Post on 06-Jun-2015
UNIVERSIDADE NILTON LINS
CURSO SUPERIOR TECNOLOGO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
E MEDIDAS PREVENTIVAS
Manaus/AM
2013
Anibal da Silva Cajado
Marta Lobato Lima
Silvânia Souza de Araújo
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência
parcial para obtenção da
Graduação a Universidade Nilton
Lins, sob a orientação do Prof .
Eng. Civil e Segurança do
Trabalho: Luís Coelho de
Magalhães Botelho.
Manaus/AM
2013
CDU 616-001.44
CDU 616-001.44
Cajado, Anibal da Silva
C139a Acidentes com perfurocortantes e medidas preventivas / Anibal da Silva
Cajado, Marta Lobato Lima, Silvânia Souza de Araújo. – 2013.
55 f.; 30cm.
Orientador: Prof. Luís Coelho de Magalhães Botelho.
Trabalho de conclusão de Curso (graduação) – Universidade Nilton Lins,
Curso Superior Tecnólogo em Segurança do Trabalho, 2013.
1. Acidentes com agulhas. 2. Perfurocortantes. 3. Prevenção.
ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
E MEDIDAS PREVENTIVAS
Este TCC foi julgado para obtenção da Graduação e Aprovado em sua forma
final pelo Curso de Tecnólogo em Segurança do Trabalho
Manaus, 27 de junho de 2013.
____________________________________
Prof. Luís Coelho de Magalhães Botelho
____________________________________
Prof.ª MsC Ida Paula da Silva Moura
____________________________________
Prof.ª Carolina de Jesus Candido Neves
Dedicatória
Eu, Aníbal da Silva Cajado, dedico este TCC primeiramente ao nosso Senhor Jesus Cristo
que me iluminou todos estes anos e que me fez não desistir do meu sonho, e a minha querida
mãe Maria Francisca que me apoio nesta jornada, se não fosse ela eu não conseguiria
concluir este curso, pois, muitas vezes eu pensei em desistir, mas ela permaneceu sempre do
meu lado me dando todo o apoio. Hoje eu estou aqui prestes a concluir o curso de
graduação, eu agradeço muito a ela, e as minhas irmãs, e aos meus amigos, familiares e aos
professores desta instituição.
Eu, Marta Lobato Lima, dedico este TCC, em primeiro lugar a Deus, pela força e coragem
durante toda esta longa caminhada, ao meu amado esposo Fábio pela paciência pelo
incentivo, pela força e principalmente pelo carinho. Dedico em especial aos meus filhos
Fábio Matheus, (Joaquim) Paula Joaquina que sofreram com minha ausência a Brenda
Vitoria que desde o nascimento de seu irmão me deu forças pra continuar a estudar, a minha
querida e amada irmã Madalena que por muitas vezes renunciou à sua própria vida pra que
eu pudesse chegar até aqui, ao meu pai Lázaro Lima que prometeu viver pra me vir vencer
na vida e a minha cunhada e amiga Fabíola pelo apoio. Obrigada à todos.
Eu, Silvânia Souza de Araújo, dedico este TCC, a todos da minha família, ao meu esposo
Dinelson e a meu filho Marcus Victor que ao longo desses três anos sempre estiveram ao
meu lado me dando força para continuar estudando e por ter compreendido minha ausência
por conta dos estudos. Aos meus irmãos Douglas, Dercley, Silvia e Silviane que me deram
força nos momentos difíceis e participaram das minhas alegrias. A minha avó Hilda que
admiro tanto, pela sua experiência de vida. Dedico em especial a minha querida mãe
Osilete, que nunca deixou desistir dos meus sonhos e preenche minha vida de alegria, amor,
carinho, proteção e atenção. Grata pelo carinho de todos.
Agradecimentos
Agradecemos a DEUS por ter iluminado nosso caminho, dando-nos força, saúde e coragem.
Agradecemos as nossas famílias e amigos, que por todo esse tempo que nos deram apoio e
incentivaram nossa luta.
Aos colegas de curso, que estiveram ao nosso lado nos momentos alegres e difíceis e, por
nos proporcionar momentos de descontração em sala de aula.
Aos queridos professores de todos os períodos do curso, que sempre nos encorajaram a
continuar e nunca desistir.
Ao nosso orientador Professor Luís Coelho, que acreditou em nosso potencial, que esteve
presente em todos os momentos deste trabalho de conclusão de curso e durante todo o
desenvolvimento teórico-prático desta publicação, sempre nos apoiando, incentivando e
orientando.
... Muitas vezes estamos em dificuldades,
mas não somos derrotados.
Algumas vezes ficamos em dúvida,
mas nunca desesperados.
Temos muitos inimigos,
mas nunca nos falta um amigo.
Às vezes somos feridos,
mas não destruídos.
2 Coríntios 4, 8-10
RESUMO
Este trabalho possui como tema principal os acidentes com perfurocortantes e medidas preventivas, que ao longo
das pesquisas realizadas apontam os acidentes com agulha como um sério problema nas instituições hospitalares,
uma vez que as exposições percutâneas são as maiores responsáveis pela transmissão ocupacional de infecções
sanguíneas para os profissionais de saúde. Historicamente estudos comprovam que a preocupação com os riscos
biológicos surgiu, somente, a partir da epidemia do HIV/AIDS nos anos 80, onde foram estabelecidas normas
para as questões de segurança no ambiente do trabalho hospitalar.
O ato de reencapar agulhas, a desconexão da agulha da seringa, o transporte ou manipulação de agulhas
desprotegidas, o descarte inadequado dos objetos perfurocortantes em recipientes impróprios ou em recipientes
superlotados são as principais causas de acidentes. Os hospitais são locais complexos, onde se realizam cuidados
de saúde a um grande número de pessoas, tendo como resultado a existência de riscos potenciais aos quais os
trabalhadores podem estar expostos. Dados de vigilância agregados do National Suryeillance System for Health
Care Workers (NaSH), são usados para fornecer uma descrição geral da epidemiologia das exposições
percutâneas, onde, mostram que a equipe de enfermagem é que sofre o maior número de acidentes com
perfurocortantes. Entretanto, outros trabalhadores que prestam assistência aos pacientes (como médicos e
técnicos), pessoal de laboratórios e trabalhadores de equipes de suporte (por exemplo, trabalhadores de serviços
de higienização/limpeza) também estão sujeitos a este risco. Entre as doenças ocasionadas pelo acidente com
perfurocortantes o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HBC) e o vírus da AIDS (HIV) são os
patógenos mais comumente transmitido durante as atividades de assistência ao paciente.
Estudos realizados comprovam que são grandes os efeitos na vida de quem sofre o acidente, gerando medo e
angustia mesmo que não haja contaminação de doenças graves. As instituições de saúde necessitam de diretrizes
claras para a elaboração de uma eficiente ferramenta de gestão dos riscos, envolvendo a prevenção de acidentes
dos profissionais com materiais perfurocortantes, e foi por isso, que o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego)
criou a Portaria nº 1.748, de agosto de 2011, que trata do Plano para Implantação de Materiais Perfurocortantes
com Dispositivo de Segurança que foi determinante para que essa exigência fosse atendida. Um efetivo
programa de prevenção de acidentes inclui diversos componentes que devem atuar em conjunto para prevenir
que os trabalhadores da saúde sofram acidentes de trabalho com agulhas e outros materiais perfurocortantes.
Esse programa de prevenção deve se integrar aos programas já existentes, como os de gestão da qualidade, de
controle de infecção e de segurança e saúde ocupacionais. Apesar da complexidade deste trabalho sobre o tema
abordado, concluí-se que, com treinamentos específicos, conscientização dos profissionais de saúde e
fiscalizações realizadas pelos setores e órgãos competentes ocorrerá a prevenção.
Palavras-Chave: acidentes com agulhas; perfurocortantes; prevenção.
ABSTRACT
This work has as main theme needlestick accidents with cutting and preventive measures, which over the point
of the research conducted needlestick injuries as a serious problem in hospitals since the percutaneous exposures
are the most responsible for occupational transmission of blood-borne infections for health professionals.
Historically, studies show that concern about biological risks arose only from the epidemic of HIV / AIDS in the
'80s, where standards have been established for the safety issues in the workplace hospital.
The act of recapping needles, disconnecting the syringe needle, shipping or handling needles unprotected, the
improper disposal of sharp objects pierce in containers unfit or overcrowded containers are the main causes of
accidents. Hospitals are complex sites, where they perform health care to a large number of people, resulting in
the existence of potential risks to which workers may be exposed. Surveillance data aggregated Suryeillance
National System for Health Care Workers (NaSH), are used to provide an overview of the epidemiology of
percutaneous exposures, which show that the nursing staff is suffering the highest number of accidents with
sharp pierce. However, other workers who provide patient care (such as medical and technical) staff, laboratories
and support teams of workers (eg, service workers cleaning / cleaning) are also subject to this risk. Among the
diseases caused by accident with sharp pierce the hepatitis B virus (HBV), hepatitis C (HBC) and the AIDS virus
(HIV) are the most commonly transmitted pathogens during patient care activities.
Studies show that the effects are large in the lives of those who suffer the accident, causing fear and anguish
even if there is contamination of serious diseases. Health institutions need clear guidelines for the development
of an efficient tool for risk management, involving the prevention of accidents with professional materials pierce
cutting, and was therefore the MTE (Ministry of Labour and Employment) Ordinance created No. 1748, August
2011, which deals with the Implementation Plan for Materials perforating knives with safety device that was
crucial to those requirements were met. An effective accident prevention program includes several components
that must work together to prevent health workers suffer work-related injuries from needles and other sharp
materials pierce. This prevention program must integrate with existing programs such as quality management,
infection control and occupational health and safety. Despite the complexity of this work about the subject, I
concluded that, with specific training, awareness of health and inspections conducted by the industry and
relevant bodies occur prevention.
