Post on 13-Mar-2016
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Delírios da cozinha do Beto Madalosso
tutanoA
no
1 -
no
1 -
julh
o d
e 20
12
comer e beber em
istambul SE VOCÊ FOSSE UM QUEIJO, QUE
QUEIJO SERIA?
GIMHendrick’s
vai um aí?
PRAZER
hUuuuUuuuuUummMm...
1 Estava aqui
pensando em que receita escolher para estrear esta
revista. Resolvi ir à bolonhesa, que tem tudo a ver com o que pensei para a revista: gostosa e despretensiosa. Pega o vinho
e vem comigo.
EDItoRIAl
soubetom
adalosso
PR
AZER 2 Eu tinha 17 anos quando fiz esse
prato pela primeira vez. Eu e mais oito amigos, na casa de praia do Rodrigo, amigo meu, durante uma viagem de surfe.
Só porque minha família tinha restaurantes, fui o escalado pelos esfomeados pra fazer o jantar. No som, Men at Work.
Nos copos, bastante cerveja. Refoguei cebola, alho e juntei cenoura cortada em cubinhos.
4 Adicionei a carne moída e fritei até
ficar marronzinha. Coloquei um copo de vinho e terminei usando tomate pelati. Escorri a massa, mistu-
rei na panela do molho e mexi por um tempo até incor-porar. Pra fechar, foram duas mãos cheias de parmesão ralado. Comemos tudo na panela, antes mesmo de chegar
à mesa. Fome é fome, depois de um dia inteiro dentro do mar então...
oOoohhHhhHhUuuuUuuuuUummMm...
oOoohhHhhH
3 Abri a geladeira e
achei um pedaço de bacon dando sopa e fritei junto. Aí sempre pinta um pra ajudar, pra não precisar lavar a louça no final. Então o Mabu, meu primo, esquentou água numa panela e colocou o spaghetti dentro.
3
Se tiveSSe que dar 5 dicaS, elaS Seriam:
Cruzar de ferry boat até Kadıköy, do lado asiático, para almoçar no restau-rante Çiya. O chef resgatou receitas do interior da Turquia, que são delicio-
sas. Você pede o que vê nas panelas e vai para a mesa. Os garçons levam os pratos até você. Beba Ayran, um iogurte bem líquido tempe-rado com sal. www.ciya.com.tr
1
istambul
Jantar no restaurante Karaköy Lokantası. Uma interpretação mais gourmet dasespecialidades turcas num ambiente à la anos 1950. O hotel, que fica em cima do restaurante,também é ótimo.
www.karakoylokantasi.com
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Quem busca um destino gastronomicamente interessante para as próximas férias deve considerar istambul,na turQuia. a cidade é um paraíso gourmet, ainda mais nos meses de verão, Quando os restaurantes enchem as calçadas de mesas, as pessoas ficam até tarde na rua e as noites parecem emendar-se nos dias
coMER E BEBER
3 Fazer um esquenta nos bares da Nevizade Sokak, a rua mais ani-mada da cidade. São dezenas de bares, um do lado do outro. O raki com gelo é o que os turcos gostam de beber, ou a cerveja local Efes.
Comprar (e usar) o guia istanbul eats – exploring the culinary backstreets, da editora Boyut, que lista as melhores comidas de rua da cidade. As livrarias da Istiklal Caddesi têm para vender.www.boyutstore.com
Passear pelo bairro residencial de Bebek, na beira do Bósforo, e experimentar o lokum da Bebek Badem Ezmesi. Esses doces turcos podem ser encontrados em vários lugares do mundo, mas o deles é de tirar o chapéu. Fica na rua principal do bairro, do lado oposto ao café Starbucks.
5
5
43
A maior parte da população é uigur, de origem turca, e um dos pratos mais comuns dessa região é o Plov, arroz com cenoura, alho, cebola e carne de carneiro, temperado com coentro, cominho e pimenta-preta. Outro prato saboroso de origem centro-asiática é o Narin, um verdadeiro banquete com carne de cavalo cozida no próprio caldo, servida com diversos acompanhamentos. O casal experimentou a versão caprina do Narin, com suculentas cabeças de bode para comer com as mãos. Para acompanhar, beberam Kumis, leite de égua fermentado, e ficaram ligeiramente embriagados, graças a Deus.
