Post on 02-Feb-2020
1 Professora PDE 2014/2015, graduada em Ciências Biológicas pela FACIPAL–Palmas (PR). 2 Doutora em Educação. Docente do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste –UNICENTRO (PR).
SENSIBILIZAÇÃO DOS JOVENS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA
PREVENÇÃO DA GESTAÇÃO PRECOCE NA ADOLESCÊNCIA
Clarice Comin Pompeu da Silva1
Ana Lúcia Crisostimo2
RESUMO
O presente artigo trata da temática Sexualidade e Gravidez Precoce na Adolescência. O processo formativo faz parte das atividades desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/PR), no ano de 2017. O projeto de implementação foi aplicado à alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Castelo Branco - Itapejara D`Oeste (PR), com o objetivo de proporcionar a apropriação do conhecimento cientifico, acerca da problemática gravidez na adolescência, visando a busca de subsídios que venham sensibilizar os estudantes sobre o tema. Os encaminhamentos metodológicos foram realizados a partir da implementação de uma Unidade Didática tendo como objetivo promover reflexões sobre as questões sociais emergenciais a sexualidade, relacionando com os conteúdos estruturantes da disciplina de Biologia. Para tanto utilizou-se práticas pedagógicas de cooperação e reflexão sobre o tema, através da intervenção pedagógica por meio de vídeos, palestras e cartazes informativos, entre outros. Os resultados alcançados comprovaram a participação, o envolvimento e o interesse dos alunos, na busca e construção do conhecimento a fim de possibilitar atitudes responsáveis e conscientes no cotidiano. Conclui-se que abordar Educação Sexual é
proporcionar o direito e exercício da cidadania.
PALAVRAS-CHAVES: Adolescência; Gravidez; Escola; Sexualidade. 1 INTRODUÇÃO:
Vivencia-se nos dias atuais um momento onde os adolescentes não têm
limites e nem sempre assumem a responsabilidade por seus atos. Uma das
consequências desses comportamentos é o aumento do índice de doenças
sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada em jovens cada vez mais
precoces.
Adolescentes acabam fazendo uso de métodos contraceptivos como a pílula
do dia seguinte sem maiores precauções pois acham que dessa forma estão evitando
uma gravidez, sem ter consciência que esse caminho não é o mais seguro, isto ocorre
muitas vezes por falta de orientação por parte dos pais, da escola e da própria
sociedade.
A gravidez na adolescência é uma realidade que abrange a todas as classes
sociais, agravada pelas sequelas da estrutura familiar; considerado um problema
social a ser encarado não só pela família, mas em todas as esferas da sociedade. Em
alguns casos a gravidez precoce faz parte de um desejo, mas na maioria das vezes,
é uma surpresa inesperada, que gera uma série de conflitos emocionais, instabilidade
familiar, desvio da escola e afastamento do convívio social, uma serie de
consequências das quais os jovens não refletem quando decidem dar o primeiro
passo para a vida sexual (BOCARDI, 2003).
Temas como sexualidade e prevenção de gravides não estão inseridas no
currículo da escola, embora os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) deixem
claro que estes conteúdos devem ser trabalhados na escola. Como tema transversal
é de responsabilidade de todos os professores abordarem o mesmo, não importando
a disciplina que ministrem. De acordo com os PCNs (1998, p. 316):
Informar é importante, mas não suficiente para mudar comportamentos. Os preconceitos impedem a utilização de informações, a adoção de comportamentos preventivos, o exercício da liberdade e relacionamento de igualdade entre os gêneros. Por isso, muitos adolescentes encontram dificuldade em processar os conhecimentos recebidos; outros, devido a medos e conflitos, não conseguem utilizá-los adequadamente.
Nem sempre é fácil conversar sobre sexo no cotidiano escolar. Isso implica em
abordar assuntos como os métodos anticoncepcionais, mudanças de conceito e
comportamento que leve ao uso da camisinha no relacionamento sexual. A dinâmica
do diálogo possibilita ao adolescente superar a vergonha, torna-o capaz de tomar
decisões e assumi-las em relacionamentos sexuais, reconhecendo os próprios limites
e desejos e o respeitando pelo outro. Nesta fase da vida, o risco de gravidez é muito
grande, pois a sexualidade é uma das descobertas do adolescente fazendo com que
tudo seja uma verdadeira aventura sem limites e consciência.
Com o propósito de contribuir a abordagem deste importante tema na escola
básica este trabalho apresenta uma experiência pedagógica sobre assuntos
relacionados à conscientização e sensibilização de jovens do 3º ano do Ensino Médio
do Colégio Estadual Castelo Branco, localizada em Itapejara D`Oeste (PR), quanto a
prevenção da gravidez precoce na adolescência e suas consequências.
2 EMBASAMENTO TEÓRICO:
2.1- Adolescência e Sexualidade
A adolescência no processo de crescimento é considerada uma etapa
fundamental do desenvolvimento humano. Etapa esta marcada por muitas
modificações físicas e comportamentais influenciadas por fatores socioculturais e
familiares. Ela é ser considerada como um sinal de passagem, marcada pelo
abandono da autoimagem infantil e projeção de vida no mundo adulto.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde, apud. HEILBORN, 2009, p.
6), “[...]a adolescência é um período do desenvolvimento humano que se estende,
aproximadamente, dos 10 aos 19 anos de idade, sendo caracterizado por uma
revolução biológica, psicológica e social”. Trata-se de um período com grande
crescimento e transformações, onde tudo é vivido com muita intensidade e
curiosidade. É na adolescência que o indivíduo começa a assumir e aceitar sua
condição -o que é, o que gosta e o que não gosta -esse período é muito importante
para a conquista do seu espaço na sociedade.