Keywords: needlestick injuries, needlestick sharps; prevention.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Grupos de trabalhadores da saúde expostos a sangue ou outros materiais
biológicos.................................................................................................................................22
Figura 2 Locais de ocorrência dos acidentes com sangue ou outros materiais
biológicos.................................................................................................................................24
Figura 3 Circunstâncias de ocorrência de acidentes percutâneos envolvendo agulhas com
lúmen........................................................................................................................................25
Figura 4 Tipos de perfurocortantes envolvidos nos acidentes percutâneos............................26
LISTA DE TABELA
Tabela 1 Comparação das proporções e taxas de acidentes percutâneos entre ocupações
selecionadas em diferentes estudos..........................................................................................23
Tabela 2 Infecções transmitidas através de acidentes percutâneos durante atividades de
assistência ao paciente (PC) e/ou no Laboratório/Autópsia (LA)...........................................27
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIDS - Acquired Immunodeficiency Syndrome
CCIH – Comissão de Controle de Infecção hospitalar
CDC - Centers for Diseases Control and Prevention
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidente
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
DORT - Doenças Orteomusculares Relacionadas ao Trabalho
EPC - Equipamento de Proteção Coletiva
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
HBV - Vírus da Hepatite B
HCV - Vírus da Hepatite C
HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NaSH - National Suryeillance System for Health Care Workers
NR - Norma Regulamentadora
OMS - Organização Mundial de Saúde
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
SMS – Saúde, Meio Ambiente e Segurança
UAB – Universidade Aberta do Brasil
WHO – World Health Organization
SUMÁRIO
Resumo
Abstract
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Lista de Abreviaturas e Siglas
1.0 Introdução..........................................................................................................................15
2.0 Revisão da Literatura.........................................................................................................17
2.1 Histórico de Acidentes com Profissionais da Saúde......................................................17
2.2 As Principais Causas de Acidentes.................................................................................19
2.3 Riscos para os Trabalhadores em Ambiente Hospitalar ..............................................21
2.4 Grupo de Risco para Acidentes com Perfurocortantes.................................................22
2.4.1 Epidemiologia dos Acidentes com Perfurocortantes...............................................22
2.4.2 Quem Corre Risco de Sofrer Acidentes com Perfurocortante.................................22
2.4.3 Onde, Quando e Como Ocorrem os Acidentes.........................................................23
2.4.4 Quais Perfurocortantes estão Envolvidos nos Acidentes Percutâneo......................25
2.5 Doenças como Consequência do Acidente.....................................................................27
2.5.1 Patógenos de Transmissão Sanguínea.......................................................................27
2.5.2 Vírus da Hepatite B.....................................................................................................27
2.5.3 Vírus da Hepatite C.....................................................................................................28
2.5.4 Vírus do HIV (Vírus Da Imunodeficiência Humana) ..............................................29
2.6 Efeitos na vida de Quem Sofre o Acidente........................................................................29
2.7 Prevenções de Acidentes com Perfurocortantes em Assistência À Saúde.......................32
2.7.1 Estratégias para a Prevenção de Acidentes................................................................36
3.0 Metodologia.......................................................................................................................38
3.1 Característica da Investigação.......................................................................................38
3.2 Período da Investigação.................................................................................................38
3.3 Apresentação e Análise da Pesquisa..............................................................................38
4.0 Resultados e Discussões....................................................................................................39
5.0 Conclusão...........................................................................................................................42
Referências Bibliográficas
Anexos
Anexo I- Programas de Prevenções de Acidentes em Ambiente Hospitalar
Anexo II - Ministério do Trabalho e Emprego Gabinete do Ministro (Portaria nº 1.748, de
30 de agosto de 2011)
Glossário
15
1.0 INTRODUÇÃO
Segundo o Manual de Prevenção de Acidente de Perfurocortantes da FUNDACENTRO os
serviços de saúde são compostos por ambientes de trabalho complexos, apresentando, por isso
mesmo, riscos variados à saúde dos trabalhadores e também das pessoas que estejam
recebendo assistência médica nesses locais. Dentre esses riscos, um que é bastante peculiar ao
serviço de saúde é o risco de sofrer um acidente de trabalho com material biológico
envolvendo um perfurocortante. Além de incluir o ferimento em si, a grande preocupação em
um acidente desta natureza é a possibilidade de vir a se infectar com um patógeno de
transmissão sanguínea, especialmente os vírus das hepatites B e C e da AIDS. Essas são
doenças que trazem grandes perdas não só ao trabalhador acidentado, mas também a toda a
sociedade. Mesmo que não haja soro conversão, um acidente com um perfurocortante envolve
o sofrimento do trabalhador acidentado e de sua família e muitas vezes grandes custos
financeiros.
A prevenção de acidentes de trabalho com material biológico é uma importante etapa na
prevenção da contaminação de trabalhadores da saúde por patógenos de transmissão
sanguínea. Dados epidemiológicos sobre os acidentes, incluindo as circunstâncias associadas
com a transmissão ocupacional por estes patógenos, são essenciais para o direcionamento e a
avaliação das intervenções nos níveis local, regional e nacional. Os CDC’s estimam que, a
cada ano, ocorram 385.000 acidentes com perfurocortantes entre os trabalhadores da saúde
que atuam em hospitais; uma média de 1.000 exposições por dia. A verdadeira magnitude do
problema é difícil de ser avaliada, já que não existem informações sobre a ocorrência destes
acidentes entre os trabalhadores que atuam em outros serviços, como, por exemplo,
instituições de longa permanência para idosos, clínicas de atendimento ambulatorial, serviços
de atendimento domiciliar (home care), serviços de atendimento de emergência e consultórios
particulares. Além disso, embora estas estimativas dos CDC’s tenham sido ajustadas em
relação à subnotificação, a importância deste fator não pode ser subestimada. Diferentes
estudos indicam que mais de 50% dos trabalhadores da saúde não notificam a ocorrência de
exposições percutâneas envolvendo material biológico.
16
Baseados nessas pesquisas, desenvolvemos o nosso tema que aborda acidentes com
instrumentos perfurocortantes ocorridos com trabalhadores de serviço de saúde, delimitando
para acidentes com agulhas em ambiente hospitalar e, suas medidas preventivas.
É relatado um problema real, que acontece diariamente no ambiente de trabalho hospitalar.
Ao questionarmos o problema, realizamos estudo que identificam as causas, os efeitos e as
consequências, bem como, as medidas preventivas necessárias para enfrentá-lo.
Este estudo contribuirá para reforçar a atenção quanto à segurança do trabalho em ambiente
hospitalar, tendo como consequência, obtenção de melhoria técnica para todos os
trabalhadores de serviço de saúde envolvidos com o tema, acarretando importante
contribuição social, cujo benefício será preservar a saúde e segurança de todos os
trabalhadores que prestam serviço em ambiente hospitalar.
17
2.0 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 HISTÓRICO DE ACIDENTES COM OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Historicamente as primeiras pessoas que cuidavam dos doentes eram freiras e religiosos.
Atualmente, a enfermagem presta esse cuidado, contando também com técnicas de precaução
e transmissão de doenças, bem como promoção da saúde do indivíduo. Essas técnicas
passaram a ser desenvolvidas com Florence Nightdale, a precursora da enfermagem, que
desenvolveu as primeiras formas de organização e técnicas de limpeza, principalmente de
locais mais simples, como chão e até a lavagem de materiais utilizados, o que na época fez
com que ocorresse a diminuição do índice de mortalidade, principiando os cuidados com a
transmissão de micro-organismos e organizando o ambiente laboral. (Revista PROTEÇÃO,
2013)
Em outras épocas, os trabalhadores da área da saúde não eram considerados como categoria
profissional de alto risco para acidentes do trabalho. A preocupação com os riscos biológicos
surgiu, somente, a partir da epidemia do HIV/AIDS nos anos 80, onde foram estabelecidas
normas para as questões de segurança no ambiente do trabalho. (Nishide e cols, 2004)
Em 1981 representantes da Organização Mundial de Saúde - OMS, reunidos em Haya,
reconheceram não dispor de estatísticas nacionais e internacionais sobre acidentes e lesões
que afetam os profissionais de saúde e dentre eles os trabalhadores de enfermagem.
(Zurita,1993)
Em 1981, McCormick e Maki foram os primeiros a descrever as características de acidentes
com perfuro cortantes entre trabalhadores da saúde e a recomendar uma série de estratégias de
prevenção, incluindo programas educacionais, evitar de reencape e melhores sistemas para
descarte de agulhas. Em 1987, as recomendações do Centers for Diseases Control and
Prevention CDC para prevenções universais incluíram um guia sobre a prevenção de acidente
com perfurocortante com foco nos cuidados durante o manuseio e o descarte. Diversos
estudos sobre a prevenção de acidente com agulhas, publicados entre 1987 e 1992,
focalizaram o desenvolvimento e a colocação de coletores de descarte de perfurocortantes
resistentes à punctura em locais adequados e a capacitação dos trabalhadores sobre os riscos
18
do reencape, do encurvamento e da quebra de agulhas usadas. Muitos desses estudos
documentaram o sucesso limitado desses intervenções específicas, tanto em prevenir
acidentes relacionados ao descarte quanto ao reencape. Os resultados foram melhores, porém,
quando a intervenção incluiu uma ênfase na comunicação e no feedback para os trabalhadores
das situações de riscos encontradas e dos acidentes notificados. (FUNDACENTRO, 2010)
No Brasil, os estudos que enfocam a relação saúde-trabalho de enfermagem nas instituições
hospitalares, começaram a ser realizados na década de 70 e foram incrementados a partir da
década de 80. Estes estudos demonstram que a saúde do trabalhador de enfermagem é
comprometida, em parte, pode ser detectado através da elevada incidência de acidentes de
trabalho e doenças profissionais. (Marziale e cols,1990)
Dados do Ministério da Previdência Social apontam que o setor de saúde é o quinto no
ranking de acidentes do trabalho, superando áreas consideradas de alto risco como a da
construção civil, de eletricidade e as indústrias extrativas. A saúde só perde para setores como
indústria de transformação, agricultura e transportes. (Revista Infectologia Hoje, 2006).
