância
da urocultura no diagnóstico de ITU, destacando sua utilidade na diferenciação dos tipos de
infecção (baixa ou alta) e microrganismos causadores (gram positivos ou gram negativos), bem
como o crescente desenvolvimento de resistência microbiana pelo uso indiscriminado de
antibióticos. Para tanto, foi conduzida revisão bibliográfica utilizando artigos científicos
disponíveis nos bancos de dados Scielo e Google Acadêmico, bem como materiais pertinentes
disponíveis no site da ANVISA, Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Patologia Clínica,
utilizando as palavras-chave: Infecções Urinárias, Urocultura e Teste de Sensibilidade aos
Antimicrobianos. Os resultados preliminares sugerem predomínio de infecções por E.coli em
diferentes faixas etárias e crescente índice de resistência deste microrganismo ao antibiótico
norfloxacino, reforçando a importância da prescrição adequada para efetivo controle da
resistência microbiana.
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PRIMATAS NÃO HUMANOS NATURALMENTE INFECTADOS PELO T. cruzi
APRESENTAM UM PERFIL DE RESPOSTA IMUNE SEMELHANTE AOS PACIENTES
PORTADORES DA DOENÇA DE CHAGAS
Armanda Moreira Mattoso-Barbosa Danielle Marchetti Vitelli-Avelar
Ronaldo Peres Costa
Renato Sathler-Avelar (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas Clínica Hematológica
Centro Universitário Newton Paiva
Área do conhecimento: Ciências da Saúde
T. Cruzi é o agente causador da doença de Chagas, uma patologia severa que afeta milhões de
pessoas no mundo. Um dos principais desafios no manejo dos pacientes com doença de Chagas
é a ausência de ferramentas imuno profiláticas e a baixa eficácia dos compostos atualmente
disponíveis para tratar a enfermidade, especialmente na fase crônica. Tem sido demonstrado
que a eficácia das drogas na doença é um fenômeno multifatorial influenciado pelo parasita e
características intrínsecas do hospedeiro. Nesse contexto, sabe-se que a resistência do T. cruzi
aos agentes quimioterápicos está associado com genótipos específicos, particularmente TcI que
tem sido considerado altamente resistente ao tratamento com Bz e nifortimox. Além disso, a
resposta imune do hospedeiro parece ter papel relevante, atuando em sinergismo para a
eficácia terapêutica. Vários modelos experimentais e sistema in vitro foram propostos para
pesquisa racional de novos compostos para o tratamento da doença de Chagas. No campo de
desenvolvimento de drogas os primatas têm características preponderante devido às
semelhanças patofisiológicas que imitam várias doenças humanas. Reportamos recentemente
que cynomolgus naturalmente infectado por TcI apresentam um perfil imunofenotípico de
leucócitos circulantes semelhante ao observado em pacientes com a doença crônica. No
presente estudo, foi investigado características funcionais da resposta imune de primatas não
humanos cynomolgus naturalmente infectados pelo TcI. Empregando a metodologia de
citometria, associado a ferramentas de análise de sistemas biológicos, avaliou-se o
microambiente de citocinas no contexto ex vivo e in vitro, sobe estimulação antigênica. Os
resultados mostraram que, o grupo de animais infectados (CH) apresentou um padrão geral de
IFN vindo de linfócitos CD4, regulado por IL-10 proveniente de linfócitos CD4 e células B, em
contraste com o perfil basal observado nos primatas não infectados (NI). A estimulação
antigênica in vitro com TcI induziu uma resposta de citocinas pro-inflamatória ampla em CH,
mediada por TNF originado de células da imunidade inatas e adaptativas, contrabalanceada por
IL-10 vindo de monócitos e células B. Por outro lado, o antígeno TcIV desencadeou uma resposta
seletiva de citocinas mediada por NK e INF vindo de células T como uma modesta regulação por
IL-10 de células T. Ferramentas de biologia de sistemas demonstraram que enquanto NI
apresentou uma rede de citocinas compostas de pequenos números de correlações entre os
parâmetros, CH apresentou uma rede complexa entre os elementos. Notável foi a habilidade do
antígeno TcI em destacar uma conexão pro-inflamatória de células NK bem como de linfócitos
CD4 e CD8, regulada por células TCD8+IL-10, em contraste com antígeno TcIV que desencadeia
uma rede modesta com conexões moderada. Em suma, os dados demonstraram que CH
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apresenta uma assinatura de citocinas inflamatórias, e regulatórias mediada por TNF e INF,
regulada por IL-10, assim como observada na doença humana. Esses dados trazem informações
adicionais para empregar esses primatas não humanos como modelos experimentais para
pesquisa de novas drogas para o tratamento da doença de chagas.
14
A IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS CLINICOS PARA A LIBERAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO
DA FOSFOETANOLAMINA SINTÉTICA
Daniel Fonseca Mônica Schettini (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Farmácia
O câncer é uma doença muitas vezes silenciosa que acomete boa parte da população mundial.
De acordo com NELSON & COX (2014), tumores e cânceres são o resultado da divisão celular
descontrolada, geralmente essa a divisão celular é regulada por proteínas que levam células em
repouso a dividirem-se e, em alguns casos, diferenciarem-se. Pesquisas feitas com a
fosfoetanolamina sintética no combate ao câncer mostraram-se eficazes em roedores, contudo
tal substância foi doada para pessoas portadoras de câncer, com isso observou-se que houve
um desrespeito à Lei N° 6.360, de 23 de setembro de 1976 que dispõe sobre a Vigilância Sanitária
de Medicamentos suspendendo a produção da fosfoetanolamina. Iniciou-se então um conflito
entre a ANVISA e o Governo Federal, com ideias contraditórias sobre a liberação da
fosfoetanolamina sem antes passar pelas etapas dos ensaios clínicos. A Presidente Dilma
Rousseff chegou a sancionar a lei N° 13.269, de 13 de abril de 2016 que autoriza o uso da
fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna, porém o
Supremo Tribunal Federal, no dia 19 de maio de 2016, deferiu uma medida liminar na Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5501 para suspender a eficácia desta lei, a autora da ação,
a Associação Médica Brasileira (AMB), sustenta que pela falta de ensaios clínicos com seres
humanos não se tem o conhecimento da eficácia do medicamento e dos efeitos colaterais,
sendo assim sua liberação um ato incompatível com direitos constitucionais fundamentais à
saúde. Esses dados foram obtidos através de pesquisas em sites e revistas nacionais onde as
informações sobre a chamada pílula do câncer foram bastante discutidas. A fosfoetanolamina
será testada pela primeira vez em seres humanos a partir de agosto de 2016, respeitando as
fases dos ensaios clínicos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará por longos meses ou
anos, onde na primeira fase serão avaliados o perfil de segurança, farmacocinético e
farmacodinâmico com um número pequeno de voluntários saudáveis, seguindo a aprovação
será feita na segunda fase ensaios com um grupo de pessoas portadores de tipos diferentes de
câncer para que possam observar a dosagem de fosfoetanolamina para que não haja excessos
e se haverá uma dosagem diferente entre os tipos de câncer, estabelecendo a segurança de
curto prazo do princípio ativo. Seguindo para a terceira etapa, a fosfoetanolamina será avaliada
quanto ao seu risco/benefício a curto e longo prazo, constatando seu perfil de reações adversas
frequentes e possíveis interações medicamentosas. Já na quarta fase é observado como o
medicamento está atuando na população após sua comercialização, se há ou não novos efeitos
adversos segundo as mesmas normas éticas e científicas das fases anteriores. Somente depois
de passar por todas essas etapas dos ensaios clínicos a fosfoetanolamina será liberada para a
comercialização em farmácias e drogarias atendendo a população necessitada, de modo seguro
sem que haja surpresas no futuro e podendo até ser melhor pesquisada para aprimorar a
substância diminuindo seus efeitos colaterais e potencializando-a.
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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM BELO HORIZONTE NO
PERÍODO DE 2008 Á 2015
Cecília Silva Natalia Carvalho
Alcione Braga
Adriana Nascimento Sousa (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Farmácia
A Leishmaniose Visceral (LV) ou Calazar é uma doença crônica que apresenta alta taxa de
letalidade quando não tratada. É endêmica em 62 países e atinge cerca de 500 mil pessoas por
ano no mundo. Essa patologia é de caráter silvestre, mas devido ao processo de urbanização é
encontrada de forma endêmica nos centros urbanos. É causada por protozoários do gênero
Leishmania e transmitida através da picada de fêmeas de flebotomíneos, e seus hospedeiros
silvestres são as raposas e marsupiais, e nos centros urbanos são o homem e o cão. No Brasil a
LV está amplamente distribuída em 19 estados brasileiros, essa disseminação está associada ao
processo de urbanização dos grandes centros urbanos, à falta de saneamento básico e ineficácia
das ações de controle. A ocorrência de casos da doença em meios urbanos está associada há
fatores que condicionam ambientes favoráveis ao vetor como, a falta de saneamento básico e
coleta de lixo que aumentam a oferta de matéria orgânica proporcionado ao vetor ambiente
para deposição de seus ovos e assim promovendo a proliferação do flebotomíneo. De acordo
com Costa (2001), condições socioeconômicas estão diretamente associadas aos altos índices
de casos por Leishmaniose visceral. De acordo com registros de casos caninos e humanos
confirmados pelo Ministério da Saúde, Minas Gerais em 2008 foi o estado que apresentou maior
prevalência de casos de LV. Diante disso, foi efetuado um levantamento epidemiológico sobre
essa patologia na cidade de Belo Horizonte no período de agosto de 2008 á setembro de 2015.
Os dados analisados neste trabalho foram disponibilizados pelo setor de zoonoses da Secretária
de Saúde de Belo Horizonte por meio de uma visita técnica. Após a análise dos dados, constatou-
se que a regional com maior índice de casos e óbitos confirmados de LV foi o distrito de Venda
Nova. Ainda de acordo com as informações coletadas, o ano que apresentou maior índice de
casos e óbitos confirmados foi o de 2008, mas a partir do ano de 2009 iniciou-se um declínio nos
números devido à introdução de medidas profiláticas efetivas. Em 2009 observa-se uma queda
considerável no número de casos e óbitos em todos os distritos de Belo Horizonte, sendo este
fato associado às ações de controle efetuadas pela Secretária de Saúde de Belo Horizonte. As
medidas consideradas mais efetivas foram a borrifação de inseticidas para a eliminação do
vetor, a execução de exames com fins de diagnóstico e tratamento precoce, a eliminação de
cães infectados através da eutanásia e de trabalhos de educação em saúde, para a população.
No entanto, mesmo com o declínio registrado mediante as ações profiláticas executadas, a
região de Venda Nova ainda mostra sinais de alerta e merece um pouco mais de atenção. Nesta
região, a análise dos dados mostra que o percentual de casos e óbitos ainda continuou alto em
relação às demais regionais. Esse fato pode estar associado a características da região que pode
estar favorecendo a sobrevivência do vetor como o número baixo de cães infectados não
eutanasiados, o estado nutricional e imunológico de paciente e a presença de outras doenças
16
associadas. Portanto, as ações de controle por meio do programa da Secretária de Saúde de Belo
Horizonte têm levado à queda significativa nos casos registrados de LV, podendo considerar que
esta zoonose está sob controle na cidade de Belo Horizonte. As medidas executadas são efetivas,
mas fatores como a não continuidade do tratamento dos pacientes e a resistência da população
em apresentar os animais com sinais da doença para serem eutanasiados, contribuem para a
disseminação da doença.
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ATENÇÃO FARMACECÊUTICA EM TRANSTORNOS MENORES: CONSTIPAÇÃO
INTESTINAL
Estefane Fonseca Vaz de MELO Flaviano dos Santos PEREIRA
Claudiney Luís FERREIRA (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Farmácia
A constipação intestinal não é uma doença, mas um sintoma. Ocorre quando as fezes são duras,
fragmentadas ou ressecadas e/ou as evacuações têm intervalo superior a três dias com
insatisfação, esforço, dor ou desconforto abdominal, mediante pressão abdominal, perineal ou
vaginal ou remoção digital das fezes (CHEHTER, 2012). Atinge comumente a faixa etária acima
de 40 anos e possui maior prevalência no sexo feminino. Divide-se em aguda, causada por
alimentação e hábitos diários inadequados ou má utilização de medicamentos e crônica causada
pelo uso excessivo de laxantes (CHEHTER, 2009). O tratamento da constipação envolve a terapia
específica necessária para a correção da sua causa, pode ser através de regulação da
alimentação e pratica de exercícios físicos, medicamentoso (conforme orientação medica ou
farmacêutica) ou ainda cirúrgico no caso de lesões mais graves (MELO, 2003; DE AZEVEDO,
2009). A constipação intestinal não apresenta uma definição clara, pois a sintomatologia é
individual e o diagnostico deve levar em conta os hábitos de vida, alimentação e estado
emocional de cada paciente, mas em geral as causas são:
• Auto induzidas: ingestão insuficiente de fibras na dieta, baixo consumo de água, sedentarismo,
contenção voluntária, não obediência ao reflexo da evacuação, lesão dos nervos do cólon por
uso crônico ou abusivo de laxantes; (DANTAS, 2004).
• Ambientais: associada a condições momentâneas de indisponibilidade de um banheiro ou a
condições de trabalho desfavoráveis, mudança de rotina ou deficiência momentânea. (MELO,
2003).
• Secundárias: Idade avançada, doenças ou medicações, ou alguma comorbidade e decorrentes
do uso de medicamentos que possuam como efeito colateral a constipação intestinal.
(RODRIGUEZ, 2004).
• Idiopáticas: de causa desconhecida, como os distúrbios motores do megacólon não chagásico,
ausência congênita de inervação como na doença de Hischsprung, as alterações motoras do
cólon como as que ocorrem na síndrome do intestino irritável ou secundária a um defeito no
mecanismo da evacuação que envolve a musculatura pélvica e o esfíncter anal (WANNMACHER,
2005).
Se a vontade de evacuar for ignorada, a mucosa retal e a musculatura tornam se insensíveis à
presença de massa fecal, e, consequentemente, é necessário um grande estímulo para produzir
o ímpeto peristáltico necessário para a defecação. O efeito inicial da retenção fecal é produzir
irritabilidade do cólon, que, nesse ponto, frequentemente leva a um espasmo, sobretudo após
as refeições, fazendo surgir dores no baixo e no médio abdome, tipo cólica. Se tal processo
perdurar por vários anos, o cólon gradativamente perde o tônus muscular e passa a não
18
responder normalmente ao estímulo (CHEHTER, 2013). Por ser um transtorno comum na
sociedade, muitas pessoas têm o habito de fazer uso de laxativos sem qualquer orientação de
um profissional da saúde, e ignoram os sintomas agindo como se tudo não passasse de um
problema irrelevante e passageiro (SANTOS, 2005). Em geral, o tratamento da constipação é
encarado pelos doentes como ato de simples prescrição de laxativo. Isso faz com que procurem
médico, frustrados com automedicação, prolongada e abusiva e sem efeito esperado. Vários
laxantes podem ser aplicados por via retal, o que deve ser considerado como conduta
emergencial. O uso crônico de qualquer laxante, particularmente laxante irritante - tal como a
sene, frequentemente conduz ao desenvolvimento de uma "síndrome de dependência laxante"
caracterizada pela má mobilidade gástrica na ausência de doses repetidas do laxante (MANSO,
2013). A constipação intestinal está presente na maior parte da população, e apesar de ser tão
frequente é também cercado de dúvidas sobre seu tratamento, diagnostico e causas, por isso
toda mudança no organismo por menor que possa parecer deve ser tratada com cautela e
atenção, procurando sempre orientação de um médico ou farmacêutico para evitar possíveis
complicações e até quadro irreversíveis.
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PERFIL E CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE SÃO
JOSÉ DA LAPA - MG SOBRE PLANTAS MEDICINAIS, FITOTERÁPICOS E FARMÁCIA VIVA
Geraldo Vitor da Costa
Francielda Queiroz de Oliveira (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Farmácia
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 85% da população usam
plantas medicinais ou seus extratos na recuperação da saúde. No Brasil o uso de plantas
medicinais e fitoterápicos é a atividade terapêutica alternativa mais utilizada. A motivação desse
estudo é identificar por meio do nível de conhecimento dos usuários entrevistados as crenças e
entendimento sobre as plantas medicinais utilizadas, medicamentos fitoterápicos e do
programa de fitoterapia Farmácia Viva, estudos como o aqui apresentado são de extrema
relevância, visto que o consumo dessas espécies vegetais é amplo e crescente no país e os
resultados obtidos poderão contribuir com trabalhos futuros e possível implementação de
estratégias educativas e projetos de farmácias vivas. O estudo apresenta um método de
pesquisa descritivo e quantitativo, foram entrevistados usuários de 4 Unidades Básicas de Saúde
de São José da Lapa - MG, a respeito do uso de plantas medicinais, fitoterápicos e farmácia Viva,
foi utilizado um questionário semi-estruturado com 11 perguntas objetivas. A coleta das
informações ocorreu entre os dias 21 de Março a 30 de Abril de 2016 e foram entrevistados 110
usuários com idade entre 18 a 76 anos, do qual 93% (n= 102) responderam fazer o uso de plantas
medicinais, resultado compatível com o estudo feito no município de Sobral no Ceará, por
Nascimento et al., (2013), em que 92,9% da população entrevistada diz já ter feito o uso de
plantas medicinais na cura de enfermidades. Assim como no estudo de Nascimento et al.,
(2013), em que 62,1% dos entrevistados disseram obter as plantas nos fundos dos quintais de
casa e de amigos, nesse estudo 75% (n=77) dos usuários responderam conseguir as plantas, na
maioria das vezes, com amigos e parentes. Quando perguntados sobre como obtiveram os
conhecimentos sobre as plantas que já haviam utilizado, 82% (n= 84) adquiriram o
conhecimento com pessoas que já utilizaram a planta medicinal e a indicaram para o uso em
enfermidades, evidenciando, portanto, uma transmissão de conhecimento empírica, de geração
em geração. Dos usuários entrevistados que 59% (n=60) responderam que não acreditam que
plantas medicinais fazem mal à saúde por serem naturais, sendo essa ideologia popular o
principal fator para que ocorram usos abusivos e os efeitos adversos encontrados nos bancos
de dados da ANVISA. Em relação aos medicamentos fitoterápicos, 62% (n=68) dos entrevistados
responderam que não sabem o que são, e somente 19% (n=21) já ouviram falar da Farmácia
Viva, sendo que apenas 5% (n=5) já fizeram o uso dos serviços prestados pelo programa de
fitoterapia, fato que para Bianchi (2012) se deve ao desinteresse dos órgãos públicos de caráter
municipal em projetos que exigem normas técnicas rigorosas para funcionamento. Pôde-se
considerar ao final desse estudo que a plantas medicinais são largamente utilizadas no
tratamento ou cura de doenças e que o conhecimento popular que é passado de geração para
geração é o principal meio de informação, prevalecendo, na maioria das vezes, somente os
benefícios do uso. A ideologia popular de que “se é natural não faz mal” ainda se faz presente,
sendo que as plantas medicinais são na maioria das vezes conseguidas com amigos e parentes,
20
caracterizando, portanto, uma rede de distribuição de plantas medicinais de difícil controle.
Também foi observado a falta de conhecimento dos usuários entrevistados sobre os programas
de fitoterapia, e sobre a disponibilidade de alguns medicamentos fitoterápicos pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), indicando, portanto, um problema inquestionável, que engloba desde a
falta de recursos em campanhas informativas à falta de investimentos em novos programas de
fitoterapia.
