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Paulo Lucas
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Paulo Lucas
O REGRESSO DO
PROFETA
O Regresso do Profeta
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Copyright®2013 by Paulo Lucas
Todos os direitos reservados
Capa Paulo Lucas - Photophosp CS6
Revisão Paulo Lucas
Editoração eletrônica Editora Perse
Publicação Perse
www.perse.com.br
1ª Edição
463 Pgs
Lucas, Paulo
Guerra Fria Temporal/Paulo Lucas Campinas-SP
Perse 2013
1-Ficção Científica 2-Aventura 3-Futurismo
Perse 2013
Esta é uma obra de ficção. Todos os personagens,
organizações, e eventos mostrados nesta novela são produtos
da imaginação do autor ou são usados de forma fictícia.
Paulo Lucas
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Prefácio — pág. 05
Prólogo da Psicohistoriadora Debra Zeev — pág.06
I — O despertar do Profeta — pág. 09
II — O Profeta luta pelo retorno — pág.143
III — O Profeta é julgado — pág.349
Epílogo — pág.432
Terminologias usadas no livro — pág.440
A história de Debra Zeev — um conto dos meados do ano de
6.196 AD — pág.446
O Regresso do Profeta
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Prefácio
Este é o meu primeiro livro escrito. E como tal, sei que
o leitor encontrará algumas ingenuidades tão naturais num
escritor imaturo. A história mostra o que aconteceu com a
Humanidade após o século 21. Terríveis guerras fratricidas
causadas por questões político-religiosas; decadência e a
consequente queda dos Estados Unidos da América e, o quase
extermínio da Espécie Humana. Tudo por causa de suas rixas
ideológicas. É neste livro que coloco o nosso povo brasileiro
em seu status de primeira grandeza.
Após os cataclismos dos séculos 21 e 22, um brasileiro
chamado Tomé de Souza Azevedo faz com que nosso povo
ressurja das cinzas do holocausto da guerra. Este homem cria
pequenas colônias autogestoras de sobrevivência, que mais
tarde exporta com a mesma idéia para o solo da África. O
único lugar do planeta aonde, quase não há contaminação
radioativa e química das armas de destruição em massa.
Após conseguir livrar o remanescente dos humanos da
Era da Grande Fome, Tomé junto com outro brasileiro
chamado Andreas Rubino; funda o núcleo urbano na planície
do Serengeti na África. Este núcleo cresce rapidamente, e se
torna uma megalópole que, mais tarde se tornará a capital da
Federação dos Povos da Humanidade criada por Tomé.
É o descendente de Andreas Rubino, um homem
chamado Fábio Rubino que é o protagonista deste livro. Um
filantropo que gasta seu tempo, e dinheiro em prol dos aflitos
e necessitados. Fábio nasce com um terrível dom de
presciência; e se torna um escândalo para a geração
altamente descrente e tecnológica.
Paulo Lucas
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Prólogo da Psicohistoriadora e arqueóloga Debra Zeev. A
brasileira se destaca no meio acadêmico e, chama a
atenção do Imperador Udvald Malak Al-Hak Jason
Rubino. Este franqueia as bibliotecas do Império e, da
Igreja da Sagrada Profecia para que ela escreva, e
divulgue a verdadeira origem da Casa Imperial Al-Hak, e
do Império criado pelo ancestral de Udvald; Malak Al-
Hak II.
Como psicohistoriadora, tenho o dever de relatar os
verdadeiros fatos, que contribuíram para que no futuro
acontecesse o Santo Jihad. Certamente deflagrado pela
vingança do Escolhido. Fica difícil após todos esses milênios
separar os fatos verdadeiros da lenda, pois Fábio Rubino o
Profeta gerou muitas lendas que, teimam em sobreviver nos
mundos colonizados pela humanidade. Iniciaremos este
tratado mostrando a parte humana do Profeta. Do momento
em que ele desperta para vida sob a forma do jovem Amom
Guedes.
Mostraremos as facetas dos malévolos Renegados e
seus servos. Que transformaram o mundo dos homens num
sistema corrupto, onde a vontade dos mais fracos não tinha
vez. Naquela época, a Terra e a jovem Federação eram
governadas por um parlamento inepto. Os quais não
“puderam” reconhecer o Profeta em seu retorno.