PelAs bArbAs do Yetiguilherme e bianca canever passaram por Kashgar em uma de suas viagens pelo mundo. a cidade fica na província chinesa de xinjiang, um caldeirão cultural desde a época da rota da seda. a diversidade de povos Que moram ali se reflete naturalmente na culinária local
As ruAs de KAshGAr sÃo
CheiAs de Vendedores
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VÊM nos MAis
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Feitos CoM CArne de bodes e CAbrAs
eM diAs de FestA, o nArin É serVido nA ruA, PArA todA A ViZinhAnÇA CoMer junto
7
Para quem prefere comida “caseira”, os restaurantes do centro também servem chop suey, rolinhos primavera e pato laqueado. Pena que o tempo na cidade não foi suficiente para experimentarem filés de camelo ou carne de iaque, aquele boi peludo do Himalaia.
desAFio ACeito
Cheguei no Bugogi e uns caras que tomavam cerveja em copo de pingado e
repartiam as duas únicas mesas me olharam com desconfiança. Enquanto
a senhora Chung tirava o pedido, me ajeitei num cantinho e fiquei ali, com
cara de aventureiro estrangeiro. Me esbaldei no yakissoba de R$ 7,50 e,
quando dei a última garfada, eu já me sentia como mais um nativo local.
Sempre haverá um lugar em nossos corações ogros para este cantinho – literalmente – comandado pela Senhora Chung, a coreana mais simpática do Bigorrilho. Não é um lugar para chegar e comer apressado, mas a espera compensa. Uma porque dá pra esperar comendo um gyoza feito no vapor ou frito na chapa e outra porque o yakissoba é bom demais. Daí, Beto, vai encarar?
yakidesafio
queMProVA
nunCA MAis
esqueCe
madonna mia!!!
queM desAFiAGuilherMe CAldAs e rAFAel MArtins
o desAFioYAKissobA dA senhorA ChunG
bugogi - senhora Chung
bruno Filgueira, 2296
(41) 3335-8425 Não aceita cartão
Curitiba baixa Gastronomia
8
BAIxA GAstRonoMIA
9
Pequenos pares...
cRônIcA à MIlAnEsA
Todo mundo tem seu par. Os gordinhos, as gordinhas, o narigudo, a estrábica, o bonito, o velho, a Sandy: todos um dia encontram sua alma gêmea.
Eu sempre achei a Chenin Blanc uma uva muito boa pra ser tão pouco usada e comentada. Entre tantas opções frustradas, o Domaine Baumard Clos Du Papillon 2002 teve de espe-rar um dia aberto para saber seu par num domingueiro pão com manteiga (Président, das mais ajeitadinhas que se encontram nos supermercados Pão de Açúcar). Sua cor, inclusive, lembra manteiga clarificada. No nariz, tem contraposições de doce e cítrico, como lichia e grapefruit, ainda um fundo de brioche e lindas notas de, pasmem, foie gras. Na boca, é um pouco ligeiro, mas tem acidez e delicadeza suficientes para esta instância tão subestimada, o pão com manteiga.
Os aspargos, tão crucificados, mesmo eles, acharam sua harmonia. Acompanhando um car-toccio de atum, ganharam vida num Stephane Tissot Chardonnay En Barberon, da região de Jura – um vinho pra gente grande beber. Jura é como o Woody Allen dos vinhos. Tem humor, acidez, é um pouco perturbado, complexo e gera opiniões maniqueístas. Tem esse corpo andrógino entre um branco e um Jerez. Está na minha lista dos 10 vinhos mais sur-preendentes do ano.
Ontem preparei um tartare de atum com amêndoas e foie gras para minha confraria, desa-fiando as leis da harmonização. Até mesmo um Sauternes desempenharia parcialmente seu papel junto ao foie, esquecendo-se do atum. Professor Black, como bom professor, tirou da manga uma carta desconhecida no meu baralho: um Muscat congelado do maluco Bonny Doon. Sem clima propício para produzir um IceWine, Randall Grahm (dono da bodega) experimentou congelar as uvas artificialmente, numa câmara refrigerada. Virou um vinho lindo. Com o tartare, foi perfeito. Os aromas de manga e laranja-baía eram os ingredientes que faltavam na receita (umas mangas em julienne e duas gotinhas de laranja).
O Dia dos Namorados passou e eu não tinha um par com quem celebrar. Em todo caso, separei umas garrafas de branco, tinto e espumante para me acompanhar. Está vendo? Até a
solidão é harmonizável.