21
PLANTAS MEDICINAIS SUPOSTAMENTE EMAGRECEDORAS, O RISCO DOS MODISMOS
Poliana Valgas Francielda Queiroz Oliveira
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
FCV – Sete Lagoas
Área do conhecimento: Farmácia
No Brasil existe uma diversidade de plantas medicinais, sendo utilizadas com finalidade
emagrecedora, muitas vezes de forma indiscriminada e com a falsa ideia de que o natural não
faz mal. Para o desenvolvimento dessa revisão foram pesquisados livros, sites, artigos
científicos, bancos de dados governamentais, entre outros, na busca de informações sobre
espécies vegetais que já foram ou são utilizadas como supostamente emagrecedoras. Dentre as
espécies que são utilizadas com suposta atividade emagrecedora, ao longo da história, muitas
foram consideradas modismos, muitas vezes sem comprovação cientifica adequada. No ano de
2010 uma das plantas, ditas emagrecedoras, mais utilizadas no Brasil foi a Caralluma fimbriata,
conhecida popularmente como Caraluma. A Caraluma tem em sua composição agentes que
atuam no hipotálamo, gerando sensação de saciedade, porém foi retirada do mercado por não
ter margem de segurança para o uso. O óleo de coco teve seu auge de venda em 2012, tornando-
se solução "milagrosa" para perda de peso, extraído a frio do Cocos nucifera, seu uso pode ter
efeitos laxativos. Em 2013 o destaque foi para a Garcinia cambogia, também conhecida como
Garcínia, o provável componente químico que atua na perda de peso é o ácido hidroxicítrico
(HCA), que aumenta o glicogênio hepático ocorrendo a redução do apetite, mas o risco de
hepatoxicidade é alto. Tendo como efeitos adversos pneumonia, hemorragia, infecção de
garganta, entre outros. A Hoodia gordonii é um cacto que ficou conhecido em 2014 por ter
componente químico que causa a supressão do apetite, o P57, que é um glicosídeo esteroidal,
mas ainda não se tem comprovação científica da sua eficácia, por esse motivo a ANVISA proibiu
sua comercialização. O chá verde (Camellia sinensis) é uma espécie muito consumida no mundo
com a finalidade de emagrecimento. Tem propriedades antioxidantes, antidiabéticas e as
catequinas são os principais componentes químicos, que podem aumentar o metabolismo e
oxidar a gordura, mas seu principal efeito adverso é a hepatotoxicidade, e quando consumida
em altas doses pode ocorrer insônia, nervosismo, irritação, devido a presença de cafeína em
suas folhas. A noz da índia (Aleurites moluccana) é muito procurada e consumida na atualidade
por ser dita emagrecedora. Conhecida pelo uso medicinal, a noz é composta por triterpenos,
esteróides, flavonoides e lignanas, o que reduz a absorção de lipídios no intestino, mas também
possui toxialbumina e saponina que são tóxicos, podendo causar náuseas, vômito, diarreia,
midríase, letargia, cianose, hipertermia. A Lycium barbarum L. conhecida como goji berry se
tornou uma planta emagrecedora muito divulgada na mídia, conhecida como “fruta milagrosa”;
em sua composição encontram-se os flavonoides e polissacarídeos que reduzem o colesterol,
diminuindo o peso corporal. Como efeitos adversos há relatos de graves reações alérgicas e
interação com anticoagulantes orais. Essas plantas são comercializadas livremente em feiras,
mercados, lojas e geralmente sem o acompanhamento de um órgão regulatório, nem
comprovação científica. Por não agirem diretamente no emagrecimento, são muito utilizadas
como coadjuvantes com outros medicamentos, ou juntamente com dietas. Para a utilização das
plantas medicinais deve-se buscar sempre informações sobre o produto e orientação de um
profissional da saúde para o uso correto e racional. Fato é que essas plantas medicinais e
22
fitoterápicos estão longe de serem milagrosos, todos têm pontos positivos, mas devem ser
consumidos com cautela, por muitas vezes serem verdadeiros modismos lançados na mídia, com
a suposta ação emagrecedora, porém sem garantia de segurança e eficácia.
23
Uso medicinal de derivados da Cannabis sativum L. (Maconha)
Aline Gabriele Rodrigues Carine Isabela Lino Soares
Cecilia Natalia Silva
Francielda Queiroz Oliveira (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Farmácia
A Cannabis possui mais de 100 substâncias farmacológicas, porém apenas dois compostos são
legais e caracterizados farmacologicamente, sendo eles o Δ9-tetra-hidrocanabinol (THC) e
canabidiol (CBD). O THC foi conhecido apenas em 1964, quando foi isolado, sintetizado e
estudado. Em 1986 foi evidenciado que o THC inibia a enzima adenilato ciclase na presença de
um complexo de proteína G, e a influência exercida por esta substância no cérebro é mediada
por receptores CB1 e CB2 que são sensíveis ao estímulo de THC e ao CBD. O CBD não apresenta
efeito psicoativo e está relacionado ao tratamento de diversos distúrbios. Os receptores
encontrados no cérebro dão origem a um sistema chamado sistema endocanabinóide, do qual
os receptores CB1 e CB2 fazem parte. Diante do exposto, foi realizada uma revisão bibliográfica
sobre o potencial da planta dentro do espectro terapêutico. Enfatizou-se novas descobertas
como o sistema endocanabinóide dentro da fisiologia humana. Os receptores do tipo CB1 estão
localizados nos axônios de neurônios, em maior parte no cerebelo, região coordenadora dos
movimentos corporais, e também podem ser encontrados no córtex cerebral, que realiza
funções cognitivas, e no hipocampo, que está diretamente ligado à memória, aprendizado e
stress. As proteínas que são acopladas aos receptores ficam acumuladas na membrana do
terminal axonal, o que leva a interferência nas transmissões sinápticas. Essa parte significativa
do neurônio apresenta papel relevante no processo das sinapses, apresenta vias de sinalização
e comunicação que atuam na liberação de neurotransmissores. Quando ocorre a ativação dos
receptores nos neurônios pré-sinápticos por algum composto canabinóide como o THC
(exógeno) ou a Anandamida (endógena), ocorre uma série de reações químicas que podem
atuar inibindo a enzima Adenil ciclase. Reações essas que provocam a abertura de canais de
potássio, reduzindo a emissão de sinais e causando o fechamento de canais de cálcio
dependentes de voltagem, resultando em uma depressão sináptica de curta duração. A ligação
de canabinóides endógenos influencia as vias intracelulares de transdução de sinal, minimizando
o influxo de íons de cálcio no neurônio pré-sináptico, ocasionando uma queda na liberação de
neurotransmissores, levando assim à interferência de disparos pós-sinápticos. A administração
de canabinóides exógenos por inalação ou oralmente pode promover uma opção para o
tratamento da dor, principalmente a que não responde aos tratamentos convencionais. Na
utilização oral dos canabinóides exógenos, estes se movimentam através do trato
gastrointestinal para o fígado, local onde são metabolizados antes de atingirem a corrente
sanguínea, e então seguir para o SNC. Por inalação ocorre efeito acelerado comparado com a
administração oral; quando inalados, eles se deslocam através do trato respiratório para os
alvéolos pulmonares, onde se propagam rapidamente para o sistema circulatório, em seguida
deslocam - se através da corrente sanguínea em direção ao SNC, para que possam se difundir
através da barreira hematoencefálica e para os tecidos adjacentes ao cérebro e medula espinhal.
24
Os efeitos destes compostos são demonstrados não somente em quadros clínicos como dores
crônicas, mas também em redução de ansiedade, espasticidade, anorexia, náuseas, epilepsias.
Então, o desenvolvimento de novos medicamentos para modular a recaptação e o metabolismo
de compostos endógenos mostra-se promissor no tratamento de diversas doenças, além de
mostrar uma enorme evolução no campo da medicina. Inúmeros estudos vêm sendo realizados
com o intuito de demonstrar que o uso medicinal de derivados da maconha pode ser um
caminho para o tratamento de várias condições clínicas, de maneira racional e com garantia de
eficácia e segurança.
25
A CIÊNCIA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: HIPOTERMIA TERAPÊUTICA E OS
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM SÍNDROME HIPÓXICO–
ISQUÊMICA
Reginalva Rocha Vieira Renata Ariane Gomes Andrade
Tiziane Rogério (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
A técnica de hipotermia terapêutica tem sido utilizada na última década como um tratamento
nos recém-nascidos (R N) com idade gestacional igual ou superior a 35 semanas com
encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada a grave. A técnica consiste no resfriamento
corporal induzido abaixo dos níveis normais entre 33°c a 34°c. A síndrome hipóxico-isquêmica
(SHI) se desenvolve quando há hipoperfusão tecidual significativa e diminuição da oferta de
oxigênio decorrentes das mais diversas etiologias. Existem estudos clínicos randomizados
descritos na literatura, que sugerem uma diminuição na mortalidade e na ocorrência de
desabilidades neurológicas graves, nos pacientes com encefalopatia hipóxico-isquêmica
tratados com a técnica de hipotermia, comprovando sua eficácia. É uma técnica aprovada pelo
comitê internacional de Reanimação (ILCOR). Existem duas formas de aplicar a hipotermia
terapêutica: de corpo inteiro ou seletivo da cabeça. Ambas apresentam resultados satisfatórios.
Em nosso meio temos utilizado a hipotermia de corpo inteiro. Uma vez indicado o tratamento,
o mesmo deve ser iniciado nas primeiras horas de vida com duração de 72 horas. Para
embasamento literário foram utilizados palavra-chave; hipotermia induzida; Recém-nascido;
Encefalopatia hipóxico-isquêmica. A partir da busca, foram encontrados 5 artigos nas bases de
dados da Scielo e BVS, e que atenderam os seguintes critérios de inclusão: trabalhos publicados
nos últimos 10 anos, língua portuguesa e coerente com o objetivo e relevância do tema
estudado. O resfriamento moderado do RN nas primeiras 6 horas de vida após um evento
hipóxico-isquêmico reduz o edema cerebral citotóxico, a falência mitocondrial, o acúmulo de
enzimas citotóxicas, a apoptose e redução de paralisia cerebral e óbito. Existe protocolo a ser
seguido, contendo as indicações, contraindicações, os procedimentos a serem seguidos pela
equipe, o reaquecimento e a monetarização. O RN recebe este tratamento normalmente em
UTI - neonatal. Dentre todos os profissionais envolvidos no cuidado ao paciente está o
enfermeiro. Neste momento a atuação do profissional de enfermagem tem um papel
fundamental nos cuidados com o recém-nascido, através do diagnóstico de enfermagem e suas
intervenções como: preparar o leito para a admissão do recém-nascido, que ocorre no CTI
neonatal, colocar o recém-nascido num berço desligado, colocar o termômetro no esôfago
ajustar a temperatura do paciente em 33,5ºC, movimentar o paciente a cada 2 horas para evitar
lesão cutânea entre outros. O tempo total de tratamento é 72 horas dependendo da resposta
do paciente. Após 72 horas o paciente é lentamente aquecido a temperatura corpórea deve ser
aumentada 0,5ºC por hora até chegar até 36,5ºC temperatura corpórea os sinais vitais são
mensurados a cada 30 minutos durante o reaquecimento. Após o paciente alcançar a
temperatura de 36,5ºC, reposicionar o paciente e seguir cuidados de enfermagem e suas
intervenções. Portanto, conclui-se com este estudo que há ganhos significativos para a saúde
do recém-nascido, tratado com a hipotermia terapêutica, após um evento hipóxico–isquêmico,
26
embora exista a necessidade de mais estudos e pesquisas a serem aprovadas, uma dificuldade
encontrada para este estudo foi encontrar poucos artigos na língua portuguesa. O enfermeiro é
um profissional com embasamento teórico e prático, de estrema relevância na atuação junto a
equipe neonatal, na assistência ao RN em tratamento de hipotermia terapêutica.
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A CIÊNCIA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL
DE ENFERMAGEM NA REALIZAÇÃO DA HIGIENE BUCAL EM PACIENTES
HOSPITALIZADOS
Renata Ariane Gomes Andrade Regina lva Rocha Vieira
Angélica Mônica Andrade (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
A prática de higiene bucal é de grande importância para a prevenção de doenças sistêmicas,
bem-estar, e a melhor recuperação do paciente hospitalizado. As doenças bucais adquiridas pela
falta de higiene constituem um importante problema, pois podem agravar o quadro do paciente
hospitalizado, podendo o afetar em relação a dor, desconforto, limitações, qualidade de vida e
a estrutura familiar. Por isso, é de grande importância que haja a inclusão do profissional de
enfermagem na realização de atividades curativas, preventivas e educativas para integração no
contexto da promoção de saúde bucal e, consequentemente, a melhoria do quadro clínico geral
do paciente. Muitos pacientes possuem condições de realizarem a higiene bucal como
autocuidado, porém muitos não possuem condições físicas e nem o auxílio de familiares, o que
faz imprescindível a participação da enfermagem nesses cuidados diários. Por meio de pesquisa
bibliográfica, buscou-se identificar a importância do profissional de enfermagem na realização
da higiene bucal de pacientes hospitalizados. Para a pesquisa utilizou-se as palavras-chave;
Higiene Bucal, paciente hospitalizado, enfermagem e com a pesquisa encontrou-se sete artigos
nas bases de dados da Scielo e Lilacs, e que atenderam os seguintes critérios de inclusão:
trabalhos publicados nos últimos dez anos, na língua portuguesa e coerente visando
compreender e investigar conteúdos científicos sobre o tema abordado, e após aplicar os
critérios de inclusão foram selecionados quatro artigos. A cavidade bucal está em contínua
colonização, apresentando uma ampla microbiota, com várias espécies de bactérias, fungos e
vírus. A falta dessa higiene pode acarretar no aparecimento de placas através de bactérias, que
produzem elementos irritantes como ácidos, endotoxinas, que podem servir de reservatório,
podendo gerar infecções sistêmicas. A necessidade dessa higienização é de fundamental
importância, visando a integração do profissional de enfermagem nesse contexto. Os
profissionais devem ser constantemente capacitados e orientados quanto a necessidade desse
procedimento. Diante dos vários problemas que a falta da higiene bucal pode acarretar em um
paciente hospitalizado, é imprescindível levar em consideração a importância da participação
da enfermagem nesse procedimento. O profissional de enfermagem é uma referência para esse
tipo de cuidado, por estar em constante contato com os pacientes hospitalizados, e mesmo
sendo uma prática importante, ainda não é tão valorizada. Conclui-se com a realização deste
trabalho que o profissional de enfermagem desempenha um papel fundamental na perspectiva
de prevenção de doenças relacionadas à falta de higiene oral.
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AÇÃO EDUCATIVA SOBRE PRIMEIROS SOCORROS PARA ADOLESCENTES DE UMA
INSTITUIÇÃO PRIVADA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jaquelyne Almeida Araújo Rusione Cristina Rodrigues de Meira Oliveira
Tiziane Rogério Madureira (Orientador)
Maria de Fátima da Silva Castro (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
Os primeiros socorros são atitudes simples, porém imprescindíveis. O termo é utilizado para
caracterizar uma série de procedimentos adotados, a fim de preservar vidas em risco iminente
e em condições de urgência e emergência (COSTA et al, 2015). Situações de urgência são muito
comuns. Por exemplo, 86% das paradas cardíacas ocorrem nos próprios lares das vítimas e mais
de 50% dos casos são assistidos por adolescentes ou crianças, sem um adulto por perto (SILVA
et al, 2012). Além disso, tem-se a obstrução das vias aéreas, que pode ocorrer devido a
diferentes causas. Uma delas, é a crise convulsiva. Para Carvalho e Souza (2002), cerca de 9% da
população, apresentará pelo menos um episódio de convulsão ao longo da vida. Neste contexto,
tanto a parada cardiorrespiratória (PCR) quanto a obstrução de vias aéreas podem ser
reversíveis se houver ação imediata. Essa assistência pode ser prestada por qualquer pessoa,
desde que treinada. Sendo assim, saber como proceder diante de episódios de crise convulsiva
é de extrema importância para evitar complicação na vida do indivíduo. Dessa forma, a
capacitação de adolescente permitirá que ele atue em uma situação real de atendimento,
efetivando ações de primeiros socorros, e, num outro contexto, seja multiplicador desses
conhecimentos, tanto para seus pares como para seus familiares e cidadãos em comum na
sociedade (COSTA et al, 2015). Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência sobre
a ação educativa realizada junto aos alunos, na faixa etária entre 13 e 14 anos, de um colégio,
da região nordeste de Belo Horizonte. A ação, realizada pelos acadêmicos do 8º período, ocorreu
no dia 11 de novembro de 2015, no pátio da escola, durante a aula de educação física, após o
cumprimento das questões éticas, aprovação do projeto e consentimento dos alunos.
Primeiramente, houve uma conversa inicial para avaliar o conhecimento dos alunos. Após,
apresentou-se conceitos básicos relacionados ao Suporte Básico de vida. Em seguida, houve a
exibição de vídeos, demonstrando como deve ser realizado o atendimento à vítima com parada
cardiorrespiratória, obstrução de vias aéreas e em crise convulsiva. Depois de cada vídeo,
ocorreu a demonstração prática dos procedimentos, utilizando-se bonecos próprios. Os alunos
repetiam as técnicas demonstradas para consolidação dos conhecimentos. A avaliação foi feita
por meio de pós teste, para aferir o nível do conhecimento que foi alcançado. Ao final, como
forma de agradecimento pela acolhida recebida, foram distribuídas lembrancinhas para todos
os participantes. A avaliação mostrou que 100% dos participantes gostou do tema abordado e
99% tiveram suas dúvidas sanadas. Percebeu-se um grande interesse dos alunos e a necessidade
de abordar o tema de uma forma mais abrangente. Além disso, houveram surpresas, no que se
refere à participação dos alunos. Uns, sabidamente muito tímidos, se soltaram e participaram
entusiasticamente das ações. Segundo relatos dos profissionais da escola, já houve uma situação
em que um aluno teve crise convulsiva durante a Educação Física e ninguém sabia o que fazer.
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Com a realização desta atividade, foi possível visualizar que uma enfermagem criativa, consegue
atuar em diversas situações, de forma adequada à realidade, trazendo benefícios a todos. Para
assegurar que a assistência esteja sempre a alcance de todos, faz-se necessário ações de
primeiros-socorros para habilitação, inclusive, de crianças e adolescentes. Neste contexto, as
parcerias com as escolas se tornam imprescindíveis. Além disso, há de se incrementar as ações
do Programa de Saúde na Escola, a fim de possibilitar ações mais efetivas.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PARTO HUMANIZADO
Elida Augusta Silva Lage Fernanda Alves dos Santos Carregal
Rafaela Dias Rodrigues
Rosana Costa Amaral (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
O parto é um fato marcante na vida evolutiva da mulher, constituindo-se em um dos momentos
mais relevantes dentro do ciclo gravídico puerperal. Deste modo, trazer à prática a preservação
de certos procedimentos humanísticos, adequados à atualidade, é uma contribuição que,
certamente, proporcionará um ambiente mais saudável e acolhedor. Possibilita à mulher a ter
o seu filho de forma plena, consciente e natural, em consonância com o novo paradigma
assistencial, tendo em vista a preservação da fisiologia e a humanização do atendimento ao
parto, tempo em que a mulher deve ser vista na sua totalidade e não reduzida a variáveis ou
desvinculada da sua ambiência sociocultural. O estudo teve como objetivo descrever a
assistência do enfermeiro durante o parto normal humanizado. Para a realização do estudo foi
realizado uma revisão narrativa da literatura através de consulta de artigos científicos,
veiculados na biblioteca virtual da saúde (BVS). De acordo com a literatura estudada o parto
normal humanizado tem como propósito resgatar o caráter fisiológico no processo de nascer,
proporcionando à mulher vivência positiva sem traumas e sem manobras invasivas no momento
do parto fazendo com que a mulher, ao dar à luz, consiga atingir o mais alto grau de satisfação.