Com mais da metade de seus membros trabalhando
para a organização secreta Chama Viva, fizeram de tudo
para se livrar do homem que expôs seus erros e inércia a luz
da verdade. Durante as páginas desse trabalho, nos
depararemos com as virtudes de Andressa. Uma mulher que
foi um exemplo não somente para sua época, mas para nós
mulheres da geração atual.
O Regresso do Profeta
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São as visões da mente que levam o Profeta a Rub Al-
Khali na Arábia. Onde se depara com um dos membros da
civilização espiritualizada dos Karshi’avanir; os
Construtores. Um membro desse povo chamado Vrinam,
ajuda o Profeta Rubino a recuperar suas memórias originais.
Plenamente renascido, ele se recupera dos traumas de seu
assassinato em Hope. Após se lembrar do que era
anteriormente, ele parte em busca de repostas para as visões
de sua mente. E a procura de seu eterno amor que, nem
mesmo a eternidade foi capaz de fazê-lo esquecer. Mas ele
não imaginava as tramas dos malévolos Renegados, que
através de suas marionetes do parlamento federativo fazem
Rubino ser exilado num planeta distante. Lá, ele se depara
com os Alados. Seres que o ajudam a sobreviver na terrível
selva de Exílio.
Este é o primeiro trabalho que é fruto de dificultosas
pesquisas. Realizadas não somente na biblioteca imperial no
planeta Soma, mas também em textos que são de propriedade
da Igreja da Sagrada Profecia. A Igreja possui um grande
acervo de holocristais com imagens do Profeta Rubino. E
miríades de textos sagrados; que quando peneirados de seus
exageros religiosos, fornecem preciosos fatos para a
psicohistória.
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Aproximadamente 690 anos a S.J
(Antes do Santo Jihad)
O Regresso do Profeta
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I O Despertar do Profeta
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Todo aquele que possui o dom da presciência; deve entender
que prever o futuro, não implica que poderá mudá-lo. O fluxo
do tempo se assemelha as ondulações; provocadas por uma
pedra quando lançada sobre as águas de um lago. Cada
ondulação traz em si mesma, variações temporais, das quais
o profeta não possui o mínimo controle. A única certeza que
ele terá é essa: Não existem coincidências.
Trecho extraído do Sefer ha Goláh, o Livro do Exílio.
Escrito por Rubino quando esteve exilado no planeta
Exílio.
Amom correu apressado pelo passadiço elevado muito
acima dos jardins da entrada da estação. Por um breve
momento, ficou olhando para os carros voadores passando
com velocidades extremas pela via aérea. Como que saindo de
um transe, decidiu que não tinha tempo para perder com estas
observações urbanas. Precisava pegar o trem maglev que
sairia às sete horas e trinta minutos. Se por acaso chegasse
atrasado, o senhor Fukuoka falaria o dia inteiro e isso seria
desagradável.
O salão de entrada da estação estava lotado. As
pessoas estavam preocupadas em se desviar dos robôs
faxineiros encerando o piso. Suas faces mostravam
claramente a disposição e, a vontade de que seus corpos ainda
pudessem estar em camas macias.
Amom finalmente se aproximou da plataforma onde
tomaria o trem. Deparou-se com uma profusão caótica de
cartazes holográficos numa mixórdia colorida. Coisa que
gerava uma poluição visual com as propagandas das inúmeras
corporações. Cada grande empresa da Corporação
Tecnológica se achava no direito de mostrar seus produtos
aqui. O que dava claramente a impressão, de que uma terrível
O Regresso do Profeta
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competição de marketing na propaganda de seus produtos
ocorria.
Irritado, Amom entrou no trem já abarrotado de pessoas
numa lufa-lufa de tecidos. Carrancudo o rapaz varreu o vagão
com a vista procurando um assento vazio para se sentar.
