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Sobrevivência
CADERNO I – ESS
Aula #3.1
Considerações Iniciais
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Sobrevivência
Histórico da disciplina no Curso de Comissários:
Acidente do RG254 (03 de Setembro de 1989);
Boeing 737-200, matrícula PP-VMK, de Marabá para Belém.
Erro na inserção da Rota (270º ao invés de 027º);
Pouso forçado na floresta de São José do Xingu (MT).
54 pessoas a bordo, 42 sobreviventes (Inclusive Comandante e Copiloto);
Após investigação: Recomendação de Segurança - obrigatoriedade da
disciplina na formação.
Sobrevivência
Acidente do RG254
Destroços do B737-200 (PP-VMK)
Rota percorrida pelo RG254
Sobrevivência
Acidente do RG254
Relato de Nilson Zille
(Copiloto do RG254)
André Braga e Nilson Zille
Sobrevivência: Fatores Adversos
São todos aqueles que exercem pressão sobre o indivíduo ou sobre o grupode sobreviventes e podem reduzir as chances de sobrevivência.Normalmente são divididos em três grupos:
Fatores Subjetivos: são os que, apesar de apresentarem-se de maneirareal, agem na mente humana: a ansiedade, o susto, o medo, a solidão, otédio e por fim o pânico;
Fatores objetivos: são ocasionados por situações concretas: calor, frio,cansaço, queimaduras, lesões de todo tipo, hipotermias, morte ou qualqueroutra ação contra a integridade física; e
Adversidades do Meio Ambiente: dependem do cenário. Estão relacionadascom insetos transmissores de doenças; escassez de água e flora;tempestades de chuva, de neve ou de areia, enchentes e alagamentos;topografia muito acidentada; e animais perigosos.
Sobrevivência
Mantenha-se motivado;
Na selva há abundância de água e alimentos;
Os passageiros confiaram a sobrevivência à tripulação;
Mantenha o equilíbrio emocional;
Lembre-se que: Água, Alimentação e Sono são fatores primordiais; e
Sobretudo: Nunca desista!
Aula #3.2
Sobrevivência na Selva:
Ações Imediatas e Simultâneas e
Kit de Sobrevivência na Selva
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Presença de Insetos (pior inimigo na selva);
Clima severo (Quente e úmido);
Animais perigosos;
Terreno desconhecido; e
Mata fechada.
Cenário
Ações Imediatas e Simultâneas
Afastar-se da aeronave (mínimo recomendado 100 m);
Ativar o radiofarol transmissor de emergência (TLE - localizador);
Prestar primeiros socorros aos feridos;
Localizar e reunir equipamentos de sinalização;
Organizar os sobreviventes em grupo e delegar tarefas;
Não se afastar do local do acidente (facilidade de localização);
Providenciar AFA+A; e
Iniciar anotações em um diário.
A F A + AABRIGO FOGO ÁGUA ALIMENTOS
Kits de Sobrevivência na Selva
Um Kit para cada grupo de 50 passageiros.
Conteúdo do Kit:
01 Facão de 20 polegadas;
02 Frascos com 60ml de purificador de água (tintura de iodo);
03 Caixas de fósforo (total de 150 palitos);
01 Manual de Sobrevivência na Selva (M.M.A.);
01 Espelho sinalizador;
01 Apito plástico;
20 Analgésicos;
02 Foguetes pirotécnicos baquelite (Night and Day);
Kits de Sobrevivência na Selva50 Pacotes de açúcar (06g cada) e sal (01g cada);
01 Faca de sobrevivência na selva contendo:
01 bússola dissociável;
02 Chumbadas;
02 Anzóis (um pequeno e um médio; e
01 Rolo de nylon (aprox. 2,5 m);
01 Agulha;
02 Argolas em aço;
01 Cabo de aço (aprox. 20 cm);
Rações de sobrevivência: água (6 sacos de 125 ml) e alimentos
desidratados.
Kits de Sobrevivência na Selva
Kits de Sobrevivência na Selva
Aula #3.3
Sobrevivência na Selva:
Abrigos e Vestuário
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Abrigos
Se possível utilizar a aeronave (fuselagem) como abrigo;
Aguardar evaporação total do combustível (pelo menos duas horas);
Partes da aeronave podem ser utilizadas na construção;
Procurar um local um pouco elevado, não muito íngreme e seco;
Ficar a mais de 100 metros de curso de água (rios ou correntes), para
evitar inundações e favorecer obtenção de água e lenha; e
Evitar construir abrigos embaixo de árvores com frutos pesados ou debaixo
de galhos secos; e
Preparar camas com folhas e sobre estas folhas mais largas, visando afastar-
se ao máximo do chão.
Tipos de Abrigo
Provisório: para pouco tempo,
geralmente uma noite apenas;
Temporário: para permanência
prolongada.
Abrigo Provisório
Abrigos Tipo A
Abrigos Provisório
Abrigo Rabo de Jacu
Abrigos Temporário
Abrigo Tapiri
Fossas (Latrinas)
Distantes 100m do acampamento;
Longe dos cursos d’água;
Marcar o caminho até lá.
Latrina para Detritos Latrina para Dejetos
Vestuário como Proteção (abrigo)
Manter o vestuário limpo ecompleto, protegendo o corpodas agressões do meio tal como:espinhos, galhos, picadas deinsetos, frio e calor;
Nunca andar descalço, nem aoatravessar rios, pântanos, etc.; e
Se necessitar trocar roupas ousapatos sacudi-los antes.
Vestuário como Proteção (abrigo)
A roupa limpa, além de evitar infecções de pele e parasitas, faz com que osobrevivente se sinta melhor;
Os componentes do grupo deverão examinar uns aos outros, na prevenção apresença de parasitas (piolhos, carrapatos, sangue, sugas e etc.;
O maior perigo nas florestas tropicais é a presença de insetos;
Dormir completamente vestido, especialmente a noite;
Colocar as extremidade das calças para dentro do cano das meias ou da bocado calçado, proteger a cabeça e cobrir as mãos;
Utilizar lama, barro e óleo de cocos ou de frutos (pequi) como protetor ourepelente de insetos.
Aula #3.4
Sobrevivência na Selva:
Obtenção do Fogo
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Fogo: Utilidade na Sobrevivência
Iluminação;
Sinalização;
Aquecimento;
Secagem da roupa;
Purificação de água;
Cozimento de alimentos;
Reunir os sobreviventes;
Segurança e proteção.
Fogo: Preparação do Local
Procurar um local seco e limpo;
Retirar gravetos, galhos e folhas para evitar propagação e incêndio;
Construir fogueiras num raio entre 50m e 100m do acampamento;
Utilizar madeira grossa como base e acrescentar gravetos;
Cercar a base da fogueira com pedras (concentra o calor);
Construir abrigo para o fogo (Rabo de Jacú ou Tapiri);
Manter material para alimentar o fogo por perto;
Manter material que possa ser utilizado na sinalização; e
Providenciar vigias para o fogo (duas pessoas e revezamento por
turnos.
Fogo: formas de obtenção
Preparar a Isca para o fogo: isca é um amontoado de folhas secas,
papéis, palhas, gravetos finos, cascas de árvores, que serão
utilizados para a ignição do fogo.;
Caso haja disponibilidade utilize fósforos, fluidos de isqueiro,
combustível e outros;
Também é possível obter-se fogo através de: atrito, lentes,
pederneiras, palha de aço e pilhas, baterias de celular e pedras.
Fogo: formas de obtenção
Isca
Fogo: formas de obtenção
Técnicas de obtenção
Aula #3.4
Sobrevivência na Selva:
Consumo, Obtenção e Métodos
de Purificação da Água
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Água
Vital para sobrevivência;
Na ausência de água não se deve comer;
Se houver pouca água, beber toda disponível para não evaporar;
Quantidade mínima de ingestão de água depende de três fatores:
da temperatura ambiente;
da sua atividade corporal durante o período de sobrevivência; e
da quantidade de água disponível.
Consumo de Água
Critério:
Bom suprimento (700 ml);
Suprimento limitado (525 ml); e
Suprimento racionado (250 ml).
Água deve ser ingerida em quatro porções diárias.
Consumo ideal: 2 litros diários;
Recomendado na selva: no mínimo 1/2 litro;
Suspender o consumo nas primeiras 24h, exceto feridos graves, crianças
e idosos.
Água: formas de obtenção
Mesmo em temperaturas mais baixas, o corpo necessita de dois litros de
água por dia, para manter sua eficiência.
Obtenção:
Água trazida da Aeronave;
Água da chuva;
Água do Kit de Sobrevivência;
Água de origem vegetal;
Água depositada nos vegetais;
Destilador solar de terra;
Trilha dos animais;
Rios ,lagos ,pântanos, e etc.; e
Orvalho.
Água: formas de obtenção
Trazida da AeronaveRios, lagos e igarapés
Água: formas de obtenção
Água da Chuva:
quando colhida diretamente não há necessidade de purificar;
Coletar a água da chuva em um pequeno buraco, forrado com um plástico ou
lona;
Nas árvores das quais escorre a água, aos pingos, colocar um pano limpo a
volta do tronco e deixar uma das extremidades do pano gotejar para dentro de
um recipiente; e
Purificar a água colhida indiretamente.
Água: formas de obtenção
Água do Kit de Sobrevivência: Utilizar para fins medicinais;
Água de Origem Vegetal: Utilizar sem purificação;
Cocos; Cipós de casca grosa; Cactos bojudos (cabeça de grade e xique-xique).
Água Depositada nos Vegetais: Nos trópicos, gravatás, tipos de abacaxi,
bromélias e etc., neste caso, deve-se coar e depois purificar a água;
Os bambus, algumas vezes, contêm água nas juntas ocas, fazer um furo bem
junto a base de cada segmento entre os nós e recolher a água em uma vasilha,
para depois purificar.
Água: formas de obtenção
Retida ou produzida por vegetais
Água: formas de obtenção
Destilador Solar: pode fornecer 1,5 l de água por dia.
Cavar um buraco de 1 metro quadrado com 50 cm de profundidade;
Colocar um recipiente no fundo para coletar a água; e
Cobrir com um plástico fino de aproximadamente 2 metros quadrados.
O resultado será proporcional à quantidade de raios de sol que incidirem sobre
o plástico, pelo maior tempo possível.
Água: formas de obtenção
Trilhas dos Animais: As trilhas dos animais podem levar a uma fonte de água;
Rios, Riachos, Pântanos, Lagos, Nascentes, Mananciais e Brejos: nas
latitudes tropicais é possível consumir após purificar. Se a água apresentar
aparência turva, ou uma coloração qualquer, deve-se coar.
Orvalho: utilizar um pano ou esponja para recolher o orvalho. A água
proveniente do orvalho deve ser purificada.
Água: Métodos de Purificação
Toda água* deve ser purificada antes de ser bebida;
Pela Fervura: durante 1 minuto, no mínimo;
Tintura de Iodo: adicionar 8 gotas de tintura de iodo para cada litro de água e
esperar 30 minutos para consumir;
Purificador do Kit (Pastilhas de Cloro) seguir as instruções da bula.
*Não é preciso purificar:
Água de Origem Vegetal: (Coco, Cipó de Casca Grossa e Cactos Bojudo); e
Água da Chuva: desde que colhida diretamente.
Água: Métodos de Purificação
Ferver 1 minuto
Tintura de Iodo
8 gotas/litro
Aguardar 30 minPurificador do Kit
Seguir a bula
Aula #3.5
Racionamento das Provisões,
Nutrição e Alimentação
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Racionamento das Provisões
Verificar as rações sólidas e água de que dispõe;
Calcular o número de dias até o resgate (7 dias);
Dividir as rações sólidas em 3 partes;
Separar duas partes para serem consumidas na primeira metade do
período calculado;
O 1/3 restante será guardado para a segunda metade do período
estimado (7 dias);
Racionamento das Provisões
Caso um grupo se afaste em busca de socorro:
Cada pessoa que parte receberá o dobro do alimento que deverá receber
aquelas pessoas que permanecerem no acampamento;
Caso a ração de água, por pessoa, seja inferior a ½ litro ao dia, deve-se:
Evite ingerir alimentos farinhosos, secos e/ou condimentados;
Comer aumenta a sede e demanda mais água;
Ingerir alimentos com alto teor de carboidratos (frutas, frutas cristalizadas
e etc.); e
Consumir toda água de uma só vez.
Nutrição e Energia
Carboidratos: de origem vegetal (açúcar, frutas, farináceos e cereais);
Proteínas: de origem animal (carne, peixes, ovos, leite, queijos);
Finalidade - conservar e refazer os tecidos do organismo;
Necessidade diária - Noventa gramas (90g);
Excedente - transformado em gordura ou queimada como combustível;
Gorduras: parte de origem vegetal (azeite de oliva, óleo de girassol, soja,
algodão, amendoim, coco e etc.); e parte de origem animal (manteiga e
banha);
As gorduras não constituem elemento essencial para a nutrição humana.