RESULTADOS Diante dos novos paradigmas para o desenvolvimento do modelo de atenção ao
parto tem-se discutido cada vez mais as questões da assistência humanizada. Humanizar o parto
é permitir à mãe o direito de participar, de estar física e emocionalmente presente; é respeitar
a mulher e criar mecanismos para integrá-la cada vez mais ao processo da parturição. Neste
contexto, humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser
humano sejam atendidas: espirituais, psicológicas, biopsicológicas e sociais, nas quais o parto
deve ser considerado como uma ocasião importante e singular para mãe, filho e família. O
conceito de humanização da assistência ao parto inclui vários aspectos, alguns estão
relacionados a uma mudança na cultura hospitalar, com a organização de uma assistência
realmente voltada para as necessidades das mulheres. Mudanças na estrutura física também
são importantes, transformando o espaço hospitalar num ambiente mais acolhedor e favorável
à implantação de práticas humanizadoras da assistência. A mulher que evolui para a condução
de um parto normal deve ser incentivada a adotar posições que a agradem, e as suas escolhas
devem ser apoiadas. (BRASIL, 2001, p. 43). Na humanização do atendimento ao parto, é
importante que a mulher disponha de uma equipe para apoiá-la e orientá-la de forma eficaz.
Neste contexto, não podemos deixar de ressaltar a importância do papel do enfermeiro, que
tem o cuidar como essência profissional. Além disso, torna-se imprescindível estabelecer uma
boa interação parturiente/profissional da saúde durante todo o processo do trabalho de parto.
Deve-se avaliar regularmente o bem-estar físico e emocional da mulher, levando-se em conta
que mente e corpo são indissociáveis. Deve ser respeitada também a escolha da presença de
um acompanhante, reduzindo seguramente a tensão, o medo e a ansiedade, de modo a
31
favorecer à parturiente, para que faça melhor a sua parte, conduzindo a um parto mais
tranquilo, significando melhorar a experiência nesta ação natural da vida feminina. O
profissional de enfermagem deve-se conscientizar da sua importância na assistência a
parturiente e ao neonato durante todo o processo gravídico puerperal educando, promovendo
a saúde, prevenindo e diagnosticando intercorrências na gravidez durante o pré-natal, a equipe
de enfermagem deve ser parte integrante da equipe de saúde na assistência integral à mulher,
usando seu conhecimento técnico científico em conjunto com seus preceitos éticos e de
compromisso com a profissão e com a vida humana.
32
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA REABILITACÃO A PACIENTES OSTOMIZADOS
Elida Augusta Silva Lage Fernanda Alves dos Santos Carregal
Rafaela Dias Rodrigues
Rosana Costa Amaral (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem Estoma é uma palavra de origem grega e significa boca ou abertura. É utilizada para indicar a
exteriorização de qualquer víscera oca através do corpo, pode ser temporária ou definitiva. São
denominadas de acordo com o órgão exteriorizado: traqueostomia, colostomia, ileostomia,
jejunostomia e gastrostomia. É imprescindível orientar o usuário a desenvolver o autocuidado e
ou capacitar um familiar além de oferecer suporte emocional com o auxílio da equipe
interdisciplinar. Neste sentido, é fundamental desenvolver estratégias para reabilitar o usuário,
recuperando as funções físicas e psicológicas para inseri-lo rapidamente as suas atividades
cotidianas. Descrever a assistência prestada pelo enfermeiro ao usuário portador de ostomia
durante a readaptação. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão bibliográfica que permite uma
ampla visão da temática. A busca na literatura foi através da base de dados científicos LILACS e
BDENF, disponíveis na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), foram utilizados os descritores:
Ostomia, enfermeiro, cuidados de enfermagem, reabilitação. Como critério de inclusão foi
adotado artigos tinham relação direta com a temática, publicações e livros de língua portuguesa
e que estavam disponíveis na integra. RESULTADOS A Orientação e acompanhamento do
Enfermeiro ao usuário e aos familiares sobre as possíveis mudanças após a instalação do estoma,
pode contribuir para diminuir o sofrimento, a depressão e as dificuldades de adaptação no pós-
operatório. Ressaltamos ainda, que o processo de reabilitação do usuário por vezes se torna
difícil por associar a patologia a sua imagem corporal que apresenta alterações de odor, forma,
neste sentido, percebe – se uma dificuldade em estabelecer relações pessoais, e,
consequentemente na maneira como passa pelo processo de reabilitação. A avaliação pré-
operatória, é essencial para o alcance os objetivos da reabilitação que devem estar voltados o
mais precocemente possível para o autocuidado. Esta avaliação se dá através da coleta de dados
e exame físico, com abordagem biopsicossocial e familiar, dando subsídios ao diagnóstico e
planejamento dos cuidados de enfermagem. O indivíduo deve ter conhecimento sobre seu
diagnóstico e tratamento cirúrgico, hábitos de alimentação e respectivas alterações no estilo de
vida. Considera-se fundamental que o enfermeiro incentive práticas de atividades diárias como
o autocuidado, higiene pessoal, alimentação, estado nutricional, vestuário entre outras. O
estado emocional é uma das determinantes nesse período de transição, a autoimagem, a
alteração corporal causa um impacto bastante traumático expresso pelo imaginário de um
modo geral. A adaptação a um estoma é um processo longo, que se inicia no período pré-
cirúrgico e perdura mesmo após a cicatrização cirúrgica, requerendo cuidados e assistência
multiprofissional continuamente. A volta ao trabalho é uma atividade positiva que o ostomizado
deve reiniciar o mais rápido possível, para normalizar sua nova condição de vida, e gerar
sentimentos de utilidade, e inserção na vida financeira da família. CONCLUSÃO O enfermeiro
tem um papel importante como educador e cuidador do indivíduo ostomizado e auxilia na
33
orientação do indivíduo e família estabelecendo vínculos; esse cuidado tem início no período
que precede a cirurgia até reabilitar no convívio familiar.
34
ASSISTÊNCIA SISTEMATIZADA DO ENFERMEIRO AO PORTADOR DE DIABETES
MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
Amanda Carvalho Medeiros Brenda Lemos Carvalho
Tatiane Pires Paula
Angélica Mônica Andrade (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora
Área do conhecimento: Enfermagem
O trabalho aborda a importância da assistência prestada ao indivíduo portador de Diabetes
Mellitus (DM) e o importante papel do enfermeiro na luta pelo enfrentamento dessa doença. A
DM é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina,
hormônio produzido pelo pâncreas, cuja função é quebrar as moléculas de glicose para
transformá-las em energia a fim de que seja aproveitada por todas as células. A ausência total
ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar como na sua transformação
em outras substâncias. Além disso, a DM é, atualmente um dos principais problemas de saúde
pública no Brasil e no mundo, com prevalência crescente, sobretudo nos países em
desenvolvimento. No Brasil, estima-se que existam cinco milhões de pessoas com DM, sendo
que quase metade desconhece o diagnóstico. A dificuldade do diagnóstico da DM perpassa pelas
lacunas insidiosas do desenvolvimento da doença, já que, o desafio do tratamento está
vinculado à necessidade de elaborar estratégias para a prevenção do agravo, sendo relevante a
atuação multiprofissional com ênfase nas habilidades do enfermeiro. O objetivo do presente
trabalho é descrever a assistência sistematizada do enfermeiro na aplicação do processo de
cuidar ao indivíduo com DM. O método utilizado foi o relato de experiência da aplicação das três
primeiras etapas do Processo de Enfermagem (PE) à pessoa com DM. Foi realizada também uma
extensa pesquisa bibliográfica sobre o assunto para melhor compreensão do tema. O presente
trabalho foi realizado no primeiro semestre de 2015. No que concerne a primeira etapa do PE,
referente à realização da investigação, também denominado Histórico de Enfermagem, foi
possível construir um caso clínico de uma pessoa de 51 anos, casado, pai de quatro filhos, do
sexo masculino, diagnosticado clinicamente com DM do tipo II há mais de cinco anos, que
aceitou o convite para participar do estudo através do relato de experiência, assinando um
termo de autorização no ato da investigação de enfermagem. A realização da anamnese
possibilitou a obtenção de informações de ordem subjetiva e individual sobre os aspectos
socioculturais e das necessidades humanas básicas do paciente. O exame físico viabilizou
complementar a coleta de dados, fornecendo deste modo, os dados objetivos que subsidiaram
a definição dos problemas, estabelecendo diagnósticos, intervenções e evolução de
enfermagem. Os principais problemas de enfermagem foram: Resistência do indivíduo na
adesão do tratamento; Estilo de vida boêmio e lesão no membro inferior agravada por perfusão
periférica diminuída; Impotência sexual. Para a coleta de dados do caso clínico, foi utilizado um
formulário de análise e investigação do paciente, e a partir deste questionário, foi possível traçar
os diagnósticos de enfermagem (DE) do indivíduo, segunda etapa do PE, estabelecendo os
resultados esperados e as intervenções, terceira etapa, de acordo com o quadro evolutivo.
35
Assim, após a análise dos dados coletados, e definições dos problemas, utilizou-se a Taxonomia
North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), que subsidiou a construção dos DE,
sendo descrito um prioritário: Resistência do indivíduo na adesão do tratamento. Também
foram estabelecidas as intervenções, de acordo com os problemas identificados no paciente em
estudo. Para o DE exemplificado sugerem-se as seguintes intervenções: Determinar o
conhecimento necessário para controlar sua condição e investigar conhecimento sobre
prevenção primária. Diante do contexto elaborado na construção do trabalho destaca-se que o
enfermeiro desempenha um papel fundamental na busca e tratamento de uma patologia
complexa e com sintomas inespecíficos como a Diabetes. Faz-se necessário adquirir
conhecimentos científicos, aplicar o processo de enfermagem e conhecer humanamente as
características peculiares, físicas e humanas do paciente em questão. Concluímos que não basta
adquirir conhecimentos técnicos e científicos para a prática do cuidar, torna-se emergente o
conhecimento das emoções, de modo que o sujeito entre em contato com seus sentimentos,
com seu corpo e com o processo de cuidar.
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ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE:
FOCO NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Dijanira Paloma Rebeca Brandão Lorena Carolina Alves Santos
Gleisy Gonçalves (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição patológica resultante de múltiplos fatores
e apresenta como sintomatologia clássica, níveis elevados de pressão arterial. Segundo o
Ministério da Saúde (2006), a HAS é um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo.
Ela é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Diante da importância desta patologia, o objetivo
desse trabalho é descrever as atribuições e competências do enfermeiro ao atendimento de
pacientes com hipertensão arterial na atenção básica junto à equipe de saúde da família. A
metodologia usada para elaboração deste estudo foi a pesquisa bibliográfica, sendo utilizado a
base de dados Bireme e Scielo, onde foram pesquisados trabalhos publicados entre 2006 a 2014,
encontrados a partir da busca pelas seguintes palavras-chave: hipertensão arterial,
enfermagem, assistência de enfermagem, atenção primária. Após a busca e utilização dos filtros
para seleção dos trabalhos (língua portuguesa brasileira, dentro do período estabelecido, texto
na íntegra e disponível online), foram encontrados 21 trabalhos. No entanto, alguns não eram
condizentes com o tema proposto, restando assim, 8 trabalhos que foram utilizados para a
realização desta pesquisa. Os profissionais de saúde, incluindo o (a) enfermeiro (a) da rede
básica, têm importância primordial nas estratégias de controle da HAS, quer na definição do
diagnóstico clínico e da conduta terapêutica, quer nos esforços requeridos para informar e
educar o paciente portador de HAS como seguir o tratamento e obter o controle dos níveis
pressóricos para níveis desejáveis. Dentre as principais estratégias utilizadas pela atenção básica
para o controle da HAS, estão as atividades educativas, incluindo o aconselhamento sobre
terapêutica farmacológica (quando necessário) e o estímulo às práticas saudáveis. Nesse
contexto, o enfermeiro exerce uma importante função na capacitação da sua equipe que, além
de técnicos e auxiliares, inclui ainda os agentes comunitários de saúde. Através desta
capacitação e supervisão, o enfermeiro pode então acompanhar de perto a execução de
atividades direcionadas ao público portador de HAS, realizando ainda as consultas de
enfermagem, valorizando a informação e promovendo ações educativas. Além disso, está
dentro dessas atribuições, o estabelecimento de estratégias de treinamento junto à equipe, tais
como, atividades para a redução da incidência de interações medicamentosas, o
encaminhamento dos pacientes para consultas médicas de acordo com suas necessidades e a
realização de exames que são de competência da enfermagem. É importante ressaltar que a
adesão ao tratamento pelo paciente é um fator relevante para o controle da hipertensão
arterial, por isso, a orientação deve ser clara independente da idade, sexo, raça, escolaridade,
nível sócio econômico, ocupação, estado civil, religião, hábitos de vida, aspectos culturais e
crenças de saúde que devem ser consideradas na adesão ao tratamento. Após análise das
principais atividades realizadas pelo enfermeiro, conclui-se que ele tem um papel essencial na
assistência aos pacientes portadores de HAS, realizando ações práticas e educativas,
37
contribuindo assim, para a melhoria da qualidade de vida e para a redução de agravos
relacionados a esta patologia. Considera-se ainda importante, que as ações da enfermagem
devem ser voltadas não apenas para os que já possuem a patologia, mas, especialmente para a
prevenção e possível redução de ocorrências, melhorando assim a qualidade de vida da
população.
38
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO COM GESTANTES PORTADORAS DE SÍFILIS CONGÊNITA
Valeria Cristina da Costa Fernanda Alves dos Santos Carregal
Amanda Carvalho Medeiros
Rebeca dos Santos Duarte Rosa (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem A sífilis e uma doença infectocontagiosa produzida pela bactéria Treponema Pallidum de
transmissão predominantemente sexual. Representa um grave problema de Saúde Pública
devido ao aumento significativo de pessoas atingidas com este agravo. O Ministério da Saúde
preconiza a identificação precoce para tratamento das gestantes e de seus parceiros sexuais que
sejam portadores de sífilis, tendo em vista que esta pode levar a sífilis congênita, causada por
uma substância hematogênica transmitida via transplacentária da gestante infectada que não
aderiu ao tratamento ou foi inadequadamente tratada. Em 2013, de acordo com o DATASUS foi
observado em todas as regiões do Brasil, um aumento considerável da prevalência de casos de
sífilis em gestantes, em comparação ao ano anterior. O aumento gradual na notificação foi
devido a implantação da rede cegonha que fortalece o serviço de pré-natal. Mesmo assim, a
maioria dos casos continua sendo diagnosticados tardiamente. Analisar as produções cientificas
disponível sobre a importância da atuação do profissional da enfermagem para o controle da
Sífilis congênita. Trata-se de uma revisão bibliográfica que permite uma ampla visão da temática.
Baseada em fontes como livros, textos e artigos científicos pertinentes ao tema. Delimitou-se o
período de 2006 a 2015, idioma português utilizando como descritores: Sífilis congênitas,
educação em saúde, gestante. A amostra final do estudo foi composta por 09 artigos e 1 livro.
O enfermeiro é o profissional capacitado para promover um diagnóstico precoce de sífilis
congênita nas gestantes principalmente na atenção básica onde realiza as consultas de
enfermagem. A qualidade da assistência na gestação e parto é um importante determinante na
redução da transmissão vertical da sífilis. O enfermeiro deve promover ações preventivas, com
intuito de contribuir para a diminuição das taxas de transmissão e a eliminação da sífilis
congênita. Neste contexto, destaca-se também a importância do preenchimento correto da
ficha de notificação dos casos de sífilis na gestação, tendo em vista que a notificação correta é
essencial para uma pesquisa epidemiológica local e avaliação de ações implementadas. Ressalta-
se a importância do papel educativo nesse processo de prevenção do agravo, por meio do
conhecimento técnico-científico o enfermeiro pode interferir diretamente no controle da
doença. Além disso, destaca-se a atuação do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família (ESF), a
atuação adequada do enfermeiro na assistência pré-natal é primordial para o controle da sífilis
congênita e para o alcance da sua almejada erradicação. A relevância das ações desenvolvidas
pelo enfermeiro em sua atuação nas equipes da ESF no exercício da prevenção da sífilis
congênita nas gestantes e promoção da saúde requer do enfermeiro ações adequadas e
baseadas no conhecimento técnico-científico para, assim, poder interferir diretamente no
controle da sífilis, ofertando-se uma assistência pré-natal de qualidade, integral e humanizada.
39
COMUNICAÇÃO E PRONTUÁRIO – FERRAMENTA ESSENCIAL PARA A SEGURANÇA DO
PACIENTE E DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
Rusione Cristina Rodrigues de Meira OLIVEIRA
Shirlei Barbosa DIAS (orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem A comunicação tem papel fundamental na sociedade, a capacidade do homem de se relacionar
com seu próximo é um elemento básico de sobrevivência e satisfação de suas necessidades. O
ato de comunicar-se tem o objetivo de trocar informações, persuadir comportamentos,
compartilhar experiências e ensinamentos, por meio da comunicação verbal e não verbal. Na
área da saúde, a comunicação ineficaz está entre as causas de grandes erros na assistência.
Devido aos problemas relacionados à segurança do paciente, em 2004, a Organização Mundial
da Saúde criou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, definindo a segurança do
paciente como "redução do risco de danos desnecessários associados ao cuidado em saúde ao
mínimo aceitável”. Entre suas vertentes de atuação, há aquela que aborda sobre a comunicação
nas instituições de saúde destacando o prontuário médico. A resolução CFM 1638/ 2002 define
o prontuário como documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e
imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do
paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a
comunicação entre membros da equipe. Constituem um verdadeiro dossiê que tanto serve para
a análise da evolução da doença, como para fins estatísticos que alimentam a memória do
serviço e como defesa do profissional, caso ele venha ser responsabilizado por algum resultado
atípico ou indesejado. Entretanto, observa-se que a falta de processos de comunicação
integrados entre os profissionais são fatores que contribuem para as falhas durante a realização
de cuidados e a forma como estão estruturados os repasses de informações entre os
profissionais de saúde pode ser considerada crítica para a ocorrência de eventos adversos, por
isso a continuidade da assistência à saúde exige o compartilhamento de informações em um
processo que envolve a transferência e aceitação de responsabilidade referente à saúde do
paciente. Este estudo tem como objetivo mostrar a importância da comunicação entre as
equipes de saúde, por meio do prontuário sendo ele eletrônico ou de papel. Trata-se de revisão
de literatura e pesquisa bibliográfica sobre Comunicação e Prontuário pelos autores na base de
dados SCIELO do sítio da Biblioteca Virtual de Saúde, tendo como Descritores em Comunicação;
Prontuário; Segurança do Paciente; Profissionais de Saúde, utilizou-se também bibliografias do
Conselho Regional de Medicina, Código de Ética de Enfermagem e Ministério da Saúde. A partir
das informações encontradas o trabalho em questão pôde ser elaborado. O prontuário
possibilita uma leitura crítica sobre as práticas que os profissionais internalizam e reproduzem
a partir de sua formação, assim como sobre as condições e circunstâncias operacionais que lhe
são apresentadas e às quais, por inúmeras razões, o paciente se submete garantindo uma
assistência segura tanto para os pacientes quanto para os profissionais. O profissional de
enfermagem tem papel de destaque no preenchimento dos prontuários, salientando que ele é
o profissional que passa mais tempo com o paciente e potencializa a maior parte dos cuidados,
e de acordo o Código de Ética do profissional de Enfermagem (1993), no Capítulo I, Art. 25 sobre
Responsabilidades e Deveres, lê-se: Registrar no Prontuário do Paciente as informações
40
inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar, significando que dentre os códigos de ética
pesquisados foi o único, além do código de ética médica, que destacou a importância do
preenchimento do prontuário. Conclui-se que o prontuário é uma ferramenta necessária nos
serviços de saúde, pois é através deste que os profissionais têm uma direção segura para a
continuidade da assistência prestada e potencializa maior segurança para o paciente. Além
disso, favorece a integração das ações das equipes de saúde de acordo com princípio da
integralidade do SUS.