O período da adolescência corresponde aos momentos de descobertas das
limitações, das curiosidades pelas novas experiências, pela busca da independência
individual, e principalmente pela necessidade de integrar-se socialmente, é muito
marcada pelo desenvolvimento da personalidade e definição da identidade sexual.
Mais do que um corpo em desenvolvimento a adolescência apresenta vários outros
aspectos que devem ser considerados, como o crescimento emocional e intelectual,
as relações interpessoais, a vivencia dos afetos sexuais e tantos outros.
A adolescência é o período da vida humana que vem depois a infância e é marcado por muitas mudanças tanto no corpo quanto na mente. As mudanças fazem com que o corpo amadureça sexualmente sendo capaz de gerar filhos. As mudanças psicológicas devem permitir ao indivíduo assumir suas responsabilidades dentro da sociedade (ROVERATTI, 2010, p. 133).
Sendo assim, a sexualidade humana do indivíduo o acompanha em toda sua
existência e se torna importante na formação de sua identidade e desenvolvimento de
sua personalidade, e implica em seus sentimentos como o amor, a tesão, o erotismo,
as satisfações das suas necessidades instintivas como o contato com outras pessoas,
o afago, o calor, as carícias e beijos, a troca de intimidade, e a atração por outra
pessoa .Essa forma de exercitar a sexualidade é saudável, porem de forma
irresponsável e inconsequente pode acarretar em sérios problemas e conflitos que
poderão alterar seriamente os projetos futuros de cada adolescente em situações
como uma gravidez indesejada, um aborto, uma DST, o abandono escolar e
principalmente sua saúde.
Juntamente com a chegada da adolescência acontece também a descoberta
da sexualidade. Nessa fase o adolescente encontra-se fisicamente pronto para ser
inserido no mundo do adulto. Devemos compreender também que tudo que sentimos
e vivemos acontece no nosso corpo, portanto, não é possível separar a sexualidade
do corpo ou pensar no corpo sem considerar a sexualidade.
O reconhecimento da sexualidade é um dos momentos mais importantes na
adolescência, pois ela assume um papel importantíssimo nessa fase, no que se refere
a saúde e qualidade de vida dos adolescentes. A sociedade moderna percebe a
importância de abordar essa questão na adolescência, período de várias
transformações físicas e novas sociabilidades.
Nesse sentido, compreender a sexualidade dos adolescentes permite situá-los
no contexto social, o que implica ir além das questões biológicas e epidemiológicas.
Nessa fase da adolescência os jovens precisam de compressão e informações claras
A sexualidade uma das características mais relevantes dos seres humanos,
estando presente desde os primórdios da vida. Nada, porém, do que se refere ao ser
humano é definitivo, pois as sociedades e as culturas mudam e o indivíduo também.
A sexualidade, segundo a Organização Mundial de Saúde, pode ser definida
como uma expressão física, psicológica e social na procura de diversos sentimentos.
A sexualidade assume, ao longo de toda a nossa existência, uma enorme importância
uma vez que ela é parte essencial da nossa personalidade e da nossa vida.
Segundo Nunes e Silva (2000, p. 79):
A sexualidade é uma marca única do homem, uma característica somente desenvolvida e presente na sua condição cultural e histórica [...]. A sexualidade transcende a consideração meramente biológica, centrada na reprodução das capacidades instintivas [...] é a própria vivencia e significação do sexo, para além do determinismo naturalista, isto é, carrega dentro de si a intencionalidade e a escolha que a tornam uma dimensão humana, dialógica e cultural [...].
A afirmação que a sexualidade se inicia na puberdade, está condicionada ao
pensamento de que sexualidade e sexo são as mesmas coisas. Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1997) e FAVERO (2007), muitas vezes
esses termos são confundidos, mas sexo é apenas uma das formas de se manifestar
a sexualidade. Este mesmo autor coloca a sexualidade como uma busca por
prazeres, não somente os sexuais, mas qualquer tipo de prazer, como por exemplo,
a satisfação que se procura ao admirar-se em um espelho. Pode também englobar
descobertas proporcionadas pelo contato e pelo toque, atração por outras pessoas
com intuito de obter prazer pela satisfação dos desejos do corpo, entre outras
características.
Os termos sexo e sexualidade são independentes. Os PCNs (1997), trazem
que desde a saída do útero da mãe a criança começa a experimentar, mesmo que
inconscientemente, sua sexualidade. A sexualidade infantil se desenvolve desde os
primeiros dias de vida e segue se manifestando de forma diferente em cada momento
da infância. A sua vivência saudável é fundamental na medida em que é um dos
aspectos essenciais de desenvolvimento global dos seres humanos.
2.2- Adolescência e Sexualidade
A gravidez na adolescência é uma realidade que abrange a todas as classes
sociais, agravada pelas sequelas da estrutura familiar; considerado um problema
social a ser encarado não só pela família, mas em todas as esferas da sociedade.
Embora o número de casos tenha diminuído conforme o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), ainda assim, é uma problemática a ser pensada e
direcionada a programas e projetos que visam minimizar essa ocorrência.
Em alguns casos a gravidez precoce faz parte de um desejo, mas na maioria
das vezes, é uma surpresa inesperada, que gera uma série de conflitos emocionais,
instabilidade familiar, desvio da escola e afastamento do convívio social, uma serie de
consequências das quais os jovens não refletem quando decidem dar o primeiro
passo para a vida sexual (BOCARDI, 2003).
