Post on 29-Oct-2018
MAGNETISMO e
ESPIRITISMO
Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz
Departamento Doutrinário
GRUPO de ESTUDO
ANO III – 2016
AULA 1
1
BREVE HISTÓRICO do MAGNETISMO
O Magnetismo nasceu com o homem e é registrado
nas civilizações antigas, como um ritual das crenças
primitivas. A agilidade das mãos sugeria a existência
de poderes misteriosos, praticamente comprovados
pelas ações cotidianas da fricção que acalmava a
dor. As bênçãos foram as primeiras manifestações
típicas dos passes. O selvagem não teorizava, mas
experimentava, instintivamente, e aprendia a fazer e a
desfazer as ações, com o poder das mãos.2
No Antigo Testamento, em II Reis, encontramos a
expectativa de Naamá: "pensava eu que ele sairia a ter
comigo, por-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor
seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra, e
restauraria o leproso".
Os magos da Caldéia e os brâmanes na Índia curavam
pela aplicação do olhar, estimulando a letargia e o
sono. No Egito, no templo da deusa Isis, as multidões
aí acorriam, procurando o alívio dos sofrimentos junto
aos sacerdotes, que lhes aplicavam a imposição das
mãos.3
Os gregos aprenderam com os egípcios a arte de
curar. O historiador Heródoto destaca, em suas obras,
os santuários que existiam nessa época para a
realização das fricções magnéticas.
Em Roma, a saúde era recuperada através de
operações magnéticas.
Com o passar dos tempos, curandeiros, bruxas,
mágicos, faquires e, até mesmo, reis (Eduardo, O
Confessor; Olavo, Santo Rei da Noruega e vários
outros) utilizavam os “toques reais”.
4
Hipócrates também vivenciou
esses momentos
transcendentais.
Considerado "pai da
medicina", apesar de ter
desenvolvido tal ciência
muito depois de Imhotep, do
Egito antigo.
(460 a.C. a 370 a.C.)5
Depreendemos, a partir
desses breves registros,
que a arte de curar
através da influência
magnética era prática
normal desde os tempos
antigos, sobretudo no
tempo de Jesus, quando
os seus seguidores
exercitavam a técnica da
cura fluídica através das
mãos.
Em O Novo Testamento
vamos encontrar o
próprio Mestre em ação.
6
Paracelso (Philip Theophrastus
Aureolus Bombastus von Hohenheim
(1493-1541), notável alquimista e médico
suíço que se projetou na Idade Média, foi
um dos grandes desbravadores do
terreno do Magnetismo, é apontado como o criador da
palavra magnetismo, quando comparou as forças
"viventes"ao ímã (magnete).
IDADE MÉDIA
7
Franz Anton Mesmer (1734-1815),
médico alemão, é apresentado como
o responsável pela codificação e
demonstração prática do
Magnetismo, por ele trazido como
"Teoria do Magnetismo Animal". Após estudar a
cura mineral magnética, elaborou a sua tese de
doutorado - De Planetarium Inflexu, em 1766 - de
cujos princípios jamais se afastou. “Tudo é atração
magnética no Universo”.
8
O fluido universal é o agente desta influência; a
moléstia é apenas a resultante da falta ou da má
distribuição do magnetismo pelo corpo.
Mesmer iniciou seu trabalho clínico com
magnetismo por volta de 1774, aplicando ímãs
sobre regiões enfermas; magnetizava água e
objetos por fricção. Os pacientes sob a ação do
magnetizador eram chamados médiuns devido à
sua condição de meio de atuação do magnetismo
animal. 9
Três anos depois, abandona os ímãs e escreve um
tratado sobre o "magnetismo animal“(1776), onde
atribui às suas próprias mãos o desprendimento
de uma força que curaria os males orgânicos e
impregnaria objetos.
"De todos os corpos da natureza é o próprio
homem que atua com mais eficácia sobre o
homem.“
Mesmer procurou um meio de acumular a
energia magnética e conduzi-la. 10
Construiu então o "baquet", ou
cuba da saúde, que viria a ser
conhecido como a “tina das
convulsões”. A Tina de Mesmer
era uma grande caixa redonda
feita de carvalho, cheia de
água, vidro moído e limalha de ferro, em torno da
qual os doentes, em silêncio, davam-se as mãos, e
apoiavam as hastes de ferro, que saiam pela tampa
perfurada, sobre a parte do corpo que sofria dor.
11
Todos eram rodeados por uma
corda comprida que partia do
reservatório, formando a corrente
magnética. Em torno da tina
eram colocados acolchoados,
pois o magnetismo provocava
convulsões nos pacientes e eles
poderiam machucar-se ao se debaterem.
