Três Gerações com a Poesia

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Três Gerações com a poesia

O menino que fuiEstá aqui hoje, presente

Porque hoje é dia de não faltarÉ dia de o vovô descer das mangueiras

Com mãos e boca amarelasCorrer com pés sujos de terra

E assoviar mais fino que passarinho.

É dia de se lembrar que há dois Meninos que

seguem adianteCom os poemas que plantei

O menino que crieiJá deu luz a outro menino

Que hoje é maior que nós doisE radiante segue a trilha da poesia

(Semente que um dia plantei)

Nossos poemas crescem das dúvidasDas questões eangústias de todo serPassam pelas mentese saem em revoadaBuscando sentido no amanhecer

São pássaros ou leões?Questões, desejos e turbilhões

Que em cem mil cores tornam-se palavras

Por alguns anosPoucos anos eternos

Foi com o timbre dele que dormiAlguns anos apenas

Onde o medo não moravaO bicho-papão não assombrava

E o silêncio se definiaEm suave travesseiro de plumas

Aprendi o pai nosso inteirinhoE quando repito

É como se paz houvesse nesse ninhoQue mais agita que redemoinho

Que mais se mexe que peixe fisgadoQue mais dizer de pai tão amado?

É com a voz grossa dele que aindaMe engano um menino brincando

E de repente acordo ouvindoO embalo pro meu sono

Já não estou sozinhoNem lembro que um dia estiveHoje conto no cair das sombras

Aventuras de NarizinhoE outras histórias fantásticas

Para quem preenche com brilho mágicoOs espaços do dia e da noite

É esse o ofício que aprendi tão firme

É esse o lema de nosso pequeno time

Não tem onze, são oito a menos que o futebol

Fazendo gols de poesia enquanto houver nascer do sol.

A cabeça é nascente de idéiasSabemos em pescaria e arapucasPrender em armadilhas a poesia

Que se libera nas páginas malucas

Outras ficam livres, à brisaAos anjos e Deus

Que são nossos melhores leitores

Eu só quero soltar pipas com o vento

E prontoNada de definições

Sorrir até o fim do diaE ponto

Pra mim, poema sem rima é bola vazia

Não tem umazinha nessa poesia?

Esconde-Esconde, vou arriscar:Sobre tudo posso desenhar?

Brinco de play e vou te pegar:Porque a estrela cadente vai acabar?

Aviãozinho de papel até cansar:Até onde posso voar?

Dia do aniversário e das crianças

Afinal, quantos dias até lá?

E o natal... que demora...

vou chorar!

Correr com braços abertos de alegriaÉ minha forma de ir ligeiroSó o meu dileto travesseiro

Sabe com que brinquedos vou sonhar

Ser poeta é de família?

Presente que nasce cedinho?

É batida do coração?

Hoje esse dom é um brinde

Um sorriso completo

Um gesto bonito

Que dedico a este teatro repleto.

Agradecimento à família MARISTA pela oportunidade...

. Johnny Guimarães. Geraldo Guimarães

. João Rafael de F. Guimarães