Post on 17-May-2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO
CURSO DE ARTES VISUAIS
FRAGMENTOS DE IMAGENS NA CULTURA DIGITAL
MARIANA GOMES DE SOUZA
Campo Grande – MS 2009
MARIANA GOMES DE SOUZA
FRAGMENTOS DE IMAGENS NA CULTURA DIGITAL
Relatório apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Artes Visuais à Banca Examinadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob orientação da Profª. Ma. Venise Paschoal Melo. Campo Grande – MS
2009
Dedico esta Monografia aos meus pais que proporcionaram e sempre incentivaram meus estudos, ao meu irmão, ao Jean, aos meus amigos, aos meus familiares e aos Prof. Darwin, Venise e Jonas pela força dada durante o decorrer deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por estar presente em todos os momentos
de minha vida, abençoando e iluminando meu caminho.
Manifesto minha gratidão à minha família, à minha mãe que tanto me apoiou,
proporcionou meus estudos e me encorajou a concluir esta etapa da minha vida. Ao
meu pai por confiar em mim. Ao meu irmão pelo apoio e pela colaboração. E a
minha prima Graziela que me ajudou em algumas partes do trabalho tanto prático
quanto no teórico me emprestando alguns materiais.
A todos os professores que contribuíram decisivamente para a minha
formação acadêmica e profissional, principalmente o Profº. Darwin Longo.
Cabe, aqui, também um agradecimento ao meu companheiro e amigo Jean
Robert que me apoiou e me ajudou sempre que eu precisei.
Obrigado a todos.
―Antes de tudo, a fotografia é uma atividade divertida. É feita para registrar lembranças e comunicar nossas idéias e pensamentos, e é a única em sua capacidade de congelar para sempre um determinado instante do tempo. É isso, talvez, que lhe confere um encanto universal‖. John Hedgecoe
RESUMO
Este relatório apresenta uma abordagem básica sobre macrofotografia, com a possibilidade de manipulação digital através de software específico de tratamento de imagem. A linguagem utilizada é da captação de expressões faciais, evidenciando texturas e interferências, além da aplicação de cores e grafismos com o objetivo de gerar experimentações como proposta de uma aproximação com o movimento da Arte Pop. Palavras - chave: Arte Pop, Fotografia, Manipulação Digital
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................08 INTRODUÇÃO.....................................................................................................14 CAPÍTULO I. A FOTOGRAFIA
1.1 BREVE HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA................................................15 1.2 FOTOGRAFIA DIGITAL......................................................................19 1.2.1 A FOTOGRAFIA E A MANIPULAÇÃO DIGITAL...................21
CAPÍTULO II. AS IMAGENS E A ARTE
2.1 FOTOGRAFIA COMO ARTE...............................................................23 2.2 FRAGMENTOS E A MACROFOTOGRAFIA.......................................31
2.3 O CORPO NA ESTÉTICA DA ARTE POP..........................................34 2.4 A FOTOGRAFIA E O CORPO.............................................................38 2.5 A ARTE POP E A FOTOGRAFIA........................................................40 CAPÍTULO III. PROCEDIMENTOS E ANÁLISES DAS OBRAS........................42 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS...................................................................52
LISTA DE FIGURAS
Nº
IMAGEM
DESCRIÇÃO DA IMAGEM
PÁGINA
Fig. 01
Ilustração feita para o texto da fotografia (câmara escura). www.waltermagalhaes.com/imagens
16
Fig. 02
Primeira câmera Kodak www.moraisvinna.blogspot.com
17
Fig. 03
Cartaz da propaganda da Kodak Fonte: www.kodak.com/BR/imagens
18
Fig. 04
CCD Fonte: www.ceticismoaberto.com
19
Fig. 05
Autor: José d’Almeida & Maria Flores Título: O 7º Dia do Relojoeiro Fonte: www.olhares.com
20
Fig. 06
Autor: Man Ray Título: Larmes (1932) Fonte: www.bbc.co.lk/photography
25
Fig. 07
Autor: Raoul Hausmann Título: ABCD (1923-1924) Fonte: http://geometricasnet.wordpress.com
25
Fig. 08
Autor: Hai Bo Título: Três Irmãs (2000) Fonte: www.vvork.com
27
Fig. 09
Autor: Ma Liuming Fonte: www.nhuhuy.com
27
Fig. 10
Autor: Joel-Peter Witkin Título: Las Meninas (1987) Fonte: http://silencio.weblog.com.pt
28
Fig. 11
Autor: Yinka Shonibare Título: O Sono da Razão Produz Monstros (2008) Fonte: www.re-title.com/public
28
Fig. 12
Autor: Nan Goldin Título: Rise e Monty na cadeira do salão (1988) http://artintelligence.files.wordpress.com
29
Fig. 13
Autor: Alexander de Cadenet,
Título: Retrato do Crânio de Edward Lucie-Smith, 1998 Fonte: www.mfanow.org/iblog
29
Fig. 14
Imagem macrofotográfica Fonte: www.olhares.com
32
Fig. 15
Autor: Andy Warhol Título: Torsos, 1977 Fonte: www.amazon.com
34
Fig. 16
Autor: Richard Hamilton Título: She [Ela], 1958-61 Fonte: www.tate.org.uk
35
Fig. 17
Autor: Gil Elvgren Fonte: www.olavosaldanha.wordpress.com
36
Fig. 18
Autor: David Hockney Título: Homem no chuveiro em Beverly Hills, 1964 Fonte: www.risconotempo.blogger.com.br
37
Fig. 19
Autor: Andy Warhol Título: Elvis I e II, 1964 Fonte: www.dothefrug.wordpress.com
38
Fig. 20
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
43
Fig. 21
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
43
Fig. 22
Autor: Mariana Gomes Difusor de papel vegetal
43
Fig.23
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
45
Fig. 24
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
45
Fig. 25
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
46
Fig. 26
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
46
Fig. 27
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
46
Fig. 28
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
46
Fig. 29
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
46
Fig. 30
Autor: Mariana Gomes Foto Teste
47
Fig. 31
Autor: Mariana Gomes Obra 1
48
Fig. 32
Autor: Mariana Gomes Obra 2
49
Fig. 33
Autor: Mariana Gomes Obra 3
49
Fig. 34
Autor: Mariana Gomes Obra 4
50
INTRODUÇÃO
A fotografia é uma linguagem artística que serve para registrar instantes da
realidade e se comunicar com o observador através destas imagens capturadas. O
mundo da fotografia é um mundo de certa forma pessoal, é uma forma de expressão
mais íntima do olhar do fotógrafo sobre o que ele vê. Tiramos fotos para exprimir
nossos sentimentos sobre as pessoas, a natureza e o mundo que nos cerca.
Na busca da nossa linguagem na fotografia, escolhi a técnica da
macrofotografia, uma espécie de ―close‖, ou seja, a captura de um objeto visto bem
de perto, onde detalhes do rosto são apresentados de uma maneira diferente, onde
as texturas, as cores e as expressões ficam em evidência, ou seja, elementos vistos
sob outro olhar, transformando a cena em fragmentos estéticos, descolados do
contexto do tempo e do espaço presente.
