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Matemática9º ano do Ensino Fundamental
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DAEDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ
SAEP2012
ISSN 2316-7602
SEÇÃO 1
Avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio
SEÇÃO 2
Interpretação de resultados e análises pedagógicas
SEÇÃO 3
Os resultados desta escola
SEÇÃO 4
Desenvolvimento de capacidades
EXPERIÊNCIA EM FOCO
REVISTA PEDAGÓGICA
ISSN 2316-7602
Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná
Revista PedagógicaMatemática
9º ano do Ensino Fundamental
S a e p
GOVERNO DO PARANáBETO RICHA
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOFLÁVIO ARNS
DIRETORIA GERALJORGE EDUARDO WEKERLIN
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOELIANE TEREZINHA VIEIRA ROCHA
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAISEZIQUIEL MENTA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BáSICAMARIA CRISTINA THEOBALD
COORDENAÇÃO DE PLANEjAMENTO E AVALIAÇÃOKATYA APARECIDA DE CARVALHO PRUST
COM A PALAVRA, A SUPERINTENDENTE
O Paraná desponta no cenário nacional por suas ações inovadoras e efi cazes que consolidam e evidenciam
uma educação efetiva, com políticas públicas coerentes desenvolvidas por meio de programas e projetos
que buscam assegurar o ensino e a educação a todos os paranaenses, articulados por princípios de uma
educação emancipadora.
A emancipação se destaca pela importância que assume na vida dos cidadãos e no cotidiano das
instituições escolares, a partir do momento que contribui para a formação humana em todas as suas
dimensões; sendo assim, esse princípio perpassa a política educacional em sua totalidade, incluindo a
Educação Básica e suas modalidades.
A avaliação educacional em larga escala pode e deve ser incorporada de maneira extremamente positiva
ao cotidiano da escola. Acreditamos na avaliação como uma perspectiva relevante de olhar sobre o
processo educacional, tornando, desta forma, mais efi cazes as nossas políticas e estratégias destinadas a
dar consistência ao direito que todo cidadão tem de aprender.
Entendemos que a implantação do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep) pela
Secretaria de Estado da Educação - SEED - tem o intuito de compreender o que ocorre na escola para
com ela contribuir ainda mais, fornecendo aos professores informações sobre o desempenho de seus
alunos e possibilitando a defi nição de ações em cada escola.
O Saep vai além dos resultados médios de profi ciência ou produção de um indicador. Esta avaliação visa,
também, diagnosticar os fatores extra e intraescolares que interferem no desempenho dos alunos. Com
isso, será possível apontar novos caminhos para as escolas e para cada turma. Assim, SEED, NRE, escolas
e comunidade terão condições de redefi nir ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da
qualidade da educação.
Eliane Terezinha Vieira Rocha, Superintendente da Educação
SuMáRIo
2. INtERPREtação dE RESultadoS E
aNálISES PEdagógIcaS PágINa 14
1. avalIação: o ENSINo-aPRENdIzagEM coMo dESaFIo PágINa 10
EXPERIÊNcIa EM Foco
PágINa 68
4. dESENvolvIMENto dE caPacIdadES PágINa 57
3. oS RESultadoS dESta EScola PágINa 55
10 Saep 2012
um importante movimento em busca da qualidade
da educação vem ganhando sustentação em
paralelo às avaliações tradicionais: as avaliações
externas, que são geralmente em larga escala e
possuem objetivos e procedimentos diferenciados
daquelas realizadas pelos professores nas salas de
aula. Essas avaliações são, em geral, organizadas
a partir de um sistema de avaliação cognitiva
dos alunos e aplicadas, de forma padronizada,
a um grande número de pessoas. os resultados
aferidos pela aplicação de testes padronizados
têm como objetivo subsidiar medidas que visem ao
progresso do sistema de ensino e atendam a dois
propósitos principais: prestar contas à sociedade
sobre a efetividade dos serviços educacionais
oferecidos à população e implementar ações que
promovam a equidade e a qualidade da educação.
a avaliação em larga escala deve ser concebida
como instrumento capaz de oferecer condições
para o desenvolvimento dos alunos e só tem
sentido quando é utilizada, na sala de aula, como
uma ferramenta do professor para fazer com que
os alunos avancem. o uso dessa avaliação de
acordo com esse princípio demanda o seguinte
raciocínio: por meio dos dados levantados, é
possível que o professor obtenha uma medida
da aprendizagem de seus alunos, contrapondo
tais resultados àqueles alcançados no Estado e
até mesmo à sua própria avaliação em sala de
aula. verifi car essas informações e compará-las
amplia a visão do professor quanto ao seu aluno,
identifi cando aspectos que, no dia a dia, possam
ter passado despercebidos. desta forma, os
resultados da avaliação devem ser interpretados
Caro(a) Educador(a), a Revista Pedagógica apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação,
com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas
no trabalho pedagógico.
AVALIAÇÃO:O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO DESAFIO
1
2012
(*) O número de alunos avaliados é referente à disciplina de Língua Portuguesa.
O SAEP
o Sistema de avaliação da Educação Básica
do Paraná foi criado em 2012 e visa fomentar
mudanças em busca de uma educação
de qualidade. Foram avaliadas as escolas
estaduais do Paraná nas disciplinas de língua
Portuguesa e Matemática do 9º ano do Ensino
Fundamental e do 3° ano do Ensino Médio.
N° de alunos Previstos: 265.285
N° de alunos avaliados*: 193.278
% Percentual de participação: 72,9
72,9%
Revista Pedagógica 11
em um contexto específi co, servindo para a
reorientação do processo de ensino, confi rmando
quais as práticas bem-sucedidas em sala de aula
e fazendo com que os docentes repensem suas
ações e estratégias para enfrentar as difi culdades
de aprendizagem detectadas.
a articulação dessas informações possibilita
consolidar a ideia de que os resultados de
desempenho dos alunos, mesmo quando abaixo do
esperado, sempre constituem uma oportunidade
para o aprimoramento do trabalho docente,
representando um desafi o a ser superado em prol
da qualidade e da equidade na educação.
12 Saep 2012
(Composição dos cadernos) Página 19
o diagrama a seguir apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética,
indicando as páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados.
Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site http://www.educacao.pr.gov.br/saep2012
(Matriz de Referência) Página 16
Esse recorte se traduz em conhecimentos considerados essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação.
Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais.
A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino.
A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade.
A AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM LARGA ESCALA
Revista Pedagógica 13
Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação.
As informações disponíveis nesta Revista devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico.
A análise dos itens que compõem os testes elucida os conhecimentos desenvolvidos pelos alunos que estão em determinado Padrão de Desempenho.
Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho.
Os conhecimentos avaliados são ordenados de acordo com a complexidade em uma escala nacional, a qual permite verificar o desenvolvimento dos alunos.
(Escala de Proficiência) Página 20
(Composição dos cadernos) Página 19
Através de uma metodologia especializada, é possível obter resultados precisos, não sendo necessário que os alunos realizem testes extensos.
(Os Resultados desta Escola) Página 55
(Itens) Página 41
(Padrões de Desempenho) Página 39
(Experiência em foco) Página 68
14 Saep 2012
2
Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do Saep 2012, a Matriz de Referência, a Teoria de
Resposta ao Item (TRI) e a Escala de Proficiência.
INTERPRETAÇÃODE RESULTADOS E ANáLISES PEDAGóGICAS
MATRIZ DE REFERÊNCIA
Para realizar uma avaliação, é necessário defi nir o
conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação
em larga escala, essa defi nição é dada pela
construção de uma MatRIz dE REFERÊNcIa,
que é um recorte do currículo e apresenta os
conhecimentos defi nidos para serem avaliados. a
ldB Nº 9 394/96 estabelece em seu art. 9º que
“a união incumbir-se-á de: inciso Iv – estabelecer,
em colaboração com os Estados, o distrito
Federal e os Municípios, competências e diretrizes
para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental
e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e
seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar
formação básica comum;” e em seu art. 10º que
“os Estados incumbir-se-ão de: inciso III – elaborar
e executar políticas e planos educacionais, em
consonância com as diretrizes e planos nacionais
de educação, integrando e coordenando as
suas ações e as dos seus Municípios”. diante da
garantia legal em nosso país, estados e municípios
têm autonomia para elaborar suas próprias
orientações curriculares, desde que atenda a
premissa emanada pelo conselho Nacional
de Educação.
No Paraná temos as diretrizes curriculares
orientadoras da Educação Básica para a Rede
Estadual de Ensino, em que são consideradas
as características regionais e locais da
sociedade paranaense. desta forma, o Paraná
visa a desenvolver o processo de ensino e
aprendizagem em seu sistema educacional com
qualidade, atendendo às particularidades de seus
alunos. Pensando nisso, foi criada uma Matriz
de Referência específi ca para a realização da
avaliação em larga escala do Saep.
Revista Pedagógica 15
a Matriz de Referência do Saep baseou-se na
Matriz de Referência da Prova Brasil, no caderno
de Expectativas de aprendizagem e nas diretrizes
curriculares orientadoras da Educação Básica
do Estado do Paraná. Para compor a Matriz foram
defi nidas as expectativas consideradas básicas
para os estudantes dos períodos escolares
avaliados. tais expectativas foram descritas
sob a forma de capacidades e conhecimentos
específi cos, com o objetivo de garantir os requisitos
estabelecidos pelo modelo de avaliação adotado
e a utilização da escala de profi ciência do Saeb.
É importante ressaltar que a Matriz de Referência
não abarca todo o currículo, as diretrizes
curriculares orientadoras da Educação Básica do
Estado do Paraná e o caderno de Expectativas
de aprendizagem; portanto, não deve ser
confundida com eles nem utilizada como
ferramenta para a definição do conteúdo a ser
ensinado em sala de aula. os conhecimentos
selecionados para a composição dos testes são
escolhidos por serem considerados essenciais
para o período de escolaridade avaliado e por
serem passíveis de medição por meio de testes
padronizados de desempenho, compostos, na
maioria das vezes, apenas por itens de múltipla
escolha. há, também, outros conhecimentos
necessários ao pleno desenvolvimento do
aluno que não se encontram na Matriz de
Referência por não serem compatíveis com o
modelo de teste adotado. a avaliação em larga
escala pretende obter informações gerais,
importantes para se pensar a qualidade da
educação, porém, ela só será uma ferramenta
para esse fim se utilizada de maneira coerente,
agregando novas informações às já obtidas
por professores e gestores nas devidas
instâncias educacionais, em consonância com
a realidade local.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMáTICA - 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL - SAEP
TEMAS DESCRITOR CONHECIMENTOS
I – NÚMEROS E áLGEBRA
D2 Reconhecer números reais representados em diferentes contextos.
D3Reconhecer a decomposição ou composição de números naturais nas suas diversas ordens.
D6Resolver problemas com números reais envolvendo diferentes significados das operações
D7 Reconhecer/Identificar diferentes representações de um número racional.
D8Relacionar potências e raizes quadradas ou cúbicas com padrões numéricos ou geométricos.
D9 Resolver problemas envolvendo equações do 1º ou do 2º grau.
D10Resolver problemas que envolvam variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas.
D11 Determinar a solução de um sistema de equações do 1° grau.
D13 Identificar a representação algébrica que modela uma situação descrita em um texto.
D14 Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º grau.
D51 Resolver problemas que envolvam porcentagem.
D52 Resolver problemas envolvendo juros compostos.
II - GRANDEZAS E MEDIDAS
D15 Resolver problemas utilizando relações entre diferentes unidades de medida.
D16 Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas.
D17 Resolver problemas envolvendo o cálculo de áreas de figuras planas.
D19 Resolver problemas envolvendo medida da área total e/ou lateral de um sólido.
D20 Resolver problemas envolvendo noção de volume.
(M090136C2) Observe abaixo a tabela de preços dos salgados da lanchonete onde Luiz lanchou com seus amigos. Eles consumiram 4 coxinhas, 3 pastéis, 2 risoles e 1 enroladinho.
Produto PreçoPastel 1 real
Coxinha 2 reaisRisole 2 reais
Enroladinho 3 reais Quantos reais, no total, Luiz e seus amigos gastaram nessa lanchonete?A) 16 reais.B) 17 reais.C) 18 reais.D) 19 reais.
tema
O tema agrupa por afinidade um conjunto
de conhecimentos indicados pelos
descritores.
item
O item é uma questão utilizada nos testes de uma
avaliação em larga escala e se caracteriza por avaliar um único conhecimento indicado
por um descritor da Matriz de Referência.
16 Saep 2012
Elementos que compõem a Matriz
Descritores
Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas,
indicando os conhecimentos que serão avaliados por
meio de um item.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMáTICA9º ano do Ensino Fundamental
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMáTICA - 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL - SAEP
TEMAS DESCRITOR CONHECIMENTOS
I – NÚMEROS E áLGEBRA
D2 Reconhecer números reais representados em diferentes contextos.
D3Reconhecer a decomposição ou composição de números naturais nas suas diversas ordens.
D6Resolver problemas com números reais envolvendo diferentes significados das operações
D7 Reconhecer/Identificar diferentes representações de um número racional.
D8Relacionar potências e raizes quadradas ou cúbicas com padrões numéricos ou geométricos.
D9 Resolver problemas envolvendo equações do 1º ou do 2º grau.
D10Resolver problemas que envolvam variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas.
D11 Determinar a solução de um sistema de equações do 1° grau.
D13 Identificar a representação algébrica que modela uma situação descrita em um texto.
D14 Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º grau.
D51 Resolver problemas que envolvam porcentagem.
D52 Resolver problemas envolvendo juros compostos.
II - GRANDEZAS E MEDIDAS
D15 Resolver problemas utilizando relações entre diferentes unidades de medida.
D16 Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas.
D17 Resolver problemas envolvendo o cálculo de áreas de figuras planas.
D19 Resolver problemas envolvendo medida da área total e/ou lateral de um sólido.