Danilo Nakamura é jornalista, formado em gastronomia, escreve para as revistas DiVino e DiVino Sabores e é autor do blog Food Hunter danilonakamura.blogspot.com
G IM HEnDRIcK’s
Das remotas províncias da Escócia, terra de uísques famosos, surgiu também o Hendrick’s, um gim diferente. Com uma produção anual quase artesanal, é uma bebida difícil de encontrar, ainda mais depois de o Wall Street Journal elegê-la o melhor gim do planeta.
Com uma boa dose de marketing irreverente, a marca conquistou barmen descolados, que se tornaram embaixadores Hendrick’s. Eles criam drinques e até receitas com a bebida, que vão para um blog chamado The Unusual Times (www.unusualtimes.net).
Na sua composição, os caras misturam rosas da Bulgária e pepino, o que dá um gosto sublime ao néctar. Para os fãs de um gim-tônica, a diferença fica clara na hora de prová-lo, já que deve ser servido com uma fatia de pepino, em vez da tradicional rodela de limão.
Servir gelatina com vodca é tão last year. Experimente esta receita de sorvete de gim, misturando os ingredientes e colocando para congelar:
10 partes de sorvete de baunilha5 partes de gim (se for Hendrick’s, melhor)2 partes de licor Maraschino1 parte de licor Lillet Blanc1 pitada de noz-moscada
reCeitinhA sAFAdA
bAres leGAisPArA toMAr uM hendriCK’s toniCPAVilhÃo ChinÊs – LisboabAretto – São PaulouniK – Buenos Aires
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HAPPy HouR
Por ser original, grande, gordinho e spicy.
António Vidinha, consultor de Alimentos e Bebidas na Sol Maior
Food Services, em Angola
Seria um queijinho mineiro que comia na casa da
minha avó, feito por ela.Jacqueline Lemos, superintendente
do ParkShoppingBarigüi
Porque é macio, cremoso e muito saboroso.
Brigit Eichenberger, coordenadora de eventos da Ópera de Zurique
É feito de leite de brebis (ovelha) e tem um sabor
sem igual.Ana Clara Garmendia,
jornalista de moda
Sempre confundo camembert com brie, mas
seria o que tem o sabor mais forte entre os dois.
Ramiro Boero, músico
Um queijo honesto, nada afetado como os franceses e que um pedaço dura um tempão é o cheddar, inglês, of course. Seria esse.Daniel Lane, fotógrafo londrino
enGlish CheddAr !
PArMiGiAno reGGiAno doP !
Mineiro
rebloChon
nAPoleon
brie ouCAMeMbert
Eu seria um azeitão, queijo português que adoro. Firme por fora e suave, macio por dentro.
Melissa Oliveira, gerente-geral do hotel Unique, de São Paulo
Ele é difícil de encontrar, intenso e saboroso. Foi considerado o melhor queijo do mundo, pelo menos era o
que diziam lá em Portugal!Adriana Beigel, designer de joias
AZeitÃo serrA dA estrelA
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que queijo seria?
se VoCÊ Fosse uM queijo
você é o quE você coME
o que teM nA suA GelAdeirA?
MEnu Du jouR
é o que tem pra
hoje!sabe Quando falta criatividade (e ingredientes) para decidir o menu do dia? aQui vai uma boa notícia: sempre tem uma solução
ChAMPAGnePAlMitosAsPArGosMinitoMAtesqueijo brieGruYèreCAldo de FrAnGoVodCA (no FreeZer!)
quAl É A suGestÃo, beto?
Sugiro um risoto bem colorido, afinal, com uma geladeira dessas, suponho que o Riccardo tenha pelo menos arroz na despensa. Pode começar fritando o tomate pra soltar o caldo e dar cor ao risoto, depois frite o arroz junto, adicione uma taça de Champagne e espere secar. Daí vá
colocando caldo de galinha e mexendo pra dar cremosidade. Pode picar um pouco desses dois queijos e colocar junto, até derreter e incorporar no risoto. No finalzinho, quando estiver com a textura certa, acrescente o aspargo quebrado em pedaços
grandes e o palmito. A vodca? Tome pra fazer o risoto descer mais redondo.
o que teM nA GelAdeirA?