Este trabalho foi organizado em três capítulos: o primeiro capítulo refere-se a
uma breve historia da fotografia, que vai dos aspectos históricos até as diversidades
das tecnologias digitais. O segundo capítulo trata-se de uma abordagem a respeito
da temática conceitual aplicada nas imagens, da historia da macrofotografia, a
estética do corpo na arte pop e a sua relação com a fotografia e o último capítulo
refere-se à descrição e análise das obras desenvolvidas.
CAPÍTULO I
A FOTOGRAFIA
O suporte escolhido para nossa proposta de produção é a fotografia, para
isso realizamos uma pesquisa teórica que pudesse fundamentar nosso
conhecimento e aprendizagem a respeito desta linguagem, tanto no sentido de seu
contexto histórico como na sua aplicação na pratica artística como ferramenta
técnica.
O presente capítulo refere-se aos aspectos históricos e técnicos da
fotografia, desde a sua invenção, sua utilização como forma artística e a sua
aprimoração.
1.1 BREVE HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
A fotografia não tem um único inventor, ela é uma síntese de várias
observações e inventos em momentos distintos. É muito difícil saber exatamente as
datas e etapas dos processos que levaram à criação da Fotografia, pois muitas
delas são experiências conhecidas pelo homem na Antiguidade, e acrescenta-se a
isso um conjunto de cientistas em diversas épocas e lugares que aos poucos foram
descobrindo as partes deste confuso quebra-cabeça, que somente no final do século
XIX foi inteiramente montado.
Os fundamentos daquilo que veio a se chamar de fotografia vieram de dois
princípios básicos que são: a câmara escura e a existência de materiais
fotossensíveis.
A câmara escura (Fig. 01) é uma caixa escura e lacrada que possui um
orifício por onde passam raios de luz, que projetam imagens externas invertidas na
parede interna oposta ao furo. Se, na parede oposta, ao invés de uma superfície
opaca, for colocada uma superfície translúcida, como um vidro despolido, a imagem
formada será visível do lado de fora da câmara, ainda que invertida (Salles: 2008). E
o outro fator diz respeito aos materiais fotossensíveis.
Fig. 01. Câmara Escura
Conforme Salles (2008), ―fotossensibilidade é um fenômeno que quer dizer,
sensibilidade à luz‖. Na verdade, toda matéria que existe é fotossensível, ou seja,
toda ela se modifica com a luz, como um tecido que desbota no sol, ou mesmo a
tinta de uma parede que vai aos poucos perdendo a sua cor, porém algumas
demoram milhares de anos para se alterar, enquanto outros apenas alguns
segundos. Para a reprodução de uma imagem, de nada adiantaria um material de
pouca fotossensibilidade, de modo que todos os cientistas ou curiosos que
procuraram de alguma forma a imagem fotográfica, começaram pesquisando sobre
o material que já há muito era conhecido e considerado o mais propício para tal: os
sais de prata.
Depois de alguns anos esse método foi se aprimorando e consistia em
sensibilizar as folhas de papel com nitrato de prata, e logo em seguida com iodeto
de potássio, formando o iodeto de prata. O iodeto de prata era sensível à luz, o que
diminuía drasticamente o tempo de exposição, e possibilitavam a revelação da
imagem para o outro suporte através de uma solução de acido gálico e nitrato de
prata. Esse processo permitiu que a fotografia em papel, lentamente, tomasse bom
lugar na busca pela melhor imagem.
Segundo Salles (2008), a imagem só veio a melhorar quando usaram um
pouco de nitrato de prata em gelatina de secagem rápida. A gelatina, de origem
animal, não só conservava a emulsão fotográfica para após a secagem como
também aumentava de maneira drástica a sensibilidade dos haletos de prata,
tornando finalmente, a fotografia instantânea.
A primeira fotografia foi tirada no verão de 1826, da janela da casa do francês
Joseph-Nicéphore Nièpce (1765 – 1833). Esta descoberta se deu quando o francês
pesquisava um método automático para copiar desenhos e traços nas pedras de
litografia. O processo permitia que a imagem revelada pudesse ser usada para
reprodução de outras copias.
Em 1829, Nièpce junto com Louis-Jacques Mandé Daguerre firmaram
sociedade, que tinha por objetivo o aprimoramento das técnicas até então
desenvolvidas, mas ambos trabalhavam em sentidos opostos: enquanto Nièpce
trabalhava para conseguir fazer cópias Daguerre só se importava se a imagem teria
um resultado satisfatório, ou seja, imagens nítidas e permanentes sobre suporte.
Daguerre, dez anos mais tarde lançou o processo chamado Daguerreótipo,
que era bastante simples: uma chapa metálica era tratada com vapores de iodo, que
se tornavam iodeto de prata, tornando-a sensível a luz, porém o tempo de exposição
era menor. Esse processo não permitia copias, apesar disso, o sistema de Daguerre
se difundiu no mundo todo.
Este processo do daguerreótipo permitiu uma rápida proliferação de
fotógrafos pelo mundo, não demorou muito para chegar aos Estados Unidos, teve
uma expansão extraordinária, atravessando o Atlântico.
No ano de 1888, a Kodak lançava a câmera Kodak número 1 (fig. 02), tipo
caixa, era vendida por 25 dólares e já era carregada com um filme fotográfico para
100 fotos. No cartaz de propaganda (fig. 03) vinha escrito como slogan ―Você aperta
o botão, nós fazemos o resto‖, porque após o fotógrafo expor o filme era somente
devolver ao fabricante, recebendo depois as fotos e a câmera novamente carregada
com um novo filme.
Fig. 02 – Câmera Kodak
Fig. 03 – Cartaz de propaganda da Kodak
Apesar de a fotografia ser uma criação do século XIX, foi a tecnologia que
permitiu o rápido aprimoramento da câmera e do filme no século XX. Uns dos
principais avanços foi de ordem mecânica, na construção de lentes cada vez mais
nítidas e precisas, e câmeras portáteis de diversos tamanhos e formatos. Com o
passar dos anos muita coisa veio a ser acrescida e mudada, com a tecnologia mais
avançada, os processos se tornam mais baratos e mais eficientes, as câmeras
aderem aos processos digitais facilitando ainda mais o processo de produção de
imagens.
Segundo Bussele (1980) para um fotógrafo, o visor de uma câmera
representa o mesmo que uma tela vazia para um pintor. Essa linguagem exerce um
papel tão amplo, tão presente no nosso dia-a-dia que os diversos meios de
comunicação e informação jornalística, publicitária, artística, e culturais que
envolvem e que nos encantam, são essencialmente fotográficos, o mundo hoje
assim, também se torna essencialmente visual.
1.2 FOTOGRAFIA DIGITAL
Como vimos anteriormente, inicialmente o ato de fotografar consistia em
expor, por uns breves instantes, um filme recoberto de substâncias quimicas
fotossensíveis à luz. Nos dias de hoje com a evolução tecnológica decorrente dos
avanços obtidos no mundo, ela nos trouxe, entre outras maravilhas, a fotografia
digital.
Em princípio, a fotografia digital funciona mais ou menos como a fotografia
tradicional com película: a luz atravessa uma lente e incide sobre um material
sensível à luz, que absorve e amplifica de modo a torná-la visível. Nos ―velhos
tempos‖ esse material era uma pelicula, e na fotografia digital é substituido por um
fotossensor digital eletronico, chamado de CCD (Fig. 04). Esse sensor é o principal
responsável pela captura da imagem. Segundo Ramalho (2006), a tecnologia usada
pelo sensor influência a qualidade da captura.