D20 Resolver problemas envolvendo noção de volume.
III – FUNÇÕES D25Identificar a representação algébrica de uma função do 1º grau a partir dos dados de uma tabela.
IV – GEOMETRIAS
D36Identificar a localização /movimentação de objetos ou pessoas em mapas, croquis e outras representações gráficas.
D37 Resolver problemas que envolvam a localização de pontos no plano cartesiano.
D38 Identificar figuras bidimensionais por meio de suas propriedades e vice-versa.
D39 Reconhecer a ampliação ou redução de figuras bidimensionais ou tridimensionais.
D40Reconhecer o círculo ou a circunferência, seus elementos e algumas de suas relações.
D41Relacionar figuras tridimensionais à sua planificação ou vistas por meio de suas propriedades e vice-versa.
D42 Reconhecer polígonos semelhantes usando os critérios de semelhança.
D44 Reconhecer figuras tridimensionais por meio de suas características.
D45 Resolver problemas envolvendo o Teorema de Tales.
D47 Resolver problemas utilizando as propriedades dos polígonos.
IV -TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
D53 Identificar informações apresentadas em tabelas ou diferentes tipos de gráficos.
D54Resolver problemas envolvendo interpretação de informações apresentadas em tabelas ou diferentes tipos de gráficos.
D56 Resolver problemas envolvendo noções de análise combinatória.
D57 Resolver problemas que envolvam noções de probabilidade.
Revista Pedagógica 17
18 Saep 2012
TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI)
a teoria de Resposta ao Item (tRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e avaliar os
resultados obtidos pelos alunos nos testes, levando em consideração os conhecimentos
demonstrados e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a comparação entre testes
realizados em diferentes anos.
ao realizarem os testes, os alunos obtêm um determinado nível de desempenho nos
conhecimentos testados. Esse nível de desempenho denomina-se PRoFIcIÊNcIa.
a tRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo estatístico
capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o aluno respondeu em um
teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta três parâmetros:
• Parâmetro "A"
a capacidade de um item de discriminar, entre os alunos avaliados, aqueles que
desenvolveram os conhecimentos avaliados daqueles que não os desenvolveram.
• Parâmetro "B"
o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. os itens estão distribuídos
de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de
diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade.
• Parâmetro "C"
a análise das respostas do aluno para verificar aleatoriedade nas respostas: se for
constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de
grau elevado – o que é estatisticamente improvável, o modelo deduz que ele respondeu
aleatoriamente às questões.
o Saep utiliza a tRI para o cálculo de acerto do aluno. No final, a proficiência não depende
apenas do valor absoluto de acertos, depende também da dificuldade e da capacidade de
discriminação das questões que o aluno acertou e/ou errou. o valor absoluto de acertos
permitiria, em tese, que um aluno que respondeu aleatoriamente tivesse o mesmo resultado
que outro que tenha respondido com base em seus conhecimentos. o modelo da tRI evita
essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que
compõem os diferentes cadernos e os conhecimentos avaliados em relação ao contexto
escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos alunos ao longo do
tempo e entre diferentes escolas.
CaDeRNO
No 9º ano do Ensino Fundamental, em língua Portuguesa e Matemática, são 91 itens, divididos em 7 blocos, com 13 itens cada.
4 blocos formam um caderno, totalizando 52 itens, sendo 26 itens de língua Portuguesa e 26 itens de Matemática.
ao todo, são 21 modelos diferentes de cadernos.
= 1 item
i i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i i
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iii
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língua Portuguesa
Matemática
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iii
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COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS PARA A AVALIAÇÃO
Revista Pedagógica 19
20 Saep 2012
a EScala dE PRoFIcIÊNcIa foi
desenvolvida com o objetivo de traduzir
medidas em diagnósticos qualitativos
do desempenho escolar. Ela orienta, por
exemplo, o trabalho do professor com
relação aos conhecimentos que seus alunos
desenvolveram, apresentando os resultados
em uma espécie de régua onde os valores
obtidos são ordenados e categorizados em
intervalos ou faixas que indicam o grau de
desenvolvimento dos conhecimentos para
os alunos que alcançaram determinado
nível de desempenho.
Em geral, para as avaliações em larga escala
da Educação Básica realizadas no Brasil,
os resultados dos alunos em Matemática
são colocados em uma mesma Escala de
Proficiência definida pelo Sistema Nacional
de avaliação da Educação Básica (Saeb).
coNhEcIMENtoS dEScRItoRES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
localizar objetos em representações do espaço. d36 e d37 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. d38, d40, d41, d42 e d44 Reconhecer transformações no plano. d39 aplicar relações e propriedades. d45 e d47 utilizar sistemas de medidas. d15 Medir grandezas. d16, d17, d19 e d20 Estimar e comparar grandezas. * conhecer e utilizar números. d2, d3, d7 e d8 Realizar e aplicar operações. d6 e d51 utilizar procedimentos algébricos. d9, d10, d11, d13, d14, d52 e d25 ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.
d53 e d54 utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. d56 e d57
PadRõES dE dESEMPENho - 9º aNo do ENSINo FuNdaMENtal
Geometrias
Grandezas e Medidas
Números e álgebra e
Funções
Tratamento da Informação
* As aprendizagens envolvidas nesses conhecimentos não são avaliadas nesta etapa de escolaridade.
doMíNIoS
ESCALA DE PROFICIÊNCIA EM MATEMáTICA
Revista Pedagógica 21
Por permitirem ordenar os resultados de
desempenho, as Escalas são importantes
ferramentas para a interpretação dos
resultados da avaliação.
a partir da interpretação dos intervalos da
Escala, os professores, em parceria com a
equipe pedagógica, podem diagnosticar
os conhecimentos já desenvolvidos
pelos alunos, bem como aqueles que
ainda precisam ser trabalhados em sala
de aula, em cada etapa de escolaridade
avaliada. com isso, os educadores
podem atuar com maior precisão
na detecção das dificuldades dos
alunos, possibilitando o planejamento
e a execução de novas ações para o
processo de ensino-aprendizagem.
a seguir é apresentada a estrutura da
Escala de Proficiência.
coNhEcIMENtoS dEScRItoRES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
localizar objetos em representações do espaço. d36 e d37 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. d38, d40, d41, d42 e d44 Reconhecer transformações no plano. d39 aplicar relações e propriedades. d45 e d47 utilizar sistemas de medidas. d15 Medir grandezas. d16, d17, d19 e d20 Estimar e comparar grandezas. * conhecer e utilizar números. d2, d3, d7 e d8 Realizar e aplicar operações. d6 e d51 utilizar procedimentos algébricos. d9, d10, d11, d13, d14, d52 e d25 ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.
d53 e d54 utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. d56 e d57
PadRõES dE dESEMPENho - 9º aNo do ENSINo FuNdaMENtal
Geometrias
Grandezas e Medidas
Números e álgebra e
Funções
Tratamento da Informação
A gradação das cores indica a complexidade da tarefa.
ESCALA DE PROFICIÊNCIA EM MATEMáTICA
Abaixo do básico
Básico
Adequado
Avançado
22 Saep 2012
A ESTRUTURA DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA
Na primeira coluna da Escala são apresentados
os grandes domínios do conhecimento em
Matemática para toda a Educação Básica. Esses
domínios são agrupamentos de conteúdos
específicos que, por sua vez, agregam os
conhecimentos presentes na Matriz de Referência.
Nas colunas seguintes são apresentadas,
respectivamente, os conhecimentos presentes na
Escala de Proficiência e os descritores da Matriz
de Referência a eles relacionados.
os conhecimentos estão dispostos nas várias
linhas da Escala. Para cada um deles há diferentes
graus de complexidade representados por
uma gradação de cores, que vai do amarelo-
claro ao vermelho. assim, a cor amarelo-claro
indica o primeiro nível de complexidade dos
conhecimentos, passando pelo amarelo-escuro,
laranja-claro, laranja-escuro e chegando ao nível
mais complexo, representado pela cor vermelha.
Na primeira linha da Escala de Proficiência,
podem ser observados, numa escala numérica,
intervalos divididos em faixas de 25 pontos,
que estão representados de zero a 500.
cada intervalo corresponde a um nível e um
conjunto de níveis forma um PadRão dE
dESEMPENho. Esses Padrões são definidos
pela Secretaria de Estado da Educação e
representados em verde. Eles trazem, de forma
sucinta, um quadro geral das tarefas que os
alunos são capazes de fazer, a partir do conjunto
de conhecimentos que desenvolveram.
Para compreender as informações presentes na
Escala de Proficiência, pode-se interpretá-la de
três maneiras:
• Primeira
Perceber, a partir de um determinado domínio,
o grau de complexidade dos conhecimentos a
ele associados, através da gradação de cores ao
longo da Escala. desse modo, é possível analisar
como os alunos desenvolvem os conhecimentos
e realizar uma interpretação que contribua para
o planejamento do professor, bem como para as
intervenções pedagógicas em sala de aula.
• Segunda
ler a Escala por meio dos Padrões de
desempenho, que apresentam um panorama do
desenvolvimento dos alunos em um determinado
intervalo. dessa forma, é possível relacionar os
conhecimentos desenvolvidos com o percentual
de alunos situado em cada Padrão.
• Terceira
Interpretar a Escala de Proficiência a partir da
abrangência da proficiência de cada instância
avaliada: estado, NRE, município e escola.
dessa forma, é possível verificar o intervalo
em que a escola se encontra em relação às
demais instâncias.
Revista Pedagógica 23
conhecimentos descritos para este domínio
OS DOMÍNIOS E CONHECIMENTOS DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA
Geometrias
Professor, na Matemática, o estudo das geometrias é de fundamental
importância para que o aluno desenvolva várias capacidades,
tais como percepção, representação, abstração, levantamento e
validação de hipóteses, orientação espacial; além de propiciar o
desenvolvimento da criatividade. vivemos num mundo em que,
constantemente, necessitamos nos movimentar, localizar objetos,
localizar ruas e cidades em mapas, identificar figuras geométricas
e suas propriedades para solucionar problemas. o estudo deste
domínio pode auxiliar a desenvolver, satisfatoriamente, todos esses
conhecimentos, podendo, também, nos ajudar a apreciar, com outro
olhar, as formas geométricas presentes na natureza, nas construções
e nas diferentes manifestações artísticas. Estes conhecimentos são
trabalhados desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo
que, a cada ano de escolaridade, os alunos aprofundem e aperfeiçoem
o seu conhecimento neste domínio, desenvolvendo, assim, o
pensamento geométrico necessário para solucionar problemas.
localizar objetos em representações do espaço.
Identificar figuras geométricas e suas propriedades.
Reconhecer transformações no plano.
aplicar relações e propriedades.
Para auxiliar na tarefa de acompanhar o desempenho dos alunos, na seção Desenvolvimento de Capacidades, há uma
análise representativa da capacidade de Conhecer e utilizar números, abordando a perspectiva do seu ensino para esta
etapa e sugestões de atividades e recursos pedagógicos que podem ser utilizados pelo professor.
DOMÍNIOS E CONHECIMENTOS
ao relacionar os resultados a cada um
dos domínios da Escala de Proficiência e
aos respectivos intervalos de gradação de
complexidade de cada conhecimento avaliado,
é possível observar o nível de desenvolvimento
aferido pelo teste e o desempenho esperado
dos alunos nas etapas de escolaridade em que
se encontram.
Esta seção apresenta o detalhamento dos
níveis de complexidade dos conhecimentos nos
diferentes intervalos da Escala de Proficiência.
Essa descrição focaliza o desenvolvimento
cognitivo do aluno ao longo do processo de
escolarização e o agrupamento dos conteúdos
básicos para o aprendizado da Matemática para
toda a Educação Básica.
24 Saep 2012
LOCALIZAR OBjETOS EM REPRESENTAÇÕES DO ESPAÇO
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
um dos objetivos do ensino das geometrias em Matemática é propiciar ao aluno o desenvolvimento da
capacidade de localizar objetos em representações planas do espaço. Esta capacidade é desenvolvida
desde os anos iniciais do Ensino Fundamental por meio de tarefas que exigem dos alunos, por exemplo,
desenhar, no papel, o trajeto casa-escola, identificando pontos de referências. Para o desenvolvimento
desta capacidade, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são utilizados vários recursos, como a
localização de ruas, pontos turísticos, casas, dentre outros, em mapas e croquis. além disso, o uso do
papel quadriculado pode auxiliar o aluno a localizar objetos utilizando as unidades de medidas (cm, mm)
em conexão com o domínio de grandezas e Medidas. Nos anos finais do Ensino Fundamental, o papel
quadriculado é um importante recurso para que os alunos localizem pontos utilizando coordenadas. No
Ensino Médio os alunos trabalham as geometrias Plana, Espacial e analítica. Eles utilizam o sistema de
coordenadas cartesianas para localizar pontos, retas, circunferências entre outros objetos matemáticos.
cinza 0 a 150 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 150 a 200 pontos
alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 150 a 200 pontos na Escala, marcado pelo amarelo-
claro, estão no início do desenvolvimento deste conhecimento. Esses alunos são os que descrevem
caminhos desenhados em mapas e identificam objeto localizado dentro/fora, na frente/atrás ou em cima/
embaixo.
amarelo-escuro 200 a 250 pontos
alunos cuja proficiência se encontra no intervalo amarelo-escuro, 200 a 250 pontos na Escala, realizam
atividades que envolvem referenciais diferentes da própria posição, como, por exemplo, localizar qual
o objeto está situado entre outros dois. também localizam e identificam a movimentação de objetos e
pessoas em mapas e croquis.
laranja-claro 250 a 300 pontos
o laranja-claro, 250 a 300 pontos na Escala , indica um novo grau de complexidade deste conhecimento.
Neste intervalo, os alunos associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual.