41
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA E SEUS EFEITOS DELETÉRIOS À SAÚDE DA
POPULAÇÃO Andreia Vilela dos Santos
Priscilla Maria Diniz
Angélica Monica Andrade (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
A obesidade e o sobrepeso têm sido descrito como um importante problema de saúde pública
da atualidade ganhando destaque no cenário epidemiológico mundial. Essa transição nutricional
ocorre com processo de mudanças no padrão de nutrição e consumo em conjunto com
transformações ocorridas nos âmbitos da economia, globalização, urbanização, marketing de
alimentos, fatores psicossociais, biológicos e culturais que culminam com a ascensão da
obesidade. A obesidade é um agravo multifatorial, caracterizado pelo acúmulo excessivo de
gordura corporal que compromete a saúde do indivíduo, desencadeando prejuízos e riscos para
a saúde devido à sua relação com doenças cardiovasculares, diabetes, dislipidemia, hipertensão
e alguns tipos câncer (BRASIL, 2014). O objetivo do trabalho foi descrever como as mudanças
no estilo de vida têm causado efeitos deletérios à saúde da população. Trata-se de uma revisão
narrativa de literatura, em que foi realizado um levantamento bibliográfico por meio das bases
de dados em plataformas eletrônicas e portal do Ministério da Saúde. A relação da ascensão da
obesidade com a redução do nível de atividade física refere se às mudanças na distribuição das
ocupações por setores e nos processos de trabalho com redução do esforço físico, modificações
nas atividades de lazer que passaram de atividades de elevado gasto energético para
prolongados períodos diante da televisão, computador, utilização de equipamentos domésticos
que exigem menos esforços físicos, utilização de veículo automotivo para deslocamento, ingesta
excessiva de alimentos industrializados e ricos em gorduras e açúcar. Essas modificações
contribuem para o aumento do comportamento sedentário que tem papel fundamental no
desenvolvimento da obesidade. A prevenção e o controle da obesidade devem prever a oferta
de um escopo amplo de ações que apoiem os indivíduos na adoção de modos de vida saudáveis
que permita a manutenção ou a recuperação do peso. Torna-se necessária a criação de políticas
públicas com ações interdisciplinares e Inter setoriais, que valorizem a parceria entre governo e
sociedade na busca pela prevenção e combate a obesidade. É necessária uma abordagem
integral e humanizada ao indivíduo com excesso de peso e que essas ações englobem a família
e a comunidade na qual ele está inserido, promovendo saúde e prevenindo agravos. Faz-se
necessário uma intervenção interdisciplinar, em que, o enfermeiro por meio de sua visão
holística, contribui estimulando a participação da comunidade, pelo qual é responsável, nos
grupos operacionais que busquem melhoria da qualidade de vida, realizando ações de
promoção de saúde, orientação de alimentação saudável e prevenção do excesso de peso,
vigilância nutricional, realiza consulta de enfermagem em que é possível aferir os dados
antropométricos, peso e altura, avalia os casos de riscos e, quando for necessário busca o apoio
especializado, encaminhando para o serviço de nutrição, de clínica ou a outros profissionais.
Portanto, destaca- se a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da obesidade, a fim
de promover a saúde e reduzir a morbimortalidade, não só por ser um fator de risco importante
para outras doenças, mas também por interferir na duração e qualidade de vida e, ainda, ter
implicações diretas na aceitação social dos indivíduos quando excluídos da estética difundida
42
pela sociedade. A prevenção constitui um grande desafio para os seus executores frente às
inúmeras barreiras a serem definidas e vencidas. A população deve ser conscientizada de forma
contínua a promover mudanças de hábitos e autocuidado em busca de uma vida mais saudável,
prevenindo doenças e agravos à saúde ao longo do curso da vida humana.
43
IMPORTÂNCIA DE UMA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NO CUIDADO AO IDOSO EM
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÉNCIA
Andreia Vilela dos Santos
Terezinha de Jesus (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
Nas últimas décadas, observa se um crescimento acelerado da população idosa em todo mundo.
Até 2025, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil será o sexto país do mundo
em número de idosos. Para Santos (2008) à medida que a população envelhece, aumenta a
procura por Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que vem se multiplicando em
função do aumento de idosos e de dificuldades apresentadas pelos familiares, quanto a cuidar
dele. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ILPI são instituições
governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinada a domicílio coletivo
de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de
liberdade, dignidade e cidadania. É necessária a atuação de uma equipe multiprofissional, com
médico, enfermeiro, nutricionista, psicólogo e assistente social, dentre outros profissionais
conforme necessidade desse grupo etário e grau de dependência, para desenvolver um trabalho
direcionado ao cuidado adequado dos idosos residentes, proporcionando lhes uma melhor
qualidade de vida (LEMOS; BARROS, 2012).A esse respeito, destaca-se a necessidade de uma
atuação interdisciplinar, buscando-se a integração entre os diversos saberes para o cuidado ao
idoso. Entretanto, reconhece-se nesse campo um desafio no que se refere ao trabalho
compartilhado entre diferentes categorias profissionais. O trabalho tem como objetivo
descrever a importância de uma equipe interdisciplinar nas Instituições de Longa Permanência
para Idosos. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, em que foi realizado um
levantamento bibliográfico por meio das bases de dados em plataformas eletrônicas. Para a
atuação em ILPI é necessário que esses profissionais tenham conhecimento do processo de
envelhecimento para determinar as ações que possam atender integralmente as necessidades
dos idosos residentes e atendê-los respeitando os princípios da autonomia, a fim de executar
uma assistência com sensibilidade, segurança, responsabilidade e assistência integral por parte
da equipe. A ação conjunta desses profissionais proporciona uma vida diária satisfatória,
valorizam a independência e individualidade desses idosos. A interdisciplinaridade consiste na
integração e comunicação das informações dos diversos profissionais envolvidos no cuidar,
favorecendo um diagnóstico multidimensional a partir do saber e da especificidade percebida
por cada um deles, identificando às deficiências e habilidades, tornando possível a elaboração
de um plano de cuidados coordenado e integrado, visando à recuperação e/ou a manutenção
da capacidade funcional do idoso. Portanto, O crescimento da população idosa exige que se
pense nas condições de vida ofertadas a esta população, já que muitos podem apresentar nesta
fase diferentes graus de dependência física, mental, social, entre outros. Este quadro de
dependência pode vir a sobrecarregar as famílias, já que a maioria delas se encontra cada vez
menores e envolvidas em atividades profissionais fora do domicílio. Diante disto, as ILPs
tornam-se uma alternativa para a assistência ao idoso. E para uma assistência integral ao
indivíduo se faz necessário à presença de uma equipe interdisciplinar habilitada, qualificada e
conscientizada em relação ao cuidado a pessoa idosa. Que essas instituições consigam satisfazer
44
as múltiplas necessidades físicas, emocionais e espirituais, que as pessoas idosas apresentam,
proporcionando a eles o conforto necessário para suas atividades de vida diária, estimulando o
autocuidado respeitando as limitações impostas pelo envelhecimento.
45
O ENFERMEIRO E A IMPORTÂNCIA DA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE BOCA
Bruno Alexandre e Silva
XXX (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem O câncer é uma doença de caráter preocupante visto que sua morbimortalidade aumenta a cada
ano no mundo. A literatura demonstra um aumento global do número de casos de câncer de
boca e a possibilidade de realizar ações específicas para detecção precoce deste agravo, motiva
os estudos nessa direção. Para compreensão do problema e das possíveis ações de detecção
precoce deste tipo de câncer, foi realizada uma revisão bibliográfica exploratória, na qual foram
utilizadas as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e os seguintes descritores:
“atenção primária” e “câncer de boca” e “enfermagem”. O critério de inclusão utilizado para
construção do estudo foi artigos científicos publicados em português no período entre 2008 e
2014, e como critério de exclusão, relatos de casos informais e artigos sem disponibilidade do
texto na íntegra. A partir de então foram selecionados quatro trabalhos. O objetivo deste
trabalho foi estudar aspectos relevantes sobre o câncer de boca, a fim de listar métodos para a
prevenção do câncer de boca. Esse tipo de câncer está entre os dez mais frequentes no mundo
e possui um bom prognóstico se tratado com precocidade. Segundo PEREIRA (2012) ‘’a doença
chega a ser a quinta colocada dentre as neoplasias malignas de maior incidência em homens’’.
Para implementar medidas preventivas, é necessário desenvolver métodos educacionais
específicos destinados à população. Motivar a comunidade tornar – se consciente e pronta a
mudar hábitos de vida, usando elementos cognitivos que deem suporte às razões de evasão dos
costumes que expõe a riscos neoplásicos. Bem como treinar a população a identificar aquelas
alterações oral que podem desencadear o câncer bucal. Dado o aumento global do número de
casos de câncer oral, a viabilidade de realizar o exame vem em um pacote único com a detecção
precoce e o tratamento oportuno em tempo hábil. A ação do profissional enfermeiro embasada
em evidencias faz com que as medidas em saúde pública se aliem com as estratégias de
prevenção, culminando em uma atenção básica mais eficaz no que diz respeito ao tema.
Possibilitando assim a promoção da saúde, frisando sempre a corresponsabilidade na
manutenção da qualidade de vida de cada indivíduo. Dessa forma pode-se sugerir que o
enfermeiro tem papel fundamental na prevenção do câncer de boca, bem como mudanças na
educação formal da população e no ensino específico dos profissionais da área de saúde, uma
vez que, estes podem proporcionar uma maior adesão aos programas de promoção da saúde e
prevenção do câncer pelos indivíduos.
46
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ATIVIDADE DE MONITORIA DESENVOLVIDA NA
DISCIPLINA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE COLETIVA: CRESCIMENTO MÚTUO.
Jaquelyne Almeida Araújo
Shirlei Barbosa Dias (orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Enfermagem
Este trabalho descreve a experiência de monitoria na disciplina de Enfermagem na Saúde
Coletiva vinculada ao curso de Enfermagem da Faculdade de Minas – FaminasBH. Compreende-
se a atividade de monitoria como uma modalidade de ensino e aprendizagem que contribui para
a formação acadêmica. Nesse sentido, será apresentada a dinâmica processual de organização
e desenvolvimento das atividades de monitoria e sua configuração ao longo do primeiro
semestre de 2016. Este trabalho é fruto da comunicação e parceria entre a monitora e a
professora da referida disciplina objetivando explicitar a reflexão proporcionada pela
experiência dessa prática na formação acadêmica. A prática da monitoria auxilia na
complementação da formação acadêmica corroborando com reflexões específicas do papel
profissional e de cidadania. Segundo Haag et al. (2008), a monitoria é um serviço de apoio
pedagógico oferecido aos alunos interessados em aprofundar conteúdos, bem como solucionar
dificuldades em relação à matéria trabalhada em aula. Além disso, a monitoria permite uma
maior formação tanto para o professor quanto para o monitor, pois tal vivência possibilita a
troca de experiências no campo da docência. Além disso, o aluno monitor experimenta, em seu
trabalho docente, de forma amadora, os primeiros júbilos e contratempos da profissão de
professor universitário (MATOSO, 2013). Dessa forma, a monitoria permite um aprendizado
mútuo. Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência sobre o exercício da
monitoria em Saúde Coletiva aos acadêmicos do curso de Enfermagem. Ela foi realizada no
primeiro semestre do ano de 2016, sendo iniciada em 11 de março. O programa de monitorias
é um Programa Institucional da Faminas BH, cujas atividades são desenvolvidas na maioria
dos cursos de graduação desta instituição. A seleção do monitor acontece mediante prova
escrita, sendo necessária a obtenção de no mínimo 80 pontos. Nesta seleção, também foram
considerados critérios como disponibilidade discente, assiduidade, responsabilidade, iniciativa
e pró atividade. O planejamento da monitoria para o semestre acontece a partir de pactuação
realizada entre monitor e professor da disciplina em questão, embasados no Projeto Pedagógico
do curso e no respectivo plano de ensino da disciplina. Além de reuniões com a professora da
disciplina, a monitora destinou, semanalmente, dois dias de atendimento a alunos (terças e
sextas feiras), no período de 16:30h às 18:30h, no campus da Faculdade de Minas - Faminas BH.
Durante o semestre letivo, a participação dos alunos foi baixa e vinculada ao período pré-provas
ou para resolução de atividades avaliativas propostas na disciplina. O referido semestre foi
cenário de transição do processo de avaliação institucional (duas etapas de avaliação,
anteriormente eram três), o que pode ter corroborado para tal situação. Entretanto, é
importante destacar pontos fortes: apesar da baixa adesão (em média quatro alunos), os
participantes se mostraram interessados em entender o conteúdo; as atividades possibilitaram
experiência e estímulo à docência pela monitora; a realização de atividades, de acordo com a
demanda, possibilitou o esclarecimento de dúvidas. Dessa forma, tornam-se indispensáveis as
atividades de monitoria nas instituições de graduação. Através desse estímulo, todos os atores
47
envolvidos (monitor, alunos e professor) são beneficiados, favorecendo um processo de ensino-
aprendizagem que se reinventa e se reatualiza a cada novo acontecimento.
48
SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UMA PROPOSTA PARA O CONTROLE
DA DENGUE
Amanda Carvalho Medeiros Brenda Lemos Carvalho
Tatiane Pires Paula
Angélica Mônica Andrade (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora
Área do conhecimento: Enfermagem
O trabalho aborda a situação epidêmica da dengue registrada pelos altos índices de incidência
da doença no município de Capim Branco – MG e os desafios encontrados na cidade que
facilitam a disseminação vetorial, dificultando o controle da dengue. A dengue é uma doença
infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Trata-se de um mosquito
doméstico, presente em áreas urbanas de grande densidade populacional e ocupação
desordenada, possui hábitos diurnos e se alimenta de sangue humano. Os maiores índices de
infestação são registrados em regiões centrais com maior fluxo de pessoas, tratando-se de um
lugar favorável para o desenvolvimento e proliferação do vetor. A facilidade encontrada para
essa proliferação do mosquito está ligada diretamente à falha no controle dos criadouros pela
população, e isso contribui significativamente, para disseminação da doença. O objetivo do
presente trabalho é relatar a experiência de uma ação educativa em saúde destinada ao controle
da proliferação do vetor Aedes Aegypti por meio da sustentabilidade. Como método utilizou-se
o relato de experiência sobre uma ação educativa realizada na Praça da Igreja Matriz “Nossa
Senhora da Conceição” na região central de Capim Branco, em Minas Gerais, cenário escolhido
para a abordagem da população. Durante a ação educativa, houve a participação ativa da
população abordada na igreja. Na tentativa de modificar, de forma positiva, os altos registros de
incidência da dengue no município, foi realizada uma proposta inovadora que utiliza a
sustentabilidade afim de reduzir as chances de proliferação do mosquito vetor. A ideia foi de
promover oficinas para o ensino de reutilização de materiais sem utilidade para a população,
em utensílios atraentes, transformando-os em peças decorativas e reutilizáveis, assim,
diminuindo a quantidade de lixo orgânico lançado ao meio ambiente. Foi um momento
oportuno, os moradores da cidade receberam orientações sobre as formas de controle do vetor
e se tornaram multiplicadores de informações. A ação se baseou nos pressupostos teóricos do
pensador Paulo Freire, que segundo ele, para a obtenção de um bom conhecimento, a educação
deve ser aplicada de forma solidária, dialogada, sem arrogância e supremacia do educador.
Assim, a abordagem viabilizou resultados de esperança na qual, buscou-se por meio da
sustentabilidade, possibilidades de um futuro melhor para as próximas gerações. Conclui-se que
o papel do enfermeiro educador, no combate à dengue, não está restrito apenas a orientações,
sendo necessário desenvolver habilidades em que a comunidade sinta-se responsável pelas
formas de prevenção da doença. É imprescindível que o profissional descubra as fragilidades da
comunidade e em seguida, proponha medidas educativas com base científica, que visem
minimizar o impacto deste agravo frente à população exposta ao risco. Esse trabalho reforça a
importância do controle vetorial do mosquito da dengue, se tratando de uma doença de alta
49
incidência no cenário brasileiro e o importante papel do enfermeiro na promoção da saúde e
prevenção do agravo.
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ANEURISMA SACULAR GIGANTE DE ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA EM PACIENTE DE
QUATRO MESES DE IDADE: RELATO DE CASO
Bárbara Campos Mattos Matheus Bossi Deluca
Iasmin Fontes Murta
José Gilberto de Brito Henriques (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas Universidade José do Rosário Vellano
Área do conhecimento: Medicina
Os aneurismas intracranianos na infância são raros e constituem aproximadamente 0,5-4,6% de
todos os aneurismas diagnosticados. Segundo a literatura, na infância, os aneurismas de artéria
cerebral média (ACM) e de morfologia fusiforme são os mais comuns, se comparados aos
ocorridos na idade adulta. Em pacientes pediátricos, os aneurismas saculares se diferenciam dos
adultos em gênero, topografia, doenças sistêmicas associadas e possivelmente na causa. O
objetivo do presente estudo é relatar o caso de um aneurisma sacular gigante de ACM.
Relatamos o caso de um paciente de 4 meses, do sexo masculino e faiodermo. Teve crise
convulsiva e após investigação foi diagnosticado com meningite. Foi submetido a tomografia
computadorizada (TC) que apontou hemorragia subaracnóidea e aneurisma gigante de ACM. Ao
exame físico se apresentava com rebaixamento de consciência e fontanelas tensas. Teve
hematoma subdural decorrente da hemorragia subaracnóidea. Optou-se por operar o paciente
tardiamente pela técnica microcirúrgica. Menos de 5% dos aneurismas em paciente pediátricos
são diagnosticados antes dos cinco anos de idade, sendo que os diagnosticados antes dos 12
meses, são raros, e há predominância do sexo masculino na infância. A incidência de aneurismas
gigantes em crianças é de 13,6%. A maioria dos casos de aneurismas na infância permanece
ainda com etiologia obscura e a infecciosa, (aneurisma micótico) é mais comum em crianças e
corresponde a 15% de todos os aneurismas pediátricos. A proporção de ruptura em pacientes
menores de 20 anos de idade é de aproximadamente 3,5%. Os aneurismas na infância são
usualmente sintomáticos manifestando-se, principalmente, por hemorragia subaracnóidea. A
formação do hematoma intracraniano ocorre em 25 a 50% dos casos. A microcirurgia vascular
tem se mostrado mais eficiente e duradoura, se comparada a cirurgia endovascular. Crianças
são consideradas com melhor prognóstico que adultos devido maior tolerância à cirurgia, menor
incidência de vasoespasmo pós-hemorragia e baixa coexistência de comorbidades.
51
CISTO DE PINEAL SINTOMÁTICO: PUBERDADE PRECOCE E HEMORRAGIA
Iasmin Fontes Murta Bárbara Campos Mattos
José Gilberto de Brito Henriques (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Universidade José do Rosário Vellano
Área do conhecimento: Medicina
Tumores da região pineal são raros, 0,4% a 1% dos tumores intracranianos. Aproximadamente
38% são benignos sendo 7,6% lesões císticas. Em sua grande maioria, as manifestações clínicas
das lesões císticas são: hidrocefalia com hipertensão intracraniana (HIC), disfunções
neuroftalmológicas, compressões de cerebelo e tronco. As manifestações descritas como
incomuns são: hemorragias, morte súbita, síncope e até anacusia. É descrito caso de paciente
do sexo masculino que aos 9 anos apresentava desenvolvimento peniano, pêlos pubianos
(G4P4), voz púbere e importante desenvolvimento da musculatura. A TC e RNM foram
consideradas normais e havia aumento significativo dos níveis de testosterona (8953 pg/ml).
Durante 2 anos foi feito acompanhamento com diagnóstico de puberdade precoce verdadeira
quando houve aparecimento súbito de cefaléia, vômitos e diplopia. Nova TC evidenciou lesão
hipodensa em cisterna quadrigeminal. Realizada craniotomia suboccipital confirmou-se lesão
cística que apresentava coágulos sanguíneos em seu interior. Sete meses após cirurgia e com
regressão completa da sintomatologia, paciente apresentou novo quadro de HIC. TC e RM
mostraram hemorragia na cisterna quadrigeminal que invadia ventrículo lateral direito. A
angiografia dos 4 vasos não mostrou alterações e a conduta foi conservadora com boa evolução.