Fig. 04 – Sensor que substitui o filme nas câmeras digitais (CCD)
As fotos digitais são convenientes porque permitem ver os resultados
instantaneamente, não requerem os custos de filme e revelação e são adequadas
para manipulação em programas de computador como por exemplo o Adobe
Photoshop.
Com toda essa tecnologia digital a fotografia e a arte sofreram grandes
mudanças na produção de imagens, fazendo com que a arte digital possibilite criar,
interferir sobre o que já foi produzido (Fig. 05). Facilitando a experimentação e
ampliando a capacidade das pessoas se expressarem.
Fig. 05 – Arte Digital de José d’Almeida & Maria Flores
Conforme Freeman (2007, p. 118) fotografia digital agora dá um enorme grau
de controle sobre aparência da cor em fotografia, bem como a tonalidade, saturação,
e luminosidade são todos ajustáveis.
Com o avanço da tecnologia digital os fotógrafos conseguiram através dos
computadores novas maneiras de processar digitalmente as imagens, de retocá-las
e de manipulá-las de modo geral, sem precisar recorrer a processos do passado
como a câmara escura e processos químicos, facilitando assim o seu trabalho de
produção final.
1.2.1 A FOTOGRAFIA E A MANIPULAÇÃO DIGITAL
Com a chegada da fotografia digital e conseqüentemente dos programas de
edição de imagem, ficou muito mais fácil trabalhar uma imagem. Agora, além das
técnicas disponíveis nos laboratórios convencionais, podemos suprimir ou alterar
elementos de uma fotografia com muito mais facilidade.
A manipulação digital permite fazer trabalhos de fotografia, chamados
convencionais, com acrescimos ou ajustes no contraste e na cor de forma mais
direta e rápida do que qualquer câmara escura.
No tempo da manipulação digital das imagens, a fotografia não pode atestar
mais a existência de coisa alguma. A manipulação de imagens para alguns adquiriu
um conceito negativo, com a intenção de apresentar uma tradução falsa da imagem,
distorcida ou parcial da mesma. Lembremos, ainda, que o termo manipulação,
aplica-se no sentido de forjar, perverter, inventar, imaginar, formar, gerar, produzir.
Segundo Samain (2005, p. 312):
―Qualquer imagem fotográfica pode ser profundamente alterada, alguns de seus elementos podem ser importados de outras imagens, o nariz de um modelo pode ser alongado ou reduzido e até mesmo trocado com o de outra figura, rugas ou excesso de gorduras podem ser eliminados dos corpos fotografados, as posições dos objetos podem ser alterado, até mesmo erros de foco, de mensuração de luz ou de velocidade de obturação podem ser corrigidos na tela do computador.‖
Por outro lado, positivamente a manipulação, realizada a partir de softwares
gráficos, tem o intuito de melhorar a qualidade da imagem e ou de aplicar detalhes e
sobreposições. Com softwares simples, intuitivos até, é possível reconstruir toda a
imagen, transformá-la e recriar o ―real‖ por ela registrada.
Com esses afiados bisturis de software, ao contrário, todos os defeitos e outros detalhes demasiadamente orgânicos são eliminados dos corpos fotografados, que se retocam e corrigem na tela do computador. (GARCIA, 2006, p. 105)
Indubitavelmente já se manipulava a foto em outros tempos, e a história da
fotografia está cheia de exemplos de alteração da informação luminosa impressa no
negativo para fins publicitários, políticos ou até mesmo estéticos. (MUNARI, 1997)
Antigamente a manipulação fotográfica, segundo Diana Domingues (2003),
era grosseira e podia ser facilmente descoberta com um simples exame de
microscópio. Hoje em dia já é muito difícil (quase impossível) saber se houve algum
tipo de manipulação numa foto.
Nos dias de hoje a manipulação de imagem é realizada por meio de softwares
específicos, tais como: Photoplus, The Gimp, Gimpshop, Photo Filter, Paint.net,
Paint Shop Pro, Corel Photo Paint e o mais conhecido e mais utilizado por
fotógrafos, designers gráficos e web designers, o Adobe Photoshop.
Não é por acaso que programas de edição gráfica como o Photoshop desempenham um papel cada vez mais primordial na construção das fotografias mediáticas que expõem corpos belos, e que constituem uma poderosa fonte de imagens corporais no mundo contemporâneo. Tais técnicas oferecem às imagens corporais tudo o que a ingrata Natureza costuma escamotear aos organismos vivos, e aquilo que as duras práticas bio-ascéticas ainda insistem em lhes negar – com seus métodos tão analógicos, ainda tão grosseiros na sua forma de operar sobre a materialidade carnal. (GARCIA, 2006, p. 105)
O Adobe Photoshop tem uma interface fácil, ferramentas de edição
extraordinárias, assim diminuindo o tempo gasto e dinamizando o trabalho. Permite
mesclagem de imagem, a utilização de máscaras, camadas e efeitos que imitam
técnicas de pinturas proporcionando agilidade na hora da manipulação.
Com a manipulação digital podemos a todo momento modificar as imagens,
acrescentando grafismo, cores, filtros que contem nas ferramentas dos softwares
permitindo assim explorar inumeras possibilidades em torno da criação e da
produção visual.
CAPÍTULO II
AS IMAGENS E A ARTE
Assim como a fotografia possui grande peso nas mídias e nos meios de
comunicação, no campo das artes visuais ela também se apresenta com muita força
e ainda com os aspectos digitais hoje existe a facilidade da expressão.
Este capítulo trata-se de uma abordagem a respeito da temática conceitual
aplicada nas imagens, uma breve história da macrofotografia, a estética do corpo na
arte pop e a sua relação com a fotografia.
2.1 FOTOGRAFIA COMO ARTE.
A arte é um produto do homem, que através de valores estéticos e
expressivos sintetiza conceitos históricos e culturais. Se apresenta como um
conjunto de conhecimentos, procedimentos e técnicas que geram as mais diversas
características, resultando em experimentações e processos que dão origem ao que
definimos por música, teatro, cinema, dança, arquitetura, escultura e
pintura.(CARAMELLA, 1998).
A fotografia nasceu com sua linguagem atrelada à função social que a pintura
desempenhava no século XIX, a produção de retratos com registro de uma época e
cultura.
A palavra fotografia vem do grego [fós] (―luz‖), e [grafis] (―estilo‖, ―pincel‖) ou
grafê, e significa ―desenhar com luz‖.
Pierre (2007) afirma que a fotografia e a pintura sempre tiveram destinos
paralelos, conflituosos e complementares. Na tentativa de colocar a fotografia como
produto resultante de estudo e inteligência, os fotógrafos passaram a se preocupar
com conhecimentos sobre ponto, massa, linha, tom, contraste, profundidade e
iluminação, ou seja, passaram a imitar as pinturas utilizando seus aspectos para
composição da imagem.
O movimento chamado pictorialismo é um exemplo da ligação da fotografia
com a pintura. Por meio de várias formas de manipulação da imagem fotográfica, o
fotógrafo procurava inserir a fotografia no universo das artes plásticas, ao mesmo
tempo distanciando da então compreensão do que seria uma imagem fotográfica
com registro e, aproximando-a da linguagem pictórica utilizando da expressão como
recurso.