12
Mesmer (1734-1815)
Em 1792, Mesmer vê-se forçado a retirar-se de
Paris, vilipendiado, e instala-se em pequena cidade
suíça, onde vive durante 20 anos sempre servindo
aos necessitados e sem nunca desanimar nem se
queixar. Em 1812, já aos 78 anos (3 antes de
desencarnar), a Academia de Ciências de Berlim
convida-o para prestar esclarecimentos, pois
pretendia investigar a fundo o Magnetismo. Era
tarde; ele recusa o convite. A Academia encarrega
o Prof. Wolfart de entrevistá-lo. 13
O depoimento desse professor é um dos mais
belos a respeito do caridoso médico:
"Encontrei-o dedicando-se ao hospital por ele
mesmo escolhido. Acrescente-se a isso um
tesouro de conhecimentos reais em todos os
ramos da Ciência, tais como dificilmente acumula
um sábio, uma bondade imensa de coração que se
revela em todo o seu ser, em suas palavras e
ações, e uma força maravilhosa de sugestão sobre
os enfermos.”14
Marquês de Puységur (1751-1825),
francês abastado, apaixonou-se
pelo magnetismo e, enquanto
Mesmer, em Paris, atendia às elites,
ele acudia gratuitamente à pobreza,
em Buzancy. Descobriu o sono magnético
(sonambulismo) e a clarividência associada.
Passa-se a confundir o magnetismo com o
sonambulismo e, mais tarde, com o hipnotismo,
que dele originou-se.15
Em 1813, Jean Philippe François
Deleuze (1753-1835) publicou
„História do Magnetismo‟, e outras,
em especial “Instrução Prática em
Magnetismo Animal”, estabelecendo
definitivamente esta ciência.
No seu Catálogo Racional de obras para a
formação de uma Biblioteca espírita, de 1869,
Kardec refere-se a esta obra de Deleuze como
“uma das melhores sobre esta matéria”.16
Charles Lafontaine (1803-1892):
suíço, participou da segunda geração de
magnetizadores, juntamente com o Barão
du Potet, Aubin Gauthier, Charpignon,
Foissac e outros. Foi um grande divulgador do
magnetismo através das suas demonstrações
itinerantes. De aparência exótica por sua grande
estatura e por se vestir sempre de preto e usar uma
longa barba, provocava no sujet insensibilidade a
choques e a queimaduras com velas. 17
Em 1854, ministrou cursos sobre
magnetismo que eram frequentados
por pessoas de alta instrução e de
diversas profissões e religiões.
Publicava o jornal “Le Magnetiseur”.
Escreveu ainda uma autobiografia e
“L'art de magnétiser”, contendo resumos de suas
observações.
18
Aubin Gauthier escreveu:
-“Introdução ao Magnetismo” (1840);
-“Magnetismo Clássico” (traduzido);
- “Tratado Prático do Magnetismo e do
Sonambulismo” (1845) de mais de 700 páginas
divididas em quatro
partes: 1ª Filosofia do Magnetismo (4 livros);
2ª Fisiologia do Magnetismo (9 livros);
3ª Terapêutica do Magnetismo (4 livros);
4ª Magnetização do homem sobre si
mesmo.
Esta obra contém frequentes citações dos
primeiros e mais célebres magnetizadores, além
das experiências do autor.19
Gauthier foi redator-chefe de “A Revista
Magnética”, um jornal de curas, fatos magnéticos e
sonambulismo.
Depois de ter lido e meditado longamente sobre o
sermão de Hipócrates, escreveu o Juramento do
Magnetizador:
“Sobre minha honra e minha consciência, diante
de Deus e diante dos homens, prometo ensinar a
todos indistintamente os princípios da arte de
curar os doentes pelo magnetismo (...)” 20
Barão Karl Von Reichenbach
(1788-1869), químico famoso,
descobridor do creosoto e da
parafina, pesquisou os poderes
psíquicos a partir de 1854. Após 10
anos, publicou “Pesquisa sobre Magnetismo, Ele-
tricidade, Luz, Cristalização e Sua Relação Com a
Força Vital”, nomeando Força Ódica, propriedade
universal da matéria, incluindo o corpo humano,
polarizada em positivo (azul) e negativo (laranjada).
Barão du Potet , Jules Denis du
Potet de Sennevoy (1796-1881)
começou seus experimentos em
1821 e registrou-os no “Le
Propagateur du Magnétisme
animal”, jornal que fundou em
1827, e no “Journal de Magnétisme”, fundado
também por ele em 1845 e em atividade até 1861.
Magnetizador extremamente eficaz, restaurou a
doutrina tradicional do fluido magnético universal
diferente da visão mecânica de Mesmer,
considerando o magnetismo como uma ponte
entre o espírito e a matéria. Fenômenos de aporte,
resistência ao fogo, levitação de corpos humanos
e comunicações com Espíritos foram
frequentemente observados e estudados por ele.
23
Consoante o Prof. Canuto Abreu (1892-1980),
farmacêutico, advogado, médico e estudioso
espírita, em sua célebre obra “O Livro dos
Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária”,
Hippolyte Léon Denizard Rivail
integrava o grupo de pesquisadores
formado pelo Barão Du Potet ,
dirigente da Sociedade Mesmeriana
de Paris. À página 139 dessa obra,
lê-se que o Prof. Rivail frequentava, até 1850, 24
sessões sonambúlicas, onde buscava solução
para os casos de enfermidades a ele confiados,
embora se considerasse modesto magnetizador.
