Teledetecção Aplicada Aos Incêndios Florestais

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Universidade de Coimbra - Faculdade de Letras - Departamento de GeografiaFrederico Augusto Brugnara________________________Utilização de Satélites para a detecção, controle e mitigação de incêndios florestais no Brasil - Amazônia Legal.________________________Tópicos Centrais:1 - A prática da queimada nas atividades agro-pastoris brasileira2 - Sensoriamento Remoto como auxiliar no combate aos Incêndios Florestais3 - Sensores mais utilizados para a detecção, monitoramento e controle4 - Sistema Nacional de Defesa contra Incêndios Florestais

Transcript of Teledetecção Aplicada Aos Incêndios Florestais

Frederico Augusto Brugnara

Coimbra

1º/2011

TELEDETECÇÃO APLICADA AOS INCÊNDIOS

FLORESTAIS – O caso do Brasil

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Faculdade de Letras/Departamento de Geografia

A prática da queimada nas atividades

agro-pastoris brasileira Pratica milenar e de baixo custo;

Utilizada para:

Renovação de material seco acumulado; Preparo de corte manual em plantações de cana-de-açucar; Rebrota de pastagem; Controle de pragas; Queima de restos de colheita;

Período de estiagem é um alastrador natural do fogo;

Incêndios históricos: Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA), Chapada dos Guimarães (MT), Serra dos Orgãos (RJ) e do Araguaia (TO).

Sensoriamento Remoto como auxiliar

no combate aos Incêndios Florestais Definição:

“Conjunto de técnicas destinadas à obtenção de informações sobre objetos e fenômenos que ocorram na superfície terrestre sem que haja contato físico entre eles, utilizando apenas sensores acoplados em satélites geoestacionários (ou não) para a obtenção dessas informações.” (Granneman, 2009)

Todos os materiais da superfície terrestre, podem emitir, refletir, transmitir ou absorver seletivamente a Radiação Eletromagnética .

Os focos de calor são identificados dados à eles sua posição geográfica estratégica (Latitude e Longitude), depois são incorporados a um Sistema de Informação Geográfica. SPRING

Sensores mais utilizados para a

detecção, monitoramento e controle

Advanced Very High Resolution Radiometer (AVHRR)

É o principal sensor utilizado pelo INPE.

Está a bordo dos satélites da série NOAA.

Possuem órbita polar.

Resolução espacial de 1,1 km.

Usa a banda infravermelha (3,7 µm) para detecção.

Imagem 1: Acumulado de Focos de Calor 28/04/2011 - NOAA

Fonte: http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/v_anterior/geosat/noaa/anc_body.html

Sensores mais utilizados para a

detecção, monitoramento e controle

Geostationary Operational Environmental Satellite

(GOES)

Detecta e acompanha incêndios em grandes áreas da superfície

terrestre.

Possui órbita estacionária.

Sensores operam em diferentes canais espectrais.

Detecta queimadas na região do infravermelho.

Resolução espacial de 4 km.

Usa a banda infravermelha (3,8 a 4,0 µm, 10,2 a 11,2 µm, 11,5

a 12,5 µm) para a detecção.

Imagem 2: Acumulado de Risco de Fogo de 27/04/2011 mais dados de precipitação– GOES-10 Fonte: http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/figuras/estados/RF-mg-malhas.gif

Sensores mais utilizados para a

detecção, monitoramento e controle

Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer

(MODIS)

A bordo dos satélites TERRA e AQUA.

A órbita do TERRA passa do norte ao sul através do equador de

manhã.

A órbita do AQUA passa do sul ao norte sobre o equador no

período da tarde

Ambos imageiam a superficie da terra inteira a cada 1 a 2 dias.

Adquire dados em 36 faixas espectrais.

Resoulção espacial de 1 km.

Imagem 3: Incêndios ao longo da margem sudoeste da Floresta Amazônica – MODIS/AQUA – 17/08/2010 Fonte: http://earthobservatory.nasa.gov/images/imagerecords/45000/45349/Brazil_AMO_2010229_lrg.jpg

Sistema Nacional de Defesa contra

Incêndios Florestais

Crescimento Populacional

+

Aumento de Áreas Queimadas

= 1. Perda da Biodiversidade; 2. Aumento do Efeito Estufa; 3. Destruição de microorganismos (fertilidade do solo); 4. Poluição do ar; 5. Aumento das doenças respiratórias;

Por esses e outros motivos de ordem climatológicas, ecológicas

e ambientais diversas, tornou-se necessário o auxilio de ferramentas que permitissem uma rápida e eficiente detecção, monitoramento dos incêndios florestais, associado à redução de custos.

Sistema Nacional de Defesa contra

Incêndios Florestais

Decreto de lei nº 9763510 de Abril de 1989 – Sistema

Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

(PREVFOGO);

Atribuia ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos

Naturais (IBAMA) a competencia de coordenar as ações

necessárias à:

Organização;

Implementação;

Operacionalização;

Atividades relacionadas à Pesquisa, Controle e Combate aos

Incêndios Florestais e Queimadas (RAMOS, 1995).