Por exemplo: dada uma trajetória entre duas localidades, no mapa, o aluno verifica qual a descrição
textual que representa esse deslocamento e vice-versa.
laranja-escuro 300 a 375 pontos
No intervalo de 300 a 375 pontos, cor laranja-escuro, os alunos já realizam atividade de localização,
utilizando sistema de coordenadas em um plano cartesiano. Por exemplo: dado um objeto no plano
cartesiano, o aluno identifica o seu par ordenado e vice-versa.
Revista Pedagógica 25
IDENTIFICAR FIGURAS GEOMéTRICAS E SUAS PROPRIEDADES0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às figuras
bidimensionais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos deparamos com diferentes formas
geométricas – arredondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas dentre muitas outras.
a percepção das formas que estão ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças, mesmo antes de
entrarem na escola. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os alunos começam a desenvolver a
capacidade de reconhecimento de formas utilizando algumas características das figuras planas (um dos
elementos que diferencia o quadrado do triângulo é o número de lados) e tridimensionais (distinguem a
forma esférica de outras formas). Nas séries finais do Ensino Fundamental, são trabalhadas as principais
propriedades das figuras geométricas. No Ensino Médio, os alunos identificam várias propriedades das
figuras geométricas, entre as quais destacamos o teorema de Pitágoras, propriedades dos quadriláteros,
dentre outras.
cinza 0 a 125 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 125 a 200 pontos
No intervalo de 125 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, os alunos começam a desenvolver
a capacidade de associar objetos do cotidiano às suas formas geométricas.
amarelo-escuro 200 a 250 pontos
No intervalo de 200 a 250 pontos, representado pelo amarelo-escuro, os alunos começam a desenvolver
a capacidade de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando como atributo o número de lados. assim,
dado um conjunto de figuras, os alunos, pela contagem do número de lados, identificam aqueles que são
triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os alunos identificam suas propriedades
comuns e suas diferenças, utilizando o número de faces.
laranja-claro de 250 a 300 pontos
alunos cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos identificam algumas características de
quadriláteros relativas a lados e ângulos e, também, reconhecem alguns polígonos, como pentágonos,
hexágonos entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros,
identificam as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. com relação aos sólidos geométricos,
esses alunos identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano
e reconhecem algumas características dos corpos redondos. a partir das características dos sólidos
geométricos, os alunos discriminam entre poliedros e corpos redondos, bem como identificam a planificação
do cubo e do bloco retangular. o laranja-claro indica o desenvolvimento desses conhecimentos.
26 Saep 2012
laranja-escuro de 300 a 375 pontos
No intervalo-laranja escuro, 300 a 375 pontos na Escala , os alunos reconhecem um quadrado fora de sua
posição usual. É muito comum, ao rotacionarmos um quadrado 90 graus, os alunos não identificarem a
figura como sendo um quadrado. Nesse caso, os alunos consideram essa figura como sendo um losango.
Em relação às figuras tridimensionais, os alunos identificam alguns elementos dessas figuras como, por
exemplo, faces, vértices e bases, além de contarem o número de faces, vértices e arestas dos poliedros.
ainda, em relação às figuras planas, os alunos reconhecem alguns elementos da circunferência, como
raio, diâmetro e cordas. Relacionam os sólidos geométricos às suas planificações e também identificam
duas planificações possíveis do cubo
vermelho acima de 375 pontos
alunos que apresentam proficiência a partir de 375 pontos já desenvolveram os conhecimentos referentes
aos níveis anteriores e, ainda, identificam a quantidade e as formas dos polígonos que formam um prisma,
bem como identificam sólidos geométricos a partir de sua planificação (prismas e corpos redondos) e vice-
versa. a cor vermelha indica o desenvolvimento destes conhecimentos.
RECONHECER TRANSFORMAÇÕES NO PLANO0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Existem vários tipos de transformações no plano. dentre elas, podemos citar as isometrias que têm como
características a preservação de distâncias entre pontos do plano, como translações, rotações e reflexões e
as transformações por semelhança que preservam a forma, mas não preservam, necessariamente, o tamanho.
São conhecimentos que dizem respeito às transformações por semelhança e, devido à sua complexidade,
começam a ser desenvolvidos em níveis mais altos da Escala de Proficiência.
cinza 0 a 325 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 325 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 325 a 350 pontos
alunos que se encontram entre 325 e 350 pontos na Escala, marcado pelo amarelo-claro, começam a
desenvolver estes conhecimentos. Esses alunos são os que resolvem problemas envolvendo escalas e
constante de proporcionalidade.
amarelo-escuro 350 a 375 pontos
o amarelo-escuro, 350 a 375 pontos, indica que os alunos com uma proficiência que se encontra neste
intervalo já realizam tarefas mais complexas, pois reconhecem a semelhança de triângulos a partir da
medida de seus ângulos, bem como comparam áreas de figuras planas semelhantes desenhadas em
uma malha quadriculada, obtendo o fator multiplicativo.
Revista Pedagógica 27
APLICAR RELAÇÕES E PROPRIEDADES0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
a resolução de problemas é uma capacidade cognitiva que deve ser desenvolvida na escola. o ensino da
Matemática pode auxiliar nesse desenvolvimento considerando que a resolução de problemas não é o
ponto final do processo de aprendizagem e sim o ponto de partida da atividade matemática, propiciando
ao aluno desenvolver estratégias, levantar hipóteses, testar resultados, utilizar conceitos já aprendidos
em outros conteúdos. No campo das geometrias, espera-se que os alunos consigam aplicar relações e
propriedades das figuras geométricas – planas e não planas – em situações-problema.
cinza 0 a 300 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 300 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 300 a 350 pontos
o amarelo-claro, de 300 a 350 pontos na Escala, indica que os alunos trabalham com ângulo reto e
reconhecem esse ângulo como sendo correspondente a um quarto de giro. Em relação às figuras
geométricas, aplicam o teorema da soma dos ângulos internos de um triângulo para resolver problemas
e diferenciar os tipos de ângulos: agudo, obtuso e reto. Em relação ao estudo do círculo e circunferência,
esses alunos estabelecem relações entre as medidas do raio, diâmetro e corda.
amarelo-escuro 350 a 375 pontos
No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 350 a 375 pontos, os alunos resolvem problemas
geométricos mais complexos, utilizando o teorema de Pitágoras e a lei angular de tales. também
resolvem problemas envolvendo o cálculo do número de diagonais de um polígono e utilizar relações
para o cálculo da soma dos ângulos internos e externos de um triângulo. Em relação ao estudo do
círculo e circunferência, esses alunos calculam os ângulos centrais em uma circunferência dividida em
partes iguais.
laranja-claro 375 a 400 pontos
alunos cuja proficiência se encontra entre 375 e 400 pontos, marcada pelo laranja-claro, resolvem
problemas mais complexos, envolvendo o teorema de Pitágoras e relações métricas no triângulo retângulo.
28 Saep 2012
UTILIZAR SISTEMAS DE MEDIDAS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
um dos objetivos do estudo de grandezas e Medidas é propiciar ao aluno o desenvolvimento da
capacidade de utilizar sistemas de medidas. Para o desenvolvimento desta capacidade, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, podemos solicitar aos alunos que marquem o tempo por meio de calendário.
destacam-se, também, atividades envolvendo culinária, o que possibilita um rico trabalho, utilizando
diferentes unidades de medida, como o tempo de cozimento (horas e minutos) e a quantidade dos
ingredientes (litro, quilograma, colher, xícara, pitada e outros). os alunos utilizam também outros sistemas
de medidas convencionais para resolver problemas.
cinza 0 a 125 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 125 a 175 pontos
No intervalo de 125 a 175 pontos, representado pelo amarelo-claro, os alunos estão no início do
desenvolvimento deste conhecimento. Eles leem horas inteiras em relógio analógico.
conhecimentos descritos para este domínio
Grandezas e Medidas
o estudo de temas vinculados a este domínio deve propiciar aos
alunos conhecer aspectos históricos da construção do conhecimento;
compreender o conceito de medidas, os processos de medição e a
necessidade de adoção de unidades padrão de medidas; resolver
problemas utilizando as unidades de medidas; estabelecer conexões
entre grandezas e Medidas com outros temas matemáticos como,
por exemplo, os números racionais positivos e suas representações.
através de diversas atividades, é possível mostrar a importância
e o acentuado caráter prático das grandezas e Medidas, para
poder, por exemplo, compreender questões relacionadas a outras
áreas de conhecimento, como as ciências Naturais (temperatura,
velocidade e outras grandezas) e a geografia (escalas para mapas,
coordenadas geográficas). Estes conhecimentos são trabalhados
desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo que, a
cada ano de escolaridade, os alunos aprofundem e aperfeiçoem a
sua capacidade neste domínio.
utilizar sistemas de medidas.
Medir grandezas.
Estimar e comparar grandezas.
Revista Pedagógica 29
amarelo-escuro 175 a 225 pontos
No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 175 a 225 pontos, os alunos leem horas e minutos em
relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas relacionando diferentes unidades
de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, minutos e horas), bem como,
estabelecer relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos.
Em relação à grandeza comprimento, os alunos resolvem problemas relacionando metro e centímetro.
Quanto à grandeza Sistema Monetário, identificam quantas moedas de um mesmo valor equivalem a
uma quantia inteira dada em reais e vice-versa.
laranja-claro 225 a 300 pontos
alunos que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos, marcada pelo laranja-claro,
desenvolvem tarefas mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses alunos relacionam
diferentes unidades de medidas como, por exemplo, o mês, o bimestre e o ano. Eles estabelecem
relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando da grandeza
Sistema Monetário, resolvem problemas de trocas de unidades monetárias, que envolvem um
número maior de cédulas e em situações menos familiares. Resolvem problemas realizando cálculo
de conversão de medidas das grandezas comprimento (quilômetro/metro), massa (quilograma/
grama) e capacidade (litro/mililitro).
laranja-escuro 300 a 350 pontos
No intervalo de 300 a 350 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os alunos resolvem problemas realizando
conversão e soma de medidas de comprimento (quilômetro/ metro) e massa (quilograma/grama). Neste
caso, os problemas envolvendo conversão de medidas assumem uma complexidade maior do que
aqueles que estão na faixa anterior.
vermelho acima de 350 pontos
Percebe-se que, até o momento, os conhecimentos requeridos dos alunos para resolver problemas
utilizando conversão de medidas envolvem as seguintes grandezas: comprimento, massa, capacidade.
há problemas que trabalham com outras grandezas como, por exemplo, as grandezas volume e
capacidade estabelecendo a relação entre suas medidas – metros cúbicos (m³) e litro (l). acima de
350 pontos na Escala de Proficiência, as capacidades relacionadas a este conhecimento apresentam
uma maior complexidade. Neste nível, os alunos resolvem problemas envolvendo a conversão de m³
em litros. a cor vermelha indica que estes conhecimentos foram desenvolvidos.
MEDIR GRANDEZAS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
outro objetivo do ensino de grandezas e Medidas é propiciar ao aluno o desenvolvimento da capacidade
de medir grandezas. Esta capacidade é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental quando, por
30 Saep 2012
exemplo, solicitamos aos alunos para medirem o comprimento e largura da sala de aula usando algum objeto
como unidade. Este é um conhecimento que deve ser amplamente discutido com os alunos, pois, em razão
da diferença dos objetos escolhidos como unidade de medida, os resultados encontrados serão diferentes.
E perguntas como: “Qual é a medida correta?” É respondida da seguinte forma: “todos os resultados são
igualmente corretos, pois eles expressam medidas realizadas com unidades diferentes.” ainda nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, também é trabalhada a capacidade de medir a área e o perímetro de figuras
planas, a partir das malhas quadriculadas ou não. Nos anos finais do Ensino Fundamental, os alunos resolvem
problemas envolvendo o cálculo de perímetro e área de figuras planas e problemas envolvendo noções de
volume (paralelepípedo). No Ensino Médio, os alunos resolvem problemas envolvendo o cálculo do volume de
diferentes sólidos geométricos (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera) e problemas envolvendo a área total de
um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera).
cinza 0 a 150 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 150 a 225 pontos
No intervalo de 150 a 225 pontos na Escala, representado pela cor amarelo-claro, os alunos resolvem
problemas de cálculo de área relacionando o número de metros quadrados com a quantidade de
quadradinhos contida em um retângulo desenhado em malha quadriculada.
amarelo-escuro 225 a 275 pontos
alunos cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos, representada pelo amarelo-escuro, realizam
tarefas mais complexas, comparando e calculando áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas.
Em relação ao perímetro, demonstram a capacidade de identificar os lados e, conhecendo suas medidas,
calcular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada, bem como
calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. ainda, reconhecem que a medida
do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade quando os lados
dobram ou são reduzidos à metade.
laranja-claro 275 a 325 pontos
No intervalo representado pelo laranja-claro, de 275 a 325 pontos na Escala, os alunos calculam a área com
base em informações sobre os ângulos da figura e o volume de sólidos a partir da medida de suas arestas.
laranja-escuro 325 a 400 pontos
alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 325 a 400 pontos, laranja- escuro, resolvem problemas
envolvendo o cálculo aproximado da área de figuras planas desenhadas em malhas quadriculadas cuja
borda é formada por segmentos de retas e arcos de circunferências. também calculam a área do trapézio
retângulo e o volume do paralelepípedo. Em relação ao perímetro, neste intervalo, realizam o cálculo do
perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas e do volume de paralelepípedo retângulo
de base quadrada. Reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus
lados são dobradas.
Revista Pedagógica 31
vermelho acima de 400 pontos
a partir de 400 pontos na Escala, os alunos resolvem problemas envolvendo a decomposição de uma
figura plana em triângulos, retângulos e trapézios retângulos e calculam a área desses polígonos. o
vermelho indica que estes conhecimentos foram desenvolvidos.