Notou claramente que era raro encontrar assento vazio a esta
hora da manhã. Finalmente, conseguiu encontrar um lugar
junto a uma janela. De onde pelo menos, poderia atenuar o
tédio enquanto olhava a paisagem da cidade. Latínia era uma
metrópole gigantesca em uma época de alta tecnologia, e fora
construída no interior do que fora o extinto Estado de São
Paulo. Os Brasileiros sobreviventes da época da Grande Fome
haviam percorrido um longo e árduo caminho.
Enquanto observava as grandes torres que
ultrapassavam as nuvens, a história recente da humanidade foi
como que se intrometendo na mente dele. Depois da Quarta
Grande Guerra, o remanescente do povo brasileiro erguera a
cidade. Transformando-a na capital do Estado Federativo da
América do Sul. Os olhos de Amom se fixaram fascinados nas
torres azuladas ultrapassando as nuvens mais baixas. A cidade
era responsável por grande parte da produção do material de
alta tecnologia consumido pela população da Federação. Com
um profundo suspiro, ele se lembrou de que por pouco, a
humanidade não fora destruída na última guerra fratricida.
As cenas de fome e destruição arquivadas nos
holovídeos dos bancos de dados; existiam para mostrar o que
acontecera. Eram cenas que vinham agora como um fantasma
agourento, para assombrar a mente dele pela manhã. No
primeiro quarto do século 21, o antigo Império Americano
começou a dar fortes sinais do fim fatídico que se
aproximava. Seu modelo de política praticada há décadas;
começou a semear e a causar grandes perturbações no planeta
inteiro. As antigas nações já fortalecidas não estavam
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dispostas, a concordarem com todos os caprichos do
congresso americano. Os povos islâmicos que claramente
nutriam ódio contra os americanos decidiram se levantar em
massa.
Segundo os poucos documentos que restaram daquele
período turbulento, este ódio não era coisa recente. Era algo
que vinha sendo alimentado por décadas de divergências
político-religiosas. Foi justamente nesse momento histórico,
que esses povos islâmicos se sentiram fortes o suficiente, para
se levantar contra a opressão. Descobriu-se que o mentor por
trás do levante, era um gênio da eloquência. Mas a grande
ironia do destino era que ele era um árabe descendente de
americanos por parte de mãe.
Seu nome era Dr. Yussuf Mansur. Um gênio no campo
da pesquisa biológica, e para a desgraça da humanidade, ele
era um clérigo ultra-ortodoxo. O homem perdera a esposa e o
filho numa operação conjunta dos americanos e israelenses,
numa aldeia do Oriente Médio. Jurando que um dia destruiria
a nação americana, Mansur fundou um movimento
revolucionário chamado A Espada de Alá.
Um vídeo recuperado da época mostra o Dr. Mansur se
dirigindo à comunidade mundial. Ele dizia que atacaria bem
no coração da nação americana. E foi exatamente o que
aconteceu. Um belo dia, um surto incontrolável de gripe
começou a se manifestar em diversas cidades norte-
americanas. Logo um monte de gente começou a morrer.
Descobriu-se na época, que enfermidade era causada por uma
cepa de vírus geneticamente modificado. Algo nunca antes
observado. Antes que se descobrisse uma medicação, mais de
500 mil americanos morreram sob o efeito desse vírus
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mortal1. Com muito custo, os cientistas norte-americanos
conseguiram conter a fúria do vírus de Mansur. Mas o custo
havia sido muito alto.
Num ato de desespero e precisando dar uma resposta ao
ataque, o congresso americano votou leis de emergência
dando plenos poderes ao presidente. Com isso, o governo
poderia dirigir a resposta ao seu agressor da maneira que
melhor lhe conviesse. Tomando uma decisão que hoje
chamaríamos de arbitrária, o congresso americano dividiu a
humanidade em duas classes: Em amigos e inimigos dos
americanos.
Então a guerra se acendeu como um rastilho de
pólvora. E se espalhou por todos os hemisférios do planeta.
Por seis longos anos o conflito se alastrou pelos
territórios islâmicos. Morte, dor e destruição cavalgaram sob a
cela do Cavaleiro Vermelho do Apocalipse. Tropas vestidas
com o mais moderno em tecnologia se engalfinharam em
promontórios rochosos, pradarias, aldeias, cidades e desertos.