Segundo Pierre no seu inicio na segunda metade do século XIX, ―os
propósitos da pintura e da fotografia são idênticos: copiar a realidade o melhor
possível‖ (2007, p. 70). Por um lado muitos artistas de retrato se renderam a câmera
fotográfica e por outro criou-se uma certa resistência, fazendo com que os artistas
acabassem criando uma nova concepção artística para produção de sua obra, uma
concepção não sujeita à realidade.
Na verdade ainda por muito tempo a fotografia continuou a repetir as poses,
os gestos dos retratos pictóricos, somente aos poucos passou a se descobrir as
possibilidades de uma ―linguagem fotográfica‖, como organização estética surgindo
então as escolas pictóricas como o cubismo, o construtivismo e outras
manifestações não figurativas.
Com os movimentos Surrealismo e Dadaísmo houveram contribuições no
direcionamento da fotografia como linguagem artística, como foi usado pelo artista
Man Ray, que em obras, o disparo do botão da câmera traz à tona elementos que
remetem ao mundo inconsciente (fig. 06). Já no dadaísmo, as fotomontagens eram
bem representadas por Raoul Hausmann, onde criava suas obras a partir de
imagens fotográficas retiradas de recortes de revistas e jornais (Fig. 07).
Fig. 06 – Man Ray, Larmes, 1932
Fig. 07 – Raoul Hausmann, ABCD (fotomontagem), 1923-1924
Com o desenvolvimento da tecnologia, os equipamentos tornaram-se mais
leves e as emulsões mais rápidas, permitindo uma maior mobilidade do fotógrafo,
facilitando assim, a busca por ângulos inusitados e recortes que fugissem da
intenção de representação fiel da realidade.
De acordo com Sontag (2004, p. 18) recentemente, a fotografia tornou-se um
passatempo quase tão difundido quanto o sexo e a dança. Ou seja, a fotografia nos
dias de hoje não é praticada pela maioria das pessoas como uma arte. É, sobretudo,
um instrumento de poder que para algumas pessoas é um ato prazeroso de registrar
momentos, de estar figurando ou imitando algo que existe.
Hoje em dia tudo é fotografado, além de ser um meio de passar informações
em revistas, jornais, cartazes, sites de relacionamentos, como o ORKUT, as pessoas
fotografam por prazer.
Para Sontag, ―as fotos são apreciadas porque dão informações. Dizem o que
existe; fazem inventário (2004, p. 32). A fotografia pode ser utilizada no processo de
investigação do cotidiano das pessoas, a fim de que mediante as imagens obtidas
da família, da vizinhança, da cidade e das coisas que as cercam.
Por meio de fotos, o mundo se torna uma série de partículas independentes, avulsas; e a história, passada e presente, se tornam um conjunto de anedotas e de faits divers. (SONTAG, 2004, p. 33)
Para algumas pessoas, fotografar é um ato necessário, de estar podendo
capturar algo ou alguém que existe, ou existiu. Já para outras, é a necessidade de
prolongar o contato, a proximidade, o desejo de que o vínculo persista.
Sontag (1977) afirma que fotos fornecem um testemunho. Algo de que
ouvimos falar, mas de que duvidamos parece comprovado quando nos mostram
uma foto.
Com a ajuda da tecnologia digital os recursos para fotografar estão cada vez
melhores, Freeman (2007), afirma que a fotografia digital criou, mais do que
qualquer coisa, uma cultura de pós-produção.
Nos dias de hoje a linguagem estética da fotografia contemporânea tem muitas
variações de estilos e composições como: trabalhos voltados para temas sociais,
como as obras de Hai Bo (Fig. 08); autobiográfico, no qual o artista é o ator em sua
própria peça, como Ma Liuming (Fig. 09); trabalhos digitais como os de Joel – Peter
Witkin (Fig. 10); trabalhos com seqüência narrativa como Yinka Shonibare (Fig.11); a
informalidade nas obras de Nan Goldin (Fig. 12) e até a utilização de raios-x como
as obras de Alexander de Cadenet (fig. 13) que retrata celebridades mostrando não
a carne, mas a estrutura do crânio, não o corpo externo, mas o interno.
Fig. 08 – Hai Bo, Três Irmãs, 2000
Fig. 09 – Ma Liuming
Fig. 10 – Joel-Peter Witkin, Las Meninas, 1987
Fig. 11 – Yinka Shonibare, O Sono da Razão Produz Monstros, 2008
Fig. 12 – Nan Goldin, Rise e Monty na cadeira do salão, 1988
Fig. 13 – Alexander de Cadenet, Retrato do Crânio de Edward Lucie-Smith, 1998
De acordo com Busselle (1979), a fotografia, assim como a música, é uma
arte universal que transmite suas mensagens com maior força e de modo mais direto
que as palavras. Como em qualquer forma de expressão artística, procuramos expor
o que sentimos através de diferentes técnicas e maneiras, que são especificas para
cada proposta, sem, entretanto, deixar que as mesmas prevaleçam e ofusquem a
mensagem da obra.
Segundo Shüüer (1976) aqueles que encontram na fotografia apenas o
resultado do desenvolvimento tecnológico dos equipamentos eletrônicos, óticos e
químicos utilizados para a produção da fotografia, estão muito longe de entender o
verdadeiro significado da arte fotográfica. Fotografia é a utilização de determinadas
técnicas para codificar em imagem o mundo pessoal daquele que fotografa. E a
fotografia como arte exprime justamente isto, o sentimento do fotógrafo sobre as
pessoas, a natureza e o mundo que o cerca.
Fazer fotografia não é apenas apertar o disparador. Tem de haver
sensibilidade, registrando um momento único, singular. O fotógrafo recria o mundo
externo através da sua realidade estética. De acordo com Barthes (1982), muitos
não consideram a fotografia como arte, por ser facilmente produzida e reproduzida,
mas a sua verdadeira alma está em interpretar a realidade, não apenas copiá-la.
No processo da fotografia artística, você está criando uma nova imagem a
partir de algo concreto, e não apenas duplicando o que já existe. As imagens são
aparentemente silenciosas. Sempre, no entanto, provocam e conduzem a uma
infinidade de discursos e significados em torno delas.
Como já dizia Sontag (2004, p. 21):
―Uma foto não é apenas o resultado de um encontro entre um evento e um fotógrafo; tirar fotos é um evento em si mesmo, e dotado dos direitos mais categóricos.‖
Ou seja, interferir, invadir ou ignorar, não importa o que estiver acontecendo
fotografar é uma arte. Não há dúvida de que fotografia é considerada uma arte visual
como qualquer outro tipo de arte, que exige imaginação e intuição, o que significa
que não há nenhuma limitação em tirar fotografias, desde que sejam criativas e que
possuam um sentido estético, composicional e conceitual.
2.2 FRAGMENTOS E A MACROFOTOGRAFIA
Os fragmentos fotográficos deram origem através de aparições inesperadas
de cortes, partes e pedaços, de figuras fotografadas que de repente numa falha de
enquadramento se tornava algo fragmentado
A fotografia e a técnica dos raios-x são considerados excelentes instrumentos
de fragmentação da imagem, na qual pedaços do corpo e da carne humana podem
ser objetivados, quantificados, codificados, racionalizados e dissociados de qualquer
conjunto, como o do corpo inteiro, ao qual pertençam (CZEGLEDY, 2003)
A fotografia carrega consigo além da possibilidade de contemplação estética
do corpo em todos os seus ângulos, a possibilidade de reprodutibilidade das
imagens. Deve-se considerar também a variedade de aparências, faces, tipos e a
multiplicidade de superfícies que o olhar fotográfico pode produzir (SANTAELLA,
2004).
