Post on 03-Dec-2018
REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLREGRAS DE NOMENCLATURA ZOOL ÓÓGICAGICA
Sistema de Classificação
Inicialmente a classificação das espécies→ o modo de lidar com a diversidade
dos organismos, era como se cada espécie fosse colocada num lugar com seu
nome; quando todas as espécies estivessem em seus lugares, poderíamos
compreender a diversidade da fauna.
Esta visão foi satisfatória enquanto as espécies eram consideradas estáticas e
imutáveis.
Com a aceitação das idéias evolutivas, esse sistema ficou inadequado. Agora, é
necessário expressar as relações evolutivas entre as espécies, incorporando a
informação filogenética (Phyle= tribo; Gênesis= origem), ao sistema de
classificação.
As técnicas modernas de sistemática (classificação filogenética dos organismos),
tornaram-se métodos para gerar hipóteses evolutivas testáveis.
Sistema Lineano de Classificação
O sistema de classificação segue os métodos estabelecidos por naturalistas
dos séculos XVII e XVIII, especialmente os do sueco Carl von Linné. O
sistema lineano expressa a Nomenclatura Binomial na designação das
espécies e as organiza em categorias hierárquicas (táxons) para sua
classificação.
NomenclaturaNomenclaturaBinomialBinomialPadronização da designação científica das espécies→ Sistema Naturae
publicado entre 1735 e 1758 por Linnaeus.
Homo sapiens
Passer domesticus
Canis familiaris
Sistema Sistema lineanolineano
Nomenclatura taxonômica formal começou com Linnaeus, C. – criou um
sistema de classificação para os organismos no século XVIII.
O sistema lineano de classificação contém duas estruturas distintas:
Categoria e táxon
Grupos HierGrupos HieráárquicosrquicosLineu e outros → desenvolveram o sistema natural de classsificação.
Todas as espécies similares agrupadas no mesmo Gênero; os caracteres
anatômicos eram os mais utilizados.
Assim:
Cão - pêlos eretos no pescoço
Lobo Canis - crânio com uma crista sagital
Coiote longa e proeminente de onde
Chacal originam músculos temporais
maciços
Regras de NomenclaturaRegras de Nomenclatura(C(Cóódigo internacional de digo internacional de nomeclaturanomeclaturazoolzoolóógica, gica,
versão 2000)versão 2000)
Finalidade e exemplos
Exemplos de regras:
-O nome dos animais deve ser escrito em latim ou idioma latinizado. Canis
familiaris
-Todo animal deve ter, pelo menos, dois nomes, o primeiro referente ao gênero e
o segundo à espécie. É o sistema binominal criado por Linnaeu. Musca domestica
-O nome do gênero deve ser escrito com inicial maiúscula e o nome da espécie
deve ser escrito com inicial minúscula. Geodia papyracea
-O nome dos animais deve ser em destaque (itálico ou negrito)
-Em trabalhos científicos, depois do nome da espécie, coloca-se o nome do
autor que o descreveu seguido de vírgula e data; se houve modificação na
descrição original de uma espécie, autor e ano aparecem entre parênteses.
Táxons do grupo da Família - Tribo
- Subfamília
- Família
- Superfamília
Eventualmente → Pré-Família (entre Superfamília e Família).
Táxons do grupo Gênero- Gênero
- Subgênero
Táxons do grupo Espécie- Espécie
- Subespécie
Nomes dos Nomes dos taxonstaxons
UninominaisUninominais : expressos por uma única palavra, um substantivo no plural ou
adjetivo usado como substantivo; adotam-se para denominar taxons de
categorias de Filo e Subtribo; são escritos com maiúscula e não são grifados.
Ex.: Coelenterata (Filo); Insecta (Classe); Ithomiidae(Família); Ibidionini
(Tribo).
Para os gêneros → com maiúscula e grifados.
Ex.: Apis ; Musca; Homo ou Apis; Musca; Homo
Categoria: Família ..............IDAE
Subfamília ........INAE
Superfamília .....OIDEA
Tribo ..................INI
Subtribo ............INA
Nomes dos Nomes dos taxonstaxons
BinominaisBinominais: usados para táxons da categoria da espécie.
Nome do gênero no qual a espécie está classificada, seguido de um segundo
termo, próprio da espécie.
Ex.: Apis mellifera
Quando o nome genérico já foi mencionado anteriormente no texto de um
trabalho, não há necessidade de citá-lo por extenso, sempre que apareça;
basta usar a letra inicial seguida de ponto. Deste modo, num estudo sobre o
gênero Oncideres, após uma primeira citação, as espécies poderão ser
mencionadas: O. impluviatae O. singulata.