A gravidez precoce tem sido apontada como uma das ocorrências mais
preocupantes em relação a sexualidade na adolescência, pois vem acompanhada de
sérias consequências para os jovens envolvidos, seus filhos que nascerão e seus
familiares. Com isso resultam implicações como o abandono da escola, riscos para o
feto e para a mãe, conflitos na família, discriminação social, afastamento dos grupos
de convivência, adiamento ou destruição de sonhos.
[...] quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera consequências tardias e em longo prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido. A adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto. É por isso que alguns autores consideram a gravidez na adolescência como sendo uma das complicações da atividade sexual (BALLONE, 2003, p. 79).
A gravidez na adolescência não se constitui como um fenômeno novo no
cenário brasileiro, apenas adquiriu proporções maiores na atualidade. Segundo dados
do Ministério da Saúde, a gravidez na adolescência tem aumentado no Brasil. Cerca
de 1,1 milhões de adolescentes engravidam por ano no País.
As principais causas da gravidez são: o desconhecimento de métodos
anticoncepcionais, a educação informal dada à adolescente faz com que ela queira
assumir que tem uma vida sexual ativa e por isso usa métodos contraceptivos ou
outros de baixa eficiência (coito interrompido, tabelinha) porque esses não deixam
evidências que levam ao conhecimento da família e amigos.
As consequências de uma gravidez indesejada são danosas tanto para a
adolescente quanto para a família. A baixa autoestima, os problemas emocionais, a
evasão escolar devido a questões culturais, vergonha, preconceitos e a desestrutura
familiar transformam a vida do adolescente numa sucessão de constrangimentos e
falta de perspectiva.
Dentre todos estes fatores, a problemática se acentua no aspecto
aprendizagem, pois, aumenta o desinteresse quando as adolescentes engravidam e
acabam desistindo da vida escolar.
Contudo a gravidez na adolescência é preocupante à sociedade, pois estas se
encontram despreparadas para o mercado de trabalho e ainda buscam sua identidade
e vivem a grande exigência de “tornar-se mãe”. Evitar a gravidez na adolescência são
uma responsabilidade e necessidade de ambos os sexos envolvidos fazendo uso de
um método de contracepção e conforme Zagury (2009) a responsabilização, somada
conhecimento do assunto é o mais eficaz para evitar o risco de uma gravidez precoce.
3 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
3.1 Local do experimento
O presente trabalho de implementação do projeto foi desenvolvido no âmbito
do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), 2016 e 2017, com a turma do
3º ano A, no período matutino do Colégio Estadual Castelo Branco – EM, localizado
em Itapejara D’Oeste, no sudoeste do Paraná.
3.2 Amostra da População
A turma em questão é composta por 33 alunos, sendo 21 do sexo masculino e
12 do sexo feminino. Os mesmos usaram materiais lúdicos diversos como:
questionário investigativo, rodas de conversas, palestras com especialistas, leitura de
textos e discussões em grupos, dinâmicas de grupos, seminários, vídeos e produção
de folders. Todas estas atividades foram elaboradas com ênfase ao Conteúdo
Estruturante – Sistemas Biológico, apresentados nas Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná (DCEs).
O estudo foi fundamentado por uma pesquisa bibliográfica quando referenciou-
se a bibliografia, exploratória ao procurar os alunos e suas concepções e por fim
descritiva, pois visa descrever os resultados encontrados nos pré e pós-teste, assim,
na concepção de Rodrigues (2007) a pesquisa bibliográfica recupera o que outros
autores já relataram sobre o assunto, recupera o conhecimento já acumulado sobre o
tema. Ainda Cervo e Bervian (1996, p. 68) complementam ao dizer que “[...] pesquisa
bibliográfica tem como objetivo encontrar respostas aos problemas formulados e o
recurso é a consulta dos documentos bibliográficos”.
A pesquisa exploratória para Rodrigues (2007) tem por desígnio a distinção
inicial do problema, categorização e demarcação. Compõe o primeiro passo de toda
pesquisa científica, já a descritiva conforme Gil (2002) visa apresentar características
de grupos, como também a descrição de um processo numa unidade de negócios, o
estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões.
3.3 Condução do Estudo e Coleta de Dados
Para iniciar os trabalhos na instituição foi realizado uma apresentação do
Projeto de Implementação Pedagógica à direção, equipe pedagógica e demais
professores do estabelecimento de ensino, com o objetivo de informar sobre o
planejamento, diagnóstico, avaliação e ações docentes.
Posteriormente realizou-se com a turma uma apresentação breve do projeto,
com o intuito de envolve-los nos conteúdo da temática, enfatizando as ações que
seriam desenvolvidas, a fim de poder alcançar resultados positivos. Para contar com
a participação e apoio da família foi entregue aos alunos um convite para os pais para
uma reunião com os mesmos. A reunião ocorreu no período noturno onde foi
esclarecido sobre os objetivos, para que estes conhecessem o projeto com o intuito
de conscientiza-los da importância do bom êxito na participação e desenvolvimento
do projeto.
A primeira atividade desenvolvida com a turma foi a aplicação de um
questionário pré-teste, contendo 22 questões objetivas, anônimo que versava sobre
questões referentes a temática sexualidade e gravidez, onde na concepção de Fachin
(2001, p. 147), “[...] o questionário consiste num elenco de questões que são
apreciadas e submetidas a certo número de pessoas com o intuito de obter respostas
para coleta de informações”
Na atividade seguinte foram distribuídos cópias dos textos: “Sexualidade é
Sexo ou Sexo é Sexualidade?” e “ Adolescer (RAFAEL, 2013), retirados do site
Agencia Jovem, e posteriormente a formados grupos entre a turma para que
conversassem sobre os conceitos finalizando com a elaboração um círculo para
explanação e discussão dos resultados.