Os acidentes de trabalho ocasionados por material perfurocortante entre os trabalhadores de
enfermagem são frequentes, devido ao número elevado de manipulação, principalmente de
agulhas, e representam prejuízos aos trabalhadores e às instituições. Tais acidentes podem
oferecer riscos à saúde física e mental dos trabalhadores. (Marziale e cols, 2004)
A prevenção de acidentes de trabalho com material biológico é uma importante etapa na
prevenção da contaminação de trabalhadores da saúde por patógeno de transmissão
sanguínea. Dados epidemiológicos sobre os acidentes, incluindo as circunstancias associadas
com a transmissão ocupacional por estes patógenos, são essenciais para o direcionamento e a
avaliação das intervenções dos níveis local, regional e nacional. Os Centers for Diseases
Control and Prevention (CDC) nos EUA estimam que, a cada ano, ocorram 385.000 acidentes
com perfurocortantes entre os trabalhadores da saúde que atuam em hospitais, uma média de
1000 exposições por dia. (FUNDACENTRO, 2010)
A verdadeira magnitude do problema é difícil de ser avaliada, já que não existem informações
sobre ocorrência destes acidentes entre os trabalhadores que trabalham em outros serviços,
como por exemplo, instituições de longa permanência para idosos, clínicas de atendimento
ambulatorial, serviços de atendimento domiciliar, serviços de atendimento de emergência e
consultórios particulares. Além disso, embora essas estimativas dos CDC’S tenham sido
19
ajustadas em relação a subnotificação, a importância desse fator não pode ser subestimada.
Diferentes estudos indicam que mais de 50% dos trabalhadores da saúde não notificam a
ocorrência de exposição percutânea envolvendo materiais biológicos. (FUNDACENTRO,
2010)
Segundo a Resolução n. 5/93 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), os
materiais perfurocortantes são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros em geral ou
qualquer material pontiagudo ou que contenha fios de corte capazes de causar perfurações ou
cortes (Moreira, 2007).
E do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) são aqueles utilizados na assistência à saúde e
que contenham ponta ou gume ou que possam perfurar ou cortar (item 1.3 do Anexo da
Portaria nº 1748/2011). (UNIFESP, 2011)
2.2. AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES
Apesar de os acidentes com material infectante acometerem todos os trabalhadores da área da
saúde, a equipe de enfermagem está em constante risco de adquirir os patógenos veiculados
pelo sangue, uma vez que suas atividades envolvem contato direto com sangue e outros
fluidos corpóreos, além de manipulação rotineira de materiais perfuro cortantes. (Moura e
cols, 2006)
Os acidentes com agulhas constituem sério problema nas instituições hospitalares, uma vez
que as exposições percutâneas são as maiores responsáveis pela transmissão ocupacional de
infecções sanguíneas para os profissionais de saúde. (Bravidelli e cols, 2002)
O ato de reencapar agulhas, a desconexão da agulha da seringa, o transporte ou manipulação
de agulhas desprotegidas, o descarte inadequado dos objetos perfurocortantes em recipientes
impróprios ou em recipientes superlotados são as principais causas de acidentes envolvendo
perfurações acidentais. (Brevidelli e cols, 2002)
A adoção de práticas seguras no exercício de atividades de enfermagem precisa ser uma
temática a ser bastante discutida pela equipe responsável pelas ações de educação continuada,
como também se necessita descobrir a razão do não seguimento das recomendações-padrão
20
pelos profissionais que as conhecem e, no entanto, não as praticam corretamente. (Brevidelli e
cols, 2002)
A análise do conteúdo das abordagens educativas e da influência das percepções dos
profissionais de saúde sobre a prática ou não das medidas preventivas deve ser uma
preocupação apresentada pelo conjunto de pessoas responsáveis pelos treinamentos
institucionais. (Brevidelli e cols, 2002)
Com relação ao ambiente hospitalar, este é reconhecido como insalubre, penoso e também
perigoso para aqueles que ali trabalham. É um local favorável para o adoecimento devido aos
riscos ocupacionais, biológicos, químicos, físicos e psicossociais. Estas condições
determinam um ambiente propício ao desenvolvimento de transtornos mentais, como
ansiedade, depressão e estresse. Além do ambiente de trabalho em que Enfermagem está
inserida, tal profissão é considerada estressante devido à vivência direta e ininterrupta do
processo de dor, morte, sofrimento e pelas muitas situações imprevisíveis, por vezes
repulsivas e angustiantes que executa. (WHO, 2002)
Segundo (Oliveira e cols, 2009), permitiu, ainda, a identificação de que os principais fatores
potenciais de risco a ocorrência de acidentes de trabalho, com perfurocortantes, estão
relacionados com as condições do local de trabalho, destacam-se: a insalubridade e o perigo; o
descarte do material em locais superlotados ou inadequados, tais como: saco de lixo comum,
cama, mesa de cabeceira do paciente, campos cirúrgicos e bandejas, por exemplo; o piso,
muitas vezes, molhado em corredor; a má qualidade de materiais; e a não oferta de matérias e
equipamentos de segurança. Soma-se a essas, o comportamento dos funcionários em que
foram mencionados, tarefas repetitivas, o manuseio frequente de agulhas, muitas vezes
desprotegida; reencape de agulhas; a desconexão da agulha da seringa; a pressa decorrente do
plantão; ao estresse, a tensão, a fadiga e o cansaço por sobrecarga de trabalho (como
duplicidade de emprego, por exemplo); a desconsideração das precauções padrão; o
desconhecimento dos riscos de infecção; e o próprio aspecto cultural de cada personagem.
Relaciona-se, ainda, ao comportamento dos pacientes muitas vezes agressivos.
Os acidentes de trabalho ocasionados por material perfurocortante entre trabalhadores de
enfermagem são frequentes, devido ao número elevado de manipulação, principalmente de
agulhas, e representam prejuízos aos trabalhadores e às instituições. Tais acidentes podem
oferecer riscos à saúde física e mental dos trabalhadores. (Cardoso e cols, 2009)
21
2.3 RISCOS PARA OS TRABALHADORES EM AMBIENTE HOSPITALAR
Os hospitais são locais complexos, onde se realizam cuidados de saúde a um grande número
de pessoas, tendo como resultado a existência de riscos potenciais aos quais os trabalhadores
podem estar expostos (Nishide e cols, 2004).
São considerados locais insalubres, pois reúnem pacientes portadores de diferentes
enfermidades infecto-contagiosas e realizam muitos procedimentos que oferecem riscos de
exposição a material biológico para seus trabalhadores (Nishide e cols, 2004).
Marziale (2002) citam que no contexto hospitalar, a equipe de enfermagem está mais exposta
aos riscos ocupacionais e a lesões decorrentes do acidente de trabalho, pelo fato de
permanecerem 24 horas junto ao paciente.
Desse modo, o cuidado com o ambiente tem papel fundamental na prevenção de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho, porém, pouca importância tem sido dada ao profissional, o
que reflete na sua maior exposição aos riscos. Damasceno et al. (2006, p.86) afirmam que “a
convivência cotidiana com o ambiente insalubre ou de riscos pode diminuir a percepção das
pessoas sobre a necessidade de adotar medidas preventivas para a sua própria segurança”.
Neste sentido, é imprescindível a formação de uma consciência sobre a existência dos riscos
ocupacionais pela equipe de enfermagem, de acordo com a realidade apresentada nos
respectivos ambientes de trabalho (Farias e cols, 2005).
Nas instituições de saúde, pode-se verificar a presença de alguns riscos no ambiente de
trabalho. O risco físico está associado às condições inadequadas de iluminação, temperatura,
ruídos e radiações; o risco químico está presente na manipulação de desinfetantes,
esterilizantes, gases anestésicos e medicamentos, quimioterápicos; o risco biológico se
manifesta pelo contato direto com microrganismos, sangue e fluidos. Alguns estudos referem
ainda o risco psicossocial, que ocorre pela necessidade de atenção constante, pressão da
chefia, estresse, fadiga, ritmo acelerado, horários e turnos alternados; e também os riscos
ergonômicos aparecem nas atividades de levantamento e transporte excessivo de 20 pesos e
no trabalho em posições incômodas (Zaparoli, 2009; Magnago et al., 2010).
22
2.4 GRUPO DE RISCO PARA ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
2.4.1 Epidemiologia dos acidentes de trabalho com perfurocortantes
Dados sobre acidentes com agulhas e outros perfuro cortantes são usados para caracterizar o
trabalhador, o local, o objeto, a circunstância e o modo dessas exposições. Dados de
vigilância agregados do National Suryeillance System for Health Care Workers (NaSH), são
usados para fornecer uma descrição geral da epidemiologia das exposições percutâneas.
(FUNDACENTRO, 2010)
2.4.2 Quem corre risco de sofrer acidentes com perfurocortantes?
Dados do NaSH mostram que a equipe de enfermagem é que sofre o maior número de
acidentes com perfurocortantes. Entretanto, outros trabalhadores que prestam assistência aos
pacientes (como médicos e técnicos), pessoal de laboratórios e trabalhadores de equipes de
suporte (por exemplo, trabalhadores de serviços de higienização/limpeza) também estão
sujeitos a este risco. (FUNDACENTRO, 2010)
Figura 1 Grupos de trabalhadores da saúde expostos a sangue ou outros materiais biológicos.
(N = 23.197), excluindo as notificações com dados incompletos.
Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003)
Pesquisa
1%
Setores
administrativos
3%
Médicos
28%
Técnicos
15% Higienização/
Limpeza/
Manutenção
3%
Estudantes
4%
Odontologia
1%
Outros
4% Enfermagem
43%
23
A equipe de enfermagem é o grupo ocupacional predominante em parte porque é o maior
segmento da força de trabalho em muitos hospitais. Quando as taxas de acidentes são
calculadas com base no número de trabalhadores naquela ocupação ou número de horas
trabalhadas, outras ocupações podem apresentar taxas mais elevadas de acidentes.
(FUNDACENTRO, 2010)
Tabela 1 Comparação das proporções e taxas de acidentes percutâneos entre ocupações
selecionadas em diferentes estudos.
Denota apenas o pessoal interno. A relação empregador/empregado do serviço de saúde afeta
as taxas de acidentes entre os médicos. ND – não disponível: Fonte: NaSH – junho/1995 a
dezembro/2003
2.4.3 Onde, quando e como ocorrem os acidentes?
Embora os perfurocortantes possam causar acidentes em qualquer lugar do serviço de saúde,
os dados do NaSH mostram que a maioria (39%) dos acidentes ocorrem em unidades de
internação, particularmente nas enfermarias e/ou quartos, em unidades de terapia intensiva e
no centro cirúrgico. (FUNDACENTRO, 2010)
Autor/Período de
Estudo Enfermeiras Laboratório Médicos Higienização/Limpeza
McMromick &
Maki / 1975-1979
45%
9
15%
10 ND
17%
13/100 trabalhadores
Ruben et al./1977-
1980
66%
23
10%
12
4%
5
16%
18/100 trabalhadores
Monsour / 1984-
1988
62%
10
21%
20
7%
2
10%
6/100 trabalhadores
Whitby et al./
1987-1988
79%
15
2%
4
11%
3
5%
3/100 trabalhadores
Mccormick &
Maki / 1987-1988
58%
20
9%
17
23%
15
11%
31/100 trabalhadores
24
Figura 2 Locais de ocorrência dos acidentes com sangue ou outros materiais biológicos (N =
23.140), excluindo as notificações com dados incompletos.
Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003)
Os acidentes ocorrem mais frequentemente após o uso e antes do descarte de um
perfurocortante (40%), durante seu uso em um paciente (41%) e durante ou após o descarte
(15%) (CDC, dados não publicados). Há muitas variações nas circunstâncias envolvendo os
acidentes em cada um desses momentos, conforme mostrado nos dados do NaSH sobre
acidentes envolvendo agulhas com lúmen. (FUNDACENTRO, 2010)
Centro
Cirúrgico
25%
Sala de
Procedimentos
9%
Pronto Socorro
8%
Outros
5%
Laboratórios
5%
Lixo/Lavanderia/C
ME
1% Ambulatório
8%
Internação
39%
Enfermarias clínicas e cirúrgicas…20%
Unidade de Terapia Intensiva.........13%
Obstetrícia/Genecologia...................2%
Enfermaria pediátrica.......................2%
Enfermaria psiquiátrica....................1%
Berçário............................................1%
Ala prisional...................................<1%
25
Figura 3 Circunstâncias de ocorrência de acidentes percutâneos envolvendo agulhas com
lúmen (N = 10.239), sendo 150 notificações sem informar sobre como o acidente ocorreu.
Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003)
2.4.4 Quais perfurocortantes estão envolvidos nos acidentes percutâneos?
Embora muitos tipos de perfurocortantes possam estar envolvidos, dados agregados do NaSH
indicam que seis dispositivos são responsáveis por aproximadamente oitenta por cento de
todos os acidentes. (FUNDACENTRO, 2010)
Outros
4%
Descarte
Inadequado
9%
Ativação do dispositivo de
segurança
3%
Manuseio/passagem de
instrumentos
6%
Manipulação de agulha
no paciente
27%
Transferência/processamento de
amostras
5%
Acesso intravascular
5% Reencapar agulha
5%
Colisão com outro
trabalhador ou
com o perfurocortante
10%
Durante
Limpeza
9%
Durante descarte
de perfurocortante
13%
Em trânsito para
o descarte
4%
26
Figura 4 Tipos de perfurocortantes envolvidos nos acidentes percutâneos (N = 18.708)
Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003
Esses dispositivos são:
Seringas descartáveis/agulhas hipodérmicas (30%)
Agulhas de sutura (20%)
Escalpes (12%)
Lâminas de bisturi (8%)
Estiletes de cateteres intravenosos (IV) (5%)
Agulhas para coleta de sangue (vácuo) (3%)
No geral, as agulhas com lúmen são responsáveis por 56% de todos os acidentes com
perfurocortantes no NaSH. (FUNDACENTRO, 2010)
Outros/desconhecido
4%
Vidraria
2%
Perfurocortantes
sem lúmen: 38%
Agulhas
de sutura
20%
Lâmina
de bisturi
8%
Outros/
desconhecidos
10%
Agulhas com
lúmen
56%
Agulhas hipodérmicas.................................................30%
Escalpes.......................................................................12%
Estiletes de cateteres IV................................................5%
Agulhas para coleta de sangue (vácuo)........................3%
Outras agulhas com lúmen............................................6%
27
2.5 DOENÇAS COMO CONSEQUÊNCIA DO ACIDENTE
2.5.1 Patógenos de Transmissão Sanguínea
Acidentes com agulhas e outros perfurocortantes usados nas atividades laboratoriais e
assistência à saúde estão associados à ocupacional de mais de 20 diferentes patógenos. O
vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV) e o vírus da Acquired
Immunodeficiency Syndrome (AIDS) / Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) são os
patógenos mais comumente transmitido durante as atividades de assistência ao paciente.
(FUNDACENTRO, 2010)
Tabela 2 Infecções transmitidas através de acidentes percutâneos durante atividades de
assistência ao paciente (PC) e/ou no Laboratório/Autópsia (LA)1.
INFECÇÃO PC1 PL1 INFECÇÃO PC PL
Blastomicose Herpes
Criptococose Leptospirose
Difteria Malária
Ebola Tuberculose
Gonorreia Febre Maculosa
Hepatite B S.pyogenes
Hepatite C Sífilis
HIV
Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003
2.5.2 Vírus da hepatite B
Nos EUA, a vigilância nacional dos casos de hepatite fornece estimativas anuais de infecções
por HBV em trabalhadores da saúde. Essas estimativas são baseadas na proporção de pessoas
com novas infecções que relatam um contato ocupacional frequente com o sangue. Os CDC’S
estimaram a ocorrência de 12.000 infecções por trabalhadores da saúde em 1985. Desde
então, este número tem diminuído progressivamente, com uma estimativa de 500 casos em
1997. O declínio nos casos de hepatite B ocupacional, mais de 95%, ocorreu principalmente
devido à ampola imunização dos trabalhadores da saúde. Embora as precauções universais
28
ajudem a reduzir as exposições a sangue ou outros materiais biológicos e as infecções por
HBV, a extensão da contribuição dessas medidas não podem ser precisamente quantificada.
Atualmente, muitos trabalhadores da saúde são imunes à hepatite B como resultado da
vacinação pré-exposição. Entretanto, trabalhadores suscetíveis ainda correm risco de
exposição envolvendo perfurocortantes e pacientes-fontes com infecção pelo HBV. Sem a
instituição da profilaxia pós-exposição, a um risco de 6% a 30% de um trabalhador suscetível
tornar-se infectado após exposição ao HBV. O riscos é mais elevado se o paciente-fonte
HBeAg positivo, um marcador de infectividade elevada. (FUNDACENTRO, 2010)
2.5.3 Vírus da hepatite C
Antes das implementações das precauções universais e da descoberta do HCV em 1990, uma
associação foi observada entre trabalhar na área da saúde e a aquisição de hepatite aguda não
A, não B. Um estudo mostrou uma associação entre a positividade para o ante HCV e a
história de exposições ocupacionais percutânea. (FUNDACENTRO, 2010)
O número exato de trabalhadores da saúde que adquirem HCV ocupacional não é conhecido.
Os trabalhadores da saúde expostos a sangue no local de trabalho representam de 2% a4% do
total de novas infecções por HCV que ocorrem anualmente nos Estados Unidos, um total que
declinou de 112.000 em 1991 para 38.000 em 1997 (CDC dados não publicados). Entretanto,
não há uma maneira de confirmar se estas infecções são casos de transmissão ocupacional.
Estudos prospectivos mostram que o risco médio de transmissão do HCV após exposição
percutânea a um paciente-fonte sabidamente infectado pelo HCV é de 1,8%, com um estudo
indicando que a transmissão ocorreu apenas em acidentes envolvendo agulhas de lúmen
quando comparados com outros perfurocortantes. (FUNDACENTRO, 2010)
Diversos relatos de casos também a transmissão ocupacional do HCV a trabalhadores da
saúde. Todos, com exceção de dois, envolveram exposições percutâneas: um caso de
transmissão de HCV e outro de transmissão de HCV + HIV ocorreram após exposição de
mucosa ocular a sangue. Há a suspeita da ocorrência de um caso de transmissão de HIV e
HCV após uma exposição de pele não-íntegra envolvendo um trabalhador da saúde que
prestava atendimento a um paciente internado em uma instituição de longa permanência a
idosos. (FUNDACENTRO, 2010)
29
2.5.4 Vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana)
Nos EUA, o primeiro caso de transmissão de HIV de um paciente para um trabalhador da
saúde foi relatado em 1986. Do início da epidemia até o final de dezembro de 2001, os CDC’s
receberam notificações (relatos voluntários) de 57 casos documentados e 140 casos prováveis
de transmissão ocupacional do HIV. (FUNDACENTRO, 2010)
Em estudos prospectivos, o risco médio de transmissão do HIV após exposição percutânea
envolvendo sangue é estimado como sendo aproximadamente 0,3%. (FUNDACENTRO,
2010)
Em um estudo retrospectivo do tipo caso-controle com trabalhadores da saúde que sofreram
exposição percutânea, o risco de transmissão de HIV foi considerado como elevado em
exposições que envolveram uma grande quantidade de sangue indicado por: a) um dispositivo
visualmente contaminado com o sangue do paciente-fonte; b) um procedimentos que
envolveu agulhas previamente utilizadas na veia ou artéria do paciente-fonte ou c) uma lesão
profunda. Dos 57 casos comprovados de transmissão ocupacional do HIV dos trabalhadores
da saúde nos EUA, a grande maioria envolveu exposição a sangue através de um acidente
percutâneo, geralmente com uma agulha com lúmen que estava em vaso sanguíneo (veia ou
artéria), (CDC dados não publicados). (FUNDACENTRO, 2010)
O risco médio de transmissão ocupacional do HIV após exposição de membrana mucosa é
estimado como sendo de 0,09%. Embora episódio de transmissão ocupacional do HIV após
exposições cutânea tenham sido documentados, o risco médio de transmissão não foi
precisamente quantificado, mas é estimado como sendo menos do que o risco de exposição de
mucosas. (FUNDACENTRO, 2010)
2.6 EFEITOS NA VIDA DE QUEM SOFRE O ACIDENTE
De acordo com um estudo de (Lima e cols, 2007), o desempenho da assistência de
enfermagem envolvendo o uso de materiais perfurocortantes confere, sem dúvida, riscos à
saúde do profissional, principalmente se este profissional encontra-se com seus sentimentos e
emoções alterados.