Na geladeira de Riccardo Guerra nunca podem faltar queijo e espumante ou
Champagne. Hoje tem palmitos, aspargos, minitomates, queijos brie e gruyère, caldo
de frango (feito por ele!) e vodca (no freezer).
Riccardo Guerra é maquiador, cabeleireiro e, agora, uma celebridade: é vencedor da segunda edição do programa Por um Fio, do canal GNT.
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#luxo#magia
#ryqueSa
comida paramalhar
4 filés de surubim5 tâmaras picadas5 amêndoas picadas (ou em lascas)Sal, pimenta-do-reino moída e azeite de oliva a gosto
inGredientes
surubiM AssAdo CoM tâMArAs e AMÊndoAs
Modo de FAZer
Disponha os filés de peixe em um refratário forrado com papel-alumínio. Tempere o peixe com sal, pimenta e azeite de oliva. Misture as tâmaras com as amêndoas e espalhe sobre os filés. Coloque para assar em forno pré-aquecido a 180 graus. Asse por 20-30 minutos.
MAs Por que É boM?
O peixe é uma excelente fonte de proteínas, principalmente porque possui baixo teor de gordura. Isso faz com que sua digestão seja mais rápida, sendo ideal para ser servido no jantar durante a semana, quando vamos para a cama mais cedo. Além disso, é rico em ômega 3, vitaminas (A, D e B) e minerais (cálcio, fósforo, iodo e cobalto). Já tâmaras e amêndoas são ricas em fibras, o que potencializa a sensação de saciedade sem alterar muito o valor calórico do prato. São fontes de vitamina A e E (respectivamente) e minerais como cálcio, magnésio, fósforo e potássio.
Tem comida pra tudo nesta vida. Pra engordar, principalmente. Mas nossa consultora para assuntos de
corpo bonito, Tatiane Hallage, traz uma ótima receita para quem se preocupa com a alimentação e não quer
ficar só no franguinho com salada
i work out!!!
“A receita pode ser feita com qualquer peixe, mas fiz com o surubim e ficou uma delícia”
Tatiane Hallage é personal trainer e uma chef premiada na cozinha de sua casa. Quer mais? Visite: receitasparamalhar.wordpress.com
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coMIDA PRA que?
i'm Sexy and i know it!!!
A rainhado drama!
cebola-roxa, cebola-pêra, cebola-branca, cebola-pérola, chalotas. em rodelas, em cubos,
picadinha ou em tirinha. cebola, sempre cebola. cebola always. não dá pra viver sem ela
A cebola nos surpreende! Não, eu não estou falando do sabor da cebola e das milhares de maneiras de prepará-la. Estou falando daquela choradeira que dá quando a gente enfia a faca nela. Por que algumas fazem a gente chorar e outras não? Nunca li sobre isso, mas deve ser pelo nível de maturação e pelo seu grau de acidez: tipo laranja, às vezes um doce, às vezes um azedume. Já cheguei a usar óculos de natação pra evitar as lágrimas, mas nem isso deu certo. No final, não é a choradeira que me irrita. O que me irrita é não saber qual vai me fazer chorar e qual não vai. O que indica isso? A cor? A textura? O tamanho? Não sei! Mas sabe o que? Prefiro nem saber. Isso pouco importa perto do efeito surpreendente que ela proporciona às nossas receitas.
sem medode ser feliz
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PEquEnos DEtAlHEs
Não é porque a cebola (e seu fiel companheiro, o alho) te deixa com mau hálito que você vai parar de comê-la, certo? Mas acredite, há quem evite, com medo de incomodar o próximo. Amigo, vá de balinha de hortelã, chiclete e até Cepacol, mas não abra mão desse prazer!
1.
2.
3.4.
Dona Neuza, minha mãe, diz que seu principal
trunfo pra fazer as maravilhas que ela faz na
cozinha é a cebola ralada. Serve pra quase
tudo: “Beto, é uma questão de física: dá sabor
e engrossa o molho”.
O melhor tempero para o tartar de carne é a
cebola. Pique em quadradinhos do tamanho de
uma cabeça de alfinete. Pra cada cinco partes
de carne, misture uma parte da cebola. Você
deve sentir o croc-croc da cebola nos dentes e
também o sabor que ela deixa na carne.