PublicaPublicaçções de nome cientões de nome cientííficofico
As publicações que encerram novos nomes científicos ou outras informações
que afetem a nomenclatura, devem satisfazer algumas exigências:
-os trabalhos devem ser de domínio público;
-impressos em papel e com tinta que garantam sua preservação em
numerosas cópias idênticas, possíveis de serem obtidas por compra, doação
ou permuta;
- a simples menção de um nome científico não determina sua validade. O
Código determina as condições a serem satisfeitas no que tange à publicação
onde o nome foi mencionado; a língua em que foi escrito (latino ou
latinizado) e a forma (binomial);
Publicações de nome científico
3. Nome dos autores
Musca domestica Linnaeus Nome da pessoa que publicou
Musca domestica L. o táxon pela 1a vez.
4. Autores em colaboração: quando a publicação tem dois ou mais autores →
MerostenusMarioni & Monné
O símbolo “ & “ entre o nome dos dois últimos autores.
5. Nome de autores separados por “in”:
Ex.: Hexoplon integrumNapp in Fragoso → o nome científico tem como
autor Napp, mas foi publicado numa obra cujo autor éFragoso.
PublicaPublicaçções de nome cientões de nome cientííficofico
6. Data da publicação: é a data onde o trabalho apareceu pela 1a vez.
Ex.: Sphaerion Newman, 1832 → o nome foi publicado pela primeira
vez por Newman em 1832.
7. Nomes de autores entre colchetes:
Indica que o nome foi publicado anonimamente e o nome do autor
descoberto “a posteriori”.
Ex.: Smodicum americanus[ Rossi ]. Após 1950, contudo, um novo
nome publicado anonimamente não tem validade.
PublicaPublicaçções de nome cientões de nome cientííficofico
8. Lei da Prioridade:
Dentre esta lei que todos os nomes propostos para um mesmo táxon,
o mais antigo é o que tem validade. Todos os nomes referentes ao
mesmo táxon são sinônimos; o nome válido, isto é, o mais antigo,
denomina-se sinônimo sênior e os outros sinônimos juniores.
Ex.: Fabricius, em 1798, descreveu o Gênero Prionus. O mesmo
Gênero voltou a ser descrito em 1840, por Dalman, como Saperda
e, ainda mais uma vez, por Bates, em 1900, como Tomopterus.
Constatou-se que todos esses nomes aplicam-se ao mesmo táxon.
São, portanto, sinônimos. O nome válido éPrionusFabricius.
Então, PrionusFabricius, 1798 → Sinônimo Sênior
SaperdaDalman, 1840 , Syn. n. Sin. juniores
TomopterusBates, 1900 , Syn. n.
Publicações de nome científico
9. Lei da Homonímia:
- 2 animais, completamente diferentes podem receber, por coincidência, nomes
idênticos (homônimos);
- reza a lei da homonímia que o homônimo mais recente deve ser rejeitado e
substituído.
Ex.: Em 1810, Buck denominou Tulcuscerto Gênero de peixe; em 1940, Pizzaro
descreveu um Gênero de insetos também com o nome Tulcus. Pela lei da
homonímia, TulcusPizzaro, 1940 deve ser rejeitado em favor de TulcusBuck,
1810. O homônimo junior deve receber um novo nome. O autor do nome novo é
sempre quem o propõe.
Suponhamos que Austin, em 1948, tenha descoberto a homonímia do exemplo
acima; propôs o nome Vulgus para o homônimo junior, isto é, para Tulcus
Pizzaro.
A citação seria:
VulgusAustin, 1948.
Escola fenética
A Escola Fenética surgiu na década de 1950, nos Estados Unidos,
coincidindo com o aparecimento dos primeiros computadores de grande
capacidade e das primeiras calculadoras científicas. Os feneticistas, ao
trabalharem com o maior número possível de semelhanças, desvinculam-se
de um enfoque evolutivo e das relações filogenéticas dos grupos estudados.
Na Escola Fenética, também denominada taxonomia numérica, a
organização do conhecimento sobre a diversidade dos organismos se baseia em
um conjunto de métodos matemáticos bem claros, porém não está
fundamentada em uma teoria biológica.
Analisam a proximidade entre os grupos estudados com base no
conjunto de caracteres.
Este conjunto visa a reunir grupos animais com o maior número
possível de semelhanças observáveis. As características de cada organismo são
quantificadas através de critérios matemáticos, e a similaridade entre eles é
expressa por porcentagens de semelhanças e distâncias geométricas entre os
organismos. Em função das distâncias calculadas, os organismos são reunidos
em grupos e subgrupos.
Corrêa & Uieda, 2008
A proposição dessa abordagem para a Sistemática foi influenciada por
fatores diferentes:
1- a dificuldade de lidar com os padrões aparentemente
incongruentes da evolução, encontrando explicações convincentes para esses
padrões;
2- o subjetivismo das decisões dos sistematas tradicionais, que
criavam ou desfaziam táxons com base em um ou poucos caracteres e sem
critérios definidos e,
3- pelo interesse em desenvolver um sistema operacional “ágil”
para atividades de identificação taxonômica, aproveitando os recursos
computacionais disponíveis.