52
ETIOLOGIAS DA EPILEPSIA EM PACIENTES COM MIELOMENINGOCELE EM IDADE
ESCOLAR – DADOS INICIAIS
Iasmin Fontes Murta Bárbara Campos Mattos
José Gilberto de Brito Henriques (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Universidade José do Rosário Vellano
Área do conhecimento: Medicina
A ocorrência tardia de crises epilépticas e epilepsia em pacientes pediátricos com
mielomeningocele é infrequente e apresenta etiologias conhecidas e outras ainda obscuras. O
objetivo do estudo foi realizar revisão sistemática da literatura sobre as etiologias da epilepsia
tardia em pacientes pediátricos com mielomeningocele. Foram buscados artigos pulicados entre
os anos de 1989 a 2016 nos bancos de dados PubMed, Scielo e Lilacs utilizando as palavras-
chave myelomeningocele e epilepsy. Estudos prospectivos, retrospectivos e relatos de casos
foram incluídos no estudo e revisões da literatura foram excluídas. Com a seleção de estudos
que abordaram a etiologia da epilepsia, encontrou-se 51 artigos e, com base nos critérios de
inclusão, selecionados cinco deles. Posteriormente foram selecionados mais quatro artigos
referenciados nos primeiros. Dos artigos analisados, 177 pacientes de 1057 com
mielomeningocele apresentaram pelo menos uma crise epiléptica, ou seja, 16,74% do total da
amostra. Diversas etiologias foram associadas à epilepsia nesses pacientes como: disfunções da
derivação ventriculoperitoneal (DVP), infecções no SNC, número de revisões da DVP,
anormalidades corticais (polimicrogiria e lisencefalia). Por si só, essas primeiras etiologias
justificariam a epilepsia em quaisquer pacientes, não somente nos que apresentam MMC.
Outras etiologias encontradas foram: o próprio cateter da DVP, agenesia de corpo caloso e a
malformação de Chiari. Essas últimas não se relacionariam com quadros de epilepsia
isoladamente. A epilepsia em pacientes em idade escolar e com MMC possui causas
multifatoriais e algumas são ainda desconhecidas. A revisão das etiologias associadas a esse
quadro clínico é o primeiro passo para futura proposição pelos autores de possível etiologia que
justificasse o quadro.
53
NEURINOMA PLEXIFORME DO TRIGÊMEO EM CRIANÇAS: RELATO DE CASOS E
REVISÃO DA LITERATURA Iasmin Fontes Murta
Bárbara Campos Mattos
José Gilberto de Brito Henriques (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas Universidade José do Rosário Vellano
Área do conhecimento: Medicina
Os neurinomas do Trigêmeo são tumores raros (0,07% a 0,36% de todos os tumores
intracranianos e 0,8% a 8% dos neurinomas). Noventa por cento dos pacientes têm entre 20 e
60 anos (média 35 anos) com discreto predomínio do sexo feminino. Sua associação com a
neurofibromatose é rara. A manifestação clínica mais frequente é o acometimento funcional do
nervo trigêmeo (inicialmente sua função sensitiva). Neste trabalho são descritos três pacientes
com diagnóstico de neurinoma plexiforme do trigêmeo. Todos do sexo masculino, com 08
meses, 12 meses e 04 anos que apresentaram massas tumorais extracranianas palpáveis e
visíveis desde o nascimento (e que foram o motivo das consultas). Todos apresentavam manchas
café-com-leite, proptose unilateral e total preservação da função do nervo trigêmeo. Em um dos
pacientes havia baixa da acuidade visual no lado afetado que foi atribuída à ambliopia. No
paciente mais velho iniciou-se recentemente quadro importante de fotofobia. Em todos os casos
havia história familiar de manchas café-com-leite e neurofibromas. Em todos os pacientes a TC
e RM evidenciaram massa tumoral hiperatenuante em fossa média com extensão para a
cavidade orbitária e, em um dos casos, para a fossa posterior. Mesmo com o problema estético,
a conduta foi inicialmente conservadora dada a ausência de acometimento neurológico. Outro
motivo da conduta expectante são os pobres resultados das intervenções cirúrgicas em crianças
descritos na literatura.
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INFECÇÃO PELO VÍRUS CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASO
Poliana Silva de Oliveira
XXX (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Medicina O artigo, através de uma revisão bibliográfica da literatura disponível até então e da revisão de
prontuário, trata de um relato de caso de uma paciente que apresentou infecção pelo vírus
Chikungunya. Foi levado em consideração suas manifestações clínicas, sua transmissão, sua
prevalência, seu diagnóstico, e seu tratamento. As informações contidas neste trabalho foram
obtidas por meio de revisão do prontuário, registro dos métodos diagnósticos aos quais a
paciente foi submetida. A Dengue é uma doença infecciosa viral aguda, endêmica especialmente
em países tropicais como o Brasil, onde há de 50 a 100 milhões de infecções por ano e onde as
características ambientais e climáticas e os hábitos urbanos oferecem condições favoráveis para
o desenvolvimento e a proliferação de seu principal vetor, a fêmea do mosquito da espécie
Aedes aegypti. O vírus da dengue pertence ao gênero Flavivirus e a família Flaviviridae, é um
vírus RNA, de filamento único, envelopado e que possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3
e DEN-4, sendo o sorotipo 2 o mais virulento. Uma vez infectada a fêmea do mosquito inocula o
vírus junto com a sua saliva ao picar a pessoa sadia. Além disso, a fêmea também faz a
transmissão transovariana do vírus para a sua prole, favorecendo a expansão da doença. Depois
de inoculado no hospedeiro humano, o vírus entra nas células, se replica, produz progenitores
virais e se inicia, então, a fase de viremia, com posterior disseminação sistêmica. O período de
incubação dura de 3 a 14 dias, e os sintomas clínicos podem não aparecer, sendo denominada
forma assintomática ou podem se manifestar em sintomas como cefaleia, dor retro-orbitária,
mialgia, artralgia, exantema, náuseas ou vômitos, prostração, podendo evoluir para uma
Dengue grave, com choque, sangramento e comprometimento de órgãos. A febre de
Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae
e do gênero Alphavirus, descrita inicialmente na Tanzânia em 1952. A transmissão ocorre
principalmente pela picada de fêmeas do mosquito Aedes aegypti infectadas pelo CHIKV. A
viremia persiste por até dez dias após o surgimento das manifestações clínicas e o período de
incubação no homem é de 3 a 7 dias. Os sinais e os sintomas são clinicamente parecidos com os
da dengue, como febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga
e exantema, porém a principal manifestação clínica que as difere são as fortes dores nas
articulações. Após a fase aguda inicial, a doença pode evoluir em duas etapas subsequentes:
fase subaguda e crônica. Embora a Chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, tem
caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente, tendo como
consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida. Os sinais e sintomas da
Dengue e Chikungunya são bastante parecidos dificultando a realização do diagnóstico
diferencial apenas por esses fatores. Entretanto, existem alguns deles que são mais específicos
de uma ou outra patologia, como a dor das articulações das extremidades (poliartralgia) que é
mais intensa e significante na febre Chikungunya. Além disso, as manchas vermelhas (rash
cutâneo) aparecem nas primeiras 48 horas na febre Chikungunya, enquanto que na dengue
surge apenas depois do terceiro ou quarto dia. Em contrapartida, na dengue a ocorrência de
eventos hemorrágicos é mais comum devido à queda de plaquetas, manifestando como machas
55
roxas na pele, sangramento nasal ou de gengiva. Dessa forma, a evolução para uma forma
hemorrágica é quase exclusiva da dengue. O caso relatado possibilita uma ampla discussão
sobre o manejo do paciente portador da febre Chikungunya e evidencia o grande desafio atual
de combate à doença no país. Pode-se observar a dificuldade de diagnóstico devido à grande
semelhança com os sintomas da Dengue, além do alto custo do exame sorológico que muitas
vezes é dispensado. Assim, trata o paciente inicialmente como portador de Dengue, tal como no
relato. Por isso os pacientes devem ficar atentos aos sintomas e agravamento destes, sendo
necessário monitoramento pelas equipes de saúde capacitadas, como uma forma de impedir a
evolução da doença para a fase crônica. Devido ao aumento do número de casos da febre
Chikungunya, considerada atualmente como um grave problema de saúde pública no Brasil,
além do acompanhamento dos pacientes, é fundamental a existência de ações de promoção e
prevenção de saúde baseadas no controle da doença pelo combate ao vetor iniciada com a
conscientização da população.
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NOVAS PERSPECTIVAS PARA O USO DO CANABIDIOL: UMA ÊNFASE NA EPILEPSIA DE
DIFÍCIL CONTROLE Clayton Augusto Assunção
Luís Eduardo Ribeiro Coelho Rogério Saint-Clair Pimentel Mafra
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Santa Casa de Belo Horizonte
Área do conhecimento: Medicina
Por séculos a erva Cannabis Sativa tem sido utilizada com propósitos medicinais devido aos seus
efeitos analgésicos, antieméticos e tranquilizantes. Nos últimos tempos estudos vem mostrando
que o uso medicinal da Cannabis vai muito além dos já conhecidos. Em diversas situações, a
maconha ou seus derivados tem se mostrado eficazes no alívio dos mais variados sintomas como
a dor e espasticidade na esclerose múltipla, a melhora do sono em pacientes com fibromialgia,
melhora da dor neuropática multifatorial e a melhora do apetite em pacientes com distúrbios
alimentares ou doenças consumptivas. Outros beneficios estariam no tratamento de distúrbios
de depressão, ansiedade e distúrbios do sono, redução da saliva em pacientes com ELA, útil nos
casos de glaucoma e no controle de crises epilépticas refratárias ao tratamento habitual. Crise
epiléptica (CE) é a expressão clínica de descarga anormal, excessiva e sincrônica de neurônios
que se situam basicamente no córtex cerebral. O tratamento objetiva o controle total, quando
possível, ou a redução da frequência das crises com o mínimo de efeitos colaterais. Crises
refratarias ou de difícil controle, são aquelas nas quais não se consegue o controle efetivo
usando drogas antiepilépticas (DAE). O canabidiol (CBD) tem se mostrado promissor no
tratamento dessas crises por atuar como modulador da excitabilidade neuronal por meio do
sistema endocanabinoide, reduzindo a descarga anormal e assim controlando as. O presente
trabalho tem como intuito rever as atuais evidências para o uso e comercialização do CBD para
o tratamento de diversas entidades clinicas com ênfase nas crises convulsivas refratarias. Fora
utilizado a revisão bibliográfica referente a pesquisas envolvendo o uso de derivados da
maconha. Utilizando-se, 11 artigos selecionados nas principais bases de dados disponíveis. A
presente revisão confirma o efeito benéfico do canabidiol para controle de crises epilépticas e
melhora consequentemente da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, sendo que
sua liberação ainda depende de mais estudos na área, para melhor avaliação a médio e longo
prazo, dos riscos de sua utilização.
57
58
SIMULAÇÃO REALÍSTICA NA EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR DO PROFISSIONAL DE
SAÚDE
Pablo Martins Chaves Orlando Pinto Gontijo Neto
Victor Nascimento Brandão.
Débora Cerqueira Calderaro (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Medicina
A simulação realística é um dos pilares da educação médica do século XXI. O atendimento
multidisciplinar em saúde é importante na prática clínica, mas tradicionalmente, estudantes das
diferentes profissões em saúde têm pouca oportunidade de trabalhar em equipe durante a
graduação. A simulação realística, por meio de cenários clínicos, replica experiências da vida real
e favorece o aprendizado em um ambiente participativo e de interatividade. No ensino do
profissional de saúde, ela pode ilustrar a multidisciplinaridade do atendimento em saúde e
permite o treinamento de habilidade técnicas, de comunicação e atitudes, com impacto positivo
no preparo profissional. O objetivo desse trabalho é discutir o papel da simulação realística na
educação multidisciplinar dos diferentes profissionais de saúde. Foi realizada revisão
bibliográfica do MEDLINE por meio do indexador PUBMED utilizando os termos
“Interprofessional education”, “Undergraduate students”, “Simulation training”. Foram
selecionados artigos publicados no último ano. Foi realizada também uma busca manual das
referências dos artigos selecionados inicialmente e novos estudos foram obtidos. A integração
de fatores de aprendizagem, no processo de simulação realística, intercala-se com o processo
de comportamento e atitude diante da situação testada. Um dos objetivos desta técnica é
promover o elo entre o aprendizado teórico e a prática. A criação de um ambiente hierárquico,
com o objetivo de promover um meio propício e saudável de liderança para a resolução dos
casos em questão, implementa a responsabilidade profissional e exige do aluno seu
conhecimento prévio para resolução do mesmo. Torna-se pertinente que a equidade de cada
profissão deve ser mantida (médico, enfermeiro, farmacêutico), pois isso faz com que a
relevância da interdisciplinaridade no atendimento à saúde seja enfatizada e habilidades de
cooperação sejam desenvolvidas. Dessa forma, cada cenário deve apresentar casos em que a
participação da equipe multiprofissional seja fundamental para sua execução e finalização. Além
de tratar questões técnicas, a simulação leva em consideração questões culturais e sociológicas.
A utilização de uma abordagem sociológica ajuda a melhorar a qualidade interprofissional no
atendimento de saúde na prática diária. O uso de fidelidade sociológica na simulação
interprofissional visa criar cenários com base na obtenção de elevados níveis de exclusão social
real, ao invés de simplesmente recriar casos clínicos complexos que carecem de contexto. O
momento que antecede a simulação, denominado pré-briefing, torna-se crucial, pois permite
criar o envolvimento dos integrantes com o tema antes de cada sessão. Há também nesse
momento a definição das respectivas funções de cada membro da equipe e a necessidade de se
demonstrar a importância dos participantes em aceitar feedbacks independentemente da
posição na qual se encontra na simulação. O momento que sucede a simulação, denominado
debriefing permite a cada aluno expressar seu ponto de vista sobre o comportamento da equipe,
59
demonstrar suas percepções e propor e concordar com uma solução. Dessa forma, a equipe
deve aprender a descrever qualitativamente sua mudança de atitude após uma intervenção. Foi
possível perceber que há poucos estudos sobre os resultados do uso da simulação
interprofissional no processo de educação. Assim, são necessárias avaliações sobre o
acompanhamento a longo prazo de como essa forma de aprendizado e suas ferramentas têm
impactado na prática dos profissionais e dos alunos, o que gera múltiplas oportunidades para
esse tipo de pesquisa. Apesar disso, a simulação interprofessional parece ter um futuro
promissor para a educação baseada em equipe, pois trata-se de um método inovador e bem
aceito pelos estudantes, que trabalha o desenvolvimento de habilidades e reforça conceitos de
segurança, comunicação e trabalho em equipe, permitindo assim uma experiência diferente da
encontrada em uma sala de aula, tornando-o assim, mais preparado para ser inserido no
mercado de trabalho.
60
SUICÍDIO- UM PESADELO OCULTO QUE CERCA OS ESTUDANTES DE MEDICINA
Mariana de Oliveira Silva xxxx (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Medicina
O suicídio e a tentativa de suicídio são um dos mais importantes indicadores de saúde mental
da população, sendo uma das principais causas de morte na maioria dos países do mundo. Este
estudo foi realizado com o objetivo de avaliar como e quais os fatores de risco que se
concentram entre os estudantes de medicina para o desenvolvimento de transtornos mentais,
que são preditores para um possível comportamento suicida. Foi realizada uma pesquisa
bibliográfica durante o período de 10 de março de 2016 à 19 de maio de 2016, utilizando como
palavras-chave: suicídio, estudantes, medicina, transtornos mentais. Utilizou-se como base de
dados Scielo, Pubmed, BVS, Upto Date e Lilacs, sendo que foram selecionados artigos dentre a
faixa de 1989 a 2016. Foi demonstrado ao longo do estudo que estudantes de medicina
apresentam taxas mais altas de doença mental comparados com a população em geral. Existem
diversos fatores de risco que aumentaram a incidência do sofrimento, e está levando essa
população a experimentar maiores taxas de pensamentos como abandonar a faculdade e até
mesmo cometer suicídio. Apesar disso, ainda existem poucos estudos que fundamentem esses
fatores para possível auto – extermínio entre os estudantes de Medicina. Entre eles estão: a
busca do sucesso na escola de Medicina, a pressão sofrida durante o curso, o montante de
matérias para um curto período de tempo, a insatisfação com o curso, o medo de falhar após
formado, a concorrência crescente para o ingresso na residência, novas metodologias de ensino,
entre outros. A real taxa de suicídios entre os estudantes de medicina é relativamente baixa,
porém a prevalência de transtornos mentais e ideação suicida é alta, o que demonstra que é
possível realizar alguma intervenção a fim de evitar o suicídio. Algumas propostas incluem
disponibilização de atendimento psicológico em horário integral para dar suporte aos
estudantes de Medicina, exercício físico regular que tem demonstrado um efeito positivo sobre
não só promover a saúde física, mas também a saúde mental, entre outras.
61
ZIKA E MICROCEFALIA: UM DESAFIO PARA O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Samyra Sarah Souza Marques xxxx (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Medicina
O vírus Zika (ZIKV) é transmitido através do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da
febre amarela. Do ponto de vista biológico, ele é classificado dentro do gênero Flavivirus na
família Flaviviridae; que representa vírus que usam artrópodes como vetor. A sua infecção pode
resultar em uma doença leve e auto-limitante, caracterizada por febre, erupções cutâneas,
artralgias e conjuntivite. Entretanto, suas consequências podem ser muito mais graves.
Atualmente, embora o vírus da Zika tenha apresentado alta incidência no Rio de Janeiro, o fardo
mais pesado tem sido suportado pela região nordeste do Brasil. Onde a pobreza, a infraestrutura
precária e a falta de acesso à saúde são fato, e a penetração do Aedes Aegypti é alta. Como a
maioria dos casos é assintomática e os sinais mais dramáticos da doença aparecem através da
síndrome congênita do Zika, o rosto da Zika é o de uma mulher ou de uma criança pequena que
vivem em populações vulneráveis. Entretanto, não há contagens confiáveis de casos de Zika por
sexo e etnia. Dessa forma, apesar dos esforços da sociedade civil, agências da ONU e das
autoridades nacionais para abordar essas questões controladoras, o lançamento de campanhas
de comunicação, o planejamento em longo prazo para prevenção da doença em crianças e
mulheres pobres no Brasil, Colombia, El Salvador e em outros lugares, foram ilusões criadas por
seus governos, já que estão no centro da epidemia. Atualmente tem sido feitas campanhas
educativas visando à prevenção contra a disseminação deste, mas a falta de acesso a serviços
de saúde básicos e reprodutivos, aliados as leis restritivas ao aborto, tem confrontado a
população com as terríveis consequências do vírus sobre a sua saúde e de seus filhos. Já que um
aumento do número de crianças nascidas com microcefalia foi observado em 2015 em regiões
do Brasil. Recentemente, a evidência foi se acumulando, dando assim, a possibilidade de se fazer
uma ligação entre o vírus Zika e microcefalia. Relatou-se então em 2015, uma epidemia de
microcefalia no país, que foi atribuída à infecção congênita pelo vírus Zika. 7830 casos suspeitos
haviam sido notificados ao Ministério da Saúde até 4 de Junho, 2016, mas pouco se sabe sobre
as suas características. Entre os casos, foram revisados os 1501 nascidos vivos, para os quais a
investigação por equipes médicas em nível dos Estados haviam sido concluídos a partir de 27 de
fevereiro de 2016 e os casos suspeitos foram classificados em cinco categorias com base em
neuroimagem e exames laboratoriais para vírus Zika e outras infecções relevantes. Os casos
definitivos tinham evidência laboratorial de infecção pelo vírus Zika. Já os prováveis casos
tinham sido encontrados em imagens específicas, mas outras infecções não poderiam ser
descartadas, e outros poucos casos tiveram achados de imagem, mas estes não foram relatados
em detalhes pelas equipes locais; todos os outros recém-nascidos foram classificados como
casos descartados. Foi avaliado o perímetro cefálico por idade gestacional com os padrões de
crescimento. Na primeira semana, a mortalidade e a história de erupção foram fornecidas pelas
equipes médicas do Estado. Outra pesquisa realisada mostrou que entre fevereiro de 2015 e
novembro de 2015, 1501 casos suspeitos foram notificados ao Ministério da Saúde, dos quais
899 foram descartados. Dos restantes 602 casos, 76 eram definitivos, 54 altamente prováveis,
181 moderadamente prováveis e 291 pouco prováveis da síndrome congênita do vírus Zika, e
diferenças de sobrevivência clínica e antropométricas eram pequenas entre os quatro grupos.
