Post on 22-Apr-2015
TERAPIA NUTRICIONAL EM HIV / AIDS
HIV, AIDS E NUTRIÇÃO
Prof a Luisa Castro
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM TERAPIA NUTRICIONAL
PARENTERAL E ENTERAL
26 ANOS DE HIV / AIDS
Unaids - 39,5 milhões de pessoas
no mundo estão acometidas;
Na África (região de Sub-sahara),
está a maior prevalência de casos
no mundo (63%);
BR mais de 430.000 pessoas até a metade de 2006;
1. São Paulo – 167.000
2. Rio de Janeiro – 64.000
3. Rio Grande do Sul – 37.000(Boletim Epidemiológico 2006 / MS)
26 ANOS DE HIV / AIDS: PESQUISAS
• PubMed
26 ANOS DE HIV / AIDS: PESQUISAS
• PubMed -
26 ANOS DE HIV / AIDS: PESQUISAS
SITUAÇÕES DE RISCO PARA INFECTAR-SE COM O HIV
• Relações sexuais sem uso de preservativos;
• Parceiro de pessoa portadora do HIV;
• História prévia recente ou atual de DST´s;
• Uso de drogas injetáveis;
• Hemofilia;
• Criança nascida de mães HIV+;
• Criança amamentada por mulher HIV+;
• Diagnóstico recente ou atual de tuberculose ativa;
• Portador do vírus da hepatite B ou C.
VÍRUS HIV O vírus caracteriza-se pela ação gradativa de
deteriorização do sistema imunológico ( linfócitos T CD4);
350 / mm³ Doenças oportunistas
AIDS
“ATAQUE” DO VÍRUS NAS CD4
HIV / AIDS
A doença é hoje classificada em 03 estágios,conforme a contagem de CD4 e apresença dos sinais e sintomas da doença:
1. Infecção aguda (infecção primária);2. Período assintomático (período + longo);3. Doença sintomática sintomático inicial AIDS doença avançada
DOENÇA SINTOMÁTICA
CD4 SINTOMAS
Sintomático inicial
Entre 350 e 500 mm³
Candidíase oral ou genital, herpes zoster,dermatoses
AIDS BR - < 350 mm³EUA - < 200 mm³
Doenças oportunísticas
Doença avançada
< 50 mm³ Doenças oportunísticas
DIAGNÓSTICO DA DOENÇA
HIV - Através de testes que detectam a presença de anticorpos anti – HIV.
Exames: • Teste ELISA (99% sensibilidade) ;• Teste de imunoflorescência
indireta;• Teste anti-HIV (Western-blot):
menos solicitado, custo.
DIAGNÓSTICO DA DOENÇA
AIDS – estabelecido a partir de determinados critérios clínicos e laboratoriais.Exames para avaliação da imunidade:
contagem de CD4Dois testes
contagem viral (carga viral)
CARGA VIRALGrande marcador prognóstico da infecção pelo HIV;
Permite avaliar a progressão da doença;
3 técnicas:
1. Reação em cadeia da polimerase com amplificação da transcriptase reversa (RT-PCR);
2. Método de amplificação de sinal (bDNA);
3. Amplificação do baseada na seqüência do ác. nucléico (NASBA).
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO DE AIDS
Desde o relato dos primeiros casos de AIDS, foram
estabelecidos diversos critérios diagnósticos:
1. CDC (Centers for Diseases Control), Atlanta;
2. Rio de Janeiro / Caracas;
3. Critério óbito;
4. CDC excepcional;
5. Complexo relacionado à AIDS + óbito.
Critério Rio de Janeiro / Caracas
Será considerado caso de AIDS, para fins de vigilância epidemiológica do MS:
• Todo indivíduo com 13 anos de idade ou mais que apresentar evidência laboratorial de infecção pelo HIV,
• E pelo menos um somatório de 10 pontos de acordo com a seguinte escala de sinais, sintomas ou doenças:
Sarcoma de Kaposi 10 pontos
Tuberculose extrapulmonar 10 pontos
Candidíase oral leucoplasia pilosa 5 pontos
Tuberculose pulmonar cavitária 5 pontos
Herpes Zoster em pessoas com menos de 60 anos
5 pontos
Disfunção do SNC 2 pontos
Diarréia por um período igual ou superior a 1 mês
2 pontos
Febre maior que 380 por um período igual ou superior a 1 mês
2 pontos
TRATAMENTO ANTIRETROVIRAL (ARV)
HAART = Highly Active Antiretroviral Therapy
• Prescrita pelo médico responsável;
• A adesão do paciente ao tratamento é
FUNDAMENTAL;
• Terapia nutricional: adequada à
prescrição das medicações (horários,
alimentos melhores tolerados,…)
INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA
(ITR)
• Análogos aos nucleoSídeos (base do tto);
• Análogos aos nucleoTídeos;
• Não – análogos;
• Impedem o HIV de realizar sua transcrição
de RNA para DNA, atuando antes de o HIV
ser incorporado ao genoma humano.
INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA ANÁLOGOS AOS NUCLEOSÍDEOS
Sprinz, E. Rotinas em HIV e AIDS. 1999.
DROGA NOME COMERCIAL EFEITOS ADVERSOS
ABACAVIR ZIAGENAVIR Mal estar, febre
DIDANOSINA (ddl) VIDEX Pancreatite, alteração de enz. Hepáticas
ESTAVUDINA (d4T) ZERITAVIR Alteração de enzimas hepáticas
LAMIVUDINA (3TC) EPIVIR Melhor tolerada
ZALCITABINA (ddC) HIVID Úlceras aftóides oroesofágicas
ZIDOVUDINA (ZDV, AZT)
RETROVIR Intolerância GI, leucopenia, anemia
AZT + 3TC BIOVIR Ver 3TC e AZT
INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA NÃO- ANÁLOGOS AOS NUCLEOSÍDEOS
DROGA NOME COMERCIAL EFEITOS ADVERSOS
DELAVIRDINA (DLV)
RESCRIPTOR Rash cutâneo, reações alérgicas
EFAVIRENZ (EFZ) STOCRIN Rash cutâneo transitório, alteração do SNC, COL e TG
NEVIRAPINA (NVP) VIRAMUNE Rash cutâneo, reações alérgicas (35%)Sprinz, E. Rotinas em HIV e AIDS. 1999
INIBIDOR DA TRANSCRIPTASE REVERSA ANÁLOGO AO NUCLEOTÍDEO
DROGA NOME COMERCIAL EFEITOS ADVERSOS
ADEFOVIR PREVEON Uso prolongado = acidose tubular renal
Sprinz, E. Rotinas em HIV e AIDS. 1999
INIBIDORES DA PROTEASE (IP)
• Componentes valiosos no tto do HIV;
• Família “mais potente” dos ARV´s;
• Por não serem bem absorvidos,
necessitam doses maiores, o que a
incidência de efeitos indesejáveis no
TGI;
• Por serem inibidores da protease,
podem interferir no metabolismo e
provocar efeitos adversos incomuns.
DROGA NOME COMERCIAL EFEITOS ADVERSOS
AMPRENAVIR AGENERASE Diarréia e rash cutâneo
INDINAVIR (IDV) CRIXIVAN Litíase renal, intolerância GI, hiperbilirrubinemia indireta, lipodistrofia, glicemia e TG
NELFINAVIR (NLF) VIRACEPT Diarréia, pele ressequida, lipodistrofia, glicemia e TG
RITONAVIR (RTV) NORVIR Intolerância GI, lipodistrofia, glicemia e o que mais TG
INIBIDORES DA PROTEASE
DROGA NOME COMERCIAL EFEITOS ADVERSOS
SAQUINAVIR (SQV) (cápsulas duras)
INVIRASE enz. Hepáticas, lipodistrofia, glicemia e TG
SAQUINAVIR (SQV) (cápsulas gelatinosas)
FORTOVASE Intolerância GI (dispepsia), enz. Hepáticas, lipodistrofia, glicemia e TG , pele ressequida
Sprinz, E. Rotinas em HIV e AIDS. 1999
LIPODISTROFIA
• Lipodistrofia é caracterizada pela
movimentação dos adipócitos da porção
periférica subcutânea para as regiões
abdominal, torácica e posterior da cervical;
•Em conseqüência a esta redistribuição de
gordura, induzida pelos anti-retrovirais, os
níveis de insulina, colesterol e triglicerídeos
aumentam;
• Designada como síndrome da redistribuição
de gordura;
• Caracteriza-se por :
• Hipertrofia do tecido adiposo na
circunferência abdominal, intensificado pelo
aumento da gordura visceral e aumento do
tamanho das mamas (em alguns casos tem
sido descrita a ginecomastia entre homens);
• Redução do tecido adiposo da face;
LIPODISTROFIA
•Lipoatrofia, predominantemente no sulco
nasogeniano e conseqüente enrugamento da face;
•Perda de gordura em nádegas e membros
inferiores e superiores, tornando a pele elástica
com realce da circulação venosa periférica.