Nutrição e Energia
Alimentos Preparados: São as rações para uma permanência em condições
atípicas, que encontramos nos Kits de Sobrevivência;
Consumir a ração diretamente, sem que seja necessário prepará-la de
qualquer modo;
Ideais para o sustento adequado, em condições de sobrevivência;
Poupar a ração de emergência, se possível substituir por outro alimento de
valor nutritivo equivalente.
Alimentação
Não havendo água não se deve comer;
Evitar ingestão de muita gordura, pois
aumenta a necessidade de água;
Consumir os alimentos trazidos da
aeronave;
Suspender o consumo nas primeiras 24
horas, salvo algumas exceções.
Alimentação
A origem dos alimentos consiste em dois grupos:
Origem Animal Origem Vegetal
Aula #3.6
Alimentos de Origem Vegetal
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Alimentos de Origem Vegetal
Não comer alimento estranho ou desconhecido sem prová-lo;
Pássaros e macacos são referências para a ingestão segura de alimentos;
Cozinhar uma amostra, em seguida experimentar, mastigar e conservar na
boca por cerca de 5 minutos, caso o paladar não estranhe, consumir;
Forma mais segura de consumir alimento de origem vegetal na selva
cozinhá-lo no sopão;
Observar a Regra do CAL (C-Cabeludo, A-amargo e L-leitoso); e
Nunca ingerir cogumelos.
Plantas Comestíveis
Estando em dúvida sobre se a planta é comestível ou não, cozinhe;
O veneno dos vegetais é tornado inócuo pelo cozimento, com exceção do
Cogumelo.
Alimento que contém amido devem ser cozidos, pois cru são indigestos;
Evitar plantas com gosto amargo (o gosto amargo é um guia seguro);
Evitar plantas que tem sumo leitoso, evite este sumo em contato com a
pele, excetuam-se desta regra o abiu, o sapoti, o figo e o mamão;
O sumo do mamão verde em contato com os olhos, pode causar cegueira;
Evitar plantas com pelos; e
Observar a Regra CAL: Evitar todo alimento Cabeludo, Amargo e Leitoso.
Partes Comestíveis dos Vegetais
Grãos ou sementes: dos capins bravos, gramíneas, milho, arroz, sorgo, soja
e etc. Estes grãos são feculosos (amidosos) e constituem excelente
alimento base. Deverão ser comidos após fervidos ou assados;
Frutos maduros: aliviam a sede e ajudam a economizar a ração de água,
(amoras silvestres, framboesa, morangos, mamão e banana;
Folhelos ou bainha: são as folha novas e macias. Devem ser cozidas;
Suco: das plantas que contém açúcar, podem ser desidratados ao ponto de
calda ou xarope, pela fervura lenta, a fim de eliminar a água;
Partes Comestíveis dos Vegetais
Raízes: a maioria das raízes possui amido (inhame, mandioca e aipim);
Devem ser cozidas, crus são indigestas;
Boa parte dos inhames são venenosos em estado natural, mas
perfeitamente comestíveis após o cozimento;
Nozes: coqueiro, cajueiro, pinheiro (pinhão), são árvores que produzem
este tipo de alimento. De todos os alimentos que a floresta nos oferece, as
nozes são as mais nutritivas. Os pinhões ficam melhores quando cozidos;
Casca: a parte interna da casca, quando for branca, serve para fazer
farinha;
Partes Comestíveis dos VegetaisFlores: são comestíveis;
Folhas sumarentas: (sucosas) escolha as mais novas e macias para
cozimento;
Talos: são ricos em fécula, excelente alimento (aipo);
Haste: grandes talos, são achados em muitas plantas (cana de açúcar);
Tronco: o amido poderá ser extraído do tronco das palmeiras; e
Brotos: Comestíveis em maioria. O broto do Bambu deve ser fervido por 10
minutos para retirar-se o gosto amargo, trocar a água e ferver mais 40 min.
Palmeira: a Árvore da Providência
Palmito;
Folhas para cobertura do abrigo;
Tronco para a base do abrigo;
Amido encontrado na sua polpa;
Aula #3.7
Alimentos de Origem Animal
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Alimentos de Origem Animal
Conseguido através da caça e da pesca;
Exigem conhecimento mais abrangente;
A carne apresenta valor energético muito superior aos dos vegetais;
Ingerir a carne da caça após fervê-la durante 2 ou 3 minutos;
Para efeito do consumo, preparo, utilização e conservação, convenciona-se
dividir os alimentos de origem animal em: animais de pelo, aves, peixes,
animais de chão e insetos.
Alimentos de Origem Animal
Animais de Pelo: antas, onças, veados, macacos, pacas, cutias, capivaras, e
etc. Uma vez abatido o animal, deve-se proceder à esfola.
Esfola:
Pendura-se o animal pelos membros posteriores;
Faz-se uma incisão transversal na parte mais alta dos mesmos, abaixo dos
joelhos, e outra longitudinal até as entrepernas;
Com a ponta da faca inicia-se o esfolamento, liberando a pele do músculo
de uma fina camada de gordura ali existente; e
Procede-se com os demais membros da mesma forma.
Alimentos de Origem Animal
Após ser esfolado ou descamisado, o animal será
aberto pela linha do peito para a evisceração;
Cuidado com a bexiga e com a vesícula biliar (fel);
Colocar a ponta da faca protegida pelo indicador e,
tracionar para frente e para baixo;
O sangue dos animais não deverá ser ingerido “in
natura”, devido a grande quantidade de toxinas e
risco de transmissão de toxoplasmose; e
Para o consumo, o sangue deve ser fervido e usado
como tempero (sal).
Alimentos de Origem Animal
Aves: depois de abatida a ave, estando ela ainda quente, realizar o
descamisamento (retirar as penas juntamente com a pele);
Embora seja um processo rápido, haverá a perda da pele como alimento que
possui grande quantidade de calorias;
Aproveitar das vísceras: coração, fígado e a moela, sendo que desta pode-se
extrair uma pequena quantidade de sal;
Os ovos, tanto os das aves como os dos quelônios, podem ser conservados
até 30 dias, quando cozidos em água e guardados em salmoura, ou então,
após cozidos, esfarelados e postos ao sol para melhor desidratação.
Alimentos de Origem Animal
Peixes: Podem ser escamados, sempre da cauda para a cabeça, no sentido
contrário ao das escamas;
Escamado o peixe ou dele retirado o couro, cortam-se as barbatanas (dorsais
e ventrais) e as nadadeiras e, pelo ventre, faz-se a evisceração;
Das vísceras dos peixes, somente são aproveitáveis as ovas;
Os peixes com boca semelhante a um bico de papagaio devem ser evitados.
Alimentos de Origem Animal
Animais de Terra: ofídios, lagartos, jacarés e quelônios.
Ofídios (peçonhentos ou não) - faz-se um corte longitudinal pelo ventre e
pode ser esfolado ou descamisado pela tração; retira- se um palmo a partir
da cabeça e um a partir da cauda; feita a retirada das vísceras abdominais
(evisceração), exceto a cobra do mar todo o ofídio pode ser consumido, sem
qualquer outra preocupação.
Lacertídeos e jacarés - consumo carne da cauda. Ao preparar para o corte,
amarrar a boca e tomar cuidado com a cauda, pois mesmo morto,
contrações musculares e reflexos poderão gerar surpresas.
Alimentos de Origem Animal
Quelônios (jabutis, tracajás, tartarugas) - podem ser levados inteiros ao
fogo. Entretanto, convém bater com o facão nas laterais da carapaça
ventral e, rompendo-a, pode o animal ser eviscerado, e, das vísceras,
apenas aproveitados os ovos, quando houver. O próprio casco pode servir de
vasilha para a cocção do quelônio.
Ofídios Lagartos Jacarés Quelônios
Alimentos de Origem Animal
Insetos - Larvas de insetos, como as do besouro, são encontradas dentro dos
coquinhos de algumas palmeiras. Estas larvas, conhecidas como “tapuru”,
contêm alto valor vitamínico e devem ser consumidas preferencialmente
vivas, pois mortas deterioram-se rapidamente. Formigas, gafanhotos e grilos
podem ser consumidos assados ou fritos e também contêm alto valor
proteico.
“Não esquecer que a fome sobrepuja toda repugnância”.
Aula #3.8
Caça e Pesca
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Caça
Não havendo disponibilidade de uma arma de fogo, a caça deverá ser feita
com a utilização de laços e armadilhas do tipo arapucas;
O caçador deve levar em consideração que animais de pelos e sangue
quente são difíceis de caçar e o melhor método para isto é a técnica aliada
à paciência;
Os locais mais indicados para colocar uma armadilha e esperar que algum
animal seja capturado são uma trilha, um bebedouro ou um comedouro;
O vento deverá levar ao caçador o cheiro da caça, e não o contrário;
Caça
O silêncio será fundamental. Se o caçador quiser seguir uma caça, poderá
fazê-lo, mas terá que caminhar lentamente e com segurança;
O vento deverá soprar no sentido do animal para o homem e este só deve
avançar quando a caça estiver comendo ou olhando para outro lado que não
o do caçador, devendo este permanecer imóvel, se o animal levantar a
cabeça em sua direção;
O amanhecer entre 04h00 e 06h00 e o início da noite entre 18h00 e 21h00
são os períodos mais indicados para caçar. A caça noturna geralmente dará
bom resultado, pois a maior parte dos animais se movimenta à noite;
Caça
Procurar por sinais da presença da caça, trilhas, vegetação pisoteada, fezes
e restos de comida são bons indicadores. Muita atenção ao percorrer uma
trilha, pois o animal poderá surgir a qualquer momento;
Os órgãos de caça que possuem vitaminas essenciais à sobrevivência
são coração, fígado e rins; e
Não fumar, urinar ou deixar resíduos humanos nas proximidades, pois a caça
percebe alterações em seu habitat.
Pesca
Pescar em poços profundos, ao pé das cachoeiras, no final das corredeiras
rápidas ou entre rochedos;
Em rios com correntes muito velozes, os peixes costumam se chegar mais
para as margens, entretanto, tentar todas as águas com iscas variadas;
À noite, a pescaria poderá tornar-se mais produtiva que de dia, caso se
disponha de lanternas, elas poderão atrair cardumes que poderão ser pegos
com uma rede improvisada ou com varas pontiagudas;
Pesca
Improvise anzóis com ossos, prendedor de gravatas, clipes, fios e o que
estiver disponível, da mesma forma, arames finos, linhas de roupas e
cordões podem ser usados como linha, um arpão de ponta dupla (Zagaia),
feito de bambu pode ser útil;
Use como isca: insetos, larvas, pedaços de carne ou vísceras de qualquer
animal. Iscas artificiais podem ser feitas com penas de aves, fragmentos de
metais brilhantes ou pedaços de pano colorido. Deve-se descamar os peixes
da cauda para a cabeça e consumi-los sempre cozidos.
Pesca
Em água doce encontraremos peixes que oferecem perigo em função de sua
ferocidade e de seus sistemas de defesa:
Os bagres, Mandis e arraias apresentam ferrões;
As piranhas são carnívoras vorazes;
Os baiacus são venenosos;
Os poraquês são peixes elétricos e podem liberar descargas letais; e
O Candiru, extremamente pequeno e fino, entra com facilidade pela uretra
e pelo ânus, onde crava seus espinhos provocando dores inimagináveis.
Pesca
Bagre Baiacu Piranha
Poraquê Arraia Candiru
Pesca
No litoral, de água salgada ou salobra, ou nos mangues, serão encontrados
a tainha, a cavala, a corvina e diversos tipos de crustáceos, como o
camarão, siri, mariscos e o caranguejo. Os caranguejos são encontrados
com maior facilidade nos baixios dos mangues; e
Os peixes marinhos que apresentam pele com espinhos não devem ser
ingeridos, por apresentarem risco de envenenamento.
Aula #3.9
Cozimento e Conservação
dos Alimentos
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Cozimento
O fogo e os fogareiros ou fogões para cozer o
alimento podem ser improvisados utilizando-se
óleo lubrificante ou combustível, eventualmente
encontrados em meio aos destroços da aeronave;
Há três tipos, muito comuns nestas situações:
Fogão de Assar - consiste em suspender um
espeto com o apoio de duas forquilhas, uma de
cada lado, para sustentar a caça; Fogão de Assar
Cozimento
Fogão para Moquear (Moquém) - um
estrado montado a 50 cm acima da
fogueira, formando um tripé para
colocar a carne de tal forma que
receba apenas calor e fumaça
provenientes da queima da madeira; e
Moquém Portátil
Cozimento
Forno da Selva - é o processo de
envolver o alimento em folhas de
bananeira ou papel alumínio,
recobrir com uma camada de barro
para assá-lo diretamente nas
chamas ou brasas, ou enterrá-lo sob
a fogueira por aproximadamente
uma hora.