62
Comparando estes grupos, os 899 casos descartados tinham o perímetro cefálico maiores
(média de escores Z-1· 54 vs -3 · 13, diferença 1 · [95% IC 1 · 45-1 · 72] 58); menor mortalidade
na primeira semana de vida (14 por 1000 vs 51 por 1000; razão da taxa de 0 · 28 [95% CI 0 · 14-
0 · 56]); e eram menos propensos a ter um histórico de rash durante a gravidez (20 · 7% vs 61 ·
4%, o rácio de 0 · 34 [IC 95% 0 · 27-0 · 42]). Erupções no terceiro trimestre da gestação foram
associadas com anormalidades cerebrais, apesar de o perímetro cefálico apresentar tamanho
normal. Um em cada cinco casos definitivos ou prováveis apresentou perímetro cefálico na faixa
normal, que é acima de -2DP abaixo da mediana do padrão de crescimento e para um terço dos
casos definitivos e prováveis não havia história de uma erupção durante a gravidez. Sendo que
o pico da epidemia ocorreu no final de novembro de 2015. Por este motivo, em novembro de
2015 o Ministério da Saúde criou o sistema de vigilância de malformações no sistema nervoso
central e microcefalia, possivelmente associados com a infecção congênita. Nos casos suspeitos
foram incluídos recém-nascidos vivos com perímetro cefálico de 33 cm ou menos para meninos
e meninas. Fetos, abortos e natimortos com alterações do sistema nervoso central também
foram relatados, mas não foram incluídos nas presentes análises. Para essa análise os recém-
nascidos tiveram a circunferência de sua cabeça medida na maternidade utilizando um
protocolo fornecido pelo Ministério da Saúde. Os bebês que preenchiam esses critérios foram
relatados para o Ministério da Saúde ao se submeteram a avaliação aprofundada em seus
estados de origem através de exame clínico, seguido, se necessário, por neuroimagem e testes
laboratoriais. Quando o diagnóstico foi concluído, os casos suspeitos foram classificados pelo
Ministério da Saúde como "confirmado" ou "rejeitado" e adicionado à base de dados nacional.
Este incluiu o sexo da criança, a circunferência da cabeça e o estado de residência. A quantidade
de detalhes disponíveis em cada caso suspeito foi variável. Por exemplo, um relatório pode
descrever sinais de imagem específicos, tais como calcificações, ou simplesmente informar que
o exame foi sugestivo de infecção congênita de acordo com os critérios do Ministério da Saúde.
Desse modo, apesar da ausência de informações completas para categorizar os prováveis casos,
há fortes razões para supor que a maioria desses recém-nascidos foram acometidos pela doença
congênita transmitida pelo vírus Zika. Isso se dá devido às características semelhantes e
altamente prevalentes. Assim, controlar os vetores é um passo essencial, mas será ineficaz sem
uma abordagem centrada na pessoa e em seus direitos.
63
ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE UM BOLO DIET FORMULADO COM
APROVEITAMENTO INTEGRAL DA ABÓBORA (Cucurbita maxima)
Kátia Alves de Souza xxxx (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Nutrição
A escolha de alimentos nutritivos, bem como a utilização de cascas, talos, sementes e folhas,
além de diminuir gastos com alimentação, resultam na otimização do uso dos recursos e na
possibilidade de ampliar a oferta de fibras e outros nutrientes perdidos com a eliminação de
aparas de muitos alimentos. A abóbora é um alimento que pode agregar valor nutricional às
preparações, por conter vitaminas e fibras, estando esses presentes também em sua casca e
sementes. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um produto alimentício, com
aproveitamento integral da abóbora, destinado a dietas com restrição de açúcar. O estudo foi
conduzido no laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Minas, FAMINAS-BH, em Belo
Horizonte - MG, após sua aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sendo
formulado um bolo de abóbora com cobertura de chocolate. Após higienização, a abóbora foi
cortada em pedaços grandes, sem as sementes e cozida no vapor. As sementes foram lavadas,
secas em papel toalha, torradas em forno e trituradas. Além desses ingredientes, no preparo da
massa do bolo foram utilizados farinha de trigo, ovo, óleo de soja, fermento químico e adoçante
em pó. Para a cobertura foram utilizados chocolate diet e creme de leite light. A avaliação
sensorial do produto foi realizada em duas etapas, por julgadores não treinados, sendo eles
acadêmicos, professores e funcionários da FAMINAS-BH, que se dispuseram a participar
voluntariamente da pesquisa. Primeiramente, o produto foi avaliado quanto aos atributos,
aparência, cor, textura e sabor, por um painel sensorial composto por 75 julgadores.
Posteriormente, foi realizado um teste de aceitação, do qual participaram 106 julgadores. As
avaliações foram conduzidas utilizando-se escala hedônica estruturada de sete pontos, variando
entre os termos “gostei extremamente” e “desgostei extremamente”. Cada julgador recebeu
uma amostra de cerca de 40 g do produto, juntamente com a ficha de avaliação. Observou-se,
pela análise dos resultados, a avaliação positiva quanto aos diferentes atributos, dos quais o
sabor alcançou o maior índice de aceitabilidade, 94,1%, seguido pela cor, textura e aparência,
com valores de índice de aceitabilidade de 92,6%, 91,6% e 91,1%, respectivamente. Na avaliação
da qualidade global observou-se que 31 julgadores gostaram extremamente do produto, 41
julgadores gostaram muito, 31 gostaram e três não gostaram nem desgostaram. Nenhum
julgador se referiu a desgostei, desgostei muito ou desgostei extremamente. Essa avaliação
resultou em um índice de aceitabilidade de 84,9%, indicando a boa aceitação do produto.
Portanto, o produto constitui uma opção viável de aproveitamento integral da abóbora,
podendo contribuir para a qualidade nutricional e diversificação de dietas com restrição de
açúcar, além de reduzir o desperdício de alimentos e o impacto ambiental que os resíduos
causam.
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PERFIL ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE UNIVERSITÁRIOS QUE INICIAM O CURSO DE
NUTRIÇÃO EM UMA FACULDADE PARTICULAR EM BELO HORIZONTE-MG
Aline Alves Ferreira
Adriana Márcia Silveira (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Nutrição
O consumo de frutas, legumes e verduras tem sido associado à diminuição do risco de
mortalidade e redução da ocorrência de doenças crônicas, tais como as doenças
cardiovasculares, derrames e alguns tipos de câncer. A industrialização e urbanização trouxeram
aumento da ingestão de calorias e diminuição da atividade física, causando aumento no
sobrepeso e obesidade devido maior ingestão calórica e menor gasto energético. O Índice de
Massa Corporal (IMC) é classificado pela OMS (1995) como: baixo peso (< 18,5kg/m²), peso
normal (≥ 18,5kg/m² e < 25kg/m²), sobrepeso (≥ 25kg/m² e < 30kg/m²) e obesidade (≥ 30kg/m²).
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a frequência do consumo alimentar, o estado
nutricional e hábitos alimentares de alunos que iniciam o curso de nutrição. Estudo do tipo
transversal, quantitativo. Todos os dados foram coletados no primeiro semestre de 2016 e
informados pelos alunos através do preenchimento de um questionário, com questões
fechadas, no qual deveria ser informado a frequência de consumo (nunca, raro, diário, 2 vezes
na semana, 3 a 5 vezes na semana) de fast food’s, refrigerante, legumes, verduras, frutas, carnes
e ovos, leite e derivados. Foram informados os dados de peso e altura para estimativa do IMC.
Também foi questionado sobre a prática regular de atividade física, sendo considerado
adequado maior ou igual a três vezes por semana. Este estudo contou com a participação de 36
estudantes, com média de 23,05±7,3 anos, sendo 32 (88,9%) alunos do sexo feminino e 4
(11,1%) do sexo masculino. Quanto ao consumo de fast food’s 55% (n=20) relatou consumo raro.
Consumo de refrigerante 47,22% (n=17) raro e 25% (n=9) relatou consumo 2 vezes por semana.
Quantos aos legumes 27,7% (n=10) dos alunos relataram consumo diário. No que se refere a
ingestão de verduras apenas 38,8% (n=14) alegaram consumo diário. Quanto ao consumo de
frutas 38,8% (n= 14) relataram consumo diário e 11,1% (n=4) relataram consumo raro ou nunca
consumir. Com relação ao consumo de carnes e ovos 94,3% (n = 34) relatou consumo diário ou
de 3 a 5 vezes por semana. Referente ao leite e derivados 86% (n=31) relataram consumo de 3
a 5 vezes por semana ou consumo diário, porém não foi perguntado sobre a quantidade ingerida
por vez. Em relação ao IMC foram classificados em baixo peso 13,8 % (n=5), em eutrofia 66,6%
(n =20) e com sobrepeso 19,4 % (n=7), nenhum individuo foi classificado com obesidade. Quanto
a atividade física apenas 33,3 % (n=12) relataram pratica regular. Em relação ao IMC, constatou-
se que a maioria dos universitários avaliados neste trabalho apresentou estado nutricional
adequado. Quanto a prática de atividade física a maioria se mostrou inativa. Com base nos
resultados de consumo alimentar obtidos, é possível concluir que a frequência do consumo de
frutas, legumes e verduras na amostra estudada está muito aquém das propostas pelo
Ministério da Saúde, sendo necessária maior conscientização dos estudantes, que até pode
ocorrer ao longo do curso devido o contato deste com conteúdo sobre hábitos alimentares e de
vida saudáveis.
65
RELAÇÃO ENTRE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E FATORES DE RISCO PARA
DESENVOLVIMENTO DE DESORDENS METABÓLICAS EM ESTUDANTES DO CURSO DE
NUTRIÇÃO FAMINAS-BH
Aline Alves Ferreira Rafael Teixeira Mattos
Adriana Márcia Silveira (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Nutrição
Muitos estudos na população em geral identificam a obesidade, por meio do índice de massa
corporal (IMC) e a distribuição central de gordura corpórea, segundo circunferência de cintura
(CC), como fatores de risco para aumento da mortalidade. IMC é classificado pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como: baixo peso (IMC < 18,5kg/m2), peso normal (IMC ≥ 18,5 e <
25kg/m2), sobrepeso (IMC ≥ 25kg/m2 e < 30kg/m2) e obesidade (IMC ≥ 30kg/m2). Já a CC é um
dos indicadores mais utilizados no diagnóstico de obesidade central, sendo que os valores
esperados são variáveis dependendo da técnica da medida, gênero e da idade do indivíduo.
Mulheres podem ser consideradas portadoras de obesidade central se apresentarem CC >80 cm.
O objetivo do presente trabalho foi relacionar medidas antropométricas e fatores de risco para
desenvolvimento de desordens metabólicas de uma amostra de universitárias do 5° período do
curso de nutrição de uma faculdade particular em Belo Horizonte, no primeiro semestre letivo
do ano de 2015. Estudo do tipo transversal. Todas as aferições foram realizadas por acadêmicas
do 5° período do curso de Nutrição sob orientação e supervisão de um docente da instituição. A
avaliação antropométrica incluiu peso, altura, CC das universitárias que foram aferidos três
vezes sendo utilizado neste estudo o valor médio das três aferições, para posterior estimativa
do IMC, no qual foi dividido peso pela altura ao quadrado e CC o qual foi utilizado como indicador
do estado nutricional das participantes. Para a determinação da CC, utilizou-se uma fita métrica
flexível inextensível. Para obtenção do peso e altura foi utilizado balança analógica com
estadiômetro. Todas assinaram termo de consentimento livre e esclarecido para uso dos dados
obtidos. Foram 22 participantes, com idade entre 20 e 56 anos, todas do sexo feminino (100%).
Quanto ao IMC verificou-se que 68,19% (n=15) das participantes do trabalho estavam eutróficas,
13,63% (n=3) com sobrepeso, 9,09% (n=2) com quadro de obesidade e 9,09 % (n=2) com baixo
peso. No que concerne aos resultados da CC, evidenciou-se que 13,63% (=3) da amostra
apresentou risco elevado para o desenvolvimento de desordens metabólicas associadas ao
acúmulo de gordura na região abdominal. Diante dos resultados obtidos, constatou-se que a
maioria das universitárias avaliadas neste trabalho apresentou estado nutricional adequado,
sugerindo baixo risco para o desenvolvimento de possíveis doenças crônicas não transmissíveis,
o que pode ser considerado um resultado satisfatório. Uma possível justificativa para os
resultados encontrados no presente trabalho pode estar relacionada ao possível fato das alunas
adquirirem conscientização por meio de orientação adequada sobre hábitos saudáveis, durante
sua formação acadêmica, já que a pesquisa avaliou alunas que estavam no 5º período do curso.
66
A APLICAÇÃO DA COMPUTAÇÃO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE
CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO ENSINO DE MÚSICA
Bruno Soares Ferreira Gleisson Rodrigo dos Santos
Chiester Rosalvo Petronilho Andrade da Silva
Luci A. Nicolau (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações
Este artigo aborda o uso da computação e da tecnologia, como softwares e aplicativos
desenvolvidos para dispositivos móveis e computadores desktop, na educação infantil,
objetivando auxiliar no desenvolvimento escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem,
através do ensino de música. Neste trabalho entende-se por dificuldade de aprendizagem, o
déficit de atenção, dificuldade de absorver o conteúdo escolar e demais entraves que causam
um atraso no processo de entendimento das disciplinas escolares, por parte de crianças não
portadoras de síndromes e transtornos mentais. A computação contribui neste trabalho com
dispositivos, softwares e aplicativos relacionados a musicalização de forma geral, envolvendo a
dança, o canto, instrumentos musicais, entre outros, permitindo uma grande diversidade de
recursos de ensino, de acordo com o método escolhido pelo educador. O estudo tem como base,
informações de fontes científicas de autores que realizaram pesquisas nas áreas de inclusão
social, influência da música e da tecnologia na educação, extraída de livros e artigos publicados
que contemplam os temas em questão. O resultado deste trabalho mostra que a computação
pode ser aplicada na musicalização de crianças com dificuldade de aprendizagem, podendo
promover uma melhora no desempenho escolar destas crianças. Diante dos resultados
apresentados pelos autores que defendem o uso da Informática e da Música na educação, cria-
se a possibilidade de unir as duas áreas de maneira que facilite ainda mais o estudo por parte
dessas crianças, melhorando seu desenvolvimento e desempenho durante a educação básica.
67
A APLICAÇÃO DA COMPUTAÇÃO NO TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS EM
BELO HORIZONTE
Chiester Rosalvo Petronilho Andrade da Silva Bruno Soares Ferreira
Gleisson Rodrigo dos Santos
Luci A. Nicolau (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações Este artigo discute o desenvolvimento de um aplicativo para dispositivos mobile baseado em
sistemas de recomendação por colaboração e por conteúdo para usuários de transporte público
no município de Belo Horizonte. O aplicativo utiliza como entradas, não limitando a essas, todas
as linhas de ônibus de Belo Horizonte, seus respectivos horários, média de usuários por horário,
número de bairros cobertos por cada linha, interseção de linhas e a capacidade de passageiros
por tipo de ônibus. A análise combinada desses requisitos concatenada á técnicas
computacionais de recomendação permite que a partir de uma entrada, tal como, a linha,
horário e bairro destino escolhida por um determinado usuário, o aplicativo possa sugerir
opções de linhas de ônibus e mensagens de alerta para horários de fluxo intenso de utilização.
Os resultados esperados com a implantação do aplicativo incluem, não limitando, uma melhor
interação de usuários e o transporte coletivo municipal, transparência nos dados utilizados pelas
empresas de transporte público para definição de tipos de ônibus alocados para cada rota,
previsão e diagnóstico sobre quais horários apresentam maior demanda e liberdade de
planejamento para usuários. Considera-se que esse aplicativo possa minimizar as frequentes
superlotações por meio da otimização de passageiros entre linhas de ônibus, proporcionar um
maior conforto nas viagens e dar ao usuário a possibilidade de um melhor planejamento de seus
horários de embarque.
68
ATAQUES CIBERNÉTICOS: ANALISE DOS PRINCIPAIS IMPACTOS NO AMBITO
ORGANIZACIONAL Sheila Silva Martins
Mikaelly Vieira Gonçalves
Adriano Firmo de Paiva (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações Este estudo tem como objetivo analisar os principais impactos causados por ataques contra
sistemas de informação em ambientes corporativos. Diante dos riscos de evasão que as
organizações têm sofrido em relação de suas informações, será feito um estudo através de
levantamento bibliográfico onde objetiva-se identificar os tipos e características dos crimes
virtuais difundidos neste meio. Objetiva-se entender as causas mais comuns e seus respectivos
efeitos dentro do meio corporativo. Será pesquisado as metodologias já utilizadas na prevenção
de ataques e seu grau de efetividade. Será levantado os casos mais comuns de ataques
cibernéticos acometidos em meio ao âmbito organizacional para estudo e analise de resultados.
As relações em ambientes corporativos veem passando por profundas mudanças desde a
década de 80. Diante dos avanços e conquistas tecnológicas, tem-se identificado que as formas
de relacionamentos, ferramentas e estratégias corporativas tem sido diretamente afetada por
esta evolução. Parte destas mudanças estão diretamente ligadas a gestão do negócio uma vez
que o objetivo é trazer soluções de melhoria afim de aumentar a eficiência dos processos e
melhor gerir o negócio. Desde 2005 o CGI (Comitê Gestor da Internet do Brasil) tem feito
levantamentos sobre acessos às tecnologias de informação e em 2014 este apresentou para o
setor alguns números consideráveis. Observou-se que 74% das empresas informatizadas já
ofereceram algum tipo de acesso remoto em algum momento. 56% destes foram através de e-
mail. Através de sistema de computadores (Softwares) foi constatado que 56% dos
colaboradores tem acesso através deles. Arquivos e pastas da empresa também tem sido
acessado remotamente (45%). A pesquisa mostra que 71% das empresas informatizadas tem
acesso aos sistemas através de computadores portáteis e 22% através de tablets. As
organizações tiveram um grande ganho com toda esta evolução tecnológica nos últimos anos,
uma vez que estas tecnologias têm proporcionado aumento na produtividade e maior segurança
nas informações obtidas. Concomitantemente surge uma nova preocupação com o negócio,
visto que um dos maiores bens da organização, a informação, passam a ser acessadas através
da rede por aparelhos mobile, redes sociais, internet, e-mails, ERPS de forma interna nas
empresas e em alguns casos externamente indo de encontro com a tendência do Home Office
já utilizado por algumas organizações. Esta predisposição tecnológica acaba contribuindo para
consideráveis riscos também conhecidos no meio tecnológico como cibe crimes, cibeataques,
crimes virtuais ou ataques Hackers.
No que diz respeito aos tipos e características dos crimes virtuais tem-se como conceito que
existem dois tipos, sendo eles: Crimes virtuais próprios e crimes virtuais impróprios. Crimes
virtuais próprios é quando o mesmo é cometido através de uma máquina contra o bem jurídico,
a informação. Caracteriza-se por qualquer tipo de interferência aos dados informatizados
podendo ocorrer por exemplo através de roubo, modificação, alteração, invasão de dados
informatizados. Este ato pode ser concluído somente através destes ou contra ele e seus
69
periféricos. Crimes impróprios são os crimes em que o autor se apropria do computador como
meio para cometer condutas ilícitas contra o meio físico ou real, visando ameaçar ou lesar outros
bens não computacionais. Este pode ser um ato de calunia, difamação, injuria, pedofilia entre
outros.