•Aumento da gordura
dorsocervical (buffalo hump).
• As alterações metabólicas incluem: - dislipidemias com ocorrência de hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e redução nos níveis séricos de HDL-colesterol,
- hiperglicemia, cujo principal fator associado é o aumento da resistência à insulina e surgimento do diabete melittus;
- alterações no metabolismo do cálcio com risco elevado na ocorrência de osteopenia e osteoporose.
TERAPIA NUTRICIONAL NA LIPODISTROFIA
• A demanda calórica total que a maioria dos
pacientes com lipodistrofia necessita varia de
35 a 50 Kcal /kg/ dia de peso corpóreo atual;
• A ingestão adequada de carboidratos é
recomendada entre 50-60% do valor calórico
total (VCT);
• Uma alimentação hiperprotéica (15-20% do
VCT), de 1,5 a 2,5 g /kg do peso corporal atual;
TERAPIA NUTRICIONAL NA LIPODISTROFIA
•Os lipídios devem compor a dieta por volta de
no máximo 30% das Kcal totais;
•Os ácidos graxos ômega-3 quando
administrados com os triglicerídeos de cadeia
média (TGM), podem representar uma melhora
da função imunológica;
•As fibras, média de 20 a 30 gramas /dia,
promovem efeitos benéficos no TGI e atenuam
os níveis de colesterol e glicose séricos.
ANEMIA
• É uma importante manifestação clínica nestes indivíduos;
• 30% assintomáticos e em aproximadamente 80% naqueles com AIDS; (Zon LI, 1998; Levine AM,1999;
Sullivan e cols, 1998)
• Etiologia multifatorial (AZT, DO´s, HIV);
• Deficiência de vitamina B12 , folato
e ferro
ANEMIA
Deficiência de hemácias:• perda demasiadamente rápida;• produção excessivamente lenta de
hemácias.
( Belingieri, JC)
Ht Hb
Homens 38 a 52% 13 a 17g /dl
Mulheres 35 a 48 % 12 a 16g / dl
ANEMIA
• RETICULÓCITO RETICULÓCITO• SANGÜÍNEO BAIXO SANGÜÍNEO ALTO
• • BILIRRUBINA BILIRRUBINA BILIRRUBINA BILIRRUBINA
• INDIRETA NORMAL INDIRETA INDIRETA INDIRETA• OU BAIXA ALTA ALTA NORMAL
VCM baixo Deficiência de Deficiência de vitamina B12 e ferro folato
Levine, AM.1999
VITAMINA B12
• Cianocobalamina ; cobalamina;• Presente em alimentos de origem
animal;
• DRI (Dietary References Intakes,1998) 2,4 mcg / dia para adultos;
VITAMINA B12
Seminars in Hematology,1999.
Prevalência de baixos níveis séricos de vitamina B12 em pacientes HIV+
Boudes et al - 1990 10%
Remacha et al - 1991
16.7 %
Burkes et al - 1987 20%
Harriman et al - 1989
13.5%
Kieburtz et al - 1991 12%
FOLATO• Presente em alimentos de origem
vegetal; vegetais folhosos;
• Folato (latim: “ folium”) folhas
• DRI (Dietary References Intakes,1998)
adultos – 400 mcg / dia
FOLATO
Seminars in Hematology,1999.