ESTIMAR E COMPARAR GRANDEZAS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
o estudo de grandezas e Medidas tem, também, como objetivo propiciar ao aluno o desenvolvimento da
capacidade de estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas requerem esta capacidade,
como comparar tamanhos dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, estes conhecimentos são trabalhados, por exemplo, quando solicitamos
aos alunos que comparem dois objetos estimando as suas medidas e anunciando qual dos dois é maior.
atividades como essas propiciam a compreensão do processo de medição, pois medir significa comparar
grandezas de mesma natureza e obter uma medida expressa por um número.
cinza 0 a 175 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 175 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 175 a 225 pontos
alunos cuja proficiência se encontra entre 175 e 225 pontos, representada pelo amarelo-claro, estão no
início do desenvolvimento destes conhecimentos. Eles leem informações em calendários, localizando
o dia de um determinado mês e identificam as notas do Sistema Monetário Brasileiro, necessárias para
pagar uma compra informada.
amarelo-escuro 225 a 275 pontos
No intervalo de 225 a 275 pontos, os alunos estimam medida de comprimento usando unidades
convencionais e não convencionais. o amarelo-escuro indica o início do desenvolvimento
deste conhecimento.
laranja-claro 275 a 350 pontos
o laranja-claro, 275 a 350 pontos, indica que os alunos com uma proficiência que se encontra neste
intervalo já realizam tarefas mais complexas relativas a este conhecimento, como, por exemplo, resolver
problemas estimando outras medidas de grandezas utilizando unidades convencionais como o litro.
vermelho acima de 350 pontos
a partir de 350 pontos os alunos comparam os perímetros de figuras desenhadas em malhas
quadriculadas. o vermelho indica que estes conhecimentos foram desenvolvidos.
32 Saep 2012
CONHECER E UTILIZAR NÚMEROS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
as crianças, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, têm contato com os números e já podem perceber
a importância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam contagens.
Nessa fase da escolaridade, os alunos começam a conhecer os diferentes conjuntos numéricos e a
perceberem a sua utilização em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos estudados estão
os naturais e os racionais em sua forma fracionária e decimal. Não podemos nos esquecer de que o
domínio de números está sempre relacionado a outros domínios como o das grandezas e Medidas.
Na etapa final do Ensino Fundamental, os alunos resolvem problemas mais complexos envolvendo
diferentes conjuntos numéricos, como os naturais, inteiros e racionais. No Ensino Médio, os alunos já
devem ter desenvolvido estes conhecimentos.
conhecimentos descritos para este domínio
Números e álgebra e Funções
como seria a nossa vida sem os números? Em nosso dia a dia, nos
deparamos com eles a todo o momento. várias informações essenciais
para a nossa vida social são representadas por números: cPF, Rg,
conta bancária, senhas, número de telefones, número de nossa
residência, preços de produtos, calendário, horas, entre tantas outras.
Não é por acaso que Pitágoras, um grande filósofo e matemático
grego (580-500 a.c), elegeu como lema para a sua escola filosófica
“tudo é Número”, pois acreditava que o universo era regido pelos
números e suas relações e propriedades. Este domínio envolve, além
do conhecimento dos diferentes conjuntos numéricos, as operações e
suas aplicações à resolução de problemas. as operações aritméticas
estão sempre presentes em nossas vidas. Quantos cálculos temos
que fazer? orçamento do lar, cálculos envolvendo nossa conta
bancária, cálculo de juros, porcentagens, divisão de uma conta em um
restaurante, dentre outros. Essas são algumas das muitas situações
com que nos deparamos em nossas vidas e nas quais precisamos
realizar operações. Este domínio também envolve o conhecimento
algébrico que requer a resolução de problemas por meio de equações,
inequações, funções, expressões, cálculos entre muitos outros. o
estudo da álgebra possibilita aos alunos desenvolver, entre outras
capacidades, a de generalizar. Quando fazemos referência a um
número par qualquer, podemos representá-lo pela expressão 2n (n
sendo um número natural). Essa expressão mostra uma generalização
da classe dos números pares.
conhecer e utilizar números.
Realizar e aplicar operações.
utilizar procedimentos algébricos.
Revista Pedagógica 33
cinza 0 a 100 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 100 a 200 pontos
alunos que se encontram no intervalo de 100 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro,
desenvolveram conhecimentos básicos relacionados ao Sistema de Numeração decimal. Por exemplo:
dado um número natural, esses alunos reconhecem o valor posicional dos algarismos, a sua escrita por
extenso e a sua composição e decomposição em unidades e dezenas. Eles, também, representam e
identificam números naturais na reta numérica. além disso, reconhecem a representação decimal de
medida de comprimento expressas em centímetros e localizam esses números na reta numérica em uma
articulação com os conteúdos de grandezas e Medidas, dentre outros.
amarelo-escuro 200 a 250 pontos
o amarelo-escuro, 200 a 250 pontos, indica que os alunos com proficiência neste intervalo já elaboram
tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número, realizando composições
e decomposições de números de até três algarismos, identificando seus valores relativos. Já em relação
aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração por meio de representação gráfica.
laranja-claro 250 a 300 pontos
No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, os alunos percebem que, ao mudar um algarismo de lugar,
o número se altera. Identificam e localizam números inteiros em uma reta numérica ou em uma escala
não unitária. transformam uma fração em número decimal e vice-versa. localizam, na reta numérica,
números racionais na forma decimal e comparam esses números quando têm diferentes partes inteiras.
Neste intervalo aparecem, também, conhecimentos relacionados a porcentagem. os alunos estabelecem
a correspondência 50% de um todo como sendo a metade.
laranja-escuro 300 a 375 pontos
No intervalo de 300 a 375 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os alunos desenvolveram conhecimentos
mais complexos relacionados a frações equivalentes. Eles já resolvem problemas identificando mais de
uma forma de representar numericamente uma mesma fração. Por exemplo, percebem, com apoio de
uma figura, que a fração 1/2 (um meio) é equivalente a 2/4 (dois quartos). além disso, resolvem problemas
identificando um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta. Esses
alunos, também, transformam frações em porcentagens e vice-versa e identificam a fração como razão e
como parte-todo, bem como, os décimos, centésimos e milésimos de um número decimal.
vermelho acima de 375 pontos
acima de 375 pontos na Escala, os alunos, além de já terem desenvolvido os conhecimento relativos aos
níveis anteriores, localizam, na reta numérica, números representados na forma fracionária, comparam
números fracionários com denominadores diferentes e reconhecem a leitura de um número decimal até
a ordem dos décimos. o vermelho indica que estes conhecimentos foram desenvolvidos.
34 Saep 2012
REALIZAR E APLICAR OPERAÇÕES0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Estes conhecimentos referem-se às capacidades de cálculo e de resolver problemas que envolvem as
quatro operações básicas da aritmética. Envolve, também, o conhecimento dos algoritmos utilizados
para o cálculo dessas operações. além do conhecimento dos algoritmos, é requerida a aplicação dos
mesmos na resolução de problemas englobando os diferentes conjuntos numéricos, seja em situações
específicas da Matemática, seja em contextos do cotidiano.
cinza 0 a 100 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 100 a 200 pontos
No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 100 a 200 pontos, em relação à adição e subtração,
os alunos realizam operações envolvendo números de até três algarismos com reserva. Já em relação à
multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como multiplicador um número com um algarismo.
Esses alunos resolvem problemas utilizando adição, subtração e multiplicação envolvendo, inclusive, o
Sistema Monetário.
amarelo-escuro 200 a 250 pontos
alunos, cuja proficiência se encontra no intervalo de 200 a 250 pontos, amarelo-escuro, em relação
às operações, realizam subtrações mais complexas com quatro algarismos e com reserva. Realizam
também multiplicações com reserva, tendo como multiplicador um número de até dois algarismos.
Realizam divisões e resolvem problemas envolvendo divisões exatas com divisor de duas ordens. além
disso, resolvem problemas envolvendo duas ou mais operações.
laranja-claro 250 a 300 pontos
o laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, indica um novo grau de complexidade destes
conhecimentos. os alunos com proficiência neste nível resolvem problemas envolvendo as diferentes
ideias relacionadas à multiplicação, em situações contextualizadas. também efetuam adição e subtração
com números inteiros, bem como realizam cálculo de expressões numéricas envolvendo o uso de
parênteses e colchetes com adição e subtração, além de calcular porcentagens e resolver problemas do
cotidiano envolvendo porcentagens em situações simples.
laranja-escuro 300 a 350 pontos
alunos, cuja proficiência se localiza no intervalo de 300 a 350 pontos, já calculam expressões numéricas
envolvendo números inteiros e decimais positivos e negativos, inclusive potenciação. Eles conseguem,
ainda, resolver problemas envolvendo soma de números inteiros e porcentagens, além de calcular raiz
Revista Pedagógica 35
quadrada e identificar o intervalo em que está inserida a raiz quadrada não exata de um número, bem como
efetuar arredondamento de decimais. o laranja-escuro indica a complexidade desses conhecimentos.
vermelho acima de 350 pontos
No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 350 pontos, os alunos calculam o resultado de
expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências
e raízes exatas). Efetuam cálculos de divisão com números racionais (forma fracionária e decimal
simultaneamente). Neste nível, os alunos desenvolveram estes conhecimentos.
UTILIZAR PROCEDIMENTOS ALGéBRICOS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
o estudo da álgebra possibilita ao aluno desenvolver várias capacidades, dentre elas a capacidade de
abstrair, generalizar, demonstrar e sintetizar procedimentos de resolução de problemas. as capacidades
referentes à álgebra são desenvolvidas no Ensino Fundamental e vão desde situações-problema em que
se pretende descobrir o valor da incógnita em uma equação utilizando uma balança de dois pratos, até a
resolução de problemas envolvendo equações do segundo grau. uma das capacidades básicas exigidas
diz respeito ao cálculo do valor numérico de uma expressão algébrica, em que é utilizado o conceito de
variável. No Ensino Médio este conhecimento envolve a capacidade de utilizar procedimentos algébricos
para resolver problemas envolvendo o campo dos diferentes tipos de funções: linear, afim, quadrática,
exponencial, logarítimica, progressão aritmética, progressão geométrica.
cinza 0 a 275 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 275 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 275 a 300 pontos
No intervalo representado pelo amarelo-claro, 275 a 300 pontos, os alunos calculam o valor numérico
de uma expressão algébrica.
amarelo-escuro 300 a 350 pontos
No intervalo de 300 a 350 pontos, indicado pelo amarelo-escuro, os alunos já identificam a equação
de primeiro grau e sistemas de primeiro grau, adequados à resolução de problemas. Esses alunos
também determinam o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fatorada e resolvem
problemas envolvendo grandezas diretamente proporcionais, variações entre mais de duas grandezas,
juros simples, porcentagem e lucro.
laranja-claro 350 a 400 pontos
o laranja-claro, de 350 a 400 pontos na Escala, indica uma maior complexidade dos conhecimentos
desenvolvidos. Neste nível de proficiência, os alunos resolvem problemas que recaem em equação
do segundo grau e sistemas de equações do primeiro grau e problemas mais complexos envolvendo
juros simples.
36 Saep 2012
conhecimentos descritos para este domínio
Tratamento da Informação
o estudo de tratamento da Informação é de fundamental
importância nos dias de hoje, tendo em vista a grande quantidade
de informações que se apresentam no nosso cotidiano. Na
Matemática, alguns conteúdos são extremamente adequados para
“tratar a informação”. a Estatística, por exemplo, cuja utilização
pelos meios de comunicação tem sido intensa, utiliza-se de gráficos
e tabelas. a combinatória também é utilizada para desenvolver
o tratamento da Informação, pois ela nos permite determinar o
número de possibilidades de ocorrência de algum acontecimento.
outro conhecimento necessário para o tratamento da Informação
refere-se ao conteúdo de Probabilidade, por meio da qual se
estabelece a diferença entre um acontecimento natural, que tem um
caráter determinístico, e um acontecimento aleatório cujo caráter é
probabilístico, avaliando-se se um acontecimento é mais provável
ou menos provável. com o estudo desses conteúdos, os alunos
desenvolvem a capacidade de fazer uso, expor, preparar, alimentar
e/ou discutir determinado conjunto de dados ou de informes a
respeito de alguém ou de alguma coisa.
ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.
utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade.
laranja-escuro 400 a 425 pontos
alunos cuja proficiência se localiza no intervalo de 400 a 425 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas
que envolvem grandezas inversamente proporcionais e sistemas de duas equações. No campo das
sequências numéricas, identificam uma regularidade em uma sequência numérica e determinam o
número que ocupa uma determinada posição na sequência.
vermelho acima de 425 pontos
acima de 425 pontos na Escala, indicado pela cor vermelha, os alunos resolvem problemas relacionando
a representação algébrica com a geométrica de um sistema de equações do primeiro grau.