Segundo Calabrese (1988, p.89), as características mais marcantes do
fragmento são: 1) quanto ao ato de quebrar; nele o inteiro está in absentia; 2) os
confins do fragmento não são definidos e sim interrompidos; 3) é o recorte de uma
coisa; a geometria de um fragmento é a de uma ruptura; 4) a análise da linha
irregular da fronteira permite uma obra de re-construção/ re-constituição do todo pela
via de hipóteses do sistema de pertença; 5) o fragmento não é explicado, ele explica
de um jeito novo o mesmo sistema; 6) o fragmento torna-se ele próprio o sistema de
renúncia à pressuposição da sua pertença a um sistema.
Para conseguir chegar a esses fragmentos utilizamos a técnica de
macrofotografia é a técnica de realizar fotografias de aproximação, de tamanho
maior que o natural, mostrando a beleza de pequenos detalhes que muitas vezes a
olho nu seria impossível de perceber, sendo provavelmente este um dos motivos de
seu encanto. (Fig. 14).
Não existe uma definição técnica fixa para o termo Close-up (macro), mas em geral refere-se a situações onde se está a trabalhar mais perto do sujeito do que é habitual. (WESTON, 2005, p. 59).
Existem fotógrafos que não se contentam em fotografar o que normalmente
todo mundo vê. Vão mais além, procurando detalhes, compondo, com formas e
cores, imagens que escapam da maneira convencional de observação e
interpretação. Conforme Filho (2008), a macrofotografia é uma prática ideal para
desvendar esse maravilhoso mundo que é a fotografia de aproximação.
Fig. 14 – Imagem macrofotográfica
A macrofotografia é, portanto, a técnica de fotografar à curta distância,
podendo assim ampliar o assunto com o auxilio de acessórios destinados a este tipo
de fotografia, como lentes close-up, tubos e foles de extensão e as famosas
objetivas ―macro‖, cujo poder de aproximação alcança em certos casos, a taxa de
1:1, o que significa dizer que obteríamos no negativo ou cromo uma imagem de
tamanho igual ao do objeto fotografado (THALES, 2003).
Segundo Weston (2005) a câmera recomendada para se fazer macrofotos é
uma reflex — é uma câmara que permite com que a cena seja vista através da
objetiva, que funciona como objetiva do visor. Nela há um espelho que reflete a
imagem, através de um prisma para o visor, ao nível dos olhos. Oferecem melhores
resultados do que as câmaras simples —, pois este tipo de máquina permite trocar
lentes e usar a objetiva macro ou uma lente close-up. As lentes macro são objetivas
específicas para esse trabalho, pois permite grandes ampliações e possuem uma
excelente qualidade óptica.
Outro acessório muito utilizado na fotografia macro, conforme Weston (2005)
é o uso de flash, que é uma solução boa e simples, mas muitas vezes produz uma
iluminação, sem muita qualidade direcional. Mas ele tem suas vantagens que é
permitir o uso de menores aberturas de diafragma, proporciona uma maior
profundidade de campo e também permite o uso de velocidade mais alta do que o
necessário no caso de objetos em movimento ou se a câmera estiver sendo usada
na mão.
Em macrofotografia, a profundidade de campo é muito importante e depende
da objetiva e do grau de ampliação do objeto a ser fotografado. Segundo Freeman
(2005), quanto maior a aproximação, menor a profundidade de campo. Um dos
―macetes‖ é utilizar diafragmas bem fechados (f/16, f/22 ou f/32).
Weston (2005), fala que a fotografia é capaz de revelar coisas que
normalmente não veríamos. Isto se passa, sobretudo com a fotografia de close-up e
macro nas quais, numa fração de segundo, a câmera consegue registrar um mundo
freqüentemente invisível ao olho leigo.
A visão do fotógrafo tende a ser diferente, deve ser mais complexa, mais rica,
mais atenta, mais penetrante do que a do homem em geral, que não tem o hábito de
observar a realidade senão nos seus aspectos exteriores mais evidentes, na sua
aparência de cores e de formas mais explicitas.
Imagens fotografadas não parecem manifestações a respeito do mundo, mas sim pedaços dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou adquirir. (SONTAG, 1977, p. 14-15).
Utilizamos então a macrofotografia para representar fragmentos do rosto
como algo que podemos manipular com a intenção de mostrar a captação de
expressões faciais, evidenciando texturas e interferências, além da aplicação de
cores e grafismos com o objetivo de gerar experimentações como proposta de uma
aproximação com o movimento da Arte Pop.
2.3 O CORPO NA ESTÉTICA DA ARTE POP
Nos anos 1960, o corpo fragmentado é amplamente explorado por Wandy
Warhol (1930-1987), grande idealizador da Pop Arte americana (1960). Seus torsos
impressos em silkscreen (Fig. 15) são considerados um conjunto singular do corpo
representado, do corpo-imagem na pintura contemporânea.
Fig. 15 – Andy Warhol - Torsos, 1977
Ainda nos anos 60 o pop nas artes plásticas denunciava a presença das
imagens que povoavam o cotidiano das pessoas comuns nos contextos urbanos,
seja pela força de veiculação do cinema, da propaganda, da televisão, das histórias
em quadrinhos, das revistas, seja pela abundância excessiva dos produtos
industriais em série que enchiam as prateleiras dos supermercados que se
espalhavam pelas sociedades capitalistas, altamente consumistas.
Na arte pop o corpo era representado de várias maneiras, o que pode se
observar na escultura, nas fotografias com interferências, na pintura, etc. O artista
Richard Hamilton mostra isso em suas obras, em ―She‖ [Ela] (Fig.16), é apresentada
uma torradeira e um tubo de aspirador de pó formando um corpo feminino, com uma
porta de geladeira aberta que revela uma garrafa de Pepsi - Cola e outros produtos
enlatados. A arte pop visava a representação do mundo consumista. Corpos feitos
com produtos com uma comparação ao homem consumista vazio de valores morais
e repletos de bens de consumo.
Fig. 16 – Richard Hamilton, She [Ela], 1958-61
Alguns artistas desse período retratavam em algumas obras o prazer do
consumo.
Ao crescente tempo de lazer para o desfrute de literatura e de música popular juntava-se uma nova permissividade em relação ao corpo, sua representação e seu consumo. (MACCARTHY, 2002, p. 46)
Naquela época objetos sexualmente explícitos estavam cada vez mais
disponíveis e era presença obrigatória na arte, na ficção, na propaganda, na música
pop e no cinema, que trazia com destaques corpos comercializados e sexualizados
que eram percebidos como um produto aos consumidores.