Prevalência de baixos níveis séricos de folato em pacientes HIV+
Boudes et al - 1990 57%
Remacha et al - 1991 15%
Burkes et al - 1987 6%
Harriman et al - 1989 9.1%
Falguera et al - 1995 10%
Dowling et al - 1993 9.1%
FERRO
• Fritz K. Matzkies et al / 2000 - 18%• Carnes = ferro heme;• Vegetais folhosos verde - escuros,
leguminosas = ferro não – heme;
• DRI (Dietary References Intakes,1998) mulheres – 15 mg / dia homens - 10 mg / dia
LOCAIS DE ABSORÇÃO
FERRO
FOLATOVIT B12
Características dos pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV atendidos no Hospital de Clínicas de
Porto Alegre
n ( % )
Sexo Masculino – 17 (50%)Feminino - 17 (50%)
Raça Branco – 28 (82,3%)Pardo ou negro – 06 (17,6%)
Idade 23 – 53 anos
AmbultorialInternação
14 (41,2%)20 (58,8%)
Tto com ARV Sim 20 (58,8%)Não 14 (41,2%)
Análise laboratorial dos pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV atendidos no Hospital de
Clínicas de Porto Alegre
n ( % ) VCM 80 - 05 (14,7%) 80 – 96 - 20 (58,8%) 96 - 09 (26,5%)
RDW 11% - 01 (2,9%) 11 – 14% - 15 (44,1%) 14% - 18 (53%)
Vit B12 (pg/ml) 180 – 03 (8,8%) 180 – 900 – 29 (85,3%)
900 – 02 (5,9%)
Folato 3 – 14 (41,2%) 3 – 17 – 19 (55,9%) 17 – 1 (2,9%)
Ferro 50 – 15 (44,1%) 50 – 160 - 18 (53%) 160 – 1 (2,9%)
Ferritina 12 – 02 (5,9%) 12 – 300 – 12 (35,3%) 300 – 20 (58,8%)
Capacidade Ferropéxica
250 – 26 (76,5%) 250 – 400 – 08 (23,5%)
400 – 0 (0%)
Reticulócitos 0,53 – 0 (0%) 0,53 – 2,7 – 27 (79,4%)
2,7 – 06 (17,6%)
Análise da ingestão de vitamina B12, Folato e Ferro dos
pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV atendidos no
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
n ( % )
Vitamina B12 (2,4 mcg)
2,4 – 05 (14,7%) 2,4 – 29 (85,3%)
Folato (400 mcg) 400 – 19 (55,9%) 400 – 15 (44,1%)
Ferro
Homens – 10 mg 10 – 09 (53%) 10 – 08 (47%)
Mulheres – 15 mg 15 – 03 (17,6%) 15 – 14 (82%)
Análise semi - quantitativa da ingestão dos alimentos ricos em vitamina B12, folato e ferro dos pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV
atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
++++ n (%) +++ n (5) ++ n (%) + n (%) nunca
Fígado 0 (0) 9 (26,4) 4 (11,8) 6 (17,6) 15 (44,1)
Bife de hamburguer
0 (0) 9 (26,4) 2 (5,9) 3 (8,8) 20 (58,8)
Salsicha 1 (2,9) 10 (29,4) 3 (8,8) 4 (11,8) 16 (47)
Carne de porco
0 (0) 4 (11,8) 10 (29,4) 4 (11,8) 16 (47)
Carne de frango
2 (5,9) 26 (76,5) 3 (8,8) 1 (2,9) 2 (5,9)
Peixe 0 (0) 10 (29,4) 5 (14,7) 8 (23,5) 11 (32,3)
Carne de gado 13 (38,2) 18 (53) 1 (2,9) 1 (2,9) 1 (2,9)
Ovos 7 (20,6) 16 (47) 3 (8,8) 4 (11,8) 4 (11,8)
Leite 21 (61,8) 8 (23,5) 0 (0) 0 (0) 5 (14,7)
Queijo 7 (20,6) 9 (26,5) 4 (11,8) 6 (17,6) 8 (23,5)
Iogurte 3 (8,8) 13 (38,2) 2 (5,9) 0 (0) 16 (47)
Análise semi - quantitativa da ingestão dos alimentos ricos em vitamina B12, folato e ferro dos pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV
atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
++++ n (%) +++ n (%) ++ n (%) + n (%) Nunca
Cereais 1 (2,9) 3 (8,8) 0 (0) 1 92,9) 29 (85,3)
Levedo 0(0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 34 (100)
Espinafre 1 (2,9) 9 (26,5) 0 (0) 6 (17,6) 18 (53)
Brócolis 1 (2,9) 8 (23,5) 3 (8,8) 2 (5,9) 20 (58,8)
Farelo de trigo
0 (0) 2 (2,9) 0 (0) 0 (0) 32 (94,1)
Repolho 1 (2,9) 19 (55,9) 5 (14,7) 1 (2,9) 8 (23,5)
Banana 14 (41,2) 13 (38,2) 2 (5,9) 2 (5,9) 3 (8,8)
Germe de trigo
0 (0) 1 (2,9) 0 (0) 0 (0) 33 (97,1)
Abóbora 1 (2,9) 15 (44,1) 2 (5,9) 3 (8,8) 13 (38,2)