Forno de Selva ou Forno de Chão
Cozimento
Fogareiro com Querosene de aviação - colocar areia ou
cascalho bem fino no fundo de uma pequena lata,
camada de 3 a 5cm e adicionar querosene de aviação,
adicionando óleo de motor para prolongar a queima;
Ter cuidado ao acender, abrir buracos na beirada da lata
a fim de deixar passar as chamas e a fumaça; e
Fazer uma série de furos logo acima da superfície da
camada de areia a fim de que entre o ar para alimentar
o fogo.
Tempero dos Alimentos
Quando do preparo de alimentos, a falta de temperos na selva constituirá
outro problema, embora alguns vegetais possuam pequena salinidade.
Na selva, o sal poderá ser encontrado nas cinzas, que possuem pequeno
teor salino;
No caruru, planta que, secada ao sol, queimada e lavada, fornecerá como
resíduo um sal grosseiro;
Na moela das aves, que, após picada e fervida até a evaporação da água,
por várias vezes, deixará um pequeno depósito com certo teor de sal; e
No sangue, que, posto a ferver até secar, também fornecerá uma espécie
grosseira de sal.
Conservação dos Alimentos
As carnes deverão ser cortadas em fatias finas, de no máximo 2 dedos de
espessura, e submetidas a uma desidratação, pela defumação, salga ou
moquém. O sal, elemento higroscópico, auxiliará, de qualquer modo, a
desidratação e a conservação das carnes;
Para maior proteção das carnes elas deverão ser guardadas envoltas em
panos, papel ou folhas. Caso acumulem mofo, bastará raspá-las ou lavá-las,
antes de serem preparadas para consumo;
Conservação dos Alimentos
Os nativos da região amazônica conservam os alimentos, normalmente
peixes, através do processo conhecido por Mixira.
Mixira - consiste em derreter o óleo do animal (banha) em um recipiente e
com aquele ainda quente imergir, totalmente, a carne cozida ou frita;
No caso de pedaços espessos, a carne deverá ser cozida;
Após o óleo solidificar-se o alimento continuará em condições de ser
consumido durante o período de até 12 meses.
Aula #3.10
Sinalização I
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Sinalização
A queda ou pouso forçado da aeronave pode
destruir parcialmente a vegetação, o que
facilitará a visualização por parte das equipes
aéreas de busca e salvamento, portando
permanecer junto aos destroços ou nas
imediações do acidente constitui-se em
importante oportunidade para ser localizado. Clareira
Sinalização
Todos os recursos disponíveis para sinalização devem ser empregados;
Ampliam ainda mais a hipótese do resgate;
A regra básica para a utilização dos recursos de sinalização:
Conservar os demais para utilizar no momento em que se ouvir ou avistar
aeronave ou embarcação, com exceção do rádio transmissor.
Durante o dia, deve-se colocar sobre as asas e ao redor da aeronave objetos
brilhantes e de coloração viva.
Rádio Farol de Emergência - ELT
O Radiofarol Transmissor Localizador de Emergência ou Emergency Locator
Transmiter (ELT), ou Emergency Radio Bacon, é um dispositivo de rádio que
emite, aos órgãos do Sistema de Salvamento, sinais em uma frequência
específica de emergência. É o recurso de sinalização mais importante e
pode ser fixo ou portátil:
ELT Fixo
– embutido no teto da galley traseira da aeronave;
- acionamento automático, por impacto (5G) ou desaceleração;
- pode ser acionado da cabine de comando pelos pilotos.
Rádio Farol de Emergência - ELT
ELT portátil:
- pode haver mais de um;
- localizados na cabine de passageiros e devem ser retirado, se possível,
quando do abandono posterior ao acidente;
Ao ser retirado da aeronave, deve-se ter o cuidado de preservar a
integridade de sua embalagem plástica, para o uso posterior;
O equipamento deve ser acionado imediatamente após o abandono e o
afastamento da aeronave, bastando para isso mergulhá-lo em um curso
d´água (rio, lago e etc.).
Rádio Farol de Emergência - ELT
Quando mergulhado em curso d´água deve ser fixado às margens;
Quando acionado no mar deve ser fixado ao barco salva-vidas.
Há vários modelos de Radiofarol de Emergência e alguns deles possuem
bateria ativada por água ou qualquer líquido à base de água.
Rádio Farol de Emergência - ELT
O modelo mais comum de ELT é o RESCUE 99:
- Possui uma corda de 18 metros para a amarração;
- Para acionar manualmente é necessário soltar a antena, retirar o
invólucro interior de plástico e adicionar qualquer líquido à base de água;
- Uma vez acionado, deve permanecer na posição vertical;
Tempo para o início da transmissão:
- Em água salgada a transmissão tem início em 5 segundos; e
- Em água doce, em 5 minutos.
A Transmissão dura 48 horas ininterruptas.
Rádio Farol de Emergência - ELT
O RESCUE 99 não permite verificar visualmente o seu funcionamento;
Estando em condições, o rádio de bordo pode ser empregado para verificar
o RESCUE 99 e para transmitir sinais de socorro de voz (MAYDAY);
Alcance do RESCUE 99:
Alcance horizontal - 250 milhas náuticas; e
Alcance vertical - 40.000 pés.
Uma vez localizados os sobreviventes e iniciado o resgate, pode-se
interromper a transmissão do Radiofarol, colocando-o na posição
horizontal.
Rádio Farol de Emergência - ELT
Algumas aeronaves possuem nos barcos salva-vidas ou nas escorregadeiras-
barco um Radiofarol acionado automaticamente na inflação.
Independentemente de modelo ou localização na aeronave, todos os
radiofaróis de emergência têm o mesmo alcance e transmitem sinais de SOS
durante 48 horas após o seu acionamento, nas três frequências
internacionais de socorro:
- 121.5 MHz;
- 243.0 MHz; e
- 406.0 MHz.
Horário Internacional de Silêncio
Alguns períodos de tempo foram convencionados para uma escuta
preventiva de sinais de emergência que por ventura tenham sido enviados
estes períodos de silêncio nas comunicações, com duração de três minutos
e repetidos a cada meia foram denominados Horário Internacional de
Silêncio;
O horário internacional de silêncio é diferente nas várias regiões do globo
terrestre:
No Oriente de 00 aos 03 e dos 30 aos 33 minutos de cada hora; e
No Ocidente de 15 aos 18 e dos 45 aos 48 minutos de cada hora.
Aula #3.11
Sinalização II
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Corante Marcador de Água – Pó Marcador
É um agente químico, geralmente em pó,
que reage com a água e gera uma mancha
contrastante (Verde ou Laranja) que pode
ser visualizada pelas aeronaves de busca e
salvamento;
O tamanho e duração da mancha dependem
da água (rio, lago, mar, correntezas e etc.)
onde for lançado;
Corante Marcador de Água – Pó Marcador
Normalmente, a mancha tem a duração de três horas e pode ser avistada
de uma distância de até 10 milhas náuticas;
Utilizar exclusivamente durante o dia; e
Somente ao se perceber a aproximação de embarcação ou aeronave.
Espelhos Sinalizadores
Há diversos tipos e modelos. A sinalização é a
captação e projeção de reflexo dos raios solares em
direção às aeronaves ou navios de resgate.
Pode-se improvisar um espelho de sinalização
utilizando-se pedaço de carenagem do avião, com o
lado sem pintura virado para cima.
Geralmente, as instruções sobre a utilização se
encontram na superfície não espelhada;
Espelhos Sinalizadores
A técnica de sinalização é simples e
consiste, basicamente, em segurar o
espelho a poucos centímetros da face e
focalizar o alvo através do visor
central.
Foguetes Pirotécnicos
O foguete é um bastão de aproximadamente 20 cm, recheado com agente
sinalizador;
O bastão pode ser empregado na sinalização diurna e noturna;
O agente sinalizador do lado diurno é a fumaça de cor laranja, enquanto o
agente sinalizador do lado noturno é o fogo de magnésio. Estes padrões de
cores são convencionados internacionalmente;
Para identificar o lado a ser utilizado, o bastão possui indicações em alto
relevo:
A letra N para noite (night); e
A letra D para dia (day).
Foguetes Pirotécnicos
Para o acionamento, é necessário
segurar o foguete em ângulo de 45º
com a linha do horizonte, colocar-
se a favor do vento e em um local
aberto, de fácil visualização pelas
equipes de socorro.
Foguetes Pirotécnicos
Lanternas
As que estão disponíveis nos kits de sobrevivência podem ser de
acionamento por baterias a seco (pilhas) e por baterias ativadas com água;
A utilização da lanterna se faz de acordo com a necessidade de grupo de
sobreviventes;
Ao ser avistada a aeronave de resgate, pode-se utilizar a lanterna para
sinalização.
Lanternas
A aeronave de busca e salvamento, durante a noite, acusará o recebimento
e entendimento da mensagem utilizando o sinalizador verde.
Apito
Deve ser empregado para chamar a atenção das equipes de busca e
salvamento, tanto de dia quanto à noite, mesmo com visibilidade reduzida.
Entre os sobreviventes pode ser utilizado para organizar o grupo.
Outras Formas de Sinalização
Pequenas fogueiras distribuídas num raio entre 50 e100 metros do local do
acidente;
Fumaça branca: utilizar folhas verdes, limo (musgo) e gotículas de água;
Fumaça Negra: utilizar óleo, combustível da aeronave, borracha ou
plástico;
Escorregadeiras-barco e outras peças de vestuário colocadas sobre as copas
de árvores produzem contraste com a vegetação;
Sinais visuais “TERRA-AR” no chão em dimensões avantajadas, Feitos com
troncos, sulcos na terra ou pequenas partes da aeronave.
Sinais Terra-Ar
MENSAGEM SÍMBOLO DO CÓDIGO
Necessitamos Assistência VNecessitamos Assistência Médica X
Não ou Negativo NSim ou Afirmativo Y
Avançamos nesta Direção
Os sinais Terra-ar podem ser feitos com partes da aeronave, troncos de
árvores, sulcos no chão e até mesmo com os próprios corpos.
Sinais Terra-Ar
Sinais com o Corpo
Sinais Ar-Terra
Aula #3.12
Deslocamento ou Jornada
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Deslocamento ou Jornada
Antes de decidir iniciar uma jornada, considerar que:
É mais aconselhável permanecer junto a aeronave e esperar o salvamento;
A maior parte dos salvamentos bem sucedidos ocorreram quando as
tripulações permaneceram junto a aeronave.
Só abandonar o local do acidente se:
Houver certeza de conhecer tanto a posição geográfica, quanto um local de
abrigo e socorro;
Houver transcorrido um período maior que sete dias após o acidente; e
For considerada muito pequena a probabilidade de resgate.
Deslocamento ou Jornada
Caso se tenha decidido levantar acampamento e partir, analisar as
seguintes questões:
O que fazer com os feridos, doentes (os que não tem possibilidade de
deslocar-se na floresta);
Alimentação;
Em que direção deverá seguir;
Cuidados nos deslocamentos;
O que deve ser levado na jornada.
Deslocamento ou Jornada
Dividir o grupo em dois:
Um permanecerá no acampamento (os com dificuldades de deslocamento);
O outro grupo parte em busca de socorro;
Os mortos deverão ser enterrados e o local demarcado para futura
exumação.
Alimentação e Água:
Toda a ração (sólida e líquida) deverá ser dividida em 3 partes;
O grupo que parte em busca de socorro, levará o dobro (2/3) da ração dos
que ficam no acampamento.
Deslocamento ou Jornada
O que levar?
Quando possível, a equipe deve reunir os seguintes equipamentos para
deslocamento: facão; relógio; estojo de primeiros socorros; suprimento de
água e alimento; fio metálico ou corda para armar abrigos e; óculos para
proteção contra os raios solares;
o peso da mochila não deverá ultrapassar 15 kg;
Proteger em saco plástico: bússola; velas; fósforo ou isqueiro;
sinalizadores; caderno de notas; e caneta.
Deslocamento ou Jornada
Direção a seguir:
A direção a ser seguida deverá ser marcada, deixando no acampamento
uma seta ou sinal indicando a direção;
O caminho deverá ser marcado com (pedras ou marcas nas árvores);
Um mapa deverá ser feito, registrando pontos geográficos (rios, montanhas,
e planícies);
Deslocamento ou Jornada
Na Trilha:
Caminhar em fila indiana, distancia entre os sobreviventes de ½ metro;
Caminhar durante 50 minutos e descansar 10 minutos em cada hora;
Ao descansar, deitar-se voltado sempre na direção em que está seguindo;
Usar roupas protegendo todo o corpo, cuidados com os pés;
Contornar obstáculos (montanhas íngremes, pântanos, espinheiros); e
Montar o acampamento ao cair da tarde.