Pensar o corpo humano como produto de consumo é uma prática que vem se concretizando através de sua incisiva representação por meios cada vez mais obsessivos de valorização da imagem na história ocidental. (GARCIA, 2006, p. 86)
Maccarthy (2002), afirmava que dos dois lados do Atlântico o corpo feminino
figurava em várias pinturas pop, o que já era evidente nas colagens de alguns
artistas. Na arte pop o corpo era muito valorizado, e às vezes ele era representado
por uma modelo ou uma atriz cujas imagens sensuais produzidas em grande escala
exerciam um forte apelo ao consumo, essas mulheres erão chamadas de Pin-Ups
(Fig. 17), tipo de mulher mítica, extremamente sexy, dos anos 30 e 40, impressas
em pôsteres e penduradas ("pin up") nas paredes, em poses às vezes inocentes,
inseridas em cenas do cotidiano íntimo feminino ou em situações embaraçosas, mas
sempre com uma altíssima voltagem de erotismo sutil (VARGAS, 2006, p.21).
Destinadas à exibição informal, as Pin-Ups constituíam num tipo leve de erotismo.
Muitas eram fotografias de celebridades consideradas sex symbols, mas elas
também podiam se referir a desenhos, pinturas e outras ilustrações feitas por
imitação às essas fotos.
Fig. 17 – Gil Elvgren, Pin-Up
Essas Pin-Ups estavam ligadas ao mercado na medida em que atraiam a
atenção do consumidor e eram produtos de intensa fantasia masculina. Elas foram
reconhecidas como importância para a fantasia sexual adolescente.
Hugh Hefner, criador da PlayBoy, transformou a Pin-Up em uma fonte de
inspiração corrente para pintores das décadas seguintes à gerra que desejavam
abordar a figura feminina, incluindo-se o nu. (MCCARTHY, 2002)
O nu era bastante representado na pop art também e junto dele era incluso
vários bens de consumo como embalagens de refrigerantes, garrafas de bebidas,
bolos instantâneos, etc. O artista Tom Wesselmann fazia nus colocados em
ambientes domésticos que incorporavam cortinas de chuveiro, telefones e gabinetes
de banheiro de verdade. (MCCARTHY, 2002)
Como proclamara o artista Hamilton, a arte pop era ―jovem e sexy‖, então
certamente ela tinha seus temas correntes a disposição.
Ao longo da década vários artistas pop deram atenção ao corpo de Marilyn
Monroe, Warhol dizia que ela parecia ser tanto a corporificação do prazer carnal
quanto a imagem da perfeita etéra e santa.
Porém não era somente o corpo feminino o único representante nesse
périodo, na arte pop o público era bem diversificado, embora o tratamento pop da
evolução sexual fosse basicamente masculino e heterossexual, havia outras vozes
de desejo no movimento, ou seja, ela abrigava também gays e feministas.
Uma prova disso vem das obras do artista David Hockney, que com pinturas
como Homem no chuveiro (Fig. 18) celebrava abertamente a sedução erótica do
corpo masculino.
Fig. 18 – David Hockney, Homem no chuveiro de Beverly Hills, 1964
Elvis Presley também foi uma das celebridades a serem representadas na
pop art. Andy Warhol, transformou um conhecido fotograma do cantor, numa
performance de sua forma perfeita, como ele era considerado (Fig. 19).
Fig. 19 – Andy Warhol, Elvis I e II, 1964
O corpo era um meio de comunicação da revolução sexual podendo assim,
transmitir seus desejos através das obras. Na estética da arte pop, era como um
alvo de desejo tanto para os artistas quanto para os observadores, transformava
preocupações momentâneas em material das belas artes.
2.4 A FOTOGRAFIA E O CORPO
Se pensarmos na arte pop e a cultura do corpo percebemos que a fotografia
traz em si o código da condição pós-moderna; da contaminação como estatuto, onde
tudo se formula e se constrói. Com isso o corpo acaba sendo um dos principais
componentes a ser capturados pelo fotografo.
Segundo Weil (2009, p. 07):
Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros e eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos.
Ou seja, o corpo faz parte de uma narrativa visual, dentre tantas formas de
comunicação e expressão e tem um importante lugar na fotografia, devido a sua
forte apelação e também por demonstrar mais expressão – seja lá qual este for –
quando uma imagem é captada.
A alternativa do corpo como apelação visual, nem sempre é bem utilizada,
pois dependendo da técnica utilizada para isso é necessário que o contexto se auto-
explique com a ―atuação‖ do corpo na imagem.
Quaisquer que sejam as reivindicações morais a favor da fotografia, seu
principal efeito é converter o mundo numa loja de departamentos, ou num museu
sem paredes em que todo o tema é degradado na forma de artigo de consumo e
promovido a um objeto de apreciação estética (AUMONT, 1993). Por meio da
câmera, as pessoas se tornam clientes ou turistas da realidade, realidade aquela
que não é que captada a olho nu, a realidade singular do momento, pois a realidade
é plural, fascinante e à disposição de quem vier pegar. Ao trazer o exótico para
perto, ao tornar exóticos o familiar e o doméstico, as fotos tornam disponível o
mundo inteiro como um objeto de apreciação.
É bom lembrar que a fotografia, desde que surgiu, teve um importante
desempenho nas pesquisas médicas e antropológicas, que visavam entender o
comportamento e a herança genética do corpo humano por meio do registro dos
movimentos voluntários e involuntários, e do panorama de diversas etnias,
ressaltando suas diferenças e destacando suas semelhanças (AUMONT, 1993). É
graças à fotografia que hoje podemos visualizar e comparar a trajetória percorrida
pelo corpo, independentemente da cultura a que pertençamos.
Assim como o mundo, o corpo também virou um objeto de apreciação, não
sendo mais chocante ou incomodo, como por exemplo, quando se vê uma imagem
de partes do corpo ou mesmo de corpos sem partes, assim como se a moldura
fotográfica fosse uma guilhotina, que ao cortar revela a anatomia visual do outro,
outro esse que na verdade somos nós. (GARCIA, 2005)
E fica a pergunta no ar: ―Como assim somos nós?‖ Simples, quando vemos
esse outro é o exercício de estar nos auto-espelhando para enxergá-lo, ou de outra
forma estudando-o para encontrar de alguma forma algo que nos simpatize por
aquela imagem eterna.
Conforme Barthes disse (1982): ―A fotografia é uma forma de matar o outro‖.
Matar? Ou eternizar no momento da imagem; enfim de qualquer forma quando o
apelo visual se trata do corpo humano, sendo ele nu, vestido, inteiro ou em partes, o
resultado sempre terá alguém que se ache naquele ―espelho‖.
2.5 A ARTE POP E A FOTOGRAFIA
A pop art aparece no cenário artístico para abandonar todo tipo de
profundidade ou de camada e passa a incorporar a fina espessura da película
fotográfica. A arte pop foi uma das várias correntes de criação artística que tiveram
relações privilegiadas com a fotografia.
O pop parece buscar na fotografia seu próprio padrão, transpondo os dados
fotográficos para toda a sua produção. As aparências, a duplicidade do universo da
fotografia, estão introduzidas na estética da arte pop como concubinato natural, que
não se pode mais distinguir o termino de uma e o início de outra.
Não é de se estranhar o fato de a arte pop incorporar a fotografia
como um sucker, pois tanto uma quanto a outra formulam o artifício
da substituição, do objeto escolhido na qual a realidade passa a ser
sempre deja-vu.
(FIGUEIREDO, 2007, p. 45).
O que se chamou de pop art nos anos 60 também assinalou uma evolução
certa na utilização da fotografia pela arte contemporânea (DUBOIS, 1993, p. 273). A
produção pop usa os procedimentos apropriados para confiscar objetos e fotografias
de ícones da sociedade industrial, transformando esses dejetos em imagens
serializadas.