Mas assim como começou, o fogo da guerra extinguiu-se. E
mais uma vez o Império Americano saiu-se vencedor da
batalha. Pela destruição e duração, o conflito foi considerado
como a Terceira Guerra Mundial. Todavia, mesmo com toda
a fúria dos americanos, estes não conseguiram destruir os
líderes da Espada de Alá.
1 Este vírus que era uma cepa do tipo Influenza, foi modificado de tal
forma que qualquer tentativa para domesticá-lo provocava uma reação de defesa por parte do vírus. Os cientistas atuais acreditam que talvez Mansur tenha desenvolvido um vírus sintético. Os infectados apresentavam uma reação gripal normal no início da encubação. Mas no desenrolar da infecção os pacientes apresentavam inflamação progressiva dos órgãos internos. Ao cabo de cinco dias elas morriam com a destruição progressiva dos mesmos.
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Saindo ilesos das batalhas, os líderes mostraram que não
ficariam inativos por muito tempo. Mansur sendo um gênio
em tática militar; reagrupou seus cientistas, pensando no
próximo lance. Em cavernas profundas das montanhas do
Afeganistão, os cientistas sob seu comando, criaram um
míssil stealth de longo alcance. Sem pensar duas vezes,
Mansur lançou o míssil em direção da América do Norte. O
míssil stealth possuía uma ogiva atômica de 20 megatons de
TNT, e fora feito com material contrabandeado do Irã. Era
uma bomba capaz de varrer qualquer megalópole do mapa.
Numa bela manhã do dia 18 de abril de 2048, um sol
brilhou bem no centro da cidade de Washington DC.
Partindo do epicentro, o fogo atômico devorou todas as
estruturas num raio de 25 quilômetros. Transformando o
centro da capital dos Estados Unidos num deserto radioativo.
Milhões morreram. Milhares ficaram feridos e desabrigados.
O grande Império ficou estarrecido, e perplexo por ter sido
ferido daquela forma. Até mesmo a população mundial ficou
chocada com a brutalidade do atentado terrorista. Porque até o
momento, ninguém acreditava que um grupo terrorista
islâmico seria capaz de tamanha proeza. Mostrando um
grande preparo, os militares escondidos em suas bases
subterrâneas como o centro NORAD conseguiram colocar
certa ordem no caos.
Imediatamente criaram a Junta Punitiva. A
reciprocidade foi o lema daqueles líderes militares. Numa
reunião emergencial a Junta fez um juramento que, destruiria
todos os povos islâmicos do planeta. Para eliminá-los
definitivamente da face da Terra. Numa coisa inédita para a
política americana, um general assumiu o poder. E foi com a
completa aprovação por parte do povo. Esquadras de aviões
caças automáticos partiram das bases americanas em direção
ao Oriente Médio. Eram aparelhos comandados por uma nova
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tecnologia de inteligência artificial. Monstros que não sabiam
o que significava piedade.
O atentado a Washington foi à mola mestra para o
inicio do período, que os psicohistoriadores costumam chamar
de a Segunda Era das Trevas. Cada país, cada cidade e
pequeno povoado foram varridos pelas frias máquinas
assassinas. Não deixaram nada de pé. Toda e qualquer
estrutura foi pulverizada por novos armamentos lançadores de
raios de plasma. Na batalha final, os soldados americanos
encurralaram os membros da Espada de Alá nas montanhas
afegãs. Todos eles foram esfolados vivos, e colocados em
estacas ao sol para morrer.
Após a última resistência islâmica eliminada, os
esquadrões de extermínio varreram as regiões habitadas por
povos de maioria muçulmana. A ordem era clara para os
esquadrões avançados: Quem não mudasse de religião deveria
ser morto imediatamente! Basta dizer que as pessoas
preferiram morrer a mudar de religião. Mesmo em última
instância, e sob a ameaça de aniquilação, as pessoas se
apegam ferrenhamente as suas tradições religiosas. Elas
encaram a morte com completa altivez de espírito.
As outras potências da época até então neutras no
conflito, não suportaram ver os terríveis massacres. Então
decidiram unanimemente deter o gigante americano. E no dia
31 de janeiro de 2050, a União Européia e o Bloco Asiático
comandado pela China declararam guerra aos Estados Unidos.