Quando fizer churrasco, pegue a cebola com
casca e tudo e jogue em cima da grelha. Acerte
o ponto do fogo pra assar e não torrar. A
cebola vai murchar bastante, mas quando você
abrir pra comer vai ver que pode ser um doce
mais doce que uva! Tempere só com manteiga
e tomilho.
Corte a cebola-roxa no meio, fatie em lâminas
finas para colocar no ceviche (robalo em
cubos, batata-doce, coentro, suco de limão,
sal, pimenta-do-reino) e espere pelo menos
uma hora pra comer. Nesse tempo o limão vai
“cozinhar” a cebola e tirar sua acidez (daí você
não vai ficar com bafo – mau hálito) sem tirar
a crocância.
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carnecom salUma das coisas que me fascinam quando viajo é descobrir que, em diferentes lugares do mundo, há gente preparando alimentos de jeitos parecidos. E isso acontece há milênios, muito antes de caravelas e caravanas. Tento imaginar como as pessoas chegaram até as receitas, testando, experimentando e adaptando o que dava certo e errado.
Uma delas é a da carne seca, ou charque, que se obtém ao curarmos a carne com sal e especiarias. Quando os hunos invadiram a Europa, diz-se que traziam pedaços de carne seca amarrados às selas dos cavalos. Os espanhóis, quando chegaram às Américas, viram que os incas desidratavam a carne de lhama para fazer “charqui”, daí a origem da palavra, que em inglês é “jerky.
Os sul-africanos adoram o biltong, que pode ser feito de gado, carne de caça ou avestruz. Os suecos desidratam a carne de rena e na China come-se os pork chips, que nada mais são do que carne de porco curada em forma de batata chips. Ou seja, é uma receita global que, sempre que posso, experimento em minhas viagens.
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GAstRoGloBAlIZAç ão
carne seca
charque
jerky
charqu i
p ork ch i p s
i'm lovin'it!!!
! ! !
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reCeitA de CArne soleAdA A fazendeira paranaense Lia Frare adora carne de sol, mas tem uma receita interessante para quem não é fã do seu gosto forte. Para preparar a carne soleada, Lia salga um pedaço qualquer de carne (picanha é seu favorito) e deixa-o no sol durante uma tarde. O ideal é aproveitar os meses frios e, de preferência, dias de lua nova, para evitar que moscas e mosquitos pousem no alimento. Com isso, a carne adquire apenas um leve toque de sol, podendo ir para a grelha e ser servida suculenta.
paixãonacional,produç ãolocalsabores incríveis, rótulos bacanas, nomes divertidos e prêmios internacionais. a microcervejaria bodebrown tem tudo isso. e é daQui. você conhece?
* vencedora da medalha
de ouro no mundial de
la bierre em montreal,
canadá. estilo strong scotch ale, cerveja
tradicional da escola
inglesa, inspirada na
receita original de 1719
dos monges beneditinos em
terras escocesas.
Companheira para todas as horas, vai do boteco da mais baixa gastronomia às mais estreladas me-sas do mundo. A cerveja não tem frescura, mas também não se mixa para qualquer vinho de narizinho em pé. E sabe o melhor? Tão especial quanto uma cerveja importada, originária da cer-vejaria mais tradicional da Bélgica, pode ser uma feita (praticamente) em casa.
Quando consumimos um produto local, experi-mentamos as tradições, a cultura, o sotaque e os costumes de uma sociedade. E mesmo tendo sido inventada há mais de 10 mil anos, de ter chega-do ao Brasil em 1808, de ser paixão nacional em dezenas de países mundo afora, a cerveja pode ser única, exclusiva, com sotaque leite-quente. Na microcervejaria Bodebrown, do meu ami-go Samuel, tem até uma cerveja gourmet que leva pinhão na receita. Um exemplo perfeito do melhor produto local.
coMIDA coM sotAquE
combina com o Que?
Qualquer leigo sabe que vinho branco vai bem com carne branca e que vinho tinto combina com carne vermelha. Claro que não é tão sim-ples assim, mas a regra é quase sempre essa. E as cervejas? Primeiro, é fundamental conhecer as características do prato e da cerveja. Basica-mente, para pratos mais pesados, com sabores mais intensos e molhos mais encorpados são indicadas cervejas mais fortes, mais alcoólicas. Pratos leves combinam com cervejas leves. Mas existem também outras técnicas de harmoni-zação, como o “contraste” (quando as caracte-rísticas, sabor, aroma e texturas da cerveja se diferenciam dos pratos, mas melhoram o senso-rial) e a “semelhança” (quando o prato e a cer-veja têm características sensoriais semelhantes).