Então, foi realizado uma dinâmica em grupos, para que montassem cartazes
feito com recortes de jornais ou revistas, demostrando as manifestações da
sexualidade observadas no ambiente escolar. Posteriormente, foram desenvolvidas
aulas expositivas e explicativas sobre Aparelhos Reprodutores e Métodos
Contraceptivos, com apresentações de slides como recursos pedagógicos.
A atividade seguinte foi realizada uma palestra sobre o tema sexualidade na
adolescência, ministrada pelo Dr. Aurélio Bonna na Casa da Cultura do município pois
a pedido da direção da escola, foi oferecida para todos os alunos do colégio. Na
sequência de atividade, tratou-se da gravidez na adolescência e a importância da
prevenção. Primeiramente os alunos assistiram vídeo “Gravidez na Adolescência, e
após o vídeo discutiram sobre os aspectos tratados, ainda como parte da atividade,
receberam cópias da história intitulada “A estória de Camila”, sobre uma gravidez
indesejada. Formaram grupos de três alunos, fizeram leitura e responderam alguns
questionamentos; em seguida socializaram suas analises entre todos os grupos.
Para finalizar a implementação das propostas do PDE, os alunos
confeccionaram cartazes, tipo folders, informativos e preventivos, com orientações
sobre a temática prevenção da gestação precoce, enfatizando os riscos e o que muda
na vida de uma pessoa com a responsabilidade de filho. Para isso foi dividido a sala
em grupo de três, e cada grupo elaborou um modelo, que foram analisados pelos
demais professores da escola que escolheram um para ser impresso, analisados
critérios como: coerência, coesão, informações claras e ilustrações, onde a direção
financiou um milheiro de cópias.
Para a divulgação do trabalho dos alunos e entrega dos folders foram reunidos
todos no saguão do colégio, onde os alunos do projeto foram os palestrantes, falando
da participação deles e sobre o que tinham aprendido no projeto. Para encerrar a
apresentação cantaram uma música do gênero rap: A gravidez, com o objetivo de
sensibilizar os adolescentes para a problemática da gravidez na adolescência bem
como compreender a contracepção como responsabilidade masculina e feminina.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após definido tipo de pesquisa, local, amostra de população e coleta de
dados, os resultados foram coletados e inseridos no Excel para avalição de números
e criação de gráficos de forma que seus resultados permitam a avaliação dos mesmos,
interpretação de forma a referencia-los à luz da literatura.
A população de amostra é composta em sua maioria pelo sexo masculino
(64%). Klein (s/d) relata que hoje já consegue-se definir o adolescente quanto ao
desenvolvimento biológico e psicossocial. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), a adolescência é a faixa etária entre 10 e 19 anos de idade, sendo o período
intermediário entre a infância e a idade adulta.
Nos tempos remotos a adolescência não era tão claramente delimitada como
hoje. As meninas se casavam por volta dos quatorze anos e a sua função era gerar
os filhos, mas a concepção da criança em si era mérito exclusivo do marido, cabia à
esposa “desenvolver o esperma masculino” (ROUSSELLE,1983, p. 43).
Quando o assunto foi onde residem, a grande maioria (76%) afirmou morar na
zona urbana. A maioria (73%) ainda residem com os pais, alguns (15%) somente com
a mãe, outros com o pai (9%) e poucos (3%) com outras pessoas responsáveis.
No pré-teste percebe-se um descomprometimento entre os jovens com
relação às suas atividades, à família e à escola, onde é possível verificar uma
mudança após a conclusão das atividades do estudo.
4.1- Analises do pré e pós-teste
Gráfico 1: O que significa ser adolescente
Fonte: Autora (2017)
Percebe-se que a maioria dos alunos (79%) não tem uma visão clara quanto
ao seu papel na sociedade, nem como se comportar ou o que devem assumir nesse
tempo, porcentagem que sofreu alteração no pós-teste (88%), o que não pode ser
encarado como algo ruim, já que diminuíram as porcentagens de não ter
compromisso, nem com a escola, nem com a família.
Assim Formiga (2009) conceitua que um fato que merece ser refletido é de
como os jovens usam seu tempo livre deve ser considerado não somente em direção
ao avanço das cidades, mas também, as novas formas de incentivo e investimento
quanto ao ato de se divertir que a sociedade atual vem salientando, promovendo
atitudes e comportamentos entre os jovens em relação as formas de lazer que devem
ser procurados. Seja das atividades mais comuns, como é o caso do esporte em geral
ou as mais avançadas, por exemplo, vídeo game, jogos para computadores, etc., é
9% 6% 6%
79%
5% 4% 3%
88%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
Não tercompromisso
Não tercomprometimento
com a família
Não tercomprometimento
com a escola
Outros
Ser Adolescente significa
Pré teste Pós teste
possível questionar até que ponto elas são promotoras ou contribuem para os
comportamentos socialmente desejáveis, bem como, seja condição de uma relação
interpessoal concreta e de mudança de crenças, atitudes e valores que possam atuar
como fator de proteção ao risco
A fase dos desafios, das dúvidas, incertezas é percebida nessa questão onde
questionados sobre assuntos que tem interesse, houveram muitas respostas distintas
incluindo sexo em primeiro lugar (21%), seguido de música (16%), cuidado com o
corpo (16%), relacionamento com familiares (12%), esporte (12%), gravidez (9%),
DTS’s (5%) e com menor significância aborto (4%), drogas (4%) e outros (1%).