O grande Império Americano se achando no direito divino de
governar os povos da Terra, e confiando em sua alta
tecnologia, acreditava que Deus estaria ao seu lado.
O Império Americano ainda resistiu aos seus
adversários por um período de sete anos completos. Mas
nenhuma nação por mais forte que seja, consegue se manter
em tantas frentes de batalha. Mas no desenrolar final, do que
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foi chamada a Quarta Grande Guerra Mundial, todos
perceberam que não haveria vencedores. O grande conflito
deixou o planeta tão arrasado, que o sistema ecológico já
fragilizado das eras anteriores entrou definitivamente em
colapso. Por causa disso a Terra já não podia sustentar as
espécies. E cinco bilhões de pessoas pagaram com suas vidas,
pela insensatez de assassinos uniformizados.
As grandes cidades outrora cheias de vida, agora
estavam vazias como tristes memoriais à loucura dos homens.
A própria nação americana não teve como sobreviver à
destruição sistemática do planeta. Num ato de desespero seus
militares remanescentes e seus cientistas decidiram que,
chegara o momento de se mudarem para a protocolônia já
existente em Marte. Foi uma tentativa patética de tentarem
salvar seu modo de vida.
Juntaram os últimos recursos; construindo naves de
transporte em sua base lunar. Uma forma de levar gente e
materiais para o último refúgio. Isso lhes permitiu construir
uma mínima infraestrutura, que lhes possibilitaria a
sobrevivência no inóspito planeta vermelho. Na Terra ficaram
continentes inteiros cobertos de vastos campos de ruínas
cheias de ossos. Com um resto miserável de população
lutando para sobreviver todos os dias. O período foi
denominado pelos Psicohistoriadores como a Época da
Grande Fome. Os três bilhões remanescentes tiveram
constantes baixas por causa da inanição e canibalismo.
Parecia que finalmente a sofrida humanidade do planeta
Azul teria o seu término. Como foi a tanto tempo preconizado
pelos antigos. Mas quando a escuridão sombria parecia ter
engolido toda a civilização humana, surgiu alguém que trouxe
um pequeno raio de esperança. Uma luz para aqueles que
sofriam nas trevas da fome e da miséria.
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Numa inovadora atividade, um homem se ergueu das
cinzas da destruição. Ele decidiu que não morreria e, que a
humanidade mais uma vez seria forte. Seu nome era Tomé
Almeida de Azevedo. Um brasileiro. Este homem
desenvolveu um modelo de comunidade autossustentável que,
era capaz de sustentar uma população de pequeno porte. A
primeira destas comunidades foi criada no que foi outrora o
belo país chamado Brasil. Produzindo alimentos e uma
incipiente indústria de bens básicos.
Tomé criou oficinas improvisadas, utilizando restos de
materiais bélicos deixados nos quartéis abandonados. A esta
se seguiu outras comunidades que, foram recebendo os
famintos maltrapilhos sobreviventes da guerra. Após a
estabilização das comunidades, elas acabaram gerando outras
comunidades. Após isso, Tomé partiu em direção aos outros
países, numa tentativa de criar novos assentamentos. Ele
acreditava piamente que isso possibilitaria a sobrevivência
dos remanescentes da grande guerra.
Ele viu que grande parte do solo da Europa, da Ásia e
da América do Norte estava arrasada pelas armas químicas, e
pela radiação atômica. Então, organizou comboios de aviões
para levar os sobreviventes para a África. Onde o solo quase
não fora afetado pela guerra. Foi nesse período que ele
conheceu um médico brasileiro chamado Andréas Rubino. Ele
já estava trabalhando com os sobreviventes da África. Juntos
criaram uma grande comunidade chamada Saint Peace, que se
tornaria mais tarde a capital da Federação de Povos da Terra.
Andréas Rubino teve a idéia de procurar pelas regiões
outrora muçulmanas, para ver se ainda existiam sobreviventes
do Grande Massacre. Foram descobertos vários subterrâneos
nas antigas capitais dos países islâmicos. Onde os
sobreviventes se empilhavam como ratos na luta pela