Revista Pedagógica 37
LER, UTILIZAR E INTERPRETAR INFORMAÇÕES APRESENTADAS EM TABELAS E GRáFICOS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
um dos objetivos do ensino do conteúdo tratamento da Informação é propiciar ao aluno o desenvolvimento
da capacidade de ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Estes
conhecimentos são desenvolvidos nas séries iniciais do Ensino Fundamental por meio de atividades
relacionadas aos interesses das crianças. Por exemplo, ao registrar os resultados de um jogo ou ao anotar
resultados de respostas a uma consulta que foi apresentada, elas poderão, utilizando sua própria forma de
se expressar, construir representações dos fatos e, pela ação mediadora do professor, essas representações
podem ser interpretadas e discutidas. Esses debates propiciam novas oportunidades para a aquisição de
outros conhecimentos e para o desenvolvimento de atitudes. Nas séries finais do Ensino Fundamental, temas
mais relevantes podem ser explorados e utilizados a partir de revistas e jornais. o professor pode sugerir a
realização de pesquisas com os alunos sobre diversos temas e efetuar os registros dos resultados em tabelas
e gráficos para análise e discussão. No Ensino Médio, os alunos são solicitados a utilizarem procedimentos
estatísticos mais complexos como, por exemplo, cálculo de média aritmética.
cinza 0 a 125 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 125 a 150 pontos
No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 125 e 150 pontos, os alunos leem informações em
tabelas de coluna única e extraem informações em gráficos de coluna por meio de contagem.
amarelo-escuro 150 a 200 pontos
No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 150 a 200 pontos, os alunos leem informações em
tabelas de dupla entrada e interpretam dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no
eixo vertical.
laranja-claro 200 a 250 pontos
de 200 a 250 pontos, intervalo indicado pelo laranja-claro, os alunos localizam informações e identificam
gráficos de colunas que correspondem a uma tabela com números positivos e negativos. Esses alunos
também leem gráficos de setores e localizam dados em tabelas de múltiplas entradas, além de resolverem
problemas simples envolvendo as operações, identificando dados apresentados em gráficos ou tabelas,
inclusive com duas entradas.
laranja-escuro 250 a 325 pontos
alunos com proficiência entre 250 e 325 pontos, laranja-escuro, identificam o gráfico de colunas ou barras
correspondente ao gráfico de setores e reconhecem o gráfico de colunas ou barras correspondente a
dados apresentados de forma textual; associam informações contidas em um gráfico de colunas e barras
a uma tabela que o representa, utilizando estimativas.
38 Saep 2012
vermelho acima de 325 pontos
a cor vermelha, acima de 325 pontos, indica que os alunos leem, utilizam e interpretam informações a
partir de gráficos de linha do plano cartesiano. além de analisarem os gráficos de colunas representando
diversas variáveis, comparando seu crescimento. Neste nível de proficiência, esses conhecimentos
foram desenvolvidos.
UTILIZAR PROCEDIMENTOS DE COMBINATóRIA E PROBABILIDADE0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
um dos objetivos do ensino do tratamento da Informação em Matemática é propiciar ao aluno o
desenvolvimento da capacidade de utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. Este
conhecimento deve ser desenvolvido desde as séries iniciais do Ensino Fundamental por meio da resolução
de problemas de contagem simples e a avaliação das possibilidades de ocorrência ou não de um evento.
algumas capacidades vinculadas a este conhecimento no Ensino Fundamental são exploradas juntamente
com o domínio Números e álgebra e Funções. Quando tratamos essas capacidades dentro do tratamento
de Informação, elas se tornam mais fortes no sentido do professor perceber a real necessidade de trabalhar
com ela. o professor deve resolver problemas simples de possibilidade de ocorrência, ou não, de um evento
ou fenômeno, do tipo “Qual é a chance?” apesar desse conhecimento intuitivo ser muito comum na vida
cotidiana, convém trabalhar com os alunos a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter
determinístico, e um acontecimento aleatório, cujo caráter é probabilístico. também é possível trabalhar em
situações que permitam avaliar se um acontecimento é mais ou menos provável. Não se trata de desenvolver
com os alunos as técnicas de cálculo de probabilidade. Mas sim, de explorar a ideia de possibilidade de
ocorrência ou não de um evento ou fenômeno. Intuitivamente, compreenderão que alguns acontecimentos
são possíveis, isto é, “têm chance” de ocorrer (eventos com probabilidades não nulas). outros acontecimentos
são certos, “garantidos” (eventos com probabilidade de 100%) e há aqueles que nunca poderão ocorrer
(eventos com probabilidades nulas). as aprendizagens associadas a este conhecimento são mais complexas,
por isso começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de Proficiência.
cinza 0 a 375 pontos
os alunos cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 375 pontos, ainda não desenvolveram as
aprendizagens relacionadas a este conhecimento.
amarelo-claro 375 a 400 pontos
No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 375 a 400 pontos, os alunos começam a desenvolver
este conhecimento, calculando a probabilidade de um evento acontecer no lançamento de um dado,
bem como a probabilidade de ocorrência de dois eventos sucessivos como, por exemplo, ao se lançar
um dado e uma moeda.
amarelo-escuro 400 a 425 pontos
o amarelo-escuro, 400 a 425 pontos, indica uma complexidade maior nestes conhecimentos. Neste
intervalo, os alunos resolvem problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo sem repetição
de elementos e calculam a probabilidade de ocorrência de um evento simples.
Revista Pedagógica 39
Além disso, os conhecimentos agrupados nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os alunos desenvolveram e
são capazes de fazer, uma vez que são abordadas aquelas capacidades consideradas essenciais em cada etapa
de escolarização e possíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através de
instrumentos de observação e registro utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras características
apresentadas por seus alunos que não são contempladas pelos Padrões. Isso porque, a despeito dos traços comuns
a alunos que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser
consideradas para a reorientação da prática pedagógica. A seguir, são detalhados os conhecimentos específicos de
cada padrão e apresentados exemplos de itens característicos de cada um deles.
AvançadoAdequadoBásicoAbaixo do básico
PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL
os Padrões de desempenho são categorias
definidas a partir de cortes numéricos que
agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com
base nas metas educacionais estabelecidas pelo
Saep. Esses cortes dão origem a quatro Padrões
de desempenho – abaixo do básico, Básico,
adequado e avançado –, os quais apresentam o
perfil de desempenho dos alunos.
desta forma, alunos que se encontram em um
Padrão de desempenho abaixo do esperado para
sua etapa de escolaridade precisam ser foco de
ações pedagógicas mais especializadas, de modo
a garantir o desenvolvimento dos conhecimentos
necessários ao sucesso escolar, evitando, assim, a
repetência e a evasão.
Por outro lado, estar no Padrão mais elevado
indica o caminho para o êxito e a qualidade da
aprendizagem dos alunos. contudo, é preciso
salientar que mesmo os alunos posicionados no
Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é
necessário estimulá-los para que progridam cada
vez mais.
40 Saep 2012
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
até 225 pontos
ABAIxO DO BáSICO
Neste Padrão de desempenho, os conhecimentos
matemáticos que se evidenciam são aqueles
relativos aos significados dos números nos
diversos contextos sociais, à compreensão dos
algoritmos da adição de números de até três
algarismos com reagrupamento, da subtração
de até quatro algarismos com reserva, da
multiplicação de até dois algarismos e da divisão
exata por números de um algarismo, além do
reconhecimento de figuras bidimensionais pelos
lados e pelo ângulo reto, e da planificação do cone
e do cubo. os alunos diferenciam entre os diversos
sólidos, os que têm superfícies arredondadas;
localizam pontos usando coordenadas cartesianas
em um referencial quadriculado; identificam
a localização ou a movimentação de objetos
em representações gráficas, com base em
referencial igual ou diferente da própria posição.
constata-se, também, que esses alunos lidam
com os algoritmos das operações aritméticas;
localizam números na reta numérica; reconhecem
a escrita por extenso de números naturais e a
sua composição e decomposição em dezenas e
unidades, considerando o seu valor posicional na
base decimal; resolvem problemas envolvendo
a soma ou subtração de números racionais na
forma decimal, constituídos pelo mesmo número
de casas decimais e por até três algarismos e
resolvem problemas envolvendo a soma de
números naturais. Esses alunos reconhecem as
características do Sistema de Numeração decimal.
ainda, neste Padrão, os alunos já demonstram
conhecimentos básicos relativos à literacia
estatística, leem e interpretam informações
elementares e explícitas em um gráfico de colunas,
por meio da leitura de valores do eixo vertical, e
leem informações em tabelas de coluna única e
de dupla entrada. o ganho em relação aos alunos
do 5º ano reflete-se na capacidade de identificar
dados em uma lista de alternativas, utilizando-
os na resolução de problemas, relacionando-os,
dessa forma, às informações apresentadas em
gráficos de barras e tabelas. São capazes, ainda,
de resolver problemas envolvendo as operações,
usando dados apresentados em gráficos ou
tabelas, inclusive com duas entradas. Neste Padrão
de desempenho, os alunos também demonstram
compreender a ação de medir um comprimento
utilizando régua numerada e estabelecer as
relações entre as unidades de medida de
comprimento (metros e centímetros). Eles também
estabelecem relações entre diferentes medidas de
tempo (dias e semanas, horas e minutos) e realizam
cálculos simples com essas medidas. leem horas
e minutos em relógios analógicos e digitais.
Realizam trocas de moedas em valores monetários
pequenos e identificam cédulas que formam uma
quantia de dinheiro inteira, identificam a forma
ampliada de uma figura simples em uma malha
quadriculada, resolvem problemas de cálculo de
área com base na contagem das unidades de uma
malha quadriculada, reconhecem a quarta parte de
um todo, estimam medida de comprimento usando
unidades convencionais e não convencionais,
além de resolverem problemas envolvendo as
operações e o Sistema Monetário Brasileiro. os
conhecimentos matemáticos que se evidenciam
neste Padrão são elementares para esta série
e o desafio que se apresenta é o de viabilizar
condições para que os alunos possam vencer as
próximas etapas escolares.
(M090136C2) Observe abaixo a tabela de preços dos salgados da lanchonete onde Luiz lanchou com seus amigos. Eles consumiram 4 coxinhas, 3 pastéis, 2 risoles e 1 enroladinho.
Produto PreçoPastel 1 real
Coxinha 2 reaisRisole 2 reais
Enroladinho 3 reais Quantos reais, no total, Luiz e seus amigos gastaram nessa lanchonete?A) 16 reais.B) 17 reais.C) 18 reais.D) 19 reais.
Revista Pedagógica 41
Neste item foi avaliada a capacidade de resolver problemas
envolvendo a interpretação de informações apresentadas em tabelas.
Para resolver esse problema, o aluno deve fazer uma leitura atenta
do texto, identificar os preços relativos a cada produto e reconhecer
que o que se pede é a quantia total gasta no consumo desses
produtos de acordo com as quantidades que foram consumidas.
assim, ele vai concluir que luiz e seus amigos gastaram um total de
4 2,00 3 1,00 2 2,00 1 3,00 18,00× + × + × + × = reais. a alternativa correta, c, foi
assinalada por 76,1% dos alunos.
a alternativa a foi escolhida por 12,7% dos alunos. Provavelmente
aqueles que optaram por essa alternativa consideraram uma coxinha
ou um risole a menos, dando como resposta R$ 16,00.
Já a escolha da alternativa B, 5,4%, sugere que os alunos
podem ter trocado a quantidade de pastéis consumidos
pela quantidade de coxinhas, obtendo como resposta
3 2,00 4 1,00 2 2,00 1 3,00 17,00× + × + × + × = reais.
a alternativa d foi escolhida por 5,5% dos alunos, que provavelmente
trocaram o número de pastéis consumidos com o número de risoles,
dando como resposta 4 2,00 2 1,00 3 2,00 1 3,00 19,00× + × + × + × = reais.
76+24percentual de acerto
76,1%
A B C D
12,7% 5,4% 76,1% 5,5%
(M050199B1) No varal abaixo estão penduradas as letras R, M, T, F e B. Marcelo está olhando para esse varal.
Marcelo vê a letra F
A) à direita da letra B.B) entre as letras T e B.C) à esquerda da letra T.D) entre as letras R e T.
42 Saep 2012
Neste item foi avaliada a capacidade de identifi car a localização
de um objeto em uma representação gráfi ca. Para resolver esse
problema, o aluno precisa observar a fi gura e perceber que a letra F
está posicionada entre as letras t e B. a alternativa correta, opção B,
foi assinalada por 74,9% dos alunos.
14,2% dos alunos confundiram esquerda com direita e marcaram a
alternativa c.
as alternativas a, com 4,5% de escolha e d, marcada por 6% dos
alunos, não tiveram marcação signifi cativa. Elas foram escolhidas
pelos alunos que ainda não desenvolveram a capacidade avaliada
ou que fi zeram uma escolha aleatória.
� +� percentual de acerto
74,9%
A B C D
4,5% 74,9% 14,2% 6%
Revista Pedagógica 43
de 225 a 300 pontos
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
BáSICO
Neste Padrão, amplia-se o leque de
conhecimentos relativos ao campo numérico
e o algébrico começa a se desenvolver. No
conjunto dos números naturais, esses alunos:
identificam esses números em um intervalo dado;
reconhecem a lei de formação de uma sequência;
resolvem uma divisão exata por números de até
dois algarismos e uma multiplicação cujos fatores
também são números de até dois algarismos;
resolvem problemas utilizando a multiplicação,
reconhecendo que um número não se altera
ao multiplicá-lo por um; resolvem problemas
envolvendo várias operações; resolvem
problemas de soma, envolvendo combinações
e de multiplicação, envolvendo configuração
retangular; assim como, resolvem problemas
de contagem em uma disposição retangular
envolvendo mais de uma operação; problemas que
envolvem proporcionalidade, também envolvendo
mais de uma operação; problemas utilizando
multiplicação e divisão em situação combinatória;
problemas de contagem utilizando o princípio
multiplicativo. Eles, também, efetuam cálculos de
números naturais que requer o reconhecimento
do algoritmo da divisão inexata; identificam a
localização aproximada de números inteiros não
ordenados, em uma reta em que a escala não é
unitária; reconhecem a representação numérica
de uma fração com apoio de representação
gráfica; comparam números racionais na forma
decimal com diferentes partes inteiras; calculam
porcentagens; localizam números racionais
(positivos e negativos), na forma decimal, na reta
numérica; estabelecem a relação entre frações
próprias e impróprias e as suas representações
na forma decimal; resolvem problemas de soma
ou subtração de números decimais na forma
do Sistema Monetário Brasileiro. Esses alunos
demonstram uma compreensão mais ampla do
Sistema de Numeração decimal, eles reconhecem
a composição e decomposição na escrita
decimal envolvendo casos mais complexos;
calculam expressão numérica envolvendo soma
e subtração com uso de parênteses e colchetes;
calculam o resultado de uma divisão por um
número de dois algarismos, inclusive com resto;
reconhecem a modificação sofrida no valor de
um número quando um algarismo é alterado e
identificam fração como parte de um todo, sem
apoio da figura. No campo algébrico, esses alunos
identificam equações e sistemas de equações de
primeiro grau que permitem resolver um problema;
calculam o valor numérico de uma expressão
algébrica, incluindo potenciação, além de resolver
problemas envolvendo subtração de números
decimais com o mesmo número de casas. No
nível básico, os alunos de 9°ano também estimam
comprimento utilizando unidade de medida não
44 Saep 2012
convencional e calculam a medida do perímetro
com ou sem apoio da malha quadriculada.
