Trabalho Pamela

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Territórios e educação do campo.

1.0 Introdução

Mesmo com a origem agrária do nosso país, os povos que vivem e sobrevivem do

campo brasileiro tiveram, historicamente, seus direitos educacionais negados, notadamente,

aqueles que se referem à educação formal ministrada nesse espaço geográfico. Estudos como

os realizados por Sérgio Leite (2002), Miguel Arroyo (2007) e Munarim (2006), mostram que

o campo sempre foi visto como lugar de atraso, uma realidade a ser superada e, por esse

motivo, as políticas sociais e educacionais não foram vistas como prioritárias para esses

povos.

Os espaços rurais vêm passando por transformações significativas ao longo das

ultimas décadas que tem definido outros olhares sobre o rural e suas dinâmicas,

transformando a concepção de espaço rural como lócus de atraso, de inferioridade e de

marginalidade. Esses olhares enfocam o rural para além de uma perspectiva “setorial”

(produção agrícola), incorporando suas múltiplas dimensões: econômicas, políticas, culturais,

ambientais, educacionais... Surgem neste contexto abordagens de estudo do espaço rural que

colocam em evidência o conceito de Território.

“O Território é o lugar em que desembocam todas as ações, todas as paixões, todos os

poderes, todas as forças, todas as fraquezas, isto é onde a história do homem plenamente se

realiza a partir das manifestações da sua existência” (Milton Santos).

O conceito de território está presente em diversos campos do conhecimento,

contribuindo há tempos para os debates nas ciências políticas, humanas e da natureza. Este

conceito vem sendo muito discutido nos estudos sobre o espaço geográfico, ganhando

inúmeras interpretações, algumas complementares e outras um pouco dissonantes: território

como espaço de vida e trabalho; espaço das relações sociais, do cotidiano; espaço de domínio

por um Estado-nação ou por um grupo social; espaço sobre o qual se exerce determinado

poder e com o qual se criam vínculos simbólicos, de identidade e pertencimento cultural;

território contínuo e descontínuo; territórios tradicionais; e, territórios que se refazem a todo o

momento.

Metodologia

2.0 Discussão

Educação do Campo é um movimento e um conceito novo: surgiu na década de 1990 e

está ainda em construção. Tem em suas raízes a Educação Popular e vincula-se às lutas por

transformações das condições sociais de vida no espaço rural. Surge a partir dos grupos que se

movimentam e se articulam por estas transformações, exigindo outra forma de produzir

conhecimentos a partir do, no e sobre o espaço rural. Como argumenta Caldart (2008), a raiz

da Educação do Campo é o próprio movimento histórico do campo.

E esta educação ganha um novo sentido, quando associada a um movimento social que

defende a educação articulada com a criação de condições materiais para a vida no campo. A

defesa de uma educação do campo tem como sustentação o reconhecimento de uma realidade

de trabalhadores e trabalhadoras que têm resistido para continuar produzindo sua vida no

espaço rural.

O campo é tratado, pela maioria dos países, como algo residual em meio a uma

sociedade que tem se modernizado amplamente frente aos imperativos do capital

mundializado. Porém, é primordial analisar que a mesma modernização que revolucionou os

espaços industriais da cidade gerou o desemprego estrutural e que a cidade não é capaz de

absorver a mão de obra vinda do campo, e, nesse sentido, a agricultura familiar é vista como

uma opção para a geração de trabalho e desenvolvimento territorial camponês.

A expressão do “campo” na Educação do Campo se relaciona às identidades e aos

processos históricos vividos pelos grupos sociais no espaço rural. Os sujeitos da Educação do

Campo são os sujeitos do Campo (CALDART, 2044), aqueles que vivem e resistem no

espaço rural, camponeses que lutam pela reforma agrária e por melhores condições de

trabalho e vida, agricultores que resistem a um modelo de agricultura excludente, quilombolas

e indígenas em busca de afirmação de seus direitos e identidades, ribeirinhos, vazanteiros,

sem-terra, atingidos por barragens; povos do campo, das águas e das florestas.

3.0 Conclusão

Nos últimos treze anos, o cenário educacional brasileiro passou a ser ocupado por

sujeitos coletivos que não haviam ainda protagonizado este espaço: os movimentos sociais do

campo. Esses sujeitos coletivos, a partir de suas lutas sociais e de suas práticas educativas,

articulados nacionalmente no Movimento de Educação do Campo, têm sido capazes de, com

suas ações, interrogar e apresentar alternativas ao projeto hegemônico de desenvolvimento

rural, às tradicionais escolas rurais e aos processos de formação de educadores.

Os avanços conquistados abrangem: obtenção de marcos legais e de programas

educacionais destinados a esses sujeitos, inserção do tema na agenda de pesquisa das

universidades públicas brasileiras e articulação entre os diferentes movimentos sociais e

instituições que lutam pela Educação do Campo. As principais questões que devem ser

transformadas para que as escolas do campo atuem de acordo com os princípios do

Movimento referem-se a: formular e executar um projeto de educação integrado com um

projeto político de transformação social liderado pela classe trabalhadora; garantir a

articulação político-pedagógica entre escola e comunidade a partir do acesso ao conhecimento

científico; e, vincular os processos de ensino/ aprendizagem com a realidade social e as

condições de reprodução material dos educandos.

REFERÊNCIAS

Lagoinha dos Leonidas foi fundada em 1914 por José Cearense. Antigamente era

conhecida como Grota Funda, por causa de suas grandes poça de água que se formava com a

chuva.

O morador mais antigo que hoje se encontra lá é o seu Moisés com 63 anos, ele nos

relatou que não tinha acesso para a passagem de veículos no povoado para chegar até a cidade

eles vinha por lancha que saía de Pedreiras e passava pela margem do rio Mearim e os

moradores já estavam esperando para vim até a cidade.

Até então o povoado não tinha escola depois de mais ou menos cinquenta anos atrás

um senhor Leonidas comprou um grande pedaço de terra no povoado e cedeu para construir a

escola. Com o apoio de alguns moradores o senhor Leonidas recebeu a homenagem com o

nome da escola do povoado. Mais a grande maioria não concordou com isso pois ele não foi o

fundador do lugar e nem morava no local, pois ele só comprou as terras mais continuou

morando na cidade, mas não reivindicaram e a escola ficou um bom tempo com esse nome

Lagoinha dos Leonidas.

Meus pais chegaram no povoado e eles viram que o acesso a escola era muito difícil

só tinha as pequenas varedas para os alunos passarem. A 17 anos atrás o senhor Mendonça e

Dona Doralice cedeu um pedaço de sua terra com um terreno mais apropriado para receber os

seus alunos é uma mulher analfabeta, mais que queria dar um futuro melhor para crianças. A

população vendo essa bondade a batizaram com o nome como Nossa Senhora das Dores.

A maioria da população é católica, e tem uma capela de São Francisco de Assis que a

população faz suas crenças.

Os moradores tem como profissão a lavoura e a pecuária e pisiculturimo e a hortalice

que forma uma renda para seus habitantes.