Post on 12-Jan-2015
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SINAGOGA KADORIC
• A existência de judeus, na Península Ibérica é comprovada por estrelas com inscrições judaicas, desde o século II e no território, onde viria nascer Portugal, desde o século VI.
Os Judeus chegaram à península Ibérica juntamente com os Fenícios , no século II, a.C. Mais tarde, quando os romanos ocuparam a Palestina, vieram em maior número. Durante o período visigótico e principalmente, quando os árabes dominaram a Península Ibérica, os judeus viveram um período de prosperidade, conhecido, por Sefarad.
Expulsão dos judeus de Jerusalém pelo Imperador Adriano, 135 d.C.
Desde o início da nacionalidade, que os Judeus tiveram um papel de relevo na emancipação de Portugal. D. Afonso Henriques tinha como seu chefe financeiro, o Rabino Yahia Ben Yahia.
No tempo de D. Afonso II ( 1248-1279), os judeus foram objectos de leis a eles expressamente dirigidas.
Em 5/12/1496, o casamento do rei D. Manuel I com a filha dos reis Católicos de Castela levou a que por imposição de Castela, os judeus portugueses fossem obrigados a converterem-se ao cristianismo, sob pena de expulsão. Muitos fugiram par Amsterdão, Antuérpia, Londres, Bordéus, Hamburgo, Veneza, Livorno, Ferrara, Salonica, e Istambul, e posteriormente, até às Américas e ilhas Atlânticas.
• No entanto, a grande maioria foi obrigada a viver como cristãos-novos ( judeus convertidos ao cristianismo). Mas, nas suas casas, continuaram a seguir o judaímo, pelo que eram chamados de marranos (marravam na Torah).
• Muitos marranos foram denunciados ao Santo Ofício e sentenciados com judeus, presos e mortos.
No Porto, a existência de judeus deve remontar ao início da nacionalidade.
• Além da comunidade da rua das Aldas/Santana havia também isrealitas em S. João Novo e em Monchique, no sítio conhecido por Monte dos Judeus, onde havia uma sinagoga.
Inscrição hebraica de Monchique, Miragaiademonstram a presença dos judeus no Porto
(Museu Arqueológico do Carmo)
São escassos os documentos relativos aos judeus já que muito do que se lhes referia foi destruído, porque foram sempre acusados de causadores da morte de Cristo.
Os espaços onde viviam eram delimitados – as judiarias. E usavam símbolos identificativos – a estrela de David.
Monte do Olival – Monte da Vitória
Vitória
Olival
A judiaria do Olival
Em finais do século XIV, D. João I decretou que os Judeus fossem viver para o Olival (Rua de S. Bento da Vitória, Rua de S. Miguel, Rua das Taipas até Belmonte) dentro das Muralhas Fernandinas.
Esta medida não foi muito bem recebida. Entretanto foram recebidas famílias oriundas
de Espanha.
Escadas da Esnoga (Sinagoga)
Lápide lembrando a expulsão dos judeus do Morro do Olival em 1496, colocada junto ao Mosteiro de São Bento da Vitória.
Os judeus do Porto certamente teriam uma sinagoga.
A primeira situar-se-ia na Rua das Aldas, na Sé
Posteriormente, haveria a de Monchique e mais tarde a Nova
do Olival.
Aliás, há documentos que referem questões referentes aos
impostos por causa do açougue (talho) que existia junto da
sinagoga, já que os judeus não carne de animais que
ruminam e têm o casco partido, o que exclui o porco, o
camelo, a lebre, o coelho e outros. Os animais devem ser
abatidos por um especialista, sob superintendência rabínica,
da maneira mais rápida e indolor.
As sinagogas são normalmente de construção rectangular e orientada para oriente
Sinagoga de Tomar
No prédio nº 9, foi encontrada uma parede falsa e nela um nicho ( ekhal, a reentrância onde eram guardados os rolos da Torá, a parte mais sagrada da sinagoga, também conhecida simplesmente como Arca).
• A localização da Sinagoga da Judiaria Nova tem sido uma questão polémica, já que são várias as hipóteses levantadas. A hipótese mais discutível é a que aponta o terreno onde mais tarde se construiria o mosteiro de S. Bento da Vitória; outras inclinam-se para a Viela da Esnoga ou as Escadas da Vitória e, a mais plausível, para o lugar onde se ergueria futuramente a Igreja de Nossa Senhora da Vitória.
Escadas da Esnoga
A Sinagoga do Olival, segundo os documentos encontrados localiza-se na rua que parte do cimo das escadas da Vitória para as Taipas.
Depois de 1496, os judeus que continuaram no Porto continuaram a praticar o culto às escondidas – eram os marranos.
A partir de 1920, o capitão Carlos Barros Basto inicia o movimento “obra do resgate” ou seja a tentativa de reunião dos judeus que andavam escondidos pelo interior do país.
Daí o sonho de uma Sinagoga no Porto. Esta começa a ser construída em 1919 com o nome MEKOR HAIM ( Fonte da Vida)
Só as ofertas provenientes de Londres, Amsterdão, Paris e Xangai. Sobretudo da família Kadoorie permitiram a conclusão da sinagoga., em 1938.
No átrio da entrada, duas lápides com inscrições que referenciam a construção do templo.
A planta do edifício é rectangular e tem três naves
Piso superior, onde as mulheres assistem às celebrações religiosas.
• Todas as Sinagogas têm o Ekhal, ou Arca da Aliança – onde é guardado a Tora ( rolo com a Lei judaica)
Consta-se que um dos rolos era da comunidade de Bragança
Tora
Símbolos de culto judaico entre os quais o Menorah (candelabro com sete braços, símbolo da nação de Israel.
Candelabro de cinco braços
As Sinagogas além de serem locais de culto funcionam, também, como locais de ensino, escolas.
Mikvê, espécie de piscina de retorno e purificação
Bibliografia
• http://portojofotos.blogspot.com/2010/09/42-vitoria-e-judiaria-do-olival.html
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sinagoga_porto.jpg 2011
• http://www.comunidade-israelita-porto.org/ 2011
• Presença judaica em Portugal – As Sinagogas do Porto, Cadernos Pedagógicos nº 24, APH, 1999.