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o ponto central desta receita é o malte,
com aromas adocicados e tostados e
sabor caramelado e defumado, teor alcoólico
de 8% (cerveja forte)
1a harmonização: carré da villa (costeleta de cordeiro
com purê de batatas e crosta aromática)
2a harmonização: filé gorgonzola (mignon grelhado
servido com suave creme de gorgonzola e garganelli)
3a harmonização: dubai burger (hambúrguer
de cordeiro assado em forno a lenha, molho sour cream)
* vencedora da medalha
de ouro no mundial de
la bierre em montreal,
canadá. estilo strong scotch ale, cerveja
tradicional da escola
inglesa, inspirada na
receita original de 1719
dos monges beneditinos em
terras escocesas.
BoDEBRoWn WEE HEAvy* + PRAtos
DA FoRnERIA coPAcABAnA
aQui perto e lá longe. comida boa tem em todo lugar
Muito além do ceviche
vale a foto
daqui
daliSimone Bert é chef dos restaurantes Wanchako e El Brujo, ambos em Maceió. Casada com um peruano, aprendeu os segredos da culinária com a sograe hoje prepara os ceviches mais famososdo Brasil
Quiabo empanado frito, que comi no restaurante pny Bistrô, em williamsburg, nova york
Polpetone do restaurante villa Favorita, em cunha, na Serra do mar paulista
Simone é bem chegada a uma alimentação saudável, mas não abre mão de uma junk food vez ou outra. “Às vezes, quando saio do trabalho exausta, às duas da manhã, passo no McDonald’s e peço um McChicken. Chego em casa, tomo um banho e como o sanduíche vendo um filme na tevê.” De tanto ver lagosta, peixe e camarão, no dia a dia prefere mesmo é um bife bem suculento. Mas evita frituras e açúcar. O segredo dela para recarregar as energias é um suco de beterraba, cenoura e caju, que ela toma sem coar. “Fica tão espesso que quase dá para mastigar, é a melhor coisa quando não tenho tempo para comer direito”, conta.
Cardápio de hoje: logo cedo, bolacha de gergelim com requeijão e café com leite. Depois, arroz integral, milanesa (feito na salamandra), feijão-verde e uma tangerina. Mais tarde, um caqui.
os cHEFs tAMBéM coMEM
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A última
refeição
Ele não é o malvadão Baltazar, que bate em mulher, nem o carismático verdureiro Vanderlei. Também não é o vilão Gilmar ou o peão fiel escudeiro de Eriberto Leão. Essas são apenas algumas facetas do artista Alexandre Nero. Compositor, cantor, arranjador e sonoplasta, diretor musical, ele é figura conhecida no cenário cultural curitibano muito antes de virar ator da Globo. Já integrou os grupos Fato e
Denorex 80, foi líder da banda Maquinaíma e agora segue carreira solo na música, além de atuar na TV, cinema e teatro. Nesta entrevista Nero nos conta como seria sua última refeição.
de AlexAndre neroiMAGeM: rodriGo torreZAn
DIGEstIvo
21
o que nÃo PoderiA FAltAr nA MesA dA suA últiMA reFeiÇÃo?Na verdade, o menos importante seria a comida. Mas se tivesse que escolher mesmo seria arroz, feijão, bife e batata frita.
queM PrePArAriA?Minha mãe.
e A bebidA PArA ACoMPAnhAr?Não gosto de beber enquanto estou comendo. Mas depois seria cerveja, com certeza.
onde seriA?Em casa, com as pessoas que eu amo: meus pais, meus irmãos, todos os grandes amigos.
que soM toCAriA?Acho que já que é a minha última refeição, escolheria o meu último disco (Vendo Amor), que fala das relações de amor, de gentileza, de carinho. Mas o som estaria bem baixinho, porque não gosto de som ambiente alto.
e A rouPA? o que VoCÊ VestiriA?Estaria descalço, de moletom e camiseta, com certeza.
MAis AlGuM detAlhe indisPensáVel?Estaria todo mundo bêbado, que é bem mais divertido!
será o FiM dos CuPCAKes?