Sistema Nacional de Defesa contra

Incêndios Florestais

Plano de Ação do PREVFOGO:

Incêndios Florestais nas Unidades de Conservação do

IBAMA

Prevenção

Controle

Combate

Pesquisa

Treinamento

Queimadas

Educação voltadas para as regiões da Amazônia do Cerrado

Sistema Nacional de Defesa contra

Incêndios Florestais

Transmite os dados ao Instituto

Nacional de Pesquisa Espacial (INPE)

que processa e retransmite ao CNMC

Especialistas em SR e SIG processam as

informações, desenvolvem relatórios e

mapas de identificação de focos de

calor, bem como a intensidade; Discutem diariamente, em reuniões os

focos detectados, além das previsões

meteorológicas detalhadas para as áreas

de risco indicadas;

Centro Nacional de Monitoramento e

Controle de Incêndios Florestais

(CNMC) identifica os focos de calor

através dos sensores dos satélites;

Sistema Nacional de Defesa contra

Incêndios Florestais

Monitoramento de Focos de Calor para

as UC e Terras Indígenas e o

Monitoramento de Focos de Calor para

a Amazônia Legal; Boletins enviados ao IBAMA,

PREVFOGO, Diretoria de Controle

Ambiental, FUNAI, INCRA, etc…

Sobre as análises efetuadas pelos

técnicos da Gerência de

Monitoramento são emitidos alertas;

Define-se os níveis de alerta e as ações

cabíveis para cada caso, em seguida,

produze-se dois Boletins Diários:

Sistema Nacional de Defesa contra

Incêndios Florestais

Alerta Verde: Qualquer foco de calor identificado.

Ação: Verificação visual com meios locais e estaduais;

Alerta Amarelo: Focos de calor em área florestal persistente

por 48 horas

Ação: Na ausência de informação visual local/estadual, acionar

monitoramento federal para avaliar focos de calor;

Alerta Vermelho: Qualquer incêndio florestal confirmado.

Ação: Classificar por tamanho e distância de capacidade de combate:

Sistema Nacional de Defesa contra

Incêndios Florestais

CLASSIFICAÇÃO COORDENAÇÃO

Até 10 (dez) ha com capacidade de

combate

Coordenação de combate a nível municipal,

com acompanhamento dos comitês Municipal e

Estadual

Até 10 (dez) ha sem capacidade de

combate e entre 10 e 50 ha com

capacidade de combate

Coordenação Estadual, com acompanhamento

do Núcleo Estratégico

Maior que 50 ha e de 10 a 50 ha sem

capacidade de combate

Coordenação do Núcleo Estratégico

Incêndios em UCs Coordenação do IBAMA/PREVFOGO, com

informação ao Núcleo Estratégico

Incêndios em Áreas Indígenas Coordenação da FUNAI e

IBAMA/PREVFOGO, com informação ao

Núcleo Estratégico

Imagem 4: Unidades de Conservação e Terras Indígenas Fonte: http://www.alcance.cnpm.embrapa.br/images/figura02.png

Imagem 5: Mapa da Amazônia Legal Fonte: http://img.socioambiental.org/d/329651-1/amazonia_legal2.jpg

Imagem 6: Mosaico de focos de calor e queimadas Fonte: http://www.qmdrr.cnpm.embrapa.br/fotos/queima.html

Imagem 7: Mosaico focos de calor e queimadas Fonte: http://www.qmdrr.cnpm.embrapa.br/fotos/queima.html

Bibliografia JUSTINO, Flávio B.; KELEN, Andrade M.. Programa de

Monitoramento de Queimadas e Prevenção de Controle de Incêndios no Arco do Desflorestamento na Amazônia (PROARCO). Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Acesso em 28/08/2011, disponível em «http://www.cbmet.com/cbm-files/12-0f55204874fa9f616855c3c7921ed3b0.pdf»

GRANEMANN, Daniel Carvalho; CARNEIRO, Gerson Luiz. Monitoramento de Focos de Incêndio e Áreas Queimadas com a Utilização de Imagens de Sensoriamento Remoto. Revista de Engenharia e Tecnologia. V.1, nª1, Dezembro de 2009 – Pag. 55. Acesso em 27/02/2011, disponível em «http://www.revistaret.com.br/ojs-2.2.3/index.php/ret/article/viewFile/15/54»

Bibliografia PANTOJA, Nara Vidal; IRVING, Foster Brown. Acurácia dos Sensores AVHRR,

GOES e MODIS na Detecção de Incêndios Florestais e Queimadas a partir de Observações aéreas no Estado do Acre, Brasil. XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Florianópolis, Abril de 2007. Acesso em 27/02/2011, disponível em «http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/-11.16.00.40.54/doc/4501-4508.pdf»

DE ALBUQUERQUE, J. H. B.; GOMES, J. J. B.; DA COSTA, C. B.; SANTOS, C. S.; BROWN, I. F. Visão da Defesa Civil do Estado do Acre na Aplicação das Ferramentas de Sensoriamento Remoto para Controle e Combate às Queimadas no Ano de 2005. XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Florianópolis, Abril de 2007. Acesso em 20/03/2011, disponível em « http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.15.23.07/doc/4413-4420.pdf»

FLORENZANO, T. G. Iniciação em Sensoriamento Remoto. Oficina de Textos. São Paulo, 2007.

Bibliografia

RAMOS, P. C. M. Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais. I Fórum Nacional sobre Incêndios Florestais e III Reunião Conjunta IPEF/FUPEF/SIF sobre Incêndios Florestais. Piracicaba, Abril de 1995. Acesso em 20/03/2011, disponível em «http://www.ipef.br/publicacoes/forum_incendios/cap09.pdf»

CORRÊA, Patrícia Maria; LELLIS, Carlos Alberto; THOMAS, Cláudio Augusto Prates; BASTOS, Glória Maria Merola da Costa; DA EIRA, Marcelo Luis Souza. Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – PREVFOGO. Relatório de Auditoria de Desempenho do Tribunal de Contas da União. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Brasília, Abril de 2000. Acesso em 18/04/2011, disponível em « https://acessoseguro.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/programas_governo/areas_atuacao/meio_ambiente/Relat%C3%B3rio%20de%20auditoria%20prevfogo.pdf»