Analisando uma classificação fenética, no entanto, não é possível
determinar a princípio que tipo de semelhança (evolutivamente falando)
existe entre os grupos, ou seja, que tipo de agrupamentos são formados
do ponto de vista do parentesco. O fenograma informa apenas que “há
uma semelhança ente eles”. O resultado da análise fenética é a
produção de classes essencialistas, abstratas, descompromissadas de
significado biológico e histórico.
Escola EvolutivaEscola Evolutiva
A Escola Evolutiva, também denominada Escola Gradista, não
desenvolveram nenhum método para organizar o conhecimento sobre a diversidade
biológica.
Os critérios para reunir grupos de organismos têm como suporte o
conceito de grados. Os grados são definidos como a expressão dos graus da história
evolutiva dos grupos. Conforme este conceito, um determinado grupo, que tenha
atingido a habilidade de explorar um ambiente muito diferente, receberia um status
separado do que têm seus ancestrais, ou seja, passaria de um grado para outro que
lhe é superior.
Os animais de sangue frio são denominados pecilotérmicos.
Um bom exemplo é encontrado entre os vertebrados. Os peixes,
habitantes de ambientes aquáticos, representariam a forma mais parecida com o
ancestral dos demais vertebrados. A invasão do ambiente terrestre seria um
grado na história evolutiva dos vertebrados. Desta forma, os demais vertebrados
que se adaptaram às novas condições do ambiente seriam reunidos em um novo
grupo ou grado, o dos Tetrapoda que, como os peixes, apresentam sangue frio.
Por sua vez, entre os Tetrapoda surgiram formas capazes de controlar a
temperatura corpórea, denominadas animais de sangue quente ou
homeotérmicos. Tais formas teriam surgido como dois grados independentes: as
aves com capacidade de vôo e com penas, e os mamíferos com pêlos e
glândulas mamárias.
Escola Cladista
Sistemática filogenética
Willi Hennig (1913 -1976)
Escola Cladista
Sistemática filogenética
Objetivo de reconstruir a história da vida, mesmo quando só se pode
contar com os dados do presente.
Hipótese de parentesco de diferentes táxons.
Significado evolutivo dos caracteres:
Clados ou linhagens evolutivas
Escola Escola CladistaCladista
Sistemática filogenética
Willi Hennig (1913 -1976)
Entomólogo alemão, publicou em 1950 o livro Grundzüge einer Theorie der
Phylogenetischen Systematik. Durante 16 anos, suas idéias ficaram praticamente
desconhecidas para a comunidade científica. Somente em 1966, elas foram difundidas,
com a publicação em inglês da síntese de seu método de reconstrução filogenética,
inicialmente denominada sistemática filogenética. Atualmente, o termo mais utilizado
para esta escola de pensamento écladismo.
Reconstruir a história da vida, mesmo quando só se pode contar com os
dados do presente.
- Finalidade: hipótese de parentesco de diferentes táxons.
Divisão da Biologia evolutiva: macroevolução e microevolução
Macroevolução: evolução em grande escala - origem de novos planos de
organização, direções evolutivas, relações filogenéticas de espécies,extinção
em massa e irradiação adaptativa
Microevolução: alterações na constituição genética de populações naturais
processos de recombinação durante a gametogênese.
Conceitos de espécie:
Tipológico :tipo. Exemplo: "cão" (nem todos são idênticos, mas há
numerosos caracteres em comum)
Morfológico: espécie tipológica reconhecida apenas pela morfologia (o valor
dos caracteres depende da experiência e da intuição do observador). Na
prática o mais utilizado pelos sistematas.
Conceitos de espécie:
Biológico (Mayr, 1957,1963,1969,1976): "agrupamento de
populações naturais capazes de se intercruzarem e que são
reprodutivamente isoladas de outras populações"
Evolutivo ( Meglitsch, 1954, Simpson,1961,Grant, 1971, Wiley,
1978): "uma linhagem única de populações formadas de ancestrais e
descendentes, que mantêm sua identidade em relação às outras
linhagens e que apresenta suas próprias tendências evolutivas e seu
próprio destino histórico"
Por que o método cladístico é importante para os biólogos?
Prediz as propriedades de organismos. Exemplo: possíveis genes e
compostos biológicos particulares importantes no tratamento de doenças;
Ajuda o esclarecimento de mecanismos de evolução: teste de hipóteses
sobre adaptação, há muito estabelecidas (ecologia histórica)
Útil na criação de sistemas de classificação: reconhece e emprega a teoria
evolutiva.
Auxilia a deduzir as relações históricas entre áreas geográficas