30
O acidente de trabalho com agulhas e instrumentos cortantes origina alterações na estrutura
física do profissional em virtude das perfurações e/ou cortes ocasionados por materiais desta
natureza. Com efeito, pode ocasionar modificações biológicas em razão de uma possível
infecção pelo vírus da hepatite B, C e da AIDS. Propicia, também, mudanças psicossociais em
decorrência da necessidade de acompanhamento sorológico e, consequentemente, da espera
de um provável resultado indicativo de soro conversão, da ingestão de medicamentos
antirretrovirais, quando indicados, da vacinação e do uso de imunoglobulinas, conforme a
prescrição. (Lima e cols, 2007)
Por conseguinte, o acidente acarretado pela inoculação percutânea acidental de sangue poderá
originar repercussões negativas à vida profissional e pessoal, em função do estresse
psicológico vivenciado, na medida em que eles se submetem a mudanças nas práticas sexuais
e no relacionamento social e familiar durante o período de espera do resultado dos exames
realizados, por poderem evidenciar uma possível soro conversão. (Brevidelli, 2002)
Todas as modificações originadas de um acidente de trabalho desta natureza precisam ser
adaptadas à rotina habitual do profissional, ou esta deve ser modificada a fim de que todas as
medidas a serem praticadas pós-acidente sejam concretizadas. Por exemplo, a abstinência
sexual ou a prática sexual segura e a suspensão de aleitamento materno até a confirmação da
ausência de soro conversão detectada após a realização dos testes sorológicos são práticas
rotineiras que passam a ser vistas como algo proibido, ensejando conflitos para si e para seus
componentes familiares. (Lima e cols, 2007)
Assim, a alteração no estilo de vida e a reflexão acerca do fato de estar infectado ou não
provoca o afloramento ou a introspecção dos sentimentos e emoções pelos integrantes da
equipe de enfermagem que participaram do estudo, uma vez que os sentimentos são oriundos
de um conjunto de eventos vivenciados, em que as reações irão depender do tipo de evento
que fez parte da experiência de vida de cada um, pois acontecimentos dolorosos ou não irão
repercutir na nossa reação presente. (Crochik, 1996)
De acordo com (Lima e cols, 2007), a experiência proporcionada pelo acidente de trabalho
com materiais perfurocortantes promoveu a manifestação de sentimentos como medo,
angústia, desespero, ansiedade e tensão. É o que refletem os depoimentos advindos do
questionamento acerca dos sentimentos e emoções exteriorizados ou interiorizados após o
acidente:
31
“Eu senti que a minha vida tinha acabado (...) eu fiquei muito triste, fiquei muito
perturbada (E1). Desespero (...) eu fiquei com a sensação de morte aparente porque
eu me vi futuramente como um paciente portador (E4). Medo (...) sentimento de
angústia, choro, um desespero total (E5). Fiquei com medo (E10). Medo de contrair
HIV e o vírus da hepatite B (E11)”.
Segundo (Lima e cols, 2007), além da apreensão pela possibilidade de estarem contaminados,
percebeu-se a preocupação dos entrevistados em compartilharem com o seu próximo a
situação experiência pelo acidente de trabalho com material perfurocortante, desencadeado
pelo preconceito existente em relação aos doentes de AIDS, de acordo com o relato a seguir:
“Não contei de início, não falei para a família, nem para os amigos, também, arrumei
uma briga com a namorada para não ter que falar com ela durante esses quinze dias
(...) na verdade, eu me "auto-preconceituei", eu imaginava que a minha família, os
meus amigos iam ter preconceito em relação a isso (E5).”
Ainda com (Lima e cols, 2007), em contrapartida, alguns profissionais de enfermagem
mantiveram-se indiferentes ao acidente de trabalho envolvendo agulhas e instrumentos
cortantes, de acordo com as falas a seguir:
Olhei o diagnóstico do paciente que apresentava neurocisticercose. Tuberculose,
hepatite, teste anti-HIV negativo, eu não tomei nada, nem pensei e nem senti nada
(E9). Eu fiquei tranquila pela conscientização que a gente tem do ferimento ser
mínimo (E2). Eu fiquei bastante tranquila porque foi em outro hospital, porque se
tivesse sido aqui eu não teria ficado assim (E7).
Conforme resultados de (Lima e cols, 2007), no primeiro depoimento, destaca-se a sensação
de tranquilidade ou de alívio após a verificação do prontuário, cujo registro sinalizava a
presença de um teste de anti-HIV com resultado negativo.
No segundo relato, percebeu-se que o profissional se excluiu, displicentemente, do risco
médio de adquirir o HIV, que é, para todos os tipos de exposição percutânea, de 0,3%.
No último depoimento, notou-se a associação, pelo entrevistado, de paciente portador de HIV
ao atendimento recebido apenas no hospital de referência ao tratamento de indivíduos que
apresentam doenças infecciosas, de maneira errônea. Verificou-se, também, a percepção pelo
profissional da ideia de que portadores de HIV são facilmente identificados, esquecendo-se,
32
porém, de que, na fase assintomática da doença, o indivíduo pode parecer tão saudável como
qualquer outra pessoa não infectada pelo HIV.
Considerando as conclusões de (Lima e cols, 2007), Viu-se que a possibilidade de
contaminação pelos vírus das hepatites B e C e da AIDS por meio do exercício profissional
propicia aos componentes da equipe de enfermagem aqui estudados a manifestação de
sentimentos negativos, como o medo diante da alteração permanente que ocorrerá em seu
estilo de vida, da proximidade da morte e do preconceito de que poderão ser alvo em seu
ambiente familiar, social e de trabalho. Em razão disso, tanto as instituições quanto os
profissionais podem realizar ações visando à prevenção de acidentes de trabalho com
materiais perfurocortantes, já que o acidente envolvendo este tipo de material proporciona
momentos de intenso estresse físico e psíquico, produzindo alterações nos seus
relacionamentos, seja de caráter social ou familiar, e no desempenho de suas atividades
laborais.
2.7 PREVENÇÕES DE ACIDENTES COM PERRFUROCORTANTES EM
ASSISTENCIA À SAÚDE
A saúde dos trabalhadores é um campo da saúde pública que atua através de procedimentos
próprios, visando a promover e proteger a saúde de pessoas no exercício do trabalho. Para
tanto é necessária atuação multidisciplinar e interdisciplinar, junto a profissionais
especializados, buscando preservação e promoção de saúde através de medidas de alcance
coletivo. Os trabalhadores da saúde estão expostos a um processo gerador de doenças
profissionais, as quais englobam variados riscos e fatores predisponentes ao desequilíbrio
biopsicossocial. É importante salientar que esses riscos e fatores muitas vezes não são
encarados com a seriedade que deveriam, gerando agravos à saúde. (Cardoso, 2009)
A segurança do trabalhador se alicerça em seu conhecimento e capacitação para se
prevenirem de acidentes, conhecimento e uso adequado de equipamentos de proteção
individual (EPI) e equipamento de proteção coletiva (EPC), cuidados específicos no manuseio
e descarte de materiais perfurocortantes, conhecimento das doenças adquiridas no ambiente
de trabalho hospitalar e suas consequências, medidas de precaução universais, como a
33
vacinação, a legislação referente aos acidentes de trabalho, bem como as responsabilidades do
empregador, do trabalhador e a forma e importância de registro do acidente de trabalho
(Brasil, 2010).
Segundo Lima e Cunha (2003), como o próprio nome diz, EPI é todo o dispositivo ou produto
de uso individual utilizado pelo trabalhador, com a finalidade de proteção a riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador. O uso do EPI é regulamentado por lei
Norma Regulamentadora - NR 6 do Ministério do Trabalho, sendo uma forma de proteção
tanto para os trabalhadores como para os empregadores.
Acidente do trabalho propriamente dito, segundo a legislação previdenciária, é um evento
casual danoso, capaz de provocar lesão corporal ou perturbação funcional, perda ou redução
da capacidade para o trabalho ou morte da vítima. Geralmente é previsível e evitável, oriundo
de alguma ação inapta ou descuidada por parte do indivíduo (vítima ou agressor), seja por
descumprir as normas de segurança e higiene do trabalho, ou seja, por não estar integrado em
uma planificação preventiva de acidentes oferecida pela empresa. (LIMA, 2009)
E raramente decorre de algum fato inevitável como de caso fortuito, de força maior ou fato de
terceiro. Classifica-se em acidente típico – aquele que ocorre a serviço da empresa (dentro ou
fora da sede), e acidente de trajeto, quando a ocorrência se dá durante o deslocamento do
trabalhador para o local de trabalho ou vice-versa ou nos horários das refeições. (Lima, 2009)
As instituições de saúde necessitam de diretrizes claras para a elaboração de uma eficiente
ferramenta de gestão dos riscos, envolvendo a prevenção de acidentes dos profissionais com
materiais perfurocortantes. A Portaria nº 1.748, de agosto de 2011, do Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE), que trata do Plano para Implantação de Materiais Perfurocortantes com
Dispositivo de Segurança foi determinante para que essa exigência fosse atendida. (Brasil,
2011).
Com base no plano de prevenção, pela Comissão Gestora Multidisciplinar nos
estabelecimentos de saúde, a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego poderá
determinar as hipóteses onde se faz necessária a imediata substituição, observando: a)
situações de risco e acidentes com materiais perfurocortantes que possuem maior
probabilidade de transmissão de agentes biológicos veiculados pelo sangue; b) frequência de
ocorrência de acidentes em procedimentos com utilização de um material perfurocortante
específico; c) procedimentos de limpeza, descontaminação ou descarte que contribuem para
34
uma elevada ocorrência de acidentes; e d) número de trabalhadores expostos às situações de
risco de acidentes com materiais perfurocortantes. (SINDHRIO, S/D).
A primeira etapa fundamental para prevenção é o reconhecimento por parte dos trabalhadores
dos riscos a que estão expostos nas suas diferentes atividades. O trabalhador deve ser capaz de
saber as medidas de controle que podem minimizar a exposição aos agentes, a utilização de
EPIs e as medidas para a prevenção e aquelas a serem adotadas em caso de acidentes e
incidentes (Infectologia hoje, 2006).
Apesar da adesão às precauções padrão serem medida prioritária na prevenção da exposição
ocupacional a infecções transmitidas por via sanguínea, é preciso reconhecer que o
gerenciamento dos riscos ocupacionais ligados à manipulação de objetos perfurocortantes
depende, em primeira instância, da existência de um plano de controle com o objetivo de
minimizar as fontes de risco. Para alcançar resultados efetivos, esse plano pressupõe a análise
seriada dos acidentes com agulhas, determinando taxas e situações de ocorrência, além de
tendências ao longo dos anos (Brevidelli, 2002).