Segundo Figueiredo (1899) Pop Art fratura a noção entre passado e futuro,
entre repertório imagético da Historia da Arte e as imagens da mídia, sem tecer
diferenças entre uma e outra.
A estética pop aponta para o objeto artístico e sua capacidade de reprodutibilidade e acessibilidade, equivalentes aos produtos oferecidos em vitrines e supermercados. (FIGUEIREDO, 2007, p. 47)
A arte pop trabalha com o paradoxo entre o evidente e o estilhaço, sendo que
o isolamento de cada objeto-sujeito é apresentado de modo serial.
Mundialmente, a arte pop, além das várias individualidades e modalidades
pelas quais exprime, caracteriza-se por toda uma rede de marcas complicadas e
bem conhecidas.
Compreende-se, portanto, que a relação entre Pop art e fotografia é
privilegiada: não é nem simplesmente utilitária, nem estético-formal,
é quase ontológica: essa última quase exprime a ―filosofia‖ da
primeira. A Pop art é um pouco a polaróide da pintura.
(DUBOIS, 1993, p. 279).
A onda da Pop Arte visava, basicamente, criar uma forma de arte que fosse
assimilada pelos novos rumos da cultura de massa que enchiam as casas das
pessoas, onde quadros e diversos tipos de obras, sempre eram muito coloridos e até
mesmo exagerados para a época.
CAPÍTULO III
PROCEDIMENTOS E ANÁLISES DAS OBRAS
Essa linguagem escolhida, a fotografia é como a pintura, a escultura ou a
gravura, que carrega a marca do seu autor, é possível que um observador atento
identifique a autoria de uma foto considerando características da imagem, como: a
temática, a luz, o ponto de vista, a composição, etc.
E nessa busca de criar um estilo pessoal, escolhemos a técnica de
macrofotografia buscando uma linguagem da estética do fragmento, trabalhando
com a captação de expressões faciais, deixando assim evidentes as texturas e
interferências no rosto.
O uso de um ambiente adequado para fotografar algo é fundamental para a
essencial obtenção de um bom resultado. Por isso, para o resultado final sair como
esperado foi utilizado lente macro, flash e um tripé.
A iluminação na macrofotografia é importante e fundamental, é um
componente que está estreitamente ligada à composição, ela funciona como um
elemento de condução do olhar. Mas o maior desafio é fazer com que haja
iluminação suficiente para definir o foco e, no mesmo tempo, distribuir a luz
igualmente para evitar sombras, fizemos vários testes (Fig. 20 e 21) para obter o
resultado esperado. O uso dos flashes atenua esses problemas citados desde que
essa luz chegue difusa ao objeto, usando papeis, papelão ou isopor.
Fig. 20 – Falta de Luz Fig. 21 – Excesso de luz
Para a luz chegar difusa e evitar sombras na fotografia fizemos um difusor de
papel vegetal para o flash (Fig. 22).
Fig. 22 – Difusor de papel vegetal
Na macrofotografia a profundidade de campo é diretamente afetada pela
abertura da lente: uma abertura grande torna nítido apenas o objeto focalizado, já
uma abertura muito pequena coloca em foco tudo o que está no primeiro plano e no
plano de fundo. Quanto mais fechado estiver o diafragma (f16, f22, etc.) maior será a
qualidade, a definição e a nitidez da imagem.
Conseqüentemente o obturador terá que ficar o máximo de tempo aberto para
captar a luz, pois o obturador e a abertura funcionam em conjunto. A velocidade do
obturador é o tempo em que ele permanece aberto; ela controla por quanto o tempo
a luz deverá atingir o filme. A velocidade do obturador é medida em frações de
segundo. No caso de close-up, como a abertura vai estar muito fechada, a entrada
de luz vai ser menor, compensa-se a falta de luz com a diminuição da velocidade do
obturador.
Entretanto, quanto menor a velocidade, maiores as possibilidades de a
fotografia sair tremida, isso ocorre pela movimentação da câmera enquanto o
obturador está aberto. Para que isso não aconteça, a câmera deve estar imóvel. Isso
pode ser conseguido apoiando a câmera numa superfície sólida ou utilizando um
tripé. É preciso muito esforço e paciência, mas o resultado final pode ser
surpreendente.
Para chegar a nossa poética fizemos varias experimentações: primeiro
tentamos fazer fotos abstratas (Fig. 23), depois trabalhamos com objetos tentando
criar composições diferentes (Fig. 24), mais para frente decidimos mexer com olhos
de gato (Fig. 25 e 26) e finalmente resolvemos trabalhar com partes do corpo
humano (Fig. 27 e 28), mas percebemos que ficaria mais interessante a nossa
poética se somente trabalhássemos com uma parte do corpo, então decidimos
capturar imagem do rosto, mais especificamente trabalhar com a boca que querendo
ou não nos transmite muita expressão e assim conseguimos chegar aos fragmentos
desejados. Trabalhamos com fotografias coloridas e preto e branco, então como
queríamos que se aproximasse do movimento pop trabalhamos com a fotografia
preto e branco e nela aplicamos primeiramente algumas cores (Fig. 29) acabamos
percebendo que precisava de mais alguma coisa então acrescentemos o grafismo
que foram feitos através de uma ferramenta do software Adobe Photoshop chamada
Brushes. (Fig. 30).
Com os Brushes podemos ajustar os grafismos para que as formas e volumes
que a fotografia contém não sumam quando eles são aplicados, sendo assim
ficando naturais como se fizessem parte do corpo-imagem fragmentado.
Fig. 23 – Macrofotografia abstrata
Fig. 24 – Composição de objetos
Fig. 25 – Olho I Fig. 26 – Olho II
Fig. 27 – Parte do corpo I Fig. 28 – Parte do corpo II
Fig. 29 – Experimentação P&B com aplicação de cor
Fig. 30 – Experimentação P&B com aplicação de cor e grafismo
Antes de chegarmos ao produto final primeiramente tiramos as fotografias no
formato RAW com uma câmera semi profissional, as imagens eram coloridas,
Depois eram passadas para o computador e seu formato era modificado para um
formato mais conhecido como TIFF que era um pouco mais leve que o anterior para
assim não poder perder muito de sua qualidade.
Em seguida abríamos as fotografias no Adobe Photoshop para começarmos a
manipulá-las. O processo começava criando se uma camada da imagem para
podermos alterarmos a cor para preto e branco, depois criavam se outras camadas
para aplicarmos as cores desejadas e os grafismos através da ferramenta brush.
Para que os grafismos ficassem naturais era preciso mexer na angulação deles
ajustando a imagem e também era mexido na opacidade para poder parecer como
se fossem tatuagens para que a imagem não perdesse suas texturas e volumes. E
por ultimo para finalizar a obra duplicamos a imagem e usamos um filtro chamado
Overlay para a imagem ficar com o brilho e o contraste desejado. Para dar uma
sensação de leveza e suavidade o suporte utilizado foi o acrílico. O processo feito
era o de adesivagem no acrílico e para ficar fixo na parede foi feito uma caixa atrás
para dar uma distância da parede.