Método EASON
Ao decidir pela jornada, o método ESAON deverá ser observado:
E - estacione - fique parado, não ande à toa;
S - sente-se - para descansar e pensar;
A - alimente-se e sacie a sede (melhores condições para raciocinar);
O - oriente-se – procure saber onde está;
N – navegue - desloque-se na direção selecionada.
A bússola, o relógio, a posição do sol, das estrelas e os acidentes
geográficos são os meios mais simples de orientação.
Deslocamento ou Jornada
As marchas devem ter início ao amanhecer e enceramento às 15 horas para
montagem do abrigo;
Para evitar a fadiga, o deslocamento deve ser lento e as caminhadas devem
ter a duração máxima de 3 horas;
A parada para descanso deve ser de uma hora;
Ao deslocar-se no gelo e em grupo, os componentes devem estar amarrados
uns aos outros a uma distância de cinco metros, estando o primeiro do
grupo equipado com uma haste metálica para sondagem do solo à frente;
Deslocamento ou Jornada
Durante a caminhada, marque o trajeto com sinais, pois se necessário, o
grupo poderá encontrar o caminho de volta e a marcação servirá de auxílio
às equipes de resgate;
O deslocamento na floresta deve ser feito seguindo-se um curso de um rio
ou trilha de índios;
Quando em marcha ao abandonar o local do acidente, deslocando-se pela
selva à procura de socorro, encontrando o sobrevivente à sua frente uma
elevação muito acentuada, o melhor procedimento será subir em
ziguezague para facilitar o acesso e cansar menos.
Aula #3.13
Orientação
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Orientação com a Bússola
A bússola, o relógio, a posição do sol, das estrelas e os acidentes
geográficos são os meios mais simples de orientação.
Ao utilizar uma bússola, algumas regras devem ser seguidas: uma
bússola nunca aponta onde se está e sim para aonde se vai e quem
determina o norte é a agulha e não o limbo (marcação).
Orientação com a Bússola
Orientação com a Bússola
Para se fazer a leitura com segurança, os primeiros passos são:
Coincidir o Norte do limbo com o NORTE da agulha (calar a bússola); e
Marcar a direção a ser seguida a partir do local do acidente.
Caso seja necessário mudar de direção, parar e sinalizar o local em que se
efetuou a mudança;
Certificar-se de que a bússola não esteja sob influência de imã, ferro ou
aparelho elétrico;
Há uma bússola na cabine de comando, que pode ser utilizada se forem
retirados os imãs de compensação que vêm acoplados a ela.
Deslocamento Orientado
Grupo de, no mínimo, quatro pessoas:
Homem Ponto de Referência - responsável pela abertura das picadas
com o facão e por fixar o ponto de referência para as visadas da
bússola;
Homem Bússola - responsável pela visada e pela leitura da bússola,
deslocando-se imediatamente à retaguarda do Homem Ponto de
Referência;
Deslocamento Orientado
Homem Passo - responsável pela
coordenação do deslocamento de
equipe;
Homem Carta - responsável por
conduzir a carta, auxiliar na
identificação de pontos de
referência e pela elaboração dos
croquis com anotações sobre pontos
geográficos.
Contagem de Passos - Aferição
Em um terreno plano:
Medir e marcar a distância de 100 metros;
Deve-se utilizar a técnica do Passo Duplo, ou seja, iniciando-se a
caminhada com o pé direito, o passo só é contado na segunda vez que
este tocar ao solo;
1 2 3 4
Contagem de Passos - Aferição
Percorrer esta distância dez vezes
calcular a média;
A este número somar um terço, a
título de margem de segurança;
Caso não haja possibilidade de
aferição, pode-se considerar como
convenção que 64 passos duplos
equivalem a 100 metros.
Aula #3.14
Métodos de Orientação
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Orientação com Azimute desconhecido
Azimute é o ângulo formado entre a direção Norte e a direção
considerada e varia de 0º a 360º;
Homem Bússola lançara o homem ponto à frente, na direção do azimute
até o limite de sua visibilidade, por deslocamentos comandados “um
pouco mais para a direita ou para a esquerda”.
Homem bússola determinará precisamente o local onde o homem ponto
deve parar. Estando este parado, aquele se deslocará até ele e o fará
dar um novo lance à frente, na direção do azimute de marcha,
repetindo as operações anteriores.
Orientação com Azimute desconhecido
Homem passo seguirá os dois primeiros contando o número de passos;
À medida que atingir o número de passos que convencionou (50, 100) irá
anotar em qualquer meio (corda com nós, papel) a fim de a qualquer
momento poder converter passos em metros.
Orientação pelo Sol
Método da Estaca ou Gnômon (Relógio de Sol) - determinar os Pontos
Cardeais utilizando o deslocamento relativo do Sol;
Utilizar uma estaca e algo para marcar o terreno e um local que receba
Sol entre 10:00 e 14:00 pelo menos;
Por volta das 10:00, colocar a estaca na vertical (importante estar bem
na vertical);
Verificar a sombra da estaca no chão e marcar a extremidade da
sombra;
Orientação pelo Sol
Aguarde um pouco e, quando perceber
um bom deslocamento da sombra
torne a marcar sua posição;
Verifique a distância entre as duas
marcas e faça uma terceira marca na
metade desta distância;
Unindo esta última marca com o ponto
onde a estaca está cravada temos a
linha norte-sul verdadeira;
Orientação pelo Sol
Para saber qual é o norte e qual é o
sul:
A informação sobre onde é o Leste vem
do deslocamento da sombra no chão (a
sombra se desloca para o Leste);
Colocando-se o leste à sua direita, o
norte estará à sua frente, o oeste à
esquerda e o sul atrás. Marcar bem os
Pontos Cardeais encontrados.
Orientação com Relógio
No hemisfério Sul: colocar o número 12 do mostrador na direção do sol;
A bissetriz do ângulo formado entre o número 12 e o ponteiro das horas
indicará o NORTE a qualquer hora do dia;
No hemisfério Norte: a bissetriz indicará o SUL.
SUL NORTE
Orientação pelas Estrelas (Hemisfério Norte)
As constelações mais usadas pelos
sobreviventes, no Hemisfério Norte, são
Orion, Ursa Maior, Ursa Menor e
Cassiopéia.
Órion: Prolongando uma linha imaginária
que passe pela estrela central do
Cinturão de Orion, passando pelas três
estrelas da “cabeça”, encontra-se a
Estrela Polar.
Orientação pelas Estrelas (Hemisfério Norte)
Ursa Maior e Ursa Menor: Ao Traçar uma
linha imaginária que passe pelas duas
estrelas “Guardas” da Ursa Maior, e a
prolongarmos cinco vezes a distância
entre elas, encontra-se a Estrela Polar.
Orientação pelas Estrelas (Hemisfério Sul)
No HEMISFÉRIO SUL, para determinar o
Polo Sul Celeste, deve-se identificar as
constelações do Cruzeiro do Sul e
Centauro.
O encontro entre o prolongamento do
eixo maior do Cruzeiro do Sul e do ponto
médio entre as estrelas Alfa e Beta de
Centauro formam uma seta que aponta
para o SUL.
Aula #3.15
Sobrevivência no Mar
Ações Imediatas e Simultâneas
Ações Subsequentes
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Sobrevivência no Mar - Generalidades
Mais complexa que a sobrevivência em ambiente de selva;
Escassez de recursos aumenta a dificuldade;
Será preciso técnica, conhecimento e vontade de sobreviver;
Paciência, sobriedade, inteligência e conhecimento;
Fatores que influenciam na sobrevivência:
A temperatura da água;
Disponibilidade de equipamentos de flutuação (escorregadeiras-barco e
coletes); e
Local do acidente.
Obrigatoriedade dos Equipamentos de Flutuação
De acordo com normas da OACI:
Aeronaves em voos transoceânicos (além de 370 Km do litoral) -
Equipamentos Individuais e Coletivos de Flutuação;
Aeronaves em voos costeiros (rotas de até 370 Km do litoral) -
Equipamentos Individuais de Flutuação.
Equipamentos individuais de flutuação: coletes salva-vidas e assentos
flutuantes;
Equipamentos coletivos: botes e escorregadeiras-barcos.
Ações Imediatas e Simultâneas
Afastar-se da aeronave: risco de afundamento e de incêndio;
Recuperar o conjunto de sobrevivência;
Prestar os primeiros socorros;
Procurar sobreviventes na água;
Acionar o rádio farol de emergência; e
Protejer os equipamentos de sinalização;
Ações Subsequentes
Jogar a âncora ou biruta d’água;
Unir os botes: com mar calmo – diminuir a distância;
com mar agitado – aumentar a distância;
Redistribuir a quantidade de pessoas nos botes ou escorregadeiras-barco;
Verificar a pressão do ar do equipamento: dia frio – encher mais;
dia quente – esvaziar um pouco;
Proteger os equipamentos de Sinalização;
Ações Subsequentes
Manusear com cautela objetos perfurocortantes;
Estabelecer turnos de vigília: turnos de no máximo duas horas;
Poupar energia;
Armar o toldo (se houver);
Cuidar dos feridos;
Preservar a saúde e manter a higiene;
Manter o corpo fora d’água, evitando a hipotermia;
Ações Subsequentes
Manter um registro de ocorrências;
Procurar manter a posição da embarcação;
Racionar as quantidades de água e alimento disponíveis:
Se a água for insuficiente, será preferível tomá-la após o primeiro dia;
Um náufrago necessita, em média, de meio litro de água por dia;
Se não houver água disponível para o consumo, não coma! e
Em hipótese alguma ingira água do mar.
Sinais de Proximidade com Terra Firme
Designar um vigia para observar embarcações, aeronaves nos arredores ou
sinais de terra próxima:
nuvens cúmulos, paradas sob um céu limpo ou nuvem parada no céu onde
outras várias se movem, podem indicar a presença de terra;
Coloração esverdeada do céu pode ser causada por reflexo dos raios
solares que incidem em águas rasas ou em corais;
Quanto mais clara for a água, maior a probabilidade de estar-se navegando
em águas rasas;
Sinais de Proximidade com Terra Firme
Odores e sons característicos podem ser percebidos;
Aves em maior número, próximo à terra, do que sobre o mar alto. A
direção da qual os bandos de aves voam, na madrugada, à noitinha,
poderá indicar a direção de terra próxima;
Seguir a direção do sol, de leste para oeste, e você estará rumando na
direção da costa brasileira.
Aula #3.16
Sobrevivência no Mar
Obtenção de Água e Alimento
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Formas de Obtenção de Água
Kit de Sobrevivência (preferência para crianças, idosos e etc.);
Água trazida de bordo da aeronave (em caso de emergência preparada);
Água captada da chuva (utilizar o toldo);
Água do mar: pode ser utilizada para consumo, desde que seja
purificada através de um purificador químico ou de destilador solar;
Seguir a regra de não consumir água nas primeiras 24 horas e se possível
consumir ½ litro por dia.
Formas de Obtenção de Alimento
Pescar certamente é a primeira opção para obtenção de alimentos, caso
não tenham sido trazidos da aeronave;
Entretanto é preciso estar atento a cinco grupos específicos de animais
marinhos:
Mordedores;
Peçonhentos;
Venenosos;
Traumatogênicos; e
Eletrogênicos.
Pesca
Utilizar o material dos conjuntos de sobrevivência;
Pode-se improvisar anzóis com alfinetes, clips, fivelas de cintos,
grampos de cabelos, linhas com cordões de sapatos e fios tirados de
roupas;
Intestinos de aves e pequenos peixes são excelentes como isca;
Os peixes têm a tendência de morder mais as iscas em movimento;
Interromper a pesca na presença de tubarões; e
À noite, o facho de luz de uma lanterna projetada na água, ou o reflexo
de luz numa superfície refletora (espelho de sinalização) costuma atrair
peixes e lulas.
Consumo do Peixe
Para consumo dos peixes capturados:
Remover as escamas no sentido da cauda para a cabeça;
Desprezar uma parte da cauda e limpá-los.
Normalmente, a carne do pescado crua não é salgada nem desagradável
ao paladar;
Aves e tartarugas marinhas podem ser consumidas;
Se ao ingerir pescado cru sentir náuseas, não insistir no seu consumo.
Formas de Obtenção de Alimentos
Só consuma ostras, mariscos, mexilhões e outros moluscos se estiverem
com bom aspecto, mau cheiro e aparência estranha indicam que não se
deve consumi-los;
Não coma mariscos ou ostras agarradas aos cascos de navios ou de
qualquer objeto metálico.
Ostras Mexilhões Mariscos
Aves Marinhas
Podem ser capturadas por meio de anzóis com isca, com pedaços
triangulares de metal brilhante;
Conserve-se imóvel e tente agarrá-las logo que tenham fechado as asas;
As aves marinhas serão atraídas pela escorregadeira-barco como ponto
de descanso;
Mascar a carne e beber o sangue;
As vísceras poderão ser usadas como isca.