também realizam conversões entre unidades de
medida de comprimento (m/km), massa (Kg/g),
tempo (mês/trimestre/ano, hora/minuto, dias/ano),
temperatura e capacidade (ml/l). Esses alunos
leem horas em relógios de ponteiros em situações
mais gerais (8h50min), resolvem problemas de
cálculo de área com base em informações sobre
ângulos de uma figura, além de atribuir significado
para o metro quadrado. Eles resolvem problemas
incluindo o Sistema Monetário Brasileiro, além de
comparar áreas de figuras poligonais em malhas
quadriculadas e calculam a medida do volume
por meio da contagem de blocos. No campo
geométrico, os alunos reconhecem diferentes
planificações de um cubo; identificam as
posições dos lados de quadriláteros (paralelismo);
relacionam poliedros e corpos redondos às
suas planificações; localizam pontos no plano
cartesiano; identificam algumas características
de quadriláteros relativas aos lados e ângulos;
reconhecem alguns polígonos (triângulos,
quadriláteros, pentágonos, hexágonos) e círculos;
reconhecem que a medida do perímetro de um
polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou
se reduz à metade, quando os lados dobram ou
são reduzidos à metade; identificam propriedades
comuns e diferenças entre sólidos geométricos
através do número de faces e associam uma
trajetória à sua representação textual. Neste
Padrão, percebe-se, ainda, que esses alunos
localizam informações em gráficos de colunas
duplas; resolvem problemas que envolvem a
interpretação de dados apresentados em gráficos
de barras ou em tabelas; leem gráficos de setores;
identificam a localização ou movimentação de
objeto em representações gráficas, situadas em
referencial diferente ao do aluno; identificam
gráficos de colunas que corresponde a uma
tabela com números positivos e negativos;
localizam dados em tabelas de múltiplas entradas;
reconhecem o gráfico de colunas correspondente
a dados apresentados de forma textual; identificam
o gráfico de colunas correspondente a um gráfico
de setores; leem tabelas de dupla entrada e
reconhecem o gráfico de colunas correspondente,
mesmo quando há variáveis representadas, e
reconhecem o gráfico de linhas correspondente
a uma sequência de valores ao longo do tempo
(com valores positivos e negativos).
Revista Pedagógica 45
(M070239B1) Lucia fez uma etiqueta para identificar seu armário na empresa. Veja abaixo o que ela fez.
1 cm
1 cm
A medida da área, em cm2, ocupada pelas letras dessa etiqueta é deA) 38B) 47C) 57D) 114
Este item avalia a capacidade de resolver problema envolvendo o
cálculo da área de figuras planas. Nesse caso específico, a figura
desenhada na malha quadriculada. Para resolver esse problema, o
aluno precisa contar quantos quadradinhos estão sombreados na
malha quadriculada. Essa contagem pode ser feita contando letra
por letra e somando as quantidades encontradas (9 + 14 + 12 +6 +
16 = 57) ou através de uma contagem contínua de 1 a 57. como a
área de cada quadradinho da malha mede 1cm2, a medida da área
total é de 57 cm2. a alternativa correta, c, foi assinalada por 56,6%
dos alunos.
os alunos que optaram pela alternativa a, 13,7% não se apropriaram
do contexto do problema e fizeram uma escolha aleatória. outra
possibilidade é de que eles tenham considerado apenas as letras l,
u e a, efetuaram a soma (9 + 14 + 16 = 39) e assinalaram a alternativa
que apresenta o valor mais próximo.
Possivelmente, os alunos que contaram corretamente o número de
quadradinhos das letras, mas erraram na hora de efetuar a soma
marcaram a alternativa B, escolhida por 11,9%.
a alternativa d foi assinalada por 17,4% dos alunos que contaram
corretamente o número de quadradinhos, mas consideraram a área
do quadradinho da malha como 2 cm2.
56+44percentual de acerto
56,6%
A B C D
13,7% 11,9% 56,6% 17,4%
(M050080CE) A figura abaixo representa a planta baixa da quadra esportiva de uma escola. O professor de Matemática pediu a seus alunos que fizessem o contorno com corda nessa quadra.
Quantos metros de corda, no mínimo, os alunos utilizaram para fazer esse contorno?A) 12B) 32C) 64D) 74
46 Saep 2012
Este item avalia a capacidade de resolver um problema que envolve
o cálculo do perímetro de uma figura plana. Para resolver esse
problema, o aluno precisa identificar que a quadra tem a forma
de um retângulo e o número de metros de corda necessário para
contorná-la é igual à medida de seu perímetro, que é a soma
das medidas dos seus quatro lados, ou seja, 2 ( 22 10 ) 64× + = m. a
alternativa correta, c, foi assinalada por 61,4% dos alunos.
os alunos que apenas somaram as duas dimensões, isto é,
22 10 32m+ = optaram pela alternativa B, escolhida por 31,4%.
as marcações das alternativas a, 4,1%, e d, 2,8% não foram
significativas. os alunos que assinalaram essas alternativas
não se apropriaram do enunciado do problema ou fizeram uma
escolha aleatória.
61+39percentual de acerto
61,4%
A B C D
4,1% 31,4% 61,4% 2,8%
Revista Pedagógica 47
de 300 a 350 pontos
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
ADEqUADO
os conhecimentos característicos deste
Padrão de desempenho evidenciam uma
maior expansão dos campos numéricos e
geométricos. os alunos neste Padrão de
desempenho demonstram compreender o
significado de números racionais em situações
mais complexas, que exigem deles uma maior
abstração em relação a esse conhecimento.
Eles identificam mais de uma forma de
representar numericamente uma mesma fração;
transformam fração em porcentagem e vice-
versa; localizam números decimais negativos
na reta numérica; reconhecem as diferentes
representações decimais de um número
fracionário, identificando suas ordens (décimos,
centésimos e milésimos); calculam expressões
numéricas com números decimais positivos
e negativos; efetuam cálculos de raízes
quadradas e identificam o intervalo numérico
em que se encontra uma raiz quadrada não
exata; efetuam arredondamento de decimais;
resolvem problemas com porcentagem e suas
representações na forma decimal; resolvem
problemas envolvendo o cálculo de grandezas
diretamente proporcionais ou envolvendo
mais de duas grandezas; além de resolverem
problemas envolvendo noção de juros simples
e lucro. Esses alunos, também, ordenam
e comparam números inteiros negativos;
identificam um número natural não informado
na reta numérica e calculam expressões
numéricas com números inteiros. Neste
Padrão, percebe-se um salto cognitivo em
relação ao estudo da álgebra, esses alunos,
além de identificar a equação e a inequação
do primeiro grau adequada para a solução de
um problema, resolvem problemas de adição
e multiplicação, envolvendo a identificação
de um sistema de equações do primeiro grau
com duas incógnitas e problemas envolvendo
o cálculo numérico de uma expressão
algébrica em sua forma fracionária. No campo
geométrico, os alunos identificam elementos
de figuras tridimensionais; resolvem problemas
envolvendo as propriedades dos polígonos
regulares inscritos (hexágono), para calcular
o seu perímetro; localizam pontos em um
referencial cartesiano; classificam ângulos em
agudos, retos ou obtusos de acordo com suas
medidas em graus; reconhecem um quadrado
fora da posição usual; avaliam distâncias
horizontais e verticais em um croqui, usando
uma escala gráfica dada por uma malha
quadriculada, reconhecendo o paralelismo;
contam blocos em um empilhamento; sabem
que em uma figura obtida por ampliação ou
redução os ângulos não se alteram; identificam
a localização de um objeto requerendo o uso
das definições relacionadas ao conceito de
lateralidade, tendo por referência pontos com
48 Saep 2012
posição oposta a do observador e envolvendo
combinações; calculam ampliação, redução ou
conservação da medida de ângulos informada
inicialmente, lados e áreas de figuras planas;
além de realizarem operações, estabelecendo
relações e utilizando os elementos de
um círculo ou circunferência (raio, corda,
diâmetro) e solucionam problemas em que a
razão de semelhança entre polígonos é dada,
por exemplo, em representações gráficas
envolvendo o uso de escalas. os alunos, neste
Padrão, também analisam gráficos de colunas
representando diversas variáveis, comparando
seu crescimento; leem informações fornecidas
em gráficos envolvendo regiões do plano
cartesiano; compreendem o significado da palavra
perímetro e realizam conversão e soma de
medidas de comprimento e massa (m/Km, g/Kg).
(M090005C2) Alberto comprou um lote retangular, cujos vértices estão representados pelas coordenadas (6, 8), (6, 9), (8, 8) e (8, 9).
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
0
y
x
A B
DC
E F
H
JI
K
M
O
P
Q
R
S
T
N
L
G
Qual é a letra que representa o terreno comprado por Alberto?A) L.B) M.C) N.D) O.
Revista Pedagógica 49
50 Saep 2012
Neste item é avaliada a capacidade de resolver problemas que
envolvam a localização de pontos no plano cartesiano. Para resolver
esse problema o aluno precisa identificar os 4 vértices do retângulo
que representa o lote. o vértice de coordenadas ( 6,8 ) situa-se na
interseção da reta vertical que corta o eixo x em x 6= com a reta
horizontal que corta o eixo y em y 8= ; o vértice de coordenadas
( 6,9 ) situa-se na interseção da reta vertical que corta o eixo x em
6x = com a reta horizontal que corta o eixo y em y 9= ; o vértice de
coordenadas ( 8,8 ) situa-se na interseção da reta vertical que corta
o eixo x em 8x = com a reta horizontal que corta o eixo y em 8y =
; e o vértice de coordenadas )9,8( situa-se na interseção da reta
vertical que corta o eixo x em 8x = com a reta horizontal que corta
o eixo y em y 9= . assim, vê-se que o retângulo cujos vértices são
os pontos de coordenadas )8,6( , ( 6,9 ) , ( 8,8 ) e ( 8,9 ) é o retângulo
N. a alternativa correta, c, foi assinalada por 34,9% dos alunos.
a alternativa a foi escolhida por 11,5% dos alunos. É provável que
eles tenham escolhido o retângulo l devido ao fato de os pontos de
coordenadas ( 6,9 ) e ( 8,9 ) também serem vértices do retângulo l.
a alternativa B foi escolhida por 22,2% dos alunos. da mesma
forma que aqueles que escolheram a alternativa a, os pontos de
coordenadas ( 6,8 ) e ( 6,9 ) são vértices do retângulo M.
a alternativa d foi assinalada por 30,9% dos alunos. talvez eles
tenham sido atraídos para o retângulo o devido ao fato de que o
ponto de coordenadas ( 8,8 ) ser um dos vértices desse retângulo
e o ponto de coordenadas ( 6,8 ) situar-se sobre um de seus lados.
30+70percentual de acerto
34,9%
A B C D
11,5% 22,2% 34,9% 30,9%
(M080082B1) A tabela abaixo mostra o valor cobrado por uma copiadora, de acordo com o número de cópias.
Número de cópias 1 5 10 20 30 --- p
Valor em reais 0,10 0,50 1,00 2,00 3,00 --- V
Qual é a fórmula que relaciona o número de cópias (p) com o valor a ser pago (V)?A) V = 0,10pB) V = 1 + 5pC) V = 0,10 + 0,5pD) V = 5p
Revista Pedagógica 51
Neste item é avaliada a capacidadede de identificar a representação
algébrica de uma função do primeiro grau a partir de dados de
uma tabela. Para resolver o problema, o aluno precisa perceber a
relação que existe entre os valores da tabela, isto é, como o preço
por cópia é de R$0,10, o valor v, em reais, a ser pago por p cópias
é V 0,10p= . a alternativa correta, opção a, foi assinalada por 35,5%
dos alunos.
a alternativa B foi escolhida por 17,4% dos alunos e a c por 27,2%
dos alunos. Eles usaram os dois primeiros valores que aparecem
na primeira ou na segunda linha para dar como resposta,
respectivamente, V 1 5p= + e V 0,10 0,50p= + .
a alternativa d foi escolhida por 19,3% dos alunos. Parece que
eles usaram o segundo número da primeira linha da tabela para
escrever a função V 5p= .
35+65percentual de acerto
35,5%
A B C D
35,5% 17,4% 27,2% 19,3%
52 Saep 2012
acima de 350 pontos
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
AVANÇADO
Neste Padrão, os alunos demonstram resolver
problemas envolvendo equação do 2° grau e
sistema de equações do 1° grau. Eles também
resolvem problemas envolvendo juros simples;
localizam frações na reta numérica; reconhecem
o valor posicional de um algarismo decimal e a
nomenclatura das ordens; efetuam adição de frações
com denominadores diferentes; resolvem problemas
com números inteiros positivos e negativos, não
explícitos com sinais e obtem a média aritmética de
um conjunto de valores. Embora o cálculo da média
aritmética requeira um conjunto de conhecimentos
já desenvolvidos pelos alunos em séries escolares
anteriores, que utilizam, na prática, essa ideia para
compor a nota bimestral ou em outros contextos
extraescolares, o conceito básico de estatística,
combinado com o raciocínio numérico, só é
desempenhado pelos alunos neste nível da escala.
Eles também calculam expressões com numerais na
forma decimal com quantidades de casas diferentes,
efetuam cálculos de divisão com números racionais
nas formas fracionária e decimal simultaneamente,
além de calcular o resultado de expressões
envolvendo, além das quatro operações, números
decimais (positivos e negativos, potências e raízes).
