Sim a Sibila é Absolutamente Arrepiante

Post on 05-Oct-2015

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Sim a sibila absolutamente arrepiante, um dia depois de uma formao horrvel, numa empresa de call center fiquei cinco hora

Sim a sibila absolutamente arrepiante, um dia depois de uma formao horrvel, numa empresa de call center fiquei cinco horas a l-la, para nunca me esquecer da possibilidade de um acesso a algum ponto de vista clarividente, que esse acesso permaneceria sempre com Agustina.E no entanto, um acesso a um livro sempre uma mediao, e por isso que impossvel compreender as mulheres de Agustina de um ponto de vista meramente intelectual, porque a sabedoria que possuem (principalmente a de Quina, personagem de Sibila), transcendente a esse aspecto, de tal modo que o ignora por completo.O que realmente perturbador, descobrir que o que me parece que define as mulheres de Agustina, est afinal no que mais arduamente negam em si, uma negao particularmente nobre muito para alm do sentimento reprimido (porque reprimir um sentimento, nunca constitui uma superao, o mesmo j no acontece com o acto de no satisfazer um capricho, uma paixo um instinto, simplesmente porque o contrrio seria incorrecto, cobarde e obscuro). Esta negao pode simplesmente matar algum, ou torn-la mais lcida. E tambm me parece, que por isso que o sofrimento sempre uma condio muito forte para o desvelamento, infelizmente..

No sei se leste o novo livro sobre a madre Teresa de Calcut, em que se as irms da congregao exultavam no amor de Cristo, Teresa debatia-se na falta de f, na solido e escurido total, (e no afinal na escurido que o santo deve viver, sofrer por ns e connosco?) percebi finalmente o que me fascinava naquela mulher de sari branco, que estava completamente perdida, no entanto no se desviou nunca do seu caminho; a santa das trevas como se denominou, na impossibilidade de permanecer na lonjura celeste desceria todas as vezes que fosse possvel a este inferno; acho que catolicamente pensar tal coisa hertico, mas profundamente cristo, o cmulo da incondicionalidade e abnegao. Sim a negao do gozo e xtase divino por ns, por isto que o nosso mundo, o cu por uma poa de lama, isto incrvel, nem sabia que seria possvel seno tivesse lido daquela forma rida e explcita; a mulher no tinha f e acreditava, vivia num velamento total e adivinhava o trilho. E uma interpretao mais sensacionalista chamava Teresa de nihilista, de ateia, que ridculo, no podia estar mais perto de deus, porque precisamente na dvida que a verdadeira f se gera, nesta negao peculiar e sublimamente nobre que a transcendncia se d.A tens a viso poderosa de Agustina, sem ela era impossvel compreender (e Teresa era, claro, uma mulher e fez algo que julgava, humanamente impossvel).Ps: quanto ao tarot posso enviar as minhas cbulas.