A juventude é uma fase de escolhas que podem ter influência determinante
no presente e no futuro de cada pessoa, seja levando ao pleno desenvolvimento
pessoal, social e econômico, seja criando obstáculos à realização destas metas.
Decisões voluntárias e conscientes relacionadas ao exercício da sexualidade e a vida
reprodutiva são particularmente importantes nessa etapa da vida (DAYRELL, 2003).
A diversão preferida citada pelos jovens dessa pesquisa é sair com os amigos
(44%), passeio com familiares (15%), internet (12%), namorar (12%), outros (9%),
praticar esportes (6%) e dançar (3%) ficam como alternativas não muito visadas pelos
mesmos.
No mundo, hoje, tudo é muito rápido, é mais tecnológico, é todo digital,
interconectando uma aldeia global. Muitos destes jovens são entregues aos cuidados
da escola, do motorista, do terapeuta, para que sejam capazes de estabelecer limites,
porque os próprios pais têm dificuldades em educá-los (MOURA, 2017).
A grande maioria deles diz não ter vergonha de falar quando o assunto é sexo
(73%), enquanto alguns ainda sentem um certo receio (27%), resposta que vem de
encontro quando o assunto foi qual seu principal interesse no momento onde, dentre
diversas opções, a maioria (21%) afirmou ser sexo.
O fato de a família ter valores conservadores, liberais ou progressistas,
professar alguma crença religiosa ou não e a forma como o faz determina em grande
parte a educação das crianças. Em relação à puberdade, as mudanças físicas incluem
alterações hormonais que, muitas vezes, provocam estados de excitação
incontroláveis, ocorre intensificação da atividade masturbatória e instala-se a função
genital. É a fase das descobertas e experimentações em relação à atração e às
fantasias sexuais. A experimentação dos vínculos tem relação com a rapidez e a
intensidade da formação e da separação de pares amorosos entre os adolescentes
(BRASIL, s/d).
Falar sobre sexo com os pais ou responsáveis não deveria ser um tabu já que
vivencia-se a Era do Conhecimento, com informações tão próximas e até explícitas,
no entanto, não se pode afirmar a mesma situação quando o assunto é a mentalidade
de pais e responsáveis, infelizmente, ainda existe um receio do assunto. Mesmo não
sentindo vergonha de falar sobre sexo, os alunos relatam que não tem essa mesma
liberdade quando o diálogo é com seus pais ou responsáveis (67%), o que demonstra
que esse assunto é tratado, na maioria das vezes, fora de casa.
Entre crianças e adolescentes o problema se agrava, pois há uma ânsia pela
descoberta do novo e, se não acontece um diálogo permanente sobre seu
desenvolvimento e sua sexualidade, a ansiedade aumenta. No entanto, educadores e
pais oriundos de uma geração marcada pela repressão sexual seguida da revolução
sexual, ainda carregam preconceitos e tabus que dificultam a discussão do assunto.
Esses dados talvez demonstrem o caráter de transferência para a escola de uma
responsabilidade que muitos pais não se dispõem ou encontram dificuldade em
assumir (KLEIN, s/d).
Dúvidas são terríveis vilãs na cabeça de um adolescente, essa fase é marcada
por muitas novidades, a importância diante desse fato tem a ver com quem eles sanam
essas dúvidas, considerando as melhores orientações, nesse contexto o Gráfico 2
demonstra as diferenças entre pré e pós-teste considerando as opções de: amigos,
mãe ou pai, outros e internet/livros.
Gráfico 2: Com quem tira dúvidas sobre sexualidade
Fonte: Autora (2017)
Reforçando a resposta do gráfico anterior considerando o pré teste, esse
reforça que os adolescentes conversam e tiram suas dúvidas com relação à
sexualidade fora do contexto familiar, sendo que 45% usa a internet ou livros com
fonte, outros (36%) recorrem aos amigos, alguns (15%) perguntam aos pais e uma
minoria (3%) apela à outros tipos de fontes. Já no pós-teste percebe-se uma
diminuição da participação dos amigos nessa fase (28%), um pequeno acréscimo
entre mãe e pai (16%), elevação significativa da opção Outros (10%) o que pode
indicar enfermeiros, médicos e outros profissionais, internet/livros também
acresceram levemente (46%).
Apesar de se viver na era da informação é preciso processar e interpretar
corretamente e criteriosamente, corroborando para o conhecimento, do contrário só
resultará no armazenamento de ideias e fatos (NUNES; SILVA, 2000, p. 62), por isso
a seriedade de se procurar alguém adequado para sanar as indagações.
Os pais deveriam ser os primeiros exemplos dos filhos, onde se espelham e
reconhecem neles suas características, sinais, projeções, e, sexo é um dos assuntos
mais deliciados à se tratar, esperado por muitos adolescentes, o Gráfico 3 relata a
importância dada aos adolescentes à essa oportunidade.
Gráfico 3: Acha importante diálogo sobre sexo com pais
36%
15%
3%
45%
28%
16%
10%
46%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Amigos Mãe ou pai Outros Internet/livros
Com quem tira as dúvidas sobre sexualidade
Pré teste Pós teste
Fonte: Autora (2017)
Mesmo afirmando não conversarem com seus pais sobre sexo, mesmo eles
não sendo a fonte para retirada de dúvidas do assunto, a grande maioria dos
questionados (79%) afirma achar importante esse diálogo. No pós-teste, evidenciou-
se a importância dada à essa afirmação (90%), sendo assim quando se fala de
sexualidade, se fala com restrição, com medo, não tratando o indivíduo num todo. Em
todas as faixa etárias, nos mais diversos meios de comunicação, e mesmo entre a
família e a escola, quando o tema é abordado, há certo cuidado e superficialidade,
como se a sexualidade não fizesse parte do ser humano (KLEIN, s/d).