Já reparou que os doces e sobremesas que eram chiques no começo dos anos 2000 já estão pra lá de démodé? Pois é, sobremesa é assim: o up-to-date de hoje pode ser so last year amanhã, igualzinho à moda. Convidamos a especialista Bibiana Schneider para nos contar um pouco dessa história
Anos 70 O máximo nos restaurantes era pedir um Crêpe Suzette. O auge do espetáculo era quando o maître vinha na sua mesa flambar o crepe, lembra?
Anos 80
Os entendidos pediam profiteroles ou creme de papaia com cassis. Já em casa a sobremesa de domingo era pavê, estrogonofe de nozes, manjar branco ou gelatina colorida
com leite condensado. Na rua, o sonho com bastante açúcar virou mania.
Anos 90O petit gateau reinou absoluto por muitos anos e ainda é hors concours nos cardápios.
Anos 2000Os doces da moda mudam a cada ano: macarons, cupcakes, brigadeiros, fudges, whoopies...
O chocolate tem uma história um pouco diferente, pois atravessa os anos imune a modismos. Nem mesmo pode ser considerado um doce, e sim uma iguaria. Segue tendências (taí o chocolate com pimenta para dar um exemplo), mas nunca sai de moda.
O PRETINHO BáSICO QUE NUNCA SAI DE MODA
22
DE L i C i OU S , DE L i C i OU ST H i S WAy yOU ’ R E G ON NA
k i L L M E !
sWEEt DREAMs
Editorial 2
12 Menu du jour: o que tem na sua geladeira?
O N T H E R O A D U M PA S S E I O P O R
X I N J I A N G6
PEQUENOS PARES9GIM HEnDRIck’s 10
E SE VOCÊ FOSSE UM QUEIJO?
11
16COMIDAPARAMALHAR
1314
gastroglobalizaç ão
CerVejA: PAIXãO NACIONAL,
PRODUÇãO LOCAL18OS CHEFS TAMBéM COMEM20
A últ IMA REFEIç ão de alexandre nero
21
8 baixa gastronomia
4COMER E BEBER EM
Expediente Edição beto MAdAlosso ProjEto PulP ediÇões dirEtora dE rEdação FernAndA áVilA FerreirAdrt 3884 dirEtora dE Criação PAtriCiA PAPP dirEtor dE ContEúdo ViCente FrAre dirEção dE artE hAlini sAAd e brunA MiChelin Colaboração GuilherMe e biAnCA CAneVer, GuilherMe CAldAs, rAFAel MArtins, dAnilo nAKAMurA, riCCArdo GuerrA, tAtiAne hAllAGe, sAMuel CAVAlCAnti, siMone setti, bibiAnA sChneider, nuno PAPP e AlexAndre nero imPrEssão serZeGrAF tiragEm: 3.000 a rEvista tutano é uma PubliCação gratuita dos rEstaurantEs madalosso, Famiglia FadanElli E FornEria CoPaCabana
istambul
CebolA: A RAINHA DO DRAMA
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Depois de tantos experimentos, chegamos a um molho para carpaccio muito saboroso e bem fácil de fazer. Usamos 400 ml de creme de leite, uma colher de mostarda Dijon com sementes, uma colher de mostarda comum e um punhado (uma mão cheia) de alcaparras bem picadas. Daí é só misturar num bowl e mexer com um fuê pra arejar o molho. Acerte o sal e tempere com um pouco de pimenta-do-reino antes de servir. O queijo ralado, as folhas de rúcula e as sementes de abóbora tostadas que vão em cima ficam por conta do gosto do cliente.
Do nosso jEIto
Molho docarpacciodA ForneriA CoPACAbAnA
Aqui a gente faz o polpetone com um “blend” de carnes bovina e suína: são usadas três partes de filé mignon, duas partes de lombo suíno e uma parte de bacon, todas moídas. Os temperos, bem picadinhos, são: cebola, tomi-lho e manjericão. Coloque tudo no bowl e misture bem até chegar numa massa uniforme. Acrescente sal e pimenta-do-reino moída na hora. Ao dar forma ao polpetone, coloque uma fatia fina de mussarela dentro, que vai derreter no prato. Passe o polpetone na farinha de trigo, de rosca, no ovo e frite. Está pronto. Ah, e não pode fazer muito grande, senão a carne do meio fica fria e crua. É servido sobre molho de tomate, mas esse a gente conta numa próxima edição!
dA FAMiGliA FAdAnelli
Polpetone