Na Revista Espírita de junho de 1858, Allan Kardec
escreve:
"Em nossa opinião, a ciência magnética, ciência
que nós mesmos professamos há 35 anos, deveria
ser inseparável da compostura;...”
25
26
Hector Durville (1848-1923)
Médico psiquiatra francês, estudioso
e pesquisador do Magnetismo, é
considerado o continuador da obra
do Barão du Potet. Em 1870, criou o
Editorial Durville, onde publicava fenômenos como
o “desdobramento astral”, assim denominado
àquela época. Em 1896, ainda em Paris, fundou a
Universidade de Estudos Avançados, que oferecia
as seguintes Faculdades:
27
- Ciência Magnética
- Ciência Hermética
- Ciência Espírita, esta tendo,
como diretor, Gabriel Dellane.
Seu filho, Henri Durville (1887-1963),
foi colaborador e continuador
de sua obra. Escreveu
“A Ciência Secreta” em 4 volumes,
de conteúdo espiritualista.
Alphonse Bouvier ou Alphonse Bué (1851-1931):
Nasceu em Borgogne, na
França e aos 29 anos foi para
Lyon, onde começou a praticar
o Magnetismo e percebeu que
podia curar as pessoas. Após
esta revelação, passou a servir a Deus com o seu
fluido vital e seu conhecimento. Seu livro “O
Magnetismo Curador” é o resultado de duas
décadas de estudos aliados à experiência prática28
adquirida pelo autor no tratamento de seus
pacientes.
Magnetismo Curativo compõe-se de dois volumes:
• Volume 1: Manual Técnico – dedicado à aplicação
prática do magnetismo na cura de moléstias
diversas.
• Volume 2: Psicofisiologia – onde são expostas as
explicações teóricas sobre o magnetismo e os
fenômenos relacionados.
29
Fluido Cósmico Universal
Fluido Vital
Matéria Inorgânica
Matéria Orgânica
Vida
36
DeusPrincípio Inteligente
Outros
fluidos
Considerar: Corpo x Campo; e
A síntese da tríade
3 propriedades: ligação, intercâmbio e morfologia
39
Não se trata de camadas
e sim de zonas mais sutis
Campo Vital como
geralmente é
visualizado
Campo Vital como é percebido
pela ação fluídica
(raramente visualizado)40
Considerar: distância equivalente; e
sensação temporal e espacial alterada.
Centros
Vitais
recebendo
fluidos de
duas mãos
(Visão de
topo
acima e
lateral
abaixo)
41
Na decomposição das forças fluídicas, as componentes
centrípetas (que promovem a absorção dos fluidos) e as
centrífugas (que induzem à exteriorização dos mesmos) são
responsáveis por um sem-número de ações e reações magnéticas.
Visão de topo de um Campo Vital,
seu sentido de giro e a decomposição
dos movimentos
42
Página 178 do livro
MANUAL DO PASSISTA
47
Este será o modelo
adotado no Curso
Centro Lombar (Meng mein)
Obs: o Centro Lombar é oposto ao umbigo
Por que quero ser passista?
Para que quero ser passista?
Estudo constante
Preparo técnico e moral
Dedicação e disciplina
Desenvolvimento 48
Quem não pode aplicar o passe?
-Crianças, adolescentes e gestantes, por se encontrarem
em fase de desenvolvimento orgânico, necessitando dos
próprios fluidos vitais em abundância.
-Pessoas na terceira idade que não tenham participado
constantemente deste trabalho num passado recente, por
exigirem parcimônia no desgaste dos fluidos vitais.
-Criaturas com deficiências mentais, obsessão, em
tratamento com medicações controladas, debilitadas por
alguma doença física ou desarmonizadas por problemas
psíquicos ou morais.
-Usuários de elementos ou atitudes viciosas (fumo, álcool,
tóxicos, sexo desregrado e excessos de várias ordens).
49
REGRAS DO MAGNETISMO
1ª - Entrar em relação magnética
(= fluídica)
2ª - Forma e sentido da aplicação
(técnica)
50
51
Manual do Estudante Magnetizador
Barão Du Potet
Tradução de Janice Jacques Weber
1° Exercício: Controle do magnetismo
Trata-se de tomar conhecimento do magnetismo
que se desprende das palmas das mãos.
Friccione as mãos, sem violência, pelo tempo
aproximado de 30 segundos, com os olhos
fechados. Inspire profundamente pensando:
“eu me carrego de fluidos”. Afaste as mãos,
abrindo os braços.
52
Expire lentamente, pensando: “Eu vou projetar meu
magnetismo através de minhas mãos.”
Mantendo os olhos fechados, aproxime devagar as
duas mãos, sem paradas bruscas, até sentir uma
ligeira resistência, como se uma bola de borracha
estivesse entre as palmas. Abrir, neste momento,
os olhos e calcular mentalmente a distância entre
as duas mãos. Quanto maior a distância, maior
será a corrente fluídica emanada das palmas.