Após a definição dos tipos e características de crimes virtuais, foram estudados alguns casos
para melhor entendimento. O estudo iniciou com o ataque cibernético sofrido pela Sony
Pictures em 2016, considerado como um crime virtual próprio e que foi um tipo de ataque
utilizado para mascarar o endereço de IP do computador, utilizando endereços falsos, podendo
assim atacar servidores ou computadores domésticos, pois não seria rastreado devido ao
endereço enviado ao destinatário ser fictício. Este também pode ser denominado como, IP
Spoofing. Outro caso estudado também considerado como um crime virtual próprio, foi o caso
que ocorreu com site de compras norte-americano eBay em 2014. Foi verificado que seu sistema
de segurança foi violado por hackers, permitindo o roubo de nomes de clientes, endereços de
e-mails encriptados e senhas de sua base de dados. A empresa garantiu que a vulnerabilidade
não expôs dados de cartão de crédito, mesmo assim recomendou-se que todos seus 154 milhões
de clientes trocassem suas senhas de acesso por precaução. O terceiro caso estudado foi o
ataque ao banco norte – americano JP Morgan no ano de 2014. Este ataque é considerado como
um crime virtual próprio. Foi necessário um mês para que fosse descoberto o ataque à 90
computadores da empresa e o caso veio à tona três meses depois, comprometendo 83 milhões
de contas bancárias (76 milhões de contas domésticas e 7 milhões de contas de pequenas
empresas). Os Responsáveis tiveram acesso a nomes, endereços, números de telefone e e-mails
de correntistas do JP Morgan. Outro crime acometido e considerado como improprio, foi o
sofrido em agosto de 2014 pela rede de restaurante P.F Chang’s, comprometendo 33 de suas
211 instalações, a mesma já havia sido alertada pelo serviço secreto norte – americano sobre os
problemas de segurança envolvendo roubo de dados de cartões de crédito e débito. Foi utilizado
um malware poderoso para roubar números de cartões, datas de validade e nomes dos clientes
do restaurante durante oito meses.
Quando ocorre um incidente de ataque tecnológico contra empresas causando prejuízos
juntamente surge o grande desafio de investiga-las como forma de descobrir seus agentes
através de vestígios em forma de informações digitais armazenadas em memorias e discos. Esta
pratica é conhecida como forense computacional e é utilizada atualmente como a metodologia
para tratar condutas ilegais. Conhecida também como forense de computadores, Forense
Digital, Perícia Computacional, Computação Forense dentre outras terminologias. Utilizada para
realizar investigações digitais com o objetivo principal a compreensão de eventos ocorridos, que
se aplicam a processos, etapas tradicionais de forense como a identificação, coleta, exame,
análise e resultados. A relação desse tipo de perícia é a mesma de qualquer forense com o
famoso princípio da “troca de Locard” onde, toda pessoa que passa pela cena de um crime deixa
algum rastro e leva algo consigo. De maneira similar, a pessoa que comete um crime virtual
deixa rastros no sistema, seja ele um pen drive ou um computador. Os rastros podem ser difíceis
de encontrar, em algumas situações, mas existem bons profissionais que são capazes de
encontra-los.
No momento atual, existe um padrão para a realização desse tipo de análise que segue algumas
etapas, que é a obtenção de dados, onde se segue um passo a passo em como se obter provas
do crime; a identificação, onde os fatos precisam ser separados dos fatores; a preservação onde
é preciso assegurar que os indícios extraídos não sejam corrompidos, danificados e destruídos;
análise etapa que se preocupa com os vestígios coletados; e a apresentação onde é preciso
70
enquadrar os indícios encontrados em formatos exigidos judicialmente. Além das etapas citadas,
é preciso o uso de algumas metodologias para garantir que os dados foram analisados
adequadamente como a admissibilidade, autenticidade, confiabilidade e se possui crédito o
entendimento e a clareza nas interpretações.
Espera-se que o levantamento feito através deste trabalho possa esclarecer os reais prejuízos
que as organizações estão suscetíveis a sofrer. Através dos casos estudados entende-se que os
ataques do tipo próprio podem causar maior impacto ao negócio gerando prejuízos financeiros,
a perda da qualidade nos serviços prestados, a imagem e reputação da empresa, os custos
adicionais para melhorar a segurança da rede, diminuição na confiança do consumidor e a perda
de propriedade intelectual e de informações confidenciais. Os casos do tipo improprio tem
menor impacto uma vez que não afetam diretamente os itens citados no contexto interior.
71
DISPOSITIVO DE INTEGRAÇÃO COM TRANSPORTE PÚBLICO PARA O AUXÍLIO DE
DEFICIENTES VISUAIS
John Everton Gonçalves Aguiar Santos Ana Carolina Teixeira Fonseca de Paula
Luci A. Nicolau (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações
O censo de 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) identificou
que no Brasil existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil
pessoas cegas e 6 milhões com baixa visão; considerando que esses cidadãos tem os mesmos
direitos que os demais cidadãos que não apresentam problemas a visão, há de promover
iniciativas para sua completa inclusão, logo isso inclui os transportes públicos. Tendo esse
cenário como base, esse artigo apresenta uma discussão sobre o desenvolvimento e
implantação de um dispositivo inteligente para auxílio de deficientes visuais, sejam eles com
perda parcial, total e congênita, ou adquirida da visão, na utilização de transporte público,
especificamente no uso do Transporte Rápido por Ônibus (Bus Rapid Transit -BRT) administrado
pela empresa BHTrans em Belo Horizonte e região metropolitana. A base teórica para o estudo
de viabilidade do projeto é o Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte -
PlanMobBH, que visa a mobilidade e tem como objetivo melhorar a infraestrutura dos
transportes públicos promovendo à acessibilidade a todos os cidadãos até 2030. A aplicação
desenvolvida faz uso do sistema já utilizado pela BHTrans, o SITBus, sistema de monitoramento
de informação e gestão utilizado nos painéis eletrônicos, apresentado aos usuários nos ônibus,
nas cabines de embarque e desembarque das linhas do BRT e de outras linhas que fazem
integração, permitindo que os usuários saibam em tempo real os horários previstos nos ônibus,
com oscilações de horários quando houver imprevistos, alteração nas rotas dos ônibus entre
outras informações. Acredita-se que a união do sistema SITbus da BHTrans com um dispositivo
inteligente, poderá resultar em uma única aplicação capaz de comunicar-se de forma dinâmica
com seus usuários, mostrando-lhes todas as informações necessárias para que possam usufruir
do transporte público de uma maneira simples e autônoma. Como resultados dessa junção,
espera-se conseguir que os deficientes visuais tenham uma maior acessibilidade ao utilizarem o
transporte público, pois com a utilização desse dispositivo os usuários poderão ter
independência ao se locomoverem pela cidade, possibilitando passeios, lazer, sem ficarem à
mercê do auxílio de terceiros, além de diminuir o problema enfrentado por eles que vai desde
seu deslocamento ao ponto, até seu embarque.
72
OTIMIZAÇÃO NA RECICLAGEM DO LIXO ELETRÔNICO
Eduardo Alves Amorim XXX (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações
O avanço da tecnologia tem alterado consideravelmente as interações humanas, por vezes,
trazendo benefícios e possibilitando um avanço em todas as áreas do conhecimento. Essas
tecnologias, invariavelmente, tendem a se tornar obsoletas e uma vez que não atendam mais às
expectativas, são substituídas. Nesse cenário de substituições periódicas, ao longo dos anos, o
número de descartes eletrônicos, considerados uma forma de poluição, cresceu
consideravelmente. A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê um acúmulo de 50 milhões
de toneladas de lixo eletrônico apenas no ano de 2017. Este artigo propõe medidas para a
automação do destino desse tipo de lixo e a otimização da reciclagem através de um sistema de
catalogação dos materiais que compõe o eletrônico, considerando o impacto ambiental como
um todo, fauna e flora, destacando que a reciclagem do lixo eletrônico poderá trazer uma
redução na quantidade de matéria prima retirada da natureza e utilizada nesses equipamentos,
tal como ouro e cobre. Sabendo da existência de registros para cada componente utilizado na
produção de um determinado eletrônico e que as empresas que produzem esse tipo de material
têm um controle de gastos e peças necessárias, emprega-se o processo de Logística Reversa, a
partir da qual pode-se registrar o que é produzido em detalhes. O primeiro passo desse trabalho
consiste em idealizar e implementar uma base de dados, a ser populada pelos fabricantes desses
produtos, inserindo dados de cada componente, composição química, e risco ambiental. A partir
dessa base de dados, o consumidor final, poderá ter acesso ao tipo e procedência do produto
que ele está levando para casa. Empresas de Reciclagem de Lixo Eletrônico com certificado e
licenciadas por órgãos ligados ao meio ambiente como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
(IBAMA) poderão consumir dessa base de dados para a destinação correta do lixo, uma vez que
ela terá acesso a toda estrutura do eletrônico, antes mesmo de desmontá-lo. Com a otimização
do processo de catalogar e facilidade de identificar os componentes, o número de eletrônicos
desmontado em 1 hora pode até triplicar. Os resultados dessa pesquisa pretendem expandir as
perspectivas para o processo de reciclagem, serviços de máquinas de desmontagens podem ser
desenvolvidos, esteiras de separação dos eletrônicos, coleta automatizada dos componentes e
analise de metais de risco.
73
UTILIZAÇÃO DE AGENTES INTELIGENTES EM AMBIENTES URBANOS: UM ESTUDO
SOBRE A RECOMENDAÇÃO DE ROTAS SECUNDÁRIAS.
Gleisson Rodrigo dos Santos
Chiester Rosalvo Petronilho Andrade da Silva
Bruno Soares Ferreira
Luci A. Nicolau (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações
Este artigo aborda como o uso da computação e da tecnologia podem auxiliar na reorganização
do espaço urbano, bem como os benefícios desse processo. A tecnologia atualmente está
interconectando coisas, pessoas, e coisas a pessoas, isso, utilizando desde um simples
smartphone, até toda uma cidade. Essa hiperconexão em ambientes urbanos são chamadas de
cidades inteligentes. Com uma concentração de pessoas cada vez maior em espaços urbanos, a
pressão sobre esse espaço cresce substancialmente, o que impacta na qualidade de vida de seus
habitantes de forma negativa. Cientes da situação atual dos ambientes urbanos e a necessidade
de uma melhora significativa em suas rotas de tráfego veicular, idealizou-se um agente
inteligente integrado a um sistema de mapas e departamentos de trânsito de um centro urbano.
Esse agente terá a capacidade de identificar quais locais tem fluxos excessivos de veículos e em
quais horários comumente ocorrem, a partir dessas percepções, fará recomendação de rotas
alternativas aos usuários, com o objetivo de minimizar os congestionamentos. Como resultado,
espera-se que a criação do agente inteligente inicialmente irá auxiliar condutores de veículos,
visto que esses poderão evitar locais propícios a engarrafamentos, além de oferecer
possibilidades para a reorganização do espaço urbano, através de sua capacidade de traçar rotas
alternativas/secundárias para o tráfego, poderia muitas vezes antecipar um possível
congestionamento, ressalta-se que esse sistema de recomendação por agentes inteligentes
poderá influenciar de forma positiva nos problemas vinculados a mobilidade urbana de veículos
nas cidades, permitindo assim, a melhoria na qualidade de vida, dos condutores desses veículos,
e dos moradores que residem nas regiões com maior incidência desse problema.
74
UTILIZAÇÃO DE HARDWARE DE BAIXO CUSTO EM PROJETOS DE INCLUSÃO SOCIAL
Fanuel Henrique Pereira Alves
XXX (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações
Atualmente estamos vivendo a Era da Informação, nesses dias informações de todo tipo e
natureza circulam pelo mundo digital, o que gera uma imensa disponibilidade dessas
informações. Assim sendo, é cada vez mais importante que a sociedade em geral tenha acesso
a esses conteúdos informativos, visando a conquista da cidadania, tomada de decisão para a
promoção de uma sociedade mais igualitária com expectativa de inclusão social. Diante desse
contexto, este trabalho visa elucidar a maneira como o computador de placa única Raspberry Pi
pode ser utilizado no desenvolvimento de projetos de inclusão social/digital, de modo que os
benefícios da utilização do mini computador nos contextos sócio-econômicos de poucos
recursos sejam apresentados. O estudo aborda quais tecnologias de hardware estão presentes
no hardware do Raspberry Pi e como elas podem ser utilizadas em conjunto com outros
hardwares e periféricos. Além disso, são abordadas as linguagens de programação utilizadas
para desenvolvimento de soluções com o dispositivo, exemplos de projetos que utilizam o
hardware e o apoio da comunidade de desenvolvedores. Para a elaboração do trabalho foram
realizadas pesquisas bibliográficas. O estudo evidencia que o hardware pode ser utilizado para
fins sociais em duas vertentes: (1) para fins de educação, onde o hardware não é utilizado em
projetos complexos em conjunto com outros hardwares. Em tal aplicação, o hardware é utilizado
como um PC, e os estudantes podem utilizar para objetivos de estudo diversos, tais como o
aprendizado de programação através do software Scratch, voltado para principiantes e o
aprendizado de matemática através do software GeoGebra. (2) para outros fins de inclusão
social, em que o hardware é utilizado como parte integrante de projetos e interage com diversos
outros tipos de tecnologia, como sensores, plataformas elevatórias, motores, câmeras, displays
e etc. O uso de computadores como o Raspberry Pi pode trazer benefícios importantes para a
sociedade mais carente, devido ao seu baixo preço, alta capacidade de processamento e sua
flexibilidade. Tais benefícios passam pela utilização do dispositivo em escolas públicas, por
exemplo, proporcionando menor custo com investimento em computadores; possibilidade de
aquisição de número suficiente de computadores para atender a todos os alunos; melhor
aproveitamento dos espaços dos laboratórios; computadores de capacidades de processamento
adequadas, visando atender de forma satisfatória os professores e alunos. Em tal aplicação, o
dispositivo pode ser utilizado não somente para o ensino da Computação, mas também em
outras áreas do conhecimento, como matemática, física, robótica, entre outros. Já observando
a questão de projetos diversos de hardware, nas universidades e escolas técnicas o uso de tal
dispositivo pode ser explorado, com disponibilização de cursos envolvendo o hardware, como
cursos de robótica, por exemplo, para que cada vez mais a comunidade de desenvolvedores
cresça, com o objetivo do surgimento de projetos que poderão fazer a diferença e melhorar o
cenário da inclusão social e digital.
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UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIGITAIS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA
Emerson Alves da Silva Eduardo Alves Amorim
(orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Sistemas de Informações
Esse trabalho discute como a Computação pode contribuir no ensino e aprendizado de
Matemática para alunos do ensino fundamental I e II, usando jogos digitais educativos. A
primeira versão do jogo está homologada apenas para o ambiente desktop e sistema
operacional Windows, uma que vez que essas são as infraestruturas predominantes nas escolas
públicas brasileiras. Inicialmente aluno (jogador) terá que realizar operações mentalmente,
onde a memorização das operações ficará mais fácil, de acordo com o avanço de fases as
operações irão aumentar sua complexidade gradativamente, levando em conta o nível de
instrução de cada período, a partir do segundo período, o jogo sempre irá apresentar um
conteúdo anterior, forçando assim o aluno a lembrar do que foi aprendido e lecionado na etapa
passada. Será apresentado durante o jogo, algumas história lúdica, no início, meio ou fim de
cada fase, fazendo com que não siga somete o ato de fazer operações matemáticas, atraindo
assim o interesse ao jogo apresentado, com o avanço do intelecto do aluno estas historias serão
voltada cada vez mais para casos onde envolva mais a matemática deixando de ser assim uma
fantasia, evoluindo para questões do contexto matemático, assim ao final de todo o período de
ensino fundamental de ensino a memória criará uma fixação de todo conteúdo e uma
sedimentação de conhecimento e com isto visando implementar uma didática diferenciada,
com intuito de não modificar atual e sim uma ajuda aos alunos como, ao fazer uma conta
manualmente o aluno pode associar ao jogo e lembrar não só a resposta mas como se faz.
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AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR: A INTELIGÊNCIA
LINGUÍSTICA A PARTIR DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Marlene Rosa dos Santos
(Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Pedagogia
A presente estudo constitui-se de um relato de experiência vivenciado a partir do
desenvolvimento do trabalho interdisciplinar supervisionado (TIS) realizado no 4º período do
curso de Pedagogia da Faminas-BH, cuja temática está inserida no título deste resumo. Nessa
direção, faz-se pertinente ressaltar que, sendo fontes de felicidade e prazer, os jogos e as
brincadeiras perpetuam-se no exercício da liberdade e representam a conquista de quem pode
ousar, decidir, aventurar, agir, sonhar, sentir com vigor para superar desafios recriando o tempo,
lugar e objetos. Nesse sentido, brincar com jogos e brincadeiras é colocar a imaginação em ação
onde a criança possa de maneira lógica e desafiadora desenvolver suas capacidades mentais
estimulando e ampliando o desenvolvimento das diversas inteligências, como a lógico-
matemática, a linguística, a musical, pictórica, a interpessoal, a ecológica, entre outras. De
acordo Antunes (2003, p.11) “a palavra jogo provém de jocu, substantivo masculino de origem
latim que significa gracejo”. Por meio do jogo a criança pode brincar naturalmente, testar
hipóteses, explorar toda sua espontaneidade criativa. Desse modo, jogar é essencial para que
ela manifeste e desenvolva sua criatividade utilizando suas potencialidades de maneira integral.
Diante disso, o TIS proposto foi estruturado a partir de uma abordagem de pesquisa qualitativa
e como procedimentos de pesquisa foram utilizados a revisão de literatura e um trabalho de
campo, para o qual foi construído e aplicado o “Jogo da Rima”, o qual objetivou: desenvolver a
consciência fonológica por meio da exploração dos sons finais das palavras; relacionar as
palavras quanto às semelhanças sonoras; perceber que palavras diferentes possuem partes
sonoras iguais; e identificar as silabas com unidade fonológica. O referido jogo foi aplicado em
uma turma do maternal III, na qual estavam presentes 10 crianças de 3 anos de idade, em uma
escola particular de Belo Horizonte, sob a supervisão de uma das autoras, que trabalha na
referida escola. Iniciamos com uma roda de conversa onde foi explicado o motivo da nossa visita
e o jogo. Na rodinha explicamos que íamos desenvolver um jogo de rima onde a criança
escolhida para começar deveria escolher a gravura que correspondesse a rima e completar a
parlenda que estava no tapete. E assim foi feito, a primeira criança jogou o dado para saber qual
parlenda começar, depois começamos a cantar e na ordem a primeira criança completava a
parlenda com a gravura correspondente a citada na música e assim uma a uma as crianças foram
completando as três parlendas. Assim percebemos que os jogos não servem como simples
entretenimento e sim como atividades que desenvolvem a inteligência linguística, entre outras
áreas de conhecimento. Notamos também vários comportamentos diferentes das crianças em
relação a aplicação do jogo. Podemos entre esses comportamentos citar o déficit no que se
refere a competência em associar as palavras rimadas nas parlendas com as figuras do jogo
apresentado e uma dificuldade na atenção e concentração por parte de algumas delas no
momento de prestar atenção nas parlendas cantadas. Ficou evidente também a grande
expectativa e curiosidade demonstrada em torno da apresentação do jogo. Entretanto pode-se
77
observar que a maioria da turma demonstrou facilidade em atender o objetivo relacionado ao
jogo trabalhado. Conclui se ainda que o jogo, bem como a aplicação do mesmo, foi de suma
importância para o desenvolvimento e aprimoramento da Inteligência Linguística, uma vez que
se propõe a associação do término das palavras por meio das rimas e de sua respectiva
identificação através das figuras confeccionadas com a participação do público alvo, já que a
proposta de rimar e o reconhecimento dessa proposta pelos alunos auxiliam na ideia de que as
palavras podem ser diferentes, possuindo significados diferentes mas com a terminação oral
igual ou semelhante entre elas, linguisticamente falando.
