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SEM0544 SEM0544 -- Aula Aula 99
Engenharia do Valor Engenharia do Valor Engenharia do Valor Engenharia do Valor
Prof. Dr. Marcelo BeckerProf. Dr. Marcelo Becker
Prof. Dr. Rodrigo NicolettiProf. Dr. Rodrigo NicolettiSEM - EESC - USP
Baseado no material da Profª. Zilda de Castro Silveira – EESC - SEM
DEFINIÇÃO: DEFINIÇÃO: Engenharia do Valor é a aplicação sistemática e consciente de um conjunto de técnicas, que:
Identificam funções necessárias
Estabelecem valores para as funções
Desenvolvem alternativas para desempenho ao mínimo custo
Engenharia do Valor
Desenvolvem alternativas para desempenho ao mínimo custo
A análise do valor constitui uma abordagem original para reduzir custos de produção de bens e serviços e, simultaneamente, aumentar o valor do produto para o usuário.
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Análise do Valor surgiu em função da pesquisa de novos materiais, de mais baixo custo
e mais fácil obtenção, substituindo os materiais escassos devido a II Guerra Mundial.
Esta pesquisa ocorreu na General Eletric (EUA), sendo a técnica de AV formalizada por
Lawrence D. Miles em 1947, nos qual relacionou componentes e sistemas em termos
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Histórico
de funções.
� EUA:• 1952: GE inicia programa de treinamento • 1959: formação da Sociedade Americana de Engenharia do Valor• 1962: Depto de Defesa Americano• 1967: Depto de Correios e Telégrafos e NASA
� Canadá: Inserção por meio de consultores.
� Europa: fundação da Value Engineering Ltda em 1964.
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� Alemanha: independentemente da utilização por filiais de empresas internacionais, houve um movimento governamental, que culminou na elaboração das normas DIN 69910 e VDI 2801, com aplicações de sucesso da metodologia pela Siemens, a Bosch e Phillips;
Japão: adaptação das técnicas através de divulgações científicas em 1964;
Histórico
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� Japão: adaptação das técnicas através de divulgações científicas em 1964;
� Brasil: Aplicado inicialmente pela Singer do Brasil em 1964 e, posteriormente pela Mercedez-Benz em 1971, a Bendix, Phillips e a Volkswagen. Em 1984 foi criada a Associação Brasileira de Engenharia e Análise do Valor - ABEAV.
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Elementos básicos em AV
Função: fundamental para a metodologia de AV. É a característica a ser obtida do desempenho de um item, se este realizar sua finalidade, objetivo ou meta. É o motivo daexistência de um item, ou parte dele. A característica de um item ou serviço que atinge as necessidades e desejos do comprador/usuário.
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necessidades e desejos do comprador/usuário.
Valor: pode ser definido como o equivalente justo em dinheiro ou mercadoria, especialmente do que pode ser comprado ou vendido. Assim, o valor é expresso de forma relativa através de comparação (custo, uso, estima ou troca), sendo mensurado em termosmonetários.
Desempenho: conjunto específico de habilidades funcionais e propriedades, que faz o produto adequável e vendável para uma finalidade específica.
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Classificação das funções
• Básica (B) ou Secundárias (S)• Necessárias (N) ou Desnecessárias (D)• de Estima (E) ou de Uso (U)
Sem a função Básica o produto ou serviço perde seu valor, e sua identidade. Essa função explica a própria existência do produto.
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Essa função explica a própria existência do produto.
Exemplo: em um relógio a função básica é Indicar hora. A função Contar segundos (cronômetro) e calendário são funções secundárias(melhoram as funções básicas).
• As funções desnecessárias são aquelas que somente existem para que o fabricante possa realizar as funções necessárias ou básicas. Exemplo: Furos de centro.
• As funções de estima resultam no desejo de posse por parte do usuário.
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Avaliação Funcional
• Quais as funções básicas e/ou necessárias?
• Qual o custo de cada uma delas?
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• Qual o valor da função básica?
• De que outra forma pode ser desempenhada a função básica?
• Quanto custa uma forma alternativa?
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Técnicas de Análise Global
Técnicas específicas que permitem abordar situações como todo, hierarquizando os problemas, e decidindo por qual começar.
Método DEI: consiste em hierarquizar as propostas através de três parâmetros: Disponibilidade, Execução e Impedimento.
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parâmetros: Disponibilidade, Execução e Impedimento.
Neste caso, as notas são 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 10, que representam em termos de:
Dificuldade (D): extremamente difícil (3) a extrem. fácil (10)
Lucratividade (E): muito pequena (3) a muito elevada (10)
Impedimento (I): fortíssimo (3) a nenhum (10)
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Técnicas Re-estruturantes
Decompõe o problema de maneira sistemática antes de serem adequadamente compreendidos, para se obter informações sobre o produto.
Técnicas de análise de custos: Busca-se mostrar os custos
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Técnicas de análise de custos: Busca-se mostrar os custos desnecessários, bem como onde estão os custos mais altos.
-Determinação do custo total do produto: consiste em comparar o custo do total do produto com produtos equivalentes do mercado.
- Custo por peso: Aplicado onde predomina o item material, sendo indicado para análises que envolvam peças fundidas ou forjadas.
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Técnicas de Análise Funcional
Estudo analítico das funções envolvidas, sua hierarquia e seus componentes.
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Técnica de análise funcional de sistemas (Diagrama FAST)
O Diagrama FAST mostra todas as funções, tornando visíveis suas relações de importância relativa.
