Post on 14-Jan-2015
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Turismo de Vida Selvagem: a visão de um consumidor e
algumas lições
Fábio Olmos
Tanqa Karoo, South Africa
Transilvania, Romania Kilimanjaro, Tanzania
PARNA Emas, Goiás South Georgia
Serra Fina, São Paulo
Kuelap, Peru
Isla Catalina, Costa Rica
Viajar é investimento, não gasto
Turismo de vida selvagem é um turismo de experiência – conhecimento, descoberta, maravilhamento
Bicho vivo e visível é ativo econômico
Experiências com a Vida Selvagem são Momentos PQP que levam visitantes até os confins da Terra....
Observando a Fauna Carismática – Bonito, MS
Lobos-guará no Santuário do Caraça, Santa Bárbara, MG
Algumas outras experiências positivas que tive por aí .....
Observação de Tubarões Brancos – False Bay, Cape, África do Sul
• Tour organizado com saídas fixas, mas dependentes do clima – Apex Predators
• Serviço de informações com atualizações frequentes – se a excursão do dia não vai sair você é informado com tempo suficiente para fazer um programa alternativo
• Há opções de atividades: Cape of Good Hope National Park, pinguins em Boulders Beach, observar baleias da estrada, passear em Simon’s Town...
• Guias com um tremendo conhecimento sobre os tubarões e seu comportamento - você o conhece do Discovery Channel
• O guia-líder também é fotógrafo, então sabe como posicionar o barco com relação à luz, e alertar sobre oportunidades que duram frações de segundo
• Entusiasmo: eles fazem isso todos os dias durante a temporada mas sabem que para os clientes será a única oportunidade (embora muitos voltem)
• Postura ética: eles dão espaço aos tubarões e não forçam a barra
Turismo Botânico - Nieuwoudtville, East Cape, Africa do Sul
• Viagem feita por conta própria (self service)
• Cidade minúscula (1400 habitantes) com boa infra-estrutura de hospedagem e com websites que permitem selecionar e fazer reservas sem problemas
• Estradas bem sinalizadas e acesso fácil à vila e atrações, mesmo aquelas ao longo de estradas não pavimentadas. Atrações bem sinalizadas, com painéis explicativos, e boa literatura sobre o que ver.
• Hospedagem para todos os gostos e bolsos. Preços honestos, na filosofia “explore o turismo, e não o turista”.
• Centro de informações que realmente informa. Nos locais de hospedagem você é informado onde as “top species” estão florindo e os melhores locais para visitar.
• Atrações em reservas públicas e privadas bem manejadas
Bird (e outros bichos)-watching na Escócia durante o inverno (e no Carnaval!)
• Tour organizado por empresa tradicional (Heatherlea) baseada em um vila minúscula mas bem localizada
• Hospedagem e comida excelentes (e cerveja endêmicas)
• Tour com 9 clientes e 2 guias: extremamente bem preparados e com um conhecimento enorme sobre a história, geologia, flora, etc. E piadas. Isso significa que os deslocamentos não eram cansativos, muito pelo contrário.
• Checagens antes do tour para saber que bichos estavam onde
• Atenção individualizada, com cuidado especial a quem tinha problemas para se locomover ou encontrar os bichos
• Um dos melhores tours que já fiz
Cruzeiro e Exploração em South Georgia
• Cruzeiro organizado para 120 pessoas partindo de Montevideo rumo a South Georgia e de lá para Ushuaia – 18 dias
• Embarcação preparada para cruzeiros polares com tripulação treinada, suporte e conforto. E boa comida !
• Guias incluíam cientistas com experiência na região e com múltiplos expertises para atender a diferentes gostos
• Ampla programação de lectures e filmes durantes o cruzeiro para manter os clientes ocupados / entretidos
• Desembarques organizados de maneira a dispersar os grupos. Isso faz com que 120 pessoas não se sintam em um grupo de 120 pessoas
• Programas variados quando em terra, de acordo com as preferências dos clientes (fotografia, pintura, caminhada, contemplação)
• Timing do cruzeiro não coincidiu com outra excursão. A ilha era só nossa
Subindo o Monte Kilimanjaro - Tanzânia
• Tour de 6 dias organizado por uma pequena empresa local (US$ 1.465,00). Bom custo-benefício !
• Atendimento personalizado. Quando cheguei lá descobri que era o único cliente !
• Check-ups diários para avaliar condição física, boa comida, toillet privativo (muito importante !)
• Preparação antes da escalada: orientações médicas, informações sobre cultura local (tips !), etc, etc. para evitar e lidar com surpresas
• Guia e equipe bem preparados e experientes, atentos aos interesses do cliente
• Respeito às regras: sem gambiarras
Dicas para um bom tour e deixar o turista feliz –
• Uma boa atração, devidamente empacotada. Uma pedra pode ser mais uma pedra ou algo espetacular .
• Você está vendendo experiências que seu cliente provavelmente não poderá repetir. Respeite isso.
• Mantenha as expectativas do cliente realistas. Não venda algo que tenha 1% de probabilidade de acontecer
• Sensibilidade aos interesses do cliente. Nem todo mundo quer ver criancinhas. Avalie se você pode adicionar tempero como falar sobre a história, cultura, geologia, gastronomia, etc da região.
• O guia é a peça fundamental: preparo, preparo e mais preparo. A pior coisa é um guia que sabe menos do que você e tenta te enrolar
• O guia tem que ter habilidades sociais para ser meio professor, meio showman, meio piadista, meio segurança e segurar as coisas quando imprevistos acontecem
• Logística adequada: nada melhor que carro/hospedagem/comida ; banheiro ruins para arruinar a melhor das experiências
• Ética e respeito para com os animais, os ambientes e as pessoas envolvidas na atividade.
• Bom custo-benefício – oferecer mais é melhor que cobrar menos
Coisas a não fazer (ou como queimar seu filme)
• Não venda o que você não tem – a pior coisa é criar expectativas e
quebrá-las. Seja sincero e realista quando vender seu produto
• Logística improvisada– o jeitinho brasileiro é a coisa mais abominável do mundo e sinônimo de falta de profissionalismo
• Explorar o turista, e não o turismo. E explorar destrutivamente a área onde você trabalha
• Tourist traps – seu cliente pode não estar interessado em passar 5 minutos na atração que você vendeu e 5 horas em lojinhas de artesanato ou visitando alguma disneylândia étno-cultural
• Tratar recursos naturais de forma explorativa e destruidora – há quem ofereça “gastronomia nativa”, artesanato com partes de animais ou animais vivos. Isso é anti-ético. E inaceitável
• Turismo de massa – gente demais destrói qualquer experiência de estar in the wild.
Obrigado