TEXTO NARRATIVO

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Professora: Elaine Meireles Evangelista

Marcuschi (2002:22) apresenta uma breve definição:

“situam-se e integram-se funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem. Caracteri zam-se muito mais por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades linguísticas e estruturais. São de difícil definição formal, devendo ser contemplados em seus usos e condicionamentos sócio pragmáticos caracterizados como práticas sócio discursivas. Quase inúmeros em diversidade de formas, obtêm denominações nem sempre unívocas e, assim como surgem, podem desaparecer”.

Descritivos; narrativos; argumentativos.

A narração é um dos gêneros literários  mais fecundos, portanto, há atualmente diversos tipos de textos narrativos que comumente são produzidos e lidos por pessoas de todo o mundo.

Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão o Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Fábula, a Parábola, o Apólogo, a Lenda, entre outros.

O principal objetivo do texto narrativo é contar algum fato. E o segundo principal objetivo é que esse fato sirva como informação, aprendizado ou entretenimento. Se o texto narrativo não consegue atingir seus objetivos perde todo o seu valor. A narração, portanto, visa sempre um receptor.

A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa.

O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço, tempo e espaço.

Narrador (1º e 3º pessoa); Enredo; Personagens (protagonista, antagonista

e coadjuvante); Tempo (cronológico e psicológico); Espaço.

Foco Narrativo, ou Ponto de Vista, é o elemento da narração que compreende a perspectiva através da qual se conta uma história.

Os pontos de vista mais conhecidos são três: e narrador-personagem, narrador-observador e narrador-onisciente.

Além de contar a história em primeira pessoa, faz parte dela, sendo por isso chamado de personagem. É marcado por características subjetivas, opiniões em relação aos fatos ocorridos, sendo assim uma narrativa parcial, já que não se pode enxergar nenhum outro ângulo de visão. Esse tipo de personagem tem visão limitada dos fatos, de modo que isso pode causar um clima de suspense na narrativa. O leitor vai fazendo suas descobertas ao longo da história junto com a personagem. 

Meu pai leva-me à porta do famoso noturno para a cidade grande: - Cuide-se, meu filho. É um mundo selvagem. [...] E, sem querer, também eu comovido. Diante de mim o feroz tirano da família? Ditador da verdade, dono d palavra final? Primeira vez, em tantos anos, vejo um senhor muito antigo. Um pobre velhinho solitário. Merda, o trem não parte. Meu pai saca o relógio do colete, dois giros na corda. 

(TREVISAN, Dalton. Quem tem medo de vampiro?. São Paulo: Ática, 1998, p. 75-6)

É o que presencia a história, mas ao contrário do onisciente não tem a visão de tudo, mas apenas de um ângulo. Comporta-se como uma testemunha dos fatos relatados, mas não faz parte de nenhum deles, e a sua única atitude é a de reproduzir as ações que enxerga a partir do seu ângulo de visão. Não participa das ações nem tem conhecimento a respeito da vida, pensamentos, sentimentos ou personalidade das personagens. 

Exemplo: Augusto, então, contou ao seu amigo todos os seus segredos e assim os dois se abraçaram!

É aquele que sabe de tudo. Há vários tipos de narrador onisciente, mas podemos dizer que são chamados assim porque conhecem todos os aspectos da história e de seus personagens. Pode, por exemplo, descrever sentimentos e pensamentos das personagens, assim como pode descrever coisas que acontecem em dois locais ao mesmo tempo.

Ao amanhecer, quando vindo do mar começava a soprar leve o vento, subia o rapaz no alto daquele prédio, e empinava a pipa amarela. Batendo o tênue corpo de papel contra as varetas, serpenteando acuada, lá ficava ela no azul até que o final da tarde engolia a brisa, habilitando então a terra sobre o mar, e descendo o rapaz para a noite.

(COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco. © Mariana Colassanti)

Enredo é a sequência de acontecimentos da história, a rede de situações que as personagens vivem, a trama das ações que elas fazem ou que elas sofrem.  A verossimilhança é a organização lógica dos fatos no enredo. Cada motivo (causa) para desencadeamento de outros fatos (efeito). É através da verossimilhança, da aproximação da realidade, que o texto se fará real.

O conflito é uma posição ente os elementos da história – fatos, personagens, ambiente, ideias, desejos, opiniões – da qual resulta uma tensão que organiza os fatos. O conflito cria no leitor ou no ouvinte expectativa em relação aos fatos da história e a ele se deve a estruturação do enredo em partes: apresentação, complicação, clímax e desfecho.

Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. 

Complicação: é a parte do enredo em que as ações e os conflitos são desenvolvidos, conduzindo o enredo ao clímax.

Clímax: é o ponto em que a ação atinge seu momento crítico, momento de maior tensão, tornando o desfecho inevitável.

 Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.

São as peças fundamentais, pois sem elas não haveria o próprio enredo. Há a predominância de personagens que se destacam pelos atos heroicos, chamadas de principais, outras que se relacionam pelo seu caráter de oposição, as antagonistas, e as secundárias, que não se destacam tanto quanto as primárias, funcionando apenas como suporte da trama em si. 

Caracteriza o desencadear dos fatos. É constituído pelo cronológico, que, como o próprio nome diz, é ligado a horas, meses, anos, ou seja, marcado pelos ponteiros do relógio e pelo calendário. 

O outro é o psicológico, ligado às lembranças, aos sentimentos interiores vividos pelos personagens e intrinsecamente relacionados com a característica pessoal de cada um.

 

O flashback é uma técnica narrativa que tem por característica o fato de voltar no tempo. Costuma ocorrer quando a personagem deseja lembrar a outra personagem (ou ao leitor) fatos relevantes que ocorreram em um tempo anterior à narrativa. Um exemplo clássico do uso dessa técnica encontra-se no Memórias póstumas de Brás Memórias póstumas de Brás CubasCubas, o exemplar romance de Machado de Assis.

É o local onde acontecem os fatos, onde as personagens se movimentam. Existe o espaço físico (geográfico)  que é aquele que caracteriza o enredo e o social (ambiente), relativo às condições socioeconômicas, morais e psicológicas que dizem respeito aos personagens.

Era uma vez uma criança pobre que não tinha pai nem mãe. Tudo estava morto, e não havia mais ninguém no mundo. Estava tudo morto. E a criança andou e procurou dia e noite. Como não havia mais ninguém na Terra, quis ir para o céu, a lua tinha um olhar tão amável. Quando finalmente chegou na lua, viu que não passava de um pedaço de madeira podre. Então foi para o sol. E quando chegou no sol, viu que era um girassol murcho. E quando chegou nas estrelas, viu que eram mosquitos dourados que estavam espetados como se espetam vagalumes nos pinheiros. E quando quis voltar para a Terra, a Terra era uma panela emborcada. A criança estava só. Então, sentou-se e chorou. E até hoje está ali, sentada e completamente só. (GEORG BÜCHNER)

“Em sua interrelação com outros sujeitos, sob a influência de uma complexa rede de fatores, entre os quais a especificidade da situação, o jogo de imagens recíprocas, as crenças, as convicções, atitudes dos interactantes, os conhecimentos (supostamente) partilhados, as expectativas mútuas, as normas e convenções socioculturais”. (Koch, 2003, p. 10)

DEPENDENDO DO NÍVEL DE ANÁLISE...

NADA COMPLICADO...

"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros."

(Che Guevara)