Aves Marinhas
Muitas são as espécies de aves que exploram o mar para sobreviver.
Atobás, tesourões, gaivotões, albatrozes e algumas espécies de trinta-
réis podem ser encontrados no litoral brasileiro durante todo o ano;
Além de alimento potencial, as aves são indicador da presença de terra
firme nas proximidades.
GaivotaAlbatroz Atobá
Aula #3.17
Animais Marinhos
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Animais Marinhos
A Pesca é a primeira opção para obtenção de alimentos, caso não
tenham sido trazidos da aeronave;
Entretanto é preciso estar atento a cinco grupos específicos de animais
marinhos:
Mordedores;
Peçonhentos;
Venenosos;
Traumatogênicos; e
Eletrogênicos.
Animais Marinhos
Mordedores: São animais de hábitos predatórios e características
agressivas, providos de poderosas mandíbulas com dentes afiados que
podem causar graves ferimentos ou mutilações ao ser humano. Este
grupo se restringe basicamente aos tubarões, barracudas, moreias e
alguns outros peixes menores.
Tubarão Tigre
MoreiaBarracuda
Animais Marinhos
Peçonhentos: São animais capazes de inocular a peçonha, através de
um mecanismo de defesa, que age sempre que são importunados.
Os animais de formas e, principalmente, de cores exóticas não devem
ser tocados. Exemplos: ouriços, corais, caracóis venenosos (que apesar
do nome são peçonhentos), águas-vivas, algumas espécies de polvos, o
bagre e a raia.
Água-viva Caracol “Venenoso” Ouriço
Animais Marinhos
Venenosos: São os animais que contém substâncias químicas venenosas
(toxinas), acumuladas em sua carne. Normalmente vivem em águas
pouco profundas, apresentam forma estranha, carne com odor
desagradável, pele dura e em sua maioria possuem boca, olhos e guelras
pequenas. Um exemplo clássico de um peixe venenoso é o baiacu.
Baiacu
Animais Marinhos
Traumatogênicos: São os animais que, apesar de raramente demonstrar
qualquer comportamento agressivo, são, ainda assim, capazes de
ocasionar algum tipo de trauma ou lesão de forma acidental. Porém sem
a implicação de mordidas ou a inoculação de peçonha.
Arraia Jamanta
Animais Marinhos
Eletrogênicos: São animais, que apesar do comportamento pacato e
inofensivo, podem causar danos à saúde, por possuírem a capacidade de
gerar descargas elétricas.
Os mais significativos, em termos de ameaça ao homem, são Arraias e
Enguias elétricas e os Miracéus.
Arraia Elétrica Enguia Elétrica Miracéu
Tubarões
Evite atrair ou molestar os tubarões, eles não são atraídos por carne humana;
A carne do tubarão é dura e cheira a amónia, além da obvia dificuldade de
pesca-lo;
Em caso de ataque procure afastá-lo golpeando o focinho com algum objeto
contundente. Na presença de tubarões, não deixe mãos e pés para fora da
embarcação.
Tubarão
Tubarões
Caso algum sobrevivente esteja na água, deverá manter-se vestido e calçado;
Sob ataque, reunir-se em um círculo bem apertado, todos voltados para fora, de
modo que possam perceber a aproximação dos tubarões;
Se o mar estiver agitado, os sobreviventes devem amarrar-se uns aos outros;
Nade com movimentos fortes e regulares;
Faça como se fosse atacar o tubarão, com
movimentos amplos e ameaçadores;
Tubarões
Produza sons altos, faça barulho com as palmas das mãos, meio fechadas em
forma de cuia, batendo-as regularmente e com força na superfície da água;
Procure manter o tubarão à distância, com ajuda de algum objeto, ou dando
gritos com a cabeça mergulhada na água. Isto poderá espantá-lo;
Embora seja contraindicado, se houver
necessidade de lutar diretamente contra um
tubarão, empregue a faca, ou objeto
contundente e procure atingi-lo nas guelras ou
nos olhos.
Animais Marinhos
Aula #3.18
Efeitos do Calor e do Frio
no Organismo
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Efeitos do Calor e do Frio
Cuidados com os lábios e com a pele:
A única forma de prevenir é protegê-los da melhor maneira possível;
Arme o toldo e proteja-se, utilize também toldo de proteção lateral, o
dossel de cobertura e vestimenta que cubra todo o corpo;
Independente da temperatura mantenha-se sempre vestido, com a
cabeça coberta e com os olhos protegidos.
O sal da água elimina a humidade da camada mais externa da pele,
causando seu rompimento;
Evite permanecer por longos períodos em contato com a água do mar.
Efeitos do Calor e do Frio
Cinetose ou Enjoo: fenômeno fisiológico de reação do organismo às
variações rápidas e constantes de posição;
Sintomas: sudorese, palidez, salivação, náuseas, tonturas, dores de
cabeça, fadiga e finalmente, vômitos;
Recomenda-se anti-histamínicos (kits de sobrevivência), redução da
alimentação e o repouso.
Fadiga: o estresse da situação e os esforços empreendidos na
sobrevivência aliados à falta de água e de alimentos, obviamente levará
à fadiga, tanto mental quanto física. Recomenda-se repouso.
Efeitos do Calor e do Frio
Dificuldades de urinar e Prisão de ventre: a falta de água e alimento
afeta o funcionamento do intestino e causa o mau funcionamento dos
rins. A urina tornar-se gradativamente escura e cada vez em menor
volume.
Insolação: Incapacidade do organismo de equalizar a temperatura
corporal, quando exposto a altas temperaturas. Causa dores de cabeça,
mal-estar, comportamento não usual, febre alta, perda da consciência,
convulsões, coma e eventualmente pode levar ao óbito;
A pele normalmente fica quente, avermelhada e seca, a face e os lábios
roxos, e o pulso acelerado. Recomenda-se a hidratação.
Efeitos do Calor e do Frio
Desidratação: Apesar das recomendações de proteção, é impossível
cessar a perda de líquidos corporais;
O sobrevivente estará continuamente perdendo água pela respiração
e pele, e se esta água não for reposta, inicia-se um processo de
desidratação;
Dependendo das condições ambientais e do déficit de água do
organismo, pode ter como consequências a falta de apetite; tonteira;
falta de salivação; delírio e; pode levar ao óbito.
Hipotermia
é a condição de diminuição da temperatura interna do corpo, em
torno de 37 Graus Celsius, causada por uma exposição excessiva ao
ambiente frio.
A hipotermia dependerá:
da temperatura da água;
do tempo de exposição na água;
da constituição física do indivíduo; e
dos procedimentos adotados enquanto permanecer na água.
Hipotermia
Fases da Hipotermia: são três fases, de acordo com o grau de
severidade:
Hipotermia Leve ou Excitação;
Hipotermia Moderada ou Adinâmica; e
Hipotermia Grave ou Torpor.
Hipotermia
Hipotermia Leve ou Fase de Excitação: ocorre quando a temperatura
do corpo fica entre 35°C e 33°C.
Sintomas: Cansaço, tremores, irritação, calafrios, vasoconstrição
(diminuição da espessura) dos vasos sanguíneos, pele fria,
extremidades cianóticas (arroxeadas).
Diminuição da atividade motora, gerando letargia e prostração.
Podem ainda ocorrer espasmos musculares, confusão mental ou
amnésia. O perigo é ser confundida com exaustão ou fadiga e não
serem tomados os cuidados necessários.
Hipotermia
Hipotermia Moderada ou Fase Adinâmica: ocorre quando a
temperatura cai entre 33°C e 30°C.
Sintomas: Intensificam-se os tremores e surgem falhas na
coordenação motora; Irritabilidade, agressividade, depressão, o
indivíduo pode variar da euforia à perda da autocrítica.
Nesta fase, na medida em que o corpo perde calor, a frequência
cardíaca fica mais lenta ou irregular e a vítima começa a ficar
prostrada e sonolenta, quase inconsciente.
Hipotermia
Hipotermia Grave ou Fase de Torpor: ocorre quando a temperatura
corporal cai abaixo de 30°C, podendo chegar aos 26°C.
Sintomas: O organismo cessa os movimentos para poupar energia e
calor, param os temores e calafrios, a musculatura não responde
mais e o indivíduo fica imóvel; As pupilas tendem a dilatar e a
frequência cardíaca e respiratória são quase imperceptíveis. O
sobrevivente pode ficar inconsciente e agravando o quadro, entrar
em coma. É importante tentar aquece-lo e fazer manobras de RCP
para reverter o quadro.
Medidas de Prevenção à Hipotermia
Se possível, manter-se seco;
Usar indumentária adequada para a temperatura ambiente (nem tão
pesada que possa deixá-lo transpirando, nem tão leve que o deixe
sentindo frio);
Proteger a cabeça, pescoço e nuca, pois são nestas regiões onde
ocorrem as maiores perdas de calor;
No bote, utilizar proteção contra pingos da água do mar e raios
solares, manter o corpo totalmente recoberto;
Medidas de Prevenção à Hipotermia
Utilizar óculos, batom protetor, chapéu e manter o toldo do bote
sempre armado;
Proteger-se do vento, evitar o congelamento das partes do corpo
expostas (feche o toldo da escorregadeira-barco);
Não consumir bebidas alcoólicas;
Evitar café e chá, por serem diuréticos;
Se possível, alimentar-se bem e tomar bebidas doces e mornas;
Evitar exercitar-se desnecessariamente;
Medidas de Prevenção à Hipotermia
Respirar apenas pelo nariz, isto vai aquecer um pouco o ar antes que
ele alcance os pulmões e diminuir a queda da temperatura interna
do corpo;
Tomar comprimidos contra enjoo (o enjoo deixa a pessoa mais
propensa à hipotermia); e
Adotar uma postura corporal adequada.
Posição HELP
POSIÇÃO HELP EM GRUPO POSIÇÃO HELP INDIVIDUAL
Aula #3.19
Sobrevivência no Deserto
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Desertos pelo Mundo
Características do Cenário
Aridez do solo;
Ausência de fauna, flora e água;
Temperaturas extremas;
Dias quentes e noites frias;
Dificuldade de locomoção e orientação.
Maiores dificuldades:
obtenção de água; e resistência às
temperaturas extremas.
Ações Imediatas e Simultâneas
Afastar-se da aeronave (mínimo recomendado 100 m);
Ativar o radiofarol transmissor de emergência (TLE - localizador);
Prestar primeiros socorros aos feridos;
Localizar e reunir equipamentos de sinalização;
Organizar os sobreviventes em grupo e delegar tarefas;
Não se afastar do local do acidente (facilidade de localização);
Providenciar AFA+A; e
Iniciar anotações em um diário.
A F A + AABRIGO FOGO ÁGUA ALIMENTOS
Abrigo
A aeronave serve como abrigo à noite, no entanto, não é o abrigo ideal
durante o dia devido à elevada temperatura encontrada na maioria dos
desertos.
Pode-se improvisar um abrigo utilizando partes da aeronave (fuselagem,
escorregadeiras, e etc.), ou ainda, cavando sob pedras (trincheira) a fim de
se obter sombra durante a maior parte do dia.
Água
A necessidade de água é de duas a três vezes maior do que na selva;
Ao encontrar plantas cavar ao redor em suas proximidades que
provavelmente, obter-se-á água;
Pode-se obter água nas curvas de leitos secos de rios ou áreas baixas. A área
úmida, além de indicar a presença de água, apresenta uma vegetação mais
abundante.
As pegadas de animais e bandos de aves podem levar à presença de água.
Alguns vegetais, como os cactos, são revestidos de camadas impermeáveis
que impedem a evaporação da água acumulada.
Água
Água
Existe ainda a possibilidade de se obter água, construindo-se um destilador
solar:
Cavar um buraco com, aproximadamente 1 metro quadrado e 50 cm de
profundidade;
Colocar um recipiente qualquer no fundo do buraco;
Cobrir a cavidade com um pedaço de plástico fino de 02 metros quadrados,
aproximadamente. O destilador solar dá bons resultados somente em áreas
abertas onde os raios solares podem incidir sobre o plástico durante a maior
parte do dia.
Obtenção de Água: Destilador Solar
Alimentos de Origem Vegetal
Geralmente sempre que se encontra água, encontram-se plantas
comestíveis.
Ao se encontrar um vegetal que pareça estar seco, deve-se cavar e buscar
suas raízes que, provavelmente, servirão como fonte de alimento.
As partes das plantas que porventura sejam encontradas acima do solo, tais
como flores, frutos, brotos novos e sementes de cascas, serão melhores
fontes de alimento.
Os cactos encontrados em alguns desertos das Américas do Norte e do Sul
apresentam frutos comestíveis. Observar a regra CAL!