Um efetivo programa de prevenção de acidentes inclui diversos componentes que devem
atuar em conjunto para prevenir que os trabalhadores da saúde sofram acidentes de trabalho
com agulhas e outros materiais perfurocortantes. Esse programa de prevenção deve se integrar
aos programas já existentes, como os de gestão da qualidade, de controle de infecção e de
segurança e saúde ocupacionais, que para melhor compreensão desses programas veremos em
anexos. É baseado em um modelo de melhoria contínua da qualidade, uma abordagem que
serviços de saúde bem sucedidos têm adotado de forma crescente. Pode-se descrever esse
modelo através de diferentes termos, mas o conceito subjacente é aquele que envolve uma
abordagem sistemática, ampla, organizacional, de melhoria contínua do desempenho de todos
os processos empregados para prover produtos e serviços de qualidade. O programa de
prevenção também traz conceitos da área de higiene do trabalho, na qual as intervenções de
prevenção são priorizadas com base em uma hierarquia de estratégias de controle (Rapparini,
2010).
O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental do processo que servirá de
base para decisões quanto às ações de prevenção, eliminação ou controle desses riscos.
Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de trabalho, fatores ou situações com
potencial de danos à saúde do trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade
35
deste dano. Para se obter o conhecimento dos riscos potenciais que ocorrem nas diferentes
situações de trabalho é necessária a observação criteriosa e in loco das condições de
exposição dos trabalhadores. (MTE, 2008)
As estratégias para minimização dos riscos englobam: capacitação para o trabalho;
planejamento/organização do serviço; uso de equipamento de segurança; realização de
atividade de lazer/vida saudável; negação/mecanismos de defesa. (Nunes, 2009)
Assim, se faz necessário investimento pessoal e institucional que valorize a experiência dos
trabalhadores e fortaleça a atuação desses, a fim de proporcionar práticas cotidianas efetivas,
diante dos inúmeros e potenciais riscos ocupacionais no manejo inadequado de
perfurocortantes, provocando ampla adesão às medidas de biossegurança. (Moura e cols,
2009)
As doenças ocupacionais são doenças que ocorrem pela exposição cotidiana do trabalhador a
agentes nocivos de qualquer natureza, presentes no ambiente de trabalho. São espécies dessas
doenças: as doenças do trabalho e as doenças profissionais. As primeiras estão associadas a
fatores relacionados ao trabalho, porém, não estão ligadas ao exercício de determinada
profissão. À guisa de exemplo cita-se a aquisição de Doenças Orteomusculares Relacionadas
ao Trabalho - DORT (exposição continuada ou não de movimentos repetitivos). As doenças
associadas à profissão são aquelas cuja atividade, por sua natureza, atua na incapacitação para
o trabalho, doença ou morte, como é o caso dos mineradores em lavra subterrânea, propensos
à silicose doença profissional. (Lima, 2009)
A importância dessa classificação é de interesse do Instituto Nacional de Seguridade Social
(INSS), que reconhece automaticamente a existência da relação de causa e efeito quando o
cidadão que busca sua assistência é portador de doença profissional. Contudo, para os casos
de doenças do trabalho o nexo causal deverá ser comprovado por meio de laudo técnico
competente emitido pelo engenheiro de segurança ou médico do trabalho. (Lima, 2009)
Todas as modificações originadas de um acidente de trabalho desta natureza precisam ser
adaptadas à rotina habitual do profissional, ou esta deve ser modificada a fim de que todas as
medidas a serem praticadas pós-acidente sejam concretizadas. Por exemplo, a abstinência
sexual ou a prática sexual segura e a suspensão de aleitamento materno até a confirmação da
ausência de soro conversão detectada após a realização dos testes sorológicos são práticas
36
rotineiras que passam a ser vistas como algo proibido, ensejando conflitos para si e para seus
componentes familiares. (Lima e cols, 2007)
2.7.1 Estratégias Para Prevenção De Acidentes
As características de acidentes com perfurocortantes nos trabalhadores da saúde e as
estratégias recomendadas para prevenção, foram primeiramente descrita na década de 80 e
envolviam programas educacionais, evitando o reencapamento de agulhas e melhorias no
sistema de descarte das mesmas, porem com sucesso limitado. Os resultados eram melhores
quando a intervenção incluía ênfase na comunicação aos trabalhadores das situações de riscos.
(SBPC/ML, S/D)
Mas recentemente, os serviços de saúde adotaram a hierarquia de controles, para priorizar as
intervenções de prevenção, que incluem:
Eliminar e reduzir o uso de perfurocortantes quando possível;
Isolar o perigo, através do controle do ambiente ou do material;
Mudanças nas práticas de trabalho e uso de EPIs.
Na medicina laboratorial, a redução do uso de agulhas é feita através da revisão de rotina de
coleta de amostras, eliminando punções desnecessárias, planejando e colhendo todos os
exames de um paciente de uma única só vez. (SBPC/ML, S/D)
Para o controle do ambiente e do material, utiliza-se a engenharia, através de coletores de
descartes e dispositivos de segurança, que isolam completamente o material perfurocortante.
Para isso, foram desenvolvidos vários tipos de dispositivos de segurança, com os seguintes
critérios:
Ser parte integrante do perfurocortante, simples, de fácil operação, confiável,
automático e custo-efetivo;
Fornecer proteção que permita que as mãos permaneçam atrás do elemento de risco;
Funcionar antes e depois da desmontagem e descarte;
Minimizar o risco de infecção aos pacientes;
Não criar problemas ao controle de infecções adicionais ou àqueles dos dispositivos
convencionais;
Produzir aumento mínimo no volume de resíduos.
37
Vários estudos foram realizados para avaliar a eficácia dos dispositivos de segurança na
redução dos acidentes com perfurocortantes. Estes sugerem que há grande variação de seus
resultados nos diferentes serviços de saúde, que não existe um critério padrão para as
avaliações e, portanto, os trabalhadores devem utilizar seus próprios critérios para avaliar a
tecnologia mais adequada e a eficácia dos dispositivos em seus próprios ambientes de
trabalho. (SBPC/ML, S/D)
Os estudos são unânimes em apontar que reduções significativas de tais acidentes acontecem
quando, além da implantação de dispositivos de segurança e mudanças no processo de
trabalho, se utilizam ações educativas, adequações nas relações entre trabalhador e paciente, e
a implantação de um programa de prevenção. (SBPC/ML, S/D)
Dentre os fatores organizacionais que influenciam este tópico, a cultura de segurança é
fortemente correlacionada à produtividade, custo, qualidade e satisfação dos trabalhadores.
Instituições com esta cultura registram menor número de acidentes, principalmente pela
demonstração de comprometimento da gestão com a segurança de seus trabalhadores.
(SBPC/ML, S/D)
A adesão dos trabalhadores é primordial para o sucesso dos programas de segurança, porém
bastante difícil de ser atingido. Fatores que retardam essas práticas, incluem:
Minimização do risco;
Baixo clima de segurança no ambiente de trabalho;
Percepção de conflito entre a prestação de melhor atendimento e proteção;
Aumento de demandas, com aumento no ritmo de trabalho.
Por outro lado, a alteração de comportamento é mais rapidamente atingida quando os
trabalhadores acreditam que estão correndo um risco significativo, que a alteração do
comportamento fará diferença na minimização do risco e que a mudança valerá o esforço.
Programas com sucesso na prevenção de acidentes incluem a notificação abrangente de
acidentes, acompanhamento detalhado dos eventos, com definição da raiz do problema,
capacitações no uso de perfurocortantes, avaliação dos dispositivos de segurança e da
efetividade do programa. (SBPC/ML, S/D)
38
3.0 METODOLOGIA
3.1 Características da Investigação
O presente estudo foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas, com o objetivo de
identificar possíveis causas de acidentes com perfurocortantes e suas medidas de prevenções
em ambiente hospitalar. Através pesquisas literárias de autores que anteriormente abordaram
o assunto, tais como: pesquisas na internet, publicações de abras literárias, artigos e revistas
que tratam do tema em questão.
Segundo estudos feitos pela Universidade Aberta do Brasil – UAB (2009), autores
conceituam pesquisa bibliográfica como: “A pesquisa bibliográfica é feita a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se
estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na
pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta (Fonseca, 2002, p. 32).”. E Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos
desse tipo de pesquisa são sobre investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à
análise das diversas posições acerca de um problema.
3.2 Período de Investigação
As pesquisas bibliográficas ocorreram no primeiro semestre de 2013, nos meses de abril, maio
e junho.
3.3 Apresentação e Análise da Pesquisa
A apresentação e análise da pesquisa ocorreu através de busca de autores que abordaram
assuntos relacionados a perfurocortantes, envolvendo acidentes com agulhas e as medidas
preventivas, dos quais foram extraídos os que mais se adequassem ao nosso tema, o que nos
permitiu o desenvolvimento deste trabalho.
39
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após leituras e reflexões das pesquisas realizadas, foram desenvolvidas algumas etapas para
elaboração desta obra, afim de identificar os acidentes com instrumentos perfurocortantes que
envolvem trabalhadores da área hospitalar. Os dados coletados e analisados se encontram na
seguinte apresentação:
Histórico De Acidentes Com Os Profissionais De Enfermagem;
As Principais Causas De Acidentes;
Riscos Para Os Trabalhadores Em Ambiente Hospitalar;
Grupo De Risco Para Acidentes Com Perfurocortantes;
Doenças Como Consequência Do Acidente;
Efeitos Na Vida De Quem Sofre O Acidente;
Prevenções De Acidentes Com Perfurocortantes Em Assistência À Saúde.
Em 1981, McCormick e Maki foram os primeiros a descrever as características de acidentes
com perfurocortantes entre trabalhadores da saúde e a recomendar uma série de estratégias,
que hoje são capazes de salvar vidas ao contrário do que acontecia antigamente quando não
havia essa preocupação. Os acidentes de trabalho com material biológico e/ou perfurocortante
apresentam alta incidência entre os profissionais de saúde devido aos inúmeros riscos
ocupacionais a que esses trabalhadores estão expostos. Diante disso, o objetivo aumenta a
compreensão e o conhecimento sobre o tema, Com o presente estudo constatou-se que pelo
elevado índice de acidentes de trabalho com materiais biológicos e/ou perfurocortantes pode-
se diminuir essas ocorrências pela adoção de medidas de biossegurança, mudanças no
comportamento e organização no ambiente de trabalho.