No campo geométrico, há um avanço significativo
no desenvolvimento dos conhecimentos. os alunos
resolvem problemas envolvendo: a lei angular
de tales; o teorema de Pitágoras; propriedades
dos polígonos regulares, inclusive por meio de
equação do primeiro grau. Eles também aplicam
as propriedades de semelhança de triângulos na
resolução de problemas; reconhecem que a área
de um retângulo quadruplica quando seus lados
dobram; resolvem problemas envolvendo círculos
concêntricos; resolvem problemas utilizando
propriedades de triângulos e quadriláteros;
identificam propriedades comuns e diferenças
entre figuras bidimensionais e tridimensionais,
relacionando estas às suas planificações, além
de identificar o sólido que corresponde a uma
planificação dada, reconhecer a proporcionalidade
entre comprimentos em figuras relacionadas por
ampliação ou redução e calcular ângulos centrais em
uma circunferência dividida em partes iguais. No nível
avançado da escala, os alunos utilizam o raciocínio
matemático de forma mais complexa, conseguindo
identificar e relacionar os dados apresentados
em diferentes gráficos e tabelas para resolver
problemas ou fazer inferências. analisam gráficos
de colunas representando diversas variáveis. Eles
também calculam a medida do perímetro de polígonos
sem o apoio de malhas quadriculas e calculam a área
de figuras simples (triângulo, paralelogramo, retângulo,
trapézio). Em relação ao conceito de volume, esses
alunos determinam a medida do volume do cubo e
do paralelepípedo pela multiplicação das medidas de
suas arestas e realizam conversões entre metro cúbico
e litro.
(M090616ES) Lúcia planta flores em um canteiro retangular com 3 m2 de área. Ela ampliou esse canteiro, triplicando todas as suas dimensões, mas mantendo o formato retangular.
Qual é a medida da área ampliada desse canteiro de Lúcia?A) 6 m2
B) 9 m2
C) 18 m2
D) 27 m2
Revista Pedagógica 53
Este item avalia a capacidade de reconhecer a ampliação de figuras
bidimensionais. como a ampliação do canteiro foi feita triplicando-se
todas as dimensões e conservando os ângulos, o fator de ampliação
é 3. Isso significa que a razão área do canteiro após a ampliação
área do canteiro original é igual
a 23 9= , ou seja, a medida da área do canteiro, após a ampliação,
é de 9 3 27× = m2. a alternativa correta, opção d, foi assinalada por
apenas 11,9% dos alunos.
a alternativa a foi escolhida por 16,9% dos alunos. como a
área original era de 3m2 e as dimensões foram triplicadas, eles
consideraram que a área após a ampliação passaria a ser de 3 3 6+ = m2. outra possibilidade é entender que a área será multiplicada por
32, mas erra por considerar que 32 = 3 x 2 = 6.
a alternativa B foi a mais procurada, sendo escolhida por 54,2%
dos alunos. como a área original era de 3m2 e as dimensões
foram triplicadas, eles consideraram que a área, após a ampliação,
também seria triplicada e passaria a ser de 933 =× m2.
a alternativa c foi escolhida por 16,7% dos alunos. como as
dimensões foram triplicadas, esses alunos consideraram que a área
ficaria multiplicada por 2 3 6× = , dando como resposta 6 3 18× = m2.
11+89percentual de acerto
11,9%
A B C D
16,9% 54,2% 16,7% 11,9%
Este item avalia a capacidade de resolver problemas que envolvam
porcentagem.
conforme o enunciado, vanice comprou um apartamento por
R$82.000,00 e o vendeu por R$92.250,00, ou seja, com um
acréscimo de 92.250,00 82.000,00 10.250,00− = reais. assim, como
10.250,00 0,12582.000,00
= , o percentual de acréscimo no valor desse
apartamento foi de 12,5%. a alternativa correta, B, foi assinalada
por 41,2% dos alunos.
a alternativa a foi escolhida por 32,1% dos alunos. Eles consideraram
que o percentual de acréscimo era dado por acréscimopreço final
, obtendo
como resposta 10.250,00 0,11192.250,00
≈ , ou seja, 11,1%.
a alternativa c foi escolhida por 13,5% dos alunos. Eles consideraram
que o percentual de acréscimo era dado por preço inicialpreço final
, obtendo
como resposta 82.000,00 0,88892.250,00
≈ , ou seja, 88,8%.
a alternativa d foi escolhida por 12,8% dos alunos. Eles consideraram
que o percentual de acréscimo era dado por preço finalpreço inicial
, obtendo
como resposta 92.250,00 1,12582.000,00
= , ou seja, 112,5%.
(M090885A9) Ao comprar um apartamento na planta, Vanice pagou R$ 82 000,00. Hoje, já com a obra quase concluída, ela o vendeu por R$ 92 250,00.
Qual é o valor percentual de acréscimo no valor desse apartamento? A) 11,1%B) 12,5%C) 88,8%D) 112,5%
41+59percentual de acerto
41,2%
A B C D
32,1% 41,2% 13,5% 12,8%
54 Saep 2012
Revista Pedagógica 55
3
Os resultados desta escola no Saep 2012 são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles estão
impressos nesta revista. Os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão
disponíveis no CD anexo à Revista da Gestão Escolar e no Portal Dia a Dia Educação, pelo endereço eletrônico
www.educacao.pr.gov.br/saep2012. O acesso aos resultados no Portal é realizado mediante senha enviada ao
diretor da escola.
OS RESULTADOS DESTA ESCOLA
56 Saep 2012
RESULTADOS DISPONÍVEIS NO PORTAL
• Percentual de acerto por descritor
apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma dos conhecimentos avaliados.
Esses resultados são apresentados por NRE, município, escola, turma e aluno.
• Resultados por aluno
É possível ter acesso ao resultado de cada aluno na avaliação, sendo informado o
Padrão de desempenho alcançado e quais conhecimentos ele possui desenvolvidos
em Matemática para o 9º ano do Ensino Fundamental. Essas são informações
importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar.
RESULTADOS IMPRESSOS NESTA REVISTA
• Proficiência média
apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com
as médias do Paraná, do seu Núcleo Regional de Educação (NRE) e do seu município.
o objetivo é proporcionar uma visão das proficiências médias e posicionar sua escola
em relação a essas médias.
• Participação
Informa o número estimado de alunos para a realização do teste e quantos,
efetivamente, participaram da avaliação no seu NRE, no seu município e na sua escola.
• Percentual de alunos por Padrão de Desempenho
Permite acompanhar o percentual de alunos distribuídos por Padrões de desempenho
na avaliação realizada pelo estado
• Percentual de alunos por nível de proficiência e Padrão de Desempenho
apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos intervalos de proficiência no Paraná,
no seu NRE e na sua escola. os gráficos permitem identificar o percentual de alunos
para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de desempenho. Isso será
fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do processo
de ensino e à promoção da equidade escolar.
Revista Pedagógica 57
O artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho com um conteúdo específi co em sala de aula. A proposta
é que o caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outros conhecimentos. Com isso, é possível adaptar
as estratégias de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação focada nas
necessidades dos alunos.
4
DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES
58 Saep 2012
"o trabalho em
sala de aula, as
atividades propostas
e os direitos e os
deveres assumidos
pelo professor e pelos
alunos podem consistir
em consideráveis
in� uências na
aprendizagem dos
alunos."
O CONHECIMENTO DOS NÚMEROS E SUA UTILIZAÇÃO PELOS ALUNOS NAS SéRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
conhecer e utilizar números é um dos conteúdos relativos ao tema
Números e álgebra e Funções. Seja para a realização de atividades
cotidianas, seja para o prosseguimento dos estudos da Matemática,
consideramos que desenvolver capacidades ligadas a esse
conhecimento faz-se indispensável para os indivíduos.
Notamos que o desempenho dos alunos nas aprendizagens
referentes a esse conhecimento, sobretudo quando se trata de
números racionais, tem se revelado abaixo do esperado. Esse é um
resultado preocupante, na medida em que se percebe um pequeno
progresso no desenvolvimento dessas capacidades pelos alunos,
também, ao longo de sua formação. Isso representa que uma parte
dos alunos não tem uma compreensão signifi cativa dos conceitos
de fração e, deste modo, apresenta difi culdades no cálculo, bem
como nos conceitos de decimais e de porcentagem, na aplicação de
medidas, e no conhecimento de razão e proporção.
Existem muitos fatores que podem infl uenciar o resultado alcançado
pelos alunos, tais como as condições socioeconômicas das famílias
desses alunos, as condições de trabalho dos professores e as
rotinas nas escolas. Neste artigo, faremos referência ao processo de
ensino e aprendizagem em nossas escolas apresentando momentos
para que o professor possa refl etir sobre sua prática e sobre a
forma como os alunos se envolvem na execução de alguma tarefa
Revista Pedagógica 59
escolar. consideramos que o trabalho em sala de aula, as atividades
propostas e os direitos e os deveres assumidos pelo professor e
pelos alunos podem consistir em consideráveis infl uências na
aprendizagem dos alunos.
dado o contexto supracitado, propomos, neste momento,
uma refl exão sobre o que é desejável para a construção dos
conceitos referentes ao conhecimento e à utilização dos números,
considerando, também, o que temos observado em nossas escolas.
Buscaremos enfocar questões como: as frações são trabalhadas
tanto em conjuntos contínuos como em conjuntos discretos, com
o auxílio de material concreto? Esses assuntos são ensinados,
garantindo-se a conexão entre a representação fracionária de
números racionais e suas representações decimais e porcentuais?
os alunos têm oportunidade de resolver situações-problema
variadas que envolvam os diferentes signifi cados das frações?
a construção dos conceitos relacionados ao conhecimento e à
utilização dos números, principalmente dos números racionais, deve
começar nos anos iniciais do Ensino Fundamental e ser aprofundada
nos anos fi nais desse nível de ensino, e sempre estar presente nas
atividades dos alunos que já estão no Ensino Médio.
os alunos trabalham, ao longo de sua formação, a identifi cação dos
números na reta numérica. Inicialmente, este trabalho é realizado
por meio de números naturais, desenvolvendo posteriormente
conhecimentos sobre números inteiros e racionais. conhecer os
números racionais é o grande foco de desenvolvimento pelos alunos,
que fazem uso desses conceitos em diversas situações do dia a dia:
conhecer e relacionar medidas de altura e peso, manusear cédulas
monetárias e moedas para realizar compras, relacionar partes de um
mesmo inteiro para divisão de objetos entre pessoas, entre outros.
Sendo assim, reconhecer as diferentes representações de um
número racional e identifi car fração como representação que pode
estar associada a diferentes signifi cados são conceitos trabalhados
ao longo desta etapa de escolaridade.
60 Saep 2012
"Acreditamos ser por
meio da resolução de
situações-problema
que os alunos
podem desenvolver
capacidades referentes
a esse descritor"
O desenvolvimento dos conhecimentos na sala de aula
Pelos resultados das avaliações realizadas, podemos perceber que,
em média, a capacidade avaliada pelos itens presentes nos testes
mostra que o descritor relacionado ao reconhecimento de diferentes
representações de um número racional, tem um percentual de acerto
próximo a 50%.
acreditamos ser por meio da resolução de situações-problema
que os alunos podem desenvolver capacidades referentes a esse
descritor. Em um primeiro momento, eles identifi cam fração como
representação que pode estar associada a diferentes signifi cados e
quando eles se deparam com situações que promovem a conexão
entre as representações fracionária, decimal e percentual, de uma
mesma quantidade, esses alunos podem perceber que um número
racional apresenta diferentes representações.
os resultados de testes de larga escala mostram que os itens de teste
referentes ao descritor em tela são os que apresentam, também,
uma grande difi culdade para os alunos. as respostas a esses itens
mostram, de modo geral, que os alunos não diferenciam o signifi cado
do “traço da fração” do signifi cado da vírgula e os reconhecem
como meros separadores de números. É comum encontrarmos um
alto percentual de alunos que, por exemplo, associa o número 3,2 à
fração 3
2. também é grande a difi culdade dos alunos para perceber
que, por exemplo, 1
10 = 0,1 = 10%. Isto se verifi ca entre alunos que
estão completando o ensino fundamental.
Reconhecer as várias representações de um número é uma
capacidade que começa a ser construída quando as crianças iniciam
os estudos dos primeiros números naturais. Para que isso se torne
possível, é indispensável que já no 1º ano do Ensino Fundamental
experimentem diferentes decomposições de um mesmo número. o
uso das réguas de cuisinaire (réguas graduadas em 10 tamanhos e
cores diferentes) é um ótimo recurso.
Revista Pedagógica 61
"A partir do 4º ano do
Ensino Fundamental,
ao trabalhar com as
primeiras frações,
é necessário que,
primeiramente,
os alunos saibam
identifi car fração como
número."
Já em anos posteriores, os alunos devem perceber, por exemplo,
que 356 pode ser representado por 300 + 50 + 6, mas também por
200 + 156 e, assim, que há outras decomposições além da que se
dá segundo as ordens do sistema de numeração decimal. Para que
essa capacidade seja dominada, é indispensável que o trabalho em
sala de aula garanta a conexão entre as operações e os números.
No contato com as frações, os alunos têm a possibilidade de
reconhecer outras representações de um mesmo número racional.
a partir do 4º ano do Ensino Fundamental, ao trabalhar com as
primeiras frações, é necessário que, primeiramente, os alunos saibam
identifi car fração como número. Nesse momento, a observação das
equivalências faz-se importante do mesmo modo, pois propiciará,
aos alunos, perceber que uma mesma quantidade pode ter
diferentes representações fracionárias. Em séries de escolaridade
mais avançadas, podem ser feitas atividades diversifi cadas para que
os alunos percebam que, por exemplo, 1
2,
2
4, 0,5, 50% representam
a metade do inteiro e, portanto, todos representam um mesmo
número.