Então sobre a dificuldade que encontram para conversar com seus pais sobre
sexualidade, pouco menos da metade (45%) afirma não ter essa dificuldade, já mais
de um terço deles (36%) relata que os pais sentem-se envergonhados ao serem
abordados com esse assunto, alguns (12%) relatam que a seus pais creditam que ao
falar sobre sexo, estarão incentivando o filho à pratica sexual, e uma minoria (6%)
destaca que a dificuldade vem de outras causas.
A escola acaba sendo uma fonte de escape para muitos alunos, sendo o lugar
onde se cria os vínculos de amizades, de experiências, vivencias e argumentação,
portanto, local de se falar de sexo, o Gráfico 4 traz que os alunos encaram essa
realidade como de grande relevância.
Gráfico 4: Acha importante discutir sexualidade na escola?
79%
21%
90%
10%0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Acha importante o diálogo com os pais sobre sexo?
Pré teste Pós teste
Fonte: Autora (2017)
Diante das respostas já expostas, os jovens afirmam a importância do assunto
sexualidade na escola (94%), como sendo um lugar propício para esclarecimentos.
Após a aplicação das atividades, percebeu-se uma grande evolução no pensamento
dos alunos, onde todos (100%) vem por destacar a importância de tema em meio
escolar.
Sendo a sexualidade, entendida como uma construção social, histórica e
cultural, sente-se a necessidade de ser discutida na escola - espaço privilegiado para
o tratamento pedagógico desse desafio educacional contemporâneo (NOGUEIRA,
2010).
Pois segundo Meirelles (1997, p. 83) “[...] o professor é mediador e
organizador do processo pedagógico, favorece a visão de conjunto sobre a situação,
e propõe outras fontes de informação, colocando o aluno em contato com outras
formas de pensar”.
Segundo Sayão (1997, p. 113), “[...] o trabalho de orientação sexual
desenvolvido pela escola deve diferenciar-se, pois, da abordagem assistemática
realizada pela família, principalmente no que diz respeito à transmissão de valores
morais indissociáveis à sexualidade”.
Dentre os métodos anticoncepcionais mais conhecidos pelos adolescentes da
pesquisa destacou-se camisinha, pílula e preservativo (23%), seguidos de pílula do
dia seguinte (18%), diafragma (4%) e DIU (2%).
Para prevenção da gravidez, o Ministério da Saúde distribui a Pílula
Combinada, Anticoncepção de Emergência, minipílula, anticoncepcional injetável
94%
6%0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sim Não
Importância de discutir sexualidade na escola
Pré teste Pós teste
mensal e trimestral, e diafragma, assim como preservativo feminino e masculino
(PORTAL DA SAÚDE, 2017). Todos (100%) afirmam que a prática sexual é uma
disseminadora de doenças.
O crescente índice de gravidez precoce e de doenças sexualmente
transmissíveis entre adolescentes, tem se tornado não apenas uma questão de saúde
pública, mas de ordem social e educacional. A temática da sexualidade e da
adolescência engloba uma grande diversidade de aspectos, como a formação
psicossocial e as mudanças biológicas que ocorrem neste período, além de envolver
questões familiares, escolares e relacionadas à saúde sexual (DSTs, métodos
contraceptivos, aborto, abuso sexual), são informações dadas por Klein (s/d).
Também sabem que o método que protege contra as doenças sexualmente
transmissíveis é o preservativo.
Por unanimidade (100%) declaram-se conhecedores sobre gravidez na
adolescência. O tratamento da sexualidade visa permitir ao aluno encontrar na escola
um espaço de informação e de formação, no que diz respeito às questões do seu
momento de desenvolvimento e às questões que o ambiente coloca. Assim, cabe à
escola desenvolver ação crítica, reflexiva e educativa e não se tornar alheia aos
problemas envolvendo a sexualidade, pois é inevitável que tais questões surjam a
todo momento (KLEIN, s/d).
O Gráfico 5 trata de um assunto importante que são os métodos de barreira
conhecidos pelos adolescentes, sendo sabedores desse assunto auxilia na prevenção
de DTS’s e gravidez indesejada.
Gráfico 5: Qual dos contraceptivos é um método de barreira?
Fonte: Autora(2017)
Ainda a maioria deles (70%) descreve saber – no pré teste - que o preservativo
é um método de barreira, alguns (12%) dizem não conhecer qual método é de barreira
e outros (9%) relatam ser o anel vaginal e a pílula, então, no pós-teste as mudanças
foram significativas quando comparados os resultados sendo que a pílula teve
elevação nas respostas (25%), a camisinha (72%) e houve decréscimo na opção de
anel vaginal (3%), e então, redução por completo da dúvida, onde portanto todos os
alunos declaram a partir de então, ser conhecedores dos meios de barreira.
Identificar o elevado índice de casos de doenças sexualmente transmissíveis
e gravidez entre adolescentes como um problema grave de saúde pública é unânime
entre diversos autores da área. As causas têm raízes nas relações sexuais de risco,
que muitas vezes acontecem pela falta de esclarecimento e vergonha, o que leva ao
não uso de preservativos (KLEIN, s/d).
