Post on 13-Dec-2014
description
Tele-existência e subjetividade intermitente
Velocidade tecnológica como fuga da condição mortal
Cíntia Dal Bello
COLÓQUIO SOCIODROMOLOGIAS I: mapeamentos setorias da aceleração da vida cotidiana
PROJETO COMUNICAÇÃO E VELOCIDADE – CNPqOUTUBRO/2013
Velocidade como busca
A superação de limites:- Do corpo próprio;- Do espaço geográfico;- Do tempo cronológico.
Vantagens e privilégios aguerridamente incorporados -> caráter bélico do homo velox.
Superar a si mesmo como condição de superação do outro
O que se busca por meio da velocidade?
Congraçamento com a perspectiva do pós-humano
Velocidade como corrida
Velocidade como corrida
Dromocracia (TRIVINHO, 2007):• Instituição da velocidade como vetor de organização
da vida e das relações humanas• Naturalização das violências e dos acidentes da
velocidade• Paixão pelas tecnologias do tele• Comunicação: amistosa x agônica
Corrida de obstáculos: a superação de limites presta-se à competição entre os homens
Velocidade como fuga
Velocidade como fugaDo que se foge velozmente?
Dos limites do espaço geográfico – onde a existência comparece fadada às intempéries da natureza-mundo (Gaia).
Velocidade como fuga
Dos limites do tempo cronológico – que devora a existência (Cronos).
Do que se foge velozmente?
Velocidade como fugaDo que se foge velozmente?
Dos limites do corpo próprio – que padece, adoece, esmorece e morre.
Como se foge: do corpo? • Pela espectralização (ser/estar imagem):
tele-existência (cibermediática, glocal e hiperespetacular)
do espaço?• Pelo desenraizamento:
nulodimensionalidade ciberespacial
do tempo? • Pela invenção e adoção do tempo real:
eterno presente, tempo do gerúndio
Velocidade tecnológica como fuga da condição mortal
Heidegger• Existência/presença: ser-com, ser-para -> convivência, relação (outro) ser-em -> situa a existência na concretude do mundo (espaço) ser-para-a-morte -> consciência da passagem do tempo de existência e da finitude da vida (tempo)
Como escapar dessa misteriosa verdade última – a morte?Como perdurar? Como resistir?
Perspectivas que flertam com a “morte”
Debray• Imagem como resposta ao problema da impermanência, da fugacidade e
da finitude humanas.• Eterniza, petrifica, cristaliza o instantâneo, o efêmero.• Imortaliza – ao menos na imagem.• Perdura, resiste ao esquecimento (re-existência).• Aquilo que se pode fazer ante o horror da decomposição (recomposição do
que deixará de existir).
Morin• (Ilusão de) continuidade da presença na ausência.
Mas... ser-para-a-morte continua a despontar sua inescapável realidade com a pós-moderna desvantagem de que não há, como antes, teleologias ou narrativas redentoras para acolchoar, de algum modo, a absoluta falta de sentido da vida, a queda no nada.
FlusserEscalada decrescente rumo ao abstrato (Dança ao redor do concreto)• Do mundo dos volumes (tridimensionalidade);• Para o mundo das imagens (bidimensionalidade);• Para o mundo dos textos (pensamento histórico-linear);• Para o mundo do cálculo (nulodimensionalidade).
• Imagens técnicas: resultantes da combinação de pixels, bits e bytes no jogo computacional, recobrem o nada e o tornam ilusoriamente habitável (in-lusio).
A nulodimensionalidade é um “não-lugar”
Amarrações:Cyberspace (não-lugar) -> nulodimensionalidade ciberespacial
Alucinação consensual (William Gibson, 1984)-> in-lusio (campo imaginário, universo lúdico)
Colonização do tempo real (Virilio)-> plataformas ciberespaciais: bases de apresentação e
convivência (imagens-técnicas que recobrem o “nada”)-> espectralização da existência: virtualização e indexação
generalizadas, submissão do tempo de vida ao seu registro e publicização simultâneos
-> ser/estar glocal: subjetividade intermitente (projeção/dissolução)
- velocidade como redenção -
Paixão pelas tecnologias do tele
Always on como always live
Superação da
condição de
ser-para-a-
morte
Obrigada.
Cíntia Dal Bellohttp://www.cintiadalbello.blogspot.com
pubcintia@yahoo.com.br
COLÓQUIO SOCIODROMOLOGIAS I: mapeamentos setorias da aceleração da vida cotidiana
PROJETO COMUNICAÇÃO E VELOCIDADE – CNPqOUTUBRO/2013