No desenvolvimento dessas capacidades, as referências aos
números racionais podem ser dadas pelo uso da reta numérica, pois,
quando encontramos frações associadas a um mesmo ponto da reta
numérica, estas representam o mesmo número racional.
Em um trabalho contínuo, até o 9º ano do Ensino Fundamental, pode
ser pensada a inserção de elementos diferentes, que também fazem
referência a esse conteúdo. Isso se refere a associar diferentes
representações por meio de problemas, que permita, ao aluno,
perceber que as representações auxiliam o trabalho de interpretação
de situações. Por exemplo:
um noticiário de televisão apresentou que a espessura do gelo no
oceano ártico sofreu uma redução de 2/5 nos últimos anos. Qual seria
essa representação percentual? Será que esse tipo de representação
do número racional permitiria uma melhor compreensão do que
62 Saep 2012
"É pelas relações
que os alunos
estabelecem entre
os vários assuntos
da Matemática que
o conhecimento se
constrói."
essa informação quer passar à sociedade? alguns alunos teriam
uma percepção do quanto signifi ca 2/5, mas outros, somente após
realizarem a relação com o valor percentual atingiriam esse grau de
compreensão. Sendo assim, teríamos um maior número de alunos
associando 2/5 ao seu valor “grande” ou “pequeno” em relação ao
todo. Perceba que neste exemplo a difi culdade não está representada
no conteúdo, mas na complexidade do problema exposto para
os alunos e ao conhecimento que os alunos já apresentam sobre
número fracionário e percentual.
um fato que pode explicar o desempenho abaixo do desejado
dos alunos do 9º ano, como vemos em resultados das avaliações,
é o desaparecimento do trabalho com frações quando os alunos
começam a aprender álgebra. a maioria das equações propostas
apresenta coefi cientes inteiros e a solução também é um número
inteiro. Não é raro encontrarmos alunos que, quando resolvem um
problema ou uma equação e encontram para resultado uma fração,
imaginam logo que erraram, pois “o resultado foi estranho”.
Por que isso acontece em nossas escolas? Em geral, depois que
os alunos iniciam o aprendizado da álgebra, percebemos que a
aritmética (e com ela as frações) quase desaparece das salas de
aula. Pouca conexão entre essas partes da Matemática, incluindo aí
a geometria, é verifi cada.
Ninguém aprende algo que não tenha um signifi cado. o que dizer
do que não se sabe para que serve? ora, as frações surgiram da
necessidade de medir, quando a unidade de medida não cabia em
um número inteiro de vezes na grandeza a medir. Então, por que
fazer o ensino das frações desconectado de medidas? É pelas
relações que os alunos estabelecem entre os vários assuntos da
Matemática que o conhecimento se constrói.
Revista Pedagógica 63
Algumas propostas de atividades para a sala de aula
Podemos pensar em algumas atividades que auxiliem o
desenvolvimento do conhecimento dos alunos em relação às
capacidades relacionadas ao reconhecimento das diferentes
representações de um número racional. a seguir, sugerimos possíveis
estratégias que podem ser aplicadas, a fi m de que os alunos iniciem
o desenvolvimento dessas capacidades.
Para que os alunos percebam frações equivalentes, ou seja, frações
que representam a mesma quantidade, o professor poderá utilizar o
material concreto, como folhas de papel, para o estudo de frações
de conjuntos contínuos e material de contagem para o estudo de
frações de conjuntos discretos.
Figura 1A: Figura 1B:
Figura 1- Frações equivalentes
Na Figura 1a, temos um modelo contínuo, onde o inteiro ou a unidade
é a barra, que pode ser representada por uma folha de papel.
vemos que 1
2 e
2
4 de uma folha de papel correspondem à mesma
quantidade da folha, ou seja, à metade da folha. É neste sentido –
representar a mesma porção da superfície da folha de papel – que
escrevemos 1
2 =
2
4. Já na fi gura 1B, temos um modelo discreto, onde
o inteiro são os 12 botões e, neste caso, observamos que os botões
vermelhos correspondem a 1
2 de 12 botões (6 botões) ou a
2
4 de
12 botões (6 botões) ou à metade de 12 botões. assim, é possível
64 Saep 2012
constatar que 1
2 e
2
4 de uma mesma coleção representam a mesma
quantidade de objetos e, portanto, o mesmo número. Por isso, temos 1
2 =
2
4.
outra estratégia para que os alunos do 5º ao 6º ano percebam que
diferentes frações podem representar o mesmo número é o uso da
reta numérica. Frações que estão associadas a um mesmo ponto da
reta numérica representam o mesmo número.
Figura 2
Figura 2- Localização de algumas frações na reta numérica
Para que os alunos percebam que um número racional tem diferentes
representações, também é necessário que o ensino dos números
racionais promova conexões entre as frações, os números decimais,
a porcentagem e o sistema de numeração decimal.
valendo-nos do papel quadriculado, podemos propor aos alunos
dessas etapas de escolaridade que desenhem um quadrado
formado por 100 quadradinhos. Em seguida, dividam esse quadrado
em dez partes iguais. Que fração do quadrado representa cada
parte? E cinco partes? depois, os alunos deverão desenhar outro
quadrado, igual ao primeiro e pintar a metade dos quadradinhos.
comparando o número de quadradinhos pintados em cada quadrado
desenhado, os alunos poderão verifi car que 5 1
=10 2
, pois ambas as
frações correspondem a 50 quadradinhos e como 5 = 0,5
10, perceber
que 1 5 = = 0,5
2 10. Por outro lado, quando o conceito de porcentagem é
construído, buscando conexões com as frações, os alunos poderão
constatar que pintar 50% dos quadradinhos é pintar 50 dos 100
"Para que os alunos
percebam que uma
mesma fração pode
estar associada a
vários signifi cados,
devem ser propostas
situações-problema
variadas, onde as
frações assumam
diversos signifi cados."
Revista Pedagógica 65
quadradinhos que compõem o quadrado desenhado, ou seja, 1
2 ou
5
10 ou
50
100e, assim,
1 5 50 = = = 50% = 0,5
2 10 100. Este tipo de exploração pode
ser utilizado para que os alunos percebam outras equivalências.
como apresentamos, essas atividades devem ser inicialmente
trabalhadas no 5º e 6° anos do Ensino Fundamental e retomadas
e aprofundadas também no 7º ano. Quando essas etapas não
são cumpridas, não propiciando essas conexões, os alunos fi cam
com uma grande quantidade de informações sem signifi cado
e não percebem que um mesmo número pode ter diferentes
representações. os “saltos” acabam criando verdadeiros fossos e os
alunos mostram-se incapazes de transpô-los.
até o 9° ano do Ensino Fundamental, podemos continuar esse
trabalho de reconhecer diferentes representações de número
racionais. o trabalho com jornais e revistas, comumente, mostram
informações dadas por essas representações e cabe aos leitores/
alunos perceber o que esses valores estão indicando.
veja essa reportagem do site globo.com.
66 Saep 2012
uma atividade que o professor pode propor na sala de aula refere-
se ao signifi cado da fração “um quarto dos brasileiros”, que foi citada
na reportagem. com essa informação o professor pode propor que
os alunos busquem diferentes representações que possam facilitar
o processo de interpretação. Será que o conhecimento de ¼ = 25%
permitiria que uma parcela maior de alunos compreendesse o quanto
isso representa, ou seja, se é uma quantidade considerável ou não de
pessoas que ainda não sabem ler e escrever? Se soubermos o número
de brasileiros, e quisermos encontrar quantos deles são analfabetos,
poderíamos reconhecer que ¼ = 0,25, então seria fácil encontrar que o
número de brasileiros analfabetos corresponde a 0,25 vezes o número
total de brasileiros. vejamos quantas possibilidades encontramos neste
trabalho com os alunos nas etapas fi nais do ensino fundamental!
a utilização de números racionais na forma fracionária e na forma
decimal, em situações de álgebra e de geometria, em turmas dos
anos fi nais do Ensino Fundamental, certamente, favorece o domínio
das capacidades referentes ao conhecimento de conhecer e utilizar
números, em especial, números racionais.
vejamos, sem seguida, uma outra atividade, relacionada ao
conteúdo citado.
Revista Pedagógica 67
diante da situação exposta na fi gura, desejamos encontrar o valor da
altura da escada necessária para trocar uma lâmpada no alto de uma
parede de um prédio. a altura do chão à lâmpada é de 2,3 metros e
que para apoiar a escada na parede, ela precisa estar a uma distância
que represente 40% da altura da parede, por ser considerada a
mais segura para uma pessoa subir essa escada. Para calcular o
tamanho da escada, utilizaremos o teorema de Pitágoras, mas antes
disso devemos encontrar o valor da distância da parede ao “pé” da
escada. Essa operação envolve operações com valores percentuais e
decimais, e podemos escolher o modo de realizar esses cálculos. um
aluno pode utilizar variação proporcional para encontrar o valor de 40%
de 2,3, mas pode, também, reconhecer a representação decimal ou
fracionária de 40% e realizar os cálculos de modo, também, adequado.
Não discutiremos aqui, o que seria o modo mais fácil ou mais
rápido, mas as possibilidades de resolução do problema, quando
trabalhamos com esses dados apresentados. É importante para o
aluno reconhecer as diversas possibilidades de resolver problemas e
realizar operações, para que aplique aquela que for mais condizente
em uma situação na qual ele vai vivenciar.
a observação da prática desenvolvida em muitas de nossas escolas
aponta para um trabalho com frações que se restringe a frações
da barra e da pizza. Muitas vezes, o estudo é iniciado já com a
representação gráfi ca, privando os alunos da vivência de determinar
frações de um inteiro, utilizando material concreto. Nem sempre os
alunos são instigados a determinar frações de uma coleção. como
consequência, o percentual de acertos em itens que envolvem
frações em conjuntos discretos é muito menor que em itens que
tratam de frações em conjuntos contínuos.
Ressaltamos o quanto é importante o professor ter conhecimento
dessas propostas diversifi cadas de aplicação do conteúdo na sala
de aula e elabore estratégias que percorrem caminhos diferenciados
para o desenvolvimento de uma mesma capacidade. como
mostramos, as situações-problema são ótimas formas de propor
atividades para os alunos.
68 Saep 2012
A sociedade apresenta um ritmo acelerado de transformações, o que contribui
para que a escola seja vista pelo aluno como um lugar obsoleto. Cabe a nós,
educadores, mostrar que esse espaço se destina à produção de conhecimentos que
garantirão o avanço da sociedade.
PAPEL DO PROFESSOR
ÍNDICES DA AVALIAÇÃO ExTERNA DEVEM SER USADOS PARA O SUCESSO DA APRENDIZAGEM
Enxergar o resultado da avaliação externa não apenas
como um índice, mas sim como uma contribuição
para o sucesso da aprendizagem. Esse deve ser,
segundo a professora de Matemática carina Pancote
de lima, o pensamento seguido pelos educadores
com relação aos processos avaliativos. Professora
há dois anos e atuando na Rede Estadual de Ensino
de Maringá (PR), ela acredita que os docentes devem
“ter pleno conhecimento do que são as avaliações e
como funcionam”.
a escola em que carina leciona possui 896 alunos
oriundos da periferia de Maringá e até mesmo de
outros municípios. a instituição atende ao Ensino
Fundamental e Médio e às modalidades Educação
de Jovens e adultos e Educação Especial, nos
três turnos, e seu corpo docente é composto por
115 professores.
Na opinião da professora, a avaliação externa
pode ajudar a detectar falhas no ensino, bem
como contribuir para superar tais lacunas.
“a partir da análise dos resultados pelos
professores, da verifi cação dos alunos que estão
abaixo das expectativas de aprendizagem e da
avaliação geral da turma é possível redirecionar
a metodologia de trabalho para que tais
problemas sejam sanados. É possível realizar um
planejamento que contemple os conteúdos mais
defi citários”, declara.
a profi ssional dá exemplos de como ações
pedagógicas podem ser colocadas em prática a
partir dessa análise: salas de apoio à aprendizagem,
atividades diferenciadas, atividades extras que
contemplem os conteúdos básicos, mudança de
metodologia de acordo com as especifi cidades de
cada turma, atividades com auxílio de tecnologias,
jogos de raciocínio lógico e utilização de material
concreto são algumas delas. carina utiliza os
três últimos exemplos em sua aula e garante que
através deles “é possível que os alunos gostem e
se identifi quem com a disciplina de Matemática e
passem a perceber, nas atividades em sala, a relação
entre os jogos e os conteúdos, melhorando assim seu
desempenho”, destaca.
Para carina, as revistas do Sistema de avaliação da
Educação Básica do Paraná (Saep) podem auxiliar
no trabalho pedagógico. Sendo assim, para que
o professor possa estar atento às mudanças e às
necessidades de seu aluno, ele deve inserir em
seu cotidiano a leitura, a interpretação dos textos
e dos dados das publicações.
“a sociedade apresenta um ritmo acelerado de
transformações, o que contribui para que a escola
seja vista pelo aluno como um lugar obsoleto. cabe
a nós, educadores, mostrar que esse espaço se
destina à produção de conhecimentos que garantirão
o avanço da sociedade”, conclui a professora.
ExPERIÊNCIA EM FOCO
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE jUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO
COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TéCNICA DO PROjETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESqUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANáLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOJULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO
RESPONSáVEL PELO PROjETO GRáFICOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
PaRaNá. Secretaria de Estado da Educação.
SaEP – 2012/ universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, caEd.
v. 1 ( jan/dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – anual.
aRaÚJo, carolina Pires; MElo, Manuel Fernando Palácios da cunha e; olIvEIRa, lina Kátia Mesquita de; REzENdE, Wagner Silveira.
conteúdo: Revista Pedagógica – 9º ano do Ensino Fundamental - Matemática.
ISSN 2316-7602
cdu 373.3+373.5:371.26(05)