Alimentos de Origem Animal
Na maioria dos desertos, a vida animal é escassa. Sua presença depende
tanto de água quanto de alimento;
A procura de animais deve se basear em lugares onde exista certa umidade,
ou seja, possíveis vertentes ou cursos secos de água, sob pedras ou
arbustos;
Os animais mais comumente encontrados no deserto são: pequenos
roedores, coiotes, lagartos e cobras. Os roedores são mais facilmente
capturados ao amanhecer ou ao entardecer.
Deslocamento no Deserto
No deserto, assim como na selva, não se deve abandonar o local do
acidente, a menos que se tenha certeza de conhecer tanto a posição
geográfica quanto um local de abrigo e que o socorro se encontra a pouca
distância;
Não se deve arriscar um deslocamento sem destino; e
A alta temperatura durante o dia não permite longas jornadas.
Aula #3.20
Sobrevivência no Gelo
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Sobrevivência no Gelo (Cenário)
A descoberta e a colonização das áreas geladas são, ainda hoje, desafios à
sobrevivência humana;
Temperaturas muito baixas, escassez de alimento e, principalmente, a ação
dos ventos fazem com que o homem, caso não detenha noções básicas de
sobrevivência, tenha sobrevida muito pequena.
As chances se elevam com a quantidade e diversidade de recursos da
aeronave.
Sobrevivência no Gelo (Cenário)
Orientações Gerais
A manutenção da temperatura do corpo é um dos maiores segredos para o
êxito numa sobrevivência no gelo. Portanto, manter vestida maior
quantidade de roupas. As extremidades (mãos, pés, orelhas, cabeça, nariz),
mucosas e peles devem ser muito bem protegidas. Em caso de
congelamento, não friccionar as partes envolvidas.
Não tocar partes metálicas estando desprotegido. Manter o corpo em
movimentação leve para auxiliar a circulação. Evitar o suor, pois este
congela e reduz o isolamento das roupas. O método mais eficaz para secar o
vestuário molhado é envolvê-lo em neve e sacudi-lo, repetindo o
procedimento até secar.
Ações Imediatas e Simultâneas
Acionar imediatamente o Radiofarol de emergência;
Preparar e proteger todos os equipamentos de sinalização. Utilizá-los
somente ao avistar uma aeronave ou escutar o ruído de seus motores;
Verificar as condições físicas dos sobreviventes, prestando os primeiros
socorros a quem necessitar, por ordem de gravidade;
Se houver profissionais da área médica, solicitar sua colaboração;
Reavaliar os ferimentos e substituir os curativos periodicamente;
Ações Imediatas e Simultâneas
Organizar o local de permanência. Dividir os sobreviventes em grupos,
distribuindo tarefas (montagem de abrigo, fonte de água, obtenção de fogo,
obtenção de alimento, fossas de lixo e de dejetos);
Os turnos de vigia não deverão exceder a duas horas e todos deverão
participar, com exceção dos feridos ou exaustos. Manter pelo menos uma
pessoa na vigilância;
Manter um registro de ocorrências com hora do pouso, nomes e condição
física das pessoas, alimentação, condições climáticas, levantamento do
material disponível;
Ações Imediatas e Simultâneas
Avaliar a área ao redor da aeronave para determinar o local mais adequado
e seguro para a construção de um abrigo.
É importante ter certeza de que o abrigo será construído sobre blocos
sólidos de gelo, distante de fendas ou mar aberto e das encostas das
montanhas ou rochas, em virtude do risco de avalanches.
Manter o abrigo ventilado, evitando riscos de intoxicação por monóxido de
carbono;
Abrigo
O interior da aeronave pode ser utilizado devido à proteção fornecida pelo
seu revestimento (forração, assentos, etc.).
Escorregadeiras-barco também podem servir como abrigos, desde que
devidamente presas sobre o gelo.
Em qualquer abrigo, acender uma vela (ou outra fonte de calor) de forma a
manter a temperatura próxima a 0 graus Celsius.
O teto deve ser bem liso para evitar que a neve derretida fique gotejando.
É importante forrar o local onde se for deitar para que a neve não derreta
sob o corpo.
Abrigo
Acidente do Voo571 da Força Aérea Uruguaia.
Cordilheira dos Andes (Chile)
De 13 Outubro a 23 Dezembro de 1972 (72 dias);
45 pessoas a bordo, 28 sobreviventes ao acidente,
16 resgatados com vida.
Abrigo (Trincheira)
Pode ser construída rapidamente e
proporciona uma proteção
eficiente. Cuidar para que a
abertura não se localize na
direção do vento. Utiliza-se para a
cobertura da trincheira: toldos,
escorregadeiras ou pedaços da
fuselagem de modo a formar um
“V” invertido.
Abrigo (Iglu)
São abrigos feitos de blocos de
gelo, muito eficientes, porém
requerem muita prática e
ferramentas apropriadas para sua
construção. Em uma sobrevivência
essas ferramentas deverão se
improvisadas com partes da
aeronave e ou algum material
metálico e resistente.
Fogo
Os combustíveis inflamáveis numa sobrevivência no gelo são provenientes da
própria aeronave (querosene e óleos) e/ou da gordura de animais.
Água
Há duas maneiras de se obter água comum numa sobrevivência no gelo:
Derretendo-se gelo. Ter o cuidado de não utilizar aquele proveniente de
áreas onde haja colônias de pinguins ou concentração de outros animais;
Colhendo-se água de fontes naturais oriundas de degelo, cujo curso, muitas
vezes pode-se ouvir sob camadas livres de gelo. Nunca utilizar a camada
superficial, por conter impurezas.
Alimento
No caso de regiões continentais
geladas (cordilheira, por
exemplo), cuja localização é
afastada do mar, a alimentação
pode se basear nos animais, além
dos mantimentos encontrados na
aeronave.
Cuidados com a Saúde
Cegueira
Não há uma adaptação natural da visão aos
reflexos solares da neve, do gelo e da água.
Os raios infravermelhos provocam fadiga ótica
e dor intensa. Deve-se proteger os olhos
utilizando óculos escuros, vendas ou
abrigando-se em lugares pouco iluminados.
Cuidados com a SaúdeAção do Vento
O vento aumenta ainda mais a perda de calor e consequentemente a sensação
de frio ao dispersar as camadas de ar “aquecido” existentes entre a roupa e a
pele. Para resolver este problema, os sobreviventes devem se proteger,
utilizando anteparos (aeronave, abrigos, etc.) ou qualquer meio que minimize a
ação do mesmo.
Cuidados com a SaúdeHipotermia
Aparece quando o corpo está a perder mais calor que aquele que pode produzir.
Os sintomas são arrepios desconfortáveis, dificuldades em falar e pensar, a pele
que passou a azul e a respiração ofegante.
Atue imediatamente. A hipotermia pode ser fatal. Corra, salte, mexa os
membros para aquecer o corpo. Beba qualquer líquido quente que esteja à
mão. Vá para um abrigo aquecido ou para junto de uma fogueira tão depressa
quanto possível.
Descanso insuficiente e dieta desajustada contribuem grandemente para a
morte por congelamento. Guarde-se da fadiga.
Cuidados com a SaúdeDesidratação
Em ambientes frios é comum o surgimento da desidratação, como consequência
do pouco consumo de água.
A urina escurecida e com forte odor indicam a possibilidade de desidratação,
que deverá ser tratada com a ingestão de água e repouso.
Mesmo sob condições de sobrevivência no gelo, o corpo continua necessitando
de dois litros diários de água.
Cuidados com a SaúdeQueimaduras
A exposição da epiderme ao frio poderá causar queimaduras na pele.
Este processo apresenta as seguintes fases:
1º Grau (Arrepios) não apresentam perigo, são um alerta do organismo;
2º Grau (Flictenas ou bolhas) indicam o processo de queimaduras no tecido;
3º Grau (Necrose) Gangrenas ou manchas escuras na pele indicam severa
diminuição do fluxo de sangue na região observada.
Aula #3.21
Animais Peçonhentos e
Animais Venenosos
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Generalidades
Durante a espera pelas equipes de resgate, os sobreviventes podem encontrar
animais que ofereçam risco a saúde, seja por sua peçonha ou por seu veneno.
Caso o grupo não esteja preparado para reconhecê-los ou até mesmo evitá-los,
os malefícios deste contato podem abreviar a vida.
Animais Peçonhentos
São aqueles que segregam substâncias tóxicas com a finalidade de serem
utilizadas como arma de caça ou de defesa. Tais animais apresentam órgãos
especiais para a inoculação destas substâncias. Portanto, para que haja uma
vítima de peçonhamento, é necessário que a peçonha seja introduzida por este
órgão especializado, dentro do organismo da vítima. Como exemplo de animais
peçonhentos temos as serpentes, aranhas, escorpiões, marimbondos, águas
vivas e caravelas.
Animais Venenosos
São aqueles que, para produzirem efeitos prejudiciais ou letais, exigem contato
físico externo com o homem ou que sejam por este digeridos, como por
exemplo o sapo-cururu, sapinhos venenosos e o peixe baiacu.
Generalidades
Serpentes, aranhas, escorpiões, marimbondos e abelhas são os animais
peçonhentos mais relevantes. Destes, as serpentes podem provocar
intoxicações mortais.
Os acidentes com outros animais que inoculam peçonha raramente são mortais,
entretanto, produzem manifestações extremamente dolorosas (no caso das
aranhas e escorpiões).
Marimbondos e abelhas, só causam transtornos às pessoas alérgicas, nas demais
causam apenas desconforto.
Peçonha
Função da Peçonha
A peçonha tem dupla ação: paralisante e digestiva.
Em virtude da reduzida mobilidade de alguns predadores, especialmente as
serpentes, estes necessitam de um meio para deter os movimentos da sua
vítima, de modo a poder ingeri-la. Daí a função paralisante da peçonha.
A digestão nos ofídios, como nos demais animais, faz-se por decomposição dos
alimentos que é facilitada pela inoculação da peçonha, anterior à ingestão da
vítima.
Aula #3.22
Ofídios
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Serpentes (Ofídios)
Réptil de sangue frio, desprovido de membros (rastejante), de pálpebras e de
aparelho auditivo externo. Enrodilha ou enrola-se para não perder calor, pois
seu metabolismo não possui um sistema de controle térmico.
Por ter a visão deficiente, as serpentes contam com outros órgãos sensoriais
para compensarem esta deficiência, uma delas é a língua bífida ou bifurcada
que sonda o ambiente, captando partículas soltas no ar.
Existem mais de 2300 espécies espalhadas pelo mundo. No Brasil, as serpentes
são popularmente chamadas de cobras.
Serpentes (Ofídios)
As serpentes possuem características próprias, que quando conhecidas podem
evitar o encontro desnecessário com tais animais.
Visão - Ao contrário da sabedoria popular, os ofídios têm boa visão, exceto,
quando trocam a pele. Porém sua posição relativa, normalmente próxima ao
solo, reduz seu campo visual.
Olfato - É utilizado pelos ofídios para perseguir suas presas e para a
reprodução, à procura do par para o acasalamento. Utiliza sua língua para
captação de odores.
Serpentes (Ofídios)
Detectores térmicos - Em alguns ofídios são identificados certos detectores
térmicos, denominados escamas supralabiais, na Família Boidae, e fossetas
loreais, na Família VIPERIDAE. Estes sensores captam a vibração do ar.
Movimentos - Podem os ofídios realizar os seguintes movimentos: deslizar ou
reptar; projetar-se sobre a presa ou bote; saltar; escalar alturas em planos
inclinados ou verticais; mergulhar tanto na água como na areia; e nadar.
Serpentes (Ofídios)
Habitat - Os ofídios podem ter hábitos:
Subterrâneos. Exemplo: Micrurus (corais);
Terrestres. Exemplo: Crotalus (cascavel);
Aquáticos. Exemplo: serpentes marinhas;
Arborícolas. Exemplos: Sucururu-de-Patioba e Jibóia; e
Terrestres. Aquáticos e arborícolas, exemplo: sucuri.
Serpentes (Ofídios)
Presença dos Ofídios - Na selva, as serpentes não são encontradas tão
facilmente, como popularmente se admite. O que geralmente ocorre é que, ao
promover o cultivo de culturas como milho, macaxeira e outros, o ser humano
atraí roedores e, em consequência, atrairá os ofídios. Daí, a incidência maior
destes nos campos e cerrados.
Aula #3.23
Ofídios
Classificação I
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Classificação dos Ofídios
Quanto ao Tipo de Peçonha
As serpentes peçonhentas terrestres, na América do Sul, pertencem
basicamente a duas famílias: Crotalidae e Elapidae.
A família da Crotalidae divide-se em três gêneros:
a) gênero Lachesis ou Laquético: Surucucus (veneno* laquético).
b) gênero Crotalus ou Crotálico: Cascavéis (veneno* crotálico).
c) gênero Bothrops ou Botrópico: Urutus, Jararacas, Jaracuçús e Caiçaras
(veneno* botrópico).