Uma grande vantagem consiste na habilidade de permitir a ligação do analista do valor ao especialista da área do problema.
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Exemplo de Diagrama FAST para redução de custos de um
cabide.(Cabide possui um gancho soldado no seu centro e em cada
extremidade um prendedor limitado por uma chapinha).
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Manusear mercadoria Prover prendedor
Esticar mercadoria
Pendurar Mercadoria
Mover Prendedores
Limitar Posição
G
A
D
E
Como? Por quê?
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Induzir comprar Valorizar mercadoria
Oferecer estética
Destacar mercadoria
Sustentar mercadoria
Conformar mercadoria
Embelezar material
Pendurar Cabide
Prender/Soltar Mercadoria
H
A F
B
C
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Consumo de recursos para o estudo de caso de um cabide.
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Técnica FIRE: é uma simplificação dos métodos ponderacionais, atribuindo-se pesos aos quatros parâmetros: Funções, Investimento, Resultado e Exeqüibilidade - FIRE.
Valor F (Funções) I (investimento) R (Resultado) E (Exequibilidade) F x I x R x E
10Exerce todas as
funções NenhumEconomia/simplificação
Extremamente fácil de executar ou 1000
Diagrama FxIxRxE
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10 funções necessárias
Nenhumacima do esperado
de executar ou implantar
1000
08 Não se aplica Até UM$..* Conforme estimado Muito fácil 512
06 Não se aplica Até UM$..*Levemente abaixo do
esperadoRazoavelmente fácil 216
03 Não se aplica Até UM$..*Razoavelmente abaixo do
estimadoMuito difícil 27
01 Não se aplica Acima de UM$..* Muito abaixo do estimado Extremamente difícil 1
00Não exerce todas as
funções necessárias
Não se aplica Não se aplica Não se aplica 0
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Exemplo - Aplicação de Análise de valor.
Caixas de Mancais de Rolamento para eixos de até 430 mm de diâmetro (Fábrica de Aço Paulista):
• A equipe foi formada por participantes de diferentes áreas da empresa, nem todos familiarizados com o produto, sendo aplicadas
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empresa, nem todos familiarizados com o produto, sendo aplicadas técnicas para um entendimento razoável do produto por todos os membros da equipe;
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Foram considerados nove possíveis projetos trazidos pelos próprios participantes, sendo aplicada a técnica DEI para escolher os projetos com maior pontuação para serem analisados (D x E x I)
Priorização: Disponibilidade, Economia (Lucratividade) e Impedimento
PROJETO ESCOLHIDO
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Foi aplicado, então, o diagrama FAST para se identificar as funções relevantes, e em seguida seus custos.
O Diagrama FAST é composto por uma função básica através da qual são derivadas funções secundárias, até que se atinja um determinado nível de detalhamento. Ele pode conter tanto funções de uso ou funções de estima.
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Levantamento de custos por funções
12 3
70% dos custos na função “suportar esforços”
12% na função “facilitar montagem”
9,6% na função “vedar conjunto”EESC-USP © M. Becker 2011 18
Projeto tradicional com poucas alternativas de mudanças:
Foram escolhidas para serem abordadas as funções:Suportar esforços (70% dos custos)Facilitar montagem (12 % dos custos)
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Facilitar montagem (12 % dos custos)Vedar conjunto (9,6% dos custos)
A função mais cara foi detalhada (suportar esforços), e percebeu –se que boa parte dos custos era devido ao volume do materialdeixado na fundição para ser retirado na usinagem.
Na fase de geração de idéias, aplicou-se Brainstorming nas trêsfunções responsáveis pela maior parte dos custos.
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Algumas idéias sugeridas através do Brainstorming:
Suportar esforços:Reduzir espessura do assento da tampa;Furo roscado passante para prisioneiro;Reforçar ou aumentar a região do esforço e não a base toda;Substituição do tipo de material.
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Substituição do tipo de material.
Facilitar montagem:Eliminar bucha cônica;Diminuir diâmetros de parafusos;Eliminar parafuso.
Vedar conjunto:Eliminar parafusos;Diminuir parafusos;Tampa de Alumínio;Usar tampa de plástico transparente.
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Tabela de Vantagens e Desvantagens
(Técnica de seleção e avaliação de idéias)
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Seleção de alternativas: Diagrama FIRE.
FIRE
Em seguida foi feita uma escolha entre as várias alternativas proposta através do método FIRE
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Alternativas Funções Investimento Resultado Exeqüibilidade FxIxRxE
A-1) 10 08 10 08 6400
A-2) 10 08 09 07 5040
A-3) 10 08 08 06 3840
B-1) 10 10 08 05 4000
B-2) 10 08 08 05 3200
B-3) Não se aplica --- --- --- ---
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Como resultado, escolheram-se as três alternativas a seguir:
1. Diminuir a espessura da base de 95 mm na região dos furos de fixação, possibilitando uma redução de 96 kg sem alteração nas características do mancal. A alteração traz uma economia de 8,6 %.
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2. Fundir a base do mancal com rebaixo de 15 mm, possibilitando uma redução de peso de 32 kg. A redução de custo foi de 5,2%.
3. Mudar o tipo de material na base do mancal, possibilitando uma redução de 106 kg no peso. Redução de custo de 7,8%.
Resultado: redução de custos de 21,6 %, bem melhor que a meta que era de 5%.
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