Cenoura 3 (8,8) 20 (58,8) 3 (8,8) 1 (2,9) 7 (20,6)
Grão de bico 0 (0) 1 (2,9) 1 (2,9) 0 (0) 32 (94,1)
Milho 1 (2,9) 13 (38,2) 4 (11,8) 6 (17,6) 10 (29,4)
Análise semi - quantitativa da ingestão dos alimentos ricos em vitamina B12, folato e ferro dos pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV
atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Legenda : ++++ - mais de 5x / sem +++ - 4 a 2x / sem ++ a cada 15 dias + 1x / mês
++++ n (%) +++ n (%) ++ n (%) + n (%) Nunca
Arroz 30 (88,2) 3 (8,8) 0 (0) 1 (2,9) 0 (0)
Feijão 23 (67,7) 9 (26,5) 0 (0) 1 (2,9) 1 (2,9)
Lentilha 2 (5,9) 13 (38,2) 3 (8,8) 6 (17,6) 10 (29,4)
Alface 12 (35,3) 17 (50) 1 (2,9) 1 (2,9) 3 (8,8)
Pão integral 0 (0) 1 (2,9) 0 (0) 0 (0) 33 (97,1)
Pão branco 30 (88,2) 4 (11,8) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Batata 5 (14,7) 24 (70,6) 2 (5,9) 1 (2,9) 2 (5,9)
Maçã 5 (14,7) 11 (32,3) 4 (11,8) 6 (17,6) 8 (23,5)
Suco de laranja
9 (26,5) 9 (26,5) 2 (5,9) 4 (11,8) 10 (29,4)
Massa 8 (23,5) 23 (67,6) 2 (5,9) 1 (2,9) 0 (0)
Antropometria de acordo com o índice de massa corporal (IMC)
dos pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV atendidos
no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
IMC (Kg / m²) Classificação n (%)
16 Magreza grau I 03 (8,8%)
16,0 – 16,9 Magreza grau II 02 (5,9%)
17,0 – 18,4 Magreza grau III 03 (8,8%)
18,5 – 24,9 Eutrofia 22 (64,7%)
25,0 – 29,9 Pré – obeso 04 (11,8%)
30,0 – 34,9 Obesidade grau I ----------
35,0 – 39,9 Obesidade grau II ----------
40 Obesidade grau III ------------
Antropometria de acordo com a circunferência muscular do braço
(CMB) dos pacientes com anemia e infectados pelo vírus HIV
atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
CMB n (%)
Desnutrição Grave 70% 01 (2,9%)
Desnutrição Moderada 70 – 80 % 10 (29,4%)
Desnutrição Leve 80 – 90% 12 (35,3%)
Eutrofia 90% 06 (17,6%)
100% 05 (14,7%)
TERAPIA NUTRICIONAL
A desnutrição descrita no início do surgimento da AIDS: perda ponderal involuntária,
enfraquecimento,febre e diarréia, que acometia entre 60 – 90% dos pacientes
Efeitos terapêuticos da Terapia Antiretroviral
da incidência de infecções oportunistas, controle da multiplicação da CV e da Wasting
Sindrome
TERAPIA NUTRICIONAL
HAART resultou na redução da morbi – mortalidade, em nível
internacional e também no Brasil.
Efeitos colaterais, e com uso prolongado: resistência à insulina , lipodistrofia , do
LDL e VLDL e TG
Terapia nutricional na AIDS
Objetivos:
Evitar ou reverter a DESNUTRIÇÃO;Minimizar os sintomas de má absorção;Minimizar os efeitos da HAART;Manter composição corporal;Promover melhor qualidade de vida.
DESNUTRIÇÃO
Perda ponderal involuntária 10% do peso corporal;
Enfraquecimento crônico;Diarréia (+ 2 evacuações líquidas por + 30
dias)Febre persistente;Perda de massa magra corpórea (Wasting
Sindrome)
Mecanismos associados a desnutrição
• Baixa ingestão calórico – protéica
(GI):disfagia, náuseas, vômitos
ANOREXIA
• Diarréia;
• Alterações metabólicas: GE, alterações
ptn e lipídicas;
• Infecções oportunistas;
• Alterações neurológicas: afetam o apetite
e a capacidade de se alimentar;
• Fatores psicológicos: depressão e
ansiedade;
• Interação droga – nutriente;
• Deficiências de vitaminas (A, C, B12) e
minerais (Zn e Se).
Mecanismos associados a desnutrição
Terapia nutricional em AIDS
Avaliação nutricional:
1. Anamnese: ASG e R 24hInformações sobre o estágio da doença,
presença de DO´s, sintomas GI, uso de ARV.