* Veneno no caso das serpentes é sinônimo de Peçonha
Classificação dos Ofídios
A família da Elapidae apresenta dois gêneros:
a) gênero Micrurus: Corais com anéis no corpo (veneno elapídico ou micrúrico).
b) gênero Leptomicrurus: Corais verdadeiras, sem anéis no corpo (veneno
micrúrico).
Esta classificação, segundo o gênero, é feita levando-se em consideração a ação
do veneno, que pode ser: botrópico, crotálico, laquético e elapídico
(micrúrico).
Classificação dos Ofídios
Gênero Laquético: pertencem ao grupo a surucucu, surucutinga, surucucu-de-
fogo e surucucu pico-de-jaca, entre outras.
A surucucu é a maior serpente peçonhenta do continente americano, podendo
atingir até 4,5 metros. O veneno provoca inchaço no local, diarreia e
hemorragia. As surucucus têm comportamento agressivo, porém não são
velozes. Habitam regiões de florestas virgens, matas densas e úmidas.
Representam cerca de 3% dos acidentes ofídicos do país. Possui escamas
arrepiadas no final do rabo e são facilmente reconhecíveis.
Classificação dos Ofídios
SURUCUCU
Classificação dos Ofídios
Gênero Crotálico: grupo da cascavel, facilmente identificada pelo chocalho na
ponta da cauda e que pode medir até 1,60 m de comprimento.
As cascavéis são responsáveis por 8% dos acidentes ofídicos registrados no
Brasil, possuem hábito noturno e, ao terem seu espaço invadido, assumem
prontamente a posição de bote. Habitam campos abertos, regiões secas e
pedregosas. Podem ser encontradas em todo o país. Os sintomas após o ataque
são: até as 3 primeiras horas, dificuldade em abrir os olhos, visão dupla, dor
muscular e urina avermelhada. Entre 6 até 12 horas após, escurecimento da
urina, podendo chegar à insuficiência renal grave. No local da picada, a vítima
não sente dor. Nos casos não tratados, o índice de óbito é de 72%.
Classificação dos Ofídios
CASCAVEL
Classificação dos Ofídios
Gênero Botrópico: grupo mais numeroso, composto por mais de 30 variedades
de cobras. Apresentam cores e desenhos diferentes e são responsáveis por
quase 90% das picadas registradas.
A este grupo pertencem as urutus e jararacas, que podem medir de 40 cm a 2
metros, são típicas de regiões úmidas, têm hábitos noturnos, ocultam-se no
chão, moitas e buracos de tatu.
Classificação dos Ofídios
Geralmente são lentas e quando se sentem ameaçadas, armam a posição para o
bote, enrolando-se no terço caudal e desferindo, por vezes, vários botes até
atingir o alvo. O veneno pode causar dor acentuada e imediata no local, com
formação de edemas e manchas avermelhadas e arroxeadas. Calor e rubor e
hemorragia no local picado podem ocorrer. Tardiamente (mais de 3 horas após a
picada) podem surgir bolhas sanguinolentas, gangrena, abscesso e insuficiência
renal aguda. Nos casos em que não há qualquer tipo de tratamento, a
letalidade é de 8%.
Classificação dos Ofídios
URUTU JARARACA
Classificação dos Ofídios
Gênero Elapídico: Os acidentes com veneno elapídico devem ser considerados
graves.
Grupo a que pertence a cobra coral, pequena, 50 cm em média, de
comportamento dócil e não costuma atacar os seres humanos. Geralmente têm
anéis no corpo (vermelho, branco ou amarelo), mas existem corais, chamadas
verdadeiras, que não possuem anéis. Na Amazônia, algumas corais são
venenosas e não têm anéis; são marrons ou pretas.
Classificação dos Ofídios
Possuem presa fixa e não picam as vítimas, mas sim as mordem, e por terem a
boca muito pequena, suas mordidas acontecem principalmente nos espaços
interdigitais. Os sintomas da mordida são: dormência local com irradiação aos
membros, ocorrendo dificuldade para articular palavras, dificuldade de
deglutição, paralisia progressiva da respiração e morte em poucas horas ou
dias, devido à asfixia.
As corais vivem, geralmente, em buracos e sombras de árvores. São
encontradas em todo o território brasileiro e têm hábitos noturnos. Os
acidentes com corais representam 1% ou menos do total e os casos não
tratados, invariavelmente culminam com a morte da vítima.
Classificação dos Ofídios
CORAL CORAL
Aula #3.24
Ofídios
Classificação II
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Classificação: Disposição Dentária
Os ofídios podem ser classificados quanto à disposição dentária, cujo
conhecimento é importante, porquanto permite reconhecer se o animal é ou
não peçonhento.
Áglifas: Todos os seus dentes são iguais, inclusive
os maxilares, maciços e retrógrados, servindo
para auxiliar a impelir a presa para trás. São
consideradas não peçonhentas. Não apresentam
nenhuma presa. Exemplo: Sucuri e Jiboia.
Classificação: Disposição Dentária
Opistóglifas: Possuem um ou mais pares de dentes bem salientes e chanfrados
longitudinalmente, localizados na parte posterior da arcada dentária superior.
Apesar do aparelho inoculador ser mais aperfeiçoado que nas áglifas, sua
localização e ranhura não muito perfeita dificultam a inoculação e favorecem a
dispersão da peçonha, sendo raros os casos de acidentes humanos com esta
espécie. Exemplo: falsas corais.
Classificação: Disposição Dentária
Proteróglifas: Apresentam um ou mais pares de dentes bastante aumentados e
profundamente chanfrados, localizados na parte anterior do maxilar superior.
Seu sistema inoculador já é bem mais perfeito que o das anteriores. São
perigosos. Seu veneno, quando inoculado é geralmente benigno. Exemplo:
corais venenosas.
Classificação: Disposição Dentária
Solenóglifas - Possuem um ou mais pares de dentes maxilares grandes, móveis,
por estar sua inserção revestida por uma mucosa, possuindo um canal interior.
Seu aparelho inoculador é perfeito, ficando pronto a introduzir a peçonha na
vítima, qual agulha de injeção, indo as presas à frente quando o ofídio abrir a
boca. Toda solenóglifa é peçonhenta. Exemplo: Cascavel.
Classificação: Cauda
Quanto a cauda, podemos identificar os gêneros peçonhentos sul americanos,
da seguinte forma:
Chocalho presente: Crotalus (cascavel); e
Chocalho ausente. a. Últimas subcaudais não diferenciadas. (Bothrops)
b. Últimas subcaudais diferenciadas. (Lachesis - surucucu).
Aula #3.25
Ofídios
Diferença entre Peçonhentos
e não Peçonhentos
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Peçonhentos X Não Peçonhentos
Distinguir entre peçonhento e não peçonhento é fator fundamental quando da
aplicação do tratamento adequado.
Serpentes Peçonhentas
Cabeça triangular, bem destacada do corpo e coberta por escamas, à
semelhança do corpo;
Olhos pequenos, com pupilas em fenda vertical;
Existência de fosseta loreal entre os olhos e as narinas;
Escamas ásperas, em forma de quilha (carinadas);
Cauda curta, afinando bruscamente;
Peçonhentos X Não Peçonhentos
Hábitos noturnos;
Movimentos lentos;
Quando instigados, tomam posição de ataque; e
Ovovivíparos: seus ovos são incubados no interior do organismo materno e,
posteriormente, os filhotes são expelidos vivos.
Peçonhentos X Não Peçonhentos
Serpentes não peçonhentas
Cabeça estreita, alongada, coberta por placas;
Olhos grandes com pupilas redondas;
Corpo coberto por escamas achatadas e lisas;
Cauda longa, afinando gradual e lentamente;
Quando perseguidos, fogem;
Movimentos rápidos;
Hábitos diversos; e
Ovíparos (põem ovos).
Peçonhentos X Não Peçonhentos
Estas características são regras a serem observadas contudo jamais poderão
representar a certeza de ser um ofídio peçonhento ou não, principalmente no
caso do Gênero Micrurus (corais), que foge totalmente a tais regras e das jiboia
e sucuri que possuem várias características de peçonhentas e não são.
Peçonhentos X Não Peçonhentos
Aula #3.26
Ofídios:
Ação Patogênica e
Características da Peçonha
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Ação Patogênica da Peçonha
Vários fatores interferem nos danos causados, ou ação patogênica, da peçonha.
De acordo com estes fatores, haverá maior ou menor gravidade para uma vítima
de empeçonhamento:
Local da Picada: no caso dos gêneros “Crotalus” (cascavel) e “Micrurus”
(coral), cujas peçonhas têm ação neurotóxica, quanto mais próxima dos centros
nervosos a picada, maior a gravidade para a vítima. E, também, em caso de
picada de qualquer ofídio peçonhento, se a região atingida for muito
vascularizada, maior será a velocidade de absorção e os efeitos serão mais
precoces.
Ação Patogênica da Peçonha
Agressividade: algumas serpentes, como a surucucu-pico-de-jaca e a urutu,
além do grande porte, são muito agressivas. Desta forma, inoculam maior
quantidade de substância, pois possuem uma glândula da peçonha também
avantajada e trazem mais perigo devido sua agressividade.
Quantidade Inoculada: estará na dependência do período entre uma picada e
outra, bem como da primeira e das subsequentes picadas, quando realizadas no
mesmo momento. As glândulas da peçonha levam 15 dias para se completarem.
Ação Patogênica da Peçonha
Toxidez da Peçonha: a peçonha crotálica é mais tóxica do que a botrópica e
ambas, menos que a elapídica. Obviamente, quanto maior a toxidade, pior para
a vítima.
Receptividade do Animal Picado: a receptividade à peçonha ofídica depende
do animal haver sido picado anteriormente, desenvolvendo imunidade, ou não.
Peso do Animal Picado: a gravidade do caso será proporcional a uma maior ou
menor diluição da peçonha no sangue. Quanto maior o animal, mais diluída
estará a peçonha e menos grave será a sua ação.
Sintomas do Empeçonhamento
Alguns ataques de Serpentes apresentam características específicas e
determinados sintomas, que possibilitam sua identificação.
Cascavel (Veneno Crotálico)
Ação hemolítica: a peçonha causa a destruição dos glóbulos vermelhos do
sangue, causando hemorragia que se agrava com o passar do tempo;
Ação neurotóxica: comprometimento do sistema nervoso, causando distúrbios
diversos, como contração muscular e espasmos;
Sintomas do Empeçonhamento
Mal-estar geral e dor muscular generalizada: a região da picada pode
apresentar um pequeno aumento de volume (edema) e dormência;
Dor pouco acentuada no local da mordida, que depois de algum tempo
desaparece;
Dificuldade em abrir os olhos, visão dupla;
Dificuldade em enxergar com os dois olhos simultaneamente e;
Sensação dolorosa na nuca que passa a doer.
Sintomas do Empeçonhamento
Jararaca (Veneno Botrópico)
Ação proteolítica: destruição das proteínas;
Ação coagulante no local da picada;
Dor intensa e edema duro no local da picada, que aumenta com o passar do
tempo;
Calor e rubor;
Inchação no membro mordido que se torna vermelho, arroxeado, formando-se,
às vezes, bolhas cheias de sangue e soro;
Hemorragia, febre, insuficiência renal aguda, necrose, bolhas, gangrena e
abcesso.
Sintomas do Empeçonhamento
Surucucu (Veneno laquético)
Ação hemolítica e neurotóxica;
Dor muscular localizada, edema evolutivo, tendendo para a necrose;
Perturbação da visão, com imagens turvas ou duplas, queda das pálpebras;
Diarreia, bradicardia, hipotensão arterial e choque.
Sintomas do Empeçonhamento
Corais (Veneno Elapídico)
Ação neurotóxica;
Local da picada apresenta apenas as marcas dos dentes;
Dentre as cobras peçonhentas das Américas, é a única que não possui fosseta loreal.
Sensação de dormência que progride gradativamente, até atingir as terminações nervosas;
Constrição da faringe (edema de glote) e salivação abundante e espessa;
Dificuldade respiratória e perturbações visuais (“cara de bêbado”).
Aula #3.27
Ofídios:
Tratamento Indicado
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Tratamento IndicadoTratamento quando não se dispõe de soro
Tranquilize a vítima, mantendo-a em repouso;
Faça uma boa limpeza local (água e sabão) e aplique compressas frias ou gelo;
Leve a vítima imediatamente a um médico ou hospital, evitando, quantopossível, sua movimentação;
Trinta minutos após a mordida, as providências de primeiros socorros se tornamdesnecessárias e só resta levar a vítima imediatamente a um médico ouhospital para a aplicação de soro contra “o veneno” da cobra.
Tratamento IndicadoTratamento quando se dispõe de soro específico
Acidente por cascavel (Crotálico):
Mantenha o paciente em repouso absoluto se isso não retardar o tratamento;
Aplicação de soro anticrotálico: o soro deve ser dado em doses muito altas eimediatamente, pois seu efeito é neutralizar o veneno, o que deve serconseguido o mais rapidamente possível.