Na primeira obra (Fig. 31) está presente a sensação de que a idéia de fazer
fragmentos de caras tinham haver com o pensamento sobre o corpo como algo que
você pode manipular, ou seja, da maneira como a boca esta sendo apertada e
exprimida acaba criando-se uma expressão diferente que não conseguiríamos fazer
sem a ajuda das mãos. E se observarmos as cores da bandeira americana que era
algo bem marcante no movimento artístico pop e com a aplicação das estrelas nas
unhas a sensação fica ainda maior. Sendo assim, dando a entender que a bandeira
americana esta sendo representada através desse fragmento.
Fig. 31 – Obra 1
Dimensões: 32 x 100 cm
A obra seguinte (Fig. 32) transmite uma idéia de como se ela estivesse
deixando as linhas saírem de sua boca e assim dando a sensação de vidro
quebrado com os cruzamentos das linhas. A cor utilizada na boca passa a sensação
de desejo e a cor utilizada nas unhas é muito semelhante à de um chiclete de Tutti
Frutti passando assim a vontade de mastigar um chiclete.
Fig. 32 – Obra 2
Dimensões: 40 x 100 cm
Já essa obra (Fig. 33) ela passa a sensação de que estivesse quebrando e
rachando sua pele no momento em que sua face é comprimida com as mãos. A
composição das cores está bem relacionada ao movimento Pop arte, pois são cores
vibrantes que acabam passando a sensação de poder sobre algo.
Fig. 33 – Obra 3
Dimensões: 55 x 100 cm
A última obra (Fig. 34) segue quase a mesma linha da primeira obra, dizemos isso
porque novamente precisou do auxilio das mãos para fazer uma expressão
diferente. Ela também esta bem ligada a Arte pop sendo bem representada pelas
cores, principalmente a cor vermelha aplicada nos lábios. Essa obra passa a
sensação de que realmente as bolhas estivessem sendo produzidas de dentro da
pessoa e sendo soltas pela boca.
Fig. 34 – Obra 4
Dimensões: 55 x 100 cm
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo dessa pesquisa foi apresentar a possibilidade que a
macrofotografia tem de fornecer uma imagem de aproximação gerando a
possibilidade da utilização da linguagem de fragmentos, com aplicação de cores e
de grafismos feitos através da manipulação digital para chegarmos o mais
semelhante possível da arte; as fotos são admiráveis e bem compostas, não são
somente restritas à documentação e pesquisas biológicas.
Ao longo do tempo cada fotógrafo cria a sua maneira própria de ver o mundo
que o rodeia. Procura formas de comunicar visualmente. Com o tempo, vai
adquirindo sensibilidade na arte de comunicar visualmente.
Neste projeto segui uma linha de estudos que caracteriza a minha forma de
fotografar. A macrofotografia possibilita imagens do cotidiano, mostrando aos nossos
olhos coisas que geralmente não prestamos muita atenção, coisas comuns que
acabam ficam maravilhosas depois de uma bela composição.
Para esse trabalho sair como esperado, fiz um estudo sobre tipo e direção de
luz, velocidade do obturador, abertura do diafragma, profundidade de campo,
fragmentos, movimento arte pop e sobre o corpo, pois tudo precisa estar
devidamente avaliado e ajustado.
Assim, esse trabalho reside no fato do espectador poder ―ler‖ detalhes
fotograficamente da cultura digital, em condições de livre interpretação, no tempo e
espaço que desejar.
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<http://mnemoteca.blogspoy.com/2007/11/sobre-manipulacao-de-imagens.html>,
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Portifólio
Mariana Gomes de Souza
FRAGMENTOS DE IMAGENS NA CULTURA DIGITAL
Esta apresentação é o resultado de uma produção plástica na modalidade de
fotografia, que teve como tema ―Fragmentos de imagens na cultura digital, para
defesa do trabalho final de bacharelado em Artes Visuais.
Para a minha proposta de produção realizamos uma pesquisa teórica que
pudesse fundamentar nosso conhecimento e aprendizagem a respeito desta
linguagem, tanto no sentido do seu contexto histórico, como na sua aplicação na
prática artística como ferramenta técnica
O processo de criação de cada imagem passa pelo estudo detalhado da
técnica da macrofotografia, buscando captar expressões faciais evidenciando
texturas e interferências além da aplicação de cores e grafismos com o objetivo de
gerar experimentação como proposta de uma aproximação com o movimento da
Arte Pop.
Foram realizados quatro trabalhos em fotografia sendo que cada uma foi
manipulada digitalmente no software Adobe Photoshop, as imagens foram
adesivadas em placas de acrílico dando um ar de suavidade, leveza e delicadeza a
obra.
As obras apresentadas ressaltam os aspectos estético do movimento da arte
pop sendo representados através dos fragmentos de imagens realizados,
transformando tudo isso na poética de uma artista que buscou na fotografia uma
liberdade de expressão e que lhe proporcionasse um desejo de continuar criando e
desenvolver assim, seu próprio estilo.
CURRICULUM
Nome: Mariana Gomes de Souza
Local de Nascimento: Araraquara – SP 05/05/1988
Filiação: Osmar Dorico de Souza
Ana Lucia Gomes Silva de Souza
RG.: 001.565.534 SSP/MS
CPF.: 020.926.191-95
Endereço: Rua Bacaba, s/n, Quadra 01 Lote 01, Coophatrabalho
Telefone: (67) 3042-9953 / (67) 9258-7927 / (67) 84091906
Campo Grande – MS
FORMAÇÃO
Ensino Fundamental: ―Colégio Estadual Rui Barbosa‖;
Ensino Médio: ―Colégio Latino Decisivo‖;
Ensino Superior: Artes Visuais – Bacharelado UFMS.
ATIVIDADES EXTRACURRICULARES
Curso Profissionalizante (Cenaem–Centro Nacional de Aprendizagem Empresarial) - 2003: Técnicas Administrativas, Departamento Pessoal, Secretariado, Redação Comercial, Marketing Pessoal e Relações Interpessoais.
Informática (Cenaem–Centro Nacional de Aprendizagem Empresarial) - 2003: Windows 98, Word 2000, Excel 2000, Power Point 2000, Internet, Antivírus, Compactador de Arquivos.
Oficina Criando Cores (Centro Cultural José Octávio Guizzo) – 07/07 a 16/07 de 2009.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS
2006 – TRIDIMENSIONAL
Friso
2007 – 22/05 a 09/06 – ESCULTURA
Cabeças
2007 – 31/07 a 18/08 – ESCULTURA
Luz e Sombra
2007 – 16/10 a 03/11 – ESCULTURA
Produção Seriada
2077 – 20/11 a 01/12 – ESCULTURA
Assemblage
2007 – FUNDAMENTO DO DESENHO
Mandala
2008 – OFICINA DE DESIGN GRÁFICO
Cartaz
2008 – FUNDAMENTO DA CULTURA BRASILEIRA
Instalação Folclore
2008 – PESQUISA EM ARTE
Fotografia Macro
2008 – 06/11- DESENHO III
Maquete de Perspectiva
2009 – 28/11 a 29/11 – Apresentação de Dança (Performance)
―A Branca de Neve e os Sete Anões‖
Obra 1
Técnica: Fotografia Digital
32 x 100 cm
Obra 2
Técnica: Fotografia Digital
40 x 100 cm
Obra 3
Técnica: Fotografia digital
55 x 100 cm
Obra 4
Técnica: Fotografia digital
55 x 100 cm