A prevenção contra a gravidez e contra as DST’s, por vezes podem ser vistos
como duas coisas separadas, distintas, informa-los que existe um método com o
objetivo duplo pode ser um diferencial na vida desses alunos.
Gráfico 6: Qual dos métodos evita a gravidez e previne DST’s?
9% 9%
70%
12%
25%
3%
72%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Pílula Anel vaginal Preservativo Não sei
Qual é um método de barreira?
Pré teste Pós teste
Fonte: Autora(2017)
Como método que evita gravidez e previne DST’s o preservativo foi o que
mais pontou (86%), seguido de anel vaginal (8%) e poucos, mas consideráveis (6%)
asseguram não saber qual método é utilizado para ambas as situações, conforme pré
teste. No pós-teste os alunos relataram terem obtido esse conhecimento (100%), o
anel vaginal ficou com insignificante porcentagem (1%) e o preservativo foi a grande
resposta da questão (100%).
Na falta de números do governo federal, dados da Secretaria Estadual de
Saúde de São Paulo acusam que as ocorrências de sífilis por transmissão sexual
cresceram 603% em seis anos. O salto foi de 2 694 em 2007 para 18 951 em 2013.
Em outros estados, o panorama não é menos preocupante. Em 2013 e 2014, Acre,
Pernambuco e Paraná registraram crescimento de 96,1%, 94,4% e 63,1%,
respectivamente. Para especialistas, a prevenção dessa e de outras DSTs é ignorada
pela população (BERNARDO, 2017). Ressaltando já toda importância que os alunos
demostraram acreditar ter o preservativo, quase todos (91%) acreditam que o
preservativo deve ser sempre usado na relação sexual, porém uma minoria (9%).
Todos os adolescentes (100%) creem que a gravidez na adolescência é
preocupante, interferindo no futuro pessoal e profissional deles.
A gravidez na adolescência teve uma queda de 17% no Brasil segundo dados
preliminares do Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) do Ministério
da Saúde. Em números absolutos a redução foi de 661.290 nascidos vivos de mães
entre 10 e 19 anos em 2004 para 546.529 em 2015. A região com mais filhos de mães
adolescentes é o Nordeste (180.072 – 32%), seguido da região Sudeste (179.213 –
8%
86%
6%0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Anel Vaginal Preservativo Não sei
Qual método previne gravidez e DST
Pré teste Pós teste
32%) (PORTAL DA SAÚDE, 2017). Em uma pesquisa realizada em 2015, o Brasil
tinha mais de 20 milhões de mães solteiras (MELLO, 2015).
A possibilidade de uma gravidez é um medo que assombra a juventude, tantos
devaneios, planos, medos permeiam essa fase, a possibilidade da vinda de uma
criança pode adiar esse planos e o temor toma conta de quem passa por essa
situação, conforme Gráfico 7 demonstra diante das possibilidades.
Gráfico 7: Perante a possibilidade de gravidez
Fonte: Autora(2017)
Diante de uma gravidez, o pré-teste demonstrou que na adolescência pouco
menos da metade dos jovens acreditam não saber o que fazer nessa situação (42%),
outros (39%) assumiriam até o fim, alguns até dizem que seus pais não aceitariam
(15%) e uma minoria chegou à relatar o aborto (3%). Após a aplicação do pós-teste
foi possível observar que a aceitação dos pais não houve alteração (15%) assim como
o aborto (3%), já o enfrentamento da situação aumentou (46%) e os que afirmam não
saberem o que fazer tiveram um decréscimo (36%).
A PAN (Pesquisa Nacional de Aborto) permite dizer que o aborto é comum no
Brasil. Os números de mulheres que declaram ter realizado aborto na vida são
eloquentes: em termos aproximados, aos 40 anos, quase uma em cada cinco das
mulheres brasileiras fez um aborto. Em 2016 as mulheres entrevistadas ao revelar a
idade com que fizeram o último aborto relataram ter sido entre seus 20 e 24 (27,89%),
mulheres hoje, em sua maioria, com escolaridade até a 4ª série (22%) (DINIZ,
MEDEIROS, MADEIRO, 2014).
15%
3%
39%42%
15%
3%
46%
36%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Meus pais nãoaceitariam
Abortaria Assumiria até o fim Não sei
Perante a possibilidade de uma gravidez
Pré teste Pós teste
O aborto inseguro é causa importante de mortalidade materna e coloca em
risco principalmente as mulheres dos países em desenvolvimento, onde o aborto é
restrito pela lei, e nos países onde, apesar de legalmente permitido, o aborto seguro
não é de fácil acesso. A mortalidade e a morbidade maternas relacionadas ao aborto
provocado e inseguro dependem do acesso a métodos de menor risco para a
interrupção da gestação (SILVA, et al., 2010).
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao esclarecer o assunto de gravidez na adolescência, este trabalho evidenciou
a importância da informação e o conhecimento adequado dos adolescentes quanto às
questões referentes a sexualidade e gravidez precoce, pois não se pode ignorar o fato
de que o sexo faz parte da vida das pessoas, razão essa da relevância desse estudo.
Assim, considerando as causas e consequências da gravidez na adolescência
e a importância da Educação Sexual com destaque no papel da escola, torna-se
notório compreender as consequências da gravidez precoce, pois os jovens
apresentam manifestações de sua sexualidade e não devem ser privados de
informações que os possibilitem compreenderem tais fatos e a encarar o seu
desenvolvimento de forma tranquila e responsável.