Nos casos graves, metade da dose deve ser dada subcutaneamente e outrametade na veia.
Caso disponha de comprimidos anti-histamínicos, dê ao acidentado essescomprimidos.
No caso de mordida por cascavel, um pequeno curativo será suficiente.
Tratamento IndicadoAcidentes por jararaca (Botrópico):
Caso o acidente tenha sido ocasionado por jararaca, a vítima poderá andar, poisa ação do veneno é predominantemente local.
Efetue os mesmos procedimentos vistos anteriormente, ministrando soroantibotrópico para neutralizar o veneno.
No caso de jararaca, será preciso evitar as infecções. Aplique um curativo comsulfa ou com antibióticos, pois, no local da picada, costuma aparecer umaferida, que facilmente se infecciona.
Tratamento IndicadoAcidentes por surucucu (Laquético):
Realize o mesmo procedimento, dando soro específico (antilaquético) ou casonão disponha, aplicar soro antiofídico polivalente ou soros anticrotálico eantibotrópico misturados.
Acidentes por cobra coral (Elapídico):
Realize o mesmo procedimento. Ministrar apenas o soro específico,antielapídico.
Nas picadas de cobras venenosas, escorpiões e aranhas deve-se retirar a maiorquantidade possível de veneno, através da sucção, de preferência, executadapela própria vítima.
O garroteamento ou torniquete, no caso de picadas de cobras do grupoBotrópico, poderá gangrenar o local afetado.
Aula #3.28
Outros Animais
Peçonhentos
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
AranhasAs aranhas constituem um grupo numeroso, mas, dentre elas, podemosdestacar cinco espécies que representam real perigo para os seres humanos,devido à ação peçonhenta: as caranguejeiras, as tarântulas, viúvas negras,armadeiras e marrons.
Aranha de jardim ou Tarântula
A picada é dolorida, mas,normalmente, não evolui paracasos mais graves.
AranhasAranha Armadeira
A aranha armadeira é uma espécie bastante agressiva. Sua atividade é maior aoentardecer e à noite; esta espécie não tece teia e é comumente encontrada emárvores, principalmente bananeiras e folhagens;
A vítima apresenta mal-estar e náuseas. Pode ocorrer febre e o local da picadaapresentar-se com necrose.
AranhasAranha Marrom
A aranha marrom constrói uma teia irregular e se esconde sob telhas, pilhas detijolos, sob quadros, dentro de roupas deixadas penduradas atrás de portas edentro de sapatos.
A vítima apresenta tonturas, queda de pressão, vômito, sua muito e pode terespasmos. Deve-se procurar um hospital para aplicação de soro antiaracnídico eaplicação de anestésico ao redor da picada.
AranhasViúva negra
A vítima fica irritada, apresenta tremores, contrações, rigidez abdominal,delírio, alucinações, entre outros sintomas.
A picada ocasiona dor muito aguda que se irradia por todo o membro ou localatingido. A pessoa picada deve ser levada imediatamente para o hospital parasoroterapia. Casos fatais com crianças já foram registrados.
AranhasCaranguejeira
Salvo raras exceções, não possuem o veneno ativo no homem.
Algumas espécies apresentam o comportamento de raspar os pelos do abdomecom auxílio das patas traseiras. Estes pelos, dispersos no ar, aderem às dobrasda pele e no interior das narinas, causando forte reação alérgica e, em algunscasos, edema de glote. O tratamento é sintomático, normalmente com anti-histamínico.
EscorpiõesNormalmente encontrados em zonas secas e áridas, mas também podem serencontrados em regiões úmidas dos trópicos.
Há cerca de 150 espécies de escorpião no Brasil e o maior número de acidentesocorre nos meses quentes e 70% devem-se ao Tityus bahiensis, tambémchamado de escorpião marrom.
Eles possuem glândulas venenosas nas garras e na cauda. A sua ferroada poderáfazer a vítima adoecer seriamente.
O veneno do escorpião provoca dor intensa e pode perdurar por 02 a 08 horas.
Os sintomas podem ser: vômitos, náuseas, diarreia e até dificuldade dearticular as palavras.
EscorpiõesMedidas Preventivas
Para evitar acidentes com serpentes, aranhas e escorpiões devemos tomar oscuidados relativos a cada espécie, mais os seguintes:
Andar sempre com uma vara, batendo nas árvores e galhos;
Antes de deitar ou sentar verificar o local;
Ao vestir-se verificar as roupas e examinar os calçados;
Ter cuidado ao mexer em folhas de palmeiras e paus e;
Evitar andar sozinho dentro da selva.
EscorpiõesTratamento: Aplique no lugar da mordida ou ferroada compressas frias, barro oupolpa de coco, caso não haja anti-histamínico e anestésico disponíveis.
Escorpião Marrom
Tityus bahiensis
Outros Animais
Caravelas, água-viva, abelhas, vespas e lacraias produzem acidentes dolorosos
por queimaduras ou por introduzir na vítima histamina através dos seus ferrões.
A região fica com uma sensação de ardência e há formação de edemas;
As reações serão tanto mais violentas quanto a quantidade de picadas das
mesmas;
As lesões produzidas, geralmente não oferecem gravidade;
Seu efeito principal é ocasionado pela grande dor que produzem, que são às
vezes tão acentuadas que podem levar o paciente ao choque.
Outros Animais
Nunca puxe o ferrão;
Dê os comprimidos anti-histamínicos; Nos casos graves que se conhecem, pela
intensidade da dor, procure combater a dor e o choque com analgésicos;
Coloque um curativo com amônia diluída com água, pomada contra
queimaduras ou álcool na região afetada;
Lavar o local com água e sabão; Aplique gelo;
Mantenha a vítima em repouso; e
Sempre que possível permanecer junto à vítima.
Aula #3.29
Insetos
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Insetos
Um dos maiores perigos que se apresentam aos sobreviventes nas florestas
tropicais é representado pelos insetos, muitos dos quais transmissores de
moléstias (doenças tropicais) e parasitas.
É possível proteger-se da Malária, ingerindo comprimidos de Atebrina ou Aralen,
porém a forma mais eficaz de proteção é a utilizando calças compridas,
camisas de manga longa e repelente.
O óleo de coco serve como um bom repelente natural contra insetos.
Insetos
Bicho de Pé (Tungíase): são pequenos insetos que penetram na pele e deixam
ovos que se desenvolvem, produzindo inchação local, coceiras e inflamações.
Bicho de Pé
Insetos
Formigas: as formigas, por estranho que pareça, representam perigo aos
sobreviventes. Nas florestas da África e da América do Sul, existe um grande
número delas. Há espécies que avançam, chegando, às vezes, a desalojar os
nativos de suas casas.
Formigas
Insetos
Mutucas, mosquitos, moscas e muriçocas: muito comuns nos trópicos
americanos e africanos. Suas larvas penetram na pele e causam inchações,
como bolhas.
Tratamento: pingar óleo de qualquer espécie na parte picada, várias vezes ao
dia.
Insetos
Sanguessugas: Comuns em florestas pantanosas e estão sempre prontas para
sugar o sangue. Para livrar-se delas, aplicar uma pitada de sal ou tocá-las com
um fósforo aceso ou uma ponta de cigarro. Sua sucção é indolor, mas pode
ocasionar grande úlcera.
Insetos
Carrapatos: espécie de pulga de areia encontrada frequentemente em
capinzais, podendo andar pelo corpo às centenas. Deve-se tira-los
cuidadosamente, apanhando-os entre o fio de uma faca e o polegar. Nunca
achatá-los contra a pele, pois seu corpo pode estar cheio de germes causadores
de uma febre mortal.
Aula #3.30
Serviço de Busca e Salvamento
SAR
CADERNO I – ESS
3. Sobrevivência
Serviço de Busca e Salvamento - SAR
Em conformidade com o Anexo 12 da Convenção de Chicago, o Brasil conta com
um Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico – SSISAR, que presta o Serviço
de Busca e Salvamento 24 horas por dia.
O SSISAR é dotado de estações de telecomunicações, que operando em rede
podem acionar todos os recursos humanos e de transporte disponíveis, para
atender a uma emergência e iniciar uma possível missão de resgate.
O Serviço de Busca e Salvamento está disponível em uma área de 22 milhões de
km2 - grande parte sobre o Oceano Atlântico e a Amazônia.
Serviço de Busca e Salvamento - SAR
Atribuições do Sistema:
Localizar ocupantes de aeronaves ou embarcações em perigo;
Resgatar tripulantes e vítimas de acidentes aeronáuticos ou marítimos com
segurança e;
Interceptar e escoltar aeronaves em emergência.
Serviço de Busca e Salvamento - SAR
Estrutura SSISAR
A estrutura do SSISAR está organizada para efetuar missões de busca e
salvamento de acordo com normas nacionais e compromissos, convenções ou
tratados internacionais de que o Brasil faça parte.
O órgão central do SSISAR é o Departamento de Controle do Espaço Aéreo -
DECEA, responsável pela sustentação normativa, coordenação e supervisão
operacional das atividades de busca e salvamento, nas diversas Regiões de
Controle do Espaço Aéreo do Brasil, que compõem sua área de
responsabilidade.
Serviço de Busca e Salvamento - SAR
Por meio da Divisão de Busca e
Salvamento (D-SAR), o DECEA
gerencia toda a atividade de
busca e salvamento aeronáutico
brasileira, executada pelos
Centros de Coordenação de
Salvamento (RCC). O Brasil
conta com 5 RCC sediados nos 4
CINDACTA.
RCEA IV
SRR – AZ
RCEA II
RCEA III
Regiões de Controle do Espaço Aéreo – RCEA e suas respectivas Regiões de Busca e Salvamento SRR (Search and Rescue Region)
Serviço de Busca e Salvamento - SAR
Centro de Coordenação de Salvamento (RCC)
Rescue Coordination Center - são os órgãos regionais responsáveis pelas ações
de busca e salvamento em suas respectivas Regiões de Controle do Espaço
Aéreo - RCEA.
Os RCC são conhecidos como Salvaero e são dotados de uma adequada rede de
comunicação para prestar o serviço de Busca e Salvamento ininterruptamente.
No caso de qualquer incidente SAR os RCC são os órgãos responsáveis pela
coordenação das operações e de suas missões.
Serviço de Busca e Salvamento - SAR
No Brasil, há cinco Centros de Coordenação de Salvamento:
RCC-BS (SALVAERO BRASÍLIA/CINDACTA I);
RCC-CW (SALVAERO CURITIBA/ CINDACTA II);
RCC-RE (SALVAERO RECIFE/CINDACTA III);
RCC-AO (SALVAERO ATLÂNTICO/CINDACTA III); e
RCC-AZ (SALVAERO AMAZÔNICO/CINDACTA IV).
Serviço de Busca e Salvamento - SAR
Centro Brasileiro de Controle de Missão COSPAS-SARSAT (BRMCC)
O Brasil é integrante do Sistema Internacional de Busca e Salvamento por
Rastreamento de Satélites, o COSPAS-SARSAT.
Este sistema garante a cobertura completa de toda a área SAR de
responsabilidade brasileira. Detecta qualquer sinal emergencial de rádio-baliza
emitido por aeronaves (ELT), embarcações (EPIRB) e até mesmo por pessoas
(PLB) - desde que estes possuam o equipamento transmissor-localizador de
emergência, registrado e em boas condições de funcionamento, para a
captação pelos satélites.
Resgate por Helicóptero
A atuação dos sobreviventes na orientação da tripulação do helicóptero para a
realização de um pouso seguro é fundamental para o sucesso do resgate.
Se possível, deve-se demarcar o local do pouso com um triângulo bem visível,
com lados medindo 2,5m, de preferência em um local plano e que ofereça
condições de segurança para suportar o peso da aeronave.
A direção do vento é outro dado importante para os pilotos do helicóptero.
O acionamento do lado diurno de um foguete pirotécnico fornece a fumaça
que lhes indicará de que lado o vento está soprando.
Resgate por Helicóptero
Se a tripulação do helicóptero tiver jogado o cabo de içamento, o sobrevivente
deve deixar que o cabo toque primeiro o solo, para descarregar a eletricidade
estática. Evitar, inclusive, tocar no tripulante que esteja descendo em rapel
pelo cabo.
Aproximar-se do helicóptero com o corpo inclinado para a frente, pelas portas
laterais e somente no campo de visão do piloto e do copiloto; e evitar a
aproximação nas proximidades do rotor de cauda. Havendo a necessidade de
alguém permanecer no solo, o melhor ângulo que ele deverá ficar em relação
ao piloto do helicóptero de resgate é 45º à direita.
Resgate por Helicóptero
Áreas de Aproximação para o Resgate por Helicóptero
Sobrevivência
CADERNO I – ESS