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INTERFERÊNCIA DE SITUAÇÕES DE CONFLITO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM:
DESAFIOS DO EDUCADOR Marlene Rosa dos Santos
(Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Pedagogia
Os conflitos são apresentados na literatura como uma realidade que pode estar presente nas
relações humanas. Originam-se na variedade de pontos de vistas, na pluralidade de interesses,
necessidades, expectativas e entre as diferentes formas de agir e de pensar. Normalmente, a
incidência de conflitos é predominante nos ambientes de convivência diária, entre eles as salas
de aula. A escola deve assumir um papel educativo, ou seja, tem como função transformar o ser
humano, capacitando-o para a vida. Neste contexto, as relações interpessoais, passaram a
ganhar uma dimensão imprescindível no âmbito do processo de ensino-aprendizado, ampliando
assim as exigências inerentes à função docente. As questões ligadas às situações de conflitos
entre alunos e entre professores e alunos são discussões que precisam ser incorporadas às
questões pedagógicas como aprendizagem a ser construída nas relações interpessoais na escola.
Analisar nas publicações cientifica as interferências de situações de conflitos no processo de
aprendizagem. O processo metodológico traduziu-se em uma pesquisa bibliográfica sobre as
interferências de conflitos no ensino, com ênfase para as competências e habilidades
apresentadas pelos docentes. A amostra final deste estudo é composta por 9 artigos e 2 livros.
A literatura recente descreve que o conflito escolar pode ter origem tanto fora como dentro da
escola. Conflitos gerados por meios extra-escolares por vezes têm raiz nos problemas sociais, de
sobrevivência, de qualidade de vida, de relações familiares. Porém, dentro da escola os aspectos
são diferentes, as raízes dos conflitos podem estar associadas aos aspectos como a proposta
curricular, a metodologia do professor, o desinteresse do aluno, a organização do espaço da sala
de aula, o tempo previsto para a realização das atividades pedagógicas, o descumprimento das
normas internas, tanto pelos professores quanto pelos alunos, dentre outros aspectos. Ressalta-
se a necessidade de desenvolver ações que diminuam os conflitos entre alunos e entre eles e os
professores, contribuindo dessa forma com melhores condições de trabalho e melhoria do
aprendizado dos alunos. Porém, os professores precisam possuir habilidades para lidar com
situações de conflitos, para transformar em oportunidades de crescimento. Os estudos apontam
que existem algumas dificuldades especificas que impossibilitam o processo de resolução de
conflitos no ambiente escolar, há elementos que apontaram que os professores conhecem as
diretrizes traçadas pela legislação, mas não têm compreensão da política como um todo, tendo
em mãos o poder para resolver grande parte dos conflitos. Além disso, a literatura retrata que
grande parte dos educadores não estão motivados ou preparados para enfrentar conflitos,
enfrentam determinadas atitudes dos alunos como se fossem afrontas pessoais, quando na
verdade podem estar sinalizando uma etapa do processo de desenvolvimento dos mesmos.
Torna-se necessário à implementação de estratégias diferenciadas de ensino no ambiente
escolar visando minimizar impactos no processo de ensino-aprendizagem. As relações
interpessoais na escola precisam ser vistas como uma nova aprendizagem a ser incluída nas
práticas educativas de forma a contribuir para a construção de um novo paradigma de formação
e minimização e resolução de conflitos oriundos das salas de aulas que podem ser considerados
como estopim para as desavenças futuras na sociedade.
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“OS ESOTÉRICOS DA LEI”: O “JURIDIQUÊS” COMO DISCURSO DE EXCLUSÃO
Stener Carvalho Fernandes Barbosa
Thays Magalhães e Silva
Fernando Gonçalves Coelho Júnior (Orientador)
FAMINAS-BH - Faculdade de Minas
Área do conhecimento: Direito
O Direito é um discurso. Sua aproximação com o poder é manifesta nas suas vontades, no corpo
das “leis” ou nos seus interstícios, mandos e desmandos. Seu vértice máximo de equidade é a
Justiça. Em se tratando de reflexão teórica, na filosofia do Direito, Justiça e Direito vivem
entrelaçados como meio e fim. Alguns autores, como Tércio Sampaio Ferraz Júnior, direcionam
a aplicação da Justiça ao plano pragmático do Direito. Com efeito, deveriam ser imbricados, pois
o juiz é o que “faz atuar” o Direito ao caso concreto por meio da equidade, ou melhor, pelo
princípio da igualdade. Para outros autores, como o civilista Carlos Roberto Gonçalves, deve o
Direito cumprir a sua função principal, isto é, pacificar conflitos. De um ponto a outro, seja o
Direito associado à Justiça, seja à ordem social, ele só se manifesta por meio de uma linguagem
específica. O Direito é um discurso, mas não qualquer um, é um discurso técnico-jurídico. Na
teoria da Linguagem, há aqueles que identificam o discurso como subsunção da exclusão. Em
sua aula inaugural proferida em 1970, em A Ordem do Discurso, Foucault sinalizou um discurso
sempre associado à exclusão, domínio e controle. Nada obstante, aproxima-se o Direito – um
discurso técnico-jurídico – do poder de “ordenar”, fundamentalmente emanado dos tribunais e
das “leis” com intuito de estabelecer um certo controle do universo jurisdicional. Trataremos
aqui, no presente texto, do Direito e sua relação com o Poder, a Justiça e a Linguagem. Mais
especificamente, trataremos da perspectiva obscura do Direito por meio do “juridiquês” como
discurso de exclusão. Outros teóricos do Discurso se dedicaram ao ato de linguagem. Este ocorre
entre emissor e receptor, mas não apenas no espaço interno do texto nem no sentido literal da
comunicação. Ele se relaciona com o espaço externo da realidade sócio-histórica. Melhor
dizendo, é a relação do texto com o contexto. Nesse sentido, ele nasce de circunstâncias
específicas, se realiza no ponto de encontro dos processos de produção e interpretação e é,
logicamente, encenado por dois sujeitos sendo um de fala e um agente receptivo. Este palco em
que o ato se manifesta é chamado de circuitos internos e externos ou dispositivo de encenação
da linguagem. Alguns exemplos de “juridiquês” estão permeados no universo do Direito. Isso
sempre caracterizado como ato de linguagem obscuro ao espaço externo da encenação.
Algumas vezes permeados por latinismos desnecessários, brocados arcaicos e adjetivos
enigmáticos. Mas, nem sempre por excesso de expressões antiquadas e em desuso
sociolinguístico. Às vezes pela simples utilização das “siglas” codificadas em decisões judiciais
como IRPM, IDPE, LCO OU LEP. Ora, a pergunta fundamental seria: quem ou o que é o IRMP e o
IDPE? Na esteira desse questionamento podemos nos perguntar o que significa LCO ou LEP.
Muito embora seja linguagem eminentemente jurídica tanto os institutos Livramento
Condicional quanto a Lei de Execuções Penais, as siglas caracterizam linguagem desviante da
ação comunicativa, além de exclusão de coerência só absorvida pelos “esotéricos da lei” donos
do espaço interno da encenação discursiva. No caso particular das siglas, sob a ótica de análise
do discurso, o desvio comunicativo de decisões judiciais talvez só ocorra porque se vislumbre a
80
economia linguística. É bem provável que ao invés de evocar os vocativos por extenso, por
exemplo, Ilustríssimo Representante do Ministério Público e Ilustríssimo Defensor Público
Estadual, tenha-se a preferência por IRMP e IDPE. Todavia, se tomarmos o “juridiquês” como
poder de exclusão à justiça e linguagem de fundo desviante, observaremos que essa prática se
amolda ao discurso de afastamento. Linguagem codificada, este registro afasta o jus do Direito,
isto é, o justo do jurídico. Mais especificamente, o jurisdicionado do jurisdicional. A Justiça
depende da lucidez da “lei”. Cabe-nos descortinar as aparências, iluminar a caverna de Platão.
É essencial a verdade no Direito.
81
OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA SE ALCANÇAR A “ZERO QUEBRA” DENTRO DA
TPM
AUTORES: Estêvão Souza e Silva, Felipe Henrique Ferreira dos Santos
Palavras chaves: “zero quebra”, qualidade total, TPM
RESUMO
No presente artigo se apresenta o conceito de “zero quebra” no que tange a definição e
contextualização dentro da TPM. Discorrerá também em torno de princípios a serem adotados
no processo produtivo para que alcance a ausência de interrupções. Sendo eles: melhoria das
pessoas, melhoria dos equipamentos e qualidade total.
ABSTRACT
The present article introduces the concept of "zero break" when it comes to setting and context
within the TPM . also will talk about principles to be adopted in the production process to reach
the lack of interruptions. Which are: improvement of people , improvement of equipment and
overall quality .
INTRODUÇÃO
Na presente pesquisa será tratado o tema da manutenção produtiva total dentro das
organizações. Um questionamento existente dentro das decisões corporativas do assunto está
em relação a como se alcançar o objetivo da “zero quebra” que é o objetivo dos processos
produtivos das grandes empresas atuais.
Diante dessa questão o artigo objetiva demonstrar através de uma pesquisa bibliográfica os
princípios e práticas indicadas pelos expoentes teóricas que levam a “zero quebra” bem como
os benefícios dos mesmos. Assim, esse trabalho se mostra relevante para o ambiente de
corporativo, tanto para profissionais que ocupam cargos da área quanto para estudantes dos
cursos de administração e áreas afins.
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PRINCÍPIO DE “ZERO QUEBRA”
Como já anunciado este artigo tem como conceito principal a ser descrito o princípio da “zero
quebra”. Este conceito em certo ponto ainda é recente no ambiente das organizações, ainda
sendo adotado por um número reduzido das mesmas. Para que se possa aprofundar no conceito
é necessário se realizar avaliação do contexto atual que levam as organizações a buscarem essa
nova política que engloba várias práticas de manutenção.
CONTEXTO ATUAL DA PRODUÇÃO
Como em outras áreas da administração organizações, novas tendências estão sendo
impulsionadas e influenciadas pelo contexto atual globalizado. Cada vez mais empresas estão
tendo suias rotinas alteradas por acontecimentos mais diversos possíveis. O perfil de clientes e
consumidores se mostram variados e de grande exigência. Isso tem alterado a relação entre
empresa e cliente levando a novas práticas nesse relacionamento principalmente no pós-venda
e nas características dos produtos. Isso leva a nova maneira de se fazer, de se produzir. Sobre
isso o autor DORNERLAS esclarece:
O mundo tem passado por várias transformações em curtos períodos de
tempo, principalmente no século XX, quando foi criado a maioria das
invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Geralmente essas
inovações são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de
como utilizar coisas já existentes,… ( DORNELAS, 2001. pg. 19)
Assim como o mesmo elucidou essas mudanças não se dão apenas em novos produtos ou
serviços ofertados, mas como os métodos e formas de se fazer nos mais distintos seguimentos
da economia. Isso leva a uma outra caraterística muito nítida recentemente que é a
competitividade. Em seu artigo o Congresso Virtual Brasileiro de Administração assim define
competitividade ao citar Porter: “a estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa
e sustentável contra as forças que determinam a competição industrial. O desafio enfrentado
pela gerência consiste em escolher ou criar um contexto ambiental em que as competências e
recursos da empresa possam produzir vantagens competitivas”.
83
Isso leva a compreensão de como as empresas foram levadas a buscar o máximo de eficiência
dos seus processos. Isso se deu de forma mais latente no setor produtivo que possui ligação
direta com os resultados da empresa. Ao longo do tempo, os processos produtivos foram se
tornando cada vez mais mecanizados, a participação das máquinas nas atividades dos parques
fabris estiveram diretamente relacionados com aumento da eficiência dos mesmos. O autor
Laugani (2006) denomina essa nova realidade como engenharia industrial e demonstra que essa
veio acompanhada de novos conceitos de gestão como: linha de montagem, controle estatístico
da qualidade e manutenção preventiva.
O CONCEITO DE “ZERO QUEBRA”
Como demonstrado anteriormente com o advento do uso em grande escala de máquinas a
necessidade de uma gestão adequada desse recurso para que se alcance dos resultados. A
quebra desses equipamentos levando a paralisação dos mesmos ou seu desempenho
comprometido interfere diretamente na eficiência de todo processo e consequentemente do
resultado da empresa como um tempo. Isso é uma constatação aparente fácil de realizar, porém
estar ciente disso, possibilita gerir melhor as ações principalmente no que tange a manutenção
das mesmas.
O conceito de “zero quebra” ainda é recente nos anais acadêmicos, mostrando um assunto
propício para novas pesquisas da área de logística e de materiais. É notório também que tem
grande relevância para a prática empresarial visto que lida com questões intimamente ligadas
ao resultado operacional dos processos produtivos. Sobre essa ideia o autor MARTINS E
LAUSANI (2006) discorre:
Hoje, dentro dos conceitos modernos, já se adota o princípio de zero quebra,
isto é, não se admite mais a interrupção do processo produtivo em
decorrência da parada de um equipamento, o que colocaria por terra os
princípios do just-in-time, que prevê um fluxo ininterrupto de materiais e
serviços. ( MARTINS E LAUSANI, 2006. pg. 468)
Como se mostra, a parada do processo produtivo inviabiliza o alcance dos princípios do just-in-
time, esse conceito está em volta da ideia de produção puxada que organiza todo processo a
84
partir da demanda do cliente. Isso é exercido através de uma produção enxuta que leva a
menores custos e adoção de prazos e quantidades cada vez mais justas para atender os clientes.
Logo, pode-se inferir que a parada de todo o processo ou parte dele incorre em grandes
prejuízos, dando assim relevância ao entendimento da “zero quebra”.
A “zero quebra” é o objetivo da manutenção produtiva total. O Autor FIGUEIREDO discorre
sobre esse assunto: “significa a busca do limite máximo da eficiência do sistema de produção,
atingindo zero de acidente, zero defeito e zero quebra/falha, ou seja, a eliminação de todos os
tipos de perda. Em outras palavras, não significa simplesmente a busca da produtividade, mas
alcançar a verdadeira eficiência através do zero acidente e zero defeito”. Diante percebe a
importância desse assunto, é necessário, entretanto, buscar informações sobre as práticas e
métodos a serem estabelecidos para que essa realidade seja alcançada.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA TPM
Tem-se por TPM a manutenção produtiva total. Segundo MARTINS E LAUSANI (2006) essa não
é apenas uma maneira de se trabalhar, mas se mostra como uma filosofia gerencial, lida com a
maneira como as pessoas lidam com os problemas, gerando assim a preocupação com a
preparação do processo produtivo com o intuito de garantir as melhores condições para o
mesmo.
Dentro da criação acadêmica atual existem autores que trabalham oito pilares da TPM, já outros
os resumem em três. Por questões didáticas e de objetivos nessa pesquisa se terá como norte o
pensamento dos supracitados MARTINS E LAUSANI (2006) que trabalham tpês princípios sendo
eles: melhoria das pessoas, melhoria dos equipamentos e qualidade total.
MELHORIA DAS PESSOAS
Ao longo do tempo a maneira como foi abordado o material humano de uma empresa foi
mudando, seguindo os novos métodos de gestão. Atualmente, o setor de recursos humanos é
visto como estratégico dentro das organizações tendo ferramentas múltiplas para avaliar,
treinar e desenvolver seu quadro de colaboradores.
85
Seguindo no pensamento dos autores que apresentam a melhoria das pessoas como princípio
fundamental para se alcançar a “zero quebra”. Segundo eles:
sem desenvolvimento, preparação e motivação das pessoas é praticamente
impossível atingir um nível adequado de aplicação da filosofia TPM. Todos os
programas iniciam-se com um treinamento do pessoal. A
multifuncionalidade deverá ser atingida; ( MARTINS E LAUSANI, 2006. pg.
469)
Como demonstrado acima nas pessoas se concentra grandes possibilidades de ganho na gestão
do maquinário e equipamentos da empresa. Quando os recursos humanos têm uma visão
estratégica de sua atuação no parque industrial, os mesmos conseguem adequar a utilização à
demanda. Isso proporciona um melhor aproveitamento assim como possibilidades de
identificação de anomalias e de possíveis problemas. O autor Russomano (2000) apresenta
como exemplo dessa condição o fato desses operadores poderem realizar a manutenção
rotineira em seus próprios equipamentos que utilizam.
MELHORIAS DOS EQUIPAMENTOS
Este princípio lida com investimentos em melhoria contínua, está diretamente relacionado e
inserido dentro do contexto de melhoria contínua dos métodos japoneses de qualidade. É
necessário destacar que a evolução tecnológica é algo hoje quase que imposto as empresas pelo
mercado, considerando-se que, a competitividade exige uma busca acirrada por vantagens
tanto de redução de custos quanto de aumento de resultados. E no processo produtivo isso se
reflete na melhoria das máquinas entre outros. Os autores MARTINS E LAUSANI (2006)
demonstram que essa busca é verdadeira:
A teoria da TPM advoga que todos os equipamentos podem e devem ser
melhorados, conseguindo-se, a partir daí, grandes ganhos de produtividade.
É falso supor que uma fábrica, para ser moderna e de alta produtividade,
deve contar com equipamentos novos. MARTINS E LAUSANI, 2006. pg. 469)
86
Pode-se perceber tomando como base o discurso dos autores que a melhoria de equipamentos
não é algo sem propósito, mas esta tem como objetivo a adequação aos métodos e metas da
empresa, logo, influi-se que às máquinas precisam atender as especificações de produtos e de
demandas existentes para organização em determinado momento.
QUALIDADE TOTAL
O conceito de “zero quebra” não está isolado dos outros métodos de gestão de uma empresa e
sozinho não produz os resultados que se espera. O mesmo está interligado a uma série de
práticas de qualidade total. O autor RUSSOMANO (2000) define como ferramenta que é
relevante e indispensável ao método just-in-time no qual são retirados os retrabalhos e
garantidos ausências de defeitos nos resultados.
Ao articular esses princípios MARTINS E LAUSANI (2006) estabelecem: “a TPM é parte integrante
dos conceitos de qualidade total, já tão difundidos entre nós. A implantação de um programa
da TPM deve caminhar paralelamente à implantação de um programa de melhoria da qualidade
e da produtividade”. Pode-se inferir que é necessário uma integração e cooperação entre os
setores da empresa e da produção para que alcance a “zero quebra”.
CONCLUSÃO
Diante da realização da pesquisa alguns pontos precisam ser ressaltados. Primeiro é que esse
assunto de maneira nenhuma foi esgotado nesse trabalho, pois o mesmo se mostra um princípio
de discussão e pode ainda ser mais desenvolvido em outras pesquisas. Outro ponto que o
processo de “zero quebra” é baseado em princípios da TPM que possibilita o alcance dos
resultados perseguidos pelo just-in-time. Pode-se entender também o conceito abordado na
pesquisa se dá em torno do fato de como se alcançar a ausência de interrupções no sistema
produtiva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BROWN, Steven. Administração da Produção e Operações: Um Enfoque Estratégico Na Manufatura e Nos Serviços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. DORNELAS, José Carlos Assis, Transformando idéias em nogócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,2005.
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FILHO, Gil Branco. Curso Planejamento e Controle de Manutenção-PCM, 2003, ABRAMAN Regional PR/SC.- Curitiba-PR. MARTINS E LAUGENI, Petrônio G, Fernando Piero. Administração da Produção. Editora Saraiva – 2 edição. São Paulo, 2006. MORAES, Paulo Henrique de Almeida. Manutenção produtiva total: estudo de caso em uma empresa automobilística. Taubaté: UNITAU, 2004 NAKAJIMA, S. Introdução ao TPM: Total productive Maintenace. São Paulo: IMC internacional educativos, 1989. SLACK, Nigel. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1999. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. TAKAHASHI, Y ; OSADA, T. Manutenção Produtiva Total. 2.ed. São Paulo: Instituo IMAN, 2000. 322p.