Em vista disso, este estudo contribui cientificamente na produção de
conhecimento sobre esta temática, motivando novas pesquisas e incitando uma
mobilização da sociedade como um todo diante desta problemática. Objetiva-se, em
última instância que os jovens desenvolvem e pratiquem uma postura crítica,
consciente e responsável no exercício de sua sexualidade.
Considerando as informações contidas nesse estudo torna-se fundamental
trabalhar a sexualidade, principalmente na adolescência, pois se trata de um tabu que
ainda permanece na sociedade, mesmo estando este tema explícito em programas
de televisão, músicas, revistas e tantos outros mecanismos, que fazem parte do dia-
a-dia e tão importante para a qualidade de vida dos jovens.
Por fim, apesar do pouco tempo destinado à realização das atividades
propostas, constatou-se que os objetivos foram atingidos, tendo em vista a
participação efetiva dos envolvidos que demonstraram ter compreendido a proposta,
mediante algumas mudanças de atitudes frente as questões que vivenciam no
cotidiano, principalmente no ambiente escolar.
REFERENCIAS
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PRÉ E PÓS-TESTE
Sensibilização dos jovens sobre a importância da prevenção da gestação precoce na
adolescência
1 - Qual sua idade: (_______) 2 - Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 3 - Você reside na: ( ) Zona Urbana ( ) Zona Rural 4 - Você mora com: ( ) Pai e Mãe ( ) Somente com o pai ( ) Somente com a mãe ( ) Outros, quem?___________________________________________________ 5 - Para você ser adolescente significa? ( ) Não ter compromisso ( ) Ser rebelde ( ) Poder transar ( ) Não ter comprometimento com a família ( ) Não ter comprometimento com a escola ( ) Outro, qual?_____________________________________________ 6 - Dos assuntos abaixo qual desperta maior interesse para você? Assinale três assuntos, que mais despertam seu interesse: ( ) Sexo ( ) Gravidez ( ) Aborto ( ) Drogas ( ) Esporte ( ) Agressividade ( ) Música ( ) Novela ( ) Cuidado com o corpo ( ) Relacionamento com familiares ( ) DSTs ( ) Outros, quais?______________________________________________ 7-Sua diversão preferida é? ( ) Praticar esportes ( ) Namorar ( ) Dançar ( ) Sair com os amigos ( ) Internet /facebook ( ) Passear com os familiares ( ) Outros, qual?__________________ 8 - Sente vergonha quando fala sobre sexo? ( ) Sim ( ) Não 9 - Você costuma falar sobre sexo com seus pais ou responsáveis? ( ) Sim ( ) Não 10 - Quando tens alguma dúvida sobre sexualidade, a quem te diriges em primeiro lugar? ( ) Amigos ( ) Mãe ou pai ( ) Médico na escola ( ) Internet / livros ( ) Outros, qual? ___________________________________________________ 11 - Você acha importante dialogar com os pais ou responsáveis sobre sexualidade? ( ) Sim ( ) Não 12 - Você acha, difícil falar sobre assuntos relacionados à sexualidade com os pais ou responsáveis por que? ( ) Não tenho dificuldade em falar sobre o assunto com eles. ( ) Porque tenho vergonha. ( ) Porque eles têm vergonha. ( ) Por medo de acharem que não sou mais virgem. ( ) Porque eles acreditam estar me incentivando a ter relações sexuais se falarem desse assunto comigo. ( ) Porque eles não entendem nada sobre este assunto. ( ) Outra causa. Especifique? _________________________________________
13 - Você acha importante discutir o tema sexualidade na escola? ( ) Sim ( ) Não Por quê? ______________________________________________ 14 - Dos métodos anticoncepcionais listados abaixo quais você conhece ? ( ) DIU ( ) Injeção ( ) Preservativo ( ) Pílula anticoncepcional ( ) Diafragma ( ) Pílula do dia seguinte ( ) Camisinha ( ) Não conheço nenhum 15 - É possível adquirir alguma doença através da relação sexual? ( ) Sim ( ) Não Quais? ______________________________________________________ 16 - Qual dos seguintes métodos contraceptivos confere proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis? ( ) Pílula ( ) (DIU) Dispositivo Intrauterino ( ) Anel vaginal ( ) Preservativo ( ) Não sei 17 - Consideras-te informada/o sobre os riscos de uma gravidez na adolescência? ( ) Sim ( ) Não 18 - Qual dos seguintes métodos contraceptivos é considerado um método de barreira? ( ) Pílula ( ) Implante ( ) Anel vaginal ( ) Preservativo ( ) Não sei 19 - Qual dos seguintes métodos contraceptivos é o único que evita a gravidez ao mesmo tempo que protege das doenças sexualmente transmissíveis? ( ) Pílula ( ) Implante ( ) Anel vaginal ( ) Preservativo ( ) Não sei 20 - Das alternativas abaixo você considera relevante sobre a camisinha. ( ) Deve sempre ser usada na relação sexual. ( ) Pessoas casadas ou que já tenham um relacionamento estável, devem usá-la. ( ) É usada somente para evitar a gravidez indesejada. ( ) Casais ou relacionamentos estáveis, não precisam mais fazer uso da camisinha. ( ) Usar duas camisinhas ao mesmo tempo, garante maior proteção. 21- O que você acha de uma gravidez inesperada na vida de uma adolescente? ( ) Normal ( ) Preocupante pois interfere em seu futuro profissional e pessoal. 22 - Perante a possibilidade de uma gravidez: ( ) Os meus pais não iriam aceitar ( ) Abortaria ( ) Assumia a gravidez até ao fim ( ) Não sei