2. Exame físico: exame de pele e unhas;
3. Antropometria: peso, circunferência
abdominal, prega triciptal.
4. Exames laboratoriais;
5. Bioimpedância: análise da composição
corpórea.
Terapia nutricional em AIDS
Terapia nutricional em AIDS
• Ainda não há consenso sobre a dosagem adequada de vitaminas e minerais, mas devem suprir 100% das RDA´s para indivíduos saudáveis;
• Necessidade energética calorimetria indireta
ou equação de Harris–Benedict
Terapia nutricional em AIDS
Homens: TMB = 66+ (13,7xP) +(5xE) -(6,8xI)
Mulheres : TMB = 655+ (9,6xP)+ (1,7xE)- (4,7xI)
Legenda:
TMB = taxa de metabolismo basalP = peso atual quando IMC 40 kg/m² e peso ideal ou
desejável quando IMC 40 kg/m²E (cm) = estaturaI (anos) = idade
Terapia nutricional em AIDS
Recomendações de energia e proteínas
Assintomáticos Sintomáticos
Calorias 25 a 30 Kcal / kg 35 a 40 Kcal / kg
Proteínas 0,8 a 1,25 g de ptn/kg/dia
1,5 a 2,0 g ptn /kg /dia
Terapia nutricional enteral em AIDS• Eficiente para correção de desnutrição em
pacientes gravemente desnutridos com AIDS;
• Digestão e absorção comprometidas por diarréia – fornecer fórmula que contenha peptídeos e TCM;
• Fórmulas com nutrientes imunomoduladores (arginina, glutamina, ômega 3 e vitaminas) melhora a resposta imunológica e da perda de massa magra nos pacientes com AIDS.
Terapia nutricional parenteral em AIDS
• Indicada quando a via oral ou enteral não
forem toleradas em quantidades
adequadas para atingir necessidades
nutricionais.
Orientações nutricionais ao paciente
1. Perda de apetite:
• Refeições fracionadas (intervalos de 2 a 3 horas);
• Consumir os alimentos que mais preferir;• Alimentos com alta densidade energético
– protéica (vitaminas com leite, mingau);
Orientações nutricionais ao paciente
• Praticar atividade física;
• Evitar líquidos durante as refeições;
• Comer em ambiente tranqüilo;
• Mastigar bem os alimentos.
2. Náuseas e vômitos:
• Preferir alimentos salgados e secos,• Fracionar as refeições (5 a 6 /dia);• Preferir alimentos de fácil digestão;• Sucos e vitaminas;
Orientações nutricionais ao paciente
Orientações nutricionais ao paciente
• Evitar excesso de condimentos;• Preferir alimentos que não sejam
gordurosos ou aromatizados;• Comer preparações frias em vez de
preparações quentes;• Mastigar bem os alimentos.
Orientações nutricionais ao paciente
3.Diarréia:
• Selecionar alimentos com baixo teor de gordura, incluindo carnes magras e lácteos desnatados;
• Evitar alimentos ricos em fibras insolúveis (folhas, frutas com bagaço e casca, cereais);
• Prepara as carnes cozidas, grelhadas ou assadas;
Orientações nutricionais ao paciente
• Beber bastante líquido: água, sucos diluídos;
• Fracionar as refeições (5 a 6 / dia);
• Evitar alimentos que contenham cafeína e formadores de gases, tais como café preto, couve, brócolis, couve-flor, repolho, batata-doce, grão de feijão e de lentilha.
Considerações finais da terapia nutricional em AIDS
Avaliação nutricional: determinar os riscos de desnutrição,obesidade e distribuição da composição corporal;
Meta principal:minimizar as perdas de massa corpórea magra e evitar deficiências nutricionais;
Considerações finais da terapia nutricional em AIDS
Prevenir e / ou tratar os efeitos colaterais da HAART;
Todos os instrumentos antropométricos (peso,altura,circunferência abdominal) são recomendados à avaliação nutricional e à monitorização da terapia nutricional;
Considerações finais da terapia nutricional em AIDS
“A meta básica do aconselhamento
nutricional é a realização de um mínimo
de mudanças no estilo de vida e nos
padrões alimentares do indivíduo,
necessárias à promoção de um estado
nutricional ótimo, ao mesmo tempo que se
oferece o máximo de conforto e qualidade
de vida”
OBRIGADA!
luisa.castro@pucrs.br