Praticamente todas as causas dos acidentes estão relacionadas ao homem, as máquinas e o
ambiente. Com relação ao ambiente hospitalar, este é reconhecido como insalubre, penoso e
também perigoso para aqueles que ali trabalham. É um local favorável para o adoecimento
devido aos riscos ocupacionais, estas condições determinam um ambiente propício ao
desenvolvimento de transtornos mentais, como ansiedade, depressão e estresse. Além do
ambiente de trabalho em que Enfermagem está inserida, tal profissão é considerada
estressante devido à vivência direta e ininterrupta do processo de dor, morte e sofrimento.
40
Os profissionais da saúde correm riscos de acidentes constante, pois há situações em que
fatores gerais como stress, sobrecarga de trabalho, agitação psicomotora do paciente e a
transgressão das normas de prevenção podem ter sua participação na ocorrência de acidentes
com exposição a contaminação com material perfurocortantes.
A equipe de enfermagem e outros trabalhadores que prestam assistência aos pacientes (como
médicos e técnicos), pessoal de laboratórios e trabalhadores de equipes de suporte (por
exemplo, trabalhadores de serviços de higienização/limpeza) também estão sujeitos a este
risco de acidentes, a garantia da qualidade desses profissionais estabelece o parâmetro das
decisões que devem ser tomadas no âmbito da prevenção, avaliar os riscos e danos que
possam interferir na saúde, buscando a eficácia das ações e metodologia de inspeção para um
conceito de qualidade total.
Estudos comprovam que existem mais de 20 diferentes patógenos associados a acidentes com
agulhas e outros perfurocortantes. Sendo os vírus da hepatite B, o vírus da hepatite C e o vírus
da AIDS como os principais patógenos envolvidos. Observou-se que uma importante medida
preventiva que foi desenvolvida a vacina pré-exposição para reduzir os riscos de infecção por
hepatite B aos trabalhadores da saúde, o que fez diminuir as chances de riscos de 6% a 30%
de um trabalhador torna-se suscetível após a exposição ao HBV. Quantos ao vírus da hepatite
C e a AIDS as pesquisas apontam que os casos de contaminação ocorreram através de
exposição a sangue, em acidentes percutâneos provocados. Isso significa que esses acidentes
ocorreram na maioria das vezes pôr o não cumprimentos de procedimentos padrões
desenvolvidos nas unidades de saúde.
Além das doenças transmitidas pela exposições a perfurocortantes entre agulhas e outros,
existe também uma grande transformação na vida de quem sofre o acidente, são as mudanças
psicossociais, que na maioria das vezes acarretam repercussões negativas a vida profissional e
pessoal do trabalhador acidentado, e que, promove vários sentimentos como o medo, angustia,
desespero, ansiedade e tensão, mesmo com o resultado dos testes negativos a doenças,
alterando seu estilo de vida completamente.
41
Para evitar acidentes com agulhas, as medidas preventivas vão muito além do uso de
equipamentos de proteção individual, é preciso que haja a implantação de uma gestão de
risco, onde é importante o desenvolvimento de um plano de prevenção de acidente a
perfurocortante na instituição hospitalar. E foi pensando nisso que o MTE criou a Portaria nº
1.748 de agosto de 2011, que trata do Plano para Materiais Perfurocortantes com Dispositivo
de Segurança que abrange as seguintes etapas: situações de risco, frequência de ocorrência de
acidentes, procedimentos padrões e o número de trabalhadores expostos. E somando esse
plano de prevenção a outros programas como SMS, CCIH, o SESMT e a CIPA tende a
desenvolver uma melhoria continua da qualidade do serviço que traz grandes benefícios para
os trabalhadores e clientes da saúde.
42
5.0 CONCLUSÃO
A relação entre doença e trabalho é fato descrito há décadas. Entretanto, a sistematização da
etiologia ocupacional surgiu com o questionamento sobre a atividade profissional do paciente
na anamnese médica. Durante a evolução da abordagem da relação entre saúde e trabalho,
modificou-se paulatinamente a noção de causalidade; até mesmo a relação entre a doença e
um risco foi substituída pela compreensão da multiplicidade das causas.
O surgimento da AIDS, no início da década de 80, levou os profissionais da área da saúde a
experimentarem intensa preocupação com a possibilidade de adquirirem o vírus HIV, em
decorrência de suas atividades profissionais, e esta época foi um marco importante para o
estabelecimento e revisão dos conceitos de precauções universais. Em 1991, a Ocupational
Safety and Administration (OSHA) estabeleceu padrões onde o sangue, derivados e outros
materiais foram definidos como potencialmente infecciosos com o objetivo de reduzir os
riscos ocupacionais. Esta padronização determina uma combinação desde área de trabalho
controlada até boas práticas no trabalho, incluindo equipamento de proteção individual,
vacinação contra hepatite B, e treinamento pela equipe de vigilância com sinais, cartazes e
outros recursos para minimizar o risco de transmissão de doenças, devendo cada instituição,
por si, desenvolver um plano próprio de controle de exposição baseados nas normas
estabelecidas. A exposição ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados
continuam representando um sério risco aos profissionais da área da saúde no seu local de
trabalho, e os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos corresponde as
exposições mais frequentemente relatadas.
Acredita-se que o estudo sobre o acidente de trabalho com perfurocortantes são medidas
indispensáveis para a prevenção de infecção hospitalar em unidade de saúde, seja pública ou
particular, pois possíveis acidentes com agulhas poderão ser evitados e minimizando danos
psicossociais na vida do acidentado. Deve-se considerar que por meio da Norma
Regulamentar 32 e o Manual da FUNDACENTRO e, fiscalizada pela Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – CIPA e pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho – SESMT ocorrerá a mitigação dos acidentes com perfurocortantes
junto aos profissionais do setor de saúde.
43
Observamos que, para isso, se faz imprescindível à inserção do profissional em segurança do
trabalho nas unidades hospitalares que, além de atuar diretamente no controle e prevenção de
outros fatores de risco à saúde do trabalhador, reduzirá o índice de acidentes ocupacionais que
envolvem os profissionais de saúde.
Apesar da complexidade, neste trabalho, sobre o tema abordado, conclui-se que, com
treinamentos específicos, conscientização dos profissionais de saúde, fiscalização veemente
realizada pelos setores competentes ocorrerá a prevenção, com novos conceitos e métodos de
trabalho ocasionarão redução dos riscos e complicações causadas com instrumento
perfurocortantes. Com isso, os profissionais da saúde que atuam nas unidades hospitalares
serão beneficiados, pois a prevenção também beneficiará os pacientes de possíveis erros
médicos.
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ZURITA, IEO. Segurança do trabalho em ambientes hospitalares. Fonte: Rev CIPA 1993;
(4):20-30.
ANEXOS
ANEXOS I
PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM AMBIENTE HOSPITALAR
SMS - SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SAGURANÇA
FROSINI & CARVALHO (1995), conceitua um sistema de gestão como o conjunto de
pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de complexidade, cujos
componentes associados interagem de uma maneira organizada para realizar uma tarefa
específica e atingem ou mantém um dado resultado.
Segundo DE CICCO (2004), a Gestão Integrada apresenta a sistemática e as diretrizes do
Sistema de Gestão de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde do local de implantação
da Gestão, as quais proveem confiança a todas as partes interessadas em seu desempenho em
relação aos requisitos especificados e procurando superar as expectativas do cliente, visando o
gerenciamento SMS.
Segundo a ANVISA o principal objetivo de um hospital é a prestação de serviços na área da
saúde, com qualidade, eficiência e eficácia. Uma breve introdução ao assunto é dada a seguir:
Qualidade: Aplicação apropriada do conhecimento disponível, bem como da tecnologia, no
cuidado da saúde. Denota um grande espectro de características desejáveis de cuidados,
incluindo eficácia, eficiência, efetividade, equidade, aceitabilidade, acessibilidade, adequação
e qualidade técnico-científica.
Eficácia: A habilidade do cuidado, no seu máximo, para incrementar saúde.
Eficiência: A habilidade de obter o máximo de saúde com um mínimo custo.
Efetividade: O grau no qual a atenção à saúde é realizado. Isto não pode ser alcançado sem a
administração efetiva de um programa de prevenção de acidentes que proporcione condições
ambientais seguras para o paciente e para os profissionais que aí desenvolvem suas atividades
de trabalho.
O Hospital deve desenvolver continuamente essa política, assegurando que gerentes e
funcionários estejam cientes de suas responsabilidades na redução de riscos e acidentes.
Devem promover e reforçar práticas seguras de trabalho e proporcionar ambientes livres de
riscos, em acordo com as obrigatoriedades das legislações municipais, estaduais e federais.
(ANVISA, S/D)
CCIH – COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
A CCIH é responsável por uma série de medidas como o incentivo da correta higienização
das mãos dos profissionais de saúde; o controle do uso de antimicrobianos, a fiscalização
da limpeza e desinfecção de artigos e superfícies, etc. (http://pt.wikipedia.org/wiki/CCIH,
2013)
Composição da CCIH:
- Administração;
- Corpo clínico;
- Enfermagem;
- Educação continuada;
- Laboratório de microbiologia;
- Farmácia;
- Medicina do trabalho.
Essa comissão deve:
- Desenvolver ações na busca ativa das infecções hospitalares;
- Avaliar e orientar as técnicas relacionadas com procedimentos invasivos;
- Participar da equipe de padronização de medicamentos;
- Prevenir e controlar as infecções hospitalares;
- Controlar a limpeza da caixa de água;
- Controlar o uso de antibiótico;
- Implantar e manter o sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares;
- Elaborar treinamentos periódicos das rotinas do CCIH;
- Manter pasta atualizada das rotinas nas unidades;
- Executar busca ativa aos pacientes com infecção;
- Fazer análise microbiológica da água.
A CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar,
beneficiando dessa maneira toda a população assistida, mas também proteger o hospital e o
corpo clínico. Deve manter arquivados documentos que comprovem a legalidade de sua
existência, rotinas de sua funcionalidade, protocolos que orientem o tratamento mais
adequado efetivado ao paciente e, sobretudo dados estatísticos que demonstrem os índices de
infecção do hospital, para que, solicitados judicialmente, possam ser comprovados, mantendo
estes índices de infecção dentro dos limites aceitáveis, comparativamente.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/CCIH, 2013)
A legislação básica sobre infecção hospitalar, regulamentando a criação das CCIH, permite o
estabelecimento de medidas de acordo com as particularidades do hospital. Medidas no
combate à infecção para o grande hospital, com enorme corpo clínico e atendimento em todas
as áreas médica, evidentemente mais suscetível às infecções, podem ser diferentes das do
pequeno hospital, com menor corpo clínico e especializado; entre estes extremos, têm-se as
inúmeras variáveis. (http://pt.wikipedia.org/wiki/CCIH, 2013)
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
SESMT e CIPA
O SESMT e a CIPA são instrumentos que os trabalhadores e as empresas dispõem para tratar
da prevenção de acidentes e das condições do ambiente de trabalho. Esses órgãos protegem a
integridade física do trabalhador e de todos os aspectos que potencialmente podem afetar sua
saúde. São regulamentados legalmente pelos artigos 162 a 165 da CLT e pela Portaria
3214/78 baixada pelo Ministério do trabalho, em suas NR-5 E NR-4, respectivamente. São,
portanto, organizações obrigatórias nas empresas (inclusive nos hospitais), desde que o
número mínimo de funcionários seja atingido. (ANVISA, S/D)
A responsabilidade pelas questões de segurança está necessariamente atrelada aos
funcionários. Cada um deles deve seguir as práticas de segurança no trabalho, através do uso
de regras e regulamentos anunciados pelo programa de segurança do hospital. É preciso estar
constantemente alerta para os riscos de acidentes em qualquer local do hospital, comunicando
à sua supervisão qualquer eventualidade, prática ou condição insegura. (ANVISA, S/D)
ANEXO II
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO GABINETE DO MINISTRO
PORTARIA N.º 1.748, DE 30 DE AGOSTO DE 2011
(D.O.U. de 31/08/2011 - Seção 1 - Pág. 143)
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhe confere o
art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e os arts. 155, I e 200 da Consolidação das leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, resolve:
Art. 1º O subitem 32.2.4.16 da Norma Regulamentadora n.º 32 passa a vigorar com a seguinte redação:
“32.2.4.16 O empregador deve elaborar e implementar Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com
Materiais Perfurocortantes, conforme as diretrizes estabelecidas no Anexo III desta Norma Regulamentadora.
32.2.4.16.1 As empresas que produzem ou comercializam materiais perfurocortantes devem
disponibilizar, para os trabalhadores dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo
de segurança.
32.2.4.16.2 O empregador deve assegurar, aos trabalhadores dos serviços de saúde, a capacitação prevista no
subitem 32.2.4.16.1.”
Art. 2º Aprovar o Anexo III da Norma Regulamentadora 32 - Plano de Prevenção de
Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes, com redação dada pelo Anexo desta Portaria.
Art. 3º O empregador deve elaborar e implantar o Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com
Materiais Perfurocortantes no prazo de cento e vinte dias, a partir da data de publicação desta Portaria.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Revoga-se a Portaria MTE n.º 939, de 18 de novembro de 2008.
CARLOS ROBERTO LUPI
ANEXO
(Anexo III da Norma Regulamentadora n.º 32)
ANEXO III
PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES
1.Objetivo e Campo de Aplicação:
1.1 Estabelecer diretrizes para a elaboração e implementação de um plano de prevenção de riscos de acidentes
com materiais perfurocortantes com probabilidade de exposição a agentes biológicos, visando a proteção,
segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de
promoção e assistência à saúde em geral.
1.2 Entende-se por serviço de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da
população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer
nível de complexidade.
1.3 Materiais perfurocortantes são aqueles utilizados na assistência à saúde que têm ponta ou gume, ou que
possam perfurar ou cortar.
1.4 O dispositivo de segurança é um item integrado a um conjunto do qual faça parte o elemento perfurocortante
ou uma tecnologia capaz de reduzir o risco de acidente, seja qual for o mecanismo de ativação do mesmo.
2.Comissão gestora multidisciplinar:
2.1 O empregador deve constituir uma comissão gestora multidisciplinar, que tem como objetivo reduzir os
riscos de acidentes com materiais perfurocortantes, com probabilidade de exposição a agentes biológicos, por
meio da elaboração, implementação e atualização de plano de prevenção de riscos de acidentes com materiais
perfurocortantes.
2.2 A comissão deve ser constituída, sempre que aplicável, pelos seguintes membros:
a) o empregador, seu representante legal ou representante da direção do serviço de saúde;
b) representante do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT,
conforme a Norma Regulamentadora n.º 4;
c) vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA ou o designado responsável pelo
cumprimento dos objetivos da Norma Regulamentadora n.º 5, nos casos em que não é obrigatória a constituição
de CIPA;
d) representante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;
e) direção de enfermagem;
f) direção clínica;
g) responsável pela elaboração e implementação do PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviço de Saúde;
h) representante da Central de Material e Esterilização;
i) representante do setor de compras; e
j) representante do setor de padronização de material.
3.Análise dos acidentes de trabalho ocorridos e das situações de risco com materiais perfurocortantes:
3.1 A Comissão Gestora deve analisar as informações existentes no PPRA e no PCMSO, além das referentes aos
acidentes do trabalho ocorridos com materiais perfurocortantes.
3.2 A Comissão Gestora não deve se restringir às informações previamente existentes no serviço de saúde,
devendo proceder às suas próprias análises dos acidentes do trabalho ocorridos e situações de risco com
materiais perfurocortantes.
3.3 A Comissão Gestora deve elaborar e implantar procedimentos de registro e investigação de acidentes e
situações de risco envolvendo materiais perfurocortantes.
4.Estabelecimento de prioridades:
4.1 A partir da análise das situações de risco e dos acidentes de trabalho ocorridos com materiais
perfurocortantes, a Comissão Gestora deve estabelecer as prioridades, considerando obrigatoriamente os
seguintes aspectos:
a) situações de risco e acidentes com materiais perfurocortantes que possuem maior probabilidade de
transmissão de agentes biológicos veiculados pelo sangue;
b) frequência de ocorrência de acidentes em procedimentos com utilização de um material
perfurocortante específico;
c) procedimentos de limpeza, descontaminação ou descarte que contribuem para uma elevada ocorrência de
acidentes; e
d) número de trabalhadores expostos às situações de risco de acidentes com materiais perfurocortantes.
5.Medidas de controle para a prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes:
5.1 A adoção das medidas de controle deve obedecer à seguinte hierarquia:
a) substituir o uso de agulhas e outros perfurocortantes quando for tecnicamente possível;
b) adotar controles de engenharia no ambiente (por exemplo, coletores de descarte);
c) adotar o uso de material perfurocortante com dispositivo de segurança, quando existente, disponível e
tecnicamente possível; e
d) mudanças na organização e nas práticas de trabalho.
6.Seleção dos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança:
6.1 Esta seleção deve ser conduzida pela Comissão Gestora Multidisciplinar, atendendo as seguintes etapas:
a) definição dos materiais perfurocortantes prioritários para substituição a partir da análise das situações de risco
e dos acidentes de trabalho ocorridos;
b) definição de critérios para a seleção dos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança e obtenção
de produtos para a avaliação;
c) planejamento dos testes para substituição em áreas selecionadas no serviço de saúde, decorrente da análise
das situações de risco e dos acidentes de trabalho ocorridos; e
d) análise do desempenho da substituição do produto a partir das perspectivas da saúde do trabalhador, dos
cuidados ao paciente e da efetividade, para posterior decisão de qual material adotar.
7.Capacitação dos trabalhadores:
7.1 Na implementação do plano, os trabalhadores devem ser capacitados antes da adoção de qualquer medida de
controle e de forma continuada para a prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes.
7.2 A capacitação deve ser comprovada por meio de documentos que informem a data, o horário, a carga horária,
o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores
envolvidos.
8.Cronograma de implementação:
8.1 O plano deve conter um cronograma para a sua implementação.
8.2 O cronograma deve contemplar as etapas dos itens 3 a 7 acima descritos e respectivos prazos para a sua
implantação.
8.3 Este cronograma e a comprovação da implantação devem estar disponíveis para a Fiscalização do
Ministério do Trabalho e Emprego e para os trabalhadores ou seus representantes.
9.Monitoramento do plano:
9.1 O plano deve contemplar monitoração sistemática da exposição dos trabalhadores a agentes biológicos na
utilização de materiais perfurocortantes, utilizando a análise das situações de risco e acidentes do trabalho
ocorridos antes e após a sua implementação, como indicadores de acompanhamento.
10. Avaliação da eficácia do plano:
10.1 O plano deve ser avaliado a cada ano, no mínimo, e sempre que se produza uma mudança nas condições de
trabalho e quando a análise das situações de risco e dos acidentes assim o determinar.
GLOSSÁRIO
Perfurocortantes são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo geral ou,
qualquer material pontiagudo ou que contenha fios de corte capazes de causar perfurações
ou cortes.
Risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa
afetar sua integridade, bem-estar físico e o moral.
Acidente de trabalho é o acidente ocorrido no exercício das atividades laborais a serviço da
empresa, que provoque lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou
redução permanente e/ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Riscos ocupacionais são agentes existentes no ambiente de trabalho, capazes de causar
doenças.
Patógenos: São microorganismos que podem causar doenças humanas.
Contaminação é a presença de agentes potencialmente infecciosos em um dispositivo ou
superfície.
Plano de controle de exposição é um plano escrito que identifica os dispositivos e processos
que oferecem risco aos profissionais envolvidos.
Precauções-padrão ou Precauções básicas são medidas de prevenção que devem ser
utilizadas na assistência a todos os pacientes, na manipulação do sangue, em laboratórios
em solução de continuidade independente de diagnóstico confirmado ou não de doença
infecciosa e que na literatura demonstram que apenas 6% das empresas desenvolvem.
NOTA
O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer
natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc.)
contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os
créditos para o autor original. No ato de plágio, o plagiador apropria-se
indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da
mesma.
No Brasil o plágio é considerado crime e sua principal referência é a LEI Nº
9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
Contatos ou Duvidas:
Anibal da Silva Cajado (acajado@gmail.com)
Marta Lobato Lima